FUNDAÇÃO ESCOLA TÉCNICA LIBERATO SALZANO VIEIRA DA CUNHA Roteiro para Aula Prática de Física Prof.: Luiz André e Edi T. O. Grins Aula: 16/out/2009 Cursos: Mecânica e Eletrônica Entrega: 30/out/2009 (pelo TelEduc) Sala : Lab. Física Aluno: Artur Sturm Adamoli Turma:3112 n°: 1 Aluno: Gustavo de Quadros Santos Turma:4112 n°: 10 Aluno: Jonas Carlos Mengue Turma:3112 n°: 15 Aluno: Leonardo Erik Bohn n°: 14 Turma:4112 Roteiro elaborado pelo Professor Luiz André Mützenberg TESTES DO GERADOR DE ENERGIA EÓLICA Objetivo: Determinar a eficiência do gerador de energia eólica desenvolvido por alunos dos cursos de mecânica e eletrônica. Dados do projeto Em primeiro lugar gostaríamos de conhecer o projeto do grupo. Busque as informações no projeto entregue no trimestre passado e responda as perguntas a seguir. 1. Qual é o problema que o grupo relatou no projeto? R.: Através da construção de um protótipo de gerador eólico tradicional, de duas pás e acoplado a um dínamo, iremos conseguir gerar energia elétrica suficiente para carregar uma bateria e acender um led? 2. Qual é a hipótese que o grupo relatou no projeto? R.: Gera-se energia elétrica suficiente para carregar a bateria e acender o led, construindo desta forma, um gerador eólico tradicional de duas pás acoplado a um dínamo. 3. Qual é o objetivo que o grupo relatou no projeto? R.: Construir um gerador eólico tradicional de duas pás acoplado a um dínamo, para gerar energia elétrica suficiente para carregar uma bateria e ascender um LED. 4. Qual é o modelo do catavento e tamanho do catavento que o grupo pretendia construir quando elaborou o projeto? R.: O grupo pretendia construir um cata vento tradicional de 4 pás, 1 metro de diâmetro e 1,20 metros de altura. 5. Qual é o tipo de dínamo ou alternador que o grupo pretendia usar quando elaborou o projeto? R.: O grupo pretendia usar um alternador comum que iria gerar em media 5V. 6. Qual é o esquema de circuito eletrônico que o grupo pretendia construir quando elaborou o projeto? Figura 1 – Esquema do circuito elétrico. 7. O gerador eólico que está sendo testado hoje coincide com a proposta relatada nas questões anteriores? R.: Não, nós fizemos mudanças no projeto. O cata vento que seria de quatro pás e teria 1m de diâmetro, passou a ter duas pás, e um diâmetro de 865 mm. O alternador que geraria 5v acabou gerando apenas 1,5v e, por este motivo o trocamos por um dínamo maior, que gera em média 8,6 v. O circuito também foi modificado, foi retirada a ponte retificadora, o capacitor e o resistor de 39 ohms. 8. Insira uma foto do catavento construído pelo grupo. Figura 2 – O catavento. 9. Insira uma foto do circuito eletrônico do grupo. Figura 3 – O Circuito. 10. Insira uma foto do teste do gerador eólico. Figura 4 – Realização do teste com o gerador eólico. Energia disponível para o catavento A energia disponível no vento é a energia cinética do ar, que depende da massa, m, e da velocidade, v, desse ar. Esta energia pode ser calculada pela equação: Eq. 1 Ec 12 m.v 2 A massa é dada pelo produto entre a densidade, , e o volume de ar, V, que passa pelo catavento, assim temos que: Eq. 2 Ec 12 .V .v 2 O volume de ar que passa pelo catavento depende da área, A, varrida pelo catvento, da velocidade, v, do vento e do tempo, t, que o vento atua no catavento ( V A.v.t ). Para cataventos de eixo horizontal (hélices) esta área é um circulo ( A .r 2 ) como mostra a Figura 4a. Para cataventos de eixo vertical, do tipo Savonius, esta área é um retângulo ( A 2.r.h ) como mostra a Figura 4b. Teoricamente um catavento pode extrair 12 67 da energia cinética contida no ar (OKUNO, 1982). Substituindo estas informações na equação 2 temos que a energia eólica disponível é: Eq. 3 Ec 278 . .r 2 .v 3 .t para aerogeradores de eixo horizontal, ou 3 Eq. 4 Ec 16 27 .r.h.v .t para aerogeradores de eixo vertical. 