Caderno de Resumo - iv simpósio mundial de estudos de língua

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IV SIMPÓSIO MUNDIAL DE
ESTUDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
CADERNO DE RESUMOS
PÔSTERES
Língua Portuguesa: ultrapassando fronteiras, unindo culturas
Faculdade de Letras/UFG
02 a 05 de julho de 2013
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IV SIMPÓSIO MUNDIAL DE
ESTUDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
COMISSÃO ORGANIZADORA
Presidente
Profª. Drª. Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Vice-Presidente
Profª. Drª. Tânia Ferreira Rezende – UFG
Conselheiros
Profª. Drª. Silvia Bigonjal Braggio – UFG/CNPq
Prof. Dr. Francisco José Quaresma de Figueiredo – UFG
Tesoureiro
Prof. Dr. Leosmar Aparecido Silva – UFG
Secretaria
Prof. Dr. Sinval Martins de Sousa Filho – UFG
Profª. Ms. Lennie Aryete Dias Pereira Bertoque – UFMT
Equipe de Apoio
Amanda Moura – UFG
Fernanda Cristine Guimarães – UFG
Henrique Silva Fernandes – UFG
Jéssica Lobo – UFG
Lorena Araújo de Oliveira Borges – UFG
Pedro Henrique Andrade – UFG
Pedro Henrique da Silva – UFG
Priscilla Cabral de Arruda – UFG
Ricardo Cantuária – UFG
Colaboradores
Déborah Barros
Elisandra Filetti
Izac Vieira Chaves
Maria Goreti Barichelo
Marly Augusta Magalhães
Milcinele Duarte
Silvone Melchior
Vera Roncato
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FACULDADE DE LETRAS
Diretor
Prof. Dr. Francisco José Quaresma de Figueiredo
Vice-Diretor
Jamesson Buarque
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação
Profa. Dra. Maria Cristina Faria Dalacorte Ferreira
Coordenadora dos Cursos de Letras: Português, Estudos Literários e Linguística
Prof. Dra. Tânia Ferreira Rezende
Chefe do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários
Profa. Dra. Eliane Marquez da Fonseca Fernandes
Chefe do Departamento de Línguas e Literaturas Estrangeiras
Profa. Dra. Patrícia Roberta Castro
Chefe do Departamento de Letras Libras
Hildomar José de Lima
Coordenador do Centro de Línguas
Antón Corbacho Quintela
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
REITORIA
Reitor
Prof. Dr. Edward Madureira Brasil
Vice-Reitor
Prof. Dr. Eriberto Francisco Bevilaqua Marin
PRÓ-REITORIAS
Graduação
Profa. Dra. Sandramara Matias Chaves
Pesquisa e Pós-Graduação
Profa. Dra. Divina das Dores de Paula Cardoso
Extensão e Cultura
Prof. Dr. Anselmo Pessoa Neto
Administração e Finanças
Prof. Dr. Orlando Afonso Valle do Amaral
Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos
Prof. Ms. Jeblin Antônio Abraão
Assuntos da Comunidade Universitária
Economista Júlio César Prates
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COMISSÃO CIENTÍFICA
INSTITUIÇÕES DA ÁSIA
Universidades e Institutos Chineses
Instituto Politécnico de Macau
Choi Wai Hao
Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim
Ye Zhi Liang
Zhao Hongling
Universidade de Estudos Internacionais de Xangai
Catarina Xu
Zhang Weiqi
Universidade de Macau
Alan Norman Baxter
Ana Nunes
Ana Paula Cleto Godinho
Carlos Filipe Guimarães Figueiredo
Custódio Cavaco Martins
Maria Antónia Espadinha
Mário Pinharanda
Nunes Roberval Teixeira e Silva
Universidades japonesas
Kioto University of Foreign Studies
Ikunori Sumida
Sophia University
Helena Toida
Tokyo University of Foreign Studies
Masayuki Toyoshima
Universidades coreanas
Hankuk University of Foreign Studies
Lee Sung Doc
INSTITUIÇÕES DA ÁFRICA
Universidade Eduardo Mondlane
Elidio Nhamona
Gregório Firmino
Universidade Metodista de Angola
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Armindo Gameiro
Universidade Pedagógica de Maputo
Agostinho Goenha
INSTITUIÇÕES DA EUROPA
Universidade de Extremadura (Espanha)
Juan Carrasco
Université Charles-de-Gaulle Lille III (França)
Liliane Santos
Universidade de Helsínquia (Finlândia)
Ruben Rodrigues
Universidade del Salento (Itália)
Kátia de Abreu Chulata
Gian Luigi de Rosa
Universidade do Algarve (Portugal)
Manuel Célio Conceição
Universidade de Beira-Interior (Portugal)
Paulo Osório
Universidade Católica Portuguesa (Portugal)
Maria Laura Bettencourt Pires
Universidade de Évora (Portugal)
Maria João Marçalo
Maria do Céu Fonseca
Universidade de Lisboa (Portugal)
Maria Helena Mira Mateus
Maria José Grosso
Madalena Teixeira
Universidade do Minho (Portugal)
Sérgio Paulo Guimarães Sousa
Henrique Barroso
Anabela Leal de Barros
Universidade Nova de Lisboa (Portugal)
Maria Francisca Xavier
Maria Teresa Lino
Ana Madeira
Universidade do Porto (Portugal)
Maria da Graça Lisboa Castro Pinto
Universidade de Trás-os-Montes-e-Alto-Douro (Portugal)
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Carlos Assunção
Universidade de Londres (Inglaterra)
Else Vieira
Katholische Universität Eichstätt-Ingolstadt (Alemanha)
Roland Schimdt-Riese
Mathias Arden
INSTITUIÇÕES DA AMÉRICA
Universidades e Instituições Brasileiras:
Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás
Célia Sebastiana Silva
Deise Nanci de Castro Mesquita
Elisandra Filetti
Ilse Leone Borges Chaves de Oliveira
Vivianne Fleury de Faria
Centro Universitário Fundação Santo André
Clarice Assalim
Centro Universitário da Grande Dourados
Adair Vieira Gonçalves
Nara Maria Fiel de Quevedo Sgarbi
Instituto Federal de Educação de São Paulo
Raul de Souza Püschel
Suely Corvacho
Instituto Federal do Tocantins
Daniel Marra da Silva
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Liliana Cabral Bastos
Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal
Caroline Rodrigues Cardoso
Universidade Bandeirante de São Paulo
Valdevino Soares de Oliveira
Universidade de Brasília
Daniele Marcelle Grannier
Davi Borges de Albuquerque
Denize Elena Garcia da Silva
Heloisa Maria Moreira Lima Salles
Hildo Honório do Couto
Kleber Aparecido da Silva
Marcos Bagno
Orlene Lúcia de Saboia Carvalho
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Universidade do Estado da Bahia
Cristina Carvalho
Emília Helena Portella Monteiro de Souza
Norma Lopes
Universidade Estadual de Campinas
Anna Christina Bentes
Cláudia Hilsdorf Rocha
Cláudia M. Wanderley
Universidade Estadual de Feira de Santana
Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz
Universidade Estadual de Goiás
Luana Alves Luterman
Universidade Estadual do Maranhão
Maria Célia Dias de Castro
Universidade Estadual Paulista
Antônio Donizeti Pires
Roberto Gomes Camacho
Sanderléia Roberta Longhin-Thomazi
Sebastião Carlos Gonçalves
Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Darcilia Marindir Pinto Simões
José Pereira da Silva
Vania L. R. Dutra
Universidade Federal do Acre
José Pereira da Silva
Universidade Federal da Bahia
Edleise Mendes
Universidade Federal do Ceará
Márcia Teixeira Nogueira
Universidade Federal do Espírito Santo
Lilian Coutinho Yacovenco
Maria Marta Pereira Scherre
Universidade Federal Fluminense
Cláudia Roncarati (em memória)
Ivo Da Costa Do Rosário
Magda Bahia Schlee
Mariângela Rios de Oliveira
Nilza Barrozo Dias
Vanise Medeiros
Xoán Carlos Lagares
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Universidade Federal de Goiás
Agostinho Potenciano de Souza
André Marques do Nascimento
Antonio Corbacho Quintela
Christiane Cunha de Oliveira
Eliane Marquez da Fonseca Fernandes
Elza Kioko Nakayama Nenoki do Couto
Francisco José Quaresma de Figueiredo
Goiandira de Fátima Ortiz de Camargo
Heloisa Augusta Brito de Mello
Israel Elias Trindade
Jamesson Buarque de Souza
Joana Plaza Pinto
Kátia Menezes de Sousa
Leila Borges Dias Santos
Leosmar Aparecido da Silva
Lucielena Mendonça de Lima
Maria Suelí de Aguiar
Maria Zaíra Turchi
Mirian Santos de Cerqueira
Pedro Carlos Louzada Fonseca
Rodrigo Marques
Sebastião Elias Milani
Silvia Lucia Bigonjal Braggio
Sinval Martins de Sousa Filho
Solange Fiuza Cardoso Yokozawa
Tânia Ferreira Rezende
Vânia Cristina Casseb Galvão
Universidade Federal do Mato Grosso
André Luiz Rauber
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Aparecida Negri Isquerdo
Maria Luceli Batistote
Universidade Federal de Minas Gerais
César Nardelli
Maria Antonieta Amarante De Mendonça Cohen
Maria Cândida Trindade Costa De Seabra
Maria Gorete Neto
Universidade Federal de Ouro Preto
Ana Paula Rocha
Universidade Federal do Pará
Eliane Pereira Machado Soares
Austria Rodrigues Brito
Cláudio Abreu Fonseca
Soélis Teixeira Do Prado Mendes
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Universidade Federal da Paraíba
Dermeval da Hora
Universidade Federal do Piauí
Maria Auxiliadora Ferreira Lima
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Edvaldo Balduino Bispo
José Romerito Silva
Maria Angélica Furtado da Cunha
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Maria Luiza Braga
Maria da Aparecida Meireles de Pinilla
Maria Cristina Rigoni Costa
Marina Rosa Ana Augusto
Maria da Conceição Paiva
Universidade Federal de Rondônia
Maria do Socorro Pessoa
Universidade de São Paulo
Ataliba T. de Castilho
Benjamin Abdala Junior
Elis de Almeida Cardoso Caretta
Émerson Di Pietri
Gabriel Antunes de Araujo
Helder Garmes
Ieda Maria Alves
José Nicolau Gregorin Filho
Manoel Luiz Gonçalves Corrêa
Manoel Mourivaldo Santiago Almeida
Márcia Santos Duarte de Oliveira
Maria Aparecida Torres
Maria Célia Lima-Hernandes
Maria Helena da Nóbrega
Maria Lúcia C. V. O. Andrade
Maria Zilda da Cunha
Mário Eduardo Viaro
Marli Quadros Leite
Monica Simas
Patrícia Carvalhinhos
Rosane Amado
Rosangela Sarteschi
Vima Lia Rossi Martin
Universidade Federal de Santa Catarina
Adair Bonini
Leonor Scliar Cabral
Universidade Federal de São Carlos
Oto Araújo Vale
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Roberto Leiser Baronas
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Acir Mário Karwoski
Universidade Federal de Uberlândia
Angélica Rodrigues
Cleudemar Alves Fernandes
Eliana Dias
Guilherme Fromm
Maura Alves de Freitas
Universidade Federal de Viçosa
Luciana Ávila
Universidade Nove de Julho
Marcello Ribeiro
Universidade Presbiteariana Mackenzie
Maria Helena de Moura Neves
Regina Helena Pires de Brito
Universidade de Santo Amaro
Maria Auxiliadora Fontana Baseio
Instituição Argentina:
Universidad Nacional de Córdoba
Juan José Rodríguez
Instituições norteamericanas:
Princeton University
Luís Gonçalves
Universidade do Arizona
Ana M. Carvalho
United States Instituto Camões
João Caixinha
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APOIO
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APRESENTAÇÃO
O IV SIMELP ocorrerá de 02 a 05 de julho de 2013, na Faculdade de Letras da Universidade
Federal de Goiás, em Goiânia, Goiás, Brasil.
O SIMELP tem como concepção básica congregar estudiosos da língua portuguesa de todo o
mundo – no que diz respeito à divulgação, ao ensino e à pesquisa – em Simpósios constituídos
como espaços de discussão nas áreas da língua, da linguística, da literatura e da cultura. Mesasredondas e apresentações de pôsteres integram também a programação. Para isso, como na primeira
edição em 2008 (na USP, Brasil), na segunda em 2009 (na Universidade de Évora, Portugal), e na
terceira em 2011 (na Universidade de Macau), contamos com a participação de universidades de
todos os continentes.
São mais de 2.000 inscritos no IV SIMELP GOIÂNIA, entre pesquisadores, alunos de graduação,
pós-graduandos, professores da educação básica e do ensino superior. Especialistas da área (28)
integrarão mesas-redondas cujos temas envolvem variação linguística, política linguística, ensino,
gramática e literatura. Os temas discutidos nas mesas-redondas e outros de relevo na área dos
estudos da linguagem nortearão os debates em 65 simpósios. Haverá também reuniões de redes e de
associações internacionais de pesquisa.
Pretendemos promover um evento democrático e um ambiente que propicie a interação de jovens e
experientes pesquisadores, estudantes e profissionais de diferentes áreas que têm a língua
portuguesa como objeto de interesse.
Diálogo é a palavra-chave do IVSIMELP GYN.
Grande abraço,
Vânia Cristina Casseb Galvão (UFG/CNPq)
Coordenação Geral do IV SIMELP
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Os resumos publicados neste caderno são de inteira responsabilidade de seus autores.
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PÔSTERES
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A (DES)CONSTRUÇÃO DE ESTEREÓTIPOS SOBRE INDÍGENAS NA LITERATURA
INFANTO-JUVENIL: UMA REFLEXÃO SOBRE A LEITURA NA ESCOLA
Silvely Brandes – UEPG/Fundação Araucária
Cloris Porto Torquato – UEPG
A literatura infanto-juvenil é constituída por gêneros discursivos (Bakhtin, 1997) que estão
presentes no ensino fundamental como uma das principais formas de desenvolver as habilidades de
leitura e interpretação dos alunos e, muitas vezes, serve de propulsora para produções de escrita na
escola. Sabemos que muitas crianças acabam tomando como verdades as histórias contadas nos
textos de literatura infanto-juvenil, por isso parece ser necessária uma reflexão sobre os conteúdos
presentes nestes textos e sobre os procedimentos de interpretação viabilizados nas eventuais fichas
de leitura que acompanham alguns livros, as quais são muito utilizadas nas escolas. Neste trabalho,
entendemos que uma das características da literatura é o diálogo com a vida (Bakhtin, 1926);
recortando e apreendendo momentos da vida, a literatura apreende a vida e auxilia-nos a atribuir-lhe
sentidos (BAKHTIN, 2010). Partindo dos estudos bakhtinianos, busca-se, nesta pesquisa, refletir
sobre os gêneros (textos em prosa e poesia), focalizando, sobretudo, aspectos do tema (conteúdo
temático) e aspectos dos tratamentos didáticos/pedagógicos pelos quais estes gêneros passam a
integrar o repertório discursivo dos estudantes. Nossa pesquisa se concentra em relatar a realidade
indígena presente na literatura infanto-juvenil para depois pensar no papel do educador para a
formação de um leitor que saiba relacionar o conteúdo dos gêneros literários com a sua função, o
entretenimento. Esperamos identificar e compreender, assim, os modos como a literatura e a escola
têm contribuído para a construção e/ou a desconstrução de estereótipos sobre os indígenas no
Brasil.
A COLOCAÇÃO DOS PRONOMES CLÍTICOS EM ANÚNCIOS DE JORNAIS DO INÍCIO
DO SÉCULO XX DA CIDADE DE UBERABA-MG
Bruna Faria Campos de Freitas – UFTM/Uberaba/MG/FAPEMIG
Juliana Bertucci Barbosa – UFTM/Uberaba,/MG/CNPq
Partindo dos pressupostos teóricos da Sociolinguística Variacionista e da Linguística Histórica, o
presente projeto busca verificar a posição dos clíticos pronominais, adjungidos a complexos verbais,
em orações presentes em textos jornalísticos extraídos do Lavoura e Comercio publicados na
cidade de Uberaba no início do século XX. Diversos estudos variacionistas apontam que a
colocação pronominal se revela como um fenômeno característico do processo de evolução e
transformação no português (cf. GALVES; BRITTO; PAIXÃO de SOUZA, 2005; MARTINS,
1994; PAGOTTO, 1993; TORRES-MORAIS,1995, VIEIRA, 2002 BIAZOLI, 2010). A variante
pré-verbal tornou-se o padrão básico em Português Brasileiro (PB) nos domínios finitos e não
finitos, tanto em orações independentes ou coordenadas como em orações subordinadas e
imperativas. Isto significa dizer que a colocação proclítica independe da presença dos “atratores” de
próclise. Assim, partindo de pesquisas já realizadas sobre colocação dos pronomes clíticos no PB,
buscamos verificar se no registro de língua escrita do Português Mineiro de Uberaba do início do
século XX é possível verificar os padrões de colocação característicos do PB atual. Inicialmente,
fizemos uma revisão bibliográfica sobre a Teoria da Variação Lingüística e sobre a colocação
pronominal no Português. Em seguida, montamos um corpus composto de textos jornalísticos
extraídos do jornal Lavoura e Comercio. Após essa etapa, selecionamos aleatoriamente as cem
(100) primeiras ocorrências com colocações pronominais e as analisamos seguindo a metodologia
variacionista prescrita por Labov (1972). Fizemos uso da análise estatística fornecida pelo pacote de
programas GOLDVARB-X, considerando-se os resultados absolutos e os percentuais obtidos.
Quanto ao referido recorte temporal, escolhemo-lo por se tratar de um período pouco investigado do
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ponto de vista linguístico e relevante pelo conjunto de fatos históricos que o caracterizam.
Acreditamos que as reflexões aqui suscitadas, a partir de considerações sobre variação e mudança
linguísticas e da alternância da posição dos pronomes clíticos, podem contribuir com a descrição da
variedade do português mineiro, e consequentemente, do Português Brasileiro, além de, também,
confirmarem a relevância dos estudos já existentes acerca dessas temáticas.
A CONCORDÂNCIA NOMINAL: UM ESTUDO MINIMALISTA
Alane Luma Santana Siqueira – UFRPE/UAST/PIBIC/FACEPE
Adeilson Pinheiro Sedrins – UFRPE/UAST
Apresentaremos uma análise sobre a concordância nominal do Português Brasileiro (PB), sob a
perspectiva da teoria de valoração de traços (CHOMSKY, 2001). Para isso, nosso estudo parte da
discussão do trabalho de Magalhães (2004), uma proposta baseada na operação Agree (Chomsky,
2001). Podemos entender a relação Agree como uma operação que visa à eliminação de traços que
não são interpretáveis pelas interfaces da gramática. Nesse sentido, de acordo com Chomsky
(2001), os itens lexicais podem apresentar traços interpretáveis e não-interpretáveis. O item que
apresenta um traço não-interpretável assume um papel de sonda, procurando na estrutura um alvo a
fim de que, a partir da relação estabelecida com esse alvo, seu traço nãointerpretável possa ser
valorado e eliminado antes de atingir as interfaces. Nessa teoria, um traço não-interpretável só será
eliminado se o elemento que o contiver estabelecer relação com outro elemento que apresenta o
mesmo tipo de traço, mas com natureza interpretável. Baseada nessa teoria, Magalhães (2004)
propõe que a operação Agree, responsável pela concordância entre o sujeito e a flexão verbal da
sentença, seja estendida também ao domínio do DP. De acordo com a autora, no PB, adjetivos (A)
possuem traços-phi de gênero e número não-interpretáveis; nomes (N) possuem traço de gênero e
pessoa interpretáveis, mas traços de número e Caso nãointerpretáveis. No momento em que A entra
em relação com N, A tem seu traço de gênero valorado. O determinante (D) seria o núcleo que
possui traço de número interpretável, mas traço não-interpretável de gênero. Então, D, ao ser
concatenado na estrutura, estabelece relação com A, valorando o traço de número de A. No entanto,
D não valora o seu próprio traço de gênero, já que A não tem traço interpretável de gênero, e
continua procurando um alvo, encontrando N, que valora o seu traço de número com D, e D valora
o seu traço de gênero. Duas questões centrais, a partir do estudo de Magalhães (2004), são
exploradas em nossa pesquisa. A primeira é o fato de o adjetivo funcionar como um “alvo”,
valorando seu traço não-interpretável de gênero com D, D não “ganhando” nenhuma eliminação de
seus próprios traços não-interpretáveis. Assim, assumimos que na relação estabelecida entre D e A,
ambos obtêm traços valorados. A segunda questão diz respeito à nossa investigação sobre a
presença de traço de pessoa não-interpretável no DP, uma questão não explorada por Magalhães.
A CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS: BREVE ESTUDO SOBRE COESÃO REFERENCIAL
NO TEXTO ESCOLAR
Sílvia Coelho Oliveira – UFTM/PIBID/CAPES
Ana Paula Silveira – UFTM/PIBID/CAPES
Jauranice Rodrigues Cavalcanti – UFTM
A presente pesquisa faz parte do subprojeto de Língua Portuguesa do PIBID (Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
(UFTM), cujo início se deu em julho de 2011. O principal objetivo do referido subprojeto é
enriquecer a competência textual de alunos do ensino médio cujas escolas recebem as equipes do
PIBID-UFTM. Para isso, elegeu-se como foco de atuação o trabalho com a produção de textos de
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cunho argumentativo, visto que os exames de avaliação (como o ENEM) cobram do aluno o
domínio desse tipo de texto. No desenvolvimento do trabalho, reuniu-se um corpus constituído de
redações que apresentavam inadequações/distorções em sua progressão textual, isto é, na
construção de sentidos, na fluência de sua leitura e interpretação. Como postula Antunes (2008), a
coesão textual refere-se a “essa propriedade pela qual se cria e se sinaliza toda espécie de ligação,
de laço, que dá ao texto unidade de sentido ou unidade temática” (p.47). Alguns dos textos
selecionados foram desenvolvidos a partir do tema – Homofobia: a intolerância não velada – eleito
pelos alunos dentre outras opções – outros são provenientes de redações elaboradas com base no
tema da redação do ENEM 2011 – Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o
privado – e, por fim, textos elaborados a partir de uma atividade de paráfrase do texto: Nós,
mulheres da periferia, extraído da coluna Catraca Livre do periódico Folha de S. Paulo. A análise
dos textos teve como suporte teórico as reflexões de Marcuschi (2010), Antunes (2008) e Koch
(2005), imprescindíveis para descrever a estreita relação entre o contexto de produção e elementos
cotextuais, ou seja, elementos dispostos na superfície textual. Resultados parciais apontam
inadequações na seleção e uso de recursos coesivos independentemente do assunto abordado nos
textos. Melhor dizendo: os textos revelam a dificuldade que seus autores têm de mobilizar o aporte
de recursos linguísticos oferecidos pela língua no momento em que constroem a tessitura de seu
texto, comprometendo, assim, o evento discursivo.
A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DA LEITURA E SUA PRÁTICA NA ESCOLA:
ANTIGA E ATUAL, ENSINOS QUE SE CRUZAM PARA FUTURAS REFLEXÕES A
CERCA DO ENSINO DE LEITURA
Lídia Carla Borges da Costa – UFG/PIBID/CAPES
Wilton Divino da Silva Júnior – UFG
O ensino de leitura na escola é um tema que nos últimos anos tem sido debatido por muitos, tendo
em vista sua relevância para o desenvolvimento do aluno na vida escolar e social. Avaliações, como
Prova Brasil e PISA, apontam para graves problemas no que tange o ensino oferecido pela grande
maioria das redes de escolas brasileiras. Como o principal foco dessas avaliações é a leitura é
avaliar a capacidade de apreender o texto como construção de conhecimento em diferentes níveis de
compreensão, análise e interpretação e ainda, procura relacionar as habilidades desenvolvidas pelos
estudantes. Instituições não governamentais como o Instituto Paulo Montenegro ( IPM ) e a ONG
Ação Educativa, apresentam uma estatística sobre o Indicador de Alfabetismo Funcional ( Inaf) no
Brasil. Segundo eles "O país tem cerca de 6,5 milhões de universitários e de todos que chegaram ao
ensino superior no Brasil somente 62% são plenamente alfabetizados", ou seja, 38% ainda não
dominam a leitura e nem a escrita. É certo que a leitura é extremamente importante na vida de
qualquer pessoa. Garcez acrescenta a essa ideia que " a leitura é fonte de enriquecimento da
memória, do senso crítico e do conhecimento sobre diversos assuntos acerca dos quais se pode
escrever" (Garcez, 2001, p.23). Compreender melhor o ensino da leitura da atualidade e porque esse
ensino muita das vez não tem atendido os anseios da "nova era" a era da informática. É importante
voltarmos ao passado e façamos um estudo e uma reflexão das origens das práticas de leitura no
Brasil para que através de um estudo constante da história e cruzar duas dimensões de maneira
abrangente, "antiga" e "Atual". Para que, pesquisando sobre o passado e observando o presente
possamos construir hipóteses para refletir sobre as práticas, complexas, múltiplas que constroem a
história do ensino da leitura, "pois se conseguíssemos entender como se lia, poderíamos vir a
compreender melhor como se entendia a vida, e por essa via a via histórica, quem sabe chegaríamos
a satisfazer uma parte de nosso próprio anseio por um sentido." ( Darnton, 1990, p.172).
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A CONSTRUÇÃO FICAR DE + INFINITIVO: UMA ABORDAGEM CONSTRUCIONAL
Marina Lara – UNESP
Orientadora: Angélica Rodrigues – UNESP
O objetivo deste trabalho é oferecer uma descrição e análise das construções FICAR DE +
INFINITIVO, buscando apresentar evidências a favor de sua construcionalidade nos termos de
Goldberg (1995). Construção é entendida aqui como pareamento entre forma e função, sendo que
sua forma e seu significado não estão previstos pelos elementos individualmente presentes em sua
composição nem por outras construções préexistentes na língua (GOLDBERG, 1995, p. 04). As
instanciações da construção em foco neste trabalho foram inicialmente coletadas a partir de sistema
de busca na internet e posteriormente a partir do banco de dados Iboruna (IBILCE-Unesp), que é
constituído por amostras de fala representativa da variedade do interior de São Paulo, mais
especificamente da região de São José do Rio Preto. Os enunciados (1) e (2) são representativos dos
casos da construção FICAR DE + INFINITIVO: (1) Há alguns meses atrás vi a receita no programa
do Olivier Anquier na qual ele visitou algumas cidades da Itália. Ele deu a receita e a preparou em
um lugar maravilhoso. Fiquei de fazer e nada. (Google) (2) Ah que pena gente, eu e o Luan
ficamos de ir lá em casa. (Google) Dos dados coletados inicialmente, podemos concluir que essas
construções apresentam as seguintes propriedades funcionais: (i) veiculam um valor associados à
modalidade deôntica; e estruturais: (ii) a construção não apresenta restrições quanto às flexões
modo-temporais e número-pessoais, podendo ocorrer em qualquer tempo-modo verbal e com
qualquer pessoa do discurso; (iii) o segundo verbo sempre está no infinitivo e apresenta restrições
quanto ao tipo semântico (essa restrição está associada à veiculação de conteúdos deônticos que
podem ser incompatíveis com alguns verbos a depender do contexto).
A CONVERSÃO DO ADJETIVO EM ADVÉRBIO NO PORTUGUÊS DE GARANHUNS
Reginaldo Victor Rêgo de Souza – UFRPE/UAG/FACEPE
Rafael Bezerra de Lima – UFRPE/UAG
Partindo de Foltran (2010) que fala da grande heterogeneidade dos advérbios, destacamos que os
únicos que seguem uma regulariade morfológica são os terminados em –mente. Dentre esses, os
advérbios de modo, que são o nosso objeto de estudo, apresentam uma relação muito próxima aos
adjetivos, pois para formar tais advérbios utilizamos uma base adjetival, também verificamos essa
relação entre adjetivo e advérbio no ambiente sintático em que as formas do adjetivo adverbializado
e formas especificadas ocorrem, como nesse exemplo: Maria entrou lento na sala/Maria entrou
lentamente na sala, ou seja, eles ocorrem numa mesma posição sem haver prejuízos semânticos para
as sentenças. Com isso, destacamos o trabalho de Basílio (2007), no qual a autora define esse
fenômeno como “conversão”, também destacamos o trabalho de Lima (2010), que considera esse
tipo de advérbio uma subclasse dos adjetivos. O presente trabalho tem como objetivo estudar no
português da cidade de Garanhuns-PE o fenômeno da conversão de adjetivo em advérbio, como
também, verificar a ocorrência da variação entre a forma default do adjetivo e a forma terminada
em –mente, ou seja, forma mais especificada. A coleta dos dados para a pesquisa foi feita com um
aparelho mp4, em seguida as gravações foram transcritas para a formação do corpus, foram
selecionados 2 homens e 2 mulheres nascidos em Garanhuns e com os pais nascidos na mesma
cidade. Com o intuito de analisar se a escolaridade era fator determinante nos resultados, a
entrevista foi feita com 1 homem e 1 mulher com ensino médio completo e com 1 homem e 1
mulher com ensino superior completo. O indicado na pesquisa é que os 2 informantes com ensino
médio tenderam a usar mais os adjetivos adverbializados, enquanto que os 2 informantes com
ensino superior fizeram maior uso dos advérbios com o morfema -mente, isso segundo as análises
de Hummel (2000) e Rodrigues (2007), raros são no português brasileiro os advérbios de modo 19
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mente (a ocorrência fica em torno de 6 a 8% do total de advérbios com essa forma) e isso aponta
para o fato que a noção de modo está sendo realizada de outras maneiras e o uso de adjetivos
adverbiais é uma delas. Também verificamos que até os falantes com graduação não utilizaram com
ampla frequência os advébios com o morfema –mente, isso nos mostra que existe uma tendência
cada vez maior de não se utilizar esses advérbios de VP na oralidade.
A CRÔNICA COMO ESTÍMULO PARA A LEITURA E A ESCRITA
Ana Claudia da Silva Ribeiro – UEA
Lílian Clara Pereira Lisboa – UEA
Thaís Vasconcelos dos Santos Oliveira – UEA
O presente trabalho tem como objetivo apresentar as técnicas de ensino utilizadas nas aulas de
língua portuguesa, buscando através do gênero crônica, despertar e estimular nos alunos de uma
escola pública estadual o gosto pela leitura e escrita. Isso foi possível através do Programa
institucional de bolsas de iniciação a docência - PIBID que permitiu as acadêmicas orientar
adequadamente as atividades de produção textual, realizando onze oficinas na sala de aula, fazendo
atividades de leitura e escrita das crônicas, instigando os alunos a desenvolverem seus textos de
forma leve e prazerosa, despertando neles o interesse por outras tipologias, como: notícia, artigo de
opinião, conto etc, usando como referenciais teóricos livros de oficina de leitura e outros de
relacionados a produção textual, como: KLEIMAN. Ângela, Oficina de leitura: Teoria e prática e
OLIVEIRA. Luciano Amaral,Coisas que todo professor de português precisa saber: A teoria e a
prática. Nesse sentido podemos incentivar os alunos a leitura de jornais, para terem mais
conhecimento sobre o meio em que vivem, fazendo com que eles pratiquem a escrita expondo suas
opiniões sobre a sociedade. Possibilitando também verificar o estilo de leitor e a organização textual
de cada um. Como a produção de texto reflete o indivíduo por seu modo de ser, de pensar e de
interpretar seus conhecimentos, aprimorar a escrita é fundamental, então utilizamos as crônicas e
colocamos o nosso objetivo ao encontro das necessidades mais profundas da escola atual. A
interação digital fez, praticamente, desaparecer a procura por livros de leitura e pesquisa. Os
resultados obtidos foram o resgate da leitura de livros impressos e o treinamento da escrita
estimulada por meio das crônicas produzidas pelos alunos, adquirindo assim a importância de
hábitos saudáveis e indispensáveis na vida dos alunos através do gênero crônica.
A DIVULGAÇÃO DA CULTURA AFRICANA PARA O PÚBLICO INFANTIL
BRASILEIRO A PARTIR DA LITERATURA DE ROGÉRIO ANDRADE BARBOSA
Clara Loureiro Silva de Carvalho – UFF
Juliana de Araújo Barros – UFF
Margareth Silva de Mattos – UFF
Nilma Gonçalves Lacerda – UFF
Anteriormente à colonização, a África era composta por diversas tribos com diferentes culturas e
formas de organização social. Essas sociedades africanas eram majoritariamente ágrafas, tendo na
oralidade não apenas uma tradição, mas uma visão particular de mundo. Para esses povos a palavra
tem caráter sagrado, ela emana do ser supremo como instrumento de criação do universo. O mundo
é considerado um todo integrado e a partir disso cria-se uma concepção particular de homem,
concepção essa que não está presente apenas no período pré-colonial, mas que continua sendo atual
e que diferencia essa cultura de todas as demais. Depois das independências das colônias no século
XX, intensificou-se o interesse por um resgate do passado africano na busca de uma identidade:
uma tentativa de rompimento com a visão eurocêntrica e de valorização da diversidade dos povos.
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Para isso, contou com a metodologia da coleta, que permitiu uma noção mais próxima da realidade
sociocultural, uma vez que se utilizava da melhor fonte de informações, as narrativas de tradição
oral. Esse estudo se propõe a analisar a importância da divulgação da cultura africana para a
construção de um imaginário que rompa com os estereótipos e preconceitos acerca do continente.
Centralizamos a pesquisa em torno da obra de Rogério Andrade Barbosa, escritor brasileiro que se
empenha em recolher, traduzir (em alguns casos) e adaptar narrativas provenientes de relatos orais
desses povos para apresentá-las ao público de crianças e jovens, da qual selecionamos para este
trabalho a coleção “Bichos da África” (1987/1988) e os livros “Histórias que nos contaram em
Luanda” (2009) e “Irmãos Zulus” (2006). Isso se faz interessante porque permite aos leitores a
formação de uma visão crítica pós-colonialista. Recorremos, para isso, à pesquisa bibliográfica
tanto na produção literária do escritor quanto na produção teórica de alguns autores que
fundamentam nossa reflexão, como Bhabha (1998) e Memmi (2007).
A ECOLOGIA DAS RELAÇÕES ESPACIAIS EM LIBRAS
Jullyne Sousa Aguiar – UFG
Elza Kioko Nakayama Nenoki do Couto – UFG
Este projeto propõe o estudo da Língua de Sinais Brasileira a partir da teoria da ecologia das
relações espaciais. É importante destacar que mesmo pertencendo à modalidade espaçovisual, a
Libras é uma língua natural assim como as línguas orais. A iconicidade, apesar de não representar a
totalidade dos sinais, é um fator que pode ser observado com maior freqüência nas línguas visoespaciais do que nas orais. Trata-se de uma pesquisa ação que visa, dentre outros objetivos,
investigar a relação entre as palavras que designam as relações espaciais e o dado do mundo a que
essas palavras se referem, a partir dessas relações espaciais, verificando se na Libras existem outras
expressões espaciais não contempladas na Ecologia das Relações Espaciais, e se o uso de uma
figura pode ajudar na explicação desses conceitos e das palavras que os lexicalizam. A pesquisa
ainda está em andamento e é embasada por autores renomados como Quadros (2008), Couto (1996),
Skliar (2003) e Karnopp (2004). A metodologia utilizada consiste na leitura de materiais já
publicados sobre o assunto em questão e coleta de dados a partir da realização de entrevistas com
pessoas surdas. Os resultados parciais feitos ate agora esta nas pesquisas e leitura desses autores e a
escrita do artigo para em seguida prosseguir com o plano de apresentação para o congresso.
A EXPERIÊNCIA MULTICULTURAL NO ENSINO DA LITERATURA NA ESCOLA
Miriã Campos Meireles – UFOPA
Lauro Roberto da Figueira – UFOPA
Este trabalho trata de uma proposta pedagógica desenvolvida na Escola Estadual Rio Tapajós
envolvendo turmas da 1ª etapa EJA Médio, abordando os gêneros narrativo e poético, conteúdos do
plano de ensino das referidas séries aliados às propostas do Programa Institucional de Bolsa De
Iniciação À Docência – PIBID. Nessa proposta, optamos pelos autores Bruno de Menezes e Inglês
de Sousa, tendo em vista não somente a qualidade literária de suas produções, mas também a
possibilidade de apresentar, aos alunos dessas turmas, textos literários de expressão amazônica
recheados de manifestações multiculturais reveladoras do modo de vida humana da Amazônia bem
como de outras culturas que por aqui transitam e ficam. Esse barroquismo é produto de conflitos
existenciais, medos, ambiguidades, paradoxos e transgressões marcadores das vivências desse
homem amazônico. Considerando a proposta de explorar o multiculturalismo relacionado ao ensino
da literatura na escola, sem perder de vista o plano de ensino da série envolvida, o trabalho
desenvolveu-se a partir de leitura e produção de texto. As etapas metodológicas efetivadas nas
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turmas, em determinado ponto, tornaram-se distintas, tendo em vista faixa etária, modalidade de
ensino e abordagem. Portanto, observando as características específicas da EJA, desenvolveu-se a
produção coletiva de quadro comparativo dos textos e autores trabalhados. Os resultados obtidos
durante o desenvolvimento do trabalho culminaram numa noite de socialização dos quadros
comparativos e painéis temáticos. Portanto, a tarefa levada a cabo tornou-se edificante na medida
em que o saber cotidiano e o espaço escolar dialogaram e se revelaram por meio de manifestações
individuais do aluno no processo ensino/aprendizagem. Os PCN’s e a perspectiva multiculturalista
de estudo sobre o homem amazônico e sua língua em contato com outras culturas são orientações
fundamentais para a consecução deste projeto.
A FALA DE ARCOS (MG) E SEUS ASPECTOS SOCIOGEOLINGUÍSTICOS: UMA
PERSPECTIVA DIALETOLÓGICA
Danilo Araujo de Souza – UFOP/FAPEMIG
Clézio Roberto Gonçalves – UFOP
Elaborar estudos que dizem respeito à língua e, especificamente, à fala, um tema também político, é
impossível sem a ligação direta com o ser humano que, por sua vez é um “animal político”.
Portanto, este trabalho não é exclusivamente uma discussão acadêmica, pois aborda uma conjuntura
em âmbitos mais amplos. Assim como não se pode negar a grande influência da língua sobre a visão
de mundo dos seus falantes, não se pode negar a influência do meio físico e do contexto cultural
sobre a língua. Elaborar um estudo lexical de caráter descritivo da fala do município de Arcos (MG)
é o objetivo geral deste estudo, sendo que, especificamente, se propõe a: i) elaborar uma base de
dados semântico-lexicais do município de Arcos (MG); ii) fazer o tratamento dos dados semânticolexicais, mostrando quantitativamente as incidências das variações; iii) registrar e documentar todas
as variantes em cartas lexicais. A fundamentação básica do estudo na Dialetologia e na
Geolinguística permite a reconstituição da história de palavras, de suas vias de difusão, de flexões,
de agrupamentos sintáticos e de antigas camadas da língua, segundo a repartição dos tipos
geográficos atuais. Esse resgate torna-se possível por meio da aplicação de um questionário
previamente elaborado a determinados sujeitos e pela elaboração de cartas, onde as respostas são
registradas e pelas quais poderemos, então, obter o mapeamento das variantes linguísticas, segundo
as orientações do Projeto do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB). Os resultados parciais desta
pesquisa constatam que, desde a origem do município de Arcos, alguns itens nos remetem a uma
reflexão sobre que fatores influenciaram a fala e a norma linguística em voga atualmente no
município mineiro.
A FALA DOS JOVENS DO 1° ANO DO ENSINO MÉDIO NO MUNÍCIPIO DE COXIM
Amanda Lolita Rosalim Alves – IFMS
O objetivo do projeto A fala dos jovens do 1° ano do ensino médio no munícipio de Coxim é
identificar quais as variações linguísticas são mais recorrentes dentro deste público-alvo no
município de Coxim - MS. A pesquisa consta de três etapas: pesquisa bibliográfica, coleta de dados
e análise de dados. Para tal pesquisa foram selecionadas algumas obras do renomado linguista
brasileiro Marcos Bagno, o qual se mostra ser um referencial na sociolinguística no âmbito nacional
brasileiro, dentre as obras está Preconceito Linguístico, na qual o autor vem desmistificar muitos
mitos que são passados de geração a geração a respeito da fala do brasileiro. A pesquisa foi
realizada nas escolas da rede pública e rede privada do município de Coxim – MS.
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A FUNÇÃO DO GOSTO E A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO: DA TRADIÇÃO CRÍTICA ÀS
TEORIAS ESTÉTICAS CONTEMPORÂNEAS
Ludmila Parreira Borges – PUC/GO
Maria Aparecida Rodrigues – PUC/GO
O estudo pretende apresentar, por meio da abordagem crítica de teorias comparadas, analisar a
construção de sensações estéticas encontradas nas obras literárias a partir das teorias da poética de
Aristóteles, da concepção horaciana de arte como “útil e doce”, das funções de gosto de Kant.
Fazendo uma analise do objeto contemplado de acordo com as teorias citadas a cima, podemos
entender como o artista consegue transformar algo simples em um objeto de beleza incondicional,
capaz de gerar emoções diversas, uma vez que, segundo Horácio, o principal papel da arte é ser
bela, e proporcionar prazer em seu admirador através desta beleza, levando-o assim a um estado
pleno, catarse, que, segundo a poética de Aristóteles, é o estado de purificação da alma, alcançado
através de uma grande descarga emocional, gerada a partir desta contemplação. Kant realiza o seu
estudo da faculdade de ajuizamento do belo e do feio pela “análise do juízo de gosto”. No juízo de
gosto, está sempre contida uma referência ao entendimento, a faculdade responsável pala execução
da funções lógicas para julgar. Os momentos que caracterizam as funções do gosto fornecem o
quadro geral dentro do qual é elaborada a Analítica do Belo. Em outras palavras, o guia da análise
kantiana dos juízos de gosto é a lógica “formal” da sua época, reforçada pelas considerações sobre o
uso de certas expressões estéticas na linguagem comum. A atitude do artista, em determinadas
teorias da tradição, já prefigura o papel da audiência como parte da criação. O destinatário funciona
como co-produtor da obra na medida em que sua expectativa determina as exigências estruturais
que o artista deve atender se quiser obter a aprovação do público. Embora, o criador poderá ou não
aceitar críticas do apreciador. Isto significa, então, que a atitude crítica está implícita no ato criativo.
Fato é que o fator de adesão nasce do relacionamento que o público estabelece entre a lógica interna
da obra e o que ocorre na sua experiência cotidiana – formas do ser e do parecer.
A HISTÓRIA SOCIAL DA LÍNGUA PORTUGUESA EM JUIZ DE FORA/MG NO SÉCULO
XIX: CONSIDERAÇÕES SOBRE CONTATOS LINGUÍSTICOS
Malvina Maria de Oliveira – UFJF
Patrícia Fabiane Amaral da Cunha Lacerda – UFJF
Este trabalho tem como objeto fundamental tratar das relações de contato linguístico que teriam
ocorrido em Juiz de Fora/MG no século XIX. Conforme discutiremos, o município integrou o
Caminho Novo – nova rota estabelecida para o escoamento do ouro proveniente da região
mineradora – e se tornou, no século XIX, um grande centro exportador de café. Além disso, a
cidade, em decorrência de seu acelerado processo de crescimento, vivenciou uma expressiva
expansão de seu contingente populacional. Como será mostrado, o desenvolvimento da cidade está
relacionado a uma grande movimentação de agrupamentos populacionais, já que Juiz de Fora
contou, no século XIX, com a presença de imigrantes alemães e italianos, com pessoas que antes
habitavam a região das minas e, principalmente, com o maior contingente de escravos de todo o
Estado. De acordo com Zágari et al. (1998, 2005), a língua portuguesa em Minas Gerais é
constituída por três falares – falar baiano, falar mineiro e falar paulista – que possuem
particularidades fonéticas e morfossintáticas. Baseando-se nesta classificação, este trabalho tem
como objetivo fundamental analisar como situações específicas de contato linguístico ocorridas no
século XIX – principalmente, no que se refere à presença bastante significativa de escravos de
origem africana – seriam as principais responsáveis pela atual configuração do falar mineiro, o qual
recobre, no Estado de Minas Gerais, as regiões da Zona da Mata e Vertentes. Como defendemos
neste trabalho, a compreensão efetiva dos diversos dialetos e/ou falares que constituem uma língua
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requer uma análise bastante apurada de fatores de ordem histórico-social. No caso mais específico
do falar mineiro, discutiremos como a presença maciça de escravos de origem africana teria atuado
como fator preponderante em sua configuração. A respeito da importância das situações de contato
entre línguas para o estudo de processos de variação e mudança linguística, Kroch (1989) vai ainda
além e afirma que a origem da mudança é sempre externa e envolve – como consequência do
contato entre línguas – o contato entre gramáticas distintas. Nesse sentido, advogamos que o
levantamento de informações de natureza demográfica pode fornecer importantes indícios de como
os contatos linguísticos ocorridos na cidade durante o século XIX estariam diretamente relacionados
a processos de variação e de mudança, principalmente no que se refere à presença maciça de
escravos na região.
A IMAGEM DA MULHER NAS PASTORELAS DE AIRAS NUNES E D. DINIS
Geraldina Ribeiro Nascimento – UEG
Márcia Maria de Melo Araújo – UEG
O trabalho tem como objetivo principal investigar como a imagem da mulher é construída nas
cantigas de amigo trovadorescas, tendo como corpus as pastorelas de Airas Nunes e D. Dinis. Para
tanto, serão realizadas leituras e observação de fontes bibliográficas, a exemplo de fontes
específicas sobre as cantigas de amigo como Rodrigues Lapa, José Joaquim Nunes, João Gaspar
Simões, Lênia Márcia Mongelli, Maria do Amparo Maleval e Yara Frateschi; para tratar do
simbolismo, do imaginário e da misoginia na Idade Média servirão de fundamentação Mário
Martins, Luiz Costa Lima e Howard Bloch. Para tratar da situação do meio familiar, da atividade
profissional, política, intelectual e o problema da marginalidade, as fontes de pesquisa serão Rivair
Macedo e Georges Duby. A remissão às pastorelas pode permitir recuperar a dinâmica do percurso
feminino, dentro de um panorama literário exclusivamente masculino. Além disso, o estudo permite
analisar temas e motivos pecualiares a cada trovador, recorrências formais e soluções estilísticas, de
modo a se reconstituir o que modernamente se chamaria de cosmovisão do homem medieval. Como
resultado, pretende-se criar um blog sobre as cantigas de amigo dos trovadores galego-portugueses,
começando pelos dois autores que constituem o corpus deste trabalho e anexá-lo a uma rede social.
A INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS FONOLÓGICOS SÂNDI E SÍNCOPE NA AQUISIÇÃO
DA ESCRITA
Miriane Gomes de Lima – UFG/CAC/AG/ PIBIC
Sabendo-se que a língua possui duas modalidades (oral e escrita), o presente estudo propõe uma
abordagem sobre a influência da fala na aquisição da língua escrita por crianças, inclusive no que
diz respeito à aquisição da ortografia já que toda escrita se pauta em normas para se escrever
corretamente. Almejamos introduzir a este estudo um paralelo entre modalidade oral e escrita,
estimulando uma maior compreensão da língua escrita materna. Para o desenvolvimento desse
projeto, busca-se fundamentação nas teorias fonéticas, fonológicas e sociolinguísticas; em estudos
direcionados para questões da alfabetização e letramento. Nesse sentido, propomos verificar até que
ponto a fonética, a fonologia e a sociolinguística influenciam de maneira benéfica, ou não, na
aquisição da linguagem escrita, especialmente em relação aos processos fonológicos sândi e
síncope. Portanto, a partir desta pesquisa, os dados gerados serão nossos subsídios, juntamente com
as teorias das áreas anteriormente citadas, para possível compreensão e identificação de possíveis
erros ortográficos gerados a partir desses processos fonológicos (sândi e síncope) e sua influência
na fase de aquisição da língua escrita. Dessa forma, proporemos soluções para correção lógica, no
intuito de induzir os alunos a fazerem uma reflexão na hora da escrever e, assim, cometerem menos
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erros na escrita e, ainda assim, utilizarem seus conhecimentos linguísticos como fator primordial na
construção de textos escritos. Diante disso, visamos favorecer não somente os alunos, mas também
os professores, dando-lhes oportunidades para familiarizarem com as teorias fonológicas e
fornecerem largas condições para se pensar o ensino de língua materna.
A INTERAÇÃO EM AUDIÊNCIAS DE CONCILIAÇÃO DE UM JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL: UM ESTUDO DE (RE)FORMULAÇÕES
Welton Pereira E Silva – UFV
Tomando por base algumas teorias a Sociolinguística Interacional, nossa pesquisa procura entender
a maneira como se dá o uso de formulações nas atividades conversacionais de uma audiência de
conciliação. Essas audiências são encontros entre partes adversárias em um processo jurídico,
mediados por uma terceira parte. Essa terceira parte, o mediador das audiências, coordena a
negociação entre as partes em conflito com o objetivo de encontrar um consenso e,
conseqüentemente, dar fim ao processo jurídico, para que não haja a necessidade de levá-lo a
julgamento. O foco de análise dessas audiências serão as estratégias de formulações ou
reformulações produzidas pelos participantes, principalmente pelo mediador durante as fases de
relato de conflito e de negociação. Tal estratégia linguístico-discursiva consiste na descrição,
definição ou resumo que um dos participantes fornece explicitamente sobre o que está acontecendo
na conversa. Supomos, assim, que as estratégias discursivas de (re)formulações contribuam para a
construção da história do conflito e serão de extrema importância para o estabelecimento de uma
determinada verdade a partir da qual os participantes negociarão. O interesse dessa proposta,
portanto, é a descrição e interpretação da atividade interacional de produção de formulações em
audiências de conciliação. Isso engloba atividades de resumir a fala do outro, fazer paráfrases e
repetir. Através da análise de fala-em-interação em ambiente de trabalho jurídico, pretende-se: (i)
revelar a função discursivo-interacional do uso de formulações em audiências em um Juizado
Especial Cível; (ii) verificar em quais momentos aparecem as formulações em interações em
audiências e qual a freqüência de produção de tais estratégias, assim como quem as produz; (iii)
observar as identidades e papéis sociais que estão sendo construídos através do uso de formulações
em audiências. Toda pesquisa de cunho etnometodológico, como assim se classifica as bases
teóricas dessa investigação, tem a importância fundamental de descrever e esclarecer as ações
cotidianas dos atores sociais, através das quais eles constroem o seu mundo social por meio das
interações do dia a dia. A relevância desse estudo se torna mais evidente quando se trata da análise e
observação de ambientes de trabalho, o que proporciona aos estudos lingüísticos um caráter social
de aplicação de conhecimento. Desse modo, a descrição discursiva da atividade de formular ou
reformular é reveladora dos modos de agir e de construir significados em interação, pois, a
formulação seria, então, uma representação do discurso, produzida por um dos participantes dessa
interação. A pesquisa ainda se encontra em processo, no entanto, na data do evento, esperamos já
apresentar os resultados finais.
A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL COMO INCENTIVO A CRITICIDADE DOS ALUNOS
Kelly Ferreira Sarmento – UERR
Chislene Moreira Cardoso – UERR
Quando se lê, interpretam-se palavras, itens lexicais, unidades linguísticas que podem ser simples
ou complexas (REBELLO, 2002, p.149, apud GONÇALVES, 2006, P.18), e estas unidades
complexas, por exemplo, o texto, para ser compreendido necessita estar inserido dentro de um
contexto histórico e social e o leitor precisa ter conhecimento disso. Caso contrário não haverá
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compreensão do que foi lido. Este estudo teve como intuito analisar a didática utilizada pelo
docente de língua portuguesa para trabalhar o processo de interpretação textual com os alunos do 7º
ano EJA de uma escola Municipal de Rorainópolis, visto que, durante o período de regência
observou-se que os discentes, de modo geral, têm dificuldades em interpretar textos e perceber
informações subentendidas. Esta pesquisa fundamentou-se em Pareison (2005), Soares (1998) e
PCNs do terceiro e quarto ciclos do Ensino fundamental (Brasil, 1998). A pesquisa foi qualitativa,
com objetivos exploratório e descritivo, tendo como procedimento técnico a pesquisa bibliográfica
e de campo. Os dados foram coletados por meio de entrevista aberta aplicada ao docente e
questionário aplicado aos discentes. Após analisar os dados coletados observou-se que a didática
utilizada pelo professor não é eficaz no que se refere à interpretação, visto que os alunos não têm o
habito de ler, não entendem o que leem, embora afirmem que o professor os auxiliem quando
apresentam dificuldades na interpretação textual.
A INTERSECÇÃO ENTRE FATORES INTERNOS E EXTERNOS DA LÍNGUA: O
SISTEMA DE FORMAS DE TRATAMENTO EM JORNAIS UBERABENSES DO INÍCIO
DO SÉCULO XX
Mayra Natanne Alves Marra – UFTM/CAPES
Juliana Bertucci Barbosa – UFTM/CNPq
O Português Brasileiro sofreu e sofre variações e mudanças à medida que é utilizado por seus
falantes. Logo, é inerente a estrutura da língua ser variável de acordo com as necessidades daqueles
que a utilizam, de maneira que a língua falada ou escrita em sincronias passadas não é a mesma que
utilizamos atualmente. Seguindo esta perspectiva de língua, este trabalho tem como principal
objetivo pesquisar no Português Escrito Mineiro da cidade de Uberaba a motivação que levou o
usuário da língua a escolher certas formas de tratamento em detrimento de outras. Além disso,
investigamos também o emprego dos pronomes pessoais (tu/você) e possessivos (seu/teu), para
designar segunda pessoa do discurso. Optamos por analisar esses fenômenos linguísticos
especificamente nos gêneros textuais “Coluna Social” e “Editorial” extraídos do Lavoura e
Comércio, publicados nas primeiras décadas de 1900. Os fenômenos linguísticos citados e o
veículo “jornal” foram escolhidos por representarem um exemplo da interdependência entre a
história interna e externa da língua. O Lavoura e Comércio foi um jornal que exerceu grandes
influências na sociedade uberabense daquela época. Fundado em 1989 por produtores rurais que
eram contra o governo mineiro, por causa do fisco estadual, o jornal, após 104 de veiculação
ininterrupta, faliu no ano 2003. Para montagem da amostra do Português Uberabense escrito do
início do século XX, digitalizamos esses jornais e, posteriormente, selecionamos os fenômenos
linguísticos (objeto da pesquisa). A análise linguística – qualitativa/quantitativa – seguiu o modelo
proposto por Labov (2008), levando-se em consideração fatores linguísticos e extralinguísticos.
Dessa forma, por meio desta pesquisa, buscamos contribuir para o estudo da história e
caracterização das peculiaridades do português mineiro e auxiliar no esboço de um panorama, por
meio do estudo das formas de tratamento no jornal Lavoura e Comercio, dos anseios da
comunidade de Uberaba do início do século XX, referentes à busca por um espaço de circulação de
sua voz na sociedade.
A LÁGRIMA DE UM CAETÉ: TRADIÇÃO E RENOVAÇÃO DA AUTORIA FEMININA
Gislene da Silva – UFTM/FAPEMIG
Fani Miranda Tabak – UFTM
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Este trabalho visa estudar o poema A lágrima de um Caeté, de Nísia Floresta. Nísia nasceu em 1810
na cidade de Papary, Rio Grande do Norte, depois de casar-se e separar-se, Nísia mudou-se para
Pernambuco e nos anos seguintes para Porto Alegre e Rio de Janeiro. Nísia viajou para diversos
países europeus e relacionou-se com a intelectualidade européia, chegando a residir em Paris,
Roma, Florença e por fim em Rouen, onde faleceu em 1885. O poema A lágrima de um Caeté foi
publicado pela primeira vez em 1849 sob o pseudônimo de Telesila, posto que o mesmo apresenta
uma face inédita do Indianismo no Brasil. Segundo Constância Lima Duarte (1997, p. 07), uma das
autoras que estudou a sua obra, o nome de Nísia Floresta não consta em antologias da Literatura
Brasileira ou em livros que tratam da história literária do país do século XIX. O fato é ainda mais
curioso quando se pensa em indianismo brasileiro, posto que a obra em análise apresenta uma visão
do indianismo bastante distinta daquela tradicional. Em A lágrima de um Caeté, o índio não é
apenas um selvagem subserviente, mas representa uma voz que de fato reflete sobre sua condição.
Consequentemente, este estudo é fundamental para que se pense uma “nova” noção de indianismo
dentro da tradição literária dos oitocentos. A importância de se estudar A lágrima de um Caeté, de
Nísia Floresta, está no fato de que, até o presente momento, este poema tem poucos estudos críticos
e ele representa um diálogo com uma possível revisão do conceito de Indianismo, desenvolvido
amplamente no romantismo brasileiro. Resulta importante, ainda, dentro do âmbito do conceito de
Indigenismo, disseminado na literatura da América Latina, mas raramente aplicado aos estudos de
literatura brasileira. É importante ressaltar que, por se tratar de uma obra de autoria feminina,
verificamos importância destacada no seu estudo, já que a história literária baniu ou ignorou boa
parte da autoria feminina do século XIX. O objetivo principal deste estudo é a análise do poema A
lágrima de um Caeté, de Nísia Floresta, e de seu diálogo com a tradição indianista no romantismo
brasileiro. Posto que o mesmo estabelece parâmetros distintos no trato dado ao índio e,
consequentemente, ao indianismo erigido, objetiva-se também a discussão de uma perspectiva nova
para sua compreensão, pensada a partir do conceito de indigenismo presente na literatura da
América Latina em geral.
A LEI 10.639/03 E A LITERATURA MOÇAMBICANA: PERSPECTIVAS E APLICAÇÕES
Stela Saes – USP
Rejane Vecchia da Rocha e Silva – USP
A lei 10.639/2003 (alterada para a lei 11.645/05) estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional o ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira em todas as escolas de ensino
básico do Brasil. A ideia para esse projeto surgiu pela necessidade de criar espaços de reflexão e
práticas pedagógicas que visem a educação anti-racista, e que ajudem a problematizar os processos
de conscientização da sociedade. O objetivo desse projeto foi, portanto, criar uma proposta didática
baseada na literatura moçambicana (especificamente a obra Godido e outros contos de João Dias)
sob o respaldo da lei. Além dessa proposta, o intuito também foi o de relacionar a temática dos
contos com a elaboração e a finalidade da própria lei, através de diálogos sobre racismo, negritude,
identidade, literatura e sociedade. Para tais relações, essa pesquisa partiu de algumas premissas
básicas de sustentação teórica: Literatura, Educação e Relações Étnico-raciais no Brasil. As leituras
e análises aconteceram em diversas etapas: primeiro priorizando o estudo da literatura, sempre pelo
viés da literatura como manifestação cultural e processo histórico humano. A segunda etapa foi o
aprofundamento nos estudos de história e cultura da África e de Moçambique. Posteriormente, um
estudo sobre a lei, sua elaboração, objetivos e necessidades. Finalmente, o trabalho exigiu um
estudo sobre os temas sociais e políticos que envolvem a relação entre a lei e os contos da obra
Godido, como as relações étnico-raciais e a vivência escolar. A proposta didática elaborada para
esse fim, levou em consideração todas essas relações, bem como o espaço e tempo de uma sala de
aula de uma escola pública brasileira. Como resultado, foi possível observar como a obra Godido é
adequada para ser trabalhada em sala de aula nos moldes da lei 10.639/03, além de também
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simbolizar todo o contexto de criação da lei, no âmbito das relações étnicas, raciais e sociais do
Brasil. É possível observar muitos avanços na pesquisa sobre estudos africanos e afro-brasileiros,
mas também há muito a ser feito. O trabalho com a educação é contínuo e longo e por isso a
preocupação com a formação de professores, com material didático e recursos deve ser constante
entre todas as esferas da sociedade. O ensino de literatura nas escolas é um modo de refletir sobre a
história e a sociedade brasileira e deve ser aliada à ações afirmativas e à lei 10.639/03.
A LEITURA ATRAVÉS DA LITERATURA E DO CINEMA EM SALA DE AULA
Gabriel Adams Castelo Branco de Aragão – CEPAE/UFG
A proposta desta comunicação é socializar observações e reflexões feitas a partir de experiências
com o trabalho de leitura literária e fílmica com alunos e alunas do Ensino Básico do Centro de
Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás. A proposta de trabalho
com a língua/linguagem, pela Subárea de Língua Portuguesa do CEPAE/UFG, está relacionada a
um envolvimento intenso com o texto literário. A partir dessas leituras, os alunos e as alunas podem
refletir sobre valores e práticas sociais diversos, construindo sentidos por meio de comentários,
discussões e produções textuais, e compreendendo o funcionamento da linguagem formal de forma
que não se restrinja ao estudo da gramática normativa. Nesse sentido, o cinema entra como recurso
que reforça e complementa uma perspectiva discursiva de linguagem no âmbito educativo. No que
se refere aos estudos da narrativa, uma das maneiras de articular a leitura literária e a fílmica seria
apresentar adaptações cinematográficas de obras literárias. Por meio desse método, é possível que o
estudante perceba – ou que o/a professor/a possa mediar essa percepção – a maneira com que cada
uma das artes estrutura suas linguagens. Muitos autores comentam sobre a importância do uso do
cinema para fins educativos no contexto das Tecnologias de Informação e Comunicação/TIC, logo a
exploração da mídia audiovisual é, hoje, essencial à realidade prática de crianças e adolescentes que
convivem com recursos cada vez mais imagéticos. Assim, o objetivo principal das aulas de língua
portuguesa tem sido dialogar as artes, apresentando contrastes e confluências estéticas, sem deixar
de valorizar as especificidades de ambas as linguagens. Pretendo, aqui, compartilhar os resultados
da experiência com o trabalho literário atrelado aos meios audiovisuais.
A LÍNGUA COMO PARTE DA IDENTIDADE DE UM POVO
Bruna Oliveira Costa – UFBA-PIBC
Hayane Inez da Rocha Ribas – UFBA-PET
Sandra Carneiro de Oliveira – UFBA
Este o trabalho busca analisar a linguagem empregada em uma placa do bar “Gambarzeira” que
despertou nosso interesse. Em tal placa havia o seguinte texto: “Gambarzeira, Horário de
Atendimento: diariamente "das zóra cô quero, até às zóra cô quizé", o Dono”. Procuramos, então,
saber mais sobre a motivação da elaboração de uma placa como essa e o que tal placa representava
para as pessoas que a viam diariamente, bem como qual era localidade da placa (se seria a placa de
um bar realmente existente). Após essa etapa realizada começamos a desenvolver o trabalho com
base em conceitos de linguagem como prestígio, oralidade, monitoramento, escrita, preconceito
linguístico, norma, entre outros. Como resultado, encontramos um bar realmente existente em uma
região do estado de Florianópolis de maioria populacional mineira. O dono do bar coloca em um
blog oficial a sua intenção ao colocar a placa com uma linguagem mireiresca tão explicita: a de
proporcionar ao público um momento de lazer e sem preocupação com os padrões que a sociedade
impõe logo o monitoramento linguístico e outras classes da linguagem se encontram dentro destes
padrões. O igualamento que o dono do bar, um mineiro, faz entre um dialeto local e a linguagem
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padrão é notória uma vez que a frase remete os leitores nativos da região de Minas Gerais às suas
origens, dando a ela um grande significado. Tem-se então uma junção harmoniosa entre língua
padrão e o dialeto mineiro. A partir da análise feita podemos pensar em como a língua está
constantemente ligada à vida do ser humano em todo aspecto, uma vez que este se utiliza da
linguagem verbal para se expressar, para comunicar-se e se fazer entender. Ao refletirmos sobre a
pressão que a sociedade impõe aos falantes, impondo-lhes a obrigatoriedade de falar como a norma
padrão, o que exige monitoramento constante. O que diverge da norma é estigmatizado como certas
variedades de dialetos regionais e locais, é algo que devemos repensar uma vez que mesmo quem
não tem o domínio das variações linguísticas também quer se fazer entender. Conclui-se, portanto
que o bar é um local de relaxamento onde as normas linguísticas não são aplicadas por imposição,
um lugar de relaxamento, explicito na placa, onde existe harmonia entre as variedades.
A LEITURA DE GÊNEROS NARRATIVOS CURTOS E O ENSINO DE PORTUGUES NA
EDUCAÇÃO BÁSICA
Laís Carolina Machado e Silva – UFG
Lajla Katherine Rocha Simão – UFG
Durante o Estágio Supervisionado IV, no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da
Universidade Federal de Goiás (CEPAE/UFG), foram desenvolvidas atividades de leitura e escrita
de anedotas, fábulas e contos com alunos do 6º ano em atendimento especial. Primeiramente, o
objetivo foi apresentar esses gêneros discursivos como forma de incentivar o gosto pela literatura,
levando os discentes a superar uma postura apática frente à leitura. No entanto, a constatação de que
esses alunos já tinham o hábito de ler ao menos oito obras literárias durante o ano letivo, como parte
do programa da disciplina de língua portuguesa, suscitou o questionamento sobre o porquê da
limitação em produzir textos orais e escritos com a fluência e a criticidade esperadas nessa fase
escolar. Para tanto, foi formulado um projeto de pesquisa-ação, desenvolvido com um grupo de seis
estudantes, objetivando investigar como os gêneros narrativos curtos poderiam contribuir para o
processo de incentivo à leitura literária e, consequentemente, o letramento desses alunos. Com isso,
foram propostas sequências didáticas que explorassem a leitura e a análise de uma anedota, uma
fábula e dois contos abordando temáticas que fazem parte do cotidiano desse grupo. Perguntas do
tipo interpretativas, como “Faça uma comparação expondo as semelhanças e as diferenças entre o
Papai Noel descrito na anedota e o Papai Noel das histórias que sempre nos foram contadas”, “Qual
o conflito vivido pelo narrador?”, “Esse conflito é decorrente de quê?” e “Ele realmente abriu mão
de um presente de Natal?” mostraram ser insuficientes para responder as perguntas iniciais da
pesquisa. Por isso, em um segundo momento, foram apresentados questionários abertos contendo
perguntas que ressignificavam o texto, tais como: “Em sua opinião este é um texto interessante?
Justifique sua resposta” e “Para você, esta é uma história verídica ou ficcional? Justifique sua
resposta”; e “O tema apresentado no texto é interessante?”, “Quais aspectos lhe chamam mais a
atenção?”, “Para você, as atitudes do Ratinho foram corretas ou incorretas?”, “Em que se
assemelham a sua forma de viver?” e “Você se sente motivado a ler outras fábulas? Por quê?”. Os
dados foram analisados de forma comparativa, tomando como suporte teórico os conceitos de
leitura literária, letramento, gêneros discursivos e sequência didática apresentados por CALVINO
(2005), ZILBERMAN (1988), BAMBERGER (1977), FREIRE (2003) e SOARES (2006),
MARCUSCHI (2009) e SCHNEUWLY & DOLZ (2004), além dos PCN’s (1998).
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A LÍNGUA PORTUGUESA EM JUIZ DE FORA NO SÉCULO XIX: CONSTITUIÇÃO DE
UM BANCO DE DADOS A PARTIR DE NOTÍCIAS DE JORNAIS E DE ANÚNCIOS
Fernanda Soares Nogueira – UFJF
Patrícia Fabiane Amaral da Cunha Lacerda – UFJF/ PPG
Pesquisadores que se empenham em compreender estágios hodiernos de qualquer língua recorrem
comumente à análise dos diversos processos de variação e mudança linguística que se
desenvolveram no passado. Porém, pesquisas diacrônicas apresentam um problema para os
estudiosos no que concerne aos escassos bancos de dados orais que ofereçam fonte de investigação
de aspectos pretéritos da língua. Dessa forma, uma solução seria recorrer a documentos escritos que
contenham traços de oralidade, representando, portanto, a língua vernácula, ou seja, a maneira como
essa era falada na época em estudo. Schneider (2004) destaca que a escolha dos textos escritos para
análise da língua falada torna-se uma tarefa que requer cautela: a fim de definir os gêneros textuais
que portam as marcas de oralidade, é necessário anteriormente realizar um estudo cuidadoso do
contexto social no qual os textos a serem analisados estão inseridos. Visando apresentar, pontual e
sistematicamente, os critérios que subsidiaram a constituição do corpus representativo da língua
portuguesa em Juiz de Fora no século XIX, torna-se o objeto principal deste trabalho a discussão
referente aos cuidados fundamentais a serem tomados quando, a partir de documentos escritos,
busca-se analisar processos de mudança e variação linguística no passado. Para esta pesquisa,
conforme será demonstrado, selecionou-se um tipo específico de documentação disponibilizada
pelo Arquivo Histórico da Prefeitura de Juiz de Fora: notícias de jornais. Na ausência de dados reais
de fala representativos do uso da língua no século XIX, optou-se por trabalhar com textos escritos
nos quais houvesse marcas de oralidade, admitindo, portanto, que se aferisse o vernáculo. A partir
da análise de notícias de jornais e de anúncios, verificam-se aspectos não apenas de ordem
linguística, mas também de ordem histórico-social. Segundo Renault (1978 apud ALKMIN, 2002),
os anúncios permitiriam um levantamento historiográfico da vida social, política e cultural, assim
como o registro do panorama linguístico. Por representar discurso direto em determinadas partes, é
possível aferir marcas claras de oralidade da mesma forma em que se tornam explícitos aspectos da
estrutura social vigente na época. Os documentos analisados também oferecem certos benefícios no
sentido de fornecerem datação, indicação da autoria e contextualização, facilitando a investigação
do uso da língua.
A LINGUAGEM VIRTUAL NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Karen Costa dos Prazeres – UERR
Chislene Moreira Cardoso – UERR
Nas últimas décadas houve grande avanço tecnológico, e com isso, a sociedade está cercada dessas
novas tecnologias. E um desses gêneros emergentes é a internet. Com o surgimento das salas de
bate papo, das redes sociais, do SMS nasceu uma nova linguagem, a linguagem virtual. De acordo
com Galli (2010) esta nova linguagem tem sua estrutura, que está caminhando para uma nova
comunicação. Com isso houve a curiosidade de pesquisar se a linguagem virtual está influenciando
o ensino de língua portuguesa. A pesquisa teve como objetivo analisar a influência da linguagem
virtual no ensino de Língua Portuguesa dos alunos do 2º ano “A” do ensino médio de uma escola
pública de Rorainópolis. Esta pesquisa fundamentou-se em Galli (2010), Marcuschi (2010), Brasil
(1998 e 2000), Bazerman (2011). O estudo foi qualitativo, com objetivos exploratório e descritivo,
tendo como procedimento técnico a pesquisa bibliográfica, e como método, a de campo. Os dados
foram coletados por meio de questionários aplicados aos alunos, professora de língua portuguesa da
turma e à coordenação pedagógica da escola. De acordo com a análise dos dados da pesquisa, a
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linguagem virtual não influencia a aprendizagem da língua portuguesa formal dos alunos, pois eles
conseguem diferenciar a nova linguagem da linguagem culta.
A LÍRICA DE EUCANAÃ FERRAZ
Jorcilene Alves do Nascimento – UFU/FAPEMIG
Elaine Cristina Cintra – UFU
O presente trabalho de iniciação cientifica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) com bolsa
da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) se propõe a mostrar os
resultados parciais iniciados em março do presente ano. A proposta é analisar como os poemas de
Eucanaã Ferraz apresentam seu pensamento e reflexão sobre a poesia buscando verificar diálogos
intertextuais com autores que lhe são contemporâneos, suas opções estéticas na construção de seu
objeto poético e como essas escolhas se relacionam com o momento histórico desse poeta. O
objetivo é pesquisar a proposta poética de Eucanaã Ferraz buscando compreender as relações
estéticas e históricas que este autor estabelece com a contemporaneidade. A fundamentação teórica
da poesia contemporânea foi desenvolvida a partir da leitura dos textos de Agamben (2009) e
SISCAR (2010). A metodologia consiste na revisão bibliográfica sobre o poeta, análise dos poemas
e conclusão. O resultado esperado com a pesquisa é encontrar o diálogo com os vários discursos
poéticos da contemporaneidade, tais como, a obsessão pela forma, a recorrência à tradição
modernista, a tematização da cidade, a definição da intimidade, as questões de identidade, o homem
e o tempo, entre outros.
A LITERATURA INFANTIL COMO ESTRATÉGIA MEDIADORA NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DE LEITURA E ESCRITA
Camila Bahia Góes – UEFS
Rita de Cássia Brêda M. Lima – UEFS
O presente artigo é proveniente da experiência desenvolvida junto ao Projeto de Pesquisa e
Extensão “Conte-me uma história: a interação de crianças com textos narrativos” vinculado ao
Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Oralidade, Leitura e Escrita - GEPOLE/NEPA (Núcleo
de Alfabetização) da Universidade Estadual de Feira de Santana - Bahia (UEFS). O objetivo central
do projeto é conhecer/refletir sobre o trabalho desenvolvido com a Literatura Infantil nas classes do
3º ano do ensino fundamental I de escolas da rede pública, bem como desenvolver ações de
extensão – intervenções com foco na formação do leitor e na produção textual. Destacamos autores
que subsidiam o projeto, como, Rojo e Glaís (2004); Lajolo, (1994); Cagliari (1993); Faria (2001);
Silva (2001), dentre outros. O plano de intervenção foi realizado através de sequências didáticas,
com a turma de 3º ano de uma determinada Escola Municipal de Feira de Santana-BA. O público
envolvido contou com 25 crianças entre 8 e 13 anos, sendo 12 meninas e 13 meninos. A escolha do
grupo ocorreu por estarem iniciando o processo de construção das competências de leitura e escrita,
e por ser o foco do Projeto de Extensão ao qual o presente plano de intervenção está vinculado. A
proposta foi estruturada em seis momentos envolvendo: diálogo, dinâmica de integração, leitura,
escrita, reescrita e retextualização através da Literatura Infantil. As vivências demonstraram a
necessidade de maior investimento na formação e sensibilização do leitor, assim como pensar
políticas efetivas de aproximação das crianças ao acervo literário que muitas vezes na existe na
escola, caso contrário o objetivo maior da escola que é a formação de alunos leitores e escritores
competentes não será concretizado. É importante salientar que apesar da resistência apresentada por
alguns alunos, o trabalho teve êxito em todas as atividades propostas e diante dos resultados da
pesquisa/extensão, foi possível perceber a importância do uso da Literatura Infantil como
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instrumento na prática pedagógica a fim de promover uma aproximação dos alunos com esse
gênero, e, paralelamente trabalhar com a leitura e escrita dos mesmos.
A NOVA CONFIGURAÇÃO SINTÁTICA DOS VERBOS CLIMÁTICOS
Natival Almeida Simões Neto – UFBA
Edivalda Alves Araújo – UFBA
Conforme a Teoria de Princípios e Parâmetros, proposta por Chomsky nos anos 80, estudos como os
empreendidos por Duarte (1996), Galves (1996, 2001) e Kato (2002) evidenciaram que o português
brasileiro (PB) tende a não licenciar o sujeito nulo. Em função desse comportamento, têm sido
encontradas construções com verbos climáticos, como chover, nevar e fazer frio, preenchendo o
sujeito, indo de encontro às proposições tradicionais. Simões Neto (2012) apresenta construções
veiculadas em contextos informais da Internet, com esses verbos selecionando sujeito. Com base
nisso, duas hipóteses foram levantadas. A primeira é a inversão locativa, conforme os estudos de
Avelar & Cyrino (2008) e Avelar (2009). Segundo esses autores, a inversão locativa acontece
quando um sintagma locativo, argumental ou adjunto, ocorre na posição canônica de sujeito,
podendo desencadear concordância com o verbo. Essa proposta justificaria exemplos como: I)
Algumas cidades nevam no inverno, outras fazem frio. Porém, não só os sintagmas locativos entram
em concordância com o verbo, mas também os sintagmas temporais, como em: II) Uns verões
chovem mais, outros fazem calor. É a partir dessa constatação que surge a segunda hipótese,
baseada nos estudos de Galves (1998, 2000), norteando-se pela noção de tópico-sujeito proposto
pela autora: o sintagma nominal topicalizado, ao invés de ir para uma camada mais externa da
oração (cf. RIZZI, 1995), vai para uma camada mais interna, a camada da flexão TP/IP e entra em
concordância com o verbo, o que lhe dá estatuto de sujeito, conforme Perini (1985, 1998) e Duarte
(1996, 2007). .As hipóteses se interceptam no argumento de Avelar & Galves (2011) de que, no PB,
a posição de Spec TP/IP é uma posição A’, podendo ser preenchida por termos não argumentais.
Apesar disso, agora, uma nova hipótese norteia essa pesquisa. Baseada na Teoria do Minimalismo,
proposta por Chomsky (1995), levanta-se a possibilidade de os verbos climáticos estarem passando
por um processo de mudança na sua configuração sintática e começaram a selecionar argumentos,
implicando preenchimento à esquerda de um sintagma nominal pleno, que desencadeia
concordância com esses verbos. Isso é diferente do que ocorreu com o inglês e o francês, visto que,
nestas línguas, o preenchimento do sujeito com esses verbos ocorre com um sujeito expletivo, que
faz parte da grade argumental. No português brasileiro, entretanto, conforme os exemplos
apresentados, observa-se não um sujeito expletivo, mas um sujeito com carga semântica e o disparo
da concordância com o verbo.
A ORDEM EM CANTIGA DE ESPONSAIS DE MACHADO DE ASSIS
Anna Carolyna Ribeiro Cardoso – UFG
Maria Severiana Almeida Santos –UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Este resumo diz respeito ao pôster que traz os primeiros resultados da investigação que pretende
averiguar o padrão de ordem da sentença recorrente em Cantiga de esponsais, de Machado de
Assis, publicado pela FTD em 2002 no livro Contos. A análise é realizada a partir de uma
perspectiva funcionalista, que concebe a linguagem como atividade social e a gramática como um
sistema a serviço dos usos efetivos da língua. Os objetivos da pesquisa são: a partir dos possíveis
padrões de ordem no português, analisar um conto de um dos maiores escritores brasileiros em
busca de semelhanças e/ou diferenças nos padrões mais recorrentes e quais efeitos tais padrões
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exercem na produção dos sentidos dos textos, especialmente, no que se refere à ironia e à
ambiguidade características da obra machadiana.A importância desse projeto se justifica pelo fato
de que, como já dito anteriormente, Machado é um dos mais conhecidos e relevantes escritores
realistas brasileiros, sendo conhecido nacional e internacionalmente, logo, seu estilo pode revelar
aspectos gramaticais e discursivos relevantes. Serão desenvolvidas análises qualitativas e
quantitativas, e, para isso, serão utilizados como referência bibliográfica autores como Mussalim;
Bentes (2001), Neves (1997,2006, 2010), Pezatti; Camacho (1997), entre outros.
A ORDEM SENTENCIAL EM CONTOS DE MÁRIO DE ANDRADE: ESTRUTURAÇÃO E
FUNCIONALIDADE
Jullyana Corrêa Ribeiro – UFG
Nathalia Pereira de Oliveira Sousa – UFG
Rita de Cássia de Oliveira Azevedo – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
A presente pesquisa pretende investigar o padrão de ordem sintático recorrente nos contos “O
poço”, “O ladrão” e “Primeiro de Maio”, escritos pelo escritor Mário de Andrade (1999), segundo a
perspectiva funcionalista, a qual concebe a linguagem como atividade social e a gramática como um
sistema a serviço dos usos efetivos da língua. A hipótese é a de que seu texto pode representar uma
quebra no padrão recorrente na época, devido ao caráter inovador da estética da “geração
modernista de 1922”, a qual Mário de Andrade está vinculado. É nosso objetivo investigar como
ocorre a disposição dos elementos na sentença, bem como verificar se esses elementos seguem
padrões recorrentes na língua portuguesa ou se se configuram ordens sintáticas atípicas, mas que
está a serviço dessa estética e dos sentidos produzidos nos textos. Para isso, adotamos como
referencial teórico os estudos de Neves (1997, 2006, 2010), Pezatti; Camacho (1997), Mussalin;
Bentes (2001), entre outros que acrescentaremos conforme necessário ao desenvolvimento dos
trabalhos, com o intuito de nos apropriar de maneira mais fundamentada do nosso objeto em
questão.
A ORDENAÇÃO DOS CONSTITUINTES NA OBRA O AUTO DA COMPADECIDA: NA
PEÇA ORIGINAL E NAS VERSÕES CINEMATOGRÁFICAS
Carlos Cesar Machado Fontenele – UFG
João Paulo Martins de Oliveira – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão - UFG/CNPq
Esta proposta de apresentação de pôster diz respeito ao trabalho que pretende investigar o padrão de
ordem recorrente na peça Auto da Compadecida, escrita em 1955, por Ariano Suassuna, e também
nas versões cinematográficas: A Compadecida (1969), Os Trapalhões no Auto da Compadecida
(1987) e O Auto da Compadecida (2000), a partir de uma perspectiva funcionalista da linguagem,
que concebe a linguagem como atividade social e a gramática como um sistema a serviço dos usos
efetivos da língua. Os objetivos da pesquisa são investigar e identificar os padrões de ordem
recorrentes nas obras analisadas. Interessa saber, portanto, em que medida a marca original do autor
é preservada em três versões cinematográficas, considerando que o cinema, e, essa obra em
específico, tem um tempo, um espaço e uma linguagem que lhe são próprios. Para isso, será
analisada a fala dos personagens João Grilo, Chicó e dos sacristãos. A cena selecionada para análise
apresenta um encontro entre os dois amigos (Chicó e João Grilo), que tentam convencer o sacristão,
o padre e o bispo a aceitarem enterrar um cachorro no cemitério local. A base bibliográfica está em
Neves (1997, 2006, 2010), Pezatti; Camacho (1997), entre outros.
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A PATEMIZAÇÃO NO DISCURSO – ESTUDO SOBRE O FUNCIONAMENTO DA
EMOÇÃO NO FILME “TROPA DE ELITE”
Luciana Rodrigues dos Santos – UFT
Juscéia Aparecida Veiga Garbelini – UFT
A emoção no discurso fílmico parece algo evidente, mas não é o que nos propõe Patrick
Charaudeau (2007) em seus estudos sobre a emoção, no cinema, principalmente, quando o objeto de
análise é observado sob o ponto de vista da Análise do Discurso. Neste trabalho fizemos um estudo
sobre o funcionamento da emoção no discurso, os efeitos patêmicos foram investigados na
dimensão do discurso fílmico na produção nacional Tropa de Elite II o Inimigo Agora é Outro, os
quais foram abordados na perspectiva da produção e da recepção dos discursos e de seus efeitos. As
emoções são estudadas levando em consideração, sobretudo à esfera de produção, dos efeitos
visados pelos sujeitos comunicantes e, na esfera da recepção, os efeitos sentidos pelos sujeitos
interpretantes. Tratamos da patemização de ordem intencional que se manifesta em vista de alguma
coisa, em direção a algo. E além da intencionalidade, outros dois pontos complementam o
tratamento discursivo da emoção: elas estão ligadas aos saberes de crença e inscritas na
problemática da representação psicossocial. A escolha dessa obra como objeto de estudo deve-se ao
fato de tratar da violência urbana na cidade brasileira do Rio de Janeiro e das ações do Batalhão de
Operações Policiais Especiais (BOPE) e da Polícia Militar também do Estado do Rio de Janeiro. O
filme mostra o crescimento do BOPE e os conflitos entre os policiais e milícias do Rio de Janeiro.
O diretor José Padilha afirmou que "o filme trata da relação entre segurança pública e
financiamento de campanha. Faz ligação entre a segurança e a política". Além disso, mostra
rebelião realizada na penitenciária de Bangu I. Temas que afetam o cotidiano de milhões de
brasileiros, pertinentes, portanto.
A PERDA DA CONSOANTE “R” NO FINAL DE VERBOS EM REDES SOCIAIS
Efraim Celes Araujo Junior – ALVORADA
Essa pesquisa busca apresentar uma proposta inicial de análise linguística do porquê da perda do
grafema “r” em muitas palavras escritas nas redes sociais, já esse ambiente de produção
textual/discursivo é, frequentemente colocado como uma das grandes causas de "vícios"
prejudiciais ao ensino de língua portuguesa nas escolas, já que os jovens o utilizam muito e
escrevem com mais liberdade ortográfica e formal; coloca-se em foco o "Facebook" como principal
rede social para pesquisa dos dados desse trabalho, pois tem um público numeroso e diversificado,
além da facilidade de acesso aos dados, que são, em geral abertos ao público. Inicialmente tem sido
feito o levantamento de dados sob uma perspectiva qualitativa, com vistas à inserir também a
análise quantitativa; além de pesquisar as palavras escritas no Facebook também foram feitas
perguntas à alguns usuários sobre como percebem esse fato, além de leituras envolvendo aspectos
de fonética e morfologia relevantes para a análise. Como referencial teórico, empregamos
principalmente a Linguística de Corpus e a Linguística Funcional. Os resultados iniciais apontam
que, a maneira empregada na fala da pessoa é determinante para compreender como este falante
percebe os sons dos fonemas e os associa à ortografia, transcrevendo-os, portanto, da forma mais
próxima à sua fala, ou seja, se ela não percebe de maneira marcante a expressão do fonema final "r"
ela tende a não reproduzi-lo na escrita, como demonstra o exemplo "É difícil compra* no natal",
para uma sentença que seria "É difícil comprar no natal" se considerada a norma padrão;
percebemos também a influência do fator escolaridade como elemento determinante no emprego do
grafema "r", sendo que uma análise inicial dos dados aponta para uma relação de maior
escolaridade maior incidência do "r", bem como menos escolaridade menor incidência deste mesmo
grafema.
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A PERDA DO PRONOME APASSIVADOR DA PASSIVA PRONOMINAL/SINTÁTICA
Jilvan Evangelista da Silva – UFBA
Edivalda Alves Araújo – UFBA
Com este trabalho, pretendemos analisar as transformações da passiva pronominais/sintéticas,
envolvendo a perda do pronome apassivador no período dos séculos XIX a XXI. A construção
passiva pronominal é um mecanismo gramatical que retira o argumento externo da construção
sintática, e o argumento interno passa a ser o sintagma nominal de proeminência, ocupando a
função de sujeito. Tal passiva tem como característica, além do apagamento do argumento externo,
a inserção do pronome apassivador -se juntamente com um verbo transitivo direto, como em: Lavase [roupa]. Nem todos os verbos aceitam a transformação em passiva, como indica Perini (2000).
Observa-se, entretanto, que as passivas pronominais estão passando por um processo de
transformação no português brasileiro, visto que o pronome apassivador clítico está desaparecendo
das realizações, principalmente orais. Sem a realização do clítico, as passivas pronominais estão se
assemelhando às construções médias. A voz média é uma representação flexional das línguas
clássicas com a função de expressar estados de coisas que afetam o sujeito do verbo ou seus
interesses (CAMACHO, 2003). O que diferencia uma construção e outra é justamente a presença do
pronome como nos exemplos e o tipo de verbo: transitivo acusativo para as passivas e ergativos
para as construções médias, como se pode ver nos seguintes exemplos: (1) Vendem-se
apartamentos e (2) A aula acabou. Em (1), temos uma construção de passiva pronominal com o
predicador vender, transitivo acusativo, o -se apassivador e apartamentos como sujeito da passiva;
enquanto em (2) ocorre uma construção média, que dispensa o pronome –se, já que o verbo é
ergativo, permite o apagamento do argumento externo com alçamento do argumento interno para a
posição de sujeito – característica universal entre as línguas. Já em (3) Quando a casa varre, fica
limpinha, verifica-se a presença de um verbo que não é ergativo e que, por isso, a construção
deveria ter a inserção do –se, para se caracterizar como uma passiva pronominal. Sem a presença do
–se, tem-se a impressão de que se está diante de uma construção média. Esses tipos de realizações
estão sendo recorrentes no português brasileiro na oralidade das pessoas do século atual, o que não
acontecia no século XIX, por exemplo, conforme o seguinte exemplo: (4) entre o que se sente e o
que se diz, retirado de uma carta de Castro Alves ao Dr. Dutra. Buscaremos as mudanças
diacrônicas que ocorreram com as passivas pronominais entre os séculos XIX – XXI, faremos um
levantamento dos dados de cartas dos diferentes períodos estabelecidos, confrontando com dados de
escrita do século XXI, indicando as formas de ocorrência sintática e sua evolução.
A POLÊMICA EM TORNO DA EXPRESSÃO “A PRESIDENTA”
Moisés Laert Pinto Terceiro – UFTM
Jauranice Rodrigues Cavalcanti – UFTM
Nas eleições presidenciais de 2010, após a qual se sagrou eleita a candidata Dilma Roussef, surge
uma polêmica que implica questões de ordem da linguagem. Tal polêmica irrompe quando a
candidata eleita escolhe ser tratada como “a presidenta”, no lugar de “a presidente”. A escolha, por
mais “inocente” que pudesse parecer, causou alvoroço na impressa, com calorosas manifestações
contra e em favor da forma de tratamento selecionada por Dilma Roussef. Os que defendiam o uso
da expressão argumentavam que se tratava de um emprego “correto”, abonado até mesmo pela
gramática normativa; aqueles que o condenavam chegaram a dizer que não passava de mais uma
“invenção petista”. Com o objetivo de analisar essa polêmica, reunimos um corpus constituído de
textos colhidos em veículos de comunicação de grande alcance, como o Jornal Folha de S. Paulo, a
revista Carta Capital, o portal eletrônico do Terra Magazine e outros blogs e sites de livre acesso.
Para analisá-lo, trabalhamos com o quadro teórico-metodológico da Análise do Discurso de linha
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francesa (AD), em especial com as categorias de análise presentes nos trabalhos de D.
Maingueneau, tais como ethos, heterogeneidade constitutiva, heterogeneidade mostrada, simulacro
e destacabilidade. A análise revela dois posicionamentos (discursos) que constroem/determinam sua
identidade por meio da relação polêmica que estabelecem entre si, o que comprova o primado do
interdiscurso sobre o discurso. As diferenças que ocorrem na forma de nomear Dilma Roussef, de
fazer remissão à figura da presidenta, podem ser explicadas levando em conta o lugar de onde
enunciam os sujeitos de cada discurso, o posicionamento que assumem no espaço conflituoso da
polêmica.
A PRESENÇA DO ESPANHOL NO LÉXICO DO PORTUGUÊS DO SUL DO BRASIL
FORMANDO A MEMÓRIA DA HISTÓRIA DE UM POVO
Seila Marisa da Cunha Islabão – UFPel
Ana Lourdes da Rosa Nieves Fernández – UFPel
Aline Coelho da Silva – UFPel
O objetivo deste trabalho é apresentar a notória presença do espanhol no léxico do português do sul
do Brasil, mais precisamente no estado do Rio Grande do Sul, como elemento constituinte,
modificador e facilitador ao aprendizado deste idioma, ao mesmo tempo irmão, por sua origem, e
estrangeiro, por consequência, às pessoas nascidas aqui. A iniciativa partiu da observação da
maneira como meu pai se expressa e fala determinadas palavras. Por viver em zona de fronteira, ele
adquiriu este léxico que se propagou pelos filhos e netos. O presente trabalho será fundamentado na
abordagem qualitativa, por ser uma linha de pesquisa que melhor se adéqua ao perfil deste estudo,
pois trabalha com questões culturais, sociais e reais. A coleta de dados se dará através de métodos
indutivos individuais e orais, que serão realizados com pessoas oriundas da zona rural de Arroio
Grande, cidade situada a noventa quilômetros da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, sendo assim,
considerada zona de fronteira. A análise dos dados será feita à luz da teoria interpretativista e
espera-se que através dos informantes selecionados possa-se constatar que o léxico dos gaúchos
difere do restante das regiões do Brasil fundamentalmente por esta interferência da zona da
fronteira, que por sua vez, se propagará e se perpetuará em diferentes esferas da população deste
Estado, construindo assim, um sujeito peculiar denunciado pelos aspectos não-verbais que
acompanham a comunicação verbal: o ritmo da fala, o tom de voz, o volume da voz, as pausas
utilizadas na pronúncia, o léxico utilizado e as demais características que transcendem a própria
fala, causando assim, um estranhamento nas demais regiões para com a maneira que este sujeito,
cristalizado numa sintonia identitária, seja suficiente para reafirmar a nacionalidade do gaúcho
“brasileiro” e no tipo social e especial nascido no extremo sul do Brasil, formando
indiscutivelmente, a memória da história de um povo.
A PRODUÇÃO TEXTUAL (ESCRITA) NO ENSINO MÉDIO: INTERVENÇÕES
DIDÁTICAS EM UMA DISCIPLINA MERCADOLÓGICA
Mariane Portal da Costa – UEPA
Thays do Espírito Santo Brito – UEPA
Sueli Pinheiro da Silva – UEPA
Este trabalho tem por objetivo apresentar dados acerca da trajetória do ensino da produção textual e
seu reflexo na formação do aluno quanto a sua produção escrita. Além disso, enfatizar a “redação”
como um dos eixos mais complexos do ensino por enfrentar as exigências formais dos processos
seletivos, o que fez atribuir à “redação”, status de disciplina, neste caso, mercadológica, com dias
letivos e horários específicos a ela destinados, a qual tem os seus subsídios de avaliação pautados
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em critérios que pesam na avaliação do sujeito escrevente em detrimento do sujeito enquanto autor
do seu discurso. Desta forma, reflete a concepção de uma certa competência quanto ao seu ingresso
no ensino superior avaliada por meio de uma produção textual padronizada. A pesquisa foi realizada
em uma escola pública com alunos do Ensino Médio, que segundo as exigências mais formais já se
encontrariam com mediano domínio de leitura e produção textual nos usos da língua, entre os quais,
de participar de processos seletivos, como o vestibular. Os instrumentos utilizados como
ferramentas da pesquisa são o questionário e intervenções didáticas, pautadas na metodologia da
sequência didática. A análise foi feita por meio de uma descrição dos dados coletados e uma
interpretação dos indicadores que apontam a descrição, avaliação e a explicação do processo de
produção textual (escrita) no ensino de língua através das atividades realizadas por meio dos
gêneros. Ao finalizamos a investigação constatamos uma divisão entre as disciplinas Português,
Literatura e Redação, as quais deveriam ser destinadas ao horário de Língua Portuguesa. O espaço
destinado à redação não oportunizou um trabalho voltado para a produção Textual, mas para o
ensino de gramática. Com isso, não houve formação de “redacioneiros”, sujeitos prontos para
reproduzir textos padronizados a serem objetos de avaliação de o único leitor, o professor, e nem de
produtores textuais, por isso a necessidade de intervir. A partir de pressupostos sociointeracionista
de teóricos como Antunes (2003), Fiorin (1999), Meserani (1995), Soares (1998), entre outros,
consideramos que a língua se constitui e reconstitui na história, então, afirmamos que sua
aprendizagem ocorre na interação contínua e não por meio de situações contexto de uso – escrita
sem função (Antunes, 2003), visto que aparece praticamente “destituído de qualquer valor
interacional, sem autoria e sem recepção”.
A RELAÇÃO DO REAL COM O FICTÍCIO PARA A CONSTRUÇÃO DO FANTÁSTICO
EM "O VAMPIRO QUE DESCOBRIU O BRASIL" DE IVAN JAF
Daniel Leite Almeida – UFMGr/CUA
Célia Regina Benquerer – UFMG/CUA
O livro O vampiro que descobriu o Brasil de Ivan Jaf, obra integrante da série Memória de Sangue,
tem como característica a junção de fatos históricos/verídicos com outros ficcionais, assim como os
demais livros da série. O presente trabalho tem como objetivo analisar esse recurso utilizado por
Jaf, e tentar compreender a relação que se cria entre o real e o imaginário para a construção da
narrativa fantástica, uma vez que essa junção alimenta a falsa verossimilhança e a permanência da
ambiguidade. Este recurso chamado de "História Alternativa", muito utilizado em obras de ficção
científica, fantásticas e gêneros similares, recria situações verídicas, com personagens reais
convivendo com outros fictícios. Ao se narrar momentos históricos em uma obra fictícia,
consequentemente se cria uma relação entre a literatura e a história. Pretendemos discutir acerca
dessa relação, uma vez que O vampiro que descobriu o Brasil se apresenta como uma obra que
narra todo o processo de formação da sociedade brasileira por meio do fantástico, sem separarar o
verídico do imaginário, criando-se um vínculo entre a fantasia e a realidade.
A SAGA AMAZÔNICA DA BORRACHA EM TRÊS CASAS E UM RIO, DE DALCÍDIO
JURANDIR E EM A SELVA, DE FERREIRA DE CASTRO
Luciana Moraes Dos Santos – UFPA/CNPq
Marlí Tereza Furtado – UFPA
O período histórico referente à exploração econômica da borracha, com o apogeu e o declínio da
extração do látex, marcou a história da região amazônica nos aspectos econômicos e sociais e,
ainda, inspirou a produção literária de autores notórios. Neste sentido, o presente trabalho objetiva
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apresentar os resultados parciais da investigação dos romances Três casas e um rio (1958), de
Dalcídio Jurandir e A Selva (1930), de Ferreira de Castro, sob a perspectiva da saga amazônica da
borracha, em razão destes romances se destacarem enquanto obras literárias que retratam o
momento histórico em questão, no qual o produto extraído da seringueira exerceu funções
socioeconômicas distintas. Para tanto, utilizamos como embasamento teórico os estudos de Baze
(2010), Loureiro (2002), Sarges (2002), Tocantins (1960), dentre outros autores, e como base de
apoio a pesquisa bibliográfica, com a leitura das obras ficcionais corpus desta pesquisa, visando à
análise e confronto da representação da saga amazônica da borracha de ambas as obras, bem como
o estudo do período histórico da economia extrativista na Amazônia conhecido como “ciclo da
borracha”. A abordagem diversificada pela qual os romancistas das obras em estudo retratam esse
período aponta para o fato de que, Dalcídio Jurandir estabeleceu uma quebra com a tradição,
atualizando a prosa paraense por sua inovação literária. O plano de trabalho em execução “A saga
amazônica da borracha em Três casas e um rio, de Dalcídio Jurandir e em A Selva, de Ferreira de
Castro” é vinculado ao projeto de pesquisa em andamento “Dalcídio Jurandir: o jornalista e o
romancista”, financiado com verba da FAPESPA e do CNPq.
A SELEÇÃO LEXICAL NA CARACTERIZAÇÃO DAS PERSONAGENS DE ANDRÉ
VIANCO
Carlos Henrique Rizzo Pereira – USP/IC/FFLCH
Elis de Almeida Cardoso Caretta – USP/FFLCH
A escolha lexical na caracterização de personagens de uma obra literária talvez seja um dos
principais aspectos aos quais o autor deve estar atento ao desenvolver suas histórias, uma vez que as
personagens devem convencer o leitor. Por meio do léxico, sobretudo pelo vocabulário utilizado nos
diálogos literários, é possível verificar como o autor insere a personagem não só no contexto da
obra literária, mas também no meio social em que vive. A partir das obras do autor André Vianco,
verifico como a seleção lexical pode ser responsável pela composição de suas personagens (e da
própria narrativa). André Vianco é um autor paulista que se consagrou com a obra que foi tomada
como bestseller “Os Sete”, e com suas histórias de terror, suspense, magia e espiritualidade. A
narração de quase toda sua obra é feita pela técnica da onisciência múltipla, ou seja, o narrador está
presente a todo o momento mostrando o pensamento de todas as personagens, manipulando-as ou
persuadindo-as. Pela própria técnica da onisciência múltipla e pelos diálogos entre personagens o
leitor das obras de Vianco vai identificando características de todas as personagens (idade, sexo,
naturalidade, escolaridade) através das marcas linguísticas que o autor nos apresenta em todas as
situações – a principal marca é sem dúvida a lexical. Com base na Lexicologia (Guilbert, Biderman,
Vilela, Alves) e na Estilística (Martins, Lapa, Cressot), verifico como o autor se utiliza da
manipulação/escolha do léxico para atingir o resultado brilhante que consegue, levando o leitor a
identificar com bastante propriedade o falar cotidiano, os dizeres populares, bem como marcas de
outros falares como os regionalismos, os arcaísmos, e estrangeirismos. Partindo-se da Estilística
Léxica, que tem como um dos objetivos verificar de que forma a escolha lexical produz no discurso
expressividade, e se chegando à questão das variações linguísticas, pretende-se mostrar que os
falantes de uma língua têm à sua disposição todo o conjunto lexical e dele podem extrair as palavras
que desejam para expressar suas ideias, sentimentos, etc. Em minha pesquisa, mostro como este
movimento de transformação linguística permanece ativo na manifestação escrita da língua em sua
realização artística – o discurso literário. André Vianco pretende se aproximar da modalidade da
língua que realmente falamos, sem deixar de dar à obra um tom artístico, e isso é alcançado, sem
sombra de dúvidas, pela sua minuciosa escolha lexical.
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A SUBVARIEDADE ‘PORTUGUÊS CRIOULO GUINEENSE’ – UM CASO DE
INTERLÍNGUA
Basílio Félix da Silva Injai – USP/RUSP
Este trabalho aborda a subvariedade denominada de ‘Português Crioulo Guineense’ – daqui em
diante PCG. Essa variedade insere-se em um contínuo denominado de ‘Contínuo Português
Guineense L2’, ver Oliveira, Baió & Injai (a sair: o itálico é nosso):
(1) Contínuo Português Guineense L2
português europeu – PE
↓↑
português brasileiro – PVB/PB
↓↑
português acadêmico guineense – PAG
↓↑
português crioulo guineense – PCG
↓↑
crioulo guineense
Ainda segundo Oliveira, Baio & Injai (a sair) a subvariedade guineense PCG (e também a
subvariedade PAG) encaixa-se nas “variedades africanas de português com substrato crioulo” que
são apresentadas em Figueiredo (2010: 2.1.1.).
Nesse trabalho, nosso objetivo é apresentar o PCG como uma subvariedade do português guineense
que atesta um caso de interlíngua. Logo o PCG não é marcado por uma ruptura tipológica com o
português, mas insere-se em um conjunto de variedade ditas ‘sistemas transicionais’. Segundo
Selinker (1972: 216) e Nemser (1971: 119), a interlíngua consiste de etapas em que o ‘aprendente’
de uma segunda língua (L2) vai se aproximando de uma língua alvo (LA). Ainda, segundo
Thomason & Kaufman (1988: 73-74), na interlíngua, verificam-se processos de ‘interferência’ da
língua materna (L1), o que origina estruturas próximas a L1, mas também próximas a LA. Logo,
nas interlínguas, é possível atestar diferentes gramáticas geracionais e até individuais.
Tomando como tópico de nossa investigação o sintagma nominal, temos percebido que falantes
desta variedade, em algumas situações de fala, não marcam a categoria ‘gênero’ no sintagma
nominal (SN):
(1) Tem [SN vários etnias]
(2) [SN Os meus três irmãs]
Analisando dados do PCG em (1) e (2) com dados da língua crioula de Guiné Bissau, percebemos
interferência dessa língua no PCG. A língua crioula de Guiné Bissau não marca gênero – ver
Doneux & Rougé (1988: 15, 16).
No entanto, no PCG, pode ser verificado ausência/presença de gênero inclusive em um mesmo
falante, o que aponta também, segundo a literatura, para o fenômeno da interlíngua.
A UNIDADE MORFOLEXICAL SE E SUAS POSSIBILIDADES SEMÂNTICAS:
APASSIVAÇÃO E REFLEXIVIDADE
Francisco Pereira da Silva Neto – UFPI
O se é objeto de discussão frequente das pesquisas linguísticas em geral. Sua variedade de uso
dentre suas inúmeras classificações e direcionamentos por vezes as justificam ou embasam. A
experiência tem mostrado que conclusões estanques da gramática normativa não têm dado conta da
abrangência semântica de muitos itens lexicais no uso. Este trabalho busca relacionar duas funções
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da unidade morfolexical se: pronome oblíquo (com valor reflexivo) e pronome apassivador.
Exemplos, como As crianças retiraram-se da sala, não expressam de modo preciso a ação ocorrida,
se um outro indivíduo entrou na sala e as retirou ou se as crianças retiraram a si próprias. Do ponto
de vista semântico, questionamos a consistência de orações com verbos transitivos diretos + se,
diante da dupla possibilidade de classificação do morfema supracitada. Além disso, serão discutidos
os critérios de categorização ante o sentido final transmitido pelos enunciados com a estrutura em
questão, observando condições periféricas de composição textual como determinantes ao
desfazimento da ambiguidade. Utilizar-se-ão o corpus do PORFATER – Português Falado por
Teresinenses – e enunciados contidos em meios de comunicação de ampla divulgação, a níveis local
e nacional para a análise da pesquisa. Fundamentamos a pesquisa na Teoria das Operações
Predicativas e Enunciativas, de Culioli, que admite a construção do sentido como oriunda da
articulação dos elementos morfológicos do enunciado. Consideramos também noções do autor
sobre contexto e cotexto, pertinentes ao presente estudo e até que ponto esses conceitos determinam
a classificação e o sentido. O presente trabalho pretende, com o balanceamento e a aplicabilidade,
chegar a um posicionamento que deixe transparecer com mais clareza e segurança a identidade da
partícula -se nos dois casos abordados.
A VOZ DO SAGRADO NA POESIA DE PEDRO CASALDÁLIGA
Michael Jhonatan Sousa Santos – UFMT
Célia Maria Domingues da Rocha Reis – UFMT
Neste trabalho apresentaremos uma análise do poema “Ecologia Suprema”, do poeta matogrossense Pedro Casaldálig a (1984). Em 1968, ele chegou ao Brasil, e veio a se tornar Bispo da
prelazia de São Felix do Araguaia, no Estado de Mato Grosso. O país vivia a ditadura militar, ainda
assim, Pedro se insurgia política e socialmente ao tomar partido dos interesses dos índios, dos SemTerra, e dos pequenos proprietários de terras. Militante, faz de sua criação poética meio de
denunciar o agravo e as mazelas sociais imputadas ao homem do campo. Assim, o objetivo dessa
análise é refletir sobre os elementos de criação poética que tornam o apelo do poema em questão
suficientemente penetrante ao ponto de comprometer – responsabilizar o leitor pela realidade que o
poeta empreendeu desvendar. Isto é, partimos do pressuposto concebido por Jean-Paul Sartre (2004)
de que a arte do escritor consiste em levar o leitor a descobrir e recriar a realidade que ele outrora
desvendou, visto que a leitura parece ser a síntese da percepção e da criação artística do texto
literário. Tal produção justifica-se na medida em que cumpri contribuir para os estudos da poética
contemporânea, visando destacar o caráter engajado de que a mesma pode se revestir. O estudo do
poema não se fixou, exclusivamente, a sua forma, ou, ao seu conteúdo semântico, mas buscou
contemplar o todo, com fins de compartilhar o maior teor expressivo de cada palavra. Por analogia,
procurou-se compreender e expor os processos que dispuseram e organizaram no interior do fluxo
verbal o metro, o som, o ritmo e como as recorrências desses elementos contribuíram para a
formação da imagem poética e para a construção do sentido. Ainda no que tange a metodologia,
foram procedidas investigações bibliográficas com vistas a conhecer o contexto econômico e social
no qual foi concebido o poema. Assim, percebe-se o seu engajamento na direção de transformar o
mundo no qual se insere pelo poder da palavra poética, uma vez que ela exige do leitor uma tomada
de consciência. Por processos que são linguísticos, mas que, também, buscam superar a natureza
verbal da palavra tornando-a objeto dotado de imagem, som, cor, matéria, sem que deixe,
sobretudo, de ser palavra (BOSI, 1977), o poema em questão formula seu apelo no sentido da
superação das desigualdades sociais e do respeito ao outro (próximo).
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AMBIGUIDADE SEMÂNTICA PRODUZIDA POR PROPAGANDAS PUBLICITÁRIAS
VEICULADAS NA REVISTA PLAYBOY
Felipe Salorran Trindade Tourinho – UNIFAP
Rosivaldo Gomes – UNIFAP
Com intuito de explorar as discussões existentes sobre a Linguística, principalmente, aquelas que
tratam da Análise do Discurso, o presente trabalho tem como foco analisar a relevância dos sentidos
propositais existentes nesse gênero, o procedimento de construir corpus dos usos escritos do
português no gênero publicitário propaganda e de procurar sistematizar esse corpus com vistas à
análise semântica/lexical da língua, com ênfase nos processos de qualificação dos vocábulos, sob
uma ótica diversa daquela que tradicionalmente fora vista em aulas de Língua Portuguesa.
Metodologicamente, exploram-se os mecanismos de escritura midiática das campanhas estudadas;
logo, há duas etapas, visando à criação de dados da utilização formal/informal do português e
sistematização dos dados, enfocando aspectos morfossintáticos e semânticos dos textos
selecionados, respectivamente. Tomando teoricamente os estudos feitos por Fiorin (1994),
Charaudeau (2006), Possenti (2010) e Monnerat (2010) sobre elementos/sujeitos inseridos no
processo de discurso, a enunciação, a semântica do discurso, os discursos articulados pelos meios
midiáticos, este trabalho percorre pelos mesmos eixos. Como forma de contribuir, esta análise vem
relatar/expor os modos com que a propaganda publicitária tenta alcançar e conquistar o público
alvo, envolvendo-o com peculiares técnicas de sentido e fornecendo, dessa forma, para
pesquisadores, um grande objeto de análise e, para leitores/clientes, informações a respeito de seu
produto e/ou ideia a ser veiculado.
AMOR E EROTISMO EM SOLO FEMININO: AMOR E DESACERTO
Rosilene dos Santos Parreira de Miranda – UFT
Profa. Dra..Olivia Aparecida Silva – UFT
Este trabalho pretende discutir o amor e o erotismo em Solo feminino: amor e desacerto, de Lívia
Garcia-Roza, escritora contemporânea com várias obras publicadas. Ela tem como protagonista
Gilda que busca, de forma incessante, ser feliz com o homem amado e, ainda, deseja alcançar a
plenitude sexual. Segundo Freud, o prazer sexual é o maior dos prazeres e o ser humano é capaz de
procurar ativamente quem possa lhe proporcionar. Assim, o amor e o prazer são alvos de Gilda.
Para as mulheres o amor e o erotismo se entrelaçam, para o homem, no entanto, há distinção. Em
busca do amor, Gilda relaciona-se, dentre vários parceiros, com um homem casado, provocando
conflitos familiares. Após sua separação, Júlio César, o amante, casa-se com Gilda. A realização
amorosa e sexual esperada por ela não acontece. Frustrado o seu desejo, ela rompe com o
casamento e busca, em suas aventuras amorosas, o amor ideal. Assim, perceberemos que Gilda não
consegue plena satisfação amorosa, pois sempre, ao iniciar um novo relacionamento, espera
encontrar o companheiro ideal. O amor e o desejo não acontecem simultaneamente, decorre, então,
o desacerto. Gilda é uma mulher neoromântica em um mundo de relações fugazes em que o sexo
está ligado ao prazer momentâneo. Cansada das relações temporárias que não contemplam o amor e
o prazer, ela investe em um relacionamento tradicional. Ao tentar romper com os padrões de
moralidade, em busca do amor e prazer, compreende ser inútil suas investidas. Quem sabe, ao casarse, como era o desejo da mãe, ter uma vida dentro dos princípios morais estabelecidos o amor não
acontece? Mais uma vez ela casará.
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ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DAS ENTRADAS NOS DICIONÁRIOS ESCOLARES
Geordana Borges – UFU/FAPEMIG
Eliana Dias – UFU
As entradas são as palavras destacadas no dicionário, organizadas alfabeticamente (modo de
organização mais empregado nos dicionários de língua) e geralmente escritas em negrito, com um
leve recuo e alinhamento à esquerda. Elas podem vir com divisão silábica ou não, dependendo da
obra de referência em questão. Mas nem sempre a ordem alfabética das entradas foi o critério de
organização mais utilizado. Segundo Genouvrier e Peytard (1974) as entradas podem ser
organizadas pela classificação etimológica, em que existe o agrupamento de todas as palavras de
uma mesma família em torno da palavra primitiva. Segundo o que consta no Minidicionário
contemporâneo da língua portuguesa Caldas Aulete uma entrada “é o vocábulo em análise. Ela
aparece em negrito e abre o verbete que contém as informações a ele relativas.”. Já o Dicionário
Aurélio Júnior: dicionário escolar da língua portuguesa conceitua a cabeça ou a entrada do verbete
como aquilo que vem sempre em negrito e azul (a cor é uma particularidade desse dicionário
escolar), apresentando seu texto com um leve deslocamento à esquerda, para que ele tenha mais
destaque. O minidicionário Houaiss apresenta o conceito de entrada de maneira mais elaborada e
detalhada, explicando ao leitor-estudante que “a entrada é a palavra, locução, sigla ou elemento de
composição (prefixo ou sufixo) que abre o verbete, sendo objeto de definição e/ou de informação.”.
Fato interessante e importante é o de que todos os três dicionários analisados nessa pesquisa
(Minidicionário contemporâneo da língua portuguesa Caldas Aulete, Dicionário Aurélio Júnior:
dicionário escolar da língua portuguesa e Minidicionário Houaiss da língua potuguesa)
apresentam o conceito de entrada para os jovens leitores, mesmo que de maneira bastante simples e
direta, fazendo com que se crie, por parte desses leitores, uma ideia elementar organizacional, bem
como uma ideia científica e teórica do item lexicográfico dicionário e de suas particularidades. Nos
três dicionários escolares analisados há um espaço destinado à explicação de como as entradas, os
lexemas - parte de uma palavra que possui uma unidade mínima com significado lexical – presentes
em cada obra estarão constituídos e apresentados, ou que tipo de sistema organizacional foi
utilizado naquele espaço lexicográfico. E a análise contida nessa pesquisa está pautada em como as
entradas estão constituídas nos referidos dicionários escolares.
ANÁLISE DA HETEROGENIEDADE DENTRO DA REPORTAGEM DO JORNAL
DIÁRIO DA MANHÃ
Lorena Rosa Quiles de Oliveira – UFG
Eliane Marquez da F. Fernandes – UFG
Este artigo de cunho teórico-analitico aborda a análise de uma reportagem do jornal diário da
manhã com base no pensamento de Bakthin sobre o que diz respeito á reflexão e refração. Os
objetivos é mostrar o quanto um ‘eu’ enuncia e logo reflete varias possibilidades de interpretações.
O sentido de cada enunciado não esta relacionado ao comportamento do locutor ou ouvinte, e sim
com a interação do enunciado e a enunciação. Bakhtin considerava que cada enunciado tem varias
possibilidades de interpretações. Dessa forma, Bakthin diz que cada enunciado é um novo
enunciado. Levando o dito em consideração, a analise será da reportagem sobre uma receita simples
e infalível onde encontramos o conceito de reflexão e refração aplicado no texto e de que a
enunciação é colocar a língua em funcionamento por um ato individual de utilização. A metodologia
de investigação liga-se à pesquisa bibliográfica de textos e à exemplificação. Os resultados parciais
indicam que o enunciado a cada refração está sujeito a várias interpretações, dependendo do âgulo
que se encontra o receptor da mensagem.O contexto segundo Bakthin contribuiu para o sentido dos
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enunciados, e a reportagem do jornal diário da manhã vai mostrar exatamente como um mesmo
texto tem varias vozes e a um novo dizer um novo sentido.
ANALISE DA ORDEM SENTENCIAL EM CHRÓNICA DE EL-REI DOM JOÃO I E SUA
RELAÇÃO À ORDEM CANÔNICA DO LATIM CLÁSSICO
Juan Alberto Bobba – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Esta proposta de apresentação de pôster diz respeito ao estudo da ordem sentencial na “Chrónica de
El-Rei Dom João”. O pressuposto é o de que a ordem, no português arcaico é permeada por
resquícios da ordem do latim, canonicamente SOV. Logo, eleger um padrão em uma oração
subordinada como, SV+ CONJ.+ O+ Adv+ V, por exemplo, estaria relacionado à acomodação de
parâmetros remanescentes no processo de formação dialetal de uma língua sintética (latim) para
outra analítica (português). A justificativa deste trabalho é a de conhecer as origens da sintaxe do
português arcaico, de modo a dar suporte sintático na formação das restantes línguas românicas e,
como consequência, compreender a diversidade e as transformações das estruturas sintagmáticas. O
objetivo geral é investigar os padrões de ordem recorrentes em obras históricas do português arcaico
e contemporâneo. Os objetivos específicos são investigar a localização dos adjuntos adverbiais nas
orações subordinadas, entender os motivos dessa localização e analisar as irregularidades do uso de
pontuação e conetivos de forma de verificar a coesão e a coerência. A metodologia da pesquisa está
baseada na concepção gerativista da linguagem com foco nos Princípios e Parâmetros propostos por
Chomsky. Os dados serão analisados quantitativa e qualitativamente, com base em autores
gerativistas, como KATO (1999), RAMOS (1999), MATTOS E SILVA (1994 ), entre outros. Na
análise quantitativa, serão computadas as ocorrências dos padrões de ordem possíveis de ser
distintos na língua e visíveis na obra analisada a fim de saber o padrão recorrente.
ANÁLISE DAS EXPERIÊNCIAS DIDÁTICAS FOCADAS NOS GÊNEROS DO DISCURSO
NO ENSINO MÉDIO
Alessandra Goulart D’Avila – UNIPAMPA/PIBID/CAPES
Margaret Barbosa Cortez – UNIPAMPA/PIBID/CAPES
Fernanda Cavalheiro Granato – UNIPAMPA/PIBID/CAPES
Liane Barreto Silva – UNIPAMPA/PIBID/CAPES
Nathan Bastos de Souza – UNIPAMPA/PIBID/CAPES
Eliana Silveira Rosa – PIBID/CAPES
Fabiana Giovani – UNIPAMPA
Este trabalho tem por objetivo analisar as experiências didáticas de um grupo de bolsistas do
Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) da área de Letras, com ênfase em Língua
Portuguesa da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Foram aplicadas oficinas com
duração de oito horas/aula de prática, que focaram o trabalho com os gêneros do discurso, em um
primeiro ano de ensino médio de uma escola estadual na cidade de Bagé-RS. Os gêneros
discursivos explorados foram: carta, charge, narrativa e texto teatral. O plano de ensino sobre cartas,
“Gênero textual cartas: descobrindo autores no ensino médio”, buscou conhecer o gênero e tornar o
aluno autor de cartas. Apresentamos as cartas dos diferentes tipos e a meta principal foi reconhecer
e diferenciar os tipos de cartas e trabalhar com atividades orais e escritas. Na proposta sobre
charges, “Questões sociais representadas através da Charge”, apresentou-se uma sequência didática
com o intuito de incentivar a leitura e a produção textual com ênfase nas linguagens verbal e não
verbal, além de trabalhar com a criatividade, a atenção e desenvolvimento de um aluno crítico
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frente a sociedade em que vive. Já, no plano de ensino sobre narrativas, “Aventuras mitológicas na
produção de narrativas”, procuramos estabelecer um diálogo entre o mito clássico e a produção de
textos narrativos na atualidade. Nessa prática, enfatizamos a leitura, a interpretação e a produção
textual como fruto desse processo. Completando, o projeto intitulado “A sala de aula como espaço
de interação social a partir do gênero texto teatral”, teve o objetivo principal de despertar o interesse
pela leitura explorando o gênero texto teatral através da interpretação e compreensão de textos
através de leituras dramáticas. Como base teórica, tivemos o princípio dialógico da linguagem e os
gêneros discursivos que propõe Bakhtin (2003), o interacionismo proposto por Vigotsky (1989), a
ênfase na curiosidade epistemológica que propõe Freire (2011) e o trabalho com o texto que propõe
Geraldi (2004). Os resultados foram satisfatórios, pois conseguimos retirar o aluno da posição de
“escritor de redação”, prática descontextualizada e pautada na atribuição de notas, para o
colocarmos na posição de “produtor de textos”, que são expostos para a comunidade escolar e tem
uma função social mais demarcada. Igualmente, conseguimos aumentar os níveis interpretativos nas
turmas em que atuamos e os números de leitura. Palavras chaves: diálogo, gêneros do discurso,
texto na sala de aula.
ANÁLISE DAS QUALIDADES DISCURSIVAS UNIDADE TEMÁTICA E CONCRETUDE
NA PRODUÇÃO TEXTUAL ESCRITA DE ALUNOS DO 9ºANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Ana Aline Moreira Frich – FACALE/UFGD
Regiane Ferreira Araujo Rodrigues – FACALE/UFGD
Rute Izabel Simões Conceição – FACALE/UFGD
Demonstraremos neste trabalho os resultados parciais de uma pesquisa-ação que analisa o processo
de construção do conceito das qualidades discursivas unidade temática e concretude (GUEDES,
2004) em textos escritos e rescritos por alunos do Ensino Fundamental II, 9º ano. Para a geração dos
dados, foi aplicada uma proposta de ensino de produção textual com enfoque no desenvolvimento
dos aspectos discursivos do texto em que os alunos deveriam produzir texto sob o tema “relato de
uma emoção forte”, inicialmente sem intervenções do professor, cujo texto em primeira versão foi
utilizado para o diagnóstico inicial. A partir do diagnóstico, foram trabalhadas as qualidades
discursivas em questão e os alunos foram incentivados a reescreverem seus textos com vistas
promover a melhoria qualitativa das produções escritas. Durante a experiência, procurou-se levar os
alunos a modificarem a visão que têm de que a produção textual é mera realização de uma tarefa
escolar. Procurou-se despertar o interesse dos alunos pela produção textual escrita, tendo como base
o trabalho com quatro qualidades discursivas: unidade temática, objetividade, questionamento e
concretude (GUEDES, 2004), sendo que duas delas serão objeto de análise neste trabalho, visto que
o recorte para esta apresentação recaiu na análise comparativa das qualidades discursivas unidade
temática e concretude em 5 versões escritas e reescritas por uma escrevente sujeito da pesquisa.
Este trabalho está inserido no conjunto de estudos realizados no âmbito da pesquisa “Ensinoaprendizagem da escrita: estudo da didática da reescrita e de seu impacto na qualidade textual”, em
andamento no Curso de Letras/FACALE/UFGD. Os resultados parciais apontam para o fato de que,
após cinco encontros, embora ainda com algumas dificuldades, a escrevente cujo texto foi analisado
neste trabalho apresenta sensível melhora na qualidade discursiva de sua escrita textual.
ANÁLISE DE PRODUÇÕES ORAIS DE FALANTES NATIVOS DO PORTUGUÊS
BRASILEIRO NA ARTICULAÇÃO DE FONEMAS DA LÍNGUA INGLESA
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Juliana Libório Rodrigues – FACALE/UFGD
Simone Ferreira Cidade – FACALE/UFGD
Rute Izabel Simões Conceição – FACALE/UFGD
Com este trabalho pretendemos contribuir para o aprofundamento dos estudos a respeito das
dificuldades que os professores de Língua Inglesa (LI), falantes nativos do português brasileiro
(PB), apresentam na articulação de certos fonemas de língua inglesa. Pretendemos também avaliar
em que medida essas dificuldades influenciam na formação de futuros professores de LI. Para a
realização da investigação, buscamos fundamento teórico nos estudos da Fonética Articulatória,
tanto do português brasileiro quanto do inglês americano. O recorte da questão recaiu sobre a
investigação teórica a respeito da descrição de casos de pronúncia dos fonemas da Língua Inglesa
considerados “difíceis” para falantes nativos do português e sobre a análise do diagnóstico inicial
das produções orais, gravadas em áudio, de professores de Língua Portuguesa/Lingua Inglesa em
formação matriculados no curso de Letras-Inglês da Faculdade de Comunicação Artes e Letras
(FACALE) da Universidade Federal da Grande Dourados. Os sujeitos participaram de uma oficina
ministrada no laboratório de Línguas da Faculdade de Comunicação, Artes e Letras/UFGD, cujo
foco da oficina voltou-se para o estudo do papel da pronúncia na qualidade da comunicação oral do
professor de língua inglesa falante nativo do PB. Ao final da oficina foi realizado um teste para
efetuar a análise comparativa dos dados entre a fase de diagnóstico inicial e a fase final da oficina
para que se avaliasse em que medida houve ganhos qualitativos.
ANÁLISE DE TIRINHAS DA PERSONAGEM MAFALDA NA PERSPECTIVA TEÓRICA
DE BENVENISTE
Daihany Silva de Araújo – UFG
Eliane Marquez da Fonseca Fernandes – UFG
Abordaremos a linha de pensamento de Benveniste, que em seus textos explica que a Enunciação é
o colocar a língua em movimento em uma manifestação individual carregadas de um conjunto de
vozes que nos cercam para nos expressar sempre com a presença de um (eu – tu ), que tomam para
si e fazem a utilização da língua para compreender ou se inserir em determinada situação fazendose entender e ser entendido com a utilização e atualização de palavras com diferentes significados
que a elas o locutor atribui, com a intenção de chegar a seu alocutário e para exemplificar este
pensamento de Émile, utilizaremos uma tirinha da personagem Mafalda. Olhando nosso exemplo
pode se ver claramente que nossa personagem assim como toda criança, tem uma curiosidade em
abrir um livro e se deparar com uma nova história, porém ao ler percebe que mesmo que mudem os
personagens a ideologia são as mesmas onde monstros comem criança por algum motivo, sentindo
se lesada, ela reclama e faz uma crítica a literatura infantil. Contexto onde se nota claramente a
presença de todos os elementos que são citados na linha de estudos de Benveniste, onde cada leitor
pode interpretar da forma que melhor entender o ato enunciativo não só de Mafalda, mas também
de vários outros atos.
ANÁLISE DISCURSIVA COM PRINCÍPIOS FOUCAULTIANOS E BAKHTINIANOS: O
DIALOGISMO ENTRE OS DISCURSOS SÓCIO-POLÍTICOS PRODUZIDOS ANTES E
PÓS RIO+20 COM O DOCUMENTO OFICIAL DA CONFERÊNCIA
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Danielle Marques Gomes – UEAP/CNPQ
Francesco Marino – UEAP
O presente trabalho trata-se de uma análise dialógica entre discursos políticos produzidos antes e
pós a realização da Rio + 20, relacionando os mesmos com o documento oficial que foi produzido
no encerramento desta importante conferência entre as nações. Esta investigação tem como intuito
analisar as principais falas produzidas neste contexto e divulgadas pelas mídias. A presente pesquisa
esta vinculada ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica 2012-2013PIBIC/CNPQ/UEAP. O estudo em questão tem como objetivos: Analisar o discurso sócio-político
do documento oficial da Rio+20, diagnosticar as intenções persuasivas nas notícias veiculadas
referentes à importância da conferência, utilizar os princípios foucaultianos e baktinianos para
interrelacionar os discursos e o contexto no qual eles foram produzidos, descrever as estratégias
discursivas e os mecanismos que configuram o documento final da conferência. Para a abordagem
do dialogismo e a análise dos discursos sócio-políticos, estão sendo usados como embasamento
teórico os princípios foucaultianos e baktinianos. A investigação é do tipo exploratória, este caso
ocorrerá pois, a pesquisa visa o aprimoramento de ideias, analisando criticamente a temática
ambiental por meio de estudo bibliográfico que recorram de maneira primordial aos pressupostos de
estudiosos da linguagem discursiva como Bakhtin e Foucault. Esse trabalho também é classificado
como explicativo, já que a análise do dialogismo dos discursos e interesses supostamente
ambientais servirá como fundamento para explicar a redação final do documento resultante da Rio
+20. A pesquisa proposta possui relevância, porque além de oportunizar aos sujeitos receptores do
discurso em questão uma formação política na sociedade, também fará com que os mesmos
percebam de maneira eficaz a importância do conhecimento discursivo. Portanto, espera-se com a
investigação resultados científicos que contribuam para a formação social e construção ideológica
dos estudiosos da linguagem.
ANÁLISE POLISSEMICA DO VERBO “PEGAR” E A VARIAÇÃO DE SUAS
PROPRIEDADES SEMÂNTICAS
Monique Vieira Miranda – UFV
Aparecida de Araújo Oliveira – UFV
Nesse artigo propomos uma análise dos diferentes sentidos do verbo pegar, com ênfase nos
argumentos e nas suas propriedades semânticas. Selecionamos alguns usos desse verbo de um
conjunto de obras de romances e crônicas do autor Luis Fernando Veríssimo, para trabalharmos. De
forma que não foram todos os sentidos existentes do verbo analisados, sendo oito deles retirados
dessas obras e outros dois formulados, a partir de situações cotidianas, para melhor ilustrar a
proposta. Explica-se, neste trabalho, a relevância do papel temático na análise de sentenças,
suprindo uma deficiência da gramática tradicional. Como este é um tema bastante divergente,
quanto à sua caracterização, na literatura, optamos por trabalhar com a classificação dos papéis
temáticos proposta por CANÇADO (2008), assim como seu conceito de propriedades semânticas
dos argumentos, CANÇADO (2005), em que ela propõe regras de projeção entre a sintaxe e a
semântica a partir dessas propriedades (controlador, afetado, estativo e desencadeador), que
substituiriam os papéis temáticos. Sabe-se da importância dos papéis temáticos na análise
gramatical, e, assim, na compreensão das sentenças em geral, embora isso seja algo que nós, nativos
da língua, fazemos automaticamente. Para ilustrar: sabe-se que há o verbo pegar com o sentido de
“adquirir algo por contágio”, como na frase “Peguei uma terrível gripe neste final de semana”. O
argumento grifado não pode ser substituído por algo que não seja uma doença, caso contrário
mudar-se-ia o sentido do verbo naquele contexto. Essa é uma experiência que um leigo poderia
perceber. Avaliaremos, neste trabalho, a veracidade dessa teoria em função das propriedades
semânticas proposta pela autora mencionada. Com base nisto, no exemplo dado, o argumento
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grifado se classificaria como desencadeador da ação, de forma que para o sentido do verbo ser
mantido, apenas outro argumento com a mesma propriedade poderia substituí-lo. Conclui-se com
este trabalho, que essas características dos argumentos de um verbo, não são escolhidas
aleatoriamente, e implicam que diferentes propriedades podem, e em geral resultam, em outros
sentidos. Comprovamos isso de maneira mais simples e prática possível, que foi analisando os
diferentes sentidos de um mesmo verbo, e as diferentes propriedades semânticas que seus
argumentos acarretam.
ANÁLISE QUANTITATIVA E QUALITATIVA DE FIGURAS DE CONTEÚDO EM
NARRATIVAS DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA EM FORMAÇÃO
Blanca Flor D. M. Mejia – FACALE/UFGD
Rute Izabel Simões Conceição – FACALE/UFGD
Este trabalho tem por objetivo apresentar os resultados parciais de uma investigação acerca da
análise do uso de figuras de linguagem e dos efeitos de sentido causados em 22 textos (10 narrativas
escritas e 12 narrativas reescritas) produzidos por professores de Língua Portuguesa em formação,
participantes de um Curso de Especialização em Linguística oferecido pela Universidade Federal da
Grande Dourados. As produções foram escritas na disciplina “Produção Oral e Escrita no Ensino”,
oferecida no ano de 2009, na Faculdade de Comunicação, Artes e Letras. Após o trabalho em sala
de aula, realizado com o objetivo de promover a melhoria da qualidade discursiva nos textos
produzidos pelos sujeitos participantes, promoveu-se a análise comparativa a respeito do uso de
figuras de linguagem na primeira e na última versão reescrita para três temas propostos durante a
experiência vivenciada pelos sujeitos: Apresentação pessoal, Relato de uma emoção forte e
Descrição de um tipo de pessoa. O foco da análise comparativa recaiu na detecção da
presença/ausência de figuras de conteúdo (metataxes, metassemas e metalogismos) e da
classificação das figuras em subgrupos, de acordo com o efeito de sentido provocado (elipse,
epíteto, zeugma, polissíndeto, paralelismo, metonímia, sinédoque, metáfora, catacrese, comparação,
antítese, eufemismo, personificação). Os resultados apontam que houve perceptível acréscimo do
número de figuras de conteúdo na última versão dos textos reescritos e uma equivalente melhoria na
qualidade discursiva das narrativas.
ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA DA FALA DE ALUNOS DO PROGRAMA BRASIL
ALFABETIZADO
Daniele Oliveira de Souza – UFBA
Kyssila Pabline Gomes Franz – UFBA
Lidiane Xavier Sudré – UFBA
Sandra Carneiro de Oliveira – UFBA
]
O Brasil Alfabetizado é um programa do Governo Federal criado em 2003 para atender adultos e
idosos que não tiveram oportunidade de estudar na fase da infância e da adolescência, devido a
diversos fatores. Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise sociolinguística da fala dos
alunos do Programa Brasil Alfabetizado, estudantes do Colégio Municipal Deputado Juarez de
Souza, localizado no município de Barreiras- BA, a fim de refletir sobre a relação entre língua,
poder e diversidade cultural. Para o estudo foram realizadas entrevistas semi-estruturadas
(gravações), e a “observação participante” de uma das aulas da turma. Com base na metodologia
dos contínuos (BORTONI-RICARDO, 2004), buscou-se identificar o grau de monitoramento, as
variantes linguísticas presentes na fala dos alunos e o valor atribuído pelos próprios falantes a certas
variantes linguísticas que utilizam. Segundo Bortoni-Ricardo, traçando-se uma linha imaginária que
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vai da ponta das variedades rurais isoladas, passando pela área rurbana até o outro extremo onde
se situam as variedades urbanas padronizadas é possível localizar qualquer falante do Português
Brasileiro. Partindo dessa ideia, situamos a fala dos alunos do Programa Brasil Alfabetizado no pólo
rurbano do contínuo, pois percebemos a ocorrência de variantes da norma popular, das variedades
rurais isoladas e algumas da norma padrão. Os alunos entrevistados, assim como, vários brasileiros
das classes menos favorecidas da sociedade, falam de acordo com a norma popular da língua,
principalmente devido a falta de acesso a educação básica, a ausência de práticas de letramento e
também por trazerem consigo os aspectos sociolinguísticos da cultura rural para os centros urbanos.
O resultado mostra que os alunos são conscientes do estigma que recai sobre a norma popular que
empregam e sobre eles próprios, pessoas que “falam errado”, que não sabem ler e escrever, por isso
são “como cegos”.
ANTÔNIO VIEIRA E LOPES BOGÉA: UM OLHAR SOBRE OS PREGÕES DE SÃO LUÍS
Katiellen Andrade de Sousa – UFMA
Lívia Fernanda Diniz Gomes – UFMA
Sonia Regina de Abreu Moreira – UFMA
Conceição de Maria de Araujo Ramos – UFMA
A cultura popular brasileira, sobretudo a maranhense, é caracterizada pela diversidade – variedade
de cores, sons, ritmos, sabores e falares, apresentados em manifestações folclóricas. Ao lado dessas
manifestações culturais, embora bem menos conhecida, está a prática de compor pregões para
anunciar produtos no comércio, com o intuito de conquistar a freguesia. Ao som de rimas criativas
embaladas por músicas leves e despretensiosas, os pregoeiros movimentaram o comércio
maranhense do século XIX. Embora tenham contribuído para a formação da identidade cultural e
econômica do Estado, atualmente pouco se sabe acerca da origem e importância dos pregoeiros.
Considerando esta realidade, este estudo tem por objetivo registrar a história dos pregoeiros, bem
como sua rotina de produção e venda, por meio da análise dos seus pregões. O estudo, que tem
como foco a relação língua / cultura, seguiu os princípios teórico-metodológicos da Etnolinguística.
A amostra utilizada neste trabalho é constituída por quinze pregões do corpus obtido a partir do
registro feito por Bogéa e Vieira, na década de 80, em São Luís. A análise se volta para a língua
tentando apreender, a partir desta, a realidade cultural de São Luís e o fazer dos pregoeiros. Os
resultados evidenciam o uso marcante da metalinguagem referente ao próprio ato de vender; de
vocativos e linguagem informal, que contribuem precipuamente para persuadir a clientela; da
ocorrência de hipérbato, com o intuito de enfatizar o produto apregoado, e de incisiva repetição da
mercadoria apregoada a fim de dar ênfase ao produto posto à venda, como observado nos pregões a
seguir: “Quando o dia amanhece/Saio gritando o meu pregão/Meu pregão é a minha prece/Prece,
vida, meu irmão.”; “Seu José, seu Portela/Venham comer pamonha/feita pela Nhá Ela.” e “É o
derresó, é o derresó, minha gente, que estou vendendo”. As escolhas lexicais feitas pelos pregoeiros
dão ao conhecer informações sobre a preparação dos produtos e dos utensílios utilizados em sua
venda: “Minha irmã/Quem rala o coco/Mãe Zabé que rala o milho/Eu me encarrego da lenha/A
Francisca da cozinha/Mas, na hora do tempero/Quem tempera é a Dindinha”, “Uma palha de
Juçara/Ela sempre traz à mão/Grossa rodilha à cabeça/Pra firmar o panelão/Um prato grande de
estanho/Tapando a mercadoria/Xícara pequena com asa/Pra servir a freguesia.”. Como se pode
constatar, a análise da língua usada pelos pregoeiros – os arranjos linguísticos, a seleção lexical – é
fundamental para entender-se como o grupo social, foco deste estudo, lê / interpreta o universo em
que se insere.
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AS FORMAS IMPERATIVAS EM ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS DE JORNAIS
PORTUGUESES: UM FENÔMENO EM VARIAÇÃO?
Larissa Campoi Peluco – IC/UFTM
Juliana Bertucci Barbosa – UFTM/CNPq
Esta pesquisa tem como objetivo central investigar se existe variação no uso das formas verbais em
situações imperativas em anúncios publicitários extraídos de jornais portugueses escritos a partir de
2001. Muitas obras chamam de “formas próprias (ou imperativo verdadeiro)” do imperativo,
construções como “olha”, “abre” e “faz” em frases diretivas sem sujeito superficial, como, por
exemplo: “Olha para menina!/Abre a porta! /Faz a tarefa!”. Além disso, para a expressão de atos
diretivos afirmativos singulares com marca discursiva de respeito ou para atos diretivos negativos,
também sem sujeito superficial, é apontado o emprego de formas do modo subjuntivo, denominadas
de “formas supletivas” (por exemplo, Mateus et al, 2003, p.254-256; p.451-460). Investigações
sobre o Português Brasileiro (PB), das regiões Sudeste e Centro-Oeste, evidenciam que a frequência
de uso do imperativo verdadeiro (olha, abre, faz) na fala espontânea é de aproximadamente 90%
(Scherre et al, 1998; Neta, 2000; Ferreira e Alves 2001; Silva, 2003; Lima 2005; Sampaio, 2004,
etc). Na região Nordeste, pesquisas apontam que esse emprego varia de 50%, a 70% dos casos
(Sampaio, 2001; Alves, 2001; Jesus, 2006). Na região Sul, há resultados que indicam a
predominância de imperativo verdadeiro em Florianópolis (100%) e de imperativo supletivo em
Lages, 79% (Bonfá, Pinto e Luiz, 1997). Em relação ao Português de Portugal (PP), gramáticas
como de Mateus et al (2003, p. 449-460), sugerem que a forma imperativa padrão apresenta duas
características do imperativo verdadeiro: (i) morfologia distinta do modo indicativo (Imperativo:
Diz tudo - 2ª pessoa do singular / Indicativo: Dizes tudo - 2ª pessoa do singular); (ii) ocorrência
exclusiva em frases afirmativas, ou seja, impossibilidade gramatical de negar o imperativo
verdadeiro (Imperativo em construções afirmativas: Diz tudo o que sabes sobre o assunto! /
Imperativo em construções negativas:*Não canta! - forma supletiva: Não cantes!). Em relação à
ordem do clítico ao verbo no Portguês de Portugal, para Mateus et al (2003), sempre aparece em
segunda posição (Deixa-me descansar!). Partindo desses – e de outros – apontamentos, buscamos
verificar qual a forma imperativa mais frequente no Português de Portugal escrito contemporâneo.
Para isso, montamos um corpus composto por anúncios publicitários escritos extraídos de jornais
portugueses online publicados a partir do ano de 2001. Partimos de estudos como de Pombal
(2003), que sugerem que o gênero textual “anúncio publicitário” apresenta alguns usos linguísticos
considerados inovadores dentro da língua devido a sua abertura para um texto menos formal, de
acordo com a situação e a necessidade do falante, o que demonstra sua força e relevância como
forma de expressão viva da língua portuguesa. Verificamos também quais contextos linguísticos
discursivos favorecem o uso de uma forma ou outra. Conhecer quais são as variações presentes no
Português de Portugal atual contribui no levantamento de características peculiares da escrita desta
comunidade, além de possibilitar comparações com o Português Brasileiro.
AS LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA: PERÍODO PÓS-COLONIAL
Maria das Neves Jardim de Deus – PUC/GO
Lacy Guaraciaba Machado – PUC/GO
Neste trabalho analisa-se a representação e a identidade cultural dos personagens nas obras de Mia
Couto terra sonâmbula e Eça de Queiroz primo Basílio tendo como suporte teórico Tânia
Carvalhal, Stual Hall, BellaJozef, Lefebve entre outros. Numa abordagem comparativa, estão sendo
evidenciando dois planos: o da construção da história e o da narrativa, a partir da voz narradora e da
manifestação das personagens. A representação trabalha no mundo operado numa linguagem
histórica e necessariamente influenciada pela realidade social da época. Devido ao seu caráter
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intuitivo, a linguagem apresenta caráter eminentemente simbólico e alegórico. No âmbito da
representação a literatura busca a realidade, mas ao mesmo tempo foge dessa mesma realidade para
representá-lo depois na ficção.
AS TRÊS FACES DO AMOR EM GRANDE SERTÃO: VEREDAS
Evany Ribeiro Miranda – UFT
Olívia Silva – UFT
Essa apresentação em pôster discute sobre o amor na obra Grande Sertão: Veredas, de João
Guimarães Rosa, privilegiando a visão masculina, em especial do personagem Riobaldo em relação
às personagens Reinaldo (Diadorim), Otacília e Nhorinhá. Publicada em 1957, essa obra retrata a
vida dos jagunços, suas aventuras, o mistério, a traição, os conflitos, a amizade, a paixão e o amor.
Este último sendo evidenciado de forma predominante. Em Grande Sertão, o personagem-narrador,
Riobaldo relaciona-se afetivamente com três personagens femininas: Diadorim, Nhorinhá e
Otacília, no qual o amor se apresenta de formas distintas. Com uma dessas personagens, o amor está
relacionado ao amor físico, a outra ao amor puro e espiritual e por fim a um amor proibido e
misterioso. Para Riobaldo, Diadorim é mais que um amigo, é um amor reprimido, misterioso e
impossível. Ele (a) é a causa de grandes conflitos do narrador por ser o objeto de desejo e nojo em
função de sua aparente sexualidade. Nhorinhá é prostituta e representa o amor físico e ao mesmo
tempo afetuoso. O seu caráter profano e voluptuoso seduz Riobaldo. Gostava de Nhorinhá porque
não era mesquinha e todos os homens porfiavam por estar com aquela linda prostituta que, de
acordo com o narrador, ao entregar-se sexualmente para todos os homens e estes sempre a
desejando, considerava-a de grande valia. Já Otacília é o amor delicado, sentimental, sagrado e sem
mácula. A imagem dela é evocada pelo narrador quando se encontrava saudoso durante sua vida de
jagunço. Momento em que pensava em sair da vida de jagunço, levar uma vida de cidadão comum,
lembrava-se dessa moça que, de acordo com ele, serviria para ser a mãe de seus filhos. Na obra,
Riobaldo perde o contato com Nhorinhá, e por muito tempo vive jagunceando ao lado de Diadorim
desejando-a, sem nunca ser correspondido e em uma terrível batalha é morta. O narrador sofre
muito com a perda da amada, e o que lhe consola é o amor por Otacília com quem se casa. Trata-se
de três personagens que, desde o início da nossa civilização, a literatura procura representar. Elas se
diferenciam na forma de ser socialmente, convivem em classes díspares e são desejadas e amadas
cada qual na sua especificidade.
ASPECTOS DO POSICIONAMENTO DISCURSIVO DE CHICO BUARQUE NO CAMPO
DA MPB: ANALISE DE CANÇÕES DE CARATER POLITICO
Marihá Mickaela Neves Rodrigues Lopes – UFU/PET MEC/SESu
Fernanda Mussalim Guimarães Lemos – UFU
Pautada na Analise do Discurso (AD) de linha francesa, a pesquisa tem como objetivo analisar
algumas canções de caráter político do cantor e compositor Chico Buarque de Holanda, produzidas
em período ditatorial. Temos como corpus um CD em homenagem aos cinquenta anos de Chico
Buarque nomeado: "50 anos Chico: O político", neste CD encontramos uma seleção de suas
músicas do período ditatorial. A escolha por este corpus de análise se deu em função do objetivo da
pesquisa, a saber, analisar o posicionamento político deste artista no campo da MPB a partir de suas
canções. Nossa análise será feita seguindo orientação teórica de Dominique Maingueneau,
apresentada em seu livro Gêneses dos discursos (2008). Segundo o qual Dominique Maingueneau
postula o conceito de semântica global. O autor concebe o discurso como prática discursiva, e busca
explicar seu funcionamento formulando hipóteses sobre sua semântica.
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AUTORIA EM TEXTOS DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
Ricardo Sanchez Assan – UFTM/CAPES
Luana Noleto – UFTM/CAPES
Jauranice Rodrigues Cavalcanti – UFTM
Através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), ligado à
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), oferecemos, na Escola Estadual Minas Gerais
em Uberaba (MG), ao longo de dois semestres, oficinas como parte do subprojeto de Língua
Portuguesa (2011) que tem como propósito o aprimoramento da competência textual, em especial a
escrita de textos da ordem do argumentar. Durante esse período, observamos que uma das maiores
dificuldades dos alunos (de primeiro e segundo anos do Ensino Médio) é de assumirem-se como
autores, isto é, construírem textos que revelem um posicionamento acerca do tema discutido,
construção decorrente de um trabalho com os recursos expressivos que a língua oferece. Tal
constatação nos levou a reunir um corpus constituído de textos produzidos a partir da proposta do
ENEM 2011, “Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado” a fim de
investigar os indícios de autoria neles presentes. Observamos casos em que há indícios de autoria,
como no seguinte trecho: “As redes sociais estão dominando a rede, jovens, adultos e idosos,
ninguém escapa dessa explosão de tecnologia, pessoas cada vez mais estão criando perfils
principalmente no Facebook e permanecem conectadas durante horas todos os dias, não fazer parte
das redes sociais, é como não ter uma identidade”. Podemos ressalvar, então, que o aluno
apresentou, curiosamente, uma anáfora (criativa, a propósito) para se referir a “redes sociais”:
explosão de tecnologia. O referente garante que o autor considera a criação das redes sociais como
um grande feito, um avanço. Adiante, notamos a afirmação “não fazer parte das redes sociais, é
como não ter uma identidade” que, por sua vez, também impõe a opinião do aluno-autor. A análise
fundamentou-se nos estudos desenvolvidos por Possenti (2009), para quem, "pode-se dizer
provavelmente que alguém se torna autor quando assume (sabendo ou não disso) fundamentalmente
algumas atitudes: dar voz a outros enunciadores, manter distância em relação ao próprio texto,
evitar a mesmice, pelo menos” (p.110). Os resultados parciais da pesquisa revelam, no geral,
ausência de marcas de um autor nos textos analisados. Quando é possível identificá-las, aparecem
na remissão por meio de descrições nominais, que imprimem orientações argumentativas aos
enunciados em que se inserem.
BREVE ESTUDO SOBRE VARIAÇÃO LINGUÍSTICA EM TEXTOS DISSERTATIVOS DE
ALUNOS XERENTE DO ENSINO MÉDIO BÁSICO
Maisa Coelho Parente – UFT
Odair Giraldin – UFT
Juscéia Aparecida Veiga Garbelini – UFT
O povo Akwẽ Xerente se localiza na cidade de Tocantínia-TO. A língua akwẽ pertence à família Jê
Central do tronco linguístico Macro-Jê (RODRIGUES, 1986). Este trabalho tem como objetivo
analisar caso de concordância de gênero e número em produções textuais em português por alunos
indígenas Xerente da 3° série do Ensino Médio no Centro Educacional Fé e Alegria Frei Antônio;
assim como refletir com os referidos alunos sobre o evento estudado, estabelecendo mediação sobre
a construção de enunciados em língua portuguesa. O trabalho desenvolveu-se em campo, nas
aldeias Salto (Kripe) e Porteira (Nrôzawi) e em visita ao Centro Educacional Fé e Alegria Frei
Antônio, em Tocantínia, Tocantins, para coleta de textos dissertativos elaborados por 06 (seis)
alunos Xerente que estudam no 3° Ano do Ensino Médio Básico. A base teórica ancorou-se em
pesquisa bibliográfica sobre o tema em foco, (SOUSA FILHO, 2007; BORTONI-RICARDO, 2004;
TARALLO, 2002; NASCIMENTO, 2012; MOLLICA E BRAGA, 2003; CARVALHO, 2009;
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52
CALLOU & LEITE, 2001). Em: “Nas aldeia”, por exemplo, à variável < s > de marcação de plural
correspondem duas variantes: presença do segmento ([s]) e sua ausência ([∅]). Por ser a palavra
“aldeia” bimorfêmica, favorece ainda mais a ausência do segmento ([s]) (TARALLO, 2002).
“Existem com seu mode de viver, e com sua cultura (...)”. “Mode” é a forma arcaica da palavra
“modo”, esse arcaísmo é mais usado na zona rural e raramente pronunciado pelos falantes da zona
urbana. O uso por esse aluno se explica porque muitos desses, mesmo aqueles que estudam na
cidade residem na zona rural, onde essa variante e usada de forma mais intensa. Espera-se com a
análise de casos de variação linguística em situação de contato: a língua portuguesa e a língua
akwẽ-xerente, apresentar uma contribuição, ainda que pequena, à área de sociolinguística.
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE ABREVIATURAS NO LIVRO DE BATISMO DA
PARÓQUIA NOSSA SENHORA MÃE DE DEUS (1837-1838)
Maiune de Oliveira Silva – UFG/CAC
Maria Helena de Paula – UFG/CAC/FAPEG
Objetiva-se com esse trabalho expor resultados parciais da pesquisa de iniciação científica intitulada
“Abreviaturas no livro de registros de batizados da paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus (Maio de
1837 a setembro de 1838): estudo preliminar”, o qual faz parte de um projeto maior: “Em busca da
memória perdida: estudos sobre a escravidão em Goiás”, tendo como coordenadora a Professora
Doutora Maria Helena de Paula, com o fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
Goiás-FAPEG. O nosso material de estudo é um livro de batizados da paróquia supracitada que foi
exarado entre maio de 1837 e setembro de 1838, e registra batizados de negros escravos, de seus
filhos e ainda filhos de outros moradores da Villa do Catalaõ. Temos, como hipótese inicial, que as
abreviaturas encontradas no códice devem-se à numerosa quantidade de registros que ficavam sob a
responsabilidade do vigário Francisco Matozo Xavier chegando a mais de um por dia. Para
compreender as abreviaturas (que palavras foram mais abreviadas, em que contexto a abreviatura é
mais recorrente, que abreviaturas ocorrem) no códice, realizamos a leitura e a edição
semidiplomática sob as regras postuladas por Megale e Toledo Neto (2005). A edição
semidiplomática, por prever a indicação em itálico das formas que foram desenvolvidas, é passo
importantíssimo para a compreensão do contexto de escrita e, sobremaneira, para o desdobramento
das abreviaturas. Posteriormente, foi feito um inventário, a fim de indicar possíveis justificativas
para o uso das abreviaturas recorrentes no livro. Ademais, foi imprescindível a leitura dos livros de
Acioli (2003) e Flechor (1991) que nos guiaram sobre a interpretação da escrita utilizada no período
colonial brasileiro e também no desenvolvimento das formas abreviadas.
COMO FACILITAR O DOMÍNIO DA ESCRITA EM PRODUÇÕES TEXTUAIS
UTILIZANDO COMO PARÂMETROS PRINCIPAIS OS ELEMENTOS TEXTUAIS
COESÃO E COERÊNCIA?
Juliana Leite Do Nascimento – UEA/CAPES
Cleaná Maysa Lima Nunes – UEA/CAPES
Dênis Michel Nogueira Do Nascimento – UEA/CAPES
Renata Nobre Tomás – UEA/CAPES
O presente trabalho tem como finalidade apresentar a experiência de ensino de produção textual
com ênfase para os elementos textuais coerência e coesão. Este estudo, realizado através do PIBID
(Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), buscou aplicar uma metodologia que
facilitasse a compreensão da estrutura textual e dos elementos essenciais para o entendimento do
texto, visto que é perceptível a dificuldade apresentada em sala de aula na elaboração da escrita,
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destacando-se a dificuldade em organizar e conectar ideias. Para isso, empregou-se uma sequência
didática em que houve a explanação dos aspectos relevantes do texto, utilizando-se o parágrafopadrão, por se tratar de uma estrutura textual menor e completa composta por introdução,
desenvolvimento e conclusão, consistindo em uma unidade na qual se desenvolve uma ideia central
a que se interligam ideias secundárias. Desse modo, trabalhou-se com ênfase na coesão e coerência,
recursos de construção textual que contribuem para a unidade semântica. E, para verificar a
importância desse estudo em uma estrutura menor, facilitando assim o seu domínio, duas turmas do
primeiro ano do ensino médio foram escolhidas. Em uma turma as oficinas sobre parágrafo padrão
foram aplicadas e pediu-se que os alunos fizessem uma produção com o tema internet. Na outra
turma, apenas pediu-se que escrevessem um parágrafo sobre a internet, sem a aplicação das oficinas
com o procedimento de elaboração de um bom e compreensível parágrafo-padrão. Ao final, as
produções das turmas foram confrontadas, observando a coerência e a coesão na construção dos
parágrafos. Na primeira turma, obtiveram-se os resultados já esperados, textos com uma boa
estruturação e continuação de ideias, devido à aplicação das oficinas. Enquanto que, na segunda
turma, os alunos não conseguiram expor com sucesso suas ideias, apresentando, na maioria das
vezes, repetição de ideias e uma estrutura textual inadequada. Adotou-se como orientação teórica
para este trabalho, principalmente, os autores Sena (2008) para o processo de elaboração de um
parágrafopadrão; e Koch (2010; 2011) e Travaglia (2011) para ressaltar a coerência e a coesão.
Portanto, cabe destacar a necessidade de conduzir o escritor à reflexão, a fim de levá-lo a analisar
em sua produção os aspectos que contribuem para a construção da unidade textual, principalmente a
coesão e a coerência que tanto influenciam no entendimento do texto, ou seja, na comunicação.
COMPARANDO O ORIGINAL ÀS VERSÕES: A ORDEM EM “O PEQUENO PRÍNCIPE”,
FRANCÊS/INGLÊS/PORTUGUÊS
Anna Gabriela Feitosa Nogueira – UFG
Luana Ferreira Magalhães – UFG
Jéssica Mayara da Silva – UFG
Paula Roberta Morais Ungarelli – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Pretende-se investigar o padrão de ordem recorrente em O Pequeno Príncipe, a partir de uma
perspectiva funcionalista da linguagem, que concebe a linguagem como atividade social e a
gramática como um sistema a serviço dos usos efetivos da língua. O pressuposto é o de que a
ordem, mais que um fenômeno gramatical, sistêmico, diz respeito às escolhas dos usuários da
língua para produzirem determinados efeitos de sentido. Logo, eleger um padrão como SVOAdj ou
VSOAdj, por exemplo, está relacionado ao que se quer dizer, às intenções pragmáticas do
enunciador. Os objetivos da pesquisa são mostrar as diferenças estruturais e de sentido na obra e o
que causa no leitor cada uma dessas diferenças e versões. Para isso, serão analisados o livro original
em francês e suas versões em inglês e português. Os dados serão analisados quantitativa e
qualitativamente, com base em autores funcionalistas como Neves (1997, 2006, 2010), Pezzatti,
Camacho (1997), entre outros. Na análise quantitativa serão computadas as ocorrências dos padrões
de ordem possíveis de ser distintos na língua e visíveis nos textos analisados a fim de saber o padrão
recorrente. Na análise qualitativa, os padrões mais recorrentes serão correlacionados aos fatores
sócios discursivos relativos às condições das produções dos textos e os efeitos de sentido que a
escolha por esses padrões ajuda a produzir.
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CONCEPÇÕES DE ENSINO: MODALIDADES DISCURSIVAS PARA O ESTUDO DE
LINGUAGEM
Genilva Bezerra Santos – UnirG/TO/CAPES
Ellen Karoline F. da Silva Resplandes – UnirG/TO/CAPES
Luciana de Oliveira Rocha – UnirG/TO/CAPES
Marcilene de Assis Alves Araújo – PIBID/CAPES/UNIRG
Essa proposta é parte do subprojeto de Letras cadastrado no Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência do Centro Universitário UnirG, no qual apresenta o trabalho com os gêneros
textuais, na sala de aula como uma prática que visa resultados significativos para o ensino em
diversos contextos. Nesse sentido, esse trabalho propõese discutir sobre as estratégias discursivas
para a análise textual, a partir dos estudos de Antunes (2007), Koch & Elias (2006), considerando o
desenvolvimento de três focos de análise: estratégias de leitura, de estudo linguístico e produção de
texto. Abordam-se questões relativas ao léxico textual e à sua realização nos textos; relativas às
condições sociais da produção e da circulação destes textos, com a finalidade de explicitar que
outras descobertas podem-se empreender, além da gramática (ou dentro da gramática, mais com
visões amplas). Portanto, pretende-se realizar oficinas de leitura e produção textual a partir de
gêneros diversos circulantes no cotidiano dos alunos, considerando diferentes aspectos relacionados
ao seu processo de produção, circulação e recepção. Durante os processos de usos da linguagem, os
interlocutores colocam em ação várias estratégias sociocognitivas, por meio das quais realiza o
processamento textual, e nesse momento é necessário mobilizar vários aspectos e tipos de
conhecimento armazenados na memória, recorrendo, simultaneamente, a vários passos
interpretativos, eficientes, flexíveis e extremamente rápidos, além de pequenos cortes que
funcionam como entradas para elaboração de hipóteses interpretativas do enunciado. Esse trabalho
almeja constatar que toda enunciação é dialógica e faz parte do processo comunicativo de forma
que possibilite o desenvolvimento do aluno em relação à leitura, à interpretação e à produção de
textos, uma vez que os focos de análise discutidos oferecem condições para o desenvolvimento de
habilidades de usos linguísticos, possibilitando ao leitor apropriação de instrumentos que abrem
possibilidades para novos conhecimentos, saberes e práticas sociais. Os estudos realizados sobre as
relações entre práticas pedagógicas docentes e o desenvolvimento linguístico do aluno demonstram
que essas questões são interdependentes, pois a forma como o professor prefigura as atividades de
sala de aula torna-se fundamental para o desenvolvimento pleno das habilidades discursivas
necessárias para o entendimento e a produção textual, nesse sentido a metodologia que se abordará
para as atividades, priorizará uma perspectiva enunciativa discursiva, conforme os estudos de
Bakhtin (1992), demonstrando para os alunos os vários aspectos mobilizados pelo leitor no
momento de leitura e interpretação de textos.
CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE ENSINO DE ADIVINHAS NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
INDÍGENA DE PERNAMBUCO NO ENSINO FUNDAMENTAL I E II
Diana Cibele de Assis Ferreira – UFPE/CAA/NEI
Cinthya Torres Melo – UFPE/CAA//NEI
Esta pesquisa encontra-se em fase inicial e faz parte do Projeto de Pesquisa Língua(gem) e
Diversidade Indígena e tem como objetivo descrever e analisar as concepções e as práticas que os
professores de linguagem de várias escolas indígenas de Pernambuco, do fundamental I e II,
possuem em relação ao gênero adivinha. As bases teóricas encontram-se ancoradas em Dionísio
(2000), Marcuschi (2004), Koch e Travaglia (2011), e nas Leis e Diretrizes Básicas, constitucionais,
da área indígena (LDB). A metodologia usada é de caráter qualitativo e quantitativo, com aplicação
inicial de questionários para os graduandos, que já são professores nas aldeias, mas que se
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encontram em formação no Curso de Licenciatura em Educação Intercultural Indígena da
Universidade Federal de Pernambuco-Campus Agreste. Como resultados preliminares, tem-se que
dos 11 povos participantes da pesquisa apenas 7 utilizam o gênero adivinha na educação escolar
indígena, sendo que 5 destes adaptam as adivinhas encontradas nos livros didáticos das escolas nãoindígenas conforme as características próprias do seu povo, e apenas 1 povo indígena cria suas
próprias adivinhas por meio das figuras dos animais a fim de que os alunos descubram o nome dos
bichos através de pistas das qualidades e dos defeitos. Os dados sugerem que há diferenças no uso e
na constituição das adivinhas nas escolas indígenas de Pernambuco.
CONHECENDO O ACORDO ORTOGRÁFICO: AS IMPLICAÇÕES SOCIAIS E
CULTURAIS
Gisele Naiara De Oliveira Silva – UFMT
Luiz Antônio Bitante Fernandes – UFMT
O presente documento apresenta uma breve história do acordo ortográfico e as principais mudanças
que ocorreram, e que levou a língua portuguesa a entrar em uma nova fase, fase esta de reestrutura e
significação modificando intrinsecamente a sociedade até os dias atuais. A Língua Portuguesa
originou-se por meio de diversas transformações de outras línguas, fezse necessário efetuar
mudanças no modo pela qual esta era expressa na forma escrita, com o objetivo de melhorar a
interação entre os indivíduos que a utilizam para comunicar-se em todo o mundo e valorizá-la,
enquanto língua oficial; no século XIX o escritor Almeida Garrett sentiu a necessidade de uma
norma para regularizar a ortografia portuguesa. Após ele, diversas pessoas preocuparam-se com esta
questão, o que resultou nos Acordos Ortográficos. No ano de 1990 ouve o projeto de ortografia
unificada de língua portuguesa, sendo de grande valia para a língua portuguesa e sua importância
internacional, ele foi aprovado pela academia das Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de
Letras e delegações de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Este projeto visa apresentar o acordo meramente ortográfico, portanto, restringe-se à língua escrita,
não afetando nenhum aspecto da língua falada. O mesmo tem como objetivo de descobrir a
importância deste acordo para a sociedade, especificamente os estudantes e analisar o que eles
pensam e entendem sobre esse assunto. A justificativa para este projeto está na necessidade de
entender a história do acordo ortográfico e as razões que tornaram possível cada mudança sofrida
pela Língua Portuguesa, nos aspectos sociais, culturais, econômicos, geográficos e históricos que
influenciaram os países membros do Acordo Ortográfico a modificarem a língua comum a todos. O
acordo ortográfico é de grande valia para a sociedade, pois ele traz a ideia de facilitar o idioma e
aproximar os países que o aderiram, divulgando assim as suas respectivas culturas e aumentando a
integração entre os mesmos.
CONSIDERAÇÕES ACERCA DE CRITÉRIOS LEXICOGRÁFICOS NO “DICIONÁRIO
DO BRASIL CENTRAL – SUBSÍDIOS À FILOLOGIA” (2009)
Rayne Mesquita de Rezende – UFG/CAC
Profa. Dra. Maria Helena de Paula – UFG/CAC/PMEL
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma breve análise da estrutura do “Dicionário do
Brasil Central – subsídios à Filologia”, da autoria de Waldomiro Bariani Ortêncio, em sua segunda
edição, que data do ano de 2009, na versão eletrônica. Nossas observações advêm do fato de termos
utilizado o dicionário, tido como de regionalismos específicos de região Centro-Oeste do Brasil,
durante um cotejo realizado na pesquisa de iniciação científica “Traços de Conservação lexical no
Dialeto Caipira em Goiás”, que visou a investigar se as lexias registradas como parte do vocabulário
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do dialeto caipira figuravam no estado de Goiás, reconhecidamente um locus de realização dessa
variante. Ao longo de nosso trabalho percebemos a ausência de alguns critérios essenciais na
constituição de um dicionário e que ao mesmo tempo permitem classificalo como tal,
diferenciando-o dos vocabulários e glossários. Dentre as principais lacunas identificadas em
Ortêncio (2009), identificamos que na seção apresentação/biografia não consta informações sobre a
quantidade de verbetes registrados na presente edição e, menos ainda, sobre seu autor; a ausência de
definição para alguns verbetes, para os quais o mesmo coloca trechos retirados de livros de
literatura goiana; a ausência de critérios para uso de exemplos e abonações. Utilizamos como
suporte teórico acerca dos procedimentos de constituição de um dicionário os estudos de Biderman
(1984) e (2001) e Coelho (2008). Buscamos, ainda, fazer a distinção entre os mais conhecidos
instrumentos lexicográficos, abordando em linhas gerais o que são e como devem ser constituídos
um vocabulário, um glossário e também um dicionário, através das características que cada um deve
conter ao serem elaborados e m obedecer. Assim, este estudo tem o intuito de apresentar
considerações sobre os critérios adotados (ou não adotados) por Ortêncio para a sua obra, reeditada
recentemente, de modo a nos garantir uma classificação segura deste expediente lexicográfico
conforme postulam os estudos da área.
CONSTATANDO A GRAMATICALIZAÇÃO DO PREFIXO DES- NO GRANDE
DICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA
Warley José Campos Rocha – UESB
Valéria Viana Sousa – UESB
As estruturas linguísticas, segundo os pressupostos funcionalistas, propostos por Givón (1979) e
Neves (1997), devem ser analisadas a partir da interação entre falantes de uma língua. Destarte,
evidenciaríamos o funcionamento de tais estruturas em um contexto de uso real com propósitos
determinados. Nesta teoria, também são evidenciadas como acontecem determinadas migrações
funcionais provenientes de uma mesma estrutura, processo esse que se respalda por pressões de uso
dos falantes com o intuito de alcançar maior expressividade ao se interagir. Diante disso, temos
estudado o deslocamento funcional de vocábulos, o que comprova a extensão semântica dos
mesmos, possibilitando, então, um aumento de possibilidades partindo de um mesmo item
linguístico. Neste trabalho, em desenvolvimento, é tomado o prefixo des- como objeto de estudo.
Prototipicamente, esse afixo possui o sentido de negação, como, por exemplo: descontente (não
contente). Porém, foi constatado, em gramáticas históricas e contemporâneas, dicionários
etimológicos e pesquisas linguísticas, que há outros sentidos para o mesmo prefixo, a saber:
separação, afastamento, ação contrária, intensidade, cessação de um ato ou estado. Observamos,
então, o sentido primeiro desse prefixo e a sua ampliação semântica. Após isso, categorizamos os
verbos de forma livre, prefixados em des-, presentes no Grande Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa (2001), para atestar quais são os valores do des- menos e mais marcados neste corpus.
CONSTITUIÇÃO DO CORPUS PARA INVESTIGAÇÃO NA ÁREA DE VARIAÇÃO
MORFOLÓGICA: O “ANTE” E “ANTI” NO PORTUGUÊS MINEIRO ESCRITO DE
UBERABA/MG
Amanda Modolão Nóbrega – UFTM
Juliana Bertucci Barbosa – UFMT/CNPq
O presente trabalho, partindo da concepção heterogênea de língua, conjuga-se a um projeto maior,
desenvolvido na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM – Uberaba), sobre variação
morfológica do português mineiro escrito na região de Uberaba-MG, e visa discutir questões
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teórico-metodológicas para constituição corpus para estas pesquisas. Para ilustrarmos essas
reflexões, focalizamos nossos estudos no uso variável dos prefixos ante e anti na escrita de alunos
do terceiro ano do Ensino Médio da cidade de Uberaba, situada no Triângulo Mineiro, estado de
Minas Gerais. A escolha desse fenômeno se justifica devido ao fato de que é perceptível na fala
uberabense a utilização da variante africada do /t/, ou seja, foneticamente, os prefixos em questão
são pronunciados da mesma forma (“antI”), logo temos um ambiente que contribui para a pronuncia
e posterior escrita de anti. Buscando, então, fomentar discussões sobre a montagem de corpus para
coleta de ocorrências para pesquisas como esta (sobre prefixo), apresentaremos, neste trabalho a
nossa proposta de corpus e os métodos teórico-metodológicos utilizados. A construção do corpus
foi pensada dentro de uma perspectiva variacionista e de um olhar contextual, compondo-se de um
questionário lexical, usando marcadores regionais (LABOV, 2008), e por redações escolares.
Inicialmente selecionamos escolas pertencentes à rede pública de ensino de Uberaba, localizadas
em bairros distintos. Como critério para escolha dessas escolas, baseamo-nos no IDEB (Índice de
desenvolvimento da Educação Básica), em caráter comparativo. Um dos critérios de seleção dos
participantes foi ser alfabetizado em Uberaba e não ter morado fora da cidade por mais de cinco
anos. O questionário possui 45 itens, sendo que os participantes devem responder as perguntas
utilizando palavras que fossem sinônimas, sendo realizada uma mescla de vocábulos com uso de
outros prefixos além do “ante” e do “anti”. Para a elaboração das redações foram propostas cinco
temáticas nas quais era possível a utilização de palavras formadas pelos prefixos “ante” e “anti”.
Por meio deste corpus, já observamos um número relevante das variantes em foco. Além das
contribuições teórico-metodológicas sobre montagem de corpus, esta pesquisa também busca
auxiliar no levantamento de características regionais brasileiras – região de Uberaba -, e,
posteriormente, contribuir no ensino da língua materna.
CONSTRUÇÕES IDIOMÁTICAS COM NEGAÇÃO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Ana Karoliny Antunes Ribeiro – UFG
Larissa Magalhães Correia Andrade – UFG
Leosmar Aparecido da Silva – UFG
Em geral, os linguistas consideram que, no plano sintático, as construções idiomáticas são
semelhantes às expressões não cristalizadas. Já no plano cognitivo, elas são interpretadas pelos
falantes / ouvintes pela totalidade de seus componentes e não pelas partes que as constituem. Assim,
tais construções podem ser consideradas unidades léxico-semânticas abstratas/metafóricas
compostas por mais de uma palavra e que o todo da construção possui uma significação. Este pôster
tem o objetivo de apresentar os resultados de uma breve pesquisa na qual foram analisadas
construções idiomáticas do Português Brasileiro que possuem que possuem negação. Alguns
exemplos seriam: Não vou à festa nem que chova canivete, nem que a vaca tussa, nem que a
galinha crie dentes, nem morta Os dados revelaram que o uso da negação tem grande dinamicidade
na língua, podendo ser construções de dupla negação e/ou construções subordinadas concessivas. A
dupla negação é rejeitada pela gramática padrão, porém é uma forma bastante utilizada, não só no
português brasileiro, como em várias outras línguas. Os falantes multiplicam vocábulos negativos
numa sentença a fim de reforçar uns aos outros. Através de vários exemplos de construções
idiomáticas de negação mostraremos que essas construções fazem parte da língua do falante
brasileiro e, como consequentemente as expressões idiomáticas proporcionam a diversidade e
diferenciam o discurso.
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CONSTRUÇÕES IDIOMÁTICAS E EXPRESSÕES METAFÓRICAS ENVOLVENDO
GASTRONOMIA E PERCEPÇÃO GUSTATIVA NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Paula dos Santos Ferreira – UFG
Regiane Maria Dondici Marques – UFG
Leosmar Aparecido da Silva – UFG
As construções idiomáticas ou cristalizadas são unidades lexicais ou gramaticais maiores que a
palavra e que passaram por um processo de metaforização. Durante muito tempo, elas foram
consideradas exceções sintáticas ou curiosidades semânticas. O significado ou o uso das
construções não pode ser previsto quando um de seus elementos aparece isolado dos outros, por
isso, elas são interpretadas pelos falantes / ouvintes pela totalidade de seus componentes e não pelas
partes que as constituem. As expressões metafóricas, por sua vez, não envolvem necessariamente
mais de uma palavra, mas revelam a habilidade cognitiva do falante em aproveitar velhas formas
linguísticas para novas funções. Em vista dessas considerações, este pôster tem o objetivo de
analisar, quantitativa e qualitativamente, construções idiomáticas e expressões metafóricas que
envolvam comida e que, portanto, são próprias do domínio da percepção gustativa, tais como
“amanheceu com cara azeda”, “saborear os prazeres da vida”, “saborear momentos de glória”. Em
relação à metodologia, aplicou-se um questionário para quatro turmas do curso de Letras da
Universidade Federal de Goiás para que escrevessem, num período de 10 minutos, todas as
construções idiomáticas e expressões metafóricas envolvendo a percepção gustativa.
Apresentaramse dois exemplos para que os alunos tivessem material para se embasarem.
Posteriormente, tais construções foram listadas. Em seguida, foram analisados os contextos
sintáticos que mais favoreceram a ocorrência das expressões e, com base no critério semântico,
procurou-se verificar quais as que são mais transparentes, ou seja, mais se aproximam do
significado literal e quais as que são mais opacas ou se distanciam do significado literal, além de se
analisar o processo de mudança semântica de determinadas expressões não necessariamente
idiomáticas. Espera-se, como resultado, encontrar diferentes graus de idiomatismo das expressões, o
que confirmaria a dinamicidade linguística atestada por vários estudiosos.
CONSTRUÇÕES SINTÁTICAS SUBJETIVAS NAS SEÇÕES POLÍTICA, ESPORTIVA E
POLICIAL DO JORNAL O POPULAR
Brenno Fernandes Soares – UFG
Thaynara Karolina Vaz da Cruz – UFG
Leosmar Aparecido da Silva – UFG
Alguns estudos já apontam para a relação entre gramática, especificamente, sintaxe e enunciação.
Uma possibilidade é estudar os ambientes sintáticos que favorecem a construção da subjetividade,
fenômeno amplamente estudado pela linguística enunciativa. Em vista disso, este pôster tem o
objetivo analisar como a subjetividade é construída nas manchetes das seções relacionadas à
política, ao esporte e às notícias policiais do jornal O Popular, enfocando os ambientes sintáticos e o
tipo de sintagma que favorecem a emissão de opinião do enunciador. Para isso, foram analisadas as
manchetes dessas três seções em edições do jornal O Popular publicadas entre o dia 1º de dezembro
de 2012 e o dia 31 de dezembro de 2012, portanto, 31 exemplares do jornal. Espera-se, como
resultado, a confirmação de que certos sintagmas, como o adjetival e o adverbial, contribuem mais
fortemente para que a manchete revele com maior explicitude a opinião do enunciador.
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CONSTRUÇÕES DE SENTIDO DO VERBO COLOCAR: UMA ANÁLISE EM UMA
ABORDAGEM SEMÂNTICO-ENUNCIATIVA
Carmen Maria do Carmo Sousa Costa - UFPI
Maria Auxiliadora Ferreira Lima - UFPI
O presente trabalho apresenta resultados parciais de uma pesquisa de Iniciação Científica vinculada
ao Projeto Unidades Lexicais: Identidade e variação em uma dinâmica de interação desenvolvido
na Universidade Federal do Piauí – UFPI, fundamentada na Teoria das Operações Predicativas e
Enunciativas (T.O.P.E) de Antoine Culioli. Tal pesquisa, de natureza semântico-enunciativa,
enquadra-se em uma abordagem de caráter construtivista, a qual postula que o sentido de um termo
lexical não está previamente definido em termos de categorias previamente estabelecidas, ele é
construído nas suas interações com seus diversos ambientes textuais. Nos estudos enunciativos de
base culioliana, o sentido de uma expressão linguística não é fixo, estável, ele é construído no e pelo
enunciado. Esta pesquisa volta-se para a construção a sentido de uma unidade lexical no âmbito do
texto em uma dinâmica de interação que envolve relações cotextuais e contextuais. Dentro desta
perspectiva, analisamos ocorrências do verbo colocar observando inicialmente o ambiente sintático,
a relação de transitividade e a semanticidade dos argumentos para daí buscarmos o papel desses
aspectos na construção de sentido de tais ocorrências verbais. A análise foi feita a partir de um
levantamento de ocorrências do verbo correr em textos orais e escritos. Para os textos orais, fizemos
uso do corpus do Português falado por teresinenses (PORFATER) e, para os textos escritos,
examinamos ocorrências extraídas do Google.
CONTAÇÃO DE HISTORIA EM SALA DE AULA: UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO
DE LEITORES
Carla Virginia da Silva Marinho Santos – UEFS
Heloísa Barretto Borges – UEFS
Originado da experiência, na condição de bolsista do Programa Interno de Bolsa Extensão –
PIBEX, do Núcleo de Leitura Multimeios, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS),
Bahia, este trabalho apresenta um relato acerca das atividades de contação de história desenvolvidas
com alunos do 2º ano do ensino fundamental de uma escola pública do município de Feira de
Santana-BA. Vinculado ao projeto de extensão “Leitura Itinerante: uma alternativa de mobilização
de leitores”, o plano de trabalho visa, por meio de círculos de leitura, com contação de história,
propiciar situações leitoras aos educandos, a partir do contato com os livros. A prática de leitura é
imprescindível para a formação de sujeitos críticos e autônomos, devendo ser incentivada desde a
primeira infância. Abramovich (1989) reforça a importância do ato de ouvir histórias para a
formação leitora de qualquer criança, afirmando que essa prática propicia uma melhor compreensão
de mundo. Araújo (2006 p. 37) afirma que “contar e ler histórias multiplica pela fantasia a memória
e o encantamento do homem e do mundo, em processo similar ao do conteúdo sistematizado e
formal”, ou seja, a experiência ora narrada, se direciona, de maneira lúdica, a oferecer às crianças o
contato com a literatura infantil variada e diversificada, incentivando a prática leitora. A vivência
acontece uma vez na semana, no espaço de sala de aula, com duração média de 40 a 50 minutos,
para não comprometer o cronograma das demais atividades da professora. Geralmente utiliza-se
para a contação de história livros, alguns da própria biblioteca da escola, mas também outros
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recursos narrativos, como as pausas protocoladas, por exemplo. As crianças são incentivadas a
expressarem-se antes, durante e depois da contação. No curto período de tempo que o trabalho vem
sendo aplicado, 4 meses, pôde-se perceber mudanças no que se refere ao perfil da turma, que no
primeiro encontro apresentou resistências e diversas situações de indisciplina mediante a aplicação
da contação. No entanto, conforme os encontros foram acontecendo, eles passaram a entender,
respeitar e aderir à proposta, demonstrando interesse pelas histórias, participando das discussões e
socializando experiências. Ao trabalhar com livros da biblioteca da escola foi perceptível a
contribuição para o despertar da prática leitora nas crianças, uma vez que elas comentavam no
encontro posterior terem solicitado empréstimo do livro trabalhado em sala. O próprio manuseio
dos livros ao fim da contação e os olhares curiosos a cada nova história também demonstram o
avanço.
CONTOS DE FADAS E EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS SURDAS
Thainã Miranda Oliveira – UFG
Sueli Maria de Oliveira Regino – UFG
Todas as narrativas que são apresentadas ao jovem, desde seus primeiros anos, contribuem para a
formação de sua subjetividade. Entre os animais, apenas os humanos compreendem sua existência
como uma trajetória dotada de sentido, de significado, que é apresentada em forma de uma narrativa
temporal com início, desenvolvimento e fim. As narrativas folclóricas, especialmente os contos de
fadas, sempre encantaram as crianças e continuam a seduzi-las. Com os novos recursos midiáticos e
tecnológicos, essas narrativas buscam trilhar novos caminhos, com atualizações, adaptações e
versões de antigos clássicos para a tevê e o cinema. Surgem animações e seriados que têm como
tema os contos de fadas. Na tradução para diferentes idiomas, também ocorrem adaptações. Nesse
novo contexto estão as crianças surdas brasileiras, cuja realidade é de bilingüismo, entre a Língua
Brasileira de Sinais, LIBRAS e o Português. A LIBRAS é uma língua de modalidade visuoespacial,
adequando-se ao bloqueio auditivo-oral dos sujeitos surdos. Como língua natural dos surdos, é
essencial para a formação de sua Cultura e Identidade. A presente pesquisa refere-se ao trabalho de
conclusão de curso, “Contos de Fadas e Educação de Crianças Surdas” que tem como objetivo
refletir sobre os contos de fadas adaptados para LIBRAS, especialmente nas traduções realizadas
pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos, o INES, que explora mídias visuais, como fitas
cassetes, CDs e DVDs, com a filmagem de apresentações teatrais, filmes e narrações em LIBRAS,
em um trabalho financiado pelo Governo Federal. A reflexão também abarca preceitos teóricos da
subjetividade na psicanálise dos contos de fadas.
CRIAÇÃO LEXICAL: A INTERFACE ENTRE NOMES PRÓRPIOS E COMUNS NA
LINGUAGEM PUBLICITÁRIA
Antonio Jorge de SOUZA – IC/UFMG
Aderlande Pereira FERRAZ – UFMG
É comum considerar-se que o nome próprio não faz mais do que nomear o seu portador, ou seja,
não parece que ao nomear ele indique alguma característica de seu portador, salvo, talvez, quando
seja derivado. O presente trabalho, entretanto, procura discutir aspectos da criatividade linguística
na formação de nomes próprios, especialmente nomes de entidades, marcas e produtos comerciais,
constituindo casos sempre ignorados pelos estudos da Gramática Tradicional. O objetivo deste
trabalho é descrever algumas construções nominais, resultantes da neologia lexical e presentes no
discurso publicitário, criadas a partir da relação nome próprio/nome comum. Tais construções
nominais pertencem ao corpus do projeto de pesquisa intitulado Desenvolvimento do observatório
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de neologismos na publicidade impressa: produtividade e competência lexical em português, em
andamento na Faculdade de Letras da UFMG. O corpus da pesquisa é constituído de textos
publicitários veiculados nas edições semanais das revistas VEJA, ISTOÉ e ÉPOCA, publicadas de
2006 a 2010. O critério de neologismo adotado é o de exclusão lexicográfica, que consiste na
verificação da aparição de unidades lexicais nos principais dicionários brasileiros contemporâneos.
A fundamentação teórica se apoia em Dick (1980) e Brito (2003), no que diz respeito às funções do
signo na onomástica; em Guilbert (1975) e Alves (1990), na conceituação e delimitação da unidade
lexical neológica; e Ferraz (2006), na análise do corpus.
DE TODOS OS NOMES O NOME: INTRODUÇÃO À ONOMASIOLOGIA EM
MACHADO DE ASSIS
Ana Carolina de Aguiar Gonçalves – UFOP
José Luiz Foureaux de Souza Jr. – UFOP
Durante a pesquisa desenvolvida em cumprimento ao projeto de Iniciação Científica (vinculado ao
CPNq) que visou a elaboração de um dicionário de nomes e as possíveis acepções de cada um na
obra de Joaquim Maria Machado de Assis, surgiu a ideia de elaboração de um artigo, que recebeu o
título de "Um estudo onomasiológico: a carga do adjetivo em Machado de Assis". Após a
catalogação de todos os adjetivos com a elaboração do dicionário, se pode iniciar a elaboração do
artigo. É este o nosso trabalho apresentado ao XX Seminário de Iniciação Científica. Este artigo
analisou, pautado em mecanismos gramaticais, dois contos dentre a vasta obra Machadiana. A
saber: A última receita (1875) e Fernando e Fernanda (1866). O objetivo foi estabelecer uma relação
entre a quantidade de acepções significativas dicionarizadas trazidas pelos adjetivos escolhidos pelo
autor e a posição social do personagem no meio em que ele é inserido. A metodologia utilizada foi
desenvolvida por Luiz Cláudio Valente Walker de Medeiros, em sua tese “Em busca de uma análise
lexicográfica: análise de construções metafóricas” (2006). Esta pesquisa consiste na catalogação de
cada adjetivo utilizado na descrição dos personagens; a partir disto, a contagem das acepções
dicionarizadas trazidas para cada adjetivo. Com isto, foi possível notar uma relação entre a
quantidade de significações trazidas pelo termo empregado como adjetivo e a relevância social de
cada personagem, dando maior sustentação à hipótese de que nada é despretensioso na obra de um
dos maiores nomes da literatura nacional - Machado de Assis.
DESCRIÇÃO ETIMOLÓGICA E CLASSIFICAÇÃO TAXIONÔMICA DOS NOMES DE
LUGARES (TOPÔNIMOS) NAS CARTAS TOPOGRÁFICAS DA REGIÃO DO BICO DO
PAPAGAIO
Rodrigo Vieira do Nascimento – UFT
Karylleila dos Santos Andrade – UFT
A Toponímia, subdivisão da Onomástica, é responsável pelo estudo dos nomes dos lugares e
designativos geográficos. O objetivo geral desta proposta de estudo consiste na descrição
etimológica e classificação taxionômica dos nomes de lugares (topônimos) nos mapas dos
municípios da região do Bico do Papagaio, estado do Tocantins. O percurso metodológico utilizado
no estudo, apresentado por Dick (1990), foi o plano onomasiológico de investigação. O
levantamento e a análise dos topônimos constituem um resgate sócio histórico, podendo refletir
fatos e ocorrências de diferentes momentos da vida de uma sociedade. Este estudo faz parte do
macro projeto ATT – Atlas Toponímico do Tocantins, vinculado ao ATB – Atlas Toponímico do
Brasil. O objetivo geral desta proposta de estudo consiste na descrição etimológica e classificação
taxionômica dos nomes de lugares (topônimos) dos municípios da região do Bico do papagaio,
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Tocantins. A área do Bico do Papagaio está localizada na região norte do estado e faz divisa com os
estados do Pará, Maranhão e Piauí. O território Bico do Papagaio é composto por 25 municípios:
Aguiarnópolis, Ananás, Angico, Araguatins, Augustinópolis, Axixá do Tocantins, Buriti do
Tocantins, Cachoeirinha, Carrasco Bonito, Darcinópolis, Esperantina, Itaguatins, Luzinópolis,
Maurilândia do Tocantins, Nazaré, Palmeiras do Tocantins, Praia Norte, Riachinho, Sampaio, Santa
Tereza do Tocantins, São Bento do Tocantins, São Miguel do Tocantins, São Sebastião do
Tocantins, Sitio Novo do Tocantins e Tocantinópolis. A microrregião, Bico do Papagaio, limita-se
entre os rios Araguaia, a Oeste, e Tocantins, a Leste.
DIÁLOGOS CULTURAIS EM PARÁBOLA DO CÁGADO VELHO, DE PEPETELA, E UM
RIO CHAMADO TEMPO, UMA CASA CHAMADA TERRA, DE MIA COUTO
Thiago Vieira Oliveira – PUC/GO
Lacy Guaraciaba Machado – PUC-GO
Os romances Parábola do Cágado Velho, de Pepetela, obra angolana, e Um Rio Chamado Tempo,
Uma Casa Chamada Terra, de Mia Couto, obra moçambicana, são duas obras de países africanos
que têm a língua portuguesa como língua oficial, estas obras fazem a crítica, principalmente, a
colonização portuguesa nas terras africanas e ao desrespeito dessas influências ao modo de vida
africano de ser, na reconfiguração de seus valores e tradições sociais. Modo de vida este,
riquíssimo, em suas características, quanto o de qualquer outra cultura, mas que sofreu duras
interferências pelo processo de colonização de Portugal, que, impositivamente, colocou a “cultura
européia”, a “cultura de centro”, como a única que deve ser vivenciada. Portanto, este estudo
estabelece a comparatividade destes romances africanos, com o subsídio teórico do autor Stuart
Hall, que afirma que o “eu real” dialoga com os mundos exteriores na formação do seu “eu”, e, que,
por conseguinte, descentraliza a identidade do sujeito na aquisição de outra, porém, sem excluir a
antiga identidade. Neste caso, pode se contextualizar este diálogo cultural como o processo
dialógico dos povos africanos relativo às infiltrações culturais decorrentes das influências do
colonizador. Assim, este processo de diálogo cultural incidirá em mudanças no seio cultural
(tradições, ritos, ideologias) desses povos, que reavaliam reflexivamente os aspectos constitutivos
de suas tradições, face aos trazidos pelos portugueses. A assimilação de elementos culturais, como
ideias, hábitos e costumes, trouxe grande diferenciação cultural em um mesmo território e,
conseguintemente, conflitos culturais e identitários na África de língua portuguesa.
DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE O PB E O PE EM RELAÇÃO AO TÓPICO
Sheltom de Aragão – UFBA/CAPES
Edivalda Araújo – UFBA/CAPES
Os estudos na área da sintaxe têm amplamente discutido as diferenças linguísticas entre o português
do Brasil e o de Portugal. Um dos pontos em que o português brasileiro (PB) inova em relação ao
português europeu (PE) está na sintaxe, principalmente em relação às construções de tópico, como
têm mostrado os estudos de Kato (1989), Galves (1998, 2001) e Araújo (2006). Tomando como
base teórica os referidos trabalhos, o presente estudo estabelece como objetivo analisar as
construções de tópico nas duas variedades do português, na modalidade oral urbana, para identificar
as semelhanças e/ou diferenças entre elas. Para alcançar esse objetivo, serão utilizados dados do
corpus Varport (UFRJ)1, em relação ao português europeu oral, e dados coletados aleatoriamente
no português oral brasileiro. A análise realizada até agora traz evidências de que há construções que
se diferenciam, consoante os estudos já citados, como: 1) os indivíduos que pusessem aqui o carro o
senhor mandava-os retirar (PE - Op-P-70-1m-001) – construção de CLLD, típica do PE, mas
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ausente no PB; 2) os meninos, eu encontrei ontem na rua (PB) – topicalização de objeto, sem
retomada clítica – presente no PB, mas inexistente no PE. Há, entretanto, construções também
semelhantes, como: 2) caso do benfica o benfica actualmente tem os melhores jogadores (PE - OpP-70-1m-002); 3) o futebol eu acho que o futebol daqui a um mais meia dúzia de anos morre (PE Op-P-70-1m- 002). Nesses dois últimos casos, há um tópico com retomada do próprio termo, tipo
de tópico que também foi encontrado por Araújo (2009) no português rural afrobrasileiro. A
pesquisa está em fase inicial. Com o avanço dos estudos, acreditamos que será possível trazer mais
evidências da natureza sintática das construções de tópico nessas duas variedades.
DISCURSO E TEXTUALIDADE: NOVAS FORMAS DE LEITURA NO FACEBOOK
Breno Rafael Martins Parreira Rodrigues Rezende – UFTM
Jauranice Rodrigues Cavalcanti – UFTM
Sabe-se que os impactos dos avanços tecnológicos produziram mudanças em diferentes esferas
sociais, nas práticas de leitura e escrita que ocorrem em tais espaços. O advento da internet causou
uma transformação significativa em todos os campos da sociedade, o que inclui o campo da
comunicação. Através desse meio a leitura deixa de ser uma atividade restrita ao impresso, passando
a ser realizada em outros gêneros textuais e suportes: emails, MSN, blogs, chats, redes sociais e etc.
Nas redes sociais, por exemplo, os escreventes expressam seus pontos de vista sobre diversos
assuntos, muitas vezes polêmicos, que entram e saem das mídias, ou ainda, sobre si mesmos, sobre
suas convicções, que podem ser lidos por qualquer pessoa que tenha acesso à internet. Os limites
entre o público e o privado confundem-se e embaralham-se provocando diferentes efeitos, novas
formas de construção de subjetividades. De acordo com Maingueneau (2010), a Web não é apenas o
lugar que possibilita a emergência de novos gêneros, ela “transforma as condições de comunicação,
o que se considera gênero e a própria noção de textualidade” (p.132). Isso porque a concepção de
gêneros e a compreensão de como esses devem ser analisados são reguladas por um mundo em que
o impresso prevalecia, o que hoje não acontece mais. Levando em conta o quadro teóricometodológico da Análise do Discurso de linha francesa (AD) com o qual trabalha o analista,
procuramos analisar neste trabalho o ethos que jovens escreventes do Facebook constroem de si e
também a imagem que seus textos constroem de seus interlocutores. Além da noção de ethos
discursivo, mobilizaremos o conceito cena de enunciação, também elaborado por Maingueneau
(2008). Por fim, procuraremos analisar, fundamentados no conceito de destacabilidade, o quê/como
locutores/interlocutores do Facebook destacam assuntos polêmicos veiculados pela mídia.
DO PORTAL DO PROFESSOR À ELABORAÇÃO DE UM GLOSSÁRIO: OS TERMOS
QUE CONSTITUEM OS GÊNEROS DISCURSIVOS DIGITAIS – RESULTADOS
PARCIAIS
Amanda Abadia Veloso Reis – UFU/CNPQ/PIBIC
Eliana Dias – UFU/PIBIC /Ileel
O objetivo do pôster é mostrar parte de uma pesquisa sobre lexicografia e gêneros discursivos
digitais. Como bem elucida os PCNs, é sugerido ao docente que trabalhe com atividades de
ampliação do vocabulário, uma vez que ele tem a tarefa de fazer com que os alunos dominem, pelo
menos, parte do universo lexical da língua. Nesse contexto, vale ressaltar a importância do
dicionário e do glossário que, utilizados como materiais escolares, são ferramentas que auxiliam na
formação de leitores, bem como no letramento dos estudantes. Em relação à metodologia, analisa-se
como as propostas de atividades publicadas no Portal do Professor - no site do MEC (Ministério da
Educação) tratam as características dos gêneros digitais, sobretudo no que diz respeito à sua
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linguagem e à sua composição; na sequência, seleciona-se os termos utilizados nas aulas de gêneros
discursivos digitais e, ao final, elabora-se um glossário dos termos que constituem os gêneros
discursivos digitais. Para fundamentar a pesquisa, a base teórica vem de BAKHTIN (2000),
BRASIL (1998), COELHO (2008), DIAS (2004), MARCUSCHI (2005), dentre outros. Espera-se
que o glossário elaborado com os termos, que constituem os gêneros discursivos digitais, facilite
sobremaneira a compreensão de professores usuários dessas aulas e incentive o uso dos sistemas de
comunicação na prática docente. Além disso, espera-se que essa pesquisa possa propiciar uma
reflexão crítica sobre as aulas do Portal que abordam os gêneros discursivos digitais, bem como
sobre a importância do léxico como norteador da significação de textos.
DUPLO PREENCHIMENTO DO CP EM VARIEDADES REESTRUTURADAS DO
PORTUGUÊS: CONSIDERAÇÕES SOBRE O UNIVERSAL LINGUÍSTICO E A
SITUAÇÃO DE CONTATO
Eduardo Ferreira Dos Santos – USP
Rasraquel Azevedo Da Silva – USP
Neste trabalho enfoca-se a construção de duplo preenchimento do sintagma complementizador (CP)
no português de Angola (PA), no português de Guiné-Bissau (PGB), no português vernacular
brasileiro (PVB) ’norma não padrão’ – línguas reestruturadas – , no português brasileiro ‘norma
padrão’ (PB) e a aproximação desse tipo de construção, nesse conjunto de variedades distintas da
língua portuguesa, com o português europeu (PE) e brasileiro presentes em textos dos séculos XV e
XIX. Comumente classificadas como ‘interrogativas clivadas sem cópula’, essas construções serão
tomadas como sentenças do tipo monoclausais e excluídas, portanto, do âmbito das clivadas – ver
Oliveira (2011); Santos & Oliveira (2012). Os dados em (01), exemplificam esse tipo de construção
nas referidas variedades: (01) i. Onde que vai seguir a faculdade? (PA) ii. O que que você acha
sobre cota racial? (PGB) iii. O que que você fez? (PB/PVB) iv. Onde que valë ali as riquezas në as
honrras në a fremosura e a postura e os grandes comeres? (PE – séc. XV) v. Afonso Karr diz não sei
onde que o elogio não tem merecimento, senão quando aquele que elogia podia dizer o contrário
(...) (PB – séc. XIX) Essa construção interrogativa fronteada seguida pelo ‘que’, segundo Oliveira
(2011), é comum nas línguas do oeste africano, mas não se pode tomá-la como específica para esse
conjunto de línguas, pois outros dados apontados pela autora com línguas não pertencentes a família
Niger Congo também apresentam esse tipo de construção. Além dos traços internos de cada língua,
estaríamos, portanto, diante de um universal linguístico e da concepção de que as teorias
substratistas e universalistas são complementares para o apontamento da gênese das línguas
reestruturadas. Para Holm & Machado (2010), as construções em (01), para o PB e PVB, estariam
em uma variedade de interlíngua do português falado no Brasil durante o período colonial. Essa
questão presente nos dois autores também reforça a hipótese de que a língua portuguesa chega em
África como uma língua de contato, apoiada nos dados do PGB e no português dos séculos XV e
XIX.
EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA: COMUNIDADES INDÍGENAS SURUÍ PAITER E A
CULTURA DO IMPRESSO
Lucélia Miranda de Souza – UNIR/PIBIC/CNPq
Cynthia de Cássia Santos Barra – UNIR
Esta comunicação tem por finalidade fazer uma reflexão sobre os caminhos da educação escolar
indígena no Brasil, neste início do séc. XXI, enfocando suas relações com a transmissão da escrita
alfabética nas aldeias e a produção de literatura de autoria indígena (ALMEIDA, 2004). Para
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percebermos as mudanças que tem ocorrido no cenário da educação escolar indígena, vamos lançar
um olhar para a implantação das escolas jesuítas que tinham por finalidade “civilizar” os indígenas
e, nos dias atuais, verificaremos como os movimentos indígenas, órgãos governamentais,
antropólogos, educadores, diversos artistas e cientistas apoiam os indígenas, que exigem seus
direitos assegurados por lei, como, por exemplo, o respeito às suas formas tradicionais de produção
de conhecimento e também o direito a uma escola diferenciada, específica. Nesse contexto, a
antropóloga e editora de narrativas indígenas Betty Mindlin levanta importante questão: “que
utilidade teria aos indígenas escrever e ler em suas línguas?” (MINDLIN, 2004). Pedagogicamente
falando, a alfabetização em língua materna é mais fácil de ser assimilada pelos indígenas; no
entanto, isso implica a introdução de estruturas de produção de conhecimento não indígenas nas
escolas das aldeias. Nesse sentido, talvez o maior desafio envolva a escolha de métodos e
procedimentos interculturais tanto para a alfabetização quanto para a pesquisa e o registro das
produções orais tradicionais. Sabemos que a introdução da escrita alfabética nas comunidades
indígenas possui um amplo alcance político, estético e cultural; gostaríamos, portanto, de propor
uma discussão em torno da prática da escrita alfabética e dos desafios, caminhos abertos e
problemas, trazidos pela Educação Escolar Indígena no Brasil em sua relação com a publicação dos
Livros da Floresta (ALMEIDA, 2004). Orientaremos nossa discussão enfocando algumas das
produções escritas produzidas em co-autoria por Betty Mindlin e as comunidades Suruí Paiter, de
Rondônia, nas últimas décadas.
EDUCAÇÃO ESTÉTICA PELA PRÁTICA DA ESCRITA POÉTICA
Eveline Almeida – UFG
Jamesson Buarque – UFG
Sabemos que no Brasil, em geral, a poesia é aprendida na escola. Assim, este lugar ocupa uma
posição fundamental na formação de leitura poética e o professor se torna essencialmente um
mediador de tal processo. Logo, faz-se necessário investigar como essa formação tem ocorrido a
fim de refletir acerca da aprendizagem dessa arte específica. Para tanto, foi realizada uma
investigação dos Parâmetros Curriculares Nacionais e das Orientações Curriculares para o Ensino
Médio de Língua Portuguesa, bem como um levantamento de resultados de algumas ações de
ensino de poesia, como faz a Olimpíada de Língua Portuguesa, os estudos da Rede Goiana de
Pesquisa em Leitura e Ensino de Poesia, as oficinas da Casa das Rosas e da Casa do Saber entre
outras. Constatamos que há nas diretrizes para o ensino de Literatura, e mais particularmente de
poesia, uma forte valorização da leitura imanentista da obra literária, que por sua vez superou a
leitura da obra a partir da história literária em escolas. Contudo, essa constatação nos levou a
observar uma diferença contrastante entre tais orientações e aquelas destinadas ao ensino de Arte na
escola. Enquanto, por exemplo, se aprende a dançar em aulas efetivamente práticas, onde o corpo é
tomado como instrumento a ser manipulado por determinada técnica, no caso da poesia tem se
reproduzido um ensino que se dá pela leitura do cânone via análise linguística. Isso implica que o
ensino de poesia, em muitos casos, não chega ao plano da apreciação. O presente trabalho, resultado
de pesquisa PIVIC/CNPq, pretende retomar a tese de Longino (Do Sublime), que lança olhos para
uma aprendizagem de poesia que se dê pela prática, que, atualizada em cenário educacional, forma
a sensibilidade estética dos alunos. Trazendo para cena Bakhtin, discutimos a respeito da relação
que há entre arte e vida e como esta assim compreendida pode formar, através do acabamento
estético, sujeitos capazes de criar e contextualizar o que produzem, tornando-se aptos a se
posicionar diante do mundo não só inteligível, mas também sensivelmente. A formação poética pela
prática na sala de aula torna possível uma relação com o idioma pela qual a língua, a textualidade e
os discursos são experimentados pelo aluno como sujeito catalisador de forças que formam a
cultura, a vida pública e privada, os modos de perceber, sentir e pensar o mundo que dizem respeito
a suas contingências mais identitárias, como o sentido de pertença a lugar, época e povo.
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ELAS ENTRE AS LEITURAS: TRANSPONDO MUROS E TECENDO SABERES
Daniele Araujo dos Santos Marinho – UEFS
Andréia Caricchio Café Gallo – UEFS
O presente trabalho consiste em um relato de experiência das atividades realizadas enquanto
bolsista do Projeto de extensão “Círculos de Leitura: Uma tecnologia social para além do espaço
escolar” do Programa Interno de Bolsa Extensão-Pibex vinculado ao Núcleo de Leitura Multimeios
da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e caracteriza-se como uma ação extensionista
que propõe fomentar o hábito da leitura nas mulheres beneficiadas pelo leite do Programa Bolsa
Família do Governo Federal, da comunidade rural de Tocos do município de Antônio CardosoBa.Os círculos são realizados mensalmente e são constituídos por uma técnica em que o leitor-guia
conduz a leitura do textos de diversos gêneros em voz alta, e logo após, são abertos momentos para
discussões que estabelecem relações condizentes com a realidade das mulheres. Sabe-se que a
leitura é extremamente importante no processo de formação do indivíduo. Nas palavras de SILVA
(1983), “O processo de leitura apresenta-se como atividade que possibilita a participação do homem
na vida em sociedade em termos de compreensão do presente e passado e em termos de
possibilidades de transformação cultural futura”. Dessa maneira, para o indivíduo tecer saberes é
preciso realizar leituras com uma visão crítico-reflexiva. Assim, as atividades extensionistas têm o
intuito de ampliar, nos sujeitos envolvidos, a capacidade de enxergar nas entrelinhas; ver o não dito
a partir do dito. LAJOLO (1999) reforça que “lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em
nossa cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida, mais intensamente se lê,
numa espiral sem fim.” Assim, é a partir das pluralidades de sentidos despertados pela leitura, e
pelas trocas de experiências que os saberes estarão sendo construídos. Embora o projeto ainda se
encontre em andamento, é perceptível que as mulheres estão mais envolvidas no mundo das
leituras, repensando suas realidades com posicionamentos mais críticos, adquirindo uma capacidade
de interpretação e de conhecimento que vão além do mero reconhecimento de palavras, da
interpretação de sinais gráficos, identificação de ortografia e pronúncia. Considerando-se ainda que
os círculos de leitura caracterizam-se como uma TS (tecnologia social), conforme PEDREIRA et al
(2004), por oportunizar inclusão social e melhorias na qualidade de vida, é possível afirmar que as
leitoras estão sendo formadas como sujeitos conscientes de seu papel na sociedade.
ELEMENTOS DESLOCADOS À ESQUERDA: TÓPICOS OU ADJUNTOS?
Maiane Soares Leite Santos – UFBA
O objetivo desta pesquisa é analisar os elementos deslocados à esquerda da sentença, que podem
exercer a função de tópico ou adjunto na língua portuguesa falada. O deslocamento de elementos à
esquerda da sentença acontece tanto no português brasileiro quanto no português europeu. Os
elementos deslocados à esquerda, se fizerem parte da pressuposição entre falante e ouvinte, são
considerados tópico. Caso contrário, isto é, caso não haja a pressuposição da informação entre os
interlocutores da conversa, esses elementos deslocados seriam um sintagma preposicionado
funcionado como adjunto adverbial. É escolha do falante deslocar e/ou adjungir elementos à
esquerda da sentença. Pode-se verificar isso, em algumas construções do português brasileiro, como
Nessas línguas, eu acho que o sujeito acontece ou não, ou do português europeu, como Na
Faculdade de Farmácia do Porto também há um centro de bioquímica. Em ambas há um elemento
deslocado à esquerda. Levando em consideração que o assunto entre as pessoas envolvidas eram Na
Faculdade de Farmácia do Porto e As línguas em questão, pode se dizer que esses sintagmas são
tópicos, pois, dentro de um contexto, estão desencadeando o assunto, e, além disso, fazem parte da
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pressuposição dos envolvidos na conversa. Os sintagmas preposicionados e os adverbiais,
deslocados à esquerda, podem ser ou adjuntos adverbiais ou tópicos conforme Pontes (1987),
Araújo (2006, 2009) e Rocha e Lopes (2009). A diferença entre eles é sintático-discursiva. O tópico,
elemento que está na interface sintaxediscurso, estabelece um quadro de referência para o que vai
ser dito. Quanto aos adjuntos, acontecem por adjunção, que é o processo sintático responsável por
expandir a sentença, agregando informação adicional a uma categoria presente na oração para lhes
atribuir, por exemplo, um modo, um aspecto, um tempo. De acordo com Rocha e Lopes (2009), um
elemento será considerado adjunto a depender da posição que ocupa em uma sentença e a partir da
(não) exigência dos predicadores da mesma. A análise realizada por este trabalho traz contribuições
sintáticas em relação ao português (brasileiro ou europeu), evidenciando que tipos de sintagmas
deslocados à esquerda podem ser considerados tópico ou adjunto e se há diferenças entre essas duas
variedades do português.
EMPREGOS DA PREPOSIÇÃO POR EM TEXTOS DE FORMANDOS EM LETRAS
Rafael Praciel Costa – FACALE/UFGD
Bruno Oliveira Maroneze – FACALE/UFGD
Este trabalho tem como objetivo apresentar os usos da preposição por em textos de formandos em
Letras Licenciatura da Universidade Federal da Grande Dourados, comparando seus usos com os
descritos nas gramáticas. Os textos utilizados para a pesquisa são resultado da disciplina de Escrita
e Ensino, em que os alunos são levados a escrever e reescrever seus textos até chegarem a uma
versão de boa qualidade discursiva. Dessa forma, foi selecionada sempre a última versão, com o
objetivo de demonstrar o uso das preposições em contextos textuais bem desenvolvidos. Para
análise dos dados, foram descritos, sob a forma de uma tabela, o termo regido e regente da
preposição por, a classificação gramatical desses termos e a classificação semântica do termo
regido, sendo esta última a principal e mais complexa tarefa deste estudo. Nesta pesquisa pudemos
observar que a preposição por apresenta mais frequentemente os significados de agente, meio
concreto (lugar) e meio abstrato. Além disso, observamos certa oscilação entre os significados de
causa, função e motivo, que se apresentam muito próximos entre si. As gramáticas empregadas para
comparação dos vários significados da preposição foram a Gramática de Usos de Maria Helena de
Moura Neves e a Moderna Gramática Portuguesa de Evanildo Bechara.
ENSINAR GRAMATICA OU ENSINAR LÍNGUA
Adevagno Coutinho MARCIEL – UEMA/CESB
Fernanda Dias de Andrade LIMA – UEMA/CESB
O trabalho tem como finalidade apresentar as diferenças existentes entre língua e gramática visando
abordar diversos contextos relacionados ao tema e mais provocar uma reflexão do que aumentar o
estoque de saberes. Língua e Gramática são assuntos distintos, porém importantes que vêm
provocando desde tempos remotos criticas e discussões acerca do imensurável cosmo que as
diferenciam. Com esse paradoxo propomos como objetivo geral despertar a reflexão sobre a
importância desses dois fatores na vida especialmente dos temidos professores da Língua
Portuguesa. E tendo como objetivos específicos chamar atenção para as diversas gramáticas
existentes nas salas de aulas, e que independente de qual seja a gramática utilizada pelos alunos,
cada uma tem o seu prestígio pois cada pessoa tem o seu idioleto no uso de Língua e de
Falar.Partindo desses pressupostos que ambos contextos citados acima tem sua relevância de
destaque na vida de uma comunidade falante.Sabemos da importância de aprofundar conhecimentos
nesses assunto pois uma grande duvida nos incomoda, ensinar língua ou gramática? Uma pergunta
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que vem se tornado frequente no cotidiano de professores e estudantes de letras, pois a sociedade
com suas regras e normas impõe N fatores a respeitos desse tema sendo que a realidade existente
em sala de aula é outra. Analisando a questão da gramática seria de suma importância que
professores ao fazerem correção de textos escritos por seus alunos em sala de aula, dessem mais
valor ao conhecimento que os mesmos oferecem ao transcrever um texto, do que a simples regras
gramaticais, com isso constatariam que, não são tão inúmeros os erros de português que se fala que
existe tanto por ai. Uma vez que é papel da escola ensinar a língua padrão.
ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA: PRÁTICA DOCENTE NO ÂMBITO DA ESCOLA
Keci Vieira da Silva – UERJ/CAPES
Vânia L. R. Dutra – UERJ
O maior desafio de um professor ao iniciar a sua prática em sala de aula é adequar o conteúdo do
Curso de Letras para o ensino básico. Nesse sentido, para o professor de Língua Portuguesa essa
tarefa se mostra ainda mais desafiadora, na medida em que ele se propõe a ensinar algo que
supostamente já é de domínio do aluno: sua língua materna. Entretanto, se a língua é algo tão
familiar ao aluno, por que então a dificuldade quando se trata da escola? Qual a diferença entre a
Língua Portuguesa que estudamos na universidade e a que ensinamos na escola básica? Como
vincular a teoria apreendida à prática escolar? Esse questionamento surgiu quando da participação
em um congresso promovido pelo PIBID. Bolsistas de várias instituições, atuando em diferentes
escolas públicas de várias regiões, apresentavam as mesmas preocupações: diante da oportunidade
de atuar na escola, que conteúdo deve ser priorizado e que metodologia deve ser usada para
trabalhá-lo? como adequar os conteúdos estudados na graduação aas necessidades dos alunos da
escola básica? Este trabalho objetiva explicar como os alunos da licenciatura em Língua Portuguesa
que participam do Subprojeto de Iniciação à Docência de Língua Portuguesa na UERJ têm
conseguido minimizar essa dificuldade. Sob a orientação do professor na universidade e do
professor da escola, construímos atividades que são aplicadas em sala de aula, observando-se o
programa do “currículo mínimo” exigido para o ensino de base no Rio de Janeiro e sua
aplicabilidade às necessidades comunicativas dos alunos. Para tanto, lemos e discutimos textos de
autores que discutem o ensino da Língua Portuguesa conciliando texto e gramática (MARCUSCHI,
ANTUNES, NEVES), observamos e avaliamos em conjunto a prática do professor na escola,
discutimos e analisamos o programa e sua realização, construímos atividades que nos auxiliam na
concretização de nossos objetivos pedagógicos e avaliamos os resultados obtidos junto às turmas.
Em relação aos bolsistas licenciandos, teoria e prática têm caminhado paralelamente,
proporcionando a eles vivenciar a realidade da escola e construir uma experiência profissional que
lhes ajudará ao assumirem sua própria sala de aula. Quanto aos alunos da escola básica, percebemos
um engajamento maior diante do material que produzimos, que priorizam o texto em detrimento da
metalinguagem gramatical, e uma mudança significativa em sua prática oral e escrita da língua
materna.
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: UMA GUERRA PERDIDA?
Dayanne da Silva Rocha – UFMT/CUA/ICHS/PIBID/CAPES
Eloísa de Oliveira Lima – UFMT/CUA/ICHS
Este trabalho nasceu das discussões realizadas nas reuniões de estudo do grupo de Pesquisa “Língua
e Gramática: desafios e possibilidades de ensino” e tem como objetivo apresentar um estudo de
caso que está sendo realizado no ensino médio, turno matutino, da Escola Estadual Deputado
Norberto Schwantes, na cidade de Barra do Garças. A pesquisa visa diagnosticar as possíveis
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deficiências no ensino de língua daquela escola, por meio da análise do plano de ensino dos
docentes, em que será verificado o conteúdo proposto para trabalhar em sala, e também por meio do
acompanhamento das atividades desenvolvidas pelos estudantes daquela escola. Detectadas as
deficiências, passa-se para uma nova etapa que é descobrir as causas. O que leva o ensino de língua
ao fracasso ou ao sucesso naquela escola: o tipo de atividade desenvolvida? A formação do
professor? A metodologia utilizada? A motivação dos alunos? A partir desse diagnóstico e à luz da
teoria trabalhada pelos autores estudados pelo grupo (Geraldi, Irandé Antunes, Carlos Franchi,
Travaglia, Fiorin), discutir se existe possibilidade de corrigir as falhas existentes ou se conformar
com a atual realidade e considerar o ensino de língua como uma guerra perdida. O que espera desse
trabalho é muito mais do que simples discussão sobre a deficiência no ensino da língua portuguesa.
O que se espera é que, a partir do diagnóstico, a pesquisa contribua com o grupo no sentido de darlhes condições para que aponte caminhos e que seja possível aprimorar a prática do ensino de
língua.
ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA, EM UMA PERSPECTIVA
HISTÓRICO-SÓCIO-CULTURAL
Nathalia Pereira de Oliveira Sousa – UFG
Tânia Ferreira Rezende – UFG
Esta pesquisa tem o propósito de investigar, em uma escola de ensino fundamental da rede
municipal de ensino de Goiânia, se o tratamento da variação linguística em sala de aula e as
concepções de variação linguística, de linguagem e de ensino de língua portuguesa, presentes nas
práticas pedagógicas dos professores, refletem as orientações dos Parâmetros Curriculares
Nacionais de Língua Portuguesa para o ensino fundamental. A hipótese é a de que os resultados
inoperantes de inúmeras políticas públicas destinadas a promover uma melhoria na Educação no
Brasil podem ser reflexo da forma como a gramática da língua é ensinada, revelando um
distanciamento entre o ideal linguístico e aquele praticado socialmente pelo aluno; e que as
dificuldades encontradas na produção, oral ou escrita, da língua portuguesa e do atual fracasso
escolar, no que diz respeito ao ensino-aprendizagem de LP, podem estar relacionadas ao ensino de
língua pautado em uma concepção uniformista e padronizadora, tanto de linguagem quanto de
ensino de línguas. O objetivo aqui é investigar se o tratamento da variação linguística em sala de
aula e as concepções refletidas nas práticas pedagógicas dos professores estão de acordo com as
orientações dos PCN de língua portuguesa para o ensino fundamental que prima pelo raciocínio e
pela reflexão em detrimento do reconhecimento cristalizado da língua e daquilo que é certo ou
errado nela. Nessa perspectiva, um raciocínio reflexivo do funcionamento da língua portuguesa, no
ensino fundamental, deveria estar pautado no entendimento da língua como um fenômeno que sofre
influência sócio-cultural e que se constitui no decorrer da história. Desse modo, temos o princípio
de que o ensino de gramática do português quando pautado no conhecimento de sua formação
histórica e com reflexão do seu papel na sistematização das normas consideradas padrão ou
nãopadrão/ populares pode elucidar e dar sentido à maioria das regras incompreensíveis da língua
portuguesa, dispensando os exercícios mecanicistas e a memorização. Para tanto, dentre o
referencial teórico, temos Britto (1997), Deline (In: Fiorin, 2007), Marcuschi (2003), Silva (1997).
ESCOLARIZAÇÃO BÁSICA, LEITURA LITERÁRIA, ANÁLISE LINGUÍSTICA E
FRUIÇÃO ESTÉTICA
Thaísa Martins de Oliveira – UFG
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Esta comunicação apresenta e discute os dados coletados durante o primeiro ano de pesquisa
desenvolvida por duas alunas de ensino médio do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação
da Universidade Federal de Goiás, contempladas com Bolsa PIBIC-EM (2012/2013). A questão que
norteia a investigação é: em que sentido a gramática de um idioma estrutura o discurso de uma
língua? O objetivo é identificar formas de explorar o texto literário em seu sentido estético, de
fruição, tendo como recurso também a análise dos elementos linguísticos (morfossintáticos,
semânticos e fonológicos) que o organizam e, assim, potencializar a qualidade da leitura e da
compreensão dos conteúdos enciclopédicos veiculados em outros gêneros textuais na escola. Para
tanto, primeiramente, foram pesquisadas as obras literárias selecionadas para compor a bibliografia
da disciplina Língua Portuguesa de 5º ao 9º anos, em 2012, para que seus conteúdos temáticos
fossem explorados e utilizados também como referência informacional em atividades de produção
escrita, durante os encontros extras de atendimento especial a alunos com dificuldades em
diferentes matérias do currículo escolar, que acontecem sem a presença do professor que ministra a
disciplina. Durante o segundo semestre da pesquisa, foi organizada uma Coletânea de Atividades
Multidisciplinares, em que constam exercícios de leitura e exploração de poemas e contos que
analisam a estrutura linguística discursiva e a intertextualidade promovida pelas relações
associativas de diferentes campos de conhecimento; elementos que organizam o texto e que o autor
convoca o leitor a perceber, para que possa usufruir a obra com mais propriedade. Nesta
comunicação, serão expostas algumas dessas atividades da Coletânea, com o intuito de demonstrar
a relevância da leitura literária que potencializa a fruição estética do aluno, ao invés de sua mera
interpretação das ideias contidas no texto, para melhorar a qualidade analítica dos conteúdos
presentes em outros gêneros textuais, durante o processo de escolarização básica.
ESTRATÉGIA DISCURSIVA EM ANÁLISE TEXTUAL
Elenilce dos Santos Oliveira Santiago – UnirG/Centro Universitário
O presente trabalho propõe-se a discutir sobre as estratégias discursivas para a análise textual, a
partir dos estudos de Antunes (2007), considerando o desenvolvimento de três focos de análise:
estratégias de leitura, de estudo linguístico e de produção de texto. Nesse sentido, abordam-se
questões relativas ao léxico textual e à sua aplicação nos textos; questões relativas às condições
sociais da produção e da circulação de textos, com a finalidade de explicitar que outras descobertas
podem-se empreender, além da gramática (ou dentro da gramática). Desse modo, pretende-se
analisar textos, levando em conta diferentes aspectos que dizem respeito ao processo de produção,
circulação e recepção. Durante os processos de usos da linguagem, os interlocutores colocam em
ação várias estratégias sociocognitivas, por meio das quais realizam o processamento textual, e
nesse momento é necessário mobilizar vários aspectos e tipos de conhecimento armazenados na
nossa memória, recorrendo, simultaneamente, a vários passos interpretativos, eficientes, flexíveis e
extremamente rápidos, além de pequenos cortes que funcionam como entradas para elaboração de
hipóteses interpretativas do enunciado. Nesse sentido o trabalho busca estabelecer as estratégias que
determinam os elementos fundamentais para organização textual, atribuindo-lhe sequência,
continuidade, progressão e coerência como fatores essenciais para a produção dos sentidos.
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ESTUDO DIALETOLOGICO NAS PRÁTICAS RELIGIOSAS DA COMUNIDADE
REMANESCENTE QUILOMBOLA MORRO DE SÃO JOÃO
Elizângela Gomes Quintana – UFT
Karylleila dos Santos Andrade – UFT
A história dos quilombolas, bem como as questões envolvidas na mesma, despertou o interesse por
uma pesquisa que visasse realizar um estudo sob a ótica da dialetologia nas práticas religiosas da
comunidade remanescente de quilombola Morro de São João. De acordo com Aguilera (1998), a
linguagem é um meio essencial de comunicação e de interação humana. Além de ser uma marca de
identidade social, é o veículo fundamental utilizado para caracterizar a visão de mundo e a cultura
de um povo. Por meio da linguagem é possível identificar as origens do falante, incluindo suas
tradições, concepções e modo de falar. A linguagem é por natureza um objeto sujeito a alterações,
por ser uma parte constitutiva do ser humano. Ora, se o homem está sempre mudando sua
aparência, suas ideias, seus valores, é perfeitamente normal haver variações e mudanças
linguísticas, o que implica dizer que todas as línguas variam, isto é, não existe nenhuma
comunidade de falantes cujos membros falem da mesma forma. O presente estudo foi realizado com
base em pesquisas dialetológicas, partindo do método prático de pesquisa de campo em
geolinguística, com entrevistas gravadas em áudio para posteriores transcrições das falas. Os
indicadores que serviram como subsídios para a pesquisa foram: caracterização do território, perfil
social, levantamento das variáveis linguísticas, além de informações complementares como a
história da comunidade, Cardoso (2010), Ferreira e Cardoso (1994), Oliveira (2008) serviram de
subsídio teórico-metodológico para o estudo dialetólogico. É de caráter qualitativo, bibliográfica,
como instrumentos de pesquisa foram utilizados a observação, entrevistas semiestruturada,
transcrição dos dados e análise. Os objetivos que nortearam esta pesquisa dizem respeito a ter
conhecimento histórico e linguístico da comunidade remanescente de quilombola Morro de São
João, com intuito de conhecer, descrever e analisar tais variantes linguísticas sob a perspectiva da
dialetologia e verificação do dicionário de Língua Portuguesa, de uso corrente no Brasil, sendo o
Aurélio (2000).
ESTUDO DO TEXTO QUATROCENTISTA ANÔNIMO VIDA E FEITOS DE JÚLIO CÉSAR
Renata Morais Mesquita – USP/FFLCH
Adma Fadul Muhana – USP/FFLCH
Se para o estudioso tanto da língua como da literatura medieval portuguesa a delimitação do corpus
poético é mais acessível do que a do corpus em prosa, faz-se necessário, então, aos pesquisadores
da literatura interessados na prosa, considerar as traduções desse período em língua portuguesa
objeto de investigação. Podemos citar, como exemplo, a importância dos estudos acerca da
Demanda do Santo Graal, traduzida para o português do original francês, o que não só comprova
nossa afirmação quanto à pertinência da pesquisa de traduções portuguesas como também
encorajanos ao estudo de outra obra, anônima e quatrocentista, traduzida do original francês do
século XIII, Li Fet de Romains - basicamente um compêndio de autores latinos, uma das duas obras
mais antigas de historiografia latina escritas em francês, com grande difusão na França e na Itália
até o século XVI – a qual foi intitulada em português Vida e Feitos de Júlio César. Ademais, para
refletirmos sobre a literatura portuguesa em prosa, especialmente a da época de Avis, em que vemos
surgir o gosto pela tradução de escritores clássicos, não podemos diminuir a importância das
traduções, independente de sua difusão, pois atuam como fatores imprescindíveis na preparação do
denominado renascimento português. Nesse sentido, nossa pesquisa iniciou-se em novembro de
2012 com a tarefa de refletir sobre as hipóteses acerca das condições de produção da tradução
portuguesa durante o quatrocentos, prosseguindo com a finalidade de traçar a peculiaridade da
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tradução portuguesa frente ao seu original francês. Ou seja, objetivamos, em nossa pesquisa, o
estudo aprofundado da composição da tradução, de modo a criar uma base sólida sobre a qual
analisaremos, posteriormente, a maneira como o texto se comporta frente às duas concepções do
gênero historiográfico concorrentes à época do chamado renascimento: uma que aproxima a história
da verdade, outra que remete a história à narrativa retórica.
ESTUDO DOS NOMES DE LUGARES (ACIDENTES HUMANOS) E SUA RELAÇÃO
COM O ENSINO DE HISTÓRIA EM LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Anna Inez Alexandre Reis – UFT/CNPq
Karylleila dos Santos Andrade – UFT
O estudo toponímico não poder ser pensado desvinculado de outras ciências: “é uma disciplina que
se volta para a História, a Geografia, a Linguística, a Antropologia, a Psicologia Social e, até
mesmo, à Zoologia, à Botânica, à Arqueologia, de acordo com a formação intelectual do
pesquisador” (DICK, 1992: II). Deve ser pensada como um complexo línguo-cultural: um fato do
sistema das línguas humanas. Faz parte de uma ciência maior que se subdivide em toponímia,
estudo do nome de lugar, e antroponímia, estudo do nome de pessoas. É fundamental compreender
os topônimos a partir dos diferentes significados, olhares e áreas de atuação, pois, por se
organizarem de maneira dinâmica, constantemente (re)inventam-se no tempo e no espaço,
sobrepondo-se valores socioculturais, econômicos, políticos e religiosos. O estudo toponímico
apenas pode ser compreendido e apreendido a partir dos fios tecidos sob os olhares de diversos
saberes. A proposta deste trabalho vincula-se ao estudo dos nomes de lugares (acidentes humanos) e
sua relação com o ensino de História no Ensino Fundamental a partir dos livros didáticos e
documentos oficiais (PCN e Orientações Curriculares do Estado) com foco na interdisciplinaridade.
Os objetivos do projeto são: identificar de que forma os nomes de lugares (acidentes humanos)
estão dispostos nos livros didáticos de História e descrever o estudo dos nomes de lugares
(acidentes humanos) e sua relação com o ensino de História no Ensino Fundamental nos livros
didáticos e documentos legais. E ainda discutir, ainda que preliminar, uma proposta pedagógica
utilizando os topônimos numa perspectiva interdisciplinar para o ensino fundamental. A proposta
deste trabalho vincula-se ao estudo da toponímia no contexto do ensino considerando a teoria da
interdisciplinaridade. Para realizar essa discussão, utilizaremos como abordagem teóricometodológica, no campo da toponímia, os trabalhos de Dick (2004, 1999, 1990), e os estudos de
Fazenda (1998), (2003) e (2009) e Morin (1990) no campo da interdisciplinaridade.
ESTUDO DOS PROCESSOS COESIVOS PRESENTES EM REDAÇÕES ESCOLARES
Raphael Pelosi Pellegrini – UNIRIO/ FAPERJ
Maria Cristina Rigoni Costa – UNIRIO
Desde a publicação dos PCNs, a educação em língua materna busca se voltar para as práticas de
letramento(s), colocando em primeiro plano o trabalho com leitura e produção de textos orais e
escritos nos mais diversos gêneros. Dessa forma, o educador deixa de ser aquele que apenas
deposita determinados conteúdos descontextualizados de uma prática linguística para o que
possibilita ao aluno o contato com as mais diversas situações comunicativas e suas respectivas
exigências. Entretanto, ao analisar os resultados dos exercícios de produção de textos realizados em
sala de aula, pode-se notar que uma parte significativa dos alunos, mesmo nos anos finais de
escolarização, ainda possui muitas dificuldades na sua prática de escrita. Assumindo tal cenário
educacional, o presente trabalho busca, por meio do exame de um corpus de redações escolares de
nível médio, analisar como se dão os processos de construção dos objetos do discurso e sua
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respectiva progressão referencial. Assim, considerando que as redações escolares analisadas muitas
vezes são construídas em alguma região entre a modalidade oral e a escrita da língua, surge a
necessidade de analisar o modo de (re)construção dos objetos de discurso tanto na fala oral quanto
em textos considerados bem construídos. Para buscar tal posição, foram utilizados como
parâmetros, nesse contínuo oralidade-escrita, o corpus de conversações presentes no projeto NURC
e as redações consideradas ideais pelo Ministério da Educação divulgadas na Guia do Estudante –
Enem 2012.
ESTUDO DOS TRUNCAMENTOS SINTÁTICOS EM REDAÇÕES ESCOLARES
Clara Caraciolo Taveira – UNIRIO/FAPERJ
Maria Cristina Rigoni Costa – UNIRIO
Há muito se discute sobre a metodologia empregada nas aulas de Língua Portuguesa no Brasil, em
especial no que tange à produção textual. A prática de ensino utilizada por grande parte dos
professores, caracterizada principalmente por uma perspectiva reducionista do estudo da palavra e
da frase descontextualizadas, não se mostra eficaz para inserir o aluno em práticas textuais que o
capacitem a transitar de forma competente pelas diversas situações comunicativas escritas. Um dos
resultados desse método de ensino é a dificuldade enfrentada pelo aluno em se adequar às
exigências da modalidade escrita, mas ao mesmo tempo sem se apoiar totalmente na modalidade
oral, realizando assim muitas transgressões em relação à exigência da situação comunicativa em
questão. Como parte de um estudo maior desenvolvido a partir do projeto Procedimentos de
Estruturação Textual em Redações Escolares, o presente trabalho visa a construção de uma nova
metodologia que busca compreender, por meio da análise de um corpus de redações escolares de
nível médio, como se dá a continuidade da modalidade falada para a escrita no processo de
produção textual de alunos da rede pública, observando, principalmente, casos de truncamentos
sintatico-semânticos. Dentre as dificuldades identificadas no material analisado, ressaltam-se os
casos de construção de orações absolutas, de estruturas paratáticas ligadas por vírgulas ou pela
conjunção aditiva “e”, com a função de representar operadores de outras categorias, e de
truncamentos nos processos de inserção de estruturas hipotáticas.
ESTUDO SEMÂNTICO-PRAGMÁTICO DA CONJUNÇÃO MAS A PARTIR DE
ANÁLISES DE TEXTOS MIDIÁTICOS
Luenne Sabino da Silva – UEG
Maria de Lurdes Nazário – UEG
Este trabalho investiga os diferentes sentidos que a conjunção mas pode desempenhar a partir da
análise de textos midiáticos, partindo de uma perspectiva funcionalista. Ao verificar a classificação
de algumas gramáticas normativas vê-se que as mesmas tradicionalmente definem a conjunção
basicamente com o sentido de oposição, apesar de a pesquisa linguística, considerando os usos,
descrever diferentes sentidos e funções para tal item gramatical. Nesta pesquisa, busca-se uma
análise da língua a partir do estudo semântico (sentido) e pragmático (contexto), com o objetivo de
identificar e analisar os diferentes sentidos (e também funções) que a conjunção mas adquire
dependendo do contexto comunicativo. O estudo inicial foi feito a partir de pesquisa bibliográfica,
com análise das posições de gramáticos, como também de linguistas que falam sobre a conjunção
mas tendo como base a Semântica e Pragmática, em específico a Semântica Argumentativa, em que
o falante ao se comunicar utiliza da união das palavras para que as mesmas adquirem sentido de
forma intencional dentro do contexto. Pesquisou-se também teóricos que falam sobre o ensino de
Língua Portuguesa, que abordam sobre as diversas estratégias de melhorar o seu ensino. A análise
dos textos se constrói numa abordagem qualitativa, com a finalidade de apresentar fatores
contextuais que colaboram para a realização de um determinado sentido ou função no texto. O mas
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deve ser visto como uma categoria dentro do contexto de uso que varia quanto aos seus sentidos e
funções. Um estudo dessa natureza se justifica pela necessidade de saber como a língua funciona
dentro de vários contextos discursivos, proporcionando uma contribuição ao ensino de Língua
Portuguesa. O ensino de gramática tem que ser repensado, porque o processo de ensinoaprendizagem trabalha a gramática isoladamente, sem fazer relação com o uso. O estudo gramatical
sozinho faz com que o aluno seja privado de compreender a sua língua e sua constante mutação
para atender as exigências da comunicação dos usuários.
FRAGMENTOS E INSTANTES DO PASSADO: GRACILIANO RAMOS E A LÓGICA
DISCURSIVA METONÍMICA EM INFÂNCIA
Laura Verónica Ruiz Zoia – UNC/UFG
Miguel Alberto - Koleff – SECyT/UNC
Este trabalho concentra a sua análise na utilização da metonímia, como traço literário e recurso
estilístico, na obra Infância de Graciliano Ramos. Dedica-se especial atenção à possibilidade que
este recurso oferece para a reconstrução das lembranças e a recomposição dos fragmentos ; e como
isso repercute de uma maneira nova e fecunda ao recriar o passado e em conseqüência reconfigurar
o presente. A preferência pelo estilo metonímico na obra de Graciliano Ramos não nasce de um
gosto individual, particular ou de uma vontade íntima ou capricho do escritor, mas sim, da
necessidade que este tem de informar, expressar, configurar e apreender esteticamente o mundo que
tem por alvo. Graciliano Ramos encontra na escrita de Infância a possibilidade de recriar o seu
próprio olhar infantil, e nessa busca exaustiva se propõe recuperar um passado que um dia foi seu.
Assim, desde seu papel de adulto-narrador tenta reelaborar essas memórias, organizando os cacos
dessas vivências e constituindo um novo olhar a partir dos fragmentos e instantes recuperados pelo
adulto. Graciliano aborda esta estratégia literária para caracterizar a etapa inicial da sua infância ,
aquela ligada às vivências dele , um menino que ainda não era capaz de estabelecer relações lógicas.
O protagonista é capaz de ver só pedaços daquela realidade, sem uma idéia de conjunto ou integral
dos lugares e personagens, mas com a intenção de resgatá-los para reconstruir a sua memória. Ao
longo da sua obra, Graciliano Ramos recupera aquelas percepções e sensações que pertencem ao
mundo do menino, mas que foram obtidas através dos recursos limitados da criança. Por isso, o
adulto-narrador tem a tarefa de se concentrar na reconstrução dessa multiplicidade de situações
desconexas, porque só assim conseguirá readquirir o perdido, e recompor o seu próprio passado. A
lógica discursiva metonímica proporciona ao escritor a possibilidade de dar um novo sentido
simbólico aos acontecimentos conforme à perspectiva de observação. Uma visão em constante
mudança que vai se intercalando entre as vivências da criança e a nova interpretação do adulto. É
nessa intenção de redimir o passado “...de se reanimar o passado no presente, a partir das
ruinas...”1 que Graciliano Ramos, no papel do narrador-adulto traz luz sobre sua infância; e nessa
constante construção revaloriza as vivências e as percepções do mundo a partir daquele,seu
universo infantil.
GÊNEROS DISCURSIVOS, MEDIAÇÃO E FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES
DE LÍNGUA PORTUGUESA
Cleiton Reisdorfer Silva – UFFS
Francieli Matzenbacher Pinton – UFFS
A reflexão crítica sobre formação de professores encaminha a discussão para o empoderamento
deste sujeito que busca autonomia no seu fazer docente. Nesse sentido, a formação visa à
construção de uma identidade profissional que se fortalece nos saberes da docência e não em uma
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prática profissional meramente instrumental (NÓVOA, 1995, P. 25). Em razão disso, este trabalho
tem por objetivo analisar criticamente o conjunto de gêneros discursivos relativos à esfera
profissional, produzidos pelos professores de Língua Portuguesa em formação inicial, bem como, os
discursos sobre o ser e o fazer docente a eles subjacente. Para tanto, primeiramente, será realizada
uma análise documental do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Letras –
Português/Espanhol com a finalidade de identificar o conjunto de gêneros do discurso que se
referem à esfera profissional docente. Logo após, será realizada uma análise dos gêneros do
discurso que são solicitados e/ou exigidos dos alunos bolsistas do Programa de Iniciação à docência
_PIBID – Letras. Este corpus será analisado à luz da Análise Crítica de Gênero (MOTTA-ROTH,
2005, 2008), entendida como a confluência entre a Análise Crítica de Discurso (FAIRCLOUGH,
2003, 2008) e a Análise de Gênero na perspectiva da Sociorretórica (SWALES, 1990, 1998, 2004;
BAZERMAN, 2006, 2009; MILLER, 1984, 1994). Os procedimentos de análise compreenderão os
seguintes movimentos: i) identificação do conjunto de gêneros do discurso da esfera profissional
docente; ii) análise textual e discursiva dos gêneros; iii) identificação e análise das estratégias
metadiscursivas e, por fim, iv) identificação e análise crítica dos discursos sobre o ser e o fazer
docente, bem como as concepções e saberes subjacentes. Com esta pesquisa, espera-se apresentar
uma descrição crítica do conjunto de gêneros produzidos pelos licenciandos com a finalidade de
aprimorar o processo de formação docente, em termos de competência linguístico-discursiva. Além
disso, busca explicitar os discursos recorrentes sobre a docência e sobre linguagem a fim de
promover a reflexão crítica sobre a formação do professor de Língua Portuguesa.
GRAMÁTICA DISCURSIVA, LEITURA E REESCRITA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Alana de Sousa Silva – UFG
Esta comunicação apresenta e discute o trabalho de estágio supervisionado desenvolvido com um
grupo de três alunos de ensino fundamental que participavam de aulas de atendimento especial, no
Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação da Universidade Federal de Goiás, durante o
segundo semestre letivo de 2012. A seleção foi feita após a percepção de que esses alunos faziam
uma constante transposição da modalidade coloquial (adotada em seus ambientes de convivência
social cotidiana) para a escrita, quando eram também solicitados a produzir textos segundo a norma
padrão da língua portuguesa. Ao iniciar o projeto de estágio, equivocadamente, tinha-se a convicção
de que o aluno só poderia vir a compreender e produzir adequadamente esse tipo de texto escrito se
fossem identificados os erros mais comumente cometidos por eles e ensinada a gramática normativa
do idioma. Após o estudo teórico de autores que discutem questões relacionadas à transposição da
fala para a escrita, como BAGNO (2011), MARCUSCHI (2001), TRAVAGLIA (2009), SILVA
(1991), SOUZA e SILVA (1991), entre outros, passou-se a perceber que são os usos que
fundamentam a língua e não o contrário; e que falar ou escrever bem não é ser capaz de adequar-se
às regras da língua, mas de usá-la adequadamente para produzir um efeito de sentido pretendido em
uma dada situação. E, a partir dessa compreensão, de que é a intenção comunicativa que funda o
uso da língua e não sua morfologia ou sua gramática, as sequências didáticas planejadas para
compor as atividades de leitura e reescrita dos alunos passaram a priorizar a função discursiva dos
elementos que estruturam o texto, objetivando, assim, se chegar a um discurso significativo pelo
uso adequado às práticas e à situação a que se destina, e não a um texto ideal pelo emprego de
normas. Para ilustrar essa prática, nesta comunicação serão apresentadas as atividades de leitura e
reescrita de uma canção, uma crônica e uma anedota, que apresentam desvios da norma padrão
escrita, simulares aos da língua falada pelos alunos pesquisados.
GRAMATICALIZAÇÃO DE CONSTRUÇÕES EM PORTUGUÊS BRASILEIRO: UM
ESTUDO ACERCA DAS CONSTRUÇÕES PARATÁTICAS PERIFRÁSTICAS.
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Érica Rogéria da Silva – UFU/UC/FAPEMIG
Angélica T. do Carmo Rodrigues – UNESP
Este trabalho pretende demonstrar os resultados obtidos com a pesquisa de iniciação científica cujo
objetivo foi a realização da descrição e a análise de um tipo particular de construção na modalidade
falada do português brasileiro (PB), ampliando os estudos realizados anteriormente em Rodrigues
(2006). As construções paratáticas perifrásticas (CPPs) caracterizam-se por uma sequência mínima
de dois verbos, V1 e V2, sendo que a posição V1 é preenchida pelos verbos ir, chegar ou pegar e
V2 é relativamente livre. V1 e V2 partilham sujeito e flexões de tempo e pessoa, podendo ou não
ser interligados pela conjunção e. A pesquisa foi realizada a partir de uma análise quantitativa das
ocorrências de CPPs no PB, coletadas do corpus do Projeto Alip (Amostra Linguística do Interior
Paulista). A ocorrência (1) é representativa dos casos de CPPs consideradas na pesquisa:
(1) Eu fui embora na hora/ na hora da saída peguei e fui embora direto nem:: nem fiquei lá depois
eu fiquei saben(d)o... que elas tinha briga::do…
As ocorrências encontradas no corpus nos mostraram que além dos verbos ir, chegar e pegar
investigados por Rodrigues (2006), os verbos catar e virar também podem ocupar a posição V1 nas
CPPs no PB, como em (2) e (3), respectivamente:
(2) Ele disse que se a menina não be(i)jasse ele que todas iam descê(r) do carro... que num ia
ficá(r)ninguém dentro do carro... nisso... ele catô(u) e pediu po D. de novo a menina num queria
be(i)já(r) ele ele pediu pro D. dá(r) a direção pra ele...
(3) Ela foi lá conversá(r) com ele... e falô(u) pra ele – “ah (inint.) como que cê é o que cê me
mandô(u) (que num sei quê)” –ele virô(u) e falô(u) assim – “ah mas o celular num tava comigo tava
c’a minha namora::da”
A pesquisa desenvolveu-se no âmbito do projeto “Gramaticalização de construções em línguas
românicas: um estudo comparativo”, coordenado pela professora Dra. Angélica Rodrigues e contou
com o apoio financeiro da FAPEMIG (projeto SHA-APQ00681-09). A abordagem teórica
priorizada nesta pesquisa está associada à Linguística Funcional (vertente americana) e para a
análise dos dados nos servimos dos procedimentos metodológicos utilizados nas pesquisas
sociolinguísticas de orientação laboviana.
GRAUS DE GRAMATICALIDADE DO VERBO LEVAR: UMA ABORDAGEM
FUNCIONALISTA
Luís Felipe Leal de Moraes Silva – UFJF
Patrícia Fabiane Amaral da Cunha Lacerda – UFJF/PPG
Este trabalho desenvolve um estudo do verbo “levar” no português brasileiro, buscando descrever
seus diversos graus de gramaticalidade. Partimos da hipótese de que os novos usos gramaticalizados
revelariam um caminho de crescente (inter)subjetivização (FINEGAN, 1995; TRAUGOTT, 1995;
TRAUGOTT & DASHER 2005; DAVIDSE, VANDELANOTTE & CUYCKENS, 2010) e
representariam a emergência de padrões construcionais (TRAUGOTT, 2003, 2008a, 2008b, 2009,
2012). A fim de validar o objetivo apontado acima e de confirmar as hipóteses levantadas,
realizamos uma pesquisa sincrônica, baseada tanto na modalidade oral quanto na modalidade escrita
da língua. Os dados orais constituem-se de três corpora distintos: o corpus do projeto “PEUL Programa de Estudos sobre o Uso da Língua”, o corpus do projeto “NURC/RJ - Projeto da Norma
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Urbana Oral Culta do Rio de Janeiro” e o corpus do “Projeto Mineirês: a construção de um dialeto”.
E os dados escritos compõem-se de registros textuais disponíveis na Internet, extraídos de blogs e
de revistas de abrangente circulação nacional (“Revista Época”, “Revista Ana Maria”, “Revista
Veja”, “Revista Isto é”, “Revista Caras” e “Revista Cláudia”). Considerando-se as proposições de
Bybee (2003), Vitral (2006) e Martelotta (2009), analisamos os dados qualitativa e
quantitativamente, posto que o levantamento da frequência e a análise detalhada dos diversos usos
identificados constituem um forte subsídio para que possamos definir, pontualmente, os graus de
gramaticalidade e a emergência de padrões construcionais para os usos identificados.
GRUPO ABRACADABRA: CONTADORES DE HISTÓRIAS – LEITURA, DIVERSÃO E
ARTE EM FORMA DE PROJETO DE EXTENSÃO
Lucas Baracho Sousa – ICHS/CUA/UFMT
Simone Silva Santos – ICHS/CUA/UFMT
Maria Claudino da Silva Brito – ICHS/CUA/UFMT
O Projeto de Extensão Grupo Abracadabra: contadores de histórias é um projeto do Curso de Letras
do Instituto de Ciências Humanas e Sociais/ Campus Universitário do Araguaia/ UFMT, que visa à
formação e o fortalecimento do hábito de ler em crianças, jovens e adultos, por meio da contação de
histórias. Compreende-se o ato de ler como fortalecedor das competências comunicativas e da
cidadania. Assim sendo, compreendemos que a contação de histórias para crianças de 06 a 10 anos
pode fortalecer muito a formação do leitor. Esse projeto é uma atividade extensionista, tendo sido
criado no ano de 1994, completando, portanto, neste ano de 2012, 18 anos de existência. Esse grupo
de contadores de histórias é formado por professores da rede pública e particular de ensino da
região do Médio Araguaia e alunos e professores da Universidade. O Grupo Abracadabra:
contadores de histórias, em suas atividades práticas semanais, realiza os seguintes trabalhos: reúnese, semanalmente, às sextas-feiras, no Campus da UFMT, Unidade de Barra do Garças – MT, no
horário das 7h30m às 9h30m. Nesses encontros, o grupo estuda teorias relativas à leitura, à
formação do leitor, à Literatura em geral e à Literatura Infanto-Juvenil, à contação de histórias.
Nessas sextas-feiras em que o Grupo se reúne, os contadores se dirigem para creches, escolas e
comunidades da região para realizar sessões de contar histórias, levando leitura, diversão e arte ao
público que prestigia a contação de histórias. Em seu eixo teórico, os contadores de histórias
privilegiam a Linguagem, conforme pensa Hjelmslev, citado por Chauí (2002: 71): a linguagem é o
instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus
esforços, sua vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a
base mais profunda da sociedade humana. A linguagem acompanha o homem, enfim, por toda a sua
vida. Possibilita-o comunicar-se, relacionar-se com o mundo e com os que o rodeiam. Pela
Linguagem o homem acontece. Este projeto lida com a leitura, entendida, aqui, como grande
fortalecedora das competências comunicativas do indivíduo e, ao mesmo tempo, da cidadania.
HIPERTEXTO: UM AVANÇO TECNOLÓGICO APLICADO NO ÂMBITO ESCOLAR
Bruna dos Santos Correia – UFScar
Maria Isabel de Moura Brito – UFScar
O hipertexto vem se mostrando como uma forma de vínculo entre redes, que nos dá uma nova
dimensão da leitura por meio da internet, tornando-se uma ferramenta de grande importância no que
diz respeito ao trabalho com o texto como gênero. Ele se caracteriza como um gênero textual que
contem em sua estrutura, termos destacados ou palavras-chaves chamados hiperlinks, que nos
direcionam a outros links e consequentemente a outros hipertextos, apresentando uma forma de
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desvinculação da hierarquia proposta em textos “comuns” e lineares aos quais estamos
acostumados. O hipertexto permite que os sentidos do texto se construam de forma tentacular. O
conceito de hipertexto ainda é pouco trazido para o âmbito escolar como uma ideia de tecnologia
interativa. E que a mesma permite ao professor atuar como mediador dos processos de leituras dos
alunos ou de um modo em que estes passam a ter uma relação mais autônoma como leitores na
forma como acessam os hiperlinks e os novos significados que estes acarretam. O que em alguns
textos teóricos vamos observar sendo chamados esses leitores de co-autores, por conta dessa
autonomia na dinâmica de leitura. Para a escola a tecnologia presente no dia a dia do aluno, é vista,
muitas vezes atrapalhando o ambiente de ensino, que o distrai das atividades proposta em sala de
aula. Porém os veículos tecnológicos podem ser direcionados também para a aprendizagem do
conteúdo curricular das disciplinas, utilizando esses meios que são familiares aos estudantes em seu
lazer, para o aprendizado escolar. Assim o hipertexto, não apenas pode aproximar as realidades do
aluno fora da escola com as do interior da escola, como gera uma ampliação da forma textual,
quebrando a ideia fixa de linearidade dos gêneros textuais, mostrando ao aluno que a produção de
texto, não necessariamente é um texto ilhado, fechado, tanto que um gênero pode mesclar-se com
outros, como as autorias, sendo o aluno parte dela também na sua leitura ou criação.
HISTÓRIA E LITERATURA EM MIA COUTO
Márcia Oliveira de França – UFT/PIBIC
Maria Perla Araújo Morais – UFT
Quer seja por motivos políticos, econômicos ou sociais, a África é um espaço que aciona intrigantes
pesquisas, dada a sua complexidade cultural. No ambiente escolar brasileiro, ratifica esse interesse a
Lei no. 10.639 de 2003, que institui o “(...) estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos
negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando
a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil”
(BRASIL, 2003). A revisão e a inclusão de vozes dissonantes na narrativa da História Oficial são
questões próprias do pós-moderno: “O pós-moderno é (...) o campo de forças em que vários tipos
bem diferentes de impulso cultural – o que Raymond Williams chamou, certeiramente, de formas
‘residuais’ e ‘emergentes’ de produção cultural – têm que encontrar seu caminho.” (JAMESON,
2004, p.31). Dessa forma, pensamos ser importante estudar obras africanas, não só pela questão
revisionista que marca os textos pós-modernos, mas, principalmente, porque, estudando esse
continente, também estaremos entendendo um pouco do que fomos e somos. Pretendemos analisar
três obras do moçambicano Mia Couto: Terra Sonâmbula; Venenos de Deus, Remédios do Diabo e
O outro pé da sereia. Esses romances têm em comum o fato de retomarem momentos específicos da
recente história moçambicana. Trabalham com dados históricos, factuais que devem ser analisados
para observarmos não apenas o que foi, mas o que poderia ter sido. Há nos textos uma complexa
ficção em que a realidade é acionada e, por vezes, superada. O mergulho em vertigem nos pesadelos
que marcam a terra, na realidade espectral que permeia as histórias, no nevoeiro imaginário que
invade as ficções, na oralidade profícua que se embaralha com a escrita de Mia Couto propicia-nos
observar que a invenção que recebe influxos da oralidade, do sonho, do verbo, em um mundo por
criar, muitas vezes, é a única realidade possível. Moçambique é uma história a ser escrita e sua
identidade aponta para complexas trocas culturais.
HOLOMOVIMENTO NO COSMOS: ALTERAÇÃO EM DESLOCAMENTO DE TODAQUALQUER ‘NATURALIDADE’
Silvio Sousa – PUCGO
Norival Bottos – PUCGO
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Este artigo pretende enveredar o percurso da tentativa de exprimir e levar-nos à reflexão sobre a
pluralisação de sentidos e a construção dos fluxos em fluxos de consciência em um ambiente
imagético descomunal na obra Koa’e de Luis Serguilha. Para isto, sua construção, por meio da
materialização lingüística escrita e cerceada por um ambiente imagético descomunal, visa um
entrelaçamento da poesia com corpos-parte e corpos-todo se movendo em uma esfera dos sentidos
ainda que imperceptíveis aos olhos nus. Os trilhos que arriscamos desvendar salientam-se pela
intrínseca ligação com o pensamento aristotélico ao propor a teoria da causalidade e engendram-se
na estética (in)formal de esfumaçamento polifônico-dialógico do teor semântico, em possibilidades
infinitas de pensamentos teóricos extra-textuais, com a morte do autor. Os aportes teóricos são
Barthes, Heidegger e Foucault.
IDENTIDADE E LINGUAGENS ESPECIAIS: UMA PERSPECTIVA ECOLINGUÍSTICA
Ludmila Pereira de Almeida – UFG/NELIN/PIVIC-CNPq
Elza Kioko Nakayama Nenoki do Couto – UFG/NELIN
Partindo do princípio de que a língua não é um sistema independente e sim parte integrante de um
grande ecossistema, teremos como base que a Ecolinguística, que trata da relação entre língua e
meio ambiente, estabelece que um ecossistema linguístico funciona de acordo com o tripé da
Ecologia fundamental da língua (EFL), em que Língua, Povo e Território são inerentes para a
formação de uma comunidade linguística, que por sua vez poderá se tornar uma Ecologia linguística
complexa mediante suas interações com outras EFLs. Assim, temos como objetivo principal abordar
e contribuir teoricamente sobre como as Ecologias linguísticas complexas se constituem e
possibilitam a formação de novas formas de linguagens, como as linguagens especiais, além disso,
veremos também como essas formas de linguagens podem formar a identidade do sujeito que a
possui. Portanto, teremos como principal fundamentação teórica o Couto (2007), que nos traz uma
visão ampla do que venha ser a Ecolinguística e como ela pode ser aplicada a alguns campos de
estudos; traremos também a visão de Cabello (2002), que trata das linguagens especiais, definindo e
as situando em quais espaços sociais são usadas; e também Hall (2007) nos mostrará uma definição
do que venha ser a identidade no contexto pós-moderno em que estamos e qual sua relação com o
meio. Com isso, as interações entre EFLs diferentes formaram as Ecologias linguísticas complexas,
que possibilitam a constituição de novas linguagens a fim de suprir as necessidades comunicativas.
Isso é perceptível, por exemplo, nas grandes metrópoles, onde encontramos diferentes grupos
sociais com linguagens próprias, as chamadas linguagens especiais, que se inserem em um espaço
específico formando EFLs dentro da EFL da língua oficial. Contudo, esses grupos são formados por
sujeitos que trazem consigo uma identidade, uma representação que é formada pela sociedade, pelas
praticas discursivas, de maneira a estabelecer relações de poder entre quem faz parte do grupo e
quem não faz. Portanto, esse assunto é importante do ponto de vista da ecolinguística, por tratar da
questão da diversidade, tanto linguística como de identidades, sendo que essa variedade é
fundamental para constituir um ecossistema em equilíbrio e um ecossistema não se estabelece sem
os organismos, nesse caso os sujeitos, portadores de representações.
IDIOMATISMO DE CORES NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Luciana Gonçalves Fernandes – UFG
Maria Cícera Moraes da Silva – UFG
Leosmar Aparecido da Silva – UFG
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Ao interagir com o interlocutor, o falante utiliza expressões linguísticas. Muitas dessas expressões
só possuem significados se um elemento linguístico está associado a outro(s). São as chamadas
construções idiomáticas. Este estudo apresenta algumas expressões metafóricas que fazem parte do
léxico do Português brasileiro. Foram selecionadas metáforas que envolvem cores, já que nas
línguas em geral as expressões metafóricas envolvendo cores são ricas e produtivas. Na medida do
possível serão vislumbradas hipóteses que explicariam a motivação do uso metafórico de
determinadas cores para expressar, principalmente, emoções e sentimentos do falante.
INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO NA FALTA CULTA EM SALVADOR
Viviane Marcelina da Silva – UNEB
O presente trabalho faz uma análise da variação nas formas de indeterminação do sujeito na fala
popular e culta de Salvador. Carvalho (2011) investigou as principais estratégias para marcar a
indeterminação do sujeito na fala urbana popular e na fala culta de Salvador. A autora chegou à
conclusão de que há outras formas de indeterminar o sujeito além das formas que a gramática
tradicional prevê: a terceira pessoa do plural e o verbo na terceira pessoa do singular com „‟se‟‟. As
estratégias „‟você‟‟ e „‟a gente”, segundo Carvalho (2011), se mostraram mais produtivas por
terem sido as mais utilizadas nos corpora estudados. No presente trabalho, utilizando pressupostos
da Sociolinguística Variacionista ou Teoria da Variação, segundo Labov (2008 [1972]), observa-se
na fala de entrevistados do Programa de Estudos do Português Popular e do Projeto Norma Urbana
Culta, década de 90, de Salvador, a variação entre „você‟ e outras variantes na fala de Salvador.
Toma-se como hipótese que a terceira pessoal do singular com “se” é uma estratégia muito pouco
utilizada,.em fase de desaparecimento da linguagem oral, mesmo das pessoas mais escolarizadas,
apesar de ser foco do ensino do português e ser muito explorada nas gramáticas pedagógicas.
Consideramse, no estudo, como variáveis explanatórias extralinguísticas o gênero, a faixa etária e a
escolaridade. Como ferramenta auxiliar para a quantificação e a análise dos dados, utiliza-se o
programa Varbrul CARVALHO, Valter. Formas levam a formas na indeterminação do sujeito em
Salvador. Anais. VII Congresso Internacional da Abralin Curitiba: UFPR, 2011. LABOV, William.
Padrões sociolinguísticos. Tradução de Marcos Bagno, Maria Marta Pereira Scherre, Caroline
Rodrigues Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008 [1972].
INFLUÊNCIAS DO CONTATO ENTRE O PORTUGUÊS DO BRASIL E LÍNGUAS BANTO
Sarah Freitas Rabêlo – UnB/ProIC/CNPq
Heloísa M. L. Salles – UnB
Diversos estudos apontam a influência das línguas banto, primeira língua (L1) da maioria dos
habitantes de Moçambique e Angola, nas estruturas gramaticais do português (L2) falado nesses
países. Em relação ao português do Brasil (PB), sua formação envolveu as línguas faladas pelos
escravos advindos do continente africano (Carvalho, 1987; Avelar & Cyrino 2008). No caso de
Moçambique e Angola, o contato com o português se dá por via instrucional e pelos meios de
comunicação, o que provavelmente impediu a crioulização. Entretanto, o português (L2) apresenta
construções que podem ser explicadas pela transferência de propriedades das LBs, como o uso de
em nos SNs tema (1), a ocorrência de DOC (double object construction) com verbos bitransitivos
(2), e o uso de em nos SNs direcionais com função semântica de origem ou destino (3) (cf.
Gonçalves & Chimbutane2008; Brito 2008): (1) em casa dele é aqui em frente. (=“a casa dele
é...”); (2) Entregou o emissário as cartas. (=“Entregou ao emissário...”); (3) está a sair no estúdio.
(=...sair do estúdio”). Nesses estudos, o uso da preposição ‘em’ é analisado como interferência da
marcação dos locativos nas LBs, sendo em reanalisada como um marcador morfológico locativo,
comparável ao afixo -eni, como em Changana (cf. G & C idem): (4) Tin-tombhi ti-hum-a kerek-eni
10-rapariga 10-sair de- igreja-loc “As raparigas saem da igreja.” Em relação à DOC, Brito (2008)
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sugere que, no PM, pode ter se originado de estruturas como (5), do Chichewa, em que um
morfema aplicativo no verbo dispensa a realização de preposição que indique beneficiário: (5)
Chitsiru chi-na-gul-ír-a atsíkána mphâtso. 7Tolo 7S-pass-comprar-APL- 2garotas 9presente “O tolo
comprou para as garotas um presente.” Seguindo os pressupostos da linguística gerativa (Chomsky
1995), investiga-se a possível influência de estruturas gramaticais de LBs no PB, com foco em
estruturas de locativos e dativos. AVELAR, J. & CYRINO, S. Locativos preposicionados em
posição de sujeito.
INQUÉRITOS DA FALA DOS MANAUARAS DA TERCEIRA IDADE: PERFIL
SOCIOLINGUÍSTICO E CARACTERÍSTICAS DIALETAIS
Márcia Leite do Nascimento – UEA/FAPEAM
Silvana Andrade Martins – UEA/FAPEAM
Esse estudo tematiza as investigações sobre a oralidade, no que se refere à coleta de inquéritos da
fala manauara de falantes da faixa etária acima de 54 anos. Trata-se de um trabalho do Núcleo de
Estudos e Pesquisas Linguísticas Aplicadas à Educação (NEPLAE), vinculado ao projeto de
documentação e análise do português falado em Manaus, iniciado em 2009. Este projeto subsidia
pesquisas da fala manauara por meio da formação de um banco de dados digital de corpora dessa
variedade linguística, disponibilizado no site conhecido por Fala Manauara (FAMAC). Esse viés em
que se propõe registrar corpora específicos de falantes da terceira idade justifica-se, primeiro, pela
carência de registros dessa faixa etária no banco de dados do FAMAC e, segundo, pelas
características específicas da formação populacional da metrópole manauara, iniciada especialmente
na década de 1960, quando houve uma intensificação do fluxo migratório. Logo, essa faixa etária
retrata o estágio inicial dessa miscigenação linguística e cultural que surge da convergência de
vários dialetos do português e até mesmo da influência de outras línguas. O levantamento de
corpora desenvolveu-se na perspectiva teórica da sociolinguística variacionista laboviana.
Constituiu-se de 20 inquéritos, em situações enunciativas de entrevistas com o documentador
(DID), os quais versam sobre temas como infância, migração, profissão, formação da cidade de
Manaus, e estão divididos em 10 inquéritos coletados com manauaras que possuem formação
universitária e 10 com os que não têm essa escolaridade. O critério usado para estabelecer a
população de referência é ser nascido em Manaus ou ter chegado a esta cidade com até 10 anos. Foi
coletado com a anuência dos informantes e consciência de que suas falas estavam sendo gravadas.
Esses registros foram transcodificados, preservando ao máximo as características da oralidade. Para
isso, utilizou-se um conjunto de notações gráficas adaptadas dos projetos NURCs e também
apresentadas em Marcuschi (2010). Portanto, apresentam-se os resultados preliminares obtidos no
que se refere ao perfil sociolinguístico dos manauaras da terceira faixa etária e às características
fonéticas e morfológicas encontradas nessa variedade do português brasileiro.
INTERCALAÇÕES: A ATIVIDADE DE PRODUÇÃO DO TEXTO EM FOCO
Gabriela de Oliveira Gonçalves – UFSCar
Maria Isabel de Moura Britto – UFSCar
Objetiva-se neste trabalho analisar a importância de tipos específicos de marcações no texto feitas
pelo produtor as quais evidenciam seu diálogo no percurso da produção textual com diferentes
possibilidades linguísticas e ideológicas que ele considera pertinente para realizar suas intenções
enunciativas. Aspectos como o uso de parênteses, rasuras, traços e sobreposições constituem os
chamados marcadores de intercalações com função metaenunciativa de correção. Dentre as várias
referências teóricas que tem guiado este estudo, assume-se, como base em Franchi (1987), que a
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linguagem é uma atividade, um trabalho, e por isso é constantemente modificada pelo(s) sujeito(s)
nela atuante(s). Considera-se que as intercalações são representações de uma forma específica de
trabalho que o sujeito realiza com a linguagem. Essas evidências não apenas apontam para os
fenômenos gerais da enunciação escrita como também demonstram as idiossincrasias e
preocupações do sujeito-produtor no processo de construção dos sentidos. O caráter reflexivo
dessas intercalações se relaciona com a reescrita, pois marcam o retorno do sujeito sobre seu texto a
partir de uma reflexão, por mais simples que esta seja. Desta forma, as intercalações se constituem
como uma atividade metaenunciativa, uma meta escrita, em que o próprio aluno, a partir de seus
conhecimentos e experiências, pratica a autocorreção involuntariamente.
INTERTEXTUALIDADE E RITUALÍSTICA NO SINCRETISMO UMBANDISTA:
A DINÂMICA DO PONTO CANTADO
Lohana Kárita Teixeira - UFG
Alexandre Costa - UFG/CNPq
A Umbanda surgiu no Brasil, na década de 1930, a partir da inter-relação de religiões como o
catolicismo, o espiritismo kardecista, as crenças dos grupos ameríndios, do colonizador e as
religiões das várias etnias africanas. É uma religião sincrética que apresenta uma proposta
universalista, cuja prática está dentro de uma dinâmica de tradição oral. A música ritualística da
Umbanda, comumente denominada de “Pontos Cantados” é uma das práticas que instancia os
trabalhos. O presente estudo aborda o surgimento e o contexto histórico dos pontos cantados, sua
função e importância como parte do ritual. Além de apresentar as alterações ocorridas ao longo do
tempo, na letra e entoação e a influência que exerce na música popular brasileira. A partir do
referencial teórico da Análise do Discurso, propomos um estudo dos “Pontos Cantados” em sua
emergência ritual como prática dialógica que estabelece diferentes posições de sujeito na dispersão
de seus enunciados. O corpus é constituído por três pontos cantados que serão analisados a partir de
relações interdiscursivas (FOUCAULT, 1969) e dialógicas (BAKHTIN, 1995) das práticas em
questão. O pressuposto é o de que todo conjunto verbal, constitui um sistema de relações
caracterizado pela complexidade e pela pluralidade de seus níveis e de suas diferentes vozes.
INVESTIGAÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS RESPONSÁVEIS PELA
CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DO ALUNO, DA FAMÍLIA E DA ESCOLA
Juthsney de Oliveira – UFMT
Nádia Beatriz Arruda Campos – UFMT
Águeda Aparecida da Cruz Borges – UFMT
Este trabalho tem como objetivo: investigar as representações sociais determinantes da construção
discursiva de aluno, família e de escola. Os resultados foram organizados num relatório, em quatro
partes: na primeira parte descrevemos as etapas de preparação do laboratório; na segunda
apresentamos as análises das respostas advindas do questionário aplicado aos participantes. Na
terceira parte, analisamos os dados mais expressivos e materializamos os resultados em gráficos e
na quarta parte fazemos as considerações. O questionário foi aplicado a cinco alunos de cada ano
escolar, sendo os alunos do 6º e 7º ano de uma determinada escola estadual localizada na periferia e
alunos do 8º e 9º ano também de uma escola estadual, mas desta vez na área central, ambas na
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cidade de Barra do Garças, Mato Grosso. A pesquisa mostrou que a construção discursiva se dá por
meio da junção de características, aglomeradas pelo indivíduo no decorrer do seu desenvolvimento,
influenciando na sua evolução física e intelectual. O indivíduo não é o ser ativo do discurso, pois as
especificidades determinantes da sua construção discursiva são sócioideológicas. A pesquisa mostra
também que a construção discursiva do estudante é constituída pelo conjunto de aspectos que
envolvem a sua vida: o convívio familiar, a escola e a sociedade de modo geral, que interferem no
seu desenvolvimento intelectual. A investigação demonstra a relevância da representação social para
a construção discursiva, de forma que não há a possibilidade do desenvolvimento intelectual da
pessoa sem suas experiências sociais, que mesmo inconsciente, influenciam no caráter. No decorrer
do desenvolvimento, o indivíduo torna-se capaz de absorver os conhecimentos empíricos adquiridos
através da sua vivência e transferi-los para o seu relacionamento social.
JOGOS DIDÁTICOS E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DOMÍNIO DAS REGRAS
ORTOGRÁFICAS
Telma Maria Tafarelo Moreno – UFGD
Mariel Costa Ferreira da Motta – UFGD
Rute Izabel Simões Conceição – UFGD
Neste trabalho apresentamos os resultados de uma pesquisa-ação desenvolvida em uma escola
pública de Dourados-MS, cujo objetivo principal foi investigar as dificuldades ortográficas
diagnosticadas na escrita de alunos numa sala de 6º ano do Ensino Fundamental com intuito de
contribuir para a recuperação dos problemas, por meio de atividades prioritariamente planejadas e
aplicadas em forma de jogos didáticos, durante dois meses. Fundamentados em Wittgenstein
(1970), a respeito da analogia entre a noção de linguagem e a noção de jogo, e em Lemle (1990), a
respeito dos fundamentos linguísticos para o diagnóstico e a classificação dos problemas
ortográficos. As dificuldades diagnosticadas foram agrupadas em três ordens, de acordo com a
proposição de Lemle: a) falhas de 1ª ordem (aquelas provenientes da primeira fase de aquisição da
escrita, quando a criança troca letras ou deixa de escrevê-las); b) falhas de 2ª ordem (aquelas
decorrentes da transcrição da fala, em que ocorre a tendência a escrever conforme se ouve ou se
fala) e c) falhas de 3ª ordem (aquelas decorrentes da concorrência que as letras tem entre si pelo
valor sonoro). Feita a análise comparativa dos dados obtidos no início e após dois meses de trabalho
constatou-se que o nível de aprendizado/compreensão das regras trabalhadas foi positivo, com
percentual geral de 70% de aquisição por parte dos sujeitos.
LEITURA DA PALAVRA, LEITURA DA VIDA: O LETRAMENTO LITERÁRIO NO
CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Natália Jordana Vieira Da Silva – UFG
Israel Elias Trindade – UFG
O Sujeito da Educação de Jovens e Adultos tem, na maioria das vezes, responsabilidades a cumprir,
como trabalho ou mesmo deveres para com a família, possivelmente motivos que o fizeram deixar o
ensino regular. Dessa forma, nas salas de aula podem-se encontrar diversos sujeitos com perfis
parecidos, mas com histórias de vida, bagagens culturais e valores morais e políticos distintos,
assim como ocorre na aprendizagem. Mas e quanto ao letramento literário? Como se dá seu
processo nessa modalidade de ensino? Caso o letramento literário não esteja sendo desenvolvido de
forma adequada, é possível ressignificá-lo? Essas são as indagações que norteiam a pergunta dessa
pesquisa. Assim, esse trabalho mostra como se dá o processo de letramento literário por parte de
alunos da modalidade de Educação de Jovens e Adultos de Ensino Médio do período noturno de
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uma escola pública pertencente à região central do município de Goiânia-GO. A pesquisa, de caráter
de pesquisa-ação, é fruto de atividades desenvolvidas durante a disciplina de Estágio do Português
da FL/UFG. O trabalho foi desenvolvido em dois momentos: bibliográfico e de campo. Num
primeiro instante, realizamos um estudo das publicações sobre o assunto e, a partir deste aparato
teórico, construímos propostas pedagógicas de trabalho interventivo que exploram a questão sobre
leitura e letramento literários. Portanto, a parte prática corresponde à última etapa da disciplina de
estágio, ou seja, a prática, a docência. A partir da regência em sala, realizamos observações e
atividades que nos forneceram dados para construirmos uma reflexão sobre práticas de letramento
em turmas de EJA, pautadas nos pressupostos da educação popular. A presente pesquisa
proporcionou algumas reflexões acerca da realidade do ensino de Língua Portuguesa para tal
modalidade: a forma como os professores de Língua Portuguesa podem mediar o letramento
literário e, desse modo, podemos refletir a respeito de como essa prática é de extrema importância
para que esses alunos tenham a oportunidade de enxergarem a literatura como direito, como forma
de emancipação.
LEITURA E ESCRITA COM ALUNOS ADVINDOS DE CULTURAS ORALIZADAS EM
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA
Stéfane Ferreira de Carvalho – UFG
Esta comunicação apresenta o trabalhado desenvolvido com um grupo composto de três alunos do
6º ano em dificuldades de leitura e escrita, durante o período de Estágio Supervisionado no Centro
de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação, a unidade de Ensino Fundamental e Médio da
Universidade Federal de Goiás. A pergunta central foi: que estratégias o professor pode utilizar para
colaborar com a melhoria da produção escrita de alunos advindos de um contexto social
basicamente assentado em uma cultura oralizada? Segundo Emilia Ferreiro e Ana Teberosky “a
escrita não é produto escolar, mas, sim, objeto cultural, resultado do esforço coletivo da
humanidade”. Por isso, a ênfase do projeto foi levar textos narrados oralmente no convívio familiar
cotidiano, como anedotas, casos, piadas, memórias de vida etc., como referência para a
compreensão do processo de escrita textual formal. Para tanto, foram planejadas sequências
didáticas que apresentavam esses textos escritos de acordo com a norma padrão, seguido de um
questionário que analisava o seu conteúdo a partir da identificação do como as palavras, as orações,
os parágrafos haviam sido estruturados, de modo a garantir o efeito desejado. Nesta comunicação,
outros exemplos serão apresentados, como este que se segue, que ilustra uma dessas sequências
didáticas desenvolvidas durante a leitura de um texto tradicional, "O Azeiteiro e o Burro", de
Adolfo Coelho. Primeiramente foi feita uma leitura silenciosa, para que o aluno pudesse dizer se o
texto provocava risos e o porquê disso; depois, foi feita a análise dos passos escolhidos pelo autor,
para apresentar a história e, assim, garantir o efeito de surpresa e de estranhamento de sua narrativa.
Feita essa exploração, os alunos foram convidados a contar suas próprias anedotas e uma dela foi
escolhida para ser redigida no quadro, com a ajuda dos colegas e da professora. Durante a escrita
conjunta, foram trabalhadas a coesão e a coerência textual, pela observação da escolha de palavras e
de sua escrita, bem como da organização do pensamento do escritor, com vistas a ajudar o
interlocutor a seguir seu raciocínio e, assim, perceber o efeito cômico que ele deseja provocar.
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS MULTISSEMIÓTICOS: UMA REFLEXÃO
SOBRE O USO DA RETEXTUALIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE
ENSINO/APRENDIZAGEM
Danielle Cristine Silva – UFLA/PIBID/CAPES
Mauricéia Silva de Paula Vieira – UFLA
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A retextualização pode ser compreendida como um “processo de transformação de uma modalidade
textual em outra, ou seja, trata-se de uma refacção e uma reescrita de um texto para outro”
(DELL’ISOLA 2007, p. 10). Este processo de refacção baseia-se no pressuposto de que
“retextualizar é produzir um novo texto” e “que toda e qualquer atividade propriamente de
retextualização irá implicar, necessariamente, mudança de propósito” (MATENCIO, 2002). Inferese, portanto, que é preciso um trabalho de compreensão das estratégias textuais e discursivas
exploradas no texto-base para, então, projetá-las, tendo em vista um novo propósito comunicativo.
A referida pesquisa parte, também, do entendimento de que o ensino de Língua Portuguesa precisa
estar ancorado em uma perspectiva que privilegie os gêneros textuais como objetos de ensino e
aprendizagem e que esteja alicerçada numa concepção de escrita como prática social. Neste sentido,
este trabalho socializa resultados de pesquisa empreendida no âmbito do PIBID/CAPES, cujo tema
central foi a leitura e a produção de textos que exploram, em seu processo de composição, a
combinação de diferentes sistemas semióticos. Kress (2012) e Kress e Van Leeuwen (1996, 2001)
afirmam que palavra e imagem juntos não correspondem à mesma maneira de se dizer a mesma
coisa; a palavra significa mais quando acompanhada da imagem. Por sua vez, a imagem também
significa mais quando acompanhada do escrito. Com o advento das tecnologias da informação e da
comunicação, os textos que circulam socialmente indiciam a mudança do modelo de textos
monomodais para o de textos multimodais e a exploração, cada vez mais, de textos que integram
palavra e imagem. Assim, esta investigação buscou compreender em que medida a estratégia da
retextualização pode contribuir para o desenvolvimento da proficiência de alunos do Ensino
Fundamental nas habilidades de leitura e de escrita de textos multimodais e/ou multissemióticos. O
corpus da análise foi constituído por dezoito histórias em quadrinhos retextualizadas a partir do
gênero crônica. Empregou-se uma abordagem qualitativa na análise dos dados e os resultados
indicam que a retextualização, como estratégia de ensino aprendizagem, mostra-se produtiva no
ensino da leitura e da produção textual, uma vez deixa à mostra a mobilização de um conjunto de
conhecimentos e de habilidades concernentes a estratégias linguísticas, textuais e discursivas que
vão além daquelas presentes no texto-base.
LETRAMENTO, LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL
Kênia Nonato – UFG/PIBID/CAPES,
Alexandre Ferreira da Costa – UFG
Todos nós somos capazes de aprender algo, perceber o mundo que nos cerca e interagir com este
antes do conhecimento dos códigos alfabéticos e das regras que regem a nossa gramática normativa,
por isso, após diagnosticar as necessidades dos alunos, do Ciclo III, baseada nas teorias de Paulo
Freire, "A leitura do mundo precede a leitura da palavra", criei esse projeto afim de que os alunos
tivessem consciência que estão apenas estendendo o conhecimento adquirido fora da escola. Falo
aqui da “capacidade de produzir diversidade” de cada ser que não pode ser ignorada no processo de
aquisição de letramento. O projeto visa levar o aluno a continuidade do processo de letramento,
mostrar a ele que a escrita é somente uma extensão da sua “leitura” de mundo, para obter melhor
capacidade deste, de realizar produção textual a partir da descrição de seu próprio cotidiano,
levando-o, a perceber que criar um texto, é recriar este contexto em que ele esta inserido. Para este
fim realizamos oficinas de escrita e leitura utilizando textos que estão inseridos no contexto de
vidas dos alunos para maior facilidade de interpretação, contribuindo assim para o desenvolvimento
da leitura e da escrita. Desta forma nos foi possível investigar este processo de aquisição, com o
objetivo de encontrar métodos que contribuíssem para o crescimento destes alunos; com a leitura e
a escrita de seu cotidiano, associada de forma holística, pudemos conhecer e valorizar a cultura
local destes alunos, nos apropriar de sua história e preservar o seu texto, o seu relato. Com esse
projeto, alcançamos nosso objetivo, além do excelente desempenho da escrita e da leitura destes
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alunos, outros conteúdos necessários a sua aprendizagem, tais como: pontuação, gramática,
caligrafia, também melhoraram e embora o trabalho ainda esteja longe de ser concluído, já
conseguimos reduzir o receio da escrita e da leitura.
LÉXICO DIALETAL DA REGIÃO CENTRO-OESTE: UM ESTUDO COM BASE EM
DADOS DE ATLAS LINGUÍSTICOS
Suellen de Souza Becker – UFMS
Aparecida Negri Isquerdo – UFMS/CNPq
Para registrar as experiências vivenciadas, o homem apropria-se do léxico, nível linguístico que
melhor evidencia os traços culturais de uma comunidade de falantes, pois é por meio dele que
registra a realidade vivida. Os itens lexicais que são utilizados com regularidade por um grupo de
falantes configuram a norma lexical, conjunto de variantes lexicais que marcam o falar de
determinada comunidade. No caso do Brasil, devido à sua grande extensão territorial, as diversas
regiões brasileiras possuem características singulares que, por sua vez, motivam o surgimento de
normas lexicais regionais, ou seja, um conjunto de traços que evidenciam as peculiaridades
vocabulares de cada região. A Geolinguística é uma das áreas da Linguística que documenta e
cartografa dados dialetológicos por meio de mapas (cartas linguísticas) que registram a distribuição
diatópica de fenômenos linguísticos representativos de uma dada região, daí a importância dos atlas
como fonte para estudos sobre a história de uma língua. Este painel discute resultados parciais de
estudo de Iniciação Científica em andamento, com Plano de Trabalho vinculado ao Projeto Tesouro
do léxico patrimonial galego e português: Brasil. Esse projeto tem sede na Universidade de
Santiago de Compostela e tem como objetivo mais amplo construir uma grande base de dados sobre
o léxico do galego e do português a ser disponibilizada em linha e que permitirá a distribuição
regional desse léxico na Galícia, em Portugal e no Brasil. Este trabalho examina dados registrados
em três atlas linguísticos produzidos na região Centro-Oeste e que integram o banco de dados do
projeto em questão: ALMS - Atlas Linguístico de Mato Grosso do Sul (OLIVEIRA, 2007); ALiPP Atlas Linguístico do município de Ponta Porã – MS (REIS, 2006) e ALMESEMT – Atlas
Linguísticos da Mesorregião Sudeste de Mato Grosso (CUBA, 2009). O estudo proposto analisa
dados relacionados à área semântica da Alimentação e Cozinha e, além de utilizar como fonte de
dados esses três atlas linguísticos, os compara a dados contemporâneos documentados pelo Projeto
ALiB (Atlas Linguístico do Brasil) na região Centro-Oeste. Neste painel, são analisadas as variantes
lexicais obtidas como resposta para o conceito da bebida alcoólica feita de cana-de-açúcar e tem
como objetivo verificar em que proporção as designações para esse tipo de bebida traduzem
“marcas” da formação étnica da população e de influências dos contatos interculturais e linguísticos
característicos das áreas geográficas cobertas pelos atlas consultados. O estudo baseia-se em
princípios teóricos da Dialetologia, Geolinguística, Lexicologia e Sociolinguística, focalizando as
dimensões diatópica e léxico-semântica das unidades lexicais apuradas.
LIBRAS NO ENSINO REGULAR: UMA META POSSÍVEL?
Yuri Rodrigo Andrade Teleginski – UEPG
O estudo presente pretende investigar teses e dissertações que tratem da inserção de surdos em sala
de aula regular, observando principalmente os valores atribuídos a esses surdos no contexto de sala
de aula. Para este trabalho, que se configura como uma pesquisa bibliográfica, a estratégia proposta
consiste no levantamento de teses, dissertações e artigos sobre a educação inclusiva de surdos que
focalizem a relação professor-aluno e/ou que focalizem os pontos de vista dos professores sobre a
educação do aluno surdo. Esse estudo prioriza os textos acadêmicos produzidos nos últimos três
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anos, identificando o campo de pesquisa em que esses trabalhos foram produzidos. Nessa
verificação, pretendemos enxergar os pontos de vista dos diversos integrantes da comunidade
escolar – sejam eles dos professores, pais, alunos e também dos próprios alunos surdos – e enxergar
como esses pontos de vista são (re)construídos nas pesquisas acadêmicas. Sendo assim, nossa
intenção é compreender a educação inclusiva para surdos do ponto de vista docente
apresentado/analisado em trabalhos acadêmicos, além de compreender também, como os trabalhos
científicos que se ocupam da educação de pessoas surdas tratam a relação docente-discente, e com
estas pesquisas, concluir quais as implicações de alunos ouvintes e surdos aprenderem no mesmo
espaço do ponto de vista dos professores, presentes nos documentos analisados. Esperamos, com
esse trabalho a partir de pesquisas já concluídas, ter uma melhor compreensão da situação da
educação inclusiva para surdos e, sobretudo, conhecer e compreender as perspectivas dos
professores quanto a essa nova demanda cultural em sala de aula. Esperamos também que este
trabalho nos dê subsídios para melhor compreender a relação entre professores, alunos surdos e
alunos ouvintes em sala de aula e ainda compreender quais as implicações desse novo contexto e
contato para os alunos, uma vez que essa relação afeta a sala de aula em totalidade.
LÍNGUA PORTUGUESA: FUNÇÃO DO ADVÉBIO, NOS SÉCULOS XIX E XX, EM UMA
ABORDAGEM HISTORIOGRÁFICA
Wemylla dos Santos de Jesus – UEMA/CESI/NELLCINE
Sônia Maria Nogueira – UEMA/CESI/NELLCINE/IP/PUCSP
Essa pesquisa reflete sobre o processo de ensino da Língua Portuguesa, no Brasil, com a descrição e
compreensão dos fenômenos linguísticos, da segunda metade dos séculos XIX e XX. Nessa
perspectiva, embasamos nosso estudo em Historiografia Linguística em Swiggers (2009) e Köener
(1996), especificamente, adotando seus três princípios: o princípio da contextualização trata do
espírito de opinião, uma vez que aborda os aspectos intelectuais, socioeconômicos, políticos e
culturais. Além disso, o princípio de imanência esforça-se em estabelecer um entendimento total
tanto histórico quanto crítico, se necessário filológico, do texto em apreciação e, por fim, o
princípio de adequação faz aproximações modernas do vocabulário técnico do trabalho em estudo.
Recordamos, desse modo, as condições socioeconômicas particulares, os acontecimentos históricos,
as situações políticas e educacionais que têm considerável influência na motivação para se
apresentar a história de uma disciplina. Buscamos, com isso, o aprofundamento de conhecimentos
nos vários campos, o que demanda uma amplitude de estudos que visam a cumprir a tarefa de
descrever, interpretar e explicar o ocorrido sobre a língua. Desse modo, a Historiografia Linguística
torna-se fundamental ao esclarecimento da Língua Portuguesa, uma vez que serviu como base às
informações gramaticais que temos hoje. Leva-se em consideração todo esse percurso histórico, por
isso, não pode ser desprezada pelos pesquisadores da própria língua. Convém ressaltar que, para a
análise, abordamos três aspectos, a saber: a Organização das obras, os Prefácios e a Função do
Advérbio. Buscamos verificar, em especial, o ensino de sintaxe, suas abordagens e concepções
sobre esse assunto, a metodologia aplicada, bem como o interesse dos autores ao produzirem as
obras selecionadas nessa pesquisa. Para tanto, enfocando a organização das partes das obras de
estudos gramaticais, no que tange ao tema linguístico: função do advérbio, procedemos à seleção,
ordenação, reconstrução e à interpretação do corpus: a obra Syntaxe e construcção da Lingua
Portugueza, de Thomas da Silva Brandão (1888), e a obra Novas Lições de Análise Sintática, de
Adriano da Gama Kury (1984). Constamos que, entre 1888 e 1984, o tratamento dado à função do
advérbio apresentou algumas alterações discutidas nesse trabalho.
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LÍNGUA PORTUGUESA EM SALA DE AULA: TRABALHANDO A CRÔNICA DE
ACORDO COM O PENSAMENTO PEDAGÓGICO DE PAULO FREIRE
Rosemara Arival de Souza – UEA
Jéssyca Bruna dos Santos Pereira – UEA
Nathalie Anne Conceição de Barros – UEA
O presente trabalho surgiu a partir de uma experiência no PIBID (Programa Institucional de Bolsas
de Iniciação à docência) no período de agosto a novembro de 2012. Tendo como principal objetivo:
Analisar as influências do pensamento de Paulo Freire no ensino da Língua Portuguesa,
especificamente no que se refere ao gênero textual crônica. Primeiramente realizou-se uma pesquisa
bibliográfica a respeito das categorias Língua Portuguesa, crônica e o método defendido por Paulo
Freire, posteriormente efetivou-se uma pesquisa–ação ocorrida em uma escola pública estadual, na
qual foram verificadas as dificuldades apresentadas pelos alunos do ensino médio com relação ao
aprendizado dos gêneros textuais. Em função desta problemática, decidiu-se intervir na realidade,
buscando novas formas e metodologias para o desenvolvimento do trabalho pedagógico da Língua
Portuguesa. Com isso, optou-se pela construção de um trabalho utilizando o pensamento deste
renomado e reconhecido teórico Paulo Freire e relacionamos a sua proposta de trabalho que é
pautada no estudo da realidade, na politicidade do ato educativo e na dialogicidade deste ato aos
principais objetivos do estudo da crônica que visam o desenvolvimento da habilidade reflexiva do
aluno, bem como a desenvoltura na produção textual. Percebemos que a partir do diálogo, elemento
constantemente presente nas obras de Paulo Freire, o processo ensino aprendizagem da crônica,
tornou-se muito mais significativo e eficiente.
LITERATURA: REFLEXO DA SOCIEDADE LUDOVICENSE EM JOSÉ CHAGAS
Rosenilde Nogueira dos Santos – FAMA
José Ribamar Neres Costa – PUC
Este trabalho aborda a temática da crítica sociológica dentro das obras Os Azulejos do Tempo, Os
Telhados e Os Canhões do silêncio, do poeta José Chagas, buscando encontrar elementos que
comprovem o sentimento do poeta pela cidade de São Luís, deixando claro que este ao mesmo
tempo em que exalta a Ilha do amor, não esquece que esta apresenta muitos problemas. Assim,
demonstraremos esse sentimento, sua trajetória, e suas obras ao longo das análises feitas nos livros
citados acima, e dessa forma, através do seu próprio texto encontraremos os elementos necessários
para estas comprovações. Utilizando como teoria o livro organizado pelas escritoras Ida Ferreira
Alves e Márcia Manir Miguel Feitosa sobre literatura e paisagem, e assim demonstrando que as
obras de Chagas são o reflexo da cidade de São Luís, pois nelas pudemos encontrar diversas
características, tais como: O descuido com o patrimônio cultural, o antes e depois do desterro, as
zonas de prostituição, além da descrição do tempo, dos telhados e mirantes tão admirados e citados
pelo poeta.
MARCHA DAS VADIAS: FEMINISMO, LIBERTAÇÃO OU REBELDIA?
Manoela de Jesus Santos – UESB/PIBID/Capes
Antonio Jeferson Barreto Xavier – UESB/PIBID/Capes
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Adriana Maria de Abreu Barbosa – UESB/PIBID/Capes
Os últimos cem anos foram marcados por fortes e decisivos embates para a mulher, em especial a
brasileira. Divórcio, voto, emancipação política e aborto estão entre as bandeiras de luta e as
conquistas das mesmas. Apesar de tantas conquistas a luta não para e a cada dia torna-se mais
ferrenha, pois a sua liberdade não é plenamente observada. No entanto, a partir de 2011 a luta
recebeu uma ajuda extra com a criação da Marcha das Vadias, movimento que protesta contra a
crença de que as mulheres que são vítimas de estupro pediram isso devido as suas vestimentas1. E
partindo dessas duas frentes de combate – Marcha das Vadias e o Movimento Feminista (MF) – que
pretendemos mostrar como as ideias defendidas por autoras clássicas do MF são vistas por aqueles.
Ao longo da nossa discussão nos valeremos das respostas do questionário de entrevista que será
aplicado com alunos secundaristas e universitários, bem como de algumas matérias acerca dos dois
movimentos foram publicadas em revistas de circulação nacional. Nas entrevistas procuraremos
realizar uma contraposição entre a teoria feminista e a visão que estes têm da mesma, externando os
equívocos que existentes nos discursos dos entrevistados. Temos como objetivo realizar uma
comparação entre o feminismo e a marcha das vadias, para que possamos externar o que há de
comum nessas duas frentes de batalha dos direitos da mulher e de que maneira essa temática é
apresentada na escola de educação básica – é estudada ou não, e porque - e na universidade. E assim
fundaremos nosso estudo nos livros A mulher independente (2001), de Simone Beauvoir, Ficções do
Feminino (2011), de Adriana Abreu, Elogio da Diferença: o Feminino Emergente (2012), de
Rosiska Darcy de Oliveira e Rosie Marie Muraro.
MATERIAL LINGUÍSTICO PARA O ESTUDO DA FALA DE TEFÉ
Tamyres Menezes de Andrade – UEA/FAPEAM
Germano Ferreira Martins – UEA
Um dos fatores que dificulta a realização de estudos da língua falada é a falta de banco de dados
organizados e representativo das inúmeras comunidades de fala espalhados pelo Brasil. Dessa
forma, volvemos a pesquisa para a cidade de Tefé, uma das cinco mais importantes do Amazonas,
localizada na região do Médio Solimões. Assim, o principal objetivo deste trabalho é estabelecer um
conjunto de dados da língua falada que represente as variações presentes na fala utilizada pelos
tefeenses. Com isso, pesquisadores interessados em análise linguística terão acesso a um material
significativo para a realização de suas pesquisas. O referido corpus compreende mais de 25 horas de
gravação com amostra de fala de tefeenses de diferentes perfis sociais. O corpus produzido é
constituído de amostras de fala naturais do município de Tefé – Amazonas, com a participação de
52 informantes, escolhidos aleatoriamente. No entanto, levouse em consideração o seguinte perfil
social: sexo (masculino e feminino), escolaridade (Ensino Fundamental – 1 a 5 anos de estudo,
Ensino Médio e Nível Superior) e faixa etária (7 – 12 anos, 13 – 19 anos, 20 – 35 anos, 36 – 50 anos
e mais de 50 anos). A pesquisa sociolinguística em estudo nos mostra a importância das expressões
linguísticas utilizadas pelos seres humanos e abre um leque de informações sobre vários assuntos
ligados à sociedade de modo geral. Esse sistêmico conjunto de fala produzida apresenta diferentes
situações nas quais é possível identificar o perfil da fala tefeense. O estudo em questão consolida,
através de conhecimentos próprios e teóricos, a preponderância de se construir um banco de dados
com inúmeras situações da língua falada em uma região. Aqui, percebe-se que delimitamos esta
pesquisa a uma cidade que abriga pessoas de vários níveis sociais, seja financeiro, seja intelectual,
neste caso estamos falando de conhecimentos científicos. Essa mistura entre os indivíduos faz
brotar uma ou várias maneiras de se expressar um mesmo pensamento.
MEMÓRIA TOPONÍMICA DE JUIZ DE FORA: UM ESTUDO DE CASO
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Juliana Campos Schmitt – UFJF
Marcela Batista Martinhão – UFJF
A toponímia tem como um de seus princípios básicos a análise da relação do homem com o meio no
que se refere à designação dos topos. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo apresentar um
estudo etnolinguístico e sócio-histórico da toponímia representada pelos bairros da cidade de Juiz
de Fora/MG, não se limitando apenas aos aspectos linguísticos e etimológicos. Nosso objetivo,
portanto, é investigar a procedência da significação dos nomes dos bairros, levando em
consideração não somente aspectos geo-históricos e socioeconômicos, mas também aspectos
antropolinguísticos que tenham influenciado em suas nomeações. A nossa análise toma como base
as relações de contato linguístico instanciadas em Juiz de Fora/MG durante o século XIX (Cunha
Lacerda, 2009), uma vez que a cidade contou, durante o período, principalmente com a presença de
imigrantes alemães e italianos, com pessoas que antes habitavam a região mineradora e, ainda, com
o maior contingente de escravos de todo o Estado. Para o estudo da toponímia, adotamos o método
dialetológico, utilizado por Dauzat (1926) e as categorias taxonômicas e as conceituações propostas
por Dick (1990). Nossa pesquisa pauta-se, ainda, na coleta, na análise e na tabulação dos dados, na
organização da matéria e na apresentação dos resultados que obtivemos até o momento. Com esta
pesquisa, esperamos contribuir para um conhecimento mais efetivo da história social da língua em
Juiz de Fora/MG.
MEMÓRIA E INVENÇÃO DA INFÂNCIA EM MANOEL DE BARROS
Fernanda Pires de Paula – UFG/CAC/ PIBIC
Antônio Fernandes Júnior – UFG/CAC
Em Manoel de Barros encontra-se uma produção poética muito peculiar e de uma sensibilidade
indizível. O uso extremamente criativo da linguagem favorece a discussão de temas profundos,
emergidos da simplicidade de uma colocação surreal. Sua poesia encarna a infância sem reforçar a
significação pejorativa de ‘infantilização’, sem retirar a importância e o valor que nela se encerram.
Como pontuou Bernardina Leal no texto Leituras da infância na poesia de Manoel de Barros
(2004), a infância tem sido tomada, por diversas áreas de estudo, como o espaço da falta, da
carência, da incompletude, da imperfeição, da necessidade etc.. Portando-se dessa maneira, nos
afastamos da infância enquanto potência criadora da linguagem e da subjetividade. Tal aspecto é
reiterado por Manoel de Barros em toda a sua obra, pois sua produção poética é, frequentemente,
atravessada por uma aproximação com a infância, construindo uma “zona de vizinhança” com o
universo infantil. Ao referirmo-nos à expressão “zona de vizinhança”, dialogamos com Deleuze e
suas reflexões sobre a literatura e o devir-criança na literatura. O devir-criança na linguagem poética
pode ser compreendido como elo com o lúdico, o desejo, o prazer e o espontaneísmo característico
da arte como micropolítica. Por tudo isso, faz-se necessário repensar a conceituação de infância,
retirá-la de um tempo-lugar específico e de uma faixa etária determinada - e depreciada por muitos,
diga-se de passagem – para trazê-la mais próxima de todos, fazendo-a receber assim, o caráter de
ser muito mais que certo tempo na vida de um ser humano para se tornar condição de experiência
continuada, independente do corpo ou da idade que se possua (KOHAN, 2004). Com este intuito, o
estudo da poesia de Manoel de Barros, baseada na teoria do “devir-criança” de Gilles Deleuze e
Walter O. Kohan, configura-se como uma possibilidade de problematizar, discutir e, de certa forma,
responder às diversas questões supracitadas. Para este estudo, faremos uma reflexão sobre a
articulação construída entre a poesia e a infância no livro Memórias Inventadas: a infância.
Acreditamos que o devir-criança funciona como uma estratégia discursiva ligada à poética do autor
em destaque, capaz de aproximar o brincar da criança e o criar do artista, além de chamar a atenção
do leitor para contemplar o mundo de forma desautomatizada e livre.
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MENSAGEM: PORTUGAL EM BANDARRA E PESSOA
Lucca Tartaglia – UFV
Gerson Luiz Roani – UFV
Gonçalo Annes Bandarra, durante a primeira metade do século XVI, compôs inúmeras trovas de
cunho messiânico ligadas ao retorno de Dom Sebastião, o desejado, e ao milenarismo português que
serviriam como base de estudo, três séculos depois, para o “universal-poeta-lusitano” Fernando
António Nogueira Pessoa. Estes estudos serviriam de base para a construção do único livro de
poemas ortônimos publicado em vida, Mensagem. As referencias ao sebastianismo e o processo de
progressão estabelecido no decorrer da obra apontam para o que viria a ser “a hora”, os símbolos se
constroem em compunham entre passado, presente e futuro através de apontamento que se
apresentam ora pelas marcas históricas, ora pela ausência. Este trabalho tem por objetivo
estabelecer uma relação dialógica entre as trovas de Gonçalo Annes Bandarra e os poemas de
Mensagem, a fim de propor uma nova leitura pautada nas coordenadas e interpretações postas em
evidencia pelo próprio Pessoa em suas anotações referentes às profecias e seus desdobramentos na
história do povo lusitano.
METALITERATURA EM “SE UM VIAJANTE NUMA NOITE DE INVERNO”, DE ITALO
CALVINO
João Paulo de Souza Araújo – UFRPE/CNPq
Nilson Pereira de Carvalho – UFRPE
Este trabalho integra a investigação realizada pelo projeto Metaliteratura e suas metáforas, sob
orientação do Prof. Dr. Nilson Pereira de Carvalho (UFRPE), cujo eixo de pesquisa busca a análise
e confrontação de obras literárias com o objetivo de compor um aprofundamento teórico e
classificatório de fenômenos de autorreferenciação literária. Esta análise, em específico, é
assinalada pelo estudo complexo do fenômeno metaliterário no romance Se um viajante numa noite
de inverno (1982), de Italo Calvino. O cotejo da obra foi baseado no dinamismo dos aspectos
literários passíveis de observação no texto, fortalecido pela incorporação teórica do Romance e do
conceito de Literatura. Para este propósito foram utilizados os pressupostos teóricos de Schüler
(1989) e Aguiar e Silva (1974) no tocante à estrutura do romance, de Bernardo (1999) quanto ao
conceito de Literatura, de Calvino (1993) acerca da competência textual de falar por si sem
intermediários, de Cosson (2006) sobre o letramento literário, de Mequior (1974) quanto ao
fenômeno Kitsch, e, de Staiger (1975) com referência a conceituação da poética. Objetivou-se,
portanto, diante do cotejo da obra, a contribuição para uma antologia composta por trechos que
apontam na direção do nosso objeto de estudo, a natureza autorreferencial da Literatura. Conquanto,
os resultados encontrados, baseados nas reflexões acerca da obra, foram considerados em verbetes,
que correspondem a classificação dada à profundidade ou vazão dos artifícios literários separadas
em graus. Vão do grau zero, correspondente à literatura autocentrada ao grau negativo, o qual
imerge na manifestação da “língua” por si só em seu caráter metafórico. Verificamos, portanto, que
a capacidade autorreferencial da literatura em seus produtos foi evidente no romance, porém, os
entremeios travestidos nos artifícios metafóricos e figurativos da linguagem nos levaram a reflexões
mais intrigantes e profundas. Ainda assim, realizou-se uma catalogação de fenômenos e aspectos da
obra, verificando a reincidência ou não quando confrontada com outras obras também analisados.
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Ao criar parâmetros, identificar aspectos e conduzir uma classificação metodológica instaurou-se,
por conseguinte, uma fluência maior do conhecimento a respeito do complexo da Literatura.
MÉTODO PAULO FREIRE, LEITURA DA PALAVRA E LEITURA DO MUNDO: PARA
ALÉM DA PALAVRAÇÃO
Kely Margaret Kobayashi – UNISUZ
Andréia da Silva Pereira – UNISUZ
Esta comunicação é resultado de um Trabalho de Conclusão de Curso, que teve como problema de
pesquisa questionar se o Método Paulo Freire pode ser considerado um método de alfabetização
baseado na palavração. A hipótese é a de que o Método Paulo Freire não pode ser considerado um
método de palavração, pois parte da realidade do educando, buscando unidades de sentido para a
aprendizagem. Para busca de resposta ao problema e da hipótese formulada, a pesquisa realizada
tem como objetivo geral analisar, por meio de pesquisa bibliográfica, se o Método Paulo Freire
pode ser considerado um método de palavração. Os objetivos específicos são: 1) analisar como se
estrutura o Método Paulo Freire, do ponto de vista da língua; 2) pesquisar as relações entre leitura e
escrita na alfabetização proposta por Paulo Freire e; 3) analisar como a expressão ‘ a leitura do
mundo antecede a leitura da palavra’, utilizada por Paulo Freire, evidencia uma concepção de
aprendizagem diferente do método da palavração. Os resultados da pesquisa mostraram que o
método freireano não é uma técnica de alfabetização, mas um método coerente com o
posicionamento teórico filosófico do seu criador, privilegiando a ação e o diálogo no processo de
alfabetização. Nesse sentido, pesquisas sobre o letramento indicam que Paulo Freire pensou uma
concepção de linguagem e alfabetização pautada nos usos sociais da escrita e da leitura aos
educandos, isso ainda na década de 60 do século passado no Brasil. As discussões sobre letramento
surgem, no Brasil a partir de 1980, vinte anos após as primeiras experiências de Paulo Freire com a
educação de adultos e com a elaboração do que se denomina de Método Paulo Freire, o que torna o
educador brasileiro uma das referências para os estudos sobre o processo alfabetizador.
METODOLOGIA DE ENSINO DO PORTUGUÊS POR MEIO DOS GENEROS CHARGE
E REPORTAGEM
Juliana Dionildo dos Santos – UFG
O presente trabalho é uma pesquisa-ação em desenvolvimento, fruto de atividades da disciplina de
Estágio do Português da FL/UFG. A partir de observações realizadas nas primeiras etapas do
estágio, percebemos uma lacuna na formação dos alunos no que se refere às atividades de leitura e
produção de textos. A partir dessa realidade, nos questionamos se essa limitação poderia ser
superada por meio de atividades de leitura que fizessem uso dos gêneros charge e reportagem.
Elaboramos, então, uma proposta cujo objetivo é investigar, desenvolver e aplicar métodos práticos
para o ensino desses dois gêneros textuais, abordando temáticas próximas do cotidiano dos alunos.
O embasamento teórico da pesquisa são os PCN’s e OCN, e os pressupostos da Linguística textual,
Koch (2009), e da Análise do Discurso, Bakhtin (2003), a fim de mostrar a importância dos estudos
dos gêneros textuais, a relação entre mundo e linguagem, o dito e o não-dito e as ideologias.
Objetivamos aplicar exemplos práticos através de meios de comunicação para se estudar gêneros,
bem como identificar nesses gêneros estratégias de linguagem, tomando por base as condições
sócio-históricas e ideológicas de produção, para levar o aluno a desenvolver habilidades de escrita,
leitura, fala, escuta e compreensão. Nesse sentido, esta pesquisa tem o propósito de investigar como
a linguagem é utilizada em diferentes contextos sociais; entender como se dá a interpretação e a
compreensão que se estabelece entre a linguagem escrita e a não escrita; e, através disso, criar um
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caminho para o aluno compreender melhor como se estabelece essa relação. Além disso, ao propor
trabalhos didáticos com gêneros textuais charges e reportagens, a presente pesquisa objetiva
desenvolver atividades de compreensão e produção textual, na intenção de desenvolver propostas
que capacitem o aluno a refletir sobre o uso da linguagem nos textos, a fim de melhorar as possíveis
deficiências na escrita, fala e, principalmente na interpretação de textos. Desse modo, nossa
proposta procura estudar, propor e aplicar métodos de práticas de ensino com o fito de subsidiar
professores e alunos do Ensino Médio da escola-campo CEPAE, onde serão desenvolvidas as
práticas de estágio. As habilidades linguísticas que pretendemos explorar em nossa intervenção são
relevantes, sobretudo ao público-alvo, estudantes que estão se preparando para o exame de
vestibular, uma avaliação que exige dos alunos habilidades de interpretação, análise e produção de
textos.
MÉTODOS DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL
Lucas Alves Costa – UFG
Israel Elias Trindade – UFG
A Educação Profissional constitui-se com suas peculiaridades na sociedade brasileira, que vem se
configurando no decorrer da história do país. A partir de recentes dispositivos legais e políticas
públicas federais, nota-se a fomentação do processo de ampliação e expansão de tal modalidade de
ensino. Frente tal realidade, os objetivos da educação são adequados para atender necessidades do
mundo do trabalho, logo visa metodologias de ensino que atenda a formação de profissionais
competentes em sua área de atuação. Considera-se essa modalidade de ensino pautada em
concepções de educação e formação de sujeitos jovens ou adultos que estejam engajados no
desenvolvimento de mão de obra do país. Essa modalidade de educação pauta-se no
desenvolvimento de habilidades e competências exigidas na atuação profissional. Observa-se que
no âmbito da educação profissional o ensino de língua portuguesa tem recebido total atenção das
instituições, pois procuram formar profissionais que saibam atuar com e pela linguagem além do
conhecimento técnico. O ensino de língua portuguesa na educação profissional ganha variadas
denominações, mas todas tem um mesmo foco: “instrumentalizar” o estudante de conhecimentos
que possibilitem usar a língua com competência na atuação profissional. Nessa vertente, esse
trabalho propõese discutir, arrolar e analisar diferentes métodos de ensino de língua portuguesa no
âmbito da educação profissional. Partindo sempre da concepção de língua que emerge de cada
método já utilizado em situações reais de ensino-aprendizagem, verifica-se qual método ou métodos
mais atende aos objetivos da educação para o mundo do trabalho. Considerando de extrema
importância social discutir tal pressuposto, pois se pretende preencher uma lacuna existente sobre a
inserção do ensino de língua portuguesa e método de ensino específico para atender os objetivos
dessa educação, assim munindo formação docente para esse “novo” patamar e campo de atuação e
pesquisas.
MODALIDADE DO VERBO “PODER” EM TEXTOS ESCRITOS DE ALUNOS DO
ENSINO FUNDAMENTAL DE BARRA DO GARÇAS-MT: MULTIFUNCIONALIDADE E
CONTEXTO
Evandro Fonseca Gonçalves – UFMT
Lennie Aryete Dias Pereira Bertoque – UFMT
O objetivo desse trabalho é analisar os vários usos do verbo modal “poder” em produções textuais
de estudantes do Ensino Fundamental do terceiro e quarto ciclos. Esse trabalho é de cunho
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funcionalista, fundamentado em autores como Givón (1995), Neves (1996, 2000) e Ilari et. al.
(2008). Os dados estão sendo coletados numa escola pública da cidade Barra do Garças-MT. No
processo de análise, ressaltam-se os sentidos que o modal “poder” assume no enunciado,
considerando: i) os possíveis efeitos de sentido; ii) a multifuncionalidade (relação forma-função) do
verbo; iii) o contexto da atividade comunicativa; iv) os participantes do discurso. A classificação do
verbo “poder”, proposta neste trabalho, se baseia em Neves (2000), considerando-se, portanto, a
noção de possibilidade e de necessidade, ligada aos valores de permissão, obrigação e habilidade,
que se refere à modalidade deôntica; e a atitude do falante em relação ao enunciado, a expressão de
valores de probabilidade, a possibilidade e necessidade, que se refere à modalidade epistêmica. A
atribuição de valores (sentidos) distintos aos modais acontece porque a modalidade está na atitude
assumida pelo locutor para atingir metas comunicativas (mesmo que não sejam atingidas, conforme
o locutor propusera). A variação do uso dos modais dá um caráter polissêmico a esses verbos,
conduzindo a hipótese de que a multifuncionalidade do verbo “poder” será interpretada pelos
usuários da língua, funcionando como mecanismo/ferramenta para a apreensão e construção de
sentidos, mediante o contexto de seu uso na dinâmica da atividade comunicativa.
NARRATIVIDADE, MITO E IMAGINÁRIO NOS FILMES PUBLICITÁRIOS DA NISSAN
E DA WOLKS: PERSPECTIVA DA ECOLINGUÍSTICA
Ludmila Pereira de Almeida – NELIN/PIVIC-CNPq/FL-UFG
Elza Kioko Nakayama Nenoki do Couto – NELIN/FL-UFG
O filme publicitário está presente no cotidiano, como sendo parte de uma paisagem midiática de
linguagem audiovisual, se caracterizando como um discurso sincrético, a fim de naturalizar o real,
tendo o sentido de torná-lo verossímil. Portanto, o corpus de nosso trabalho será constituído por
dois filmes publicitários das empresas Nissan e Wolkswagem, nas quais denominam-se
respectivamente de Nissan LEAF: Polar Bear (2010) e Pensando bem (2005), ambas são
propagandas de carros ecologicamente corretos . A hipótese do presente trabalho é a de que o
discurso do filme publicitário de empresas estrangeiras utiliza uma linguagem que não busca a
nacionalização de seu tema ou de suas figuras, ao contrário, este assume, no nível da expressão, um
caráter internacional e, no conteúdo, um caráter universal, pois exploram o mítico com as questões
ambientais. Com isso, nosso objetivo geral é estudar como o narrador publicitário utiliza o código
verbal, visual e o mito para dar pertinência discursiva e narrativa a seus processos de manipulação
persuasiva. Para isso, nos apoiaremos nos conceitos da Ecolinguística, caracterizada por Fill (1996)
como necessária devido à falta de adequação ecológica dos sistemas de comunicação humanos,
partindo do princípio de que a língua não é um sistema independente e sim parte integrante de um
grande; O mito será abordado nesse trabalho segundo Gilbert Durand (2001) que o vê como um
sistema dinâmico de símbolos, arquétipos e esquemas que tende a se estruturar em narrativa e por
isso, quando analisando, o mito expõe uma estrutura ou um grupo de estruturas que serve de estudo
de ideologia, visões de mundo e terminologias de uma sociedade. Consideraremos também as
reflexões de Algirdas J. Greimas para nos auxiliar a pensar sobre a noção de narratividade, e
segundo ele, a narratividade é a forma de estruturar o pensamento, de articular sentido num texto.
Portanto, o filme publicitário é constituído de manifestações simbólicas que permeiam todo o
sentido do texto, além de possuir um discurso ecológico que tem como finalidade principal o capital
do vendedor e não necessariamente a preservação da natureza. Logo, temos o Imaginário de uma
sociedade que valoriza mais o ter do que ser, por isso, manipula e articula seu enunciado de maneira
apropriada, ideologicamente, para persuadir seu interlocutor.
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NEOLOGISMO: A CRIAÇÃO DE NOVAS PALAVRAS SOB A INFLUÊNCIA DOS
ANUNCIOS PUBLICITÁRIOS
Adriana Sousa de Alcântara – UEMA
Propõe-se nesse trabalho uma observação a respeito de novas palavras que surgem e são usadas
constantemente entre os falantes, lançadas num determinado meio social, onde algumas resistem e
são inseridas no nosso vocabulário, enquanto que outras saem de uso com o tempo. Percebemos
essa dinâmica de criação em anúncios publicitários por serem campos coletivos da atenção de uma
sociedade, que se tornam cada vez mais recorrentes para a construção dos discursos persuasivos,
serão analisadas as estruturas das palavras e o impacto que estas promovem ao texto. Para tanto, a
preferência dessas palavras é principal na criação da mensagem que compõe um anúncio
publicitário, quando utilizadas de forma bem criativa, podem despertar a atenção do consumidor por
meio de recursos expressivos que chamem a atenção. Tais criações têm muita importância no
processo persuasivo, pois tornam a composição diferenciada e marcante e imprimem uma definição
única à mensagem levando a se destacar frente à concorrência. A mídia faz uso frequente desses
recursos da língua para atender sua necessidade de atingir o público desejado, para vender um
produto, anunciar uma marca, divulgar um serviço ou conquistar a atenção do consumidor. Por
meio da propaganda podem ser inseridas novas palavras na sociedade de consumo, seja num
momento específico ou permanentemente. Sendo assim, este trabalho visa analisar a introdução dos
neologismos nesses anúncios. O interesse é exibir, analisar e interpretar o uso da criação neológica,
ou seja, serão meditadas as estruturas das palavras e o impacto que estas promovem, perante a
apresentação das mensagens publicitárias.
NEOLOGISMO CONCEITUAL: UMA ANÁLISE A PARTIR DO FACEBOOK
Daniely Karen Matias Alves – IFGO
Rosemeire de Souza Pinheiro T. Silva – IFGO/UFG/CAC
Ao considerar que hoje, a cibercultura além de ser um dos mecanismos de influências e mudanças
sociais, linguísticas e culturais, também funciona como um espaço interacional em que as pessoas
se representam, se reafirmam e se comunicam de forma espontânea e descontraída, livres da
obrigação em “ter que se expressar” ou de “ter que escrever”, todavia, funciona como um
entretenimento. Assim, o presente trabalho pretende analisar as mensagens e textos postados na rede
social Facebook, utilizado por alunos do Ensino Médio de uma Instituição Federal no interior de
Goiás, como por diversos outros jovens e adultos no mundo todo; pois neste espaço, as pessoas
interagem, expressão seus sentimentos, vontades, angústias, desejos e valores. E a partir de suas
produções textuais, estes se servem conscientemente e/ou inconsciente de um léxico e de uma
gramática própria, que tudo é permitido: abreviações, empréstimos, criações de novas palavras e
atribuições de novos sentidos as palavras existentes. Na busca por uma maior expressividade e
individualidade, muitos jovens optam pela construção de neologismos, seja na invenção de novas
palavras ou formulação de novos sentidos de vocábulos já existentes. Com isso, busca-se neste
contexto, verificar se os termos usados nas mensagens aportam o sentido denotativo ou se recebem
uma nova conotação. Assim, busca-se responder às seguintes perguntas: Os jovens usam palavras
que não possuem os sentidos dicionarizados? A inserção dos neologismos no contexto comunicativo
revela o sentido desejado pelo emissor? Os falantes envolvidos na comunicação mostram um
domínio dos neologismos? Este trabalho buscará responder estas indagações por meio da seleção de
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mensagens e textos da referida rede social a partir de um marco temporal, baseando-se em um
estudo bibliográfico de literaturas lexiculturais, a partir de Lyons (1987), Sapir (1969), Coelho
(2006 e 2008), Vilela (1995), Biderman (2001), Basílio (2005), Ilari (2005) e Houaiss (2001) entre
outros. Aportado na Linguística Lexical, este trabalho busca mostrar que a cada dia, os jovens
buscam uma maior expressividade, e por nem sempre encontrarem nas palavras existentes a carga
semântica desejada, se servem de palavras já existente ou oriundas de novas construções
acrescentando novos sentidos, os quais são aceitos e compreendidos no contexto comunicativo
pelos falantes.
NO CORAÇÃO DA LINGUAGEM: UM ESTUDO ACERCA DA METÁFORA SEGUNDO A
VISÃO COGNITIVISTA
Bruna Falcone Zauza – UFV
Aparecida de Araújo Oliveira – UFV
Por muito tempo tem-se pensado na metáfora apenas como recurso estilístico, como figura de
linguagem geralmente associada à Literatura e à imaginação poética. Essa visão, totalmente
tradicionalista, coloca esse recurso, ainda, como elemento distanciado da fala comum, portanto, não
próprio do cotidiano de indivíduos ordinários. Porém, à luz dessa gramática tida como Tradicional,
como explicar usos tão recorrentes na linguagem falada humana, como em Meu coração está
partido ou São Paulo é o coração financeiro do Brasil? Adotando posturas referentes à Linguística
Cognitiva, Lakoff e Johnson (2002), na obra intitulada Metáforas da Vida Cotidiana, propõem que
as metáforas fazem parte do diaa- dia das pessoas. Segundo os autores, muito mais que recurso
natural da língua, essa figura de linguagem transpassa as fronteiras do imaginativo e literário,
podendo ser situada como recurso comum da cognição humana e que reflete na linguagem, no
pensamento e nas ações de cada indivíduo. Posto isso, este trabalho partiu da discussão acerca da
validade da visão Tradicional e procurou, além de tentar mostrar que metáforas estão estreitamente
ligadas à percepção, às experiências físicas e culturais dos indivíduos, ratificar a visão cognitivista,
através de análises de sentenças. Em virtude dessa proposta, fez-se a coleta de amostras do
vocábulo coração empregadas em enunciados do português falado contidas no Corpus Brasileiro©¹,
coordenado pelo Professor Tony Berber Sardinha e, como retorno, teve-se um total de 2.365
ocorrências, as quais 212 referiam-se ao uso denotativo e 2.153 ao uso do termo coração usado de
forma metafórica. Usos em sentidos literais (coração como órgão de um corpo) não entraram na
análise, em função de não se adequarem às propostas do trabalho.
NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA: UMA DISCUSSÃO
SOBRE O USO DAS NOVAS REGRAS DE HIFENIZAÇÃO
Gabriela Prado de Oliveira – FACALE/UFGD
Rafael Praciel Costa – FACALE/UFGD
Rute Izabel Simões Conceição – FACALE/UFGD
Este trabalho tem como objetivo apresentar e discutir os resultados de uma investigação a respeito
do domínio das regras de uso do hífen previstas no Novo Acordo Ortográfico de 1990 (que entrou
em vigor no Brasil em janeiro de 2009), entre os países cuja língua oficial é o português, para a
reformulação das regras ortográficas da Língua Portuguesa. Os dados foram gerados a partir da
aplicação de um questionário diagnóstico a respeito do uso do hífen, segundo as regras previstas na
Nota Explicativa do Novo Acordo, por alunos do terceiro ano do curso de graduação em Letras da
Universidade Federal da Grande Dourados. Foram analisadas 475 palavras referentes ao uso do
hífen. O critério de escolha das palavras previstas na coleta de dados se formou a partir de
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minicursos sobre a nova ortografia ministrados para três públicos diferentes durante o anos de 2011
e 2012: acadêmicos da graduação, alunos do primeiro ano do ensino médio público e o corpo
docente/administrativo de uma escola pública de nível fundamental, respectivamente em três
momentos diferentes. Tomamos como referencial teórico a legislação que normatiza as regras
previstas no Novo Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa de 1990, bem como materiais
explicativos do Acordo em que são apresentados adendos às novas regras, dando ênfase à proposta
de reformulação das regras de hifenização. Os resultados da investigação evidenciam que 43% dos
sujeitos investigados não têm domínio das novas regras.
O ALINHAMENTO INTERPESSOAL-MORFOSSINTÁTICO: FATORES PRAGMÁTICOS
NO ALÇAMENTO DE SUJEITO A SUJEITO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Gustavo da Silva Andrade – PIBIC/IBILCE
Sebastião Carlos Leite Gonçalves – CNPq/UNESP
Na descrição sintática, semântica e pragmática da subordinação oracional, Noonan (2007) identifica
o fenômeno de alçamento como a ocorrência de constituinte argumental de um predicado encaixado
que contrai relações morfossintáticas com um predicado matriz, levando à redução da oração
subordinada. Tal fenômeno permite identificar nas línguas, em geral, diferentes tipos de alçamento
de constituintes argumentais, dos quais elegemos para estudo os casos de alçamento de sujeito a
sujeito, exemplificados por (i) “o namoro é difícil pra andá(r) pra frente né?”, em que o
constituinte o namoro ocorre na posição sintática de é difícil, mas é claramente argumento sujeito
do predicado andar. Procuramos demonstrar que esses casos de alçamento encontram sua
motivação pragmática na topicalidade do constituinte alçado, que, ao ocupar a posição de sujeito de
uma oração matriz, típica de informação dada, assume também a função discursiva de tópico dado
(PONTES, 1987). Ao lado dessa interpretação, demonstraremos, pelo modelo da Gramática
Discursivo Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008), o descompasso entre a função
semântica (de nível representacional) do constituinte alçado e a função sintática (de nível
morfossintático) que ele passa a exercer na construção com alçamento, o que significa que há um
alinhamento direto do nível interpessoal para o nível morfossintático, motivado pela função
pragmática de tópico (de nível interpessoal) atribuída ao constituinte alçado. Por meio da ocorrência
“o namoro é difícil pra andá(r) pra frente né?”, observamos que, no nível morfossintático, o SN
(em negrito) é sujeito da oração matriz é difícil, mas, no nível representacional, é paciente do
predicado encaixado andar. Esse não alinhamento entre funções do nível representacional e do
nível morfossintático deve-se à função pragmática de tópico do SN, atribuída no nível interpessoal
da linguagem, por se tratar de informação dada/conhecida no discurso. Utilizamos, como base
empírica para o estudo do alçamento, amostras do português falado no interior paulista pertencentes
ao banco de dados IBORUNA, o que nos permitirá descrever, analisar e comparar os diferentes
padrões de alçamento ocorrentes em português. (Apoio: PIBIC/UNESP-Processo 119767/2012-0).
O ATO DE CONTAR HISTÓRIAS: UMA ESTRATÉGIA PARA A FORMAÇÃO DO
LEITOR
Rafaela Marques dos Santos – UEFS/PIBEX
Heloísa Barretto Borges – UEFS
O presente trabalho tem por principal objetivo relatar as experiências das práticas de leitura e
contação de história desenvolvidas por meio dos Círculos de Leitura em uma turma do 4° ano do
Ensino Fundamental da Escola Rosa Aparecida em Feira de Santana/BA. As atividades de extensão
são desenvolvidas a partir do Plano de Trabalho intitulado “O ato de contar histórias: uma estratégia
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para a formação do leitor”, vinculado ao Projeto: “Leitura Itinerante: Uma alternativa para a
mobilização do leitor”, com financiamento do Edital Pibex ligado ao Núcleo de Leitura Multimeios
da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana). O Plano de Trabalho busca envolver os
alunos num universo de textos literários variados, por meio do Círculo de Leitura e Contação de
Historias, visando à formação de leitores autônomos e criativos. A intenção, assim, é criar
possibilidades de dinamizar a produção textual a partir das leituras feitas, ora por meio de desenhos
e colagens, ora por meio da compreensão escrita. Nesse sentido, foi importante dialogar com os
alunos sobre sua leitura, isto é, sobre o sentido que ele atribui ao texto, representando-o por meio de
paisagem, imagens, coisas, idéias, situações reais ou imaginárias. A contação de histórias aconteceu
uma vez por semana em sala de aula na referida turma, durando em média 40 a 50 minutos. Na
contação foram utilizados textos literários, sendo que a leitura era feita em voz alta por um leitorguia (Bolsista), oportunizando discussões posteriores. As atividades foram realizadas durante dois
semestres consecutivos e, no decorrer desse tempo, notei que a cada encontro o gosto por ouvir e ler
histórias se intensificava nos alunos. Percebi a receptividade com a qual era recebida em cada novo
encontro, além da ansiedade e curiosidade dos alunos por saber qual seria a nova história. A
interação das crianças com as histórias que eu apresentava aumentava a cada oficina realizada. As
discussões acerca dos assuntos trazidos se tornaram cada vez mais produtivas, visto que os alunos
se sentiam menos intimidados para expor suas opiniões sobre os assuntos, os personagens e suas
posturas. Quanto às produções posteriores às leituras, foram feitas majoritariamente atividades de
confecção de cartazes, dramatizações e também atividades de produção escrita. Durante a realização
do Plano, houve um significativo envolvimento da comunidade escolar, bem como a sensibilização
para a leitura literária.
O CAMPO SEMÂNTICO DO VERBO QUEBRAR: UMA PERSPECTIVA DIACRÔNICA
BASEADA EM CORPUS
Juliely Veiga Gomes – UFV
Vanessa Freitas Silva – UFV
Denise de Souza Assis – UFV
Jussara do Nascimento Mauro Batista – UFV
Aparecida de Araújo Oliveira – UFV
A partir da teoria de campos semânticos, tornou-se possível conhecer um pouco mais sobre os
diferentes contextos e situações em que uma determinada palavra pode ser utilizada pelos falantes.
O objetivo geral deste trabalho é proceder a uma análise diacrônica do campo semântico do verbo
quebrar, isto é, analisar os diferentes contextos em que ele pode aparecer, tomando como base sua
ocorrência em usos atestados no Corpus do Português, organizado por Mark Davies. Diante da
enorme quantidade de ocorrências do verbo estudado, optou-se por realizar a análise do verbo
quebrar somente nos séculos XVII, XVIII, XIX e XX e, portanto, trabalhou-se com o total de 3286
ocorrências do lexema quebrar. Em decorrência da análise realizada, percebeu-se que o campo
semântico do verbo quebrar sofreu alterações com o passar do tempo, e, como exemplo, pode-se
citar o fato de o verbete “cometer infração contra; infringir, violar, transgredir” ter sido utilizado
em menor quantidade no século XX, apesar de ter ocorrido com grande frequência no século XVII.
Isso mostra que um determinado contexto pode ser muito recorrente em uma época, mas pode
passar a ser pouco ou menos utilizado em outro período ou vice-versa. Um campo semântico pode
ser representado por um termo que o generalize. Assim, acredita-se que o verbete “reduzir (-se) a
pedaços; fragmentar (-se), despedaçar (-se), romper (-se)” é o que melhor exerce essa função, pois
ele ocorre em todos os séculos analisados e, além disso, ocorre em maior quantidade nos séculos
estudados. Porém os verbetes pôr termo a ou chegar a termo, acabar, interromper, cortar, desfazer(se), dissipar(-se) e dividir(-se) em partes, partir(-se), romper(-se), fraturar(-se) também merecem
destaque. A partir da análise, observou-se que, no século XIX, houve o surgimento de dois novos
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significados, de caráter abstrato, para o verbo quebrar, que permaneceram até o século XX: ajudar
e pensar muito. Além disso, encontrou-se, no século XX, um novo contexto, que está relacionado
com o fato de uma pessoa se dar mal em alguma coisa, para o verbo quebrar. Contudo, não foi
localizado, no dicionário utilizado neste trabalho, nenhum verbete do verbo estudado que apresente
relação com este novo sentido adquirido.
O CLINE DE MUDANÇA DO VERBO “CHEGAR” NA PERSPECTIVA DA
GRAMATICALIZAÇÃO DAS CONSTRUÇÕES
Vânia Gomes de Almeida – UFJF
Michele Cristina Ramos Gomes – UFJF
Patrícia Fabiane Amaral da Cunha Lacerda – UFJF
O presente trabalho consiste em um recorte de uma ampla pesquisa intitulada “Abordagem
construcionista na gramaticalização: emergência de novos padrões construcionais no português
brasileiro” – a qual é coordenada pela Profa. Patrícia Fabiane Amaral da Cunha Lacerda na
Universidade Federal de Juiz de Fora – e tem como objetivos descrever os níveis de
gramaticalidade do verbo “chegar” e mapear os padrões construcionais referentes a esse verbo na
língua portuguesa. Buscamos, nesse sentido, evidenciar como a instanciação dos diferentes usos de
“chegar” revelam um processo de expansão semântico-pragmático no qual se observa o cline de
mudança [- subjetivo] > [+ subjetivo]. Consideramos, além disso, que o verbo “chegar” envolve o
cline [+locativo] > [-locativo]. Como aporte teórico, assumimos a perspectiva da gramaticalização
de construções (TRAUGOTT, 2003, 2008a, 2008b, 2009, 2012), uma vez que partimos do princípio
de que as construções seriam as unidades básicas da língua, instanciadas a partir do pareamento
entre forma e sentido, e consideramos que a emergência de novos padrões construcionais se daria
através do tempo e dos falantes. Também, neste trabalho, adotamos a perspectiva de
gramaticalização como processo de (inter)subjetivização (TRAUGOTT,1995, 2010; TRAUGOTT
& DASHER, 2005), que considera que o estabelecimento de novos padrões construcionais está
intimamente relacionado à instanciação de construções gramaticalmente identificáveis que
sinalizam as crenças e atitudes dos falantes. No caso das construções com o verbo “chegar”,
trabalhamos com a hipótese de que os significados caminhariam em uma direção crescente de
orientação para os falantes, passando a expressar um sentido cada vez mais abstrato. A fim de
cumprir os objetivos estabelecidos neste trabalho, realizamos um extenso levantamento de dados
em três corpora sincrônicos, a saber: o corpus do “Projeto Mineirês”, o corpus do projeto “PEUL”
e o corpus do projeto “NURC/RJ. Como acreditamos, o levantamento sistemático da frequência de
uso (BYBEE, 2003; VITRAL, 2006; MARTELOTTA, 2010) pode atuar como um subsídio
importante para verificar os níveis de gramaticalidade de novos padrões construcionais na língua. A
partir deste trabalho, esperamos contribuir para um conhecimento mais efetivo acerca da
gramaticalização de construções com verbo “chegar” no português brasileiro.
O CORPO DISCIPLINADO PELA MÍDIA: O CORPO QUE VESTE
Maria de Lourdes Faria dos Santos Paniago – UFG
Ellen Kelúbia Gonçalves Silva – UFG
O objetivo deste trabalho é investigar as práticas de subjetivação exercidas pela mídia na tentativa
de fabricar um determinado tipo de corpo masculino, ou seja, se estudará a construção do sujeito
nas malhas da mídia, principalmente no que se refere à relação do corpo masculino com a moda.
Baseamo-nos nos pressupostos de Michel Foucault, de que o corpo é dispositivo de poder e
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materialidade discursiva nas construções de subjetividade. Como recorte para este trabalho
escolhemos a propaganda da Lupo da revista Men`s Health – pg 35 nº 32, dezembro de 2008.
O DESENVOLVIMENTO CONTEMPORÂNEO DA PRODUÇÃO LITERÁRIA AFRICANA
DE LÍNGUA PORTUGUESA
Clecio Marques dos Santos – UFMA
A Literatura é parte integrante da cultura de um povo. Por meio dela, consegue-se apreender
elementos de suma importância que são constitutivos da história, das artes, da língua do grupo
social que a produz. Em síntese, a literatura permite a seu leitor compreender melhor a realidade do
sistema social que nela e por ela é refletido. Levando-se em consideração essa realidade, este
trabalho, recorte de uma pesquisa mais ampla sobre língua, literatura e cultura, focaliza um
importante elo entre a Europa, a América e a África, por meio do qual a literatura se constrói – a
língua portuguesa. Objetiva-se, pois, traçar um paralelo entre as literaturas contemporâneas
brasileira, portuguesa e africana, a partir de 1960 até atualidade. Além disso, busca-se examinar o
que há de semelhante entre essas literaturas e o que singulariza a literatura africana atual, muito
embora esta ainda sofra influências das literaturas brasileira e portuguesa. É importante ressaltar
que a divulgação dessa literatura abre um importante caminho para que o Brasil retome seus laços
com as culturas africanas e também para que se conheça uma literatura que revela a preciosidade
expressiva da língua portuguesa.
“O DIÁLOGO CULTURAL NOS LIVROS DIDÁTICOS DE ESPANHOL: UMA
PRESENÇA MARCANTE?”
Eulálio Marques Borges – UFV
Neste trabalho, apresentamos resultados iniciais da pesquisa intitulada “O diálogo cultural nos
livros didáticos de espanhol: uma presença marcante?”, realizada na Universidade Federal de
Viçosa-MG, por um grupo de alunos da graduação coordenados pela professora Joziane Assis. A
pesquisa está inserida no âmbito da Linguística Aplicada e se relaciona aos debates sobre o ensino
de espanhol no Brasil, que passaram a ter maior visibilidade nos últimos anos, como consequência,
principalmente, da promulgação da Lei 11.161, de 5 de agosto de 2005, cujo teor aponta para a
obrigatoriedade da oferta do ensino dessa língua nas escolas brasileiras de nível médio. Nosso
interesse por essa investigação se justifica pelo protagonismo que vem ganhando o espanhol nos
últimos anos. Aproveitar este momento de crescimento do interesse pela língua no Brasil para
promovê-la de forma a garantir a qualidade de seu ensino nos parece ser uma tarefa imprescindível.
Este trabalho tem como objetivo descobrir se os livros didáticos mais utilizados na 1ª série do
ensino médio das escolas de Minas Gerais contemplam a abordagem intercultural, considerada por
nós como uma proposta coerente com a formação cidadã a que visa o ensino médio. Assim, o
ensino de espanhol na escola não se pautaria somente em assuntos gramaticais, mas principalmente
em estabelecer relações culturais entre o mundo hispânico e o Brasil. Para a construção da base
teórica de nossa pesquisa, utilizamos os estudos de Mendes (2004, 2010) sobre a abordagem
intercultural. A pesquisa é qualitativa, de caráter documental e descritivo. Para sua realização, foram
feitos encontros semanais de estudos sobre cultura e interculturalidade. Posteriormente, passamos
para a fase de análise dos livros nas duas categorias estudadas até o momento: a concepção das
diferenças culturais e a presença ou não de diálogo cultural entre os universos hispânico e brasileiro.
Levando-se em conta que este trabalho traz apenas a primeira parte de nossa pesquisa, ainda não há
como tirar conclusões quanto à pergunta inicial: “O diálogo cultural nos livros didáticos de
espanhol: uma presença marcante?”. Entretanto, de acordo com os primeiros dados analisados,
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verificamos a presença de materiais culturalmente sensíveis e de conteúdo cultural brasileiro.
Seguiremos analisando ainda três outras categorias: a concepção de língua, a concepção do (s)
sujeito (s) nativo (s) da língua e a concepção do aprendiz brasileiro de espanhol. De posse de todos
os estudos, poderemos apresentar nossas conclusões finais da pesquisa e possíveis implicações
pedagógicas para o ensino de espanhol nas escolas brasileiras.
O ENSINO DE LITERATURA AFRO-BRASILEIRA NA ESCOLA
Cleidiane Queiróz da Silva – PIBID/CUA/UFMT
Heide Cristina Costa Silva. – PIBID/UFMT/CUA
Gilvone Furtado Miguel – UFMT
Este trabalho tem como objetivo analisar o modo como o ensino da literatura afrobrasileira vem
sendo desenvolvido na escola. Fundamentamo-nos, sobretudo, na Lei 10639/2003 que determina o
ensino da literatura e da história afro-brasileira no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Para
analisar essa aplicação, optamos por uma pesquisa de campo na Escola Estadual Antônio Cristino
Côrtes, escola onde o PIBID atua. Entrevistamos professores e estudantes acerca do tema e
promovemos uma aula, por meio de slides e vídeos sobre o assunto. As perguntas da entrevista
foram elaboradas para que docentes e discentes refletissem sobre a proposta e para que pudéssemos
levantar algumas considerações sobre esse processo na escola. Fizemos indagações sobre
preconceito, racismo, cotas para negros, comidas típicas, vestimentas, religião, entre outros aspectos
da cultura africana. Por meio da entrevista e da análise do livro didático adotado, procuramos,
também, verificar as medidas adotadas pelo Governo quanto à desvalorização dessa cultura nas
escolas. Após coletados e analisados os dados da pesquisa, pudemos chegar à conclusão de que
ainda falta muito para que a escola trabalhe, significativamente, o ensino da literatura afrobrasileira, pois, grande parte da comunidade escolar não demonstra interesse pelo assunto e, quando
questionados, muitos mostram total desconhecimento sobre o tema. Infelizmente, isso comprova
nossa hipótese: a maior parte da comunidade escolar está despreparada para lidar com um assunto
de extrema importância e desmotivados a explorar uma cultura que, embora tão rica e importante, é
pouco valorizada. Essa pesquisa nos auxiliou no desenvolvimento das atividades que realizamos
como bolsistas PIBID, fazendo-nos conhecer melhor o ambiente da escola que atuamos para
conduzirmos nossa aplicação didática, considerando as lacunas quanto ao ensino da literatura e da
história afrobrasileira, o que nos levou a apresentar propostas que abordam o assunto para despertar
o interesse nos discentes e nos docentes.
O ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS: DESAFIOS E POTENCIAIS
RELACIONADOS AO ENSINO DE LÍNGUA E CULTURA EM CONTEXTO DE
IMERSÃO
Rosângela Pereira de Souza – UFSCar
Nelson Viana – UFSCar
Com a crescente demanda pela aprendizagem do português como língua estrangeira, amplia-se
também a demanda em relação à formação profissional, à elaboração de materiais (didáticos,
paradidáticos, referenciais), e ao desenvolvimento de procedimentos e estratégias de ensino e
avaliação, entre outros elementos, o que – consequentemente – amplia a demanda por reflexões
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críticas e investigações que contribuam para um contínuo e necessário processo de consolidação da
área. Neste trabalho, focalizamos aspectos relacionados a desafios do processo de formação (em
ação) inicial de professores, sob uma perspectiva de auto-reflexão, explorando fatores envolvendo
planejamento de aulas, elaboração de materiais/atividades e procedimentos pedagógicos que, em
resposta a expectativas e demandas de aprendizes estrangeiros em situação de imersão em contexto
acadêmico/universitário no Brasil, explorem a relação intrínseca entre língua e cultura (Kramsch,
1993, 1998; Almeida Filho, 2003, entre outros) e permitam, assim, aliar estudos da língua
portuguesa, em suas variáveis escrita e falada, a dimensões culturais dos contextos de uso, ou seja,
cursos que explorem a interface língua portuguesa/aspectos da cultura brasileira, referida no
singular, mas entendida e focalizada em sua multidimensionalidade, o que inclui aspectos culturais
do cotidiano e aspectos relacionados a produtos culturais (literatura, música, cinema). Para ilustrar
elementos do processo de formação do professor e da prática pedagógica nesse contexto, serão
apresentadas e discutidas amostras de atividades, procedimentos e recursos, com apontamento de
alguns resultados verificados no desenvolvimento da competência comunicativa dos aprendizes.
O ESTUDO DO GÊNERO ROMANCE-FOLHETIM: NUANCES LINGUÍSTICAS E
PRÁTICAS EM SALA DE AULA
Gabryella Fraga de Oliveira – UFRPE
Rose Mary do Nascimento Fraga – UFRPE
Este trabalho tem por objetivo a realização, de forma sucinta, do estudo do gênero romancefolhetim. Visa apresentar a estrutura do gênero e o contexto sócio-histórico no qual a sociedade
leitora da época estava inserida, observando as características linguísticas contidas nos textos e suas
mudanças no decorrer do tempo, abordando também, experiências tidas em sala de aula com a
prática da leitura do Romance-folhetim. O novo gênero era um produto da imprensa da era
industrial. Os romances vinham publicados de forma fracionada nas reedições diárias dos jornais,
tradicionalmente no rodapé da primeira página. Este espaço fora criado como um “valetudo” para a
publicação de receitas, crônicas, contos, histórias de monstros etc. Era, portanto, um espaço
reservado para o divertimento. Nas palavras de Meyer (1996, p. 57), o folhetim “tinha uma
finalidade precisa: era um espaço vazio destinado ao entretenimento”. O romance-folhetim foi uma
febre nacional que impulsionou muitos dos nossos grandes autores a utilizarem esse espaço como
forma de publicação das suas obras e projeção de seus nomes entre o público e a crítica, tinha como
seu suporte o jornal, esse tratava geralmente de temas, ligados à administração e ao comércio,
voltados, portanto, para membros das elites. Com a chegada do folhetim, essa configuração mudou,
pois por meio dele a imprensa buscava atingir um público mais amplo, como mulheres, donas de
casa e outros leitores comuns, de modo a expandir sua distribuição e aumentar as vendas das folhas.
O aparecimento do folhetim estava intimamente ligado à expansão da leitura literária para a
chamada pequena burguesia, que não podia comprar livros, mas lia jornais (TINHORÃO, 1994).
Baseando-se nesse contexto, o trabalho foi estruturado em torno de três seções. Na primeira,
buscou-se mostrar um rápido panorama do surgimento dos romances-folhetins, contemplando sua
estrutura e a chegada deles ao Brasil, mostrando o contexto no qual sua sociedade estava inserida e,
através disso, os principais temas abordados. Na segunda, averiguouse um romance-folhetim que
foi publicado em Pernambuco e os aspectos que ele trazia como reflexo da sociedade. Na terceira e
última seção, buscou-se aproximar esse gênero da sala de aula, usando-o de forma empírica para
despertar o interesse dos alunos na leitura e até mesmo na produção desses romances-folhetins.
Tivemos como base de estudo um corpus de dez exemplares do jornal Pequeno, no qual buscamos o
romance “A emparedada da rua nova” de Carneiro Vilela, analisados em sala de aula juntamente
com os alunos.
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O FENÔMENO DA ORDEM NAS NOTICIAS RELATIVAS À FAIXA DE GAZA:
COMPARANDO OS JORNAIS EL PAÍS E O POPULAR
Alline Couto da Silva – UFG
Kelly Dayane Xavier da Costa – UFG
Talles José Dias – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Esta proposta de apresentação de pôster diz respeito à pesquisa relativa à ordem narrativa em
notícias sobre a guerra na Faixa de Gaza, zona fronteiriça entre a Palestina e Israel, palco de
grandes conflitos políticos e religiosos. O objetivo é comparar a versão de um mesmo fato noticioso
publicado no jornal El País, da Espanha, com a do jornal O Popular, do Brasil, Goiânia, Goiás. A
hipótese é a de que o redator irá eleger um padrão SVOADJ ou VSO, por exemplo. E,
considerando-se que as línguas portuguesa e espanhola têm uma origem românica, são descendentes
do latim, procura-se saber neste estudo se os textos jornalísticos nessas línguas reproduzem o
mesmo padrão de ordem reconhecido como prototípico da fala cotidiana. Sendo assim, objetiva-se
distinguir padrões de ordem recorrentes a partir da analise das orações que constituem os textos,
verificando se esses usos estão correlacionados a aspectos sócio-discursivos da constituição textual,
ou seja, verificar os fatores relativos às condições de produção desses textos, como o momento
histórico, público alvo, grau de formalidade, gênero, interculturalidade, ideologias políticas, estilo
etc.
O FENÔMENO DA ORDEM NAS VERSÕES TRADUZIDAS DA OBRA CHAPEUZINHO
VERMELHO
Alline Silva Rodrigues – UFG
Eliethe Santos – UFG
Patrícia Santana dos Santos – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Esta proposta de apresentação de pôster diz respeito ao trabalho que pretende investigar o padrão de
ordem recorrente na versão traduzida ao português da obra francesa Le Petit Chaperon Rouge, de
Charles Perrault (1697). O trabalho também visa à análise da ordem sentencial de duas de suas
versões adaptadas, também já traduzidas: a alemã, chamada Rotkäppchen, dos Irmãos Grimm
(1812), e a italiana, La Finta Nonna, de Italo Calvino (1954). O pressuposto é o de que a ordem,
mais que um fenômeno gramatical, sistêmico, diz respeito às escolhas estruturais feitas pelos
usuários da língua portuguesa e, nestes casos, pelos tradutores para a língua portuguesa, para
produzirem determinados efeitos de sentido. Logo, considerando-se que o momento histórico é
relevante para a determinação dos padrões de ordem nas produções textuais em geral, interessa
verificar até que ponto essas traduções refletem uma configuração estrutural relativa à época de sua
produção. Para tanto, definimos o que é o fenômeno da ordem, enumeramos e exemplificamos as
várias possibilidades de ordenamento das sentenças na língua portuguesa e, finalmente,
identificamos os casos mais recorrentes encontrados nas obras-objeto de nossa pesquisa.
O FENÔMENO DA ORDEM NO DESENHO ANIMADO SPONGE BOB
Aida Graça de Fátima Rafael – UFG
Jorge Henrique Oliveira Araújo – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
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Esta proposta de apresentação de pôster diz respeito ao trabalho que pretende investigar o padrão de
ordem recorrente em quatro episódios do desenho animado “Sponge Bob”, a partir de uma
perspectiva funcionalista da linguagem, que concebe a linguagem como atividade social e a
gramática como um sistema a serviço dos usos efetivos da língua. Em nosso trabalho, serão
analisados os episódios Something Smells, Bossy Boots, Your Shoe’s Untied e Squid’s Day Off
(história original do inglês) traduzidos para o português como Está cheirando alguma coisa, Nas
Botas do Chefe, Sapatos Desamarrados e O Dia de Folga do Lula Molusco, respectivamente. Os
objetivos da pesquisa estão voltados para a investigação dos padrões de ordem que são usados para
alcançar o seu público alvo, a saber, o público infantil. A hipótese de pesquisa envolve a presunção
da ordem direta devido à baixa faixa etária desse público. Faremos um estudo contrastivo para
analisar se há variação na ordem correlacionada aos idiomas envolvidos na pesquisa, e os efeitos de
sentido que essa possível variação produz no texto.
O FENÔMENO DA ORDEM NO PRIMEIRO LIVRO DA SÉRIE THE SONGS OF ICE AND
FIRE – GAME OF THRONES
Herick Rodrigues Araújo – UFG
Laryssa Paulino de Queiroz Sousa – UFG
Ronaldo Adriano Linhares de Matos – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Esta proposta de apresentação de pôster está relacionada ao trabalho que pretende investigar o
padrão de ordem recorrente no primeiro livro da Série “The Songs of Ice and Fire”, a partir de uma
perspectiva funcionalista da linguagem, que concebe a linguagem como atividade social e a
gramática como um sistema a serviço dos usos efetivos da língua. Em nosso trabalho, serão
analisados os livros: Game of Thrones (original do inglês); e Jogo dos Tronos (versão do
português). Os objetivos da pesquisa estão voltados para a investigação dos padrões de ordem
visíveis nos livros mencionados, de modo a comparar em que medida o sentido do texto é alterado
em função de sua tradução. Na análise quantitativa, serão computadas as ocorrências dos padrões de
ordem possíveis de ser distintos nas línguas e visíveis nos textos analisados, a fim de se perceber os
padrões mais recorrentes. Na análise qualitativa, tais padrões serão correlacionados aos fatores
sócio-discursivos relativos às condições de produção dos textos e aos efeitos de sentido que a
escolha por esses padrões ajuda a produzir. A base bibliográfica está em Neves (1997, 2006, 2010),
Pezatti; Camacho (1997), entre outros.
O FIM DO MUNDO - A ORDEM SENTENCIAL EM NOTÍCIAS DIVULGADAS PELO
SITE TERRA NO BRASIL, NA ESPANHA E EM ALGUNS PAÍSES DA AMÉRICA DO SUL
Lilian de Oliveira Leite Silva – UFG
Michelle Martins de Oliveira – UFG
Naiman Soares dos Santos – UFG
Silvia Caroline dos Santos – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Esta proposta de pôster espera investigar os padrões de ordem recorrentes em notícias encontradas
em páginas do Site Terra. Pretende-se analisar o espanhol escrito na Espanha, e em países da
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América do Sul, como a Argentina, Chile e Venezuela, além de identificar as diferenças do padrão
de ordem do espanhol, em suas variedades latinas e europeia, em relação ao português. Para realizar
a análise foram selecionadas notícias sobre “O fim do mundo”, publicadas no período de
01/12/2012 a 07/12/2012. A pesquisa parte de uma perspectiva funcionalista da linguagem, que
concebe a linguagem como atividade social e a gramática como um sistema a serviço dos usos
efetivos da língua. O objetivo é distinguir padrões de ordem recorrentes a partir da análise das
orações que constituem os textos. Parte-se do pressuposto de que o padrão de ordem sentencial está
correlacionado a aspectos sócio-discursivo da constituição textual, ou seja, está vinculado a fatores
relativos às condições de produção desses textos, como interculturalidade, ideologias religiosas,
mito, crença, grau de formalidade e estilo.
O FRAME AULA DE PORTUGUÊS SOB A PERSPECTIVA DISCENTE
Davidson dos Santos – UFJF/PIBIC/ CNPq
Vanessa Maria Ramos Lopes – UFJF/Provoque
Amanda Cristina Testa Siqueira – UFJF/PPG
Luciene Fernandes Loures – UFJF/PPG
Neusa Salim Miranda – UFJF/PPG
Este trabalho associa-se ao projeto “Ensino de Língua Portuguesa – da formação docente à sala de
aula” (FAPEMIG-APQ-01864-12), cujo objetivo é investigar (i) os indicadores das práticas
pedagógicas de sucesso e fracasso no Ensino de Língua Portuguesa, buscando equacionar a relação
entre Clima Escolar e Aprendizagem (Subprojetos I – três dissertações de mestrado) e (ii) o
processo de profissionalização de docentes em Letras na UFJF e, em especial, em Língua
Portuguesa (Subprojeto II – tese de doutorado). Tal pesquisa integra-se ao PPGLinguística da UFJF
sob a linha de pesquisa Linguística e Ensino e à FrameNet Brasil (http://www.framenetbr.ufjf.br/),
em sua linha de pesquisa Frames e Cidadania. Dois dos projetos dissertativos em andamento
(LOURES, 2011-2013; SIQUEIRA, 2011-2013), sob a perspectiva do discurso discente, têm como
cenário investigativo 20% das escolas estaduais com educação básica completa da cidade de Juiz de
Fora - MG, com diferentes graus de risco social e de desempenho de acordo com as avaliações
estaduais. O instrumento investigativo, respondido por 354 alunos (9° ano do Ensino Fundamental e
2° ano de Ensino Médio) foi estruturado em duas partes: a primeira, semiaberta, contempla o perfil
sociocultural dos sujeitos pesquisados e a segunda compreende relatos sobre suas vivências mais
marcantes (positivas ou negativas) como estudantes de Português. Temse como escopo teórico a
Linguística Cognitiva (Lakoff & Johnson, 1999; Lakoff, 1987; Fauconnier & Turner, 2002;
Fillmore, 1968, 1977, 1979; Salomão, 1999, 2006; Croft & Cruse, 2004; Miranda & Salomão,
2009), em especial a Semântica de Frames, fornecendo-nos a categoria analítica central – o
conceito de frame (Fillmore, 1982; Petruck, 1996; Gawron, 2008; Ruppenhofer et. al., 2010). A
proposta metodológica une processos qualificativos e quantitativos. Na presente etapa, constituída a
base de dados (transcrição e etiquetação do corpus), ferramentas eletrônicas, como o Word Smith
Tools, têm sido usadas para verificação da frequência dos frames que emergem das sequências
discursivas. Integrando este macroprojeto, os bolsistas de Iniciação Científica vêm atuando, junto
aos mestrandos, na busca de estratégias mais eficientes de identificação, anotação e análise de
frames. Três perfis servem como macrocategorias de organização dos frames: o perfil do aluno, o
perfil do professor e da disciplina. A respeito do primeiro (LOURES), resultados preliminares
começam a apontar, a presença dos frames de Incapacidade, Dificuldade, Sucesso_ou_Fracasso e
Tentativa, evidenciando um autorretrato marcado pela baixa autoestima. Para um exercício
hermenêutico melhor fundado sobre tais perfis, será evocado um conjunto de fundamentos
multidisciplinares (Linguística Aplicada, Sociologia, Psicologia Social, Educação, Antropologia
Evolucionista).
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O HOMEM QUE MATOU “DEUS”: CAIM DE JOSÉ SARAMAGO
Kleiton Ribeiro de Araujo – UFT
Maria Perla Araújo Morais – UFT
Escreveremos sobre o romance Caim de José Saramago, que reconta as histórias iniciais do Velho
Testamento, mudando as características particulares dos personagens e atribuindo-lhes uma
mentalidade diferente da tradicional. Caim passa de renegado pela historia a personagem central do
romance. O personagem Caim através de suas “inexplicáveis” viagens no tempo percorre as
histórias do Velho Testamento como voz da contestação crítica dos fatos. O autor chega a ser
irônico em algumas partes, e atribui sentimentos mais profundos dos seres humanos ao “deus”
existente na sua história, e faz uma desconstrução das figuras celestes, os anjos são tomados por
sentimentos tipicamente dos seres humanos, sentimentos de natureza erótica e de raiva entre
outros.e acaba por levantar alguns questionamentos sobre o agir de “deus” durante a narrativa,
sobretudo em relação ao episodio de Sodoma e Gomorra,em que “deus” destruir todos os habitantes
dessas cidades por causa das suas transgressões. O autor também faz uso de uma linguagem
erotizada em algumas partes da narrativa transpassando o limite da ética moral da escrita e se utiliza
de humor irônico para reescrever alguns acontecimentos do Velho Testamento, descaracterizando
tais acontecimentos é os tornando risível perante as situações em que se desenvolvem ao longo do
romance.
O JORNAL SUBSIDIANDO O GÊNERO CARTA DE REIVINDICAÇÃO (SOLICITAÇÃO)
EM UMA SALA DE AULA DA PRIMEIRA FASE DO ENSINO FUNDAMENTAL
Henrique Catito de Sá Teles – UFG
Telma Maria Santos de Faria Mota – Cepae/UFG
Este trabalho tem por objetivo socializar uma experiência de ensino de língua materna com base no
gênero discursivo carta (Bazerman, 2006), sendo subsidiada pelo uso do jornal, principalmente o
jornal online. Leva em conta o pensamento de alguns autores, entre eles Soares (1999) que afirma
que alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis; que não dá para estancá-las, o
ideal seria alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da
leitura e da escrita através dos gêneros discursivos e não de forma mecânica, fragmentada e
repetitiva (Braggio, 2005) . Este trabalho tem como principal fonte o aporte teórico bakhtiniano de
gênero discursivo (1997) e de alguns autores que revisitaram sua teoria. Também apropria-se da
sugestão quanto ao uso de enunciados reais em sala de aula Geraldi (1997), porque eles são
constituídos de sentido para o aluno. Ainda leva em consideração seus apontamentos quanto à
audiência para usar a escrita em sua prática letrada de circulação social, ou seja, em situações reias
de aprendizagem, porque o aluno precisa ter o que dizer, para quem dizer e como dizer,
estabelecendo a cadeia interlocutiva. Neste sentido, o aluno estará exercendo sua cidadania, como
aponta Antunes ( 2009 ), que as atividades de língua necessitam ser comunicativas e funcionais.
Portanto defende-se o uso do gênero como atividade social, para que a escola esteja
verdadeiramente na vida dos alunos e assim a escrita ser uma realidade autêntica de efeito de
sentidos e não apenas como um jogo de faz de conta. Por isso a escolha do gênero carta para que o
discurso se concretize como prática social e que as refacções tenham objetivo.
O LIRISMO DE CAMÕES NO EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO
Clarissa Navarro Conceição Lima – UFTM
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Carlos Francisco De Morais – UFTM
Em Camões, como nas obras renascentistas, vê-se o uso da razão e da ciência na natureza e na
existência humana. A mitologia se torna mais uma vez presente nas referências da arte, em geral;
vê-se o amor ideal, platônico, espiritual e o culto da beleza clássica, perfeita e harmônica. A
linguagem dos renascentistas, o que se pode notar em Camões, é objetiva e clara, dada a ciência que
estava em voga na época. O antropocentrismo também foi característica deste período, conceito que
se voltava contra as ideias medievais do teocentrismo. Neste período, então, temos a ciência e o
homem em destaque e não tanto a religião e Deus, apesar de que Portugal permanecia
extremamente católico. Estas características também vão deixar marcas na literatura camoniana. O
presente artigo tem como objetivo discutir e analisar o lirismo no episódio de Inês de Castro, da
obra Os Lusíadas, de Camões. O grande poema épico conta a viagem de Vasco da Gama a caminho
das Índias. Dentro desta grande história, temos o episódio lírico de Inês de Castro nas estrofes 118 a
135 do canto III. Este lirismo acarreta interiorização, recursos expressivos e conhecimento interior
dos homens. Camões trabalha com a palavra e com a linguagem de forma exímia. A parte lírica do
poeta português é de grande expressividade, levando, logo, o leitor a se emocionar com a
subjetividade de seus versos. O poeta Renascentista traz a presença fundamental da mitologia e do
amor platônico. O trabalho pretende revelar o lirismo nas imagens referentes a Inês de Castro e
discorrer sobre os recursos da língua que apoiam na expressão deste lirismo. A metodologia
utilizada se baseia em António José Saraiva, Óscar Lopes e Carlos Reis, estudiosos da teoria da
literatura e da literatura portuguesa.
O NOME DA LÍNGUA DO BRASIL: UMA QUESTÃO POLEMICA
Almir Santos Oliveira – UESB
Genival santos Maia – UESB
Izabel Silveira – UESB
Baseado em alguns estudiosos e pesquisas, norteado no interior da Bahia surgem algumas dúvidas
que já ressaltadas antes por alguns estudiosos em nosso país, “que língua falamos: português ou o
brasileiro” nossos estudos defende a língua brasileiro com uma língua originada no país Brasil no
início do século XVI com a junção de alguns portugueses com o nativos (indígenas) e
posteriormente com os africanos, daí por diante deu-se o português falado no Brasil, acredita-se que
os falantes da língua portuguesa criam o neologismo por necessidade de novas palavras no léxico
portanto, partido desse pressuposto acredita se que esses neologismo já que é criado no Brasil temos
como exemplos essas palavras que é considerando até então como nativa do Brasil, portanto não
poderíamos dizer que essa palavra cuja nova tenha origem portuguesa, com base nesse pressuposto
justificamos a língua que se fala no Brasil como brasileira, percebe-se também algumas divergência
entre a língua do Brasil e a de Portugal, as maiores diferenças entre as língua são encontradas no
tocante do léxico, na pronuncia, e principalmente no nível de sintaxe.
O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: UMA PADRONIZAÇÃO NA MODALIDADE
ESCRITA DA LÍNGUA
Glaucileny Lopes – UFPA
Luciana Magno Lopes – UFPA
Paloma Medeiros de Farias – UFPA
Este trabalho tem como tema O novo acordo ortográfico: Uma padronização na modalidade escrita
da língua. O objetivo principal é explicitar as principais mudanças ocorridas e suas formas de uso
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em relação ao caso do hífen e dos acentos diferenciais, além de outros aspectos, visando com isso
perceber quais foram as mudanças instituídas com o novo acordo ortográfico da língua portuguesa.
A pesquisa fundamenta-se nos estudos de BECHARA (2009) HOUAIIS (2009) e MARTINS (1997)
sobre o uso em vigor das novas regras ortográficas. O estudo aborda ainda questões sobre a
importância da unificação ortográfica dos países lusófonos como forma de intercâmbio de aspectos
sociais, linguísticos, históricos e culturais da língua portuguesa, ressaltando que, o intuito de
expansão do português como um idioma político, cultural, e científico frente ao mundo
contemporâneo promoveria um maior prestígio da língua de Cabral. Pois falar de ortografia é
provocar acirradas polêmicas, não só em relação ao modo de falar e escrever determinada língua,
mais também na maneira como esse idioma se constitui e transita pelo universo de significados.
O ONOMA E SUA RELAÇÃO COM A INTERDISCIPLINARIDADE NOS PARÂMETROS
CURRICULARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE GEOGRAFIA: UM ESTUDO COM
FOCO NA TOPONÍMIA
Verônica Ramalho Nunes – UFT
Karylleila dos Santos Andrade – UFT
Toponímia é uma disciplina que se dedica ao estudo dos nomes dos lugares (municípios, cidades,
vilas, estados), e é norteada pela função onomástica. Em sua formação, um topônimo recebe
influências internas e externas que podem ser únicas ou combinadas (simples, composto, híbrido).
Essas influências podem vir das condições geográficas, históricas, culturais, sociais, etimológicas,
semânticas, linguísticas ou taxionômicas. Não se pode pensar a toponímia desvinculada de outras
ciências: “é uma disciplina que se volta para a História, a Geografia, a Linguística, a Antropologia,
a Psicologia Social e, até mesmo, à Zoologia, à Botânica, à Arqueologia, de acordo com a formação
intelectual do pesquisador” (DICK, 1992, II). A proposta deste trabalho vincula-se ao estudo da
toponímia aplicada ao ensino, mais particularmente no contexto do ensino da Geografia,
considerando a teoria da interdisciplinaridade, que caracterizase pela colaboração existente entre
disciplinas, uma intensa reciprocidade nas trocas, visando um enriquecimento mútuo. A
interdisciplinaridade é vista como o ponto de encontro entre o movimento de renovação da atitude
frente aos problemas de ensino e pesquisa e aceleração do conhecimento científico. Quando falamos
em interdisciplinaridade, estamos de algum modo nos referindo a uma espécie de interação entre as
disciplinas ou áreas do saber. Neste estudo, propõe-se uma inter-relação entre os conhecimentos,
articulando-os e interagindo as informações que circulam pelas diferentes áreas do saber. Entendese que o saber toponímico articula saberes geográficos, históricos, biológicos, antropológicos, além,
dos saberes linguísticos. Em particular, para este estudo, a Geografia se apropria do estudo da
toponímia na tentativa de compreender a nomeação do lugar a partir de uma dimensão ontológica,
tendo em vista os aspectos de dominação territorial, o contexto etimológico, o surgimento e a
cristalização da identidade e a significação atribuída ao lugar. Para realizar essa discussão,
utilizaremos como subsídios teórico-metodológicos, no campo da Toponímia, os trabalhos de Dick
(2004, 1999, 1990) e Andrade (2010), e os estudos de Fazenda (1993), (2001) e (2009) e Morin
(1990), no campo da interdisciplinaridade.
O PADRÃO DE ORDEM EM QUADRINHOS DA TURMA DA MÔNICA: UM ESTUDO
CONTRASTIVO ENVOLVENDO PORTUGUÊS, ESPANHOL E INGLÊS
Cleia Borges Gomes – UFG
Maria de Fátima da Silva – UFG
Samanta Lima de Oliveira – UFG
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Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Esta proposta de pôster diz respeito ao projeto de pesquisa relativo ao estudo da ordem da fala dos
integrantes da Turma da Mônica, a partir de uma análise contrastiva entre o Português, o Espanhol e
o Inglês. O pressuposto é o de que a ordem, mais que um fenômeno gramatical, sistêmico, diz
respeito às escolhas dos usuários da língua para produzirem determinados efeitos de sentido. Logo,
eleger um padrão como SVOADJ ou VSOADJ, por exemplo, está relacionado ao que se quer dizer.
O objetivo geral é, portanto, verificar nos diálogos presentes em dois episódios de cada revista, nas
línguas específicas quais os padrões de ordem recorrentes e a sua funcionalidade para a realização
dos propósitos comunicativos. Em termos mais específicos, verificar se esses padrões se repetem
independentemente da língua, ou se, ao contrário, são alterados, restando saber a que aspectos
contextuais estão relacionados. Este trabalho se justifica porque o desenho animado é uma
ferramenta ideológica de referência no entretenimento voltado para o público infantil. Logo, para
atingir este público, presume-se que predomina estruturas de organizações na ordem direta SVO.
O PADRÃO DE ORDEM NAS TRADUÇÕES PARA O PORTUGUES EUROPEU E
BRASILEIRO DO POEMA “O CORVO” DE EDGAR ALLAN POE
Lino Tiago da Cunha Araujo – UFG
Camila de Souza Calaça – UFG
Simião Mendes Júnior – UFG
Tales José Dias – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Esta proposta de apresentação de pôster diz respeito ao trabalho que pretende investigar o padrão de
ordem no poema “O corvo”, de Edgar Allan Poe, marco da literatura ocidental , publicado em
janeiro de 1845 no jornal “Evening Mirror”, e suas traduções para o português europeu, feita por
Fernando Pessoa, e para o português brasileiro, feita por Machado de Assis, a partir de uma
perspectiva funcionalista da linguagem que a concebe como atividade social a serviço dos usos
efetivos da língua. Em nosso trabalho analisaremos as respectivas traduções, levando em
consideração as possíveis alterações na ordem sintática original e os efeitos de sentido produzidos
em cada tradução, demonstrando em que medida as versões européia e brasileira da obra preservam
o padrão de origem desse clássico universal. Distinguiremos os padrões de ordem recorrentes a
partir da analise das orações que constituem os versos do poema e verificando se esse padrão
recorrente está correlacionado a aspectos socio-discursivo da constituição textual, levando em
consideração os fatores relativos as condições da produção do poema, o estilo do autor, entre outros.
O PODER DA LINGUAGEM EM “VIDAS SECAS”
Lucas Ribeiro Correia – UFBA/MEC
João Pedro Matos – UFBA /MEC
Sandra Carneiro de Oliveira – UFBA
Neste artigo busca-se refletir sobre como a língua exerce influência nas relações interpessoais e
sociais e sobre o poder da linguagem na vida cotidiana a partir de observações de trechos da obra
literária “Vidas Secas”. A metodologia utilizada será a análise da linguagem empregada pelas
personagens no contexto da historia, a base teórica que é utilizada provem de artigos e livros dos
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autores Marcos Bagno e Stella Maris Bortoni-Ricardo. Essas observações serão feitas a partir do
livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, especificamente a partir da análise do capítulo 3, intitulado
“A Cadeia”, que apresenta uma passagem narrada na cidade, envolvendo os personagens Fabiano e
o Soldado Amarelo. A presente obra literária nasce na segunda fase do Modernismo trazendo uma
critica mais realista a problemas comuns do sertão como a seca, a opressão sobre o homem do
campo e a miséria tanto física como psicológica. É por meio dos personagens presentes na história
que se pode perceber como a linguagem empregada pelos mesmos reflete comportamentos, indica
características indenitárias e exerce relações de poder. Com isso, o leitor poderá perceber que a
língua não é apenas um meio de garantir uma convivência harmoniosa em sociedade, mas uma
ferramenta a serviço dos falantes, carregada de poder e representativa da diversidade cultural.
O ROMANCE DE 1930 EM JUBIABÁ, DE JUBIABÁ
Nayara Carolina Soares Branco - UFV
Joelma Siqueira Santana - UFV
No artigo “A revolução de 1930 e a cultura”, o crítico e historiador da literatura brasileira Antonio
Candido (2003, p.182) considerou que os anos 1930 “foram de engajamento político, religioso e
social no campo da cultura”. Mesmo os artistas que não se definiam explicitamente ou não tinham
uma consciência desse fato, “manifestaram na sua obra esse tipo de inserção ideológica, que dá
contorno especial à fisionomia do período”. A evidente preocupação social presente na produção
cultural do período fez com que, com certa frequência, historiadores do romance brasileiro
considerassem a década de 1930 como a década do romance social regionalista. Recentemente,
porém, Luís Bueno (2006), autor de Uma história do romance de 30, visando sanar esse equívoco,
não só demonstrou a variedade de produção do romance brasileiro daquela década como também
discutiu sua importância para a produção ficcional posterior. O presente trabalho tem por objetivo
realizar uma análise do romance Jubiabá (1935), de Jorge Amado, levando em consideração a
discussão dos três tempos do romance de 1930 empreendida por Luís Bueno e discutir a figuração
do proletário na narrativa tendo em vista também a proposta do escritor Jorge Amado para a
construção do romance social. Para tanto, será necessário empreender um estudo sistemático sobre a
narrativa moderna, a fortuna crítica da obra de Jorge Amado, os escritos deste autor sobre literatura
e textos importantes a respeito do contexto históricocultural do Brasil de 1930.
O REPERTÓRIO DO BEST- SELLER A MÃO DE FÁTIMA:
IDENTIDADE E SEXUALIDADE
Kelly Cristina Fonseca – UFG
Antonio Corbacho Quintela – UFG
O intuito deste pôster é analisar como o romance histórico espanhol A mão de Fátima, que resgata a
conflituosa relação entre os cristãos e os muçulmanos na Península Ibérica, se tornou um bestseller. Para entender o sucesso da obra no mercado literário foi necessário analisar o conceito
repertório segundo a Teoria dos Polissistemas. Em relação a esse repertório, foram observados os
ingredientes temáticos vinculados ao orientalismo. A pesquisa ressalta a identidade híbrida do
protagonista do romance e as paixões que o marcam. Neste trabalho é, portanto, estudado, através
das ações do protagonista, o tratamento narrativo do amor e da sexualidade a respeito da vida
privada da comunidade cristã e da comunidade muçulmana na Espanha do séc. XVI com vistas a
compreender um dos motivos que desembocaram na conversão do romance em um best-seller.
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O ROMANCE DE 1930 EM JUBIABÁ, DE JORGE AMADO
Nayara Carolina Soares Branco – UFV
Joelma Siqueira Santana – UFV
No artigo “A revolução de 1930 e a cultura”, o crítico e historiador da literatura brasileira Antonio
Candido (2003, p.182) considerou que os anos 1930 “foram de engajamento político, religioso e
social no campo da cultura”. Mesmo os artistas que não se definiam explicitamente ou não tinham
uma consciência desse fato, “manifestaram na sua obra esse tipo de inserção ideológica, que dá
contorno especial à fisionomia do período”. A evidente preocupação social presente na produção
cultural do período fez com que, com certa frequência, historiadores do romance brasileiro
considerassem a década de 1930 como a década do romance social regionalista. Recentemente,
porém, Luís Bueno (2006), autor de Uma história do romance de 30, visando sanar esse equívoco,
não só demonstrou a variedade de produção do romance brasileiro daquela década como também
discutiu sua importância para a produção ficcional posterior. O presente trabalho tem por objetivo
realizar uma análise do romance Jubiabá (1935), de Jorge Amado, levando em consideração a
discussão dos três tempos do romance de 1930 empreendida por Luís Bueno e discutir a figuração
do proletário na narrativa tendo em vista também a proposta do escritor Jorge Amado para a
construção do romance social. Para tanto, será necessário empreender um estudo sistemático sobre a
narrativa moderna, a fortuna crítica da obra de Jorge Amado, os escritos deste autor sobre literatura
e textos importantes a respeito do contexto históricocultural do Brasil de 1930.
O TEATRO COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA O TRABALHO COM A
ORALIDADE
Joselene Ribeiro Pereira – UFMT/CUA
Eloisa de Oliveira Lima – UFMT/CUA
O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma atividade desenvolvida pelo projeto de
extensão “A Universidade na Escola” da Universidade Federal de Mato Grosso, desenvolvido na
Escola Estadual de 1º grau José Ângelo dos Santos no município de Barra do Garças - MT, no
período de março a dezembro de 2012, com 11 (onze) estudantes do 6º ao 9º ano, que apresentam
baixo índice de aprendizagem e com alunos enturmados. Esse projeto foi desenvolvido por quatro
voluntárias e uma bolsista, que trabalharam oficinas com diversas temáticas no intuito de contribuir
para que os alunos alcançassem um melhor índice de aproveitamento escolar. Esse trabalho visa
relatar a experiência da oficina de teatro ministrada por uma das bolsistas com o objetivo de
aproveitar o teatro como instrumento para se desenvolver a oralidade. As aulas de teatro tiveram
início com oito alunos, e a proposta foi trabalhar a comunicação, a leitura, ensaios de expressão
corporal, dramatização, dicção, dança, música, entre outras atividades. Essas são atividades
pedagógicas, agregam valores éticos e se tornam ferramentas eficazes de abordagem para diversos
temas discutidos na escola. Além disso, trata-se de um meio para o incentivo ao hábito e ao prazer
da leitura e, ainda, como estimulo ao desenvolvimento criativo do educando. Assim, era esperado
que os estudantes tivessem uma melhoria na prática de leitura, na conversação, na socialização, na
oralidade de forma geral, contribuindo, para seu desempenho escolar e social. Ao final, pôde-se
notar que os objetivos foram alcançados, pois os estudantes apresentaram grandes avanços, não
apenas em sua comunicação, mas em sua postura e em seu comportamento na escola.
O TEMPO EM LIMITE BRANCO, DE CAIO FERNANDO ABREU
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Maiara Moreira Andraschko – UFG
Renata Rocha Ribeiro – UFG
Limite branco (1971), romance inaugural do escritor Caio Fernando Abreu, é caracterizado como
“de formação”, visto que trata da configuração da personagem Maurício. Além disso, Maurício é
apontado pela crítica como um possível alterego do autor, já que ambos escrevem aos 19 anos. A
trajetória de Maurício parte da infância, passando pela adolescência até a indicação da vida adulta.
Percebe-se, tanto na estrutura quanto na configuração da personagem central, um descompasso
temporal. Ao fim do primeiro capítulo, intitulado “Tempo de Silêncio”, há um parêntese, um corte
temporal, que só será retomado no último capítulo, culminando, portanto, com o desfecho da
narrativa. Entremeando esta inicial estrutura parentética, os capítulos que seguem são alternados,
ora apresentados em analepses (flashbacks) em terceira pessoa sobre a infância da personagem
Maurício, ora escritos em entradas de diário pelo próprio personagem adolescente, correspondendo
ao tempo presente da narrativa. A continuidade do tempo da história dá-se pela demarcação
cronológica presente na introdução dos diários iniciados no terceiro capítulo no dia 15 de maio, e
escritos em sequência havendo uma pausa somente entre os dias 23 e 28 de maio (data do último
diário), período no qual a mãe morre. Tem-se, pois, que estruturalmente o tempo da história (enredo
em ordem cronológica) e o tempo do discurso (como os acontecimentos são apresentados), como
definidos por Benedito Nunes (2008) em O Tempo na Narrativa, caminham alternadamente a partir
do primeiro capítulo e tornam a se encontrar no capítulo XVI “A Volta”, volta esta que tem duplo
sentido, pois além do reencontro dos tempos passado e presente, há o retorno dos familiares que
marcaram a infância de Maurício e moram em cidades diferentes. Assim como há um descompasso
do tempo na estrutura vê-se, também na configuração interna da personagem, um desencontro entre
os tempos cronológico e o psicológico, causado principalmente pela solidão, angústia, conflitos
internos e perdas familiares que acompanham as transições etárias vividas por Maurício. Para além
das anacronias, há uma correspondência entre a passagem do tempo e mudanças espaciais: a
infância na fazenda na cidade fictícia de Passo da Guanxuma, a adolescência na cidade
intermediária de Porto Alegre (indicada apenas pela referência ao Gasômetro), e a vida adulta,
trazida pela morte da mãe, no Rio de Janeiro.
O USO DE OPERADORES ARGUMENTATIVOS E DE MARCADORES DE
REFORMULAÇÃO PARAFRÁSTICO EM O MANIFESTO DOS PIONEIROS DA
EDUCAÇÃO NOVA
Eliel de Queiroz – UFG
Leosmar Aparecido da Silva – UFG
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova é um importante instrumento documental na história
dos movimentos políticos paraeducacionais brasileiros. Confeccionado em 1932, o documento faz
um aporte panorâmico do cenário educacional brasileiro, cobra mudanças estruturais e políticas e
propõe um caminho para a reconstrução das políticas públicas educacionais brasileiras – em pleno
regime populista do então presidente Getúlio Vargas. Entender o processo argumentativo e as
marcas linguísticas de reformulação parafrástica presentes no manifesto compete carga veritas para
se compreender a macrotextualidade do documento e os efeitos de sentido produzidos por tais
marcas. A concepção de texto como unidade lógica, dotado de sentidos, processo/produto social,
histórico e ideológico justifica a necessidade de se estudar o arranjo dos operadores argumentativos
e dos marcadores de reformulação nas sentenças. Assim, pronomes, advérbios, conjunções,
locuções adjetivas, adverbiais, conjuncionais e outras funcionam não somente como elementos de
coesão textual, mas também como elementos que direcionam a argumentação para determinado viés
e não para outro. Além disso, a escolha de certos operadores constrói marcas textuais que
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desempenham um importante papel elocutivo, consequentemente, discursivo. Para o trabalho,
conta-se com as teorias francesas dos marcadores de reformulação parafrástico e dos operadores
argumentativos– mecanismos de análise linguística e enunciva. Os pressupostos teóricos serão
aplicados ao documento de 1932 com a finalidade de se entender, além dos efeitos de sentido, os
jogos lógico-argumentativos e a proposta enunciativa como um todo.
O USO DE SIGLAS E ACRÔNIMOS NEOLÓGICOS NA PUBLICIDADE IMPRESSA
Lilian Souza dos Anjos – UFMG/FAPEMIG
Aderlande Pereira Ferraz – UFMG
O fenômeno da dinamicidade na língua permite ao léxico, um movimento contínuo de incorporação
de palavras novas e a adaptação de novos significados para palavras já existentes. A neologia é uma
espécie de revigorante do léxico, não apenas por promover a expansão ou renovação lexical, mas
também por contribuir para que o léxico seja uma forma de registrar as transformações
socioeconômicas e culturais de uma comunidade linguística. A dinamicidade do léxico ocorre
através de variados processos de formação de palavras. Um dos mecanismos que se apresenta
produtivo é o processo de composição por siglas. A sigla caracteriza-se por ser um sintagma lexical
reduzido, podendo ser formado pelas iniciais dos elementos componentes do sintagma ou pela união
de sílabas iniciais de um conjunto sintagmático, constituindo neste caso um acrônimo. A
produtividade de siglas e acrônimos em uma comunidade linguística resulta da economia discursiva
e ocorre devido à sua eficácia comunicativa. O objetivo do presente estudo é mostrar a análise de
alguns casos de formação de siglas e acrônimos, presentes em textos da publicidade impressa,
abrangendo diversas áreas de especialidade. A análise dos textos publicitários foi feita sobre parte
do corpus do projeto de pesquisa intitulado Desenvolvimento do Observatório de Neologismos na
Publicidade Impressa: Produtividade e Competência Lexical em Português, em andamento na
Faculdade de Letras da UFMG. O corpus dessa pesquisa é constituído de textos publicitários
veiculados nas revistas VEJA, ISTOÉ e ÉPOCA, referente ao período de 2006 a 2010. Neste
trabalho, juntamente com a análise do corpus, serão apresentados aspectos relacionados ao processo
de siglagem, como as fases no processo de lexicalização das siglas, além da sua flexão quanto ao
gênero e ao número. O estatuto de neologismo conferido as unidades léxicas selecionadas seguiu o
critério de registro dicionarizado com a adoção de um corpus de exclusão, constituído, pelos
seguintes dicionários: Dicionário Eletrônico Houaiss da língua Portuguesa (2009), Dicionário
Eletrônico Aurélio da Língua Portuguesa (2010) e Aulete Digital: Dicionário contemporâneo da
Língua Portuguesa (2012). Esse critério consiste na verificação do registro das siglas selecionadas
nos dicionários mencionados, sendo que as unidades que não estão dicionarizadas constituem
neologismos lexicais. Nossa fundamentação teórica se apoia em Guilbert (1975) e Alves (1990), na
conceituação de neologia e neologismo, e Ferraz (2006), no que diz respeito à análise do corpus.
O USO DE TU, VOCÊ E SENHOR NA RELAÇÃO PAIS E FILHOS EM TEFÉ-AM
Gabrielle Jaques Dantas – UEA/FAPEAM
Germano Ferreira Martins – UEA
O projeto intitulado O uso de tu, você e senhor na relação pais e filhos em Tefé-AM apresenta os
seguintes objetivos: verificar quais pronomes pessoais de segunda pessoa são usados entre pais e
filhos tefeenses e procurar descobrir quais elementos, sejam eles linguísticos ou extralinguísticos,
contribuem para a escolha das formas presentes na fala. A metodologia utilizada neste projeto tem
como base o modelo variacionista proposto por William Labov (1958), onde se procura obter a fala
natural (vernáculo) dos informantes. Foram analisadas amostras do vernáculo do município de Tefé113
114
AM, com a participação de informantes, considerando-se os seguintes fatores sociais para análise:
Gênero, escolaridade e faixa etária. A coleta de dados foi realizada através de gravações de
conversas entre pais e filhos. Em relação à primeira dúvida de pesquisa: se está havendo mudança
de senhor para tu em relação à fala dos filhos para com os pais, os dados nos mostram que o senhor
é claramente o pronome preferido. Na segunda questão, relacionada à faixa etária, os dados não
indicam que seja a faixa etária dos pais o que define a escolha dos pronomes. Neste caso, o que está
determinante é a faixa etária dos filhos. Em relação ao gênero dos filhos, tanto o masculino quanto
o feminino comportaram-se de forma semelhante preferindo o tratamento senhor, com percentuais
acima de 90%. O você e o tu estão presentes, mas na faixa etária menor, em geral, crianças. Nos
pais o comportamento foi semelhante também, homens e mulheres preferiram usar o tu como
tratamento para os filhos, ambos ficaram com percentual próximo de 80%. A escolaridade dos pais
foi um fator interessante, pois os falantes de nível superior usaram 95% de tu no tratamento dos
filhos, enquanto que os pais de ensino fundamental comportaram-se de forma muito diferente, pois
usaram 52% de tu e 48% de você. Em resumo, temos, portanto, que filhos se dirigem aos pais
principalmente com o pronome senhor. Os pais se dirigem aos filhos, principalmente, com o
pronome tu. O uso de você e tu por parte dos filhos em relação aos pais tem uma frequência baixa,
mas mostra um uso ternário da variável pronominal de segunda pessoa.
O "VERBO" EM OBRAS GRAMATICAIS ATUAIS EM PB: O QUE MUDA EM
RELAÇÃO À DOUTRINA TRADICIONAL?
Giovana Picone Mattos Jardim – UFG
O objetivo principal deste trabalho é discorrer sobre o modo pelo qual obras gramaticais
relativamente recentes, que pretendem abarcar reflexões diferenciadas sobre classe de palavras e
que tenham preferencialmente por público-alvo futuros professores ou professores da educação
básica, apresentam e conceituam o “verbo”. A análise efetuada tomou por parâmetro, em primeiro
lugar, a natureza das descrições e dos conceitos trazidos por Cunha & Cintra (2008) no que se refere
a esta categoria, e isso por ser esta uma obra concebida por diferentes autores como vinculada à
doutrina gramatical tradicional à qual as novas gramáticas buscam se contrapor. Estabelecidos
critérios e princípios de análise, que se voltaram à natureza morfológica, sintática e semântica pela
qual se delimita o verbo, nosso estudo recaiu sobre três gramáticas recém publicadas: “Pequena
gramática do português brasileiro”, de Ataliba Castilho e Vanda M. Elias (São Paulo: Contexto,
2012); “Gramática do português brasileiro”, de Mário Perini (São Paulo: Parábola Editorial, 2010);
“Gramática pedagógica do português brasileiro”, de Marcos Bagno (São Paulo: Parábola Editorial,
2011). Vale dizer que, no que se refere a critérios de natureza semântica, cujo objetivo é o estudo
dos significados das formas linguísticas, enfrenta-se um grande problema: tais formas teriam a
priori um significado, ou dependeriam do enunciado ou do contexto situacional para que o mesmo
lhes fosse atribuído? De acordo com Perini (2007), tal problemática implica diretamente em
distinguir a semântica e a pragmática. Já de acordo com De Vogüé (2010), deve-se repensar em que
consiste apreender o verbo como “ação, processo e estado”. O trabalho apresenta os resultados
parciais obtidos até a presente etapa da pesquisa, discorrendo sobre a natureza das mudanças
observadas em relação ao que se concebe como “verbo” sob a ótica de sua definição usual.
O VOTO NO BIG BROTHER BRASIL: UM GÊNERO ENTRE O JOGO E A CASA
Arthur Ribeiro Costa e Silva – UEPA/CNPq
Samuel Pereira Campos – UEPA
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Polemizando com o senso comum acadêmico que rejeita a televisão e os reality shows como objetos
de estudo por considerá-los de baixo valor intelectual, esta pesquisa propõe uma análise do Big
Brother Brasil enquanto esfera da comunicação discursiva, focalizando o gênero voto. Fez-se
necessária primeiramente a busca de referenciais teóricos sobre o reality show. Ele é definido como
um gênero televisivo híbrido de diversos outros gêneros televisivos já consagrados e de grande
aceitação pelo público, a saber: a telenovela, o jornalismo, os talk shows e programas de auditório,
os programas de concurso, entre outros, que faz uso de uma convergência de tecnologias para a
interação com o público, acentuando a identificação deste com os eventos do programa. A casa no
reality show é responsável pela organização de um núcleo familiar entre os participantes. Na
descrição da votação e do gênero voto, encontramos a centralização na figura do apresentador,
configurando uma força centrípeta padronizadora dos enunciados. Observa-se essa força quando
Bial descreve a situação atual do programa para os espectadores, num movimento de organização
do evento, e quando ele, buscando padronização dos enunciados dos participantes no ato da
votação, elabora duas formas principais de interpelá-los. Quanto ao endereçamento do enunciado,
as condições de interação apontam para um direcionamento para o público do programa. Os
participantes enunciam com vistas a mostrar fatos, se explicar, persuadir, etc. O terceiro tópico é a
constituição dos votos em uma tensão entre duas formas ideológicas, que são o programa enquanto
competição entre os participantes pelos prêmios, materializado linguisticamente no signo jogo, e o
programa enquanto constituição de um núcleo familiar de convivência, materializado no signo casa.
Essas formas se refletirão no enunciado linguístico de maneira que os participantes remeterão à casa
quando falarem de relações de amizade e remeterão ao jogo quando falarem de relações de poder. A
última parte é a análise linguística do voto, que dividimos em seis componentes: introdução,
declaração de voto, remetência/interpelação, amenização, justificativa e conclusão. Pudemos
afirmar, após nosso esforço interpretativo, que o voto se constitui como um gênero singular na
esfera do programa, à medida que reflete as condições de interação dispostas nele. O programa
invoca signos ideológicos, relacionados à conjuntura sócio-histórica no qual surge, que figurarão no
enunciado linguístico em reflexão e refração dessas condições de produção. Observa-se assim a
historicidade e dinamicidade dos gêneros do discurso, que não podem ser explicados por uma
simples descrição textual.
O FENÔMENO DA ORDEM NAS VERSÕES TRADUZIDAS DA OBRA CHAPEUZINHO
VERMELHO
Alline Silva Rodrigues – UFG
Eliethe Santos – UFG
Patrícia Santana dos Santos – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Esta proposta de apresentação de pôster diz respeito ao trabalho que pretende investigar o padrão de
ordem recorrente na versão traduzida ao português da obra francesa Le Petit Chaperon Rouge, de
Charles Perrault (1697). O trabalho também visa à análise da ordem sentencial de duas de suas
versões adaptadas, também já traduzidas: a alemã, chamada Rotkäppchen, dos Irmãos Grimm
(1812), e a italiana, La Finta Nonna, de Italo Calvino (1954). O pressuposto é o de que a ordem,
mais que um fenômeno gramatical, sistêmico, diz respeito às escolhas estruturais feitas pelos
usuários da língua portuguesa e, nestes casos, pelos tradutores para a língua portuguesa, para
produzirem determinados efeitos de sentido. Logo, considerando-se que o momento histórico é
relevante para a determinação dos padrões de ordem nas produções textuais em geral, interessa
verificar até que ponto essas traduções refletem uma configuração estrutural relativa à época de sua
produção. Para tanto, definimos o que é o fenômeno da ordem, enumeramos e exemplificamos as
várias possibilidades de ordenamento das sentenças na língua portuguesa e, finalmente,
identificamos os casos mais recorrentes encontrados nas obras-objeto de nossa pesquisa.
115
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O FILTRO AFETIVO EM ALUNOS DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL
Renan Montico de Oliveira Silva – UFV
Caroline Caputo Pires – UFV
O presente trabalho visa analisar a Hipótese do Filtro Afetivo, proposta iniciada por Dulay e Burt
(1977), em estudantes de Português como Língua Adicional (PLA), e, também, analisar como os
métodos e abordagens do professor contribuem para a redução ou aumento deste Filtro. Segundo
Krashen (1988), o Filtro Afetivo mostra como fatores afetivos interferem no processo de
aprendizagem de uma segunda língua, logo, ele divide-os três em categorias que serão analisadas no
trabalho, com a inclusão de mais fatores, pois a bagagem afetiva - os conhecimentos prévios
(linguísticos e extralinguísticos) - do aluno varia. Sendo assim, pode-se incluir: a imersão dos
alunos em contextos reais de uso da língua; a Interculturalidade; e as Crenças de Ensino e
Aprendizagem do Português, como a mais comum O Português é uma Língua Difícil. Os resultados
mostram como a Hipótese explica as razões de alunos com mais facilidade ou não em aprender a
língua e como o professor torna-se fundamental na percepção e na contribuição para diminuir o
Filtro, pois se ele estiver em conexão com seus alunos, perceberá com facilidade como a teoria se
aplica. Então, se os alunos não estão apresentando resultados, ele pode criar situações que motivem
e dê confiança ao aluno, diminuindo a ansiedade, realizando uma alteração nos seus métodos e
meios de abordar o conteúdo em sala. Portanto, as emoções, as perspectivas, o ambiente, o contexto
sócio cognitivo, o método e as abordagens vão interferir na afetividade dos alunos, criando uma
situação favorável ou não à aquisição da língua portuguesa.
ORGANIZAÇÃO SINTÁTICA NA CONSTRUÇÃO DA OPINIÃO EM REPORTAGENS DA
REVISTA VEJA
Michel Miranda Silva – UFG
Leosmar Aparecido da Silva – UFG
O presente pôster, de cunho teórico-analítico tem o objetivo de perceber e compreender a
construção da opinião em reportagens da revista Veja. Foram escolhidas três reportagens da Revista
Veja, uma do mês de janeiro, outra do mês de junho, outra do mês de dezembro e feita a
interpretação e compreensão textual do gênero reportagem, levando em consideração os conceito, as
características, a estrutura, o uso das pessoas do discurso e o aspecto argumentativo e
fundamentalmente a estrutura sintática que favorem a construção de opinião do leitor pelo produto
do texto. Neste trabalho será feito análises de diversas reportagens para relacionar o comportamento
e a construção da opinião do leitor da revista. O resultado que se espera obter com essa investigação
é uma interpretação acerca do gênero reportagem, avaliar o grau de influência do leitor pelo
enunciado da reportagem e reconhecer as características das construções sintáticas da revista Veja.
OS NEOLOGISMOS SEMÂNTICOS NA LINGUAGEM PUBLICITÁRIA: ABORDAGEM
EM SALA DE AULA A PARTIR DO CONTEXTO DE USO
Hellen Felícia de Andrade Brandão – UFMG
Aderlande Pereira Ferraz – UFMG
O uso da palavra não só confirma, mas principalmente determina seu significado. Em língua
portuguesa, quando ocorre uma transformação no significado de um item lexical sem que este item
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sofra uma mudança formal, tem-se a criação de um novo elemento, o qual denominamos
neologismo semântico. Considerando a hipótese de que o contexto de uso de uma unidade lexical,
quando diversificado, leva à formação de nova(s) unidade(s), através da implementação de novo(s)
significado(s) à forma existente, o objetivo deste trabalho é mostrar que, no estudo do léxico em
sala de aula de português, é possível trabalhar com o neologismo semântico, a partir do contexto de
uso de um item lexical, identificando pistas para a apreensão de seu significado. Para os
procedimentos metodológicos, utilizou-se aqui de uma base de dados, contendo expressivo número
de unidades lexicais neológicas, coletadas em um corpus da publicidade impressa, composto de
textos publicitários veiculados pelas revistas Veja, IstoÉ e Época, cujas edições abarcam o período
de janeiro de 2006 a dezembro de 2010, pertencente ao projeto de pesquisa em andamento na
Faculdade de Letras da UFMG, intitulado Desenvolvimento do observatório de neologismos na
publicidade impressa: produtividade e competência lexical em português. O estatuto de neologismo
que se confere aqui às unidades léxicas selecionadas seguiu o critério de registro dicionarizado, com
a adoção de um corpus de exclusão, constituído por três grandes e representativos dicionários
brasileiros. Nossa fundamentação teórica se apoia em Guilbert (1975) e Alves (1990), na
conceituação de neologia e neologismo, e Ferraz (2006), no que diz respeito à análise do corpus.
OS NOMES DAS TERRAS INDÍGENAS NO ESTADO DO ACRE
Flávia Leonel Falchi (UFG/CNPq)
Maria Suelí de Aguiar (UFG)
O presente trabalho foi realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - Brasil, através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica (PIBIC) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Objetiva-se apresentar um estudo
toponímico preliminar a respeito dos nomes oficiais das terras indígenas situadas no estado
brasileiro do Acre. Para a descrição dos topônimos dessas terras, realiza-se pesquisa exclusivamente
bibliográfica. Segundo Borges (Fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour, 2002), no
estado do Acre, a primeira terra indígena foi demarcada em 1983. Atualmente, há trinta e sete terras
indígenas no Acre: Alto Purus; Alto Tarauacá; Arara do Igarapé Humaitá; Arara do Rio Amônia;
Cabeceira do Rio Acre; Cabeceiras dos Rios Muru e Iboiaçu; Campinas/Katukina; Igarapé Taboca
do Alto Tarauacá; Jaminawa/Arara do Rio Bagé; Jaminawa do Guajará; Jaminawa do Igarapé
Preto; Jaminawa do Rio Caeté; Jaminawa/Envira; Kampa do Igarapé Primavera; Kampa do Rio
Amônia; Kampa e Isolados do Rio Envira; Katukina/Kaxinawá; Kaxinawá/Ashaninka do Rio Breu;
Kaxinawá da Colônia Vinte e Sete; Kaxinawá da Praia do Carapanã; Kaxinawá do Baixo Rio
Jordão; Kaxinawá do Rio Humaitá; Kaxinawá do Rio Jordão; Kaxinawá do Seringal Curralinho;
Kaxinawá do Seringal Independência; Kaxinawá Igarapé do Caucho; Kaxinawá Nova Olinda;
Kulina do Igarapé do Pau; Kulina do Médio Juruá; Kulina do Rio Envira; Mamoadate; Manchineri
do Seringal Guanabara; Nawa; Nukini; Poyanawa; Rio Gregório; e Riozinho do Alto Envira. Tais
terras são habitadas por indígenas das famílias etnolinguísticas Páno, Aruák e Arawá (Governo do
Estado do Acre, 2008). Os topônimos estudados estão em língua portuguesