Sociologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E AÇÕES COMUNITÁRIAS
DEPARTAMENTO DE EXTENSÃO
PROGRAMA DE INCLUSÃO, ACESSO E PERMANÊNCIA
__________________________________________________________________________________________________________________________________
Disciplina: Sociologia
Professor: Delque Pantoja
INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA
Como você se define enquanto pessoa?
Como determinadas situações mudam e trazem
desdobramento para a sua vida? É uma pessoa
autônoma?Autônoma é uma forma de pensar e
de agir frente às diversas situações enfrentada
pelo individuo dentro do seu dia a dia. Vamos
trabalhar com exemplos simples, para você
entender; quando uma pessoa esta se sentindo
ruim, o que deve-se fazer? Sempre tem alguém
que indica um remédio, tem uma receita infalível.
Esta forma de indicar o remédio para a
pessoa, se for olhar no passado, era uma prática
bem mais comum, mas hoje com maior
possibilidade de aceso ao médico, ficou mas
reduzida esse tipo indicação de ação, mas isso
não quer dizer que ninguém o faça.
Essa indicação do remédio por uma
pessoa que não é médico= é uma espécie de
senso comum.
No caso tem que se consultar com o
médico, por que ele é a pessoa especializada
para tratar dessas questões de saúde.
Então, o que seria um Senso Comum?
Podemos dizer que são soluções simples do
cotidiano, com pouca elaboração e sem nenhum
conhecimento cientifico especifico e aprofundado.
Doutor em filosofia, Rubens Alves um dos
grandes intelectuais brasileiro, em seu livro
Filosofia da Ciência, para ele o senso comum é
aquilo que não é ciência. Em outras palavras, é
compreender que a pessoa que indicou o
remédio sem o mínimo de conhecimento na área
da medicina não é algo cientifico, mas uma
probabilidade que pode funcionar para o dia a dia
das pessoas.
Mas tem uma explicação lógica por que as
pessoas indicam o remédio. Dentro do seu
conviveu social elas passam a aprender com
seus avos, seus pais e etc, assim elas são
detentora de um conhecimento empírico, é por
essa percepção que Rubens Alves afirma que a
ciência, na verdade, é um refinamento ou
melhoramento, do senso comum. O senso
comum e a ciência nos apresentam respostas,
soluções práticas para nossos problemas do dia
a dia. Então, em que se constitui a diferença
entre senso comum e ciência? É que a ciência
tem um conhecimento mais elaborado, seus
métodos de investigação.
Ao percebe ou fazer uma analise do
senso comum, não estou dizendo que ela esta
errada e que devemos rejeitar. O que estou
propondo de uma forma bem sucinta, é que você
pode e deve ultrapassar a barreira do
conhecimento comum, e nesta perspectiva sobre
a sociedade.
Outra questão que devemos entender ou
desmistificar é o simbolismo dado ao termo
cientista. Ratificando o pensamento de Rubens
Alves quando ele explica que um cientista não é
uma pessoa que pensa melhor ou analisa os
fotos com
Maior, clareza do que os outros. Para o autor a
tarefa de refletir e de entender os porquês das
coisas cabe a todos nós, para isso cai por terra à
ideia de que não precisamos pensar, porque
existem pessoas melhores para fazer isto, é
furada.
Quando buscamos um pouco mais do
conhecimento
elaborado
e
investigativo,
começamos a refletir melhor sobre como
funciona a sociedade, e entender com clareza as
relações sociais dentro dela, entre outras coisas.
Mas na prática o que isso trará para nós?
Trará-lhe conhecimentos dos fatos e autonomia
para CONCORDAR OU DISCORDAR POR SI
PRÓPRIO sobre as questões sociais e seu papel
em sociedade.
Esta é a compreensão e a independência
que você tenha: A DE REFLEXÃO.
A partir dessa analise e dos argumentos
apresentados o que é sociologia? É uma ciência
ou senso comum?
Sobre a sociologia o que é preciso conhecer
para entender?
A Sociologia é
uma forma do
conhecimento e saber científico. Mas a sociologia
não foi e não é uma ciência redentora que vai
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solucionar todos os males sociais, ela surge
como mecanismos para fornecer um novo
entendimento sobre a sociedade. É importante
compreender o contexto no qual a sociologia
nasceu suas contribuições para o entendimento
dos fatos que dar referenciais para refletimos
sobre as sociedades, temos que entender que
antes de se tornar ciência, a sociologia era
pensada em diferentes contextos históricos e em
diferentes sociedades e como parte desse
desenvolvimento chegou ao Brasil, suas
características e fatores fundamentais para
analisar as sociedades atuais.
A sociologia enquanto ciência
é
considerada nova, ela surge no final do século
XVIII e teve sua consolidação no inicio do século
XIX, na busca por entender a sociedade e seus
conflitos. Mas o objetivo de pensar sobre os
problemas sociais, está no centro de sua
finalidade desde a antiguidade, se estudamos
sobre a Grécia Antiga, vamos ver que lá, já havia
o desejo de se entender a sociedade.
Uma analise do processo histórico do pensar
Sociológico desde a Antiguidade.
Na antiguidade, mas especificamente no
século V a.c, encontramos uma corrente filosófica
que é conhecida como sofistas, eles começam a
dar atenção aos problemas sociais e políticos de
sua época. Mas para tanto não são os gregos os
fundadores da Sociologia.
Já quando chegamos à filosofia clássica
termos Platão (427-347 a.c) e Aristóteles (384 –
347 a. c) como os mais importantes filósofos da
humanidade, com eles surgiram as primeiras
analises dos trabalhos reflexível sobre a
sociedade. Platão em sua obra A Republica, no
seu segundo livro Sócrates começa seu discurso
falando sobre a origem da sociedade, e esta é
formada para satisfazer a necessidade da vida.
Aristóteles já mencionava que o homem era um
ser que, necessariamente, nasce para estar
vivendo em conjunto, isto é, em sociedade. No
seu livro chamado A Política, no qual consta um
estudo dos diferentes sistemas de governo
existentes, percebe-se o seu interesse em
entender a sociedade.
Com o fim da antiguidade, termos uma
nova configuração no mundo, uma nova forma de
governo, ou seja, a Idade Média, que vai do
século V d. c ao século XV d.c, que se constitui
um período de dez séculos ou mil anos, mas
entre os anos de 476 a 1453, segundo os
renascentistas (que vamos entende depois), um
período que ficou conhecido como “período das
trevas”, que era a forma que se ver o mundo.
Para eles o que devia prevalecer era a fé, onde o
campo místico e religioso trazia e oferecia todas
as explicações viáveis para os acontecimentos
do mundo. Na Europa Medieval, esse predomínio
religioso foi da Igreja Católica.
Dentro desse contexto histórico da Idade
Média, se constituía um predomínio da fé, para
os humanistas renascentistas, essa dominação
pela fé traria um tipo de asfixiava às tentativas de
explicações mais especulativas (cientifica) sobre
a sociedade. Ao não comprimento de uma lei ou
regra estabelecida socialmente se configuraria
como pecado, assim, podemos entender a
tamanha relação entre a vida cotidiana e o
mundo sobrenatural. Quando buscamos analisar
o “período das trevas” (Idade Média), na
percepção dos renascentistas podemos ver pela
sua ótica de mundo, “meio tenebroso”. Mais se
olhamos com clareza, entenderemos que foi um
período muito importante para a história da
humanidade.
A caminho da razão.
A apresentação desse contexto histórico é
para mostrar que nem sempre os seres humanos
puderam contar com a ciência para entender o
mundo, em especial o social, que é o objetivo de
nossa compreensão. Assim, podemos entender
que estudiosos no passado buscavam um
entendimento, baseado em uma explicação a
respeito da realidade que os indivíduos ficaram
presos, na tradição, nos mitos antigos e em
explicações religiosas.
A dominação, nas organizações sociais,
baseados nos princípios religiosos, ou seja, na fé
se estendeu até o século XV. Para tanto, com o
século XIV começava a acontecer uma revolução
cultural. Dava-se inicio ao Renascimento.
Os
renascentistas,
baseados
na
percepção da filosofia grega que deram inicio ao
questionamento do mundo de maneira reflexiva
(como foi apresentado de forma sucinto
anteriormente no texto), assim, eles rejeitavam
todo e qualquer pensar sobre a cultura medieval,
que está ligada diretamente aos valores da igreja,
no caso, a Católica.
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O pensamento renascentista proliferou-se
por muitas partes da Europa e passaram a
influenciar a arte, a ciência, a literatura e a
filosofia, apresentando e defendendo o
pensamento crítico. Nesse período se constitui
um novo olhar de forma mais realista, e
aparecem pensadores que passam a investigar a
sociedade.
Dentre eles Nicolau Maquiavel (14691527), em que sua obra O Príncipe, faz uma
espécie de manual de guerra para Lorenzo de
Médici. Ali comenta como o governante pode
manipular os meios para a finalidade de
conquistar e manter o poder em suas mãos.
Obras como esta dão um novo olhar para
sociedade; através da razão os homens
poderiam dominar a sociedade, longe das
influências divinas.
O Iluminismo
“Esclarecimento [Aufklärung] é a saída do
homem de sua menoridade da qual ele próprio é
culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer
uso de seu entendimento sem a direção de outro
indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa
menoridade se a causa dela não se encontra na
falta de entendimento, mas na falta de decisão e
coragem de servir-se de si mesmo sem a direção
de outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer
uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do
esclarecimento.” (KANT, 1783)
No século XVIII, na Europa tem um
momento que fica conhecido como Iluminismo,
tem o seu inicio na Inglaterra e na França, mas
com o decorrer do tempo espalhou-se dentro do
continente europeu com ideias que valoriza a
ciência e a racionalidade no entendimento da
vida social que passou a ser mais forte ainda. No
domínio da cultura, na Europa do século XVIII
assistiu ao grande desenvolvimento da Filosofia
das Luzes, as suas ideias tinham por base o
racionalismo, isto é, a primazia da razão humana
como fonte do conhecimento.
A insatisfação generalizada que reinava
na Europa, devida à opressão exercida pela
política dos governos absolutistas, que era
combatida pelo Iluminismo, com intensa
produtividade de artistas, homens de ciência e
filósofos e colaborou decisivamente para mudar
as formas de pensar, sentir e agir das pessoas
esse período.
O absolutismo, que começou a surgir na
Europa ainda no final da Idade Média, no século
XV, em que o rei concentrava todo o poder em
suas mãos e governava sendo considerado um
representante divino na terra, uma voz de Deus,
na qual até a igreja raramente se sujeitava. A
principal característica das ideias iluministas se
constituiu na explicação racional das questões
que envolviam a sociedade, ou seja, seus
conflitos sociais.
Com o desenvolvimento desta corrente
filosófica a sociedade passou a ser pensada por
vários autores como: Voltaire (1694-1778),
filósofo que defendia a razão e combatia o
fanatismo religioso; Jean-Jacques Rousseau
(1712-1778), que estudou sobre as causas das
desigualdades sociais e defendia a democracia;
Montesquieu (1689-1755), que criticava o
absolutismo, e defendia a criação de poderes
separados (legislativo, judiciário e executivo), os
quais dariam maior equilíbrio ao Estado, uma vez
que não haveria centralidade de poder na mão do
governante.
Pois bem, o Iluminismo trás através de
seus pensadores e suas teorias sobre a
sociedade, neste período do surgimento é que se
consolida toda preparação para uma ciência que
viesse contribuir com a interpretação dos
movimentos da sociedade.
O Iluminismo combatia:
 O absolutismo Monárquico;
 O mercantilismo: a intervenção do estado
na vida econômica;
 O argumento do direito divino dos reis;
 A participação da igreja na vida pública.
As
principais
Iluminismo:
ideias
defendidas
pelo





A igualdade Jurídica;
A tolerância religiosa ou filosófica;
A liberdade pessoal e social;
Direito a propriedade privada;
Defesa do contrato como mediador das
relações sociais.
Depois de toda essa apresentação sobre o
processo histórica desde a antiguidade até a era
moderna, onde damos inicio a análise de duas
grandes causas importantíssimas para o
surgimento da Sociologia enquanto Ciência.
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Essas duas grandes causas são: a
Revolução Industrial em (1760), e a Revolução
Francesa (1789).
 O aparecimento das máquinas: Máquina
a vapor (Thomas Newcomen –1712),
 Revolução Comercial: Criou condições
para a Revolução Industrial;
Revolução Industrial

A Revolução Industrial se constitui como
causa econômica, com grande expansão do
comercio ultramarino (grande demanda de
produtos). Dentro desse processo acontecem
grandes transformações sociais.
A expressão Revolução Industrial foi
difundida a partir de 1845, por Friedrich ENGELS
(1820-1895) um dos fundadores do socialismo
científico, para designar o conjunto de
transformações técnicas e econômicas que
caracterizam a substituição de energia física pela
energia mecânica, da ferramenta pela máquina e
da manufatura pela fábrica no processo de
produção capitalista.
Até então um país como a Inglaterra que
tinha sua produção na mão do artesão agora com
as grandes navegações e suas demandas de
produtos tem que buscar uma forma de produzir
em alta escala, foi o grande precursor do
capitalismo, ou seja, a passagem do capitalismo
comercial para o capitalismo industrial. Escritores
consagrados como Adam Smith, Karl Marx, Eric
Hobsbawm entre outros exploram a importância
da Revolução Industrial e o surgimento do
capitalismo moderno.
A Revolução Industrial acelerou o
processo de migrações ou êxodo rural do campo
para a cidade, o que intensificou o crescimento
da população urbana e contribuiu para a
formação de uma nova classe social, e esse novo
fenômeno social trás, mão de obra abundante e
barata, ou seja, a classe operária. A jornada de
trabalho
nas
primeiras
décadas
de
industrialização tinha uma duração de 14 a 16
horas
diária.
Os
baixos
salários,
em
consequência de abundância da mão de obra e
da utilização das máquinas reduziram o preço da
força de trabalho a níveis de mera substância.
Causas gerais da Revolução Industrial
Entre os diversos fatores que se encontram
na origem do processo de industrialização, seis
merecem destaque especial:
Acumulação de capitais: comércio,
exploração colonial, tráfico negreiro,
desenvolvimento manufatureiro, etc;
 Apropriação dos meios de produção
pela burguesia: terras, manufaturas,
fontes de energia;
 Expansão dos mercados: Expansão
marítima
e
colonial,
origens
da
globalização,
difusão
do
trabalho
assalariado;

Formação da classe operária: êxodo
rural, ruína dos artesãos independentes,
divisão e especialização do trabalho.
Aspectos sociais da Revolução Industrial:
 Consolidação da sociedade capitalista e
da hegemonia burguesa.
 Burguesia: banqueiros, investidores,
grandes industriais e comerciantes,
latifundiários.
 Pequena
burguesia:
pequenos
empresários e proprietários, profissionais
liberais, funcionalismo publico, técnicos,
gerentes.
 Proletariado: operariado, trabalhadores
assalariados urbanos e do campo.
 Utilização das máquinas e novas fontes
de energia;
 Revolução nos transportes e nas
comunicações.
Revolução Francesa
A Revolução Francesa (1789) se constitui
como uma causa histórica política. Afinal foi com
ela que a burguesia ascendente assumiu o poder
político usando o povo, a nobreza e o claro
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tentavam sabota qualquer tentativa de reforma, a
pequena burguesia que participou ativamente da
revolução
entres
eles,
os
pequenos
comerciantes, os artesãos contra os reis
franceses
que
foram
guilhotinados,
o
disseminado os princípios da Liberdade,
Igualdade e Fraternidade.
Podemos entender essa luta de duas classes
ou sociedades antagônicas, de dois sistemas de
Estado o Absolutismo e o Liberalismo. A
sociedade francesa estava dividida em:
Burguesia:
As pessoas que moravam nos núcleos
urbanos (burgos), eram identificadas como sendo
os burgueses. Mas com o passar dos tempos,
essa denominação ficou apenas para os que
haviam enriquecido com o comércio, sobretudo
os comerciantes e banqueiros.
As principais causas da Revolução Francesa
foram as seguintes
 A crise financeira sofrida pelo país antes
da revolução (uma das principais causas);
 Os envolvimentos da França na Guerra de
Independência dos Estados Unidos, além
da participação e derrota na Guerra dos
Sete Anos;
 O regime político do país, que era
governado pelo absolutismo do rei;
A ascensão da classe burguesa, que
desejava mais liberdade em relação ao comércio
e o fim dos altos impostos.
O movimento cultural e intelectual iluminista,
que buscava a reforma social e o fim dos
pensamentos medievais.
A Sociologia esboçou-se enquanto ciência
no encalce do pensamento positivista, vinculada
à ordem das Ciências Naturais, defendida por
dois dos maiores pensadores: Auguste Comte e
Êmille Durkheim. Tanto Comte quanto Durkheim,
compartilhavam das mesmas preocupações
sobre como resolver os graves problemas
sociais, adquirido com advento dos meios de
produção capitalista, que teve grande influência
das duas revoluções burguesas, dessa forma
ambos buscam o entendimento e a compreensão
destes conflitos sociais surgido na sociedade
como: a miséria, o desemprego, alcoolismo e as
consequentes greves e rebeliões operárias.
Buscava com essa nova ciência implantar
uma nova educação, capaz de adequar
devidamente os indivíduos à nova sociedade,
com resgate de valores morais – como a
solidariedade – e estabelecer relações estáveis
entre as pessoas, independente da classe social
e à qual se vinculem.
Depois de todo esse processo histórico e
já com o surgimento da sociologia em quanto
ciência, e sua consolidação, assim, ocorrer sua
inserção no pensamento intelectual da sociedade
moderna em volta dos movimentos sociais
organizados, esta ciência teve sua inserção de
uma forma completa nas três correntes do
pensamento filosófico centrais, que tem como
finalidade analisar, compreender, explicar e dar
respostas aos fenômenos (acontecimentos)
sociais, políticos, econômicos e culturais.