11. Mostre como é possível chegar às equações 3 e 4 a partir da equação 2 e das informações fornecidas no parágrafo anterior. R.: Dedução para eixo horizontal Para chegar a equação três a qual serve para cata-ventos de eixo horizontal temos que: Ec = ½ p.V.v² onde p é a densidade do ar, V é o volume do ar e v é a velocidade do ar. Já que o volume do ar depende da área A varrida pelas pás, da velocidade v do vento e do tempo t que o vento atua no cata-vento, teremos: V = A.v.t substituindo na equação 1 teremos: Ec = ½.p.A.v.t.v² simplificando teremos: Ec = ½.p.A.v³.t A área varrida pelo cata-vento é uma circunferência,: A = π.r². substituindo na equação 3 teremos: Ec = ´.p. π.r²..v³.t teoricamente um cata-vento extrai 16/27 da energia cinética, colocando esse valor na equação 4 teremos: Ec = 16/27.1/2.p. π.r².v³.t simplificando teremos: Ec = 8/27.p. π.r².v³.t Como queríamos demonstrar. Dedução para eixo vertical Para chegar a equação três a qual serve para cata-ventos de eixo vertical temos que: Ec = ½ p.V.v² onde p é a densidade do ar, V é o volume do ar e v é a velocidade do ar. Já que o volume do ar depende da área A varrida pelas pás, da velocidade v do vento e do tempo t que o vento atua no cata-vento, teremos: V = A.v.t substituindo na equação 1 teremos: Ec = ½.p.A.v.t.v² simplificando teremos: Ec = ½.p.A.v³.t A área varrida pelo cata-vento de eixo horizontal é A = 2.r.h substituindo na equação 3 teremos: Ec = ½.2.p.r.h.v³.t simplificando: Ec = p.r.h.v³.t teoricamente um cata-vento extrai 16/27 da energia cinética, colocando esse valor na equação 4 teremos: Ec = 16/27.p. π.r².v³.t Como queríamos demonstrar. dou) e determine a quantidade de energia eólica disponível para o catavento. A densidade do ar é de 1,3 kg/m³. Tabela 1 – Determinação da velocidade do vento. x y v (mi/h) 2 2 3 r 6 h 8 a 2 6 h 0 9 b 2 2 3 r 6 h 8 c 2 r 0 9 d 3 0 0 10 e 2 3 r 0 9 f 2 2 3 r 6 h 8 g 2 6 h 0 9 h 2 2 3 r 6 h 8 i Soma 78 Média 8,67 14. Quanta energia eólica está disponível para o seu catavento em 10 minutos de funcionamento do gerador eólico? R.: Ec = 8/27.p. π.r².v³.t Ec = 8/27.1,3kg/m³.3,14.0,865²m.3,87³m/s.600s Ec = 8.1,3.3,14.0,75.651,71.600 kg.m 27 s Ec = 9577008 J 27 Ec = 31621 J Energia fornecida pelo dínamo para o circuito O dínamo e o alternador são dispositivos que convertem a energia mecânica em energia elétrica. Em ambos, o princípio básico de funcionamento é uma bobina girando em um campo magnético, ou um imã (campo magnético) girando no interior de uma bobina. No alternador o coletor é constituído de dois anéis completos, de modo que ele fornece uma corrente elétrica alternada, como mostrado na Figura 5a. No dínamo o coletor é constituído de dois semi anéis, de modo que inverte os contados da bobina quando esta passaria a fornecer uma tensão negativa, assim o dínamo fornece uma corrente elétrica pulsante, como mostra a Figura 5b. U t a) U a b r r c a d e f g h i (a) b t c d e f g h i b) h (b) Figura 4 – Medidas para calcular a energia disponível para cataventos: a) de eixo horizontal e b) de eixo vertical. 12. Faça as medidas representadas na Figura 4. R.: r = 86,5 cm. Para obter um valor confiável da velocidade do vento é conveniente determiná-la em nove pontos representados pelas letras a até j na figura 4. 13. Qual é a velocidade do vento fornecido para o catavento? R.: v = 78/9 mi/h = 8,67 mi/h = 3,87 m/s. Use a equação 3 ou 4 (conforme o catavento construí- Figura 5 – a) funcionamento do alternador e b) funcionamento do dínamo. 15. Como, com auxílio do multímetro, podemos verificar se um gerador de energia elétrica é um dínamo ou um alternador? Explique. R.: Sim, pois com o multímetro podemos ver se a corrente é continua ou alternada, com isso sabemos que se for continua será um dínamo e se for alternado será um alternador. 16. O gerador de energia elétrica do seu grupo é um dínamo ou um alternador? Explique. R.: É um dínamo, pois gera corrente continua. A energia elétrica é calculada pela equação: Ee U .I .t Eq. 5 Portanto, para calcular a quantidade de energia elétrica fornecida pelo dínamo o grupo deve medir a tensão (voltagem) UD e a intensidade de corrente ID nos condutores que saem do dínamo. Valores mais confiáveis serão obtidos instalando os multímetros e medindo estas grandezas de minuto em minuto durante dez minutos. 17. Faça isto e preencha a Tabela 2. Tabela 2 – Determinação da tensão de da corrente fornecidas pelo dínamo. Tempo Tensão Corrente (s) (V) (mA) 01 60 8,61 152,6 02 120 8,32 152,6 03 180 8,02 152,6 04 240 8,43 152,6 05 300 8,11 152,6 06 360 7,92 152,6 07 420 8,36 152,6 08 480 8,25 152,6 09 540 8,16 152,6 10 600 8,06 152,6 Soma 82,24 152,6 Média 8,22 152,6 18. Quais são os valores médios da tensão UD e da intensidade de corrente ID nos condutores que saem do dínamo. R.: UD = 8,22V. ID = 152,6mA. 19. Quanta energia elétrica é fornecida pelo dínamo para o circuito em 10 minutos de funcionamento do gerador eólico? R.: Ee = U.I.t Ee = 8,22V.152,6mA.600s Ee = 752623,2V.mA.s. -> Ee = 752,62 Joules Energia fornecida pelo circuito para a pilha A energia elétrica fornecida pelo dínamo ou alternador não permite carregar pilhas e baterias diretamente, antes é necessário converter a corrente alternada ou pulsante em corrente contínua, esta é a função do circuito eletrônico. O circuito dissipa parte da energia, para avaliar a eficiência do circuito devemos determinar quanta energia ele fornece para a pilha. Para calcular a quantidade de energia elétrica fornecida para a pilha devemos medir a tensão UP e a intensidade de corrente IP nos condutores que saem do circuito. 20. Instale os multímetros e meça estas grandezas de minuto em minuto durante dez minutos e preencha a Tabela 3. Tabela 3 – Determinação da tensão de da corrente fornecidas para a pilha. Tempo Tensão Corrente (s) (V) (mA) 01 60 4,6 82,6 02 120 4,3 81,2 03 180 4,1 80,7 04 240 4,4 81,5 05 300 4,1 80,4 06 360 3,9 79,1 07 420 4,3 81,0 08 480 4,2 80,8 09 540 4,0 79,8 10 600 3,9 79,4 Soma 41,8 806,5 Média 4,18 80,65 21. Quais são os valores da tensão UP e da intensidade de corrente IP nos condutores que saem do dínamo. R.: UP = 4,18V. IP = 80,65mA. 22. Quanta energia elétrica é fornecida pelo circuito para a pilha em 10 minutos de funcionamento do gerador eólico? R.: Ee = U.I.t Ee = 4,18V.80,65mA.600s Ee = 202270,2V.mA.s -> Ee = 202,27 Joules Cálculos de Eficiência Eficiência ou rendimento de uma máquina que converte uma forma de energia em outra é a porcentagem de energia que ela efetivamente consegue converter na forma de energia desejada. Para calcular a eficiência do catavento devemos calcular a porcentagem da energia eólica que ele recebe (calculada na questão 11) que o dínamo consegue converter em energia elétrica (resposta da questão 16). 23. Qual é a eficiência do catavento? R.: ECT = 752,62 / 31621 = 0,0238 ECT = 0,002123 x 100 ECT = 2,38% Para calcular a eficiência do circuito devemos calcular a porcentagem da energia fornecida pelo dínamo (calculada na questão 16) que o circuito consegue fornecer para a pilha (resposta da questão 19). 24. Qual é a eficiência do circuito? R.: ECI = 202,27 / 752,62 = 0,2687 ECI = 0,269 x 100 ECI = 26,87% Para calcular a eficiência do gerador eólico devemos calcular a porcentagem da energia disponível (calculada na questão 11) que o circuito consegue fornecer para a pilha (resposta da questão 17). 25. Por que não podemos somar o rendimento do catavento com o rendimento do circuito para obter o rendimento do gerador eólico? Explique. R.: Pois cada um depende de um valor diferente e pelo fato de que eles são porcentagens. Referências Bibliográficas OKUNO, Emico; CALDAS, Iberê; CHOW, Cecil. Física para ciências biológicas e biomédicas. São Paulo: Harbra, 1982. Conclusão: Vimos que nem sempre um projeto funciona da maneira esperada logo no primeiro teste, prova disso foram as modificações que tivemos que fazer. Chegamos ainda a conclusão de que a eficiência do nosso gerador eólico é de 0,05%, um valor muito baixo, achamos que por erro de medida, já que o vento foi medido com nosso anemômetro e não com o da escola, aumentando chance de erro.