SENSOR AUTOMATICO DE NÍVEL DE RIOS Andreza Lira Reis Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina E-mail: [email protected] Cleiton Furtado Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina E-mail: [email protected] Gabriel Dominguez Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina E-mail: [email protected] Geison Fernandes Alves Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina E-mail: [email protected] Sérgio Candido Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina E-mail: [email protected] Resumo: Com o fim de produzir um instrumento simples, de baixo custo, de fácil manutenção ao passo de ser resistente a enxurradas e/ou enchentes para facilitar o sensoriamento hídrico nas diferentes bacias hidrográficas, foi pesquisado o sensoriamento remoto para rios, o datalogger CR800 da Campbell, e lei de Ohm. Com base nestes estudos, chegamos ao CAGG 8 sensor de nível de rios, que servirá para controle dos níveis de rios com potencial de causar enchentes, podendo lançar alertas de acordo com o nível estipulado na programação do datalogger, para disparo do mesmo. Contudo, após uma bateria de testes com diferentes elementos sensores, o instrumento não apresentou funcionalidade adequada ao experimento proposto. Palavras Chave: sensor, remoto, rio, datalogger, Abstract. This work was searched for the remote sensing rivers, the CR800 datalogger from Campbell, and Ohm's law in order to produce a simple, inexpensive, easy to maintain while being resistant to runoff and / or flooding to facilitate sensing water in different river basins. Based on these studies, we arrive at the CAGG 8 sensor-level of rivers, which serve to control the levels of rivers with the potential to cause flooding and can issue alerts according to the level stipulated in datalogger programming, for the same shot. Key words: sensor, remote, river, datalogger. 1. Introdução A aplicação de ferramentas adequadas à gestão ambiental tem sido utilizada em inúmeros estudos e pesquisas destacando-se o uso de geotecnologias, como exemplo destas pesquisas tem-se: Simulação Hidrodinâmica da Qualidade da Água. Estudo de caso: ajuste do modelo CE-QUAL-W2 à sub-bacia do arroio Demétrio, bacia hidrográfica do rio Gravataí/RS, por Rafael Siqueira de Souza e Influência da Palha no Balanço Hídrico em Lisímetros, por Joel Avruch Goldenfun, ambos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, que incluem o Sensoriamento Remoto que se encontra em estágio avançado de desenvolvimento, possibilitando grande acessibilidade de recursos a custos relativamente baixos. O sensoriamento de rios é de grande importância para populações ribeirinhas tendo em vista que o potencial hídrico dos rios, dependendo da estação o ano e da quantidade de chuva, é menor que a quantidade das águas que confluem para o mesmo, acontecendo em certos níveis o transbordo ou enchente. Mas o que é um sensor, e para que serve? Sensor é definido como um dispositivo que recebe e responde a estímulos ou sinal. No caso da meteorologia, utilizam-se sensores que respondem aos estímulos com sinais elétricos, podendo-se citar o sensor de nível de rios por pressão automática que, quando o nível do rio sobe ou desce, a pressão sobre o sensor aumenta ou diminui, e este por sua vez, altera sua tensão elétrica podendo-se definir se o nível do rio está subindo ou descendo. O sensor que propomos, no entanto, estará em contato direto com a água, que funcionará fechando um curto no sensor diminuindo sua tensão, fornecendo um sinal elétrico que será calculado por um datalogger, calculando-se assim o nível do rio. Através deste sensoriamento, a meteorologia pode lançar alerta de enchentes e/ou enxurradas, com fim de colaborar com a defesa civil evitando desastres ao determinar evacuações e até mesmo abertura e/ou fechamento de comportas em barragens com fim de evitar as enchentes. O sensoriamento de rios, no entanto, tem sido um problema para a meteorologia, pois quando ocorre uma enxurrada, os instrumentos são, na sua maioria, arrancados e levados pela força das correntezas. Nossa proposta em criar este sensor, parte da necessidade que há em se ter um instrumento que seja de fácil manuseio, de baixo custo e que se comunique com a central de monitoramento sem a necessidade de um observador no local, tendo em vista que os Linígrafos existentes hoje dependem do observador para transmitir os dados obtidos à central meteorológica. Linígrafo é um instrumento utilizado para o sensoriamento de rios, reservatórios, açudes dentre outros. O princípio de funcionamento destes linigrafos é uma bóia com contrapeso, que irá registrar em um gráfico, o nível do rio e o horário que ocorreu a cheia ou vazante. A figura 1 mostra alguns exemplos de linígrafos convencionais. Este sensor será ligado a um datalogger, que é um equipamento eletrônico com principio de funcionamento de um microprocessador que irá coletar os sinais elétricos do sensor, e transformálos para a variável esperada, neste caso mm ou m por se tratar de nível de rios, e enviará as informações via rede IP. Figura 1 – Exemplo de Linígrafos 2. Materiais e Métodos Na busca por um componente eletrônico que variasse a sua resistência linearmente com a variação da altura de uma coluna de água utilizando a lei de Ohm, iniciou-se este projeto. Primeiramente utilizamos como sensor um fio de latão, de 2m de comprimento repartido ao meio necessitando de um isolante entre as duas metades, figura 2, após encontrar este sensor, buscou-se um material para isolar um lado do outro. Optou-se por utilizar uma barra de barra de acrílico de 1m de comprimento por 1cm de largura. Em uma das extremidades foi ligado o positivo da fonte e na outra o negativo. Outro material utilizado como sensor foi o fio de níquel-cromo com 2m de comprimento também repartido ao meio utilizando o mesmo elemento isolante, figura 3. O terceiro material utilizado foi também o níquelcromo, no entanto, este terceiro foi construído com 6m de níquel-cromo em duplo espiral utilizando ainda a barra acrílica como isolante. Após encontrado os materiais para o sensor, utilizou-se 2 resistores de 1KΩ e 1 resistor de 1Ω, e uma matriz de contato para construção do circuito. Tendo encontrado os materiais ideais, iniciou-se a construção do sensor. 3. Testes e Resultados No primeiro teste foi utilizado o fio de latão, figura 2 para verificar sua resistividade e variação desta conforme o nível da água sobe ou desce. Conforme a tabela 1 mostra, este material não passou no teste de resistividade, pois esta é imperceptível, pois o latão não resiste a passagem de corrente elétrica. No segundo teste utilizou-se o fio de níquelcromo de 2m também dividido ao meio, figura 3. Notou-se que a resistividade deste variava de 90Ω a 14Ω. Começou então a construção do circuito divisor de tensão. Ligamos em serie ao nosso sensor um resistor de 1kΩ. Este circuito gerou uma corrente de 36mA, contudo o datalogger CR800, não suporta uma corrente acima de 25mA, sendo necessário um circuito divisor de corrente. Neste ponto passou-se a pesquisar através da lei de Ohm uma forma de reduzir a corrente para uma ordem de 20mA, chegando a conclusão de usar uma Ponte de Wheatstone, figura 4, que divide a tensão e a corrente ao mesmo tempo. Esta decisão foi tomada para não reduzir a sensibilidade da variação sobre o sensor, pois se colocarmos um resistor em série, este deverá ter uma resistência muito alta diminuindo a variação da tensão sobre o sensor segundo a lei de Ohm. Foram feitos testes com uma coluna de água, com um fio descascado, fechando um curto. Quando se movia a coluna de água, o sensor não alterava sua leitura. Quando se utilizava o fio descascado, fechando curto, este variava sua tensão. Descartou-se este tipo de construção, pensando então na dupla espiral. No terceiro teste, este com 6m de níquel-cromo em duplo espiral, figura 5, envolvido na barra de acrílico, com este modo de construção, obteve-se uma resistividade de ~ 3KΩ deixando de ser necessário a utilização da ponte de Wheatstone, utilizando-se apenas um circuito divisor de tensão. A tabela 1 mostra os testes e resultados dos sensores. Figura 2 – Fio de latão Na tentativa de um novo recurso, imaginamos outro sensor, conseqüentemente outro material, entretanto houve a descoberta que a salinidade da água não é constante, se houvesse salinidade suficiente poderia se chegar a um valor, pois o sal tem significativa condutividade. Não se conseguindo determiná-la não há precisão. Afetando assim o estudo. Figura 3 – Fio de níquel cromo de 2m dobrado ao meio monitoramentos em áreas remotas de difícil acesso ao observador, além de poder utilizar tal instrumento para controle de açudes, poços, cisternas e reservatórios de abastecimentos de água potável, podendo assim emitir alertas de situações criticas como reservatórios abaixo do nível de segurança, para que as autoridades responsáveis possam tomar as devidas providências para evitar danos maiores. 5.Referências Figura 4 - Ponte de Wheatstone L. BOYLESTAD, Robert. Introdução a Análise de Circuitos 10° Edição. Editora Pearson 2003 JOHNSON, David E. Fundamentos da Análise de Circuitos Elétricos 4° edição. Editora LTC AS 1994 GRAY, Paul E. Princípios da Eletrônica. Editora LTC AS 1975 Volume 1. Figura 5 – Fio níquel cromo de 6m em dupla expiral WIKIPEDIA. Ponte de Wheatstone. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Wheatst one_Bridge.svg. Acesso em 12/10/2008. BUS, Plano Diretor. Linígrafo da Estação Convencional. Disponível em: http://www.planodiretorbus.hpgvip.ig.com.br /html/estacao_convencional.html. Acesso em: 18/10/2008 Figura 6 – Teste de laboratório 4. Conclusão Conclui-se, portanto que, mesmo sem os resultados esperados, o projeto não foi desperdiçado, pois se outras turmas tiverem interesse em construir tal instrumento, poderão partir de onde paramos, sem precisar testar os materiais utilizados neste experimento. Salientase a necessidade da construção de tal equipamento visto que os utilizados hoje pela hidro-meteorologia e meteorologia possuem a necessidade de uma pessoa constantemente observando e divulgando os dados coletados na estação. Um equipamento que possa enviar esses dados por telemetria, seja via radio, celular, internet ou satélite, facilitaria todo o processo de obtenção destes dados e abriria a possibilidade de PEREIRA, Régis da Silva. Princípios da Hidrometria. Disponível em: http://www.iph.ufrgs.br/posgrad/disciplinas/h ip01/Cap13-Hidrometria.pdf. Acesso em: 10/10/2008. SOUZA, Rafael Siqueira. Simulação Hidrodinâmica da Qualidade da Água. Estudo de caso: ajuste do modelo CEQUAL-W2 à sub-bacia do arroio Demétrio, bacia hidrográfica do rio Gravataí/RS. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/search?page=2&qu ery=linigrafo. Acesso em: 10/10/2008 GOLDENFUN, Joel Avruch. Influência da Palha no Balanço Hídrico em Lisímetros. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/search. acesso em: 12/10/2008.