A partir da consolidação da sociedade
capitalista nos séculos XVIII, XIX e XX as três
correntes filosóficas buscam expor não dentro da
mesma ótica, necessariamente, seja ela com a
mesma analise ou com os mesmos princípios,
mas, no entanto, em diferentes olhares e
percepção da compreensão metodológica na
construção e desenvolvimento dos conflitos e
práticas sociais.
Lembrete aos alunos PIA, fiquem atentos as
essas observações e definições abaixo.
O contexto histórico do surgimento da
sociologia dentro de um processo de
transformação, que se constitui em causas
econômicas, causas históricas e conceitos entre
outros, assim elencarei alguns.
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 Idade Moderna: transição do feudalismo
para o capitalismo.
 Revolução industrial: é afirmação do
modo de produção capitalista.
 Século XIX: Consolidação da burguesia e
da sociedade capitalista.
 Urbanização: formação da
operária, setores marginalizados.
classe
 Iluminismo:
racionalismo,
desenvolvimento cientifico e tecnológico.
 Problemas
sociais
e
criticas
as
contradições do sistema capitalista.
Atenção: Iluminismo: movimento intelectual
que surgiu e se desenvolveu na Europa no
século XVIII, o Iluminismo teve significativa
influência nas transformações políticas e
econômicas ocorridas nesse período.
Suas propostas mais relevantes foram a
defesa da liberdade econômica e política e a
valorização da ciência como principal meio de
compreensão do mundo, deixando em segundo
plano as explicações religiosas e superstições
oriundas das tradições e do senso comum. Seus
ideais serviram aos interesses da burguesia
nascente contra a estrutura social do Estado
absolutista. John Locke, Voltaire, Charles de
Montesquieu, Jean-jacques Rousseau e Adam
Smith são os representante mais importante do
Iluminismo e tiveram um papel central na
construção
do
pensamento
social
contemporâneo.
Ciências Sociais:
Área do conhecimento formada por três
disciplinas,
principalmente:
Antropologia,
Sociologia e Ciência Política. Em conjunto, elas
buscam compreender a realidade e propor
soluções para inúmeros conflitos sociais
contemporâneos. Ainda que, na prática, a divisão
entre as três ciências não seja rigorosa, por
convenção a Antropologia prioriza os fenômenos
culturais; a Ciência Política, as relações de poder
e instituições políticas; e a Sociologia, a análise
das relações e estruturas sociais.
Sociologia e sua interpretação:
Diferentemente
dos
modos
de
organização da vida social que a precederam, a
sociedade contemporânea, devido ao papel
exercido pelo conhecimento cientifico, tem sido
capaz de produzir diferentes explicações sobre si
mesmo. Muitas das reflexões construídas se
devem a análises sociológicas da realidade
social. Se pensar sobre a vida social é uma
característica das sociedades humanas, com a
Sociologia esse pensar adquire um rigor e uma
perspectiva singulares, que se expressam na
construção de diferentes métodos de análise da
realidade social.
Estuda as relações sociais e as formas de
associação, considerando as interações que
ocorrem na vida em sociedade. A Sociologia
envolve, portanto, o estudo dos grupos e dos
fatos sociais, a divisão da sociedade em classes
e camadas, da mobilidade social, dos processos
de cooperação, competição, conflito na
sociedade etc.
 Sociedade - complexo de relações
humanas, ou seja, um sistema de
interação;
 Social - qualidade de interação, interrelação e reciprocidade.
Augusto Comte (1798 - 1857), Émile
Durkheim (1858 - 1917), Karl Marx (1818 1883) e Mar Weber (1864 - 1920). Esses
autores são considerados como os clássicos da
Sociologia e propulsores dessa corrente que
influenciaram e ainda influenciam na manutenção
ou na mudança das relações sociais,
consequentemente no modo de produção
capitalista. É fundamental compreender estes
autores para melhor analisar o contexto e
momento histórico vivenciado, analisando quais
foram os seus legados à sociologia, moderna e
contemporânea.
Vamos conhecer um pouco mais sobre os
clássicos da Sociologia.
Isidore Augusto Merie Xavier Comte
(1798 - 1857), nascido em 19 de janeiro em
Montpellier, Fraça, filósofo de família católica.
Iniciou seus estudos no liceu de Montpellier. Mas
tarde aos 16 anos ingressou na Escola
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Politécnica de Paris. É considerado o pai da
Sociologia. Foi ele quem pela primeira vez usou
essa palavra, em 1839, em seu Curso de filosofia
positiva, entendido por ele como “física social”.
Para Comte, o conhecimento da sociedade
visava ao restabelecimento de sua “ordem”. Para
conhecer a sociedade era preciso os mesmos
procedimentos investigativos das ciências
naturais,
tais
como
a
observação,
experimentação e a comparação.
Comte faz parte de um grupo de
pensadores classificado como conservador, pois
suas ideias propõem a estabilidade e
desenvolvimento da sociedade capitalista.
Segundo ele, a sociedade estava passando por
um estado de “caos social” pós-revolucionários,
seja porque as ideias religiosas não mais serviam
de modelo de conduta para os homens e,
portanto, não se prestava a reorganizar a
sociedade. A sociologia de Comte pregava a
necessidade de reconciliação entre a “ordem” e o
“ progresso”, sendo a ordem existente o ponto de
partida para a nova sociedade, já o progresso se
apresentaria como consequência da ordem
existente. Suas principais obras são, Política
positiva ou tratado de sociologia instituindo a
religião da humanidade e o catecismo positivista
ou exposições sumárias.
Comte desenvolveu a lei dos três estados:
todas as ciências e o espírito humano como um
todo se desenvolve por meio de três fases
distintas:
Teológica:
A explicação sobre os acontecimentos e
os fenômenos ocorre a partir da crença na
intervenção de seres pessoais e sobrenaturais. O
mundo torna-se compreensível somente através
das ideias de deuses e espíritos. A mentalidade
teológica também desempenhava o papel de
coesão social, fundamentando a vida moral.
Metafísica:
Atribui forças para explicar os diferentes
grupos de fenômenos em substituição às
divindades da fase teológica. Fala-se em forças
físicas, forças químicas, força vital. Diferença:
metafísica coloca o abstrato no lugar do concreto
e a argumentação no lugar da imaginação.
Positiva:
Caracteriza-se pela subordinação da
imaginação e da argumentação à observação. A
visão positiva dos fatos abandona a consideração
das causas dos fenômenos e torna-se pesquisa
de suas leis, entendidas como relações
constantes entre fenômenos observáveis.
Empregar o mesmo método para todos os
campos
científicos
–
convergências
e
homogeneidade de teorias. A previsibilidade
científica permite o desenvolvimento da técnica.
Para Conte a duas categorias centrais em
sua Sociologia. A Estática e a Dinâmica social, a
estática consiste no estudo do consenso social,
ele faz uma comparação com um organismo vivo,
se por um lado à estática se presta a fazer a
analise da estrutura da sociedade, por outro,
analisa aos elementos que determinam o
consenso social, daquilo que faz os indivíduos
uma coletividade e das instituições uma unidade.
Já a Dinâmica é a descrição das etapas
sucessivas percorridas pelo processo histórico
das sociedades humanas, comandada por leis.
Essa esta subordinada a Estática.
Émille Durkheim (1858-1917)
Contribuição: estabelecer a sociologia
um objeto (Fato social) e um método
(Funcionalista), em sua obra As regras do
método sociológico
Émile Durkheim (1858-1917), nasceu em
Epinal, na Alsácia. Era descendente de uma
família de rabinos. Iniciou seus estudos
filosóficos na Escola Normal Superior de Paris,
indo depois para a Alemanha. Lecionou
Sociologia em Bordéus, primeira cátedra dessa
ciência criada na França. Transferiu-se em 1902
para Sorbone, para onde levou inúmeros
cientistas entre eles seu sobrinho Marcel Mauss,
reunindo-os num grupo que ficou conhecido
como a escola sociológica francesa.
Suas principais obras foram:
 Da Divisão do Trabalho Social;
 As Regras do Método Sociológico;
 O Suicídio;
 Formas Elementares da Vida
Religiosa;
 Educação e Sociologia;
Durkheim delimitou claramente o objeto
do estudo da sociologia, o Fato Social. Em seu
livro “As regras do método sociológico”, Durkheim
mostra que em todas as sociedades existe um
grupo determinado de fenômenos que são
exteriores ao individuo e exercem um poder
coercitivo sobre o mesmo, a este ele denominou
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de fato social, o FATO SOCIAL em Durkheim
consiste na maneira de pensar, sentir e agir
exteriores ao individuo dotadas de um poder de
coerção reconhecida para a existência de alguma
sanção determinada.
Durkheim ao definir os fatos sociais,
mostra consequentemente que o homem é mais
que um formador da sociedade é um produto
dela, ou seja, ao receber das instituições sociais
uma série de princípios que nos é passado, em
grande parte, através da educação, princípios
morais, religiosos, éticos ou de comportamento,
qualquer desvio a estes percebe uma grande
repressão por parte da consciência pública, que
segundo Durkheimt “reprimem todos os atos que
a ofendam, através da vigilância que exercem
sobre a conduta dos cidadãos e das penas
especiais que dispões” (Durkheim, 1968, p. 390).
Durkheim parte da ideia de que o
indivíduo é produto da sociedade. Como cita
Aron, “[…] o indivíduo nasce da sociedade, e não
a sociedade nasce do indivíduo” (2003, p. 464).
O indivíduo e a sociedade, para Durkheim,
compõem uma inter-relação conjugada, onde
uma parte pertence ao outro em harmonia
constante. Na verdade, uma tensão entre
indivíduo e sociedade seria um equívoco em
termos, pois o indivíduo não existe em sua
plenitude, ou seja, as ações sociais não
dependem do indivíduo, mas sim, do coletivo.
de sua adesão consciente, ou seja, eles são
exteriores aos indivíduos. As regras sociais, as
crenças, os costumes, as leis e os valores já
existem antes do nascimento das pessoas; são a
elas impostos por mecanismos de coerção social,
como a educação. Portanto, os fatos sociais são
ao mesmo tempo coercitivos e dotados de
existência exterior às consciências individuais.
Uma conclusão lógica importante é que todo
processo de socialização implica um alto grau de
coerção (imposição).
Generalidade: É social todo fato que é
geral, que se repete em todos os indivíduos ou,
pelo menos, na maioria deles. Os fatos sociais
manifestam sua natureza coletiva ou um estado
comum ao grupo, como as formas de habitação,
de comunicação, os sentimentos e a moral.
A generalidade distingue o essencial do
fortuito e especifica a natureza sociológica dos
fenômenos. Mas, um fato social é geral porque é
coletivo, mas não pode ser considerado um
fenômeno coletivo apenas por ser geral. Quando
falamos em um fato coletivo, afirmamos que esse
fato é independente de suas manifestações
individuais. Dito de outro modo, um fato não é
social por ser generalizado em uma dada
coletividade, porém é geral para a coletividade
por ser social.
Fato social
características:
É de certo modo a moral vigente da
sociedade. A consciência coletiva manifesta-se
nos sistemas jurídicos, nos códigos legais, na
arte, na religião, nas crenças, nos modos de
sentir, nas ações humanas. Existe difundida na
sociedade e é interiorizada pelos indivíduos Para
Durkheim, a sociedade è mais do que a soma
dos indivíduos e o todo (a sociedade) prevalece
sobre as partes (os indivíduos). Depois que
Durkheim fala sobre a consciência coletiva ele
cria o conceito de representações sociais que
são estados de consciência coletiva
tem
que
ter
três
 Coerção social;
 Exterioridade;
 Generalidade;
Coerção social: A força que obriga o
indivíduo a conduta e a formas de pensar
específicas – manifestas em representações
coletivas e regras de comportamento.
Exemplos: modelos de relações familiares,
religião, língua, códigos legais etc.
Coerção social direta: direito, educação,
família e religião;
Coerção social indireta: língua, sistema
econômico, desenvolvimento tecnológico.
“A coerção social não exclui necessariamente a
personalidade individual”.
Exterioridade: Existem e atuam sobre os
indivíduos independentemente de sua vontade ou
A Consciência Coletiva:
Solidariedade orgânica e mecânica:
Durkheim enfatiza a respeito da
consciência coletiva, as normas, um padrão que
uma sociedade segue e desenvolve uma
solidariedade social, onde se faz referência de
dois tipos desta solidariedade: a solidariedade
mecânica e a solidariedade orgânica. Assim a
função da solidariedade é torna o indivíduo
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integrante do todo, tirando lhe parte de seus
movimentos. Assim ele distingue dois tipos de
solidariedade, que correspondem a duas formas
de organização social, diferenciando-se pelo
fundamento da coesão social.
O primeiro tipo de solidariedade se
encontra
nas
sociedades
antigas,
précapitalistas,
e
pode
ser chamada
de
solidariedade mecânica, que mantém unida
devido
aos
seus
membros
possuírem
características iguais.
Ao contrário da solidariedade mecânica, a
sociedade moderna, a partir da Europa
industrializada do século XIX, caracteriza-se pela
solidariedade orgânica. Trata-se de uma
sociedade complexa fundamentada na divisão do
trabalho, segundo o princípio da especialização,
e seus laços resultam da diferenciação, ou se
exprimem por seu intermédio. A solidariedade
cria-se através de redes de relacionamento entre
indivíduos e grupos, onde cada um deve
respeitar as obrigações assumidas por contrato.
defesa da classe trabalhadora essa escolha fez
com que passasse por momentos difíceis,
encontrava-se na pobreza e com sua mulher
doente, o grande companheiro que lhe prestou
ajuda financeiro e intelectual foi F. Engels. Suas
principais obras - Manifesto do partido comunista,
A luta de classes em França e O Capital.
Principais
contribuições
de
Marx,
Descrever o funcionamento do capitalismo a
partir dos processos e conexões existentes entre
as unidades sociais envolvidas (assalariados,
detentor do capital, ‘mercado’, competição) e
suas motivações. A principal característica da
sua teoria (ex. teoria do conflito)? A luta de
classes. Sendo as classes caracterizadas pela
posse ou não dos meios de produção.
O pensamento de Marx:
 Filosofia alemã
 Socialismo utópico francês
 Economia política clássica inglesa
Anomia:
A luta de classes:
Carência de regulamentação social,
ausência de regras sociais. Durkheim vai
considerar o capitalismo perfeito, porque gera a
produtividade, a divisão do trabalho, dependência
dos indivíduos e solidariedade. E como explicar
os suicídios, criminalidade, violência? A crise da
sociedade é uma crise moral! Ou as normas
estão falhando (fato patológico) ou há ausência
de normas (anomia)
Karl Heinrich Marx (1818 - 1883):
Marx nasceu em tréves, sul da Prússia
Ranânia, pertence hoje à Alemanha ocidental,
descendente de judeus, tinha uma vida de classe
média em virtude do seu pai que teve de mudar
de nome por ser de origem judia, posteriormente
se envolveu com os movimentos sociais
organizados e abdicou de muitos saberes
característicos da classe média.
Em 1848, Marx foi convidado pelo
movimento operário para expor suas ideais de
como deve ser uma sociedade sem exploração,
foi quando escreveu uma de suas obras o
manifesto comunista, expulso pelo governo da
Bélgica, Marx instalou-se definitivamente na
Inglaterra. Sua vida foi constantemente em
Marx pretendendo caracterizar não
apenas uma visão econômica da historia, mas
também uma visão histórica da economia, a
teoria marxista também procura explicar a
evolução das relações econômicas nas
sociedades humanas ao longo do processo
histórico. Segundo a concepção marxista, uma
permanente dialética das forças entre poderosos
e fracos, opressores e oprimidos, a historia da
humanidade seria construída por permanente luta
de classes, como deixa bem claro a primeira
frase do primeiro capitulo de sua obra O
Manifesto comunista. “A historia de toda
sociedade passada é a historia da luta de
classes”.
Para Engels a classe era “os produtos das
relações econômicas de sua época”. Não
importando a diversidade de classes, escravidão,
servidão e capitalista, para ele seria as etapas de
um processo único. A base da sociedade é a
produção econômica. Devemos entender que na
visão dele sobre a base econômica se ergue uma
superestrutura, ou seja, um estado de ideias
econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas
e artísticas. No pensamento de Marx deveria
ocorrer uma inversão da pirâmide social, para o
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autor o poder deveria esta na mão da maioria, os
proletários assim se constituíam a única forma de
destruir a sociedade capitalista, e daí construir
uma nova sociedade mais justa, o socialismo.
 Burguesia: detentora dos meios de
produção
 Proletariado: Vendedor de sua própria
força de trabalho
Marx apresenta o Conceito de mais-valia:
A mais-valia é constituída pela diferença
entre o preço pelo qual o empresário compra a
força de trabalho (6 horas) e o preço pelo qual
ele vende o resultado (10 horas por exemplo).
Desse modo, quanto menor o preço pago ao
operário e quanto maior a duração da jornada de
trabalho, tanto maior o lucro empresarial.
Esse enriquecimento favorece a burguesia –
classe que detém os meios de produção - que
passa a contestar o poder do rei, resultando na
crise do sistema absolutista. E com as revoluções
burguesas, como a Revolução Francesa e a
Revolução Inglesa, estava garantido o triunfo do
capitalismo.
É composto pelos meios de produção e as
relações de produção.
 Meios
de
produção:
Máquinas,
ferramentas, tecnologia, força de trabalho.
 Relações de produção: Somente por
meio delas se realiza a produção. Elas
variaram de acordo com os meios de
produção. São as próprias relações e
organizações entre os homens.
Alienação:
Mais-valia absoluta e mais-valia relativa:
A produção da mais-valia absoluta se
realiza com o prolongamento da jornada de
trabalho além do ponto em que o trabalhador
produz apenas um equivalente ao valor de sua
força de trabalho e com a apropriação pelo
capital desse trabalho excedente. [...] [A maisvalia relativa] pressupõe que a jornada de
trabalho já esteja dividida em duas partes:
trabalho necessário e trabalho excedente. Para
prolongar o trabalho excedente, encurta-se o
trabalho necessário com métodos que permitem
produzir-se em menos tempo o equivalente ao
salário.
A produção da mais valia absoluta gira
exclusivamente em torno da duração da jornada
de trabalho; a produção da mais-valia relativa
revoluciona totalmente os processos técnicos de
trabalho e as combinações sociais. (MARX,
2006b, p. 578 – meu grifo).
O capitalismo e seu modo de produção:
Tem seu início na Europa. Suas
características aparecem desde a baixa idade
média (do século XI ao XV) com a transferência
do centro da vida econômica social e política dos
feudos para a cidade. Com o absolutismo e com
o mercantilismo o Estado passava a controlar a
economia e a buscar colônias para adquirir
metais (metalismo) através da exploração. Isso
para garantir o enriquecimento da metrópole.
Assim, quanto mais o mundo das coisas
aumenta de valor, mais o mundo dos homens se
desvaloriza. Ocorre então a alienação, já que
todo trabalho é alienado, na medida em que se
manifesta como produção de um objeto que é
alheio ao sujeito criador. O raciocínio de Marx é
muito simples: ao criar algo fora de si, o operário
se nega no objeto criado. É o processo de
objetificação. Por isso, o trabalho que é alienado
(porque cria algo alheio ao sujeito criador)
permanece alienado até que o valor nele
incorporado pela força de trabalho seja
apropriado integralmente pelo trabalhador.
Materialismo Histórico:
Na teoria marxista, o materialismo
histórico pretende a explicação da história das
sociedades humanas, em todas as épocas,
através dos fatos materiais, essencialmente
econômicos e técnicos. A sociedade é
comparada a um edifício no qual as fundações, a
infra-estrutura, seriam representadas pelas forças
econômicas, enquanto o edifício em si, a
superestrutura,
representaria
as
ideias,
costumes, instituições (políticas, religiosas,
jurídicas, etc). A propósito, Marx escreveu, na
obra A Miséria da filosofia (1847) na qual
estabelece polêmica com Proudhon:
As relações sociais são inteiramente
interligadas às forças produtivas. Adquirindo
novas forças produtivas, os homens modificam o
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seu modo de produção, a maneira de ganhar a
vida, modificam todas as relações sociais. O
moinho a braço vos dará a sociedade com o
suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o
capitalismo industrial.
Tal afirmação, defendendo rigoroso
determinismo
econômico
em
todas
as
sociedades humanas, foi estabelecida por Marx e
Engels dentro do permanente clima de polêmica
que mantiveram com seus opositores, e
atenuada com a afirmativa de que existe
constante interação e interdependência entre os
dois níveis que compõe a estrutura social: da
mesma maneira pela qual a infra-estrutura atua
sobre a superestrutura, sobre os reflexos desta,
embora, em última instância, sejam os fatores
econômicos
as
condições
finalmente
determinantes.
Para entendemos o processo da interpretação
dialética:
Sua analisa parte da história como um
movimento perpétuo e contínuo. (Heráclito).
Assim
se
desenvolve
um
movimento
consequente das próprias ações dos homens.
Dessa forma se constitui uma reflexão crítica
sobre a realidade.
Marx explica que somente a dialética consegue
apreender os movimentos do real. Dentro desse
processo tem um papel central no pensamento
na apreensão do real, esse pensamento está
inserido no próprio real, entretanto os filósofos
até hoje se preocuparam apenas em interpretar o
mundo; trata-se, porém, de transformá-lo.
Como se constitui a infra-estrutura
sociedade na visão de Marx:
na
 A essência do sistema do pensamento de
Marx é caracterizado a partir do modo de
produção capitalista.
 A alteridade da sociedade devemos
entender a partir da análise das relações
de produção.
 A relação que entendemos como valor de
troca, tem como mecanismo em que todos
os produtos são mercadorias.
Características da Mercadoria:
 As mercadorias são produtos da relação
humana entre o trabalho e o seu valor, a
quantidade de trabalho.
 Unidade básica do MPC (modo de
produção capitalista), pela qual se
caracteriza o sistema capitalista.
 Valor de Uso: Utilidade da mercadoria
(Qualitativo).
 Valor de Troca: usa-se a reprocidade, ou
seja, a troca se realiza em um produto por
outro, isso chamamos de mercadoria
(Quantitativo).
A troca:
 É a própria relação entre as mercadorias;
assim o valor de uma mercadoria se
apresenta em uma mercadoria diferente,
ou seja, outra relação.
 O dinheiro em Marx, para ele, se
configura em outra mercadoria qualquer.
 O dinheiro é tido como o equivalente
universal de troca, com o advento do
sistema capitalismo, passa ser o centro
das relações sociais, ou seja, compra tudo
que desejar.
As transformações que a mercadoria causa:
 O trabalho é transformado em mercadoria.
O individuo passa a ser mercadoria
quando vende sua força de trabalho.
 Isto é, produzimos mercadorias e
paradoxalmente somos mercadorias. Só
nos comunicamos por intermédio dos
produtos do trabalho, ou seja, por
intermédio das mercadorias.
 Expressa toda a supremacia do Valor de
Troca sobre o Valor de Uso. É a
mercantilização de qualquer ou forma de
relação social.
O conflito da produção expresso
Superestrutura e o papel do Estado:
na
 O antagonismo entre as relações da
burguesia
verso
proletariados
se
apresenta também na superestrutura.
 O Marx denomina de Lutas de Classes,
que perpassa a dimensão de luta
econômica e chega também na relação
(luta) política entre as duas classes.
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 A luta de classes se constitui como uma
animação, sem a compreensão do
Estado. O Estado precisa ser entendido
como
um
intermediador
entre
a
superestrutura e o poder organizado de
uma classe social, que detém os meios de
produção, a Burguesia e o Estado que
mantém uma relação de interesse.
A sociologia em Weber é uma ciência que
tem como objetivo, a compreensão interpretativa
da ação social, e esse último termo será
reservado à ação cuja intenção fomentada pelos
indivíduos envolvidos se refere à conduta de
outros, orientando-se de acordo com ela. (Weber,
1987, p. 9).
Características para se compreender Weber:
Estado e Sociedade:
 O Estado não está separado da
sociedade.
 O Estado é produto das relações
contraditórias apresentadas na própria
sociedade.
 O Estado é a expressão máxima da
relação de produção específico do
capitalismo. O monopólio do aparelho
estatal, diretamente ou por meio de
grupos de interesses, é a condição básica
do exercício da dominação.
 O poder político é em sua organização, o
poder organizado de uma classe
dominante, (a burguesia) para a opressão
das outras classes sociais.
Max Weber (1864-1920):
Marx Weber nasceu na Alemanha, em 21
de abril de 1864. Doutorou-se em Direito em
1889. Lutou contra o pensamento conservador e
marxista do seu tempo, defendeu um Estado
Liberal, democrático e constitucional, que fosse
capaz de barrar a ditadura burocrática alemã,
que em sua época estava sob o controle dos
monarcas.
Defendeu uma sociologia compreensiva,
pautando-se diretamente na matéria, na história e
valores. Percebendo que as ações que o
individuo desenvolve, um fator básico em virtude
de ser único portador de conduta significativa,
cada um possui uma especificidade. Assim
Weber busca compreender a ação social do
individuo, o valor que o ator atribui a sua conduta.
A partir dessa visão Weber entende que pode
compreender o individuo através dos valores
adquiridos e das obras que o constituíram.
Sociologia para Weber:
 Objetivo do Weber: compreender a
singularidade do mundo ocidental.
 Metodologia:
Compreensiva
e
explicativa.
 Objeto de Estudo: Ação social, seus
contextos e efeitos.
 Problemática: racionalização do mundo e
seus efeitos.
 Tipo Ideal: instrumento metodológico.
 O papel social: é aquilo que você faz
dentro da sociedade em um determinado
momento, isso é o papel social.
 O status social: é a sua realidade social
naquele instante, naquele momento.
 Instituição
Social:
são
aquelas
organizações existentes na sociedade
que tem como OBJETIVO EDUCAR o
individuo para a VIDA SOCIAL. Então são
as instituições sociais que regulam as
ações sociais que dizem o que ou não ser
feita.
Weber vai analisar os sentidos das ações
sociais e para ele pode interder melhor essas
relações, vai caracterizar tipos ideais. O autor vai
classificar categorizar as ações em tipos ideais. A
sociologia é uma ciência compreensiva e
explicativa, a sociologia compreende, interpreta,
explica a causalidade.
O conceito de ação
social:
A ação social é um sistema de objetivos
mais adequados para uma transformação das
sociedades. Só existe, uma ação social quando o
indivíduo estabelece uma comunicação com os
outros, sendo que tal indivíduo deseje ou não
passar por aquela transformação. Um exemplo
que Max Weber cita é que, quando se tem uma
eleição, os eleitores definem seu voto a partir da
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ação, opiniões dos outros que estão ao seu
redor, ou seja, os indivíduos não conseguem ter
suas próprias ações. Para Weber, a ação social.
Muita atenção:
Nos conceitos de ação social e definição de seus
diferentes tipos, Weber não analisa as regras e
normas sociais como exteriores aos indivíduos.
Para ele as normas e regras sociais são o
resultado do conjunto de ações individuais que se
ligam a outros indivíduos formando uma teia de
sentidos.
Tipo Ideal Weberiano:
O tipo ideal é obtido mediante o
encadeamento de um conjunto de fenômenos
isoladamente dados, que se ordenam segundo
os pontos de unilateralmente acentuados, a fim
de se formar um esquema homogêneo de
pensamento. “um tipo ideal é a seleção arbitrária
das características de um fenômeno a partir das
inúmeras qualidades presentes na realidade, sem
nenhuma tentativa de colocá-lo em uma relação
superordenada”.
Tipos de ação social: são 4 segundo Weber:
 Racional com relação ao objetivo: é a
ação social determinada pelo cálculo
racional que coloca fins e organiza os
meios necessários.
Ex.: a construção de uma ponte, a atuação no
mercado de ações, a administração de uma
empresa.
 Racional com relação a valores: É
aquela definida pela crença consciente no
valor de uma determinada conduta
orientada por um princípio ético, estético,
religioso ou na defesa da “honra”.
Ex.: Ceder o lugar no ônibus a um idoso ou
devolver o troco errado. Em ambos os casos a
ação social é orientada pela sociedade baseados
em valores.
 Ação tradicional: aquela determinada
por um costume ou um hábito arraigado.
Ex.: A tradição do kilt na Escócia (saias para
homens), a troca de presentes no Natal e o
chimarrão podem ser explicados na tradição
por trás dessas práticas. A ação social,
nesses casos, é baseada na tradição.
 Ação afetiva: é aquela definida pela
reação emocional do sujeito quando
submetido a determinadas circunstâncias.
Ex.: a mãe que bate no filho por ele ter se
comportado mal, o comportamento “diferente” de
certas pessoas em festas e o cuidado dos pais
por seus filhos.
As três formas de legítimas de dominação:
Retomando a questão do poder, para
Weber, existe uma força que permite com que
uns consigam se impor sobre os demais,
sujeitando-os à sua vontade. Essa força está na
fonte que legitima esse poder. Para distinguir e
analisar essas fontes do poder na sociedade,
Weber lança mão dos tipos ideais. O autor
identifica três formas de dominação consideradas
legítimas pelos sujeitos.
 Dominação Legal: Tipo de poder onde
predominam normas impessoais e cargo.
Um tipo de poder onde se predomina
normas impessoais e hierárquicas.
Normatização de uma ação.
Ex. cargo público → juízes, policiais, prefeito.
 Dominação tradicional: A tradição é
identificada por weber como uma fonte de
poder.
Nesses
casos
predominam
características patriarcais e patrimonialista
baseada na tradição. Assim, ela se
sustenta nos costumes, nas relações
sociais passada na tradição de um povo.
Ex.: A tradição é uma das fontes de autoridade
dos sacerdotes religiosos.
 Dominação
Carisma:
Predominam
características
místicas
e
de
personalidade; há seguidores, devoção e
respeito pela pessoa em si, não pelo
cargo ocupado nem por alguma tradição
que possa ampara-lo.
ex.: líderes “populares” que, independentemente
de cargos ou dinheiro são considerados
autoridades e respeitados como tais. Líderes
religiosos, políticos e artistas podem se valer do
carisma como fonte de poder.
Burocracia:
A burocracia é uma forma de organização
humana que se baseia na racionalidade, isto é,
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na adequação dos meios aos objetivos (fins),
para que se obtenha o máximo de eficiência
possível para no alcance desses objetivos.
Burocracia: tem a função de organizar
racionalmente um espaço, um grupo, uma
sociedade e um Estado. A burocracia é um
instrumento de legitimação da autoridade, que
queria buscar a perfeição no serviço prestado e
exercido pelo burocrata.
Racionalização: é o desenvolvimento da
ciência, da tecnologia moderna e da burocracia.
A burocracia organiza a vida econômica e social
de acordo com os princípios de eficiência e na
base do conhecimento técnico.
Ex. na sociedade tradicional, a religião, e os
costumes muito antigos definiam amplamente a
atitude e os valores das pessoas. Já na
sociedade
moderna
é
marcada
pela
racionalização de mais e mais áreas da vida,
política e religiosa.
mundo. Uma delas é a própria religião que age
num processo de “desmagificação” das vias de
salvação; a outra é a ciência, uma força empíricointelectual, que ao desencantar o mundo, o
transforma num mero mecanismo causal. Assim,
acontece o desencantamento do mundo todas as
vezes em que os elementos mágicos do
pensamento vão sendo desalojados do contexto
religioso, e todas as vezes em que as ideias vão
possuindo cada vez mais uma consistência
sistemática e também naturalística, ou seja ,
científica.
O Desencantamento do mundo: não é
desencanto com outra pessoa, não é um estado
de espírito. O desencantamento em sentido
estrito se refere ao mundo da magia e quer dizer
literalmente: tirar o feitiço, desfazer um sacrifício,
escapar da praga rogada, derrubar um tabu, em
quebrar o encanto.
Tipos de Estado:
Principais características do tipo ideal de
Burocracia (Max Weber):
 Finalidade:
As
burocracias
são
essencialmente sistemas de normas. A
figura da autoridade é definida pela lei,
que tem como objetivo a racionalidade
das decisões em critérios impessoais.
 Impessoalidade:
As
pessoas
são
ocupantes de cargos ou posições formais.
Alguns dos cargos são figuras de
autoridade. A obediência é devido aos
cargos, não aos ocupantes. Todas as
pessoas seguem a lei.
 Profissionalismo: As burocracias são
formadas
por
funcionários.
Os
funcionários são remunerados, obtento os
meios para sua subsistência. As
burocracias funcionam como sistemas de
subsistência para os funcionários.
Desencantamento do Mundo:
Racionalização,
Secularização
e
Desculturalização.
Tudo o que é estamental, tudo que é
sólido, se evapora, tudo que é sagrado é
profanado... (Weber, ética Protestante e o
Espírito do Capitalismo).
E para tanto, são duas as forças que
atuam neste processo de desencantamento do
O Estado Absolutista:
Surgido em um período de confronto entre
nobreza e clero – de um lado – e burguesia – de
outro. A princípio a burguesia tentou estabelecer
acordos políticos com os monarcas, que
aproveitaram a disputa entre as camadas sociais
para aumentar seu poder político. Surgiu um
novo tipo de Estado, apoiado pela burguesia, que
se estendeu por vastos territórios e centralizou as
decisões políticas.
O absolutismo teve em Thomas Hobbes
(1588-1679) seu representante, cuja teoria
procurava as origens do Estado e sua finalidade.
Hobbes defendia um Estado soberano com
representação máxima de uma sociedade
civilizada e racional.
No Absolutismo o poder político
centralizou-se no interior do domínio nacional (ou
territorial) e os parlamentos que surgiram nesse
Estado funcionavam como órgãos consultivos,
pois não eram permanentes e não tinham força
perante o rei.
Atenção: O Estado nunca interessou afastar a
Igreja da vida política, pois o melhor seria
submetê-la ao seu poderio e conservar sua
função religiosa, que beneficiava o próprio
Estado.
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Estado Absolutista: surge em Portugal, no
final do século XIV com a revolução de Avis. No
reinado de Luis XIV (1638 - 1715)
Ponto alto na França, no reinado do Rei
Luis XIV (1638 - 1715).
Frase que expressa o Absolutismo “O
Estado sou eu”.
Característica do Estado Absolutista:




Controle econômico;
Concessão de monopólios;
Fixava o preço, tarifas;
Administrava: as moedas, os metais
preciosos;
 Acúmulos de bens → expressão máxima
da riqueza de um país;
O Estado Liberal:
Forma de administração do Estado:
 Centraliza e prática;
 Cuida do contingente militar, criando um
exercito profissional;
a) Impostos gerais→ que era para manter e
sustentar o exercito.
O Estado Absolutista colocou frente a frente:
 Os
estamentos
feudais
dominante
(nobreza e clero), e a burguesia→ classe
em ascensão da época.
Disputam interesses referentes:
 A justiça;
 Administração do patrimônio público;
 A administração econômica.
O Estado Absolutista monárquico é o regime
em que o monarca possui o poder absoluto,
podendo decretar leis, criar e cobrar impostos,
nomear funcionários, e manter um exercito
permanente.
O rei era a própria fonte do Direito, apoiado
pela igreja e amparado pela teoria dos direitos
divinos dos reis, segundo o qual os reis recebiam
de Deus essa autoridade.
Estado
liberal
se
encontra
nos
fundamentos da doutrina do direito natural, para
a qual o Estado nasce de um contrato social
estabelecido entre homens igualmente livres,
com o único intuito da autopreservação e da
garantia de seus direitos naturais. Eis os
fundamentos do Estado liberal – a garantia das
liberdades individuais advindas do estado natural
concebida enquanto limites do poder concedido
ao Estado. Ou seja, as liberdades individuais são
elas próprias os limites do Estado liberal.
O Estado liberal ergue-se sobre os
pressupostos da limitação do poder estatal em
contraposição ao poder estatal absoluto. O
liberalismo parte de definições – de homem,
sociedade e direitos individuais –, puramente
gnosiológicas. No caso do progenitor do
liberalismo político – o nominalista John Locke –,
o homem emerge de uma concepção atomista
psicológico-empírica de indivíduo, através da
qual se afirma que as essências são todas de
natureza nominal (LOCKE, 1999).
O Estado que nasce a partir da pena de
Hobbes tornou possível a unificação do poder,
considerado absoluto justamente por ser superior
a toda e qualquer forma de poder. Ou seja, o
único capaz de produzir o direito, e, portanto, “[...]
produzir normas vinculatórias para os membros
da sociedade [...]” (BOBBIO, 1997, p.13) e para si
próprio.
Atenção: Estado soberano: e a forma
constitutiva de poder que se estabelece não
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reconhece e não pode reconhecer acima de si
nenhuma forma superior de poder.
Estado Liberal ou Liberalismo
O Estado Liberal emergiu no século XVIII,
reação ao Estado Absolutista.
Valores primordiais do Estado Liberal:
 Individualismo;
 Liberdade;
 Propriedade privada;
O Estado Liberal vem em oposição ao estado
Absolutista, o Absolutismo se constitui em um
Estado controlando tudo, já o Estado liberal
prega uma Liberdade individual na sociedade, a
burguesia precisava tirar da mão do rei o controle
econômico, aja vista que neste período já estava
se vivendo uma fase capitalista conhecida como
capitalismo concorrencial.
O Estado Liberal se dizia representante da
sociedade, um papel de “Guardião da ordem”. O
Estado Liberal não intervém nas relações entre
indivíduos,
mas
cada
individuo
possa
desenvolver suas atividades. Ele também
estabelece a separação entre público e privado.
A estrutura política do Estado Liberal: se
fundamenta na ideia de Soberania Popular.
EX.: Art. 1º da CF 88→ todo poder emana do
povo, que exerce por meio de seus
representantes eleitos ou diretamente, no termos
da constituição.
O Parlamento é a instituição central do
Estado Liberal.
Objetivo do Estado Liberal:
 A não intervenção do estado nas
atividades econômica;
 Laissez – faire; laissez – passer ( deixai
fazer, deixai passar), significa que a
economia não deve se regulada pelo
Estado, mas por si mesma, ou seja, pelo
mercado. Essa regulamentação pelo
mercado Adam Smith (1723 - 1790), vai
chama de “a mão invisível”.
Segundo Adam Smith, a plena liberdade para
a produção e a circulação de mercadorias
garantiria o pregresso das empresas e das
nações, contribuindo até para a paz mundial.
O pensamento liberal começaram a se
arruinar no final do século XIX, e termina com a
primeira guerra mundial (1914 - 1918), isso
aconteceu por que a intensa concorrência entre
empresas provocou o desaparecimento das
pequenas firmas, que faliam ou eram compradas
pelas maiores. A concentração ficou tão grande e
o capital centralizou-se na mão tão poucos que a
concorrência passou a ser entre países, e não
mais só entre empresas.
A “guerra” de mercado chegou a vias de foto,
transformou-se numa guerra de verdade entre
países. As crises econômicas tornaram-se
frequente e a competição entre nações ficou
ainda maior. A eclosão da primeira guerra teve
origem nessas disputas entre nações europeias.
O Estado Liberal-Democrático.
As sociedades capitalistas, movidas pela
burguesia revolucionaria, criaram o Estado
Liberal Democrático, que entrou em prática em
locais onde a burguesia se chocou com a
nobreza e buscou apoio entre os operários e
camponeses.
O Estado de Bem-estar Social
O Estado tem uma função interventiva e
regulatória na área do Bem-estar Social. Tem
ainda o objetivo de explicar como o poder de
mobilização política contribuiu na constituição, a
partir da referência teórica de Esping-Andersen,
que enfatiza a interferência significativa dos
mecanismos políticos e institucionais de
representação para a construção de consensos
na condução dos objetivos de bem-estar,
emprego e crescimento (ESPING-ANDERSEN,
1995).
O Estado de Bem-estar Social, visto que
contemplam as distintas formas de articulação
dos mecanismos de proteção social – Estado,
mercado e família. O Estado do bem-estar social
foi muito criticado por uma parcela da burguesia
que afirmava que este não valia o quanto
custava,
pois
os
negócios
ficavam
comprometidos
com
tantos
impostos
e
bloqueava-se o desenvolvimento econômico.
Tentava resolver dois problemas:
 Os movimentos dos trabalhadores que
exigiam melhores condições de vida.
 As necessidades do capital, que buscava
alternativa para a construção de uma
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nova ordem econômica mundial diante do
bloco socialista.
Características:
 É um sistema generalizado, que abrange
o conjunto da população, seja qual for o
seu estatuto de emprego ou o seu
rendimento;
 É um sistema unificado e simples: uma
quotização única abrange o conjunto dos
ricos que podem causar privações do
rendimento;
 É um sistema uniforme: as prestações são
uniformes seja qual for o rendimento dos
interessados;
 É um sistema centralizado: preconiza uma
reforma administrativa e a criação de um
serviço público único (ROSANVALLON,
1981, p.115).
 Intervenção na economia (regulando e
subsidiando).
 Redistribuindo rendimento
Finalidade Política:
 Era romper com o principio liberal.
O capitalismo e o Estado Social propunham:
 Moradia digna, educação de qualidade,
assistência à saúde, transporte coletivo,
trabalho e Salário etc.
 O Estado direcionou suas propriedades
para proporcionar trabalho para maior
parte da população.
Atenção: A brutal acumulação de riquezas
impulsiona os conflitos entre as classes sociais, e
o Estado vê-se obrigado a criar órgãos para
atender as reivindicações populares, usando o
que se chama de política de bem-estar social.
Estado Neoliberal:
Mas o que é neoliberalismo? Compreende
a liberação e generalização das atividades
econômicas, compreendendo a produção,
distribuição, troca e consumo.
A partir da década de 1970, pós a crise do
petróleo, houve nova necessidade de mudança
na organização estatal, ou seja, no Estado.
O capitalismo enfrentava vários desafios:
 As empresas Multinacionais (precisavam
expandir-se);
 O desemprego crescente (nos EUA e nas
maiorias dos países europeus);
 Os
movimentos
grevistas
se
intensificavam (em quase toda a Europa);
 Os
países
em
desenvolvimentos
(aumentavam seu endividamento).
Os analistas tendo como referências os
economistas: Friedriech Von Hayek (1899 - 1992)
e Milton Friedman (1912 - 2006) atribuiu a crise
aos gastos públicos as políticas sociais.
As políticas sociais causaram:
 Déficits Orçamentários;
 Mais Impostos;
 Aumento da Inflação.
OBS: Essas políticas
comprometendo:
sociais
estavam
 A liberdade do mercado;
 A liberdade do individuo; →esses dois
valores básicos do capitalismo.
A política do Bem Estar dos cidadãos:




Saúde;
Educação pública;
Previdência social;
Seguro desemprego → deveria ficar por
conta deles mesmo, já que gastam muito,
os serviços públicos deveriam ser
privatizados e pagos por quem o utiliza.
Defendiam o “Estado Mínimo” → significava
voltar ao que propunha o Liberalismo antigo,
como o mínimo de intervenção estatal na vida
das pessoas.
Neste cenário e desça maneira aparece o Estado
Neoliberal.
A expressão maior desse modelo de Estado:
 Na Inglaterra com a Margareth Thatcher;
 Nos Estados Unidos com Ronald Reagan
→ mesmo no período desses dois
governos o Estado não deixou de intervir
na economia.
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O Estado intervia:
 No orçamento Militar (que era altíssimo);
 Muitos gastos para amparar as grandes
empresas;
 No sistema financeiro;
Os setores atingidos pelas novas políticas:





Assistência Social;
Habitação;
Transporte;
Saúde Pública;
Direitos trabalhistas; → Essa “NOVA”
forma de liberalismo, atingiu diretamente
os
trabalhadores
e
os
setores
marginalizados da sociedade.
Os neoliberais → diziam que era necessário ter
mais rapidez para tomar decisões no mundo dos
negócios, o capital privado precisava de mais
espaço para crescer.
Reforçavam os valores e o modo de vida
capitalista:





O individualismo;
A livre iniciativa;
O livre mercado;
As empresas privadas;
O poder do consumo;
Com essas propostas, o que se viu foi a
presença cada vez maior das grandes
corporações produtivas e financeiras na definição
dos atos do Estado, fazendo com que as
questões políticas passassem a ser dominada
pela economia.
O que era público (comum a todos) passou a ser
determinado pelo interesse privados, ou seja, por
aquilo que é particular.
internacional. Pela primeira vez, trabalhadores de
países diferentes, quando pensavam em
socialismo, estavam pensando numa mesma
sociedade - aquela preconizada por Marx - e
numa mesma maneira de chegar ao poder.
Estado Comunista:
As ideias básicas de Karl Marx estão
expressas principalmente no livro O Capital e n'O
Manifesto Comunista, obra que escreveu com
Friedrich Engels, economista alemão. Marx
acreditava que a única forma de alcançar uma
sociedade feliz e harmoniosa seria com os
trabalhadores no poder.
Em parte, suas ideias eram uma reação
às duras condições de vida dos trabalhadores no
século XIX, na França, na Inglaterra e na
Alemanha. Os trabalhadores das fábricas e das
minas eram mal pagos e tinham de trabalhar
muitas horas sob condições desumanas. Marx
estava convencido que a vitória do comunismo
era inevitável.
Afirmava que a história segue certas leis
imutáveis, à medida que avança de um estágio a
outro. Cada estágio caracteriza-se por lutas que
conduzem
a
um
estágio
superior
de
desenvolvimento. O comunismo, segundo Marx,
é o último e mais alto estágio de
desenvolvimento. Para Marx, a chave para a
compreensão dos estágios do desenvolvimento é
a relação entre as diferentes classes de
indivíduos na produção de bens.
Afirmava que o dono da riqueza é a
classe dirigente porque usa o poder econômico e
político para impor sua vontade ao povo. Para
ele, a luta de classes é o meio pelo qual a história
progride. Marx achava que a classe dirigente
jamais iria abrir mão do poder por livre e
espontânea vontade e que, assim, a luta e a
violência eram inevitáveis.
Estado Socialista:
O Estado Anarquista:
A História das Ideias Socialistas possui
alguns cortes de importância. O primeiro deles é
entre os socialistas Utópicos e os socialistas
Científicos, marcado pela introdução das ideias
de Marx e Engels no universo das propostas de
construção da nova sociedade. O avanço das
ideias
marxistas
consegue
dar
maior
homogeneidade
ao
movimento
socialista
Foi à proposta revolucionária internacional
mais importante do mundo durante a segunda
metade do século XIX e início do século XX,
quando
foi
substituído
pelo
marxismo
(comunismo).
O anarquismo prega o fim do Estado e de
toda e qualquer forma de governo, que seriam as
causas da existência dos males sociais, que
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devem ser substituídos por uma sociedade em
que os homens são livres, sem leis, polícia,
tribunais ou forças armadas.
A sociedade anarquista seria organizada
de acordo com a necessidade das comunidades,
cujas
relações
seriam
voltadas
ao
autoabastecimento sem fins lucrativos e à base
de trocas. A doutrina, que teve em Bakunin seu
grande
expoente
teórico,
organizou-se
primeiramente na Rússia, expandindo-se depois
para o resto da Europa e também para os
Estados Unidos.
O auge de sua propagação deu-se no
final do século XIX, quando agregou-se ao
movimento sindical, dando origem ao anarco
sindicalismo, que pregava que os sindicatos eram
os verdadeiros agentes das transformações
sociais.
Com o surgimento do marxismo,
entretanto, uma proposta revolucionária mais
adequada ao quadro social vigente no século XX,
o anarquismo entrou em decadência. Sem,
contudo, deixar de ter tido sua importância
histórica, como no episódio em que os
anarquistas italianos Nicola Sacco e Bartolomeo
Vanzetti foram executados por assassinato em
1921, nos EUA, mesmo com as inúmeras
evidências e testemunhos que provavam sua
inocência.
Poder:
Poder: “Poder significa a probabilidade de
impor a própria vontade dentro de uma relação
social, mesmo contra toda a resistência e
qualquer que seja o fundamento dessa
probabilidade”. A sociedade, para Weber,
constitui, antes de qualquer coisa, um sistema de
poder, não apenas nas relações entre classes, ou
entre governantes e governados, mas igualmente
nas relações cotidianas na família, na empresa,
por exemplo. As pessoas se deparam a todo
momento com o fato de que indivíduos ou
conjunto de indivíduos têm maior ou menor
possibilidade de impor a sua vontade a outros.
Foucault trata principalmente do tema
poder, que para ele não está localizado em uma
instituição, e nem tampouco como algo que se
cede, por contratos jurídicos ou políticos. O poder
em Foucault reprime, mas também produz efeitos
de saber e verdade.
Trata-se (...) de captar o poder em suas
extremidades, em suas últimas rami- ficações (...)
captar o poder nas suas formas e instituições
mais regionais e locais, principalmente no ponto
em que ultrapassando as regras de direito que o
organizam e delimitam (...) Em outras palavras,
captar o poder na extremidade cada vez menos
jurídica de seu exercício. (Foucault, 1979:182)
Por exemplo, a ação de « vigiar », para
Foucault, é uma clara demonstração da
impotência do poder, pois, se ele tivesse a força
que imagina ter, não seria preciso uma vigilância
constante para manter assegurada sua
hegemonia.
As teorias sociológicas clássicas sobre o
Estado:
Estado para Marx:
Tendo escrito sobre as questões que
envolvem o Estado num período em que o
capitalismo ainda estava em formação, Marx, não
formulou uma teoria especifica sobre o Estado e
o Poder.
Marx definiu o Estado como uma entidade
abstrata, em contradição com a sociedade.
Seria uma comunidade ilusória, que procuraria
conciliar os interesses de todos, mas
principalmente daqueles que dominavam a
economicamente a sociedade.
Na obra:
 A Ideologia Alemã de 1847, Marx
identifica:
 A divisão do trabalho;
 A propriedade privada; → Esses dois são
geradora das classes sociais, e como
base para o surgimento do estado.
O Estado seria a expressão Jurídica e política
da sociedade burguesa. → Apenas garantiria as
condições gerais da produção capitalista, não
indeferia nas relações econômicas.
Na obra: Manifesto Comunista 1848, Marx e
Engel afirmavam:
“os dirigentes do Estado moderno funcionam
como um comitê executivo da classe dominante
(Burguesia)”.
Na obras: As lutas de classes na França
de 1848, e o dezoito Brumário de Luis Bonaparte
de 1852. Marx analisa a situação Histórica
especifica:
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“O Estado nasceu para refrear os antagonismos
de classe, e, por isso o Estado da classe
dominante”.
Marx existem momentos em que a luta de
classes é equilibrada e o Estado se apresentante
com independência entre as classes em conflito,
como se fosse um mediador.
Analisando a burocracia do Estado, Marx
afirma que o Estado pode estar acima da luta de
classe, separado da sociedade, como s fosse
autônomo. É nesse sentido que pode haver um
poder que não seja exercido diretamente pela
burguesia. Mas o Estado continua criando as
condições necessárias para o desenvolvimento
das relações capitalistas, principalmente o
trabalho assalariado e a propriedade privada.
Na obra: A Guerra Civil na França 1871, Max
analisa a comuna de Paris e volta a olhar para o
Estado.
“O desaparecimento do Estado seria o
resultado da transferência do poder para a
federação de associações dos trabalhadores”.
Para Marx o Estado é uma organização cujos
interesses são os da classe dominante na
sociedade capitalista. (Burguesia.)
Estado para Durkheim:
Ao analisar a política e o Estado de seu
tempo,
Durkheim
teve
como
referência
fundamental a sociedade francesa de sua época.
Como sempre esteve preocupado com a coesão
social.
Para ele o Estado é fundamental numa
sociedade que fica cada dia maior e mais
complexa,
devendo
estar
acima
das
organizações comunitárias.
Durkheim dizia que o Estado “concentrava e
expressava” a vida social. Sua função seria
eminentemente moral.
A moral é a comunhão de ideias e
sentimentos: conjunto de regras, conjunto de
normas, conjuntos de signos.
A moral democrática: cabe ao Estado esclarecêlos e inculca-los em todas as crianças, via
educação.
Educação moral Laica: é uma educação
com um pensar puramente racional.
Escolas Públicas: seria a guardiãs por excelência
de nosso padrão racional. A sociedade é o
habitat dessa vida moral.
Moral para Durkheim é um sistema de
fatos realizados, ligados ao sistema total do
mundo.
O Estado deveria realizar e organizar o
ideário do individuo e assegurar-lhe pleno
desenvolvimento, aconteceria da seguinte forma:
 Pela educação pública voltada para uma
formação moral sem fins conceituais ou
religiosos.
Para Durkheim o Estado não é antagônico
ao individuo.
Foi o Estado que emancipou o individuo dos
grupos secundários como: família, igreja,
corporações profissionais, dando-lhe um espaço
maior, mais amplo para o desenvolvimento de
sua liberdade.
A relação entre Estado e individuo é
importante para saber como os governantes se
comunicam com os cidadãos, para esses
acompanhe as ações do governo.
A intermediação deve ser feita pelos
carnais como: jornais, educação cívica, órgão
secundários que estabeleçam a ponte entre
governante e governado.
Principalmente os grupos profissionais
organizado, que são a base da representação
política e da organização social.
Para Durkheim o Estado é uma
organização com conteúdo inerente, ou seja, do
interesses coletivos.
Estado para Weber:
Cinquenta anos depois da publicação do
manifesto comunista por Marx e Engel, num
momento em que o capitalismo estava mais
desenvolvido e burocratizado, Weber escreveu
sobre as questões do Poder e Política.
Weber questionava: como será possível o
indivíduo manter sua independência diante dessa
total burocratização da vida?
Esse foi o tema central da sociologia
política Weberiana.
Weber manifestava uma preocupação
especificas com as estruturas políticas:
 Alemã (preocupação especifica);
 Estados Unidos;
 Inglaterra
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 Rússia (mas, atento o que acontecia na
Rússia, pós a revolução de 1905).
Na Alemanha unificada Otto Von Bismarck, o
Estado era fundamentado nos seguintes setores
da sociedade.
 Exército;
 Os junkers (grandes proprietários de
terras);
 Os grandes industriais;
 A elite do serviço público (alta burocracia).
1917, escrevendo sobre Bismarck dizia que
tinha deixado uma nação sem educação e sem
vontade política, acostumado a aceitar que o
grande líder decidisse por ela.
Weber ao analisar o Estado Alemão afirma
que o verdadeiro poder estatal está nas mãos da
burocracia militar e civil.
O Estado para Weber, “é uma relação de
homens dominando homens” mediante a
violência → que é considerada legitima.
O Estado é uma associação compulsória que
organiza e dominação.
OBS: para que essa relação exista, é
necessários que os dominados obedeçam a
autoridade do que detêm o poder.
Os clássicos da sociologia contemporânea
Norbert Elias:
Sociólogo alemão, Norbert Elias nasceu
em 1897, na então cidade alemã de Breslau
(atual Wroclaw, Polónia), e veio a falecer em
1990, nos Países Baixos, onde passou a fase
final da sua vida. Com formação de base nas
áreas da medicina, filosofia, psicologia e
sociologia, lecionou na Universidade de
Heidelberg (1924-29) e na Universidade de
Frankfurt (1939-33), onde teve Karl Mannheim
por colega.
De família judaica, teve de fugir da
Alemanha nazista exilando-se em 1933 na
França antes de se estabelecer na Inglaterra
onde passará grande parte de sua carreira.
Todavia, seus trabalhos em alemão tardaram a
ser reconhecidos e ele viveu de forma precária
em Londres antes de obter em 1954 um posto de
professor na Universidade de Leicester.
Suas obras focaram a relação entre
poder, comportamento, emoção e conhecimento
na História. Devido a circunstâncias históricas,
Elias permaneceu durante um longo período
como um autor marginal, tendo sido redescoberto
por uma nova geração de teóricos nos anos 70,
quando se tornou um dos mais influentes
sociólogos de todos os tempos. Na teoria
sociológica de Elias, porém, a relação entre o
"indivíduo" e a "sociedade" é concebida de outro
modo. Norbert Elias não aceita qualquer tipo de
concepção social "totalizadora" - e nem mesmo
"individualista" - dos processos sociais.
Formulador da teoria do processo
civilizador, na qual a “civilização” européia teria
surgido pela interiorização das limitações e
autocontrole dos impulsos, sob o efeito das
transformações provocadas pela formação do
Estado Moderno e da curialização das elites, ele
vem trabalhar com um conceito de sociedade que
é, na verdade, uma rede de relações; um todo
relacional, ou seja, o social é concebido como um
sistema de relações entre grupos e indivíduos
interdependentes.
Obras mais conhecida no Brasil:




O Processo Civilizador.
Os estabelecidos e os outsiders;
Sociedade dos indivíduos;
Sociedade da corte;
Anthony Giddens:
Nasceu em 18 de janeiro de 1938,
Londres é um sociólogo britânico, renomado por
sua Teoria da estruturação. Considerado por
muitos como o mais importante filósofo social
inglês contemporâneo, figura de proa do novo
trabalhismo britânico e teórico pioneiro da
Terceira via, tem mais de vinte livros publicados
ao longo de duas décadas.
O autor, além de fazer uma leitura original
dos clássicos, elabora uma nova teoria para
compreender nosso período histórico. A partir da
análise de dois de seus mais recentes textos –
As consequências da modernidade (1990) e A
transformação da intimidade (1992), percebe-se
que o autor traz uma tese provocativa: vivemos
uma época em que os estilos e costumes, vindos
com a modernidade - organização social que
emergiu na Europa a partir do século XVIII -,
encontram-se totalmente radicalizados.
As suas ideias tiveram uma enorme
influência quer na teoria quer no ensino da
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sociologia e da teoria social em todo o mundo. A
sua obra abarca diversas temáticas, entre as
quais a história do pensamento social, a estrutura
de classes, elites e poder, nações e
nacionalismos, identidade pessoal e social, a
família, relações e sexualidade.
Georg Simmel
Georg Simmel (1858-1918) nasceu em
Berlim,
Alemanha,
Diplomou-se
pela
Universidade de Berlin em Filosofia. Concluindo o
doutorado em 1881, com a tese intitulada “A
Natureza da Matéria Segundo a Nomadologia
Física de Kant”.
Entre 1885 e 1900, foi
professor na Universidade de Berlim. Fundou a
Sociologia das Formas Sociais, mostrando a
relativa independência de forma e conteúdo
social.
Em 1914, ele foi nomeado professor em
Estraburgo, então uma cidade que pertencia ao
Império Germânico. Seus escritos transitaram
pela Filosofia, Sociologia, História, Psicologia,
Economia e Antropologia.
A Alemanha de seu tempo apresentava:




Um processo de modernização;
O capitalismo em ascensão;
A dinâmica do dinheiro;
Tecnologia e Mercantilização.
Simmel analisou os fenômenos estruturantes
da modernidade como:
 As Metrópoles;
 A vida social e Cultural
 O Dinheiro
Obras mais conhecidas:
 O conflito da cultura moderna e outros
escritos
 Questões fundamentais de Sociologia
 Filosofia do Dinheiro
A “Filosofia do Dinheiro” (1900), é
considerada sua grande obra (processo de
circulação e consumo). Para Simmel a
Modernidade é ambivalente, ou seja, produz
alienação da mesma forma que viabiliza a
liberação do individuo, ou melhor os correlaciona.
Para Simmel a Metrópoles é vista como local de
conflitos, de trocas, de consumo, de colisão de
corpos, de mobilidades, passagens de fronteiras
e outros.
A cidade é um novo espaço de
comunicação, fragmentação, desterritorialização
e outras dimensões sociocultural.
A modernidade pode ser entendida através de
seus dois principais símbolos:
 As Metrópoles
 Dinheiro
Trazem
uma
dualidade
que
só
na
modernidade pode ser acentuado de modo
radical:
 O aumento da individualidade;
 O aumento da impessoalidade
A cidade grande era, para Simmel, a essência
da vida moderna, o lugar do transitório, do
fugitivo, do efêmero, um lugar dinâmico, no qual
se vivia mais, porque se vivia mais rápido.
 Atitude
Blasé:
é
a
indiferença
demonstrada no curso da distinção entre
as coisas.
 Individuo Blasé: indiferença, “incapaz de
notar
a
diferença.
Habituado
à
impessoalidade desatenção civil, ele é
incapaz de notar no novo segundo
Simmel.
O dinheiro na modernidade:
 O dinheiro é um herói/ vilão da
modernidade.
 O dinheiro, como meio de troca universal,
destrói toda especificidade, torna tudo
nivelado.
A principal ambiguidade da modernidade:
uma maior liberdade individual caminhando lado
a lado com uma maior impessoalidade.
As correntes da cultura moderna deságuam em
duas direções aparentemente oposta:
 Nivelação: estabelecimento de círculos
sociais cada vez mais abrangente por
meio de ligações com mais remote sob
condições iguais.
 Compensação: destaque do mais
individual, na independência da pessoa,
na autonomia da formação dela.
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A vida da metrópole e o uso do dinheiro
proporcionam uma maior mobilidade aos
indivíduos moderno.
Simmel
distingue
individualismos:
duas
formas
de
 O individualismo quantitativo: é aquela
da liberdade individual iluminista.
 O
Individualismo
qualitativo:
compreende o individuo como único,
distinto e especifico.
Zygmunt Bauman
Zygmunt Bauman, sociólogo polonês,
iniciou sua carreira na Universidade de Varsóvia,
onde teve artigos e livros censurados e em 1968
foi afastado da universidade. Logo em seguida
migrou da Polônia, reconstruindo sua carreira no
Canadá, Estados Unidos e Austrália, até chegar
à Grã-Bretanha, onde em 1971 se tornou
professor titular da Universidade de Leeds, cargo
que ocupou por vinte anos.
Algumas de suas Obras:
 Medo Liquida
 Amor Liquido
 Modernidade Liquida
 Identidade
A partir do século XX nova era, marcada por
uma total ruptura com o passado, provoca
mudanças fundamentais no terreno das relações
sociais, das ciências, da filosofia, da educação,
da moral, da economia. O abandono das
crenças, tradições, valores, ideologias. O homem
vai se isolando e perdendo referências.
Esse
processo
de
transição
para
modernidade, suas características, significados e
contradições, que o Bauman vai tratar de
“MODERNIDADE LIQUIDA”,
Liquido → por ser uma era com as principais
particularidades do fluidos: a inconstância e a
mobilidade.
Crise da Modernidade Sólida:
Nossos ancestrais eram esperançosos:
falavam de "progresso", se referiam à perspectiva
de cada dia ser melhor do que o anterior. Para
nós o: “progresso”, significa uma constante
ameaça de ser chutado para fora de um carro em
aceleração. De não descer ou embarcar a tempo.
De não estar atualizado com a nova moda. De
não abandonar rapidamente as habilidades e
hábitos ultrapassados e de falhar ao desenvolver
as novas habilidades e hábitos que os
substituem.
Ter é ser e ser é estar. Na modernidade
líquida não há compromisso com a ideia de
permanência e durabilidade.
Bauman, descrevem um panorama
insustentável de violência, terrorismo, e
individualismo que evidência a falência do projeto
do moderno-sólido de “ordem e progresso” para a
instauração global e local de não-lugares ou de
“terra de ninguém”.
“O medo é mais assustador quando
difuso,
disperso,
indistinto,
desvinculado,
flutuante, sem endereço nem motivos claros.”
(pág. 08).
Medo é o nome que damos a nossa
incerteza.” (pág.08).
Os perigos dos quais se tem medo:
 Os que ameaçam o corpo e as
propriedades
 Os que ameaçam a durabilidade da
ordem social e a confiabilidade nela
 Os perigos que ameaçam o lugar da
pessoa no mundo
Bauman analisa fenômenos da mídia, O que
os reality shows expõem é o destino. No que lhe
diz respeito, a eliminação é um destino inevitável.
É como a morte, que você pode tentar manter à
distância por algum tempo, mas nada do que
faça poderá detê-la quando finalmente chegar
(pág.38)
Irreparável... Irremediável... Irreversível...
Irrevogável... Impossível de cancelar ou de
curar... O ponto sem retorno... O final... O
derradeiro... O fim de tudo. Há um e apenas um
evento ao qual se podem atribuir todos esses
qualificativos na íntegra e sem exceção. Esse
evento é a morte. (pág.44)
Bauman
classifica
três
estratégias
utilizadas pelo homem para tornar possível a
vida com o conhecimento da iminência da
morte.
 A Religião
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 A Fama
 Por Procuração
Amor Liquido:
Bauman procura demonstrar como o
processo de individualização levou a fragilidade
dos laços amorosos e dos vínculos humanos.
Afeta os relacionamentos – infinito
enquanto dure.
No Brasil o poeta Vínicius de Morais
instituiu o ideal de amor e paixão.
[...] eu possa me dizer do amor (que tiver):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(soneto de felicidade)
Bauman faz a distinção entre amor e desejo:
 Amor → Cuidar, Preservar, assumir
responsabilidades.
 Desejo→ relação de consumir→ leva ao
relacionamento insegurança.
 Sexo para consumo→ troca da qualidade
pela quantidade
Comunidade:
 Comunidade→ ela produz uma sensação
de aconchego.
 Comunidade→ paraíso perdido
Diferença entre Comunidade e Redes:
 Comunidade nós precede;
 A Redes é mantida viva por duas
atividades
diferentes:
conectar
e
desconectar
Comunidade = Segurança
Individualidade = Liberdade
Segurança sem liberdade é escravidão;
Liberdade sem segurança é risco
Confiança e Medo na Cidade:
Procura compreender as alterações
sociais e psicológicas dessa mudança nas
grandes cidades.
As cidades que emergiu como um espaço
para proteger as pessoas dos “outros”, (...) agora
parece perder sua função, sendo dominada por
uma cultura do medo.
 Mixofobia → Medo de se misturar-se
 Mixofolia→ É um forte interesse, desejo
de se misturar com o diferentes, pois é
muito humano.
Obras:
 As consequências da modernidade
(1990);
 A transformação da intimidade (1992);
Pierre Bourdieu:
Sociólogo francês nascido no ano de 1930, na
vila de Denguin, na frança, falecido em janeiro
de 2002, em Paris, exerceu grande influência no
ramo da sociologia em todo o mundo. Conhecido
pelo seu rigor intelectual, destacou em seus
estudos as relações sociais e as diversas formas
de dominação existente nelas.
OBRAS DE Pierre Bourdieu:
 Dominação Masculina;
 O Poder Simbólico;
 Sobre a Televisão
Bourdieu desenvolve uma sociologia
em que estada; a lógica da dominação
social nas sociedades de classe e
mecanismos pelo quais ela se disfarça e
se perpetua.
Para Bourdieu a Sociologia é uma arte de
defesa: porque?
A sociologia tenta desvendar de que
maneira a sociedade consegue reproduzir
nos indivíduos todas as suas estruturas:
 Política;
 Econômica;
 Modelo de pensamento;
 Valores e outros.
Bourdieu escreve sobre fenômenos
variados como: religião, arte, escolas,
linguagem, mídia, gosto entre outros.
O mundo social, para Bourdieu, deve ser
compreendido à luz de nove conceitos
fundamentais: campo, habitus e capital.
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Habitus: ideias e representações de grupos
adquirida pelo individuo no curso do
processo de socialização que organiza, as
praticas e representações de um individuo e
grupos.
Campo: é o espaça onde ocorrem as
relações
entre indivíduos,
grupos e
estruturas sociais, com uma dinâmica que
estabelece a leis próprias, acendendo pelas
disputas de poder ocorridos em seu interior.
Capital Simbólico: conjunto de rituais e
normas
ligados
a
honra
e
ao
reconhecimento.
Poder
Simbólico:
é
uma
forma
transformada, quer dizer, irreconhecido,
transfigurada e legitimada das outras formas
de poder.
Violência
Simbólica:
violência
não
percebida, fundado sobre o reconhecimento
obtido por um trabalho de inculcação da
legitimidade dos dominantes sobre os
dominados e que assegura a permanecia da
dominação e da reprodução social.
Capital Social: conjunto de contatos,
relações, amizades, obrigações, relações
socialmente úteis que podem ser mobilizadas
pelos indivíduos ou grupos ao longo de sua
trajetória profissional e social.
Capital Econômico: conjunto de recursos
patrimoniais (terras, bens imobiliários, papéis
de creditos) e de rendas sejam ligados ao
capital (aluguéis, juros, dividendos) ou a um
exercício profissional assalariado ou não
assalariado.
Distinção: é uma estratégia de diferenciação
que está no âmago da vida social.
É o
suporte de estratégias inscritas nas práticas
sociais.
Capital Cultural: é uma metáfora criada por
Bourdieu para explicar como a cultura em
uma sociedade dividida em classes se
transformam em uma espécie de moeda que
a classe dominante utilizam para acentuar as
diferenças.
Cultura: são valores e significados que
orientam e dão personalidade a um grupo
social.
Movimentos Sociais:
Qual seria o elemento constitutivo de um
movimento social? O que leva o movimento
social a acontecer? É OS CONFLITOS.
Quando falamos em movimentos sociais e
nós referimos a conflitos, a outra pergunta que
vem em seguida é a seguinte, porque será que
se geram esses conflitos? Porque eles existem?
A ponto de surgirem os movimentos sociais.
São gerados pela incapacidade do Estado de
atender às reivindicações dos grupos sociais.
Normalmente termos um conflito, uma
manifestação, uma passeata, logo termo um
movimento social. É por exemplo que ocorre às
passeatas de determinadas classes.
Ex. homossexuais, eles estão reivindicando
direitos, e esses movimentos acontecem tanto
em âmbito nacional quanto em âmbito
internacional. Por exemplo: A PRIMAVERA
ÁRABES→ em que a população dos países
árabes vai as ruas para derrubar um ditador e
para construir um Estado mais democrático, mais
justo.
Estão temos uma série de movimentos
sociais e conforme a sociedade vai se tornando
mais heterogenia, mais complexa, novos grupos
sociais vão surgindo e esses grupos sempre em
busca dos seus interesses, então a tendência é
que tenhamos mais movimentos sociais.
Mas nesta aula especificamente, vamos
tratar sobre qual teria sido o movimento
tradicional, O PRIMEIRO MOVIMENTO SOCIAL,
onde tudo começou, dentro desse sistema
capitalista em que vivemos.
O Movimento Operário:
É o pioneiro neste sentido de movimentos
sociais, quando falo de operário, termos algumas
perguntas, quando surgiu essa nova classe? Eu
posso dizer que essa classe sempre existiu?
NÃO, o operário, o proletariado, o trabalhador de
chão de fabrica, o assalariado. ESSA CLASSE
SURGE COM A Primeira Revolução Industrial.
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A
Revolução
Industrial
representa
realmente um divisor de águas na história
mundial, um dos divisores da história moderna
para a história contemporânea.
Então a partir da revolução industrial, em que
começam a surgir grandes mudanças na
sociedade, entre elas:
 O aumento da população urbana
 O aumento do capitalismo monopolista
(que vai dominar o mercado)
 O aumento de bens de consumo (são
transformações urbanas que ocorrem no
meio da sociedade e que a população
está crescendo e isto se torna uma
questão demográfica, questão de capital,
questão de bens que uns tem outros não
tem)
 Proletário X Burguês (intensificação da
briga), o proletário briga com o burguês
que lucra a sua custa, e o proletário está
descontente com a situação de trabalho
na qual ele se encontrava e o seu
descontentamento só aumentava:
Motivos:
 Baixos salários
 Alta carga horária de trabalho (tanto a
natureza do trabalho como a carga
horária imposta a eles, o proletário se
submetido a trabalhar 12, 14, 16, horas
por dia)
 Exploração da mão de obra infantil e
feminina.
Isso tudo vai refletir na condição de vida do
proletário e ele ver, o burguês se enriquecendo e
ver a classe dominante com mais privilégio e por
outro lado ele se ver mais pobre, como vitima
desse sistema capitalista, desse sistema
monopolizador, desse sistema em que via um
processo de exploração que ficou conhecido
segundo Marx como MAIS VALIA.
No século XVII, essa classe de operário,
proletários está extremamente descontente com
os industriais, com o movimento Burguês,
inclusive com o Estado liberal, que protegia a
burguesia, que protege o dono da industria, que
protege o sistema capitalista, e então teremos os
PRIMEIROS MOVIMENTOS SOCIAIS. Esse
movimento ficou conhecido como:
Movimento Luddita (é um movimento
comandado pelo inglês NED LUD), esse
movimento é reconhecido como: “AS QUEBRAS
DAS MAQUINAS”.
Os operários entendem que aquela situação
deplorável a qual eles chegaram é na verdade
uma situação causada pelo surgimento das
maquinas, a partir do momento que as maquinas
aparecer, enquanto fatores de produção, vai
diminuindo a importância dos trabalhadores que
vai leva-los aquela condição de miserabilidade,
deploração na qual eles se encontravam então
quem é o grande culpado? É as maquinas, por
isso eles dão inicio ao processo das quebras das
maquinas.
Quem participou desse movimento foi
perseguido pelo Estado, o Estado de certa forma
oprimiu o movimento e eles foram violentamente
castigados por ter cometido essa quebra de
maquina, então podemos observar que neste
momento do século XIX, esses conflitos entre
economia e direitos humanos, por exemplo, não
se fala muito em direitos humanos está um pouco
restrita a frança e aos Estados Unidos (EUA),
Mas o que mais tem valor neste tempo e
principalmente nesta sociedade Industrial Inglesa
é a máquina, é o burguês, é o capital, e não a
dignidade do trabalhador.
Já por volta de 1830 o movimento
CARTISTA→ neste movimento o que temos de
importante é que é criada uma ASSOCIAÇÃO
DOS OPERÁRIOS, então os operários percebem
que o Estado não está comprando suas causas,
e é justamente por isso inicia-se um processo de
mobilização, nesta associação em 1837 vai surgir
“A CARTA DO POVO”.
Dentro dessa ideia em que as causas dos
operários não eram comprada e nem respeitada
pelo Estado Liberal, a carta do povo vai fazer
algumas reivindicações sociais. Entre elas:
 O sufrágio eleitora masculino
 O voto secreto
 Igualdade no processo eleitoral.
O Estado Liberal não compra essas causas,
não se interessa pelo fortalecimento da classe
operária, por que o que
interessa é o
fortalecimento da burguesia, da classe industrial,
então uma das consequência da CARTA DO
POVO, foi as reivindicações da associação de
operários ocorreram, GREVES, PASSEATAS, ou
seja, são movimentos populares para pressionar
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o Estado e obviamente lutar pelas conquistas de
DIREITOS TRABALISTAS, SOCIAIS, só que por
volta 1848, termos uma espécie de “FIM”.
Mas não podemos dizer que foi um
movimento perdido por que termos uma
consequência muito interessante é o surgimento
das organizações chamadas da “TRADE
UNIONS”.
Num primeiro momento essa TRADE
UNIONS, ela tem uma função associativista ela
serve como uma associação que tem como
objetivo assistencialista, os membro de uma
TRADE UNIONS, se reúne para promover
assistência multa para eles se ajudarem e tudo
mais, já num segundo momento ela tende a
evoluir para uma organização um pouco mais
forte que vamos chamar de sindicato, já o
sindicalismo representa uma organização mais
forte dos trabalhadores, que não mais busca a
assistência multa dentro da associação mas,
buscam agora lutar por direitos por garantias e
lutar diretamente contra a outra classe dos
empregadores.
Movimento Operário Brasileiro:
O Brasil por muitos anos tenta se
industrializar já desde o século XIX, depois no
inicio do século XX, o Brasil fica em uma tentativa
de industrialização e sempre mantém uma
industrialização incipiente mas, isso não impede
uma classe ir se fortalecendo é a classe dos
operários que vai lutar pelos seus direitos.
Quando falamos de movimentos operários
no Brasil é importante trazemos o surgimento.
Com a chegada dos imigrantes europeus. (Ex.
Poloneses, Italianos). Esses europeus eles
conheciam a industria, o sistema industrial, como
funcionava a organização do trabalho, as
decadência dentro dessa esfera industrial.
Eles vão contribuir também trazendo
ideias de organizações para o Brasil, de
associações de trabalhadores, só que eles
trazem junto as ideias do ANARQUISMO e ideias
do COMUNISMO.
Porque Anarquismo e comunismo?
Principalmente quando se falo de comunismo ou
socialismo, não vamos nos esquecer que o
grande defensor dos proletários no século XIX é
o Marx, justamente o Marx que é também o
defensor das ideias socialista e comunistas,
então o Marx por defender a classe dos
proletários ele gera uma apatia com esse público
que vai defender essa causa do proletário ao
longo dos anos.
Inclusive no Brasil vamos ter uma coisa
chamada de ANARCOSSINDICALISMO→Seria o
sindicato que foi construído com ideias
Anarquista e Comunista e dentro desse sindicato
os trabalhadores também se ajudam, criam um
fundo que é assistencialista, uma espécie de uma
poupança, quando um passa por dificuldade
pode emprestar desse fundo para resolver o sua
situação e assim, se trabalhava mas, ao mesmo
tempo se reivindicava direitos perante os
empregadores.
Essa classe de trabalhadores se mobiliza
de tal forma que já em 1907, São Paulo passa
por uma greve que é chamada de “A GRANDE
GREVE GERAL DE SÃO PAULO”, então nessa
greve geral teve uma mobilização, uma
paralisação em que participaram trabalhadores
ligados ao ramo do transporte, área gráfica, têxtil,
entre outras.
Isso serve para percebemos a influência
dos trabalhadores no Brasil, sendo que o Brasil
não era tão industrializado neste tempo, ainda
mantinha a industrialização incipiente, iniciante.
Na Rússia→ o Partido Bolchevique,
estava se tornando muito forte e que depois vai
chegar ao poder em 1917, a partir de uma
Revolução o Partido Comunista Socialista de
LENE, e conforme se tinha informações sobre a
Revolução Russa, nos jornais havia o
fortalecimento desse movimento Anárquico e
Sindicalista no Brasil, mas principalmente
sindicalista por que o anarquismo vai se
enfraquecendo.
A partir de 1917, o socialismo e o
comunismo estão mais fortes no mundo, na
questão internacional, tomaram o poder em um
grande país no mundo a RUSSIA.
Em 1922 inaugura o PCB (Partido Comunista
Brasileiro), agora termos uma maior organização
do sindicato.
Na década de 1930, quem está no poder
no Brasil é Getúlio Vargas, com a ideia de
industrializar o Brasil, recebe também a força da
classe operária, vendo a classe operária como
uma classe que vale apena ter do seu lado em
um processo eleitoral, uma classe forte, ou seja,
um grupo de força política que vota e para
conquistar essa classe Getúlio Vargas por volta
de 1937, vai lançar a CLT (Consolidação das Leis
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Trabalhistas), concedendo aos trabalhadores
urbanos direitos, garantias de uma segurança
maior, estabilidade maior dentro desse marcado,
dentro desse processo de trabalho, esse
movimento operário é essencialmente urbano.
Nesse momento a CLT, vai conceder
direitos aos trabalhadores urbanos, operários,
então aquele trabalhador que está no campo ele
não recebe ainda esses direitos, ele vai somente
ter direitos na década de 60, quando surge o
Estatuto do trabalhador Rural, até então,
somente os trabalhadores urbanos tinham
conquistado esses direitos.
Os Metalúrgicos do ABC paulista, esses
metalúrgico conviviam não somente com a
exploração, mas também com a DITADURA
MILITAR, e já haviam ensaiado algumas
paralisações em 1968, quando surgiu o AE 5,
que é o ato institucional, do Costa e Silva que
retirava inúmeros direitos e liberdade do
individuo, do cidadão e entrava nesse bolo todos
os trabalhadores.
Em 1968 os trabalhadores brasileiros já
tinham ensaiados alguns movimentos de
paralisações, de greve, mas sempre foram
abafados pela ditadura militar e sem sucesso.
Nos três anos de grande crise seguintes
1978, 1979 e 1980, nesses movimentos aqui
termos alguns aspectos importante entre eles o
da MOBILIZAÇÃO.
Numa empresa da Scania aonde três mil
trabalhadores num determinado dia chegam as
seis da manha, mas não ligam as máquinas da
empresa e inicia um processo de greve, a greve
foi abafada e não conseguiram nada mas, 45
dias depois entra em sena um personagem
importante “LUIS INACIO LULA DA SILVA”, “O
LULA”, Líder
sindical no ABC e líder dos
metalúrgicos que conseguem uma negociação
entre patrão e empregados e conseguem um
reajuste de 63% do salário, isso representava
uma conquista muito grande.
Nesse contexto temos o surgimento do
PT, essas mobilizações sindicais de metalúrgico
do ABC, elas foram essenciais para trazer o
processo de redemocratização do Brasil.
Contribuíram muito com a redemocratização por
que era uma pressão sobre o Estado Ditatorial.
Não devemos esquecer que os sindicatos,
são cada vez mais fortes, na década de 70, 80,
encareceu a mão de obra nos grandes centros.
Já na década de 90, a sociedade se tornando
mais complexa e termos mais grupos lutando por
ideais diferentes, surge grupos como:
 Os grupos estudantis
 Feminista
 MST
 Homossexuais
 Sem tetos
 Ecológicos
Os Nonos Movimentos Sociais:
Para começamos vamos lembrar das
manifestações de Junho de 2013, que foram
muito importantes e acabaram marcando as
alterações políticas, sociais, alterações na
estrutura do comportamento, inclusive nas redes
sociais e no Brasil.
Esses movimentos então dispostos em algumas
categorias:
 Movimento Feminista→ não feminista no
sentido exagerado do termo, mas no
sentido de direitos das mulheres que
ganharam força a partir da década de 70,
mas aparecem desde os anos 1950, e se
tornou um movimento enfático.
 Movimentos das Minorias → esse
movimento reivindica questões como
direitos iguais, acesso a educação, a
saúde e reconhecimento por parte da
sociedade de grupos que até então
estavam privados desses direitos.
 Movimentos Ambientais → aparecem em
organizações não governamentais e
também em eventos oficiais como ECO
92, RIO + 20, AÇÃO DE ATUAÇÃO no
No painel Intergovernamental sobre
mudanças climáticas, as dimensões sobre
o aquecimento global.
Os movimentos ambientais ganharam
bastante forças e começaram a ser uma
preocupação a partir dos anos 70, quando
termos a criação dos programas das
NAÇÕES UNIDAS, para o meio ambiente que
passou a buscar ações coordenadas com os
governos, com a sociedade civil que diz
respeito a conscientização sobre a influência
da ação do homem na questão ambiental.
 Movimentos das Redes Sociais→ agora
fazem partes, em 2010 e 2011 a atuação
desse fenômeno, desse instrumento na
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chamada PRIMAVERA ÁRABE, ela
começa com uma discussão intensa nas
redes sociais, e também as redes sociais
em 2013, sobre aqueles fenômenos das
passeatas, não que as redes sociais
tenham sido a causa NÃO, é isso e mais,
mas ela foi o meio utilizado para a
proliferação das ideais e para que os
movimentos tivessem aquela repercussão
gigantesca, que eles tiveram e até hoje
vemos algumas renascença de junho de
2013. Esses são os três grupos dos
chamados novos movimentos sociais.
Conceito ou características
movimento social:
de
um
 Tem que ser uma ação coletiva
 Ter caráter contraditório (há uma
contradição em algum ponto da sociedade
e esse ponto é refletido nos movimentos
sociais)
 Expor as contradições sociais (essas
contradições elas podem dizer respeito
aos direitos, a oportunidade, há alguma
coisa que na sociedade não está
harmônica)
 Diversificados (eles abordam várias
temáticas que estão reivindicando, várias
coisas, vários pontos)
 Maior ou menor grau de organização (o
grau de organização não interfere muito
por que existem movimentos complexos
com grande grau de organização e outros
com pequeno grau de organização).
Exemplo: passeatas→ é um movimento
social por que reúne uma parcela da
sociedade,
acontecem
em
caráter
contraditório, chama a atenção da sociedade
para algum ponto em discussão. Agora os
motivos da passeata é outra coisa, que leva a
passeata a acontecer, nos temos que
entender que a passeata ou a chamada como
movimentos sociais em si, vai depender de
suas reivindicações que devemos dá
legitimidade ou não ao movimento.
Ex. a chamada legalização da maconha é
um movimento social? Enquanto legalização
NÃO, mas, enquanto passeata SIM.
EX.: ONG→já tem um alto grau de
complexidade são movimentos sociais mais
estruturados, elas acontecem dentro de um
caráter
estabelecidos,
umas
possuem
códigos, regras, cargos bem definidos,
algumas fazem arrecadação de valores para
a suas causas.
 Os movimentos sociais exercem uma
pressão social (eles por si não mudam,
mas exerce uma pressão social a
sociedade e pressiona a opinião pública
que pressiona as decisões políticas que
acontecem como consequências dos
movimentos sociais, mais os movimentos
sociais em si não mudam as coisas).
Exemplo: em 2013, uma das reivindicações
foi à proposta constitucional PAC 33 E PEC
37. Ocorreu que ouve rejeição SIM, tivemos a
votação de uma delas só que foi a votação
em plenário, a decisão pela rejeição da PEC,
foi política, o movimento sociais pressionou
mas em ultima analise a decisão foi política.
Todo movimento social faz parte de um
contexto
histórico
existente
naquele
movimento, eu não posso fala que todos os
movimentos que aconteceram no Brasil nos
últimos 30 anos tiveram os mesmo motivos.
 Direita já (direito ao voto no final da
ditadura)
 Caras pintadas
 Junho de 2013.
Observa-se que são três movimentos
distintos com causa especifica, motivos
específicos e que não se relacionam, então
não posso afirmar que pela força do contexto
histórico os movimentos sociais possuem a
mesma causa sempre.
Fator Gerador→ O estopim é o que
desencadeia o movimento não é o principal
motivo, não é o único motivo, depois o
movimento ganha dimensões gigantesca.
O Estopim de Junho de 2013 foi os 0,20
centavos no aumento das passagens de
ônibus, mas não podemos dizer que foi
somente os 0,20 centavos que causou as
manifestações.
Nos
movimentos
acontece
um
nivelamento social → por isso em um
momento a sociedade fica igual durante o
movimento social, a hierarquia é desfeita as
diferenças sociais são desfeitas, elas
acontecem agora de uma forma harmônica,
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quem esta participando é o manifestante, ele
perde a identidade ou status social até então
trazido.
EX.: se você está fazendo uma
reivindicação pelo fim da corrupção no Brasil,
ai seu chefe, o dono da empresa em que
você trabalha esta também e contra a
corrupção, naquele instante você não é
funcionário dele e então pouco ele é seu
patrão,
naquele
momento
enquanto
manifestante acontece o NIVELAMENTO
SOCIAL, ou seja, todos estão na mesma
classe a classe de manifestante.
Fortalecimento dos valores democráticos
→ são fortalecidos com os movimentos
sociais por que eles podem inclusive sofre
uma expansão quando você protesta
querendo mais direitos, inclusão social, a
favor de uma sociedade mais justa, você está
fortalecendo os valores democráticos por que
eles se consolidam ao passo que a
democracia avança.
Os valores democráticos e democracia
são
coisas
distintas
porém
estão
relacionados:
 Democracia → é o exercício dessa
igualdade
 Os valores democráticos →são aqueles
pontos definidos por uma sociedade em
que estão inseridos dentro de um valor
democrático.
Algumas vedações→ os movimentos
armados não é vedado pela constituição ela
não permite o movimento armado não pode
ser visto como movimento social. Ele é um
movimento armado, paramilitar, inclusive se
existir estar fora dos rigores constitucionais.
Se você vai protestar num movimento
público também tem que ter uma organização
por que tem que ter uma organização para
que você não acabe perturbando o evento e a
ordem pública ou atrapalhando o evento você
tem que protesta dentro de uma organização
por que o movimento não pode se tornar
baderna, para que não possa vim perder sua
legitimidade.
OBS: o movimento armado em ditaduras.
O anonimato → o alto de protestar usando
mascara é uma forma de protesto muito
discutível pelo fato de está protestando, mas,
o rosto não está a mostra para isso surge as
desculpas mais variadas possíveis. Você tem
o direito de expressar suas opiniões, suas
criticas, porém é vedada o anonimato, ele não
pode ser um movimento legitimo se ele
estiver no anonimato.
Os
movimentos
sociais
são
predominantemente urbanos. Mas não
significa dizer que é exclusivamente urbano,
eles são predominantemente urbanos por que
é dentro das cidades onde nos temos a
expressão maior das condições sociais, é
onde as contradições são mais latentes, mais
expressivas, mas isso não significa que seja
exclusivamente da cidade.
EX.: o movimento rural → MST, lutam,
reivindicam a reforma agrária, eles usam
foices, enxadas, mas isso é como
demonstração do instrumento de trabalho,
não pode confundir com movimentos
armados, por que se entendesse enquanto
movimento armados teríamos um grande
problema.
O problema que se constituiria era que
eles
não
podem
ser
legitimados,
reconhecidos, não poderia ser aceito.
Problema maior é que o MST é um dos
movimentos mais organizados do Brasil, e se
mexesse com isso teríamos um grande
problema então, melhor é ir pela via das
negociações e as armas ou as foices, as
enxadas utilizadas nos protestos não são o
meio de reivindicação (o meio é a ocupação),
a ocupação é o meio pelo qual eles usam a
pressão social pela reforma agrária.
Várias categorias: são os grupos que
aparecem nos movimentos sociais.
 A sociedade civil (é o individuo que está
protestando)
 Movimento sindicalista
 Movimento estudantil
 Movimento
de
artistas
(esse
é
interessante por que teve uma grande
repercussão na mídia, sobre a bibliografia
não autorizada)
 Apartidário (é um movimento que
acontece sem uma liderança ou uma
bandeira partidária mas pode ter vários
partidos
políticos
participando
não
caracteriza por que não há uma bandeira
política na liderança) .
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Quais seriam os pontos em comum dos
movimentos sociais:









A queda do capital monopolista
Maior justiça na sociedade
Fim da corrupção
Reforma agrária
Divisão de riqueza
Fim da concentração de renda
Melhoria do IDH
Democracia.
O humano na natureza: Cultura e práticas
culturais:
Chamo atenção para o fato de que a
presença da natureza no homem é, ao mesmo
tempo, a presença do homem na natureza→
significa que o homem transforma a natureza, ela
transforma o homem.
Pense nas questões sobre por que e
como a natureza e homem se transformam
mutuamente. O ser humano não se dá apenas na
e pela natureza, mas, principalmente, na e pela
cultura. Essa é uma visão predominante entre
filósofos, antropólogos e cientistas sociais.
Podemos até pensar, que o homem tem
uma natureza cultural. O homem se transforma
no mundo que ele mesmo constrói: mundo social,
cultural, histórico: o mundo humano. Para pensar
e investigar a nossa identidade e o devir, é
preciso estudar a cultura. Sim, porque a cultura é
condição para alguém, chamar-se e sentir-se
humano.
Para o senso comum, cultura possui um
sentido de erudição, uma instrução vasta e
variada adquirida por meio de diversos
mecanismos, principalmente o estudo. Quantas
vezes já ouvimos os jargões “O povo não tem
cultura”, “O povo não sabe o que é boa música”,
“O povo não tem educação”, etc.? De fato, esta é
uma concepção arbitrária e equivocada a
respeito do que realmente significa o termo
“cultura”.
Não podemos dizer que um índio que não
tem contato com livros, nem com música
clássica, por exemplo, não possui cultura. Onde
ficam seus costumes, tradições, sua língua? O
conceito de cultura é bastante complexo.
Mas o que significa cultura?
 A cultura é o conjunto de conhecimentos,
de valores, de crenças, de ideias e de



práticas de um grupo social, ou de um
povo, ou de uma época.
A cultura é a rede de significados que dão
sentido ao mundo que cerca um indivíduo,
ou seja, a sociedade. Essa rede engloba
um conjunto de diversos aspectos, como
crenças, valores, costumes, leis, moral,
línguas, etc.
Cultura: “é o conjunto de conhecimentos,
crenças, arte, moral e direitos, além de
costumes e hábitos adquiridos pelo
individuo em uma sociedade.” Edward
Taylor.
Alfredo Bosi define cultura, em dialética
da colonização, a partir da linguística e da
etimologia da palavra: cultura, assim
como culto e colonização, viria do verbo
latino colo, que significa, eu ocupo a terra.
Cultura seria o futuro de tal verbo,
significando o que se vai trabalhar, o que
se quer cultivar, e não apenas em termos
da
agricultura,
mas
também
de
transmissão de valores e conhecimentos
para as próximas gerações.
Palavra Cultura tem origem Latina, seu
significado está ligado as atividades agrícolas,
derivada do verbo latino COLERE= CULTIVAR.
Faz referência:
 Ao estudo, a educação, a formação
escolar.
 As manifestações artísticas (teatros,
pinturas, musicas, esculturas).
 Relaciona-se aos meios de comunicação
em massa (rádio, cinema e televisão);
 Festas e cerimônias tradicionais, lendas e
crenças de um povo;
 Faz referência às formas de vestir,
alimentar-se e falar.
A cultura pode ser representada de duas
maneiras. A primeira de Cultura Material e a
segunda Cultura Imaterial.
Cultura Material:
Numa definição mais clássica, a cultura
material pode assim ser entendida como o
conjunto de artefatos criados pelo homem,
combinando matérias-primas e tecnologia, o qual
se distingue das estruturas fixas pelo seu caráter
móvel.
Exemplos:
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



Fortaleza de São José
Igreja de São José
Cristo Redentor
Pelourinho
etimologicamente, significa "herança paterna"- na
verdade, a riqueza comum que nós herdamos
como cidadãos, e que se vai transmitindo de
geração a geração.
Cultura imaterial:
O tombamento de bens culturais:
É o conhecimento que não foi ensinado
por meio de livros, registros formais ou
ensinamentos sistemáticos, mas sim, o
conhecimento transmitido na prática, na forma
oral ou por meio de gestos, de geração para
geração.
Tradição
e
transmissão
de
conhecimento são fatores essenciais para a
continuidade da cultura intangível, também
chamada de cultura imaterial, e para a
construção da identidade um grupo, povo ou
nação. Exemplos:
 Marabaixo
 Carimbo
 Carnaval do Rio de Janeiro
 Capoeira
Tombar, de acordo com normas legais,
equivale a registrar, com o objetivo de proteger,
controlar, guardar. Tombamento, também
chamado tombo, provavelmente originado do
latim tomex, significa inventário, arrolamento,
registro. O tombamento de bens culturais,
visando a sua preservação e restauração, é de
interesse do estado e da sociedade.
O patrimônio cultural de um povo não é
composto apenas por elementos materiais, mas
também através de manifestações da cultura
imaterial, ele é constituído de práticas,
representações, técnicas, objetos e lugares do
mesmo.
Patrimônio Artístico:
Os bens materiais e imateriais que
formam o patrimônio cultural brasileiro são,
portanto, os modos específicos de criar e fazer
(as descobertas e os processos genuínos na
ciência, nas artes e na tecnologia); as
construções referenciais e exemplares da
tradição brasileira, incluindo bens imóveis
(igrejas, casas, praças, conjuntos urbanos) e
bens móveis (obras de arte ou artesanato); as
criações imateriais como a literatura e a música;
as expressões e os modos de viver, como a
linguagem e os costumes; os locais dotados de
expressivo valor para a história, a arqueologia, a
paleontologia e a ciência em geral, assim como
as paisagens e as áreas de proteção ecológica
da fauna e da flora.
Quando se preserva legalmente e na
prática o patrimônio cultural, conserva-se a
memória do que fomos e do que somos: a
identidade
da
nação.
Patrimônio,
Cultura Erudita:
Os produtores da chamada cultura erudita
fazem parte de uma elite social, econômica,
política e cultural e seu conhecimento ser
proveniente do pensamento científico, dos livros,
das pesquisas universitárias ou do estudo em
geral (erudito significa que tem instrução vasta e
variada adquirida sobre tudo pela leitura). A arte
erudita e de vanguarda é produzida visando
museus,
críticos
de
arte,
propostas
revolucionárias ou grandes exposições, público e
divulgação.
Multiculturalismo:
O Multiculturalismo (ou pluralismo cultural)
é um termo que descreve a existência de muitas
culturas numa localidade, cidade ou país, sem
que uma delas predomine, porém separadas
geograficamente e até convivialmente no que se
convencionou chamar de “mosaico cultural”.
O multiculturalismo implica reivindicações
e conquistas das chamadas minorias (negros,
índios, mulheres, homossexuais, entre outras).
A doutrina multiculturalista dá ênfase à
idéia de que as culturas minoritárias são
discriminadas, sendo vistas como movimentos
particulares,
mas
elas
devem
merecer
reconhecimento público. Para se consolidarem,
essas culturas singulares devem ser amparadas
e protegidas pela lei. O multiculturalismo opõe-se
ao que ele julga ser uma forma de etnocentrismo
(visão de mundo da sociedade branca dominante
que se toma por mais importante que as demais).
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Relativismos Cultural:
Relativismo cultural entende-se a postura
pela qual cada manifestação cultural é
considerada legítima, sendo resultado da
experiência
cotidiana
de
determinado
agrupamento humano em sua interação
constante com outros grupos.
No relativismo cultura procura–se reconhecer a
diversidade cultural como positiva.
A Escola de Frankfurt:
Conceito: foi um movimento intelectual
criado por um conjunto de filósofos e cientistas
sociais de orientação marxista em 1924, na
Alemanha. Caracterizou-se pela reflexão crítica
sobre a sociedade contemporânea e as teorias
que a explicam. Seus integrantes foram
perseguidos pelo regime nazista e muitos
emigraram para outros países, em especial os
Estado Unidos.
Em
1947, Adorno e Horkheimer
desenvolveram o conceito de Indústria Cultural
para demonstrar que, na Alemanha nazista, a
massificação cultural teve tanta importância
quanto o totalitarismo político para assegurar a
dominação sobre as classes trabalhadoras. Ou
seja, se por um lado a imposição do partido único
e a negação do direito de organização das
classes populares garantiam que não havia
contestação ao regime, por outro lado, a
produção de bens culturais voltados para o
simples divertimento e distorção da realidade, e
não para a reflexão crítica, seria uma estratégia
fundamental para atingir o mesmo objetivo: o
conformismo das massas e a naturalização da
situação de violência a que estavam submetidas.
O próprio sentido da palavra massa, algo
ao mesmo tempo homogêneo e moldável,
manipulável, já diz muito sobre o que pensava
Adorno e Horkheimer a respeito da passividade
dos indivíduos diante da mercantilização da
existência social, fenômeno ocasionado pela
racionalidade da sociedade industrial capitalista.
Nessa sociedade tudo vira mercadoria voltada
para o consumo em massa, inclusive bens
culturais como filmes, livros, músicas e obra de
artes.
Nessa perspectiva, a indústria cultural,
isto é, o conjunto dos veículos de comunicação
(como o rádio, a TV e a internet), controlados
pela classe dominante, transformam o lazer em
um prolongamento das relações de trabalho
(quanto mais se trabalha, mais é possível
consumir durante o tempo livre, o que gera um
ciclo vicioso). Prevalece a lógica da mercadoria,
da coisificação e da mecanização, que afasta a
possibilidade de reflexão crítica e leva à
consolidação do capitalismo como sistema social
hegemônico.
Adorno e Horkheimer fizeram em sua obra
uma critica do que eles entendiam como a
degradação da cultura pela sociedade industrial,
que substitui a singularidade da obra de arte por
uma fórmula repetitiva, que gera bens voltados
para o consumo e para divertimento superficial e
assegura, em última instância, a obediência às
normas vigentes. O que importa não é o
conteúdo das obras ou a intenção original de
quem as produziu, e sim o produto cultural, seu
valor de consumo.
Os maiores representantes as indústria
cultural na sociedade capitalista eram o cinema e
a música. Ainda hoje muitos consideram válidas
as criticas de Adorno e Horkheimer ao processo
de massificação e mercantilização da cultura, que
denunciava a concentração do poder difusão de
bens culturais nas mãos dos detentores do poder
econômico.
De fato, se fizemos uma pesquisa nos
cinemas das principais cidades, veremos que
existe uma grande predominância de filmes de
produção estadunidense, principalmente na
modalidade de ficção de ação. Se a for feita em
emissora de rádio e televisão, também
encontraremos esse predomínio. No entanto, o
entendimento do espectador como alguém
totalmente passivo diante dos objetivos políticos
e comerciais da indústria cultural leva a um
pessimismo imobilizante.
Será que estamos realente sujeitos a essa
manipulação e padronização cultural?
Internet e Indústria Cultural: Liberdade e
Controle:
E tempos de internet, a discussão sobre
poder da indústria cultural em definir o que
vamos ver, ouvir e ler vem sendo travado a partir
de novos pressupostos. É comum ouvimos falar
da internet como um território livre, onde os mais
diversos conteúdos podem ser divulgados e
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acessados por qualquer pessoa, podendo ser
uma ferramenta a favor da democratização da
informação. No entanto, nos últimos anos temos
visto também tentativas de governos de criar
legislações que restrinjam o uso da internet. A
questão principal é saber quem define o que é
uso indevido da internet e quais os interesses
que estão por trás desse debate.
Uma questão recente e polêmica diz
respeito á violação dos direitos autorais, prática
conhecida como pirataria. A prática de
compartilhar músicas, jogos, livros e filmes na
internet popularizou-se a tal ponto que foram
criados sites com essa finalidade especifica, que
registram quantidade enorme de acesso diários.
O debate sobre essas propostas, assim
como sobre o marcos regulatórios do uso da
internet em diversos países, tem sido travado, de
um lado, entre representantes da indústria
cultural, como emissora de TV, gravadoras,
estúdios de cinema e editoras de livros,
preocupados com uma possível queda nas
vendas de seus produtos; e, de outro lado, por
empresas responsáveis por serviços de internet,
como redes sociais, enciclopédias livres,
ferramentas de busca e publicação de blogs, que
utilizam a tecnologia para promover a livre
circulação
de
conteúdo
criados
ou
disponibilizados pelos próprios usuários.
Ao longo da vida os indivíduos
estabelecem contato com os diferentes
elementos que compõe a cultura na qual estão
inseridos e outras com as quais se relacionam de
algum modo. Em nossa época, esse
relacionamento
com
outras
culturas
é
constantemente intermediado pelas tecnologias
da informação.
A medida que esses contatos se realizam,
os indivíduos vão selecionando elementos com
os quais estabelecem uma relação de
identificação ou proximidade. Ao mesmo tempo,
percebem que há elementos das diferentes
culturas, inclusive da sua própria, que são
descartáveis
ou
cuja
relação
é
de
distanciamento. Nesse processo de constante
interação forma-se a identidade social.
Novelas
brasileiras:
conscientização na tela?
alienação
ou
No Brasil, uma das principais expressões
da indústria cultural são as telenovelas. O modelo
de contar uma historia de maneira linear se
tornou comum nos jornais em fins dos séculos
XIX, passado posteriormente para o rádio. No
entanto, foi na televisão que esse gênero
consolidou-se como um modo especifico de
entretenimento.
A trajetória da teledramaturgia se
desenvolveu no Brasil a partir dos anos 1950,
com a adaptação de novelas radiofônicas para o
novo meio de comunicação. No final dos anos
1960, as produções passaram a incorporar
diferentes técnicas e ficaram sofisticadas, o que
tornou o gênero o mais popular entre os
programas televisivos. Desde então, as
telenovelas vêm causando admiração, comoção
e envolvimento no público brasileiro, o que as
torna uma mercadoria de grande valor, sendo até
exportadas para outros países.
Por conta da importância que adquiririam
no cotidiano, as novelas são objeto de debate em
diferentes esferas da sociedade e também nas
Ciências Sociais. No campo da Sociologia, a
interpretação das novelas apresenta duas visões.
A primeira, filiada à perspectivas crítica
desenvolvida por Adorno e Horkheimer,
considera a novelas um veículo de difusão da
ideologia das classes dominantes. Nesse sentido,
essa forma de entretenimento seria um modo
linear o público, falseando a realidade. Isso
significa interpretar que os enredos, os
personagens e as cenas têm o propósito de
impedir o público de refletir sobre sua própria
realidade.
A utilização do modelo clássico de
oposição simples entre o bem e o mal, a
reprodução estereotipada de grupos e minorias
sociais e a montagem de cenas e situações com
o objetivo de vender ou divulgar produtos são
alguns dos argumentos contrários às novelas.
Nessa concepção, as novelas contribuem
para padronizar comportamentos, reforçar
estereótipos e transmitir uma visão especifica de
mundo, como se fossem uma leitura neutra da
realidade social.
Em contraposição a essa ideia, no
entanto, há os que argumentam que as novelas
cumprem um papel social importante na
conscientização
e
na
discussão
de
comportamentos das diferentes classes sociais
brasileiras. Para estes, representantes de uma
posição de análise que defende as novelas como
elemento integrador, esse gênero de produção
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cultural tem o mérito de colocar em discussão
temas próprio da realidade popular e que não
encontram espaço de divulgação na agenda
política de partidos e governos.
Nesse sentido, temas como emancipação
feminina, questionamento da estrutura patriarcal
da sociedade brasileira, demandas de minorias
sociais, como os homossexuais, foram debatidos
primeiro nos folhetos e posteriormente na
sociedade. ou seja, as novelas teriam o papel de
despertar a sociedade para questões que, por
serem enraizadas na estrutura cultural ou
demandaram
mudanças
profundas
de
comportamento, dificilmente são discutidas
cotidianamente. Além disso, as novelas
brasileiras cumpririam com louvor o papel de ser
uma forma de entretenimento produzido com
apuro tecnológico de alto nível.
A Sociologia no Brasil:
Podemos dizer que a Sociologia brasileira
começa a “engatinhar” a partir da década de
1930, vindo a se fortalecer nas décadas
seguintes.
Apesar de alguns autores da sociologia
dizerem que não há uma data correta que marca
o seu começo em solo brasileiro, essa época
parece ser a mais adequada para se falar em
início dos estudos sociológicos no Brasil.
Quando dizemos “data mais adequada”, é
porque as produções literárias que surgem a
partir dessa década (1930) começam a
demonstrar um interesse na compreensão da
sociedade brasileira quanto à sua formação e
estrutura.
Mas note, não estamos afirmando que
antes da data acima ninguém havia se proposto a
entender nossa sociedade. Antes da década de
1930 muitos ensaios sociológicos sobre o Brasil
foram elaborados por historiadores, políticos,
economistas, etc. No entanto, na maioria destes
trabalhos, os autores apresentavam a tendência
de escrever sobre raça, civilização e cultura, mas
não tentavam explicar a formação e a estrutura
da sociedade brasileira.
A partir de 1930, surge no Brasil um
período no qual a reflexão sobre a realidade
social ganha um caráter mais investigativo e
explicativo.
Esse caráter mais investigativo e
explicativo foi impulsionado pelos muitos
movimentos que estimularam uma postura mais
crítica sobre o que acontecia na sociedade
brasileira. Dentre alguns destes movimentos
estão o Modernismo, a formação de partidos
(sobretudo o partido comunista) e os movimentos
armados de 1935.
"Romance de 30" (porque é o início
cronológico da nova literatura); romance neorealista (porque essas obras conseguiram
renovar e modernizar o realismo/naturalismo do
século 19, enriquecendo-o com preocupações
psicológicas e sociais) ou romance regionalista
moderno (porque escapa das metrópoles e vai
ao Brasil regional, preso ainda a antinomias dos
séculos anteriores).
Um partido comunista é um partido
político que tem como objetivo a aplicação
política, social, cultural e econômica dos
princípios do Comunismo através de um governo.
O nome origina-se da obra O Manifesto do
Partido Comunista (1848), dos alemães Karl
Marx e Friedrich Engels[1].
Defendia propostas nacionalistas e tinha
como uma de suas bandeiras a luta pela reforma
agrária. Embora liderada pelos comunistas,
conseguiu congregar os mais diversos setores da
sociedade e rapidamente tornou-se um
movimento de massas.
Movimentos como esses, de alguma
forma, traziam transformações de ordem social,
econômica, política e cultural ao país, e
despertavam o interesse de pensadores em dar
explicações a tais fenômenos. Aos poucos a
Sociologia passa a constituir-se como uma forma
de reflexão sobre a sociedade brasileira. Veja
como isso aconteceu:
Fases da sua implantação:
Dividindo
os
acontecimentos
da
implantação da Sociologia no Brasil como
ciência, em fases, ou em geração de autores
brasileiros, destaca-se aqui três deles, as quais
se complementam:
A fase “A” da implantação da Sociologia no
Brasil:
A primeira geração da Sociologia
brasileira seria composta por aqueles autores
que se preocuparam em fazer estudos históricos
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sobre a nossa realidade, com um caráter mais
voltado à Literatura do que para a Sociologia.
Desta geração de autores, queremos
destacar Euclides da Cunha (1866-1909). Cunha
nasceu no Rio de Janeiro, foi militar engenheiro,
além de ter estudado Matemática e Ciências
Físicas e Naturais. Porém, o que gostava de
fazer, como profissional, era o jornalismo.
Em 1895, abandonou o Exército e
começou a trabalhar como correspondente do
jornal “O Estado de São Paulo”. Nessa função foi
enviado para a Guerra de Canudos, no interior da
Bahia, de onde surgiu sua maior contribuição à
Sociologia brasileira: o livro Os Sertões.
Se analisarmos este livro pelo enfoque
literário, podemos perceber que Cunha faz,
usando seus conhecimentos de Ciências e
Físicas Naturais, relatos sobre como era a terra e
a paisagem de Canudos. Também faz a
descrição dos homens que ali viviam, ou seja, os
sertanejos, nos quais percebe que, ao contrário
do que pensava antes de conhecê-los, eram
fortes e valentes, ainda que a aparência dos
mesmos não demonstrasse isso.
Por fim, Cunha descreve a guerra, isto é,
como foi que o governo da época conseguiu
acabar com o que considerava ser uma
revolução que reivindicava a volta do sistema
monárquico no Brasil. Na verdade Antonio
Conselheiro (o líder da Revolução de Canudos) e
seus seguidores apenas defendiam seus lares,
sua sobrevivência.
“É que estava em jogo, em Canudos, a sorte da
República...”
Diziam-no
informes
surpreendedores; aquilo não era um arraial de
bandidos truculentos apenas. Lá existiam
homens de raro valor – entre os quais se
nomeavam conhecidos oficiais do exército e da
armada, foragidos desde a Revolução de
Setembro, que o Conselheiro avocara ao seu
partido.” (CUNHA, 1979: 250).
Olhando mais pelo lado sociológico,
podemos perceber que Cunha estava fazendo
revelações quanto à organização da República
que estava sendo consolidada. Canudos era um
retrato de uma sociedade republicana que não
conseguia suprir as necessidades básicas de seu
povo.
Coisa que Antonio Conselheiro, com sua
maneira missionária de ser, acreditava e lutava
para acontecer, pois...
“...abria aos desventurados os celeiros fartos
pelas esmolas e produtos do trabalho comum.
Compreendia que aquela massa, na aparência
inútil, era o cerne vigoroso do arraial. Formavamna os eleitos, felizes por terem aos ombros os
frangalhos imundos, esfiapados
sambenitos de uma penitência que lhes fora a
própria vida; bem-aventurados porque o passo
trôpego, remorado pelas muletas e pelas
anquiloses, lhes era a celeridade máxima, no
avançar para a felicidade eterna”. (CUNHA, 1979:
132 ).
Após duas tentativas sem sucesso de
“tomar” Canudos – pois os sertanejos tornavam
difícil a vida dos soldados, por conhecerem muito
bem a caatinga sertaneja – o governo federal
republicano deixou de subestimar a força
daquelas pessoas que se uniram a Conselheiro.
Convocou para uma terceira expedição
batalhões armados de vários estados brasileiros
e promoveu uma grande guerra e matança
naquela região, em prol da República.
A observação de Euclides da Cunha e as
revelações que faz quanto à sociedade brasileira
em Os Sertões, transforma esta obra em um dos
referenciais de início do pensamento sociológico
no Brasil.
A fase “B” da implantação da Sociologia no
Brasil:
Existem vários autores desta geração que
poderíamos referenciar, como Gilberto Freyre,
Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque de Holanda,
Fernando de Azevedo, Nelson Wernek Sodré,
Raymundo Faoro, etc.
No entanto, vamos nos fixar em dois
deles, os quais podem ser vistos como clássicos
do pensamento social brasileiro: Gilberto Freyre e
Caio Prado Júnior.
Gilberto Freyre foi o autor de Casa
Grande & Senzala (1933), livro no qual
demonstrou as características da colonização
portuguesa, a formação da sociedade agrária, o
uso do trabalho escravo e, ainda, como a mistura
das raças ajudou a compor a sociedade
brasileira.
Freyre foi um sociólogo que nasceu em
Pernambuco no ano de 1900 e, no desenvolver
de sua profissão, criou várias cátedras de
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Sociologia, como na Universidade do Distrito
Federal, fundada em 1935. Freyre faleceu em
1987.
Quando escreveu Casa Grande &
Senzala tinha 33 anos e, anti-racista que era,
inaugurou uma teoria que combatia a visão
elitista existente na época, importada da Europa,
a qual privilegiava a cor branca. Segundo tal
visão racista, a mistura de raças seria a causa de
uma formação “defeituosa” da sociedade
brasileira, e um atraso para o desenvolvimento
da nação.
Freyre propõe um caminho inverso. Em
Casa Grande & Senzala ele começa justamente
valorizando as características do negro, do índio
e do mestiço acrescentando, ainda, a ideia de
que a mistura dessas raças seria a “força”, o
ponto positivo, da nossa cultura.
Este autor forneceu, para o seu tempo,
uma nova maneira de ver a constituição da
nacionalidade brasileira, isto é, o Brasil feito por
uma harmoniosa união entre o branco (de origem
europeia), o negro (de origem africana), o índio
(de origem americana) e o mestiço, ressaltando
que essa “mistura” contribuiu, em termos de ricos
valores, para a formação da nossa cultura.
Veja alguns trechos de sua obra a este respeito:
“Um traço importante de infiltração de
cultura negra na economia e na vida doméstica
do brasileiro resta-nos acentuar: a culinária”
Guerra de Canudos (1897): Aconteceu numa abandonada
fazenda no interior da Bahia que tinha o nome de Canudos.
As tropas federais massacraram milhares de pessoas que
viviam naquele lugar tendo por líder um beato chamado
Antonio Conselheiro o qual, a partir de 1890, começou a
ajuntá-los pregando esperança para os que foram esquecidos
pelo governo republicano. Conselheiro era visto, pelo
governo, como sendo um líder perigoso e contrário à
consolidação da República. Por isso o objetivo da guerra.
(FREYRE, 2002.
“Foi ainda o negro quem animou a vida
doméstica do brasileiro de sua maior alegria.”
(FREYRE, 2002)
“Nos engenhos, tanto nas plantações
como dentro de casa, nos tanques de bater
roupa... carregando sacos de açúcar... os negros
trabalhavam sempre cantando.” (FREYRE,
2002).
No entanto, vale ressaltar aqui que
Gilberto Freyre tinha um “olhar” aristocrático e
conservador sobre a sociedade brasileira, pois
além de justificar as elites no governo, sua
descrição do tempo da escravidão em Casa
Grande & Senzala adquire uma conotação
harmoniosa, ele não via conflitos nessa estrutura.
Mas se para Gilberto Freyre era um erro
pensar que a mistura das raças seria um atraso
para o Brasil, há um outro autor que se propôs a
verificar qual seria e onde estaria a origem do
atraso da nação brasileira.
Estamos falando de Caio Prado Júnior.
Este autor vai nos fornecer uma visão muito mais
crítica sobre a formação da nossa sociedade.
Veja por quê.
Enquanto Gilberto Freyre fazia uma
análise conservadora da formação da sociedade
brasileira, Caio Prado recorria à visão marxista,
isto é, partindo do ponto de vista material e
econômico para o entendimento da nossa
formação.
Caio Prado Júnior nasceu em 1907 e
faleceu em 1990. Formou-se em direito e, de
forma autodidata, leu e tomou para si os ideais
de Marx, o que o fez uma pessoa comprometida
com o Socialismo.
Caio Prado também era uma espécie de
“contra-mão” do Partido Comunista Brasileiro no
seu tempo, pois um dos militantes daquele
partido, Octávio Brandão (1896-1980), havia
escrito um livro na década de 1920, chamado
Agrarismo
e
Industrialismo
no
qual
apresentava a tese de que o atraso do Brasil, em
termos econômicos, estava no fato dele ter tido
um passado feudal. E esta tese continuou a ser
defendida pelo PCB com o historiador Nelson
Wernek Sodré (1911-1999), que interpretava o
escravismo, no Brasil Colonial, como uma
característica do feudalismo.
É por essa razão que Caio Prado era
contrário ao Partido Comunista, pois a ideia de
que no passado o Brasil havia sido feudal era
“importada” do marxismo oficial, da Europa, e
que na sua opinião, não funcionava aqui. E, para
Caio Prado, a prova disso estaria no fato de que
no sistema feudal o servo não era considerado
uma mercadoria, coisa que ocorria aqui com os
escravos, o que denota uma característica do
sistema capitalista (e não feudal) no que tange à
análise da mão de obra.
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No seu livro Formação do Brasil
Contemporâneo, publicado em 1942, Caio
Prado apresenta a tese de que a origem do
atraso da nação brasileira estaria vinculada ao
tipo de colonização a que o Brasil foi submetido
por Portugal, isto é, uma colonização periférica e
exploratória.
Traduzindo
para
melhor
compreendermos... Caio Prado explica que
Portugal teve grande contribuição no “nosso
atraso” como nação, pois o centro do capitalismo,
na época do “descobrimento” do Brasil, estava na
Europa, o que fazia com que as riquezas daqui
fossem levadas para lá. Este tipo de organização
econômica foi denominado de primária e
exportadora, pois os produtos extraídos das
monoculturas brasileiras, nos latifúndios, eram
exportados para os países que estavam em
processo de industrialização.
Segundo Caio Prado, a América era vista
pelos europeus como sendo
“...um território primitivo habitado por rala
população indígena incapaz de fornecer qualquer
coisa de realmente aproveitável. Para os fins
mercantis que se tinham em vista, a ocupação
não se podia fazer como nas simples feitorias
comerciais, com um reduzido pessoal incumbido
apenas do negócio, sua administração e defesa
armada; era preciso ampliar estas bases, criar
um povoamento capaz de abastecer e manter as
feitorias que se fundassem e organizar a
produção dos gêneros que interessassem ao seu
comércio. A ideia de povoar surge daí, e só daí”.
(PRADO JÚNIOR, 1942: 24).
As teses desse autor rompem com as
análises
dos autores
que
antes
dele
apresentaram um pensamento conservador
restrito, isto é, de reprodução daquilo que estava
posto
na
sociedade
brasileira
e,
consequentemente,
sem
a
intenção
de
apresentar propostas para sua transformação.
Assim sendo, segundo a visão de Caio
Prado, Gilberto Freyre, em Casa Grande e
Senzala, pode ser considerado “conservador”.
Veja porque:
a) seus escritos nos levam a pensar que a
miscigenação acontecia sempre de maneira
harmoniosa. Mas e a relação entre os senhores
brancos e suas escravas negras, por exemplo?
Se verificarmos relatos da história veremos que
as negras eram forçadas a terem relações
sexuais com eles, o que é bem diferente de
harmonia.
b) sobre os problemas sociais da época, Freyre
não apresenta nenhuma proposta para a solução
dos mesmos, ou para a transformação da
sociedade.
Para Caio Prado Júnior, os pontos “a” e
“b” mencionados acima demonstram a postura
conservadora
de
Gilberto
Freyre,
pois
transparece certo conformismo com a situação
em que se apresentava a sociedade.
Conformismo que pressupõe continuidade, sem
transformação.
E a fase “C” da implantação da Sociologia no
Brasil:
Já a partir dos anos de 1940 novos
sociólogos começam a aparecer no cenário
brasileiro.
Esta terceira geração é formada por
sociólogos que vieram de diferentes instituições
universitárias, fundadas a partir de 1930 e
inauguram estilos mais ou menos independentes
de fazer Sociologia.
Começam a surgir estilos ou tendências, o
que fez com que surgissem diferentes “escolas”
de Sociologia em São Paulo, Recife, Rio de
Janeiro, Salvador, Belo Horizonte e em outros
lugares.
Dentre os autores que fazem parte dessa
terceira geração, podemos citar: Florestan
Fernandes (1920-1995), importante nome da
Sociologia crítica no Brasil. Foi um sociólogo que
fez um contínuo questionamento sobre a
realidade social e das teorias que tentavam
explicar essa realidade. O objetivo deste autor foi
de, numa intensa busca investigativa e crítica, ir
além das reflexões já existentes.
Florestan também mantinha contínuo
diálogo com o pensamento crítico brasileiro.
Autores como Euclides da Cunha e Caio Prado
Júnior, os quais vimos anteriormente, fazem
parte de sua lista de interlocutores. O diálogo
com esses autores foi fundamental para o seu
trabalho de análise dos movimentos e lutas
existentes na sociedade, principalmente aquelas
travadas pelos setores populares.
Outro aspecto de sua maneira crítica de
fazer Sociologia foi a sua afinidade com o
pensamento marxista, principalmente sobre o
modo de analisar a sociedade, o que se
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constituiu numa espécie de “norte” crítico
orientador de seu pensamento.
As transformações sociais que ocorreram
a partir de 1930 no Brasil foram, também, uma
espécie de “motor” para os trabalhos de
Florestan. Mas não apenas para ele, pois como
já mencionamos, essas transformações serviram
de impulso para os trabalhos sociológicos no
Brasil como um todo. E isso se deu
principalmente a partir de 1940, pois essas
transformações se intensificaram muito por causa
do aumento da industrialização e da urbanização.
Algumas
das
consequências
da
urbanização, inclusive gerada pela migração de
pessoas que, vindas do campo, procuravam
trabalho nas indústrias das grandes cidades,
foram o surgimento de problemas de falta de
moradia, desemprego e criminalidade. Essas
situações emergentes, logicamente, tornavam-se
temas para a análise sociológica.
Para finalizar, vale ressaltar que a
Sociologia crítica que Florestan inaugura também
tinha o “olhar” voltado aos mais diversos grupos e
classes existentes na sociedade. Algumas de
suas pesquisas com grupos indígenas e sobre as
relações raciais em São Paulo, por exemplo,
tiveram o mérito de fornecer explicações que se
contrapunham às explicações dadas pelas
classes dominantes da sociedade brasileira.
Referencias:
COSTA, Cristina. Sociologia: Introdução à
Ciência da Sociedade. São Paulo: Editora
Moderna.
MEKSENAS, Paulo. Aprendendo Sociologia: A
paixão de conhecer a vida. São Paulo:
Edições Loyola.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à
Sociologia: Série Brasil. São Paulo: Editora
Ática.
TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o
Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010. 2ª
edição.
http://educarparacrescer.abril.com.br/
www.infopedia.com.br
www.brasilescola.com.br
http://lounge.obviousmag.org/de_dentro_da_carto
la/2013/11/zygmunt-bauman-vivemos-temposliquidos-nada-e-para-durar.html#ixzz3Y4OAtNzZ
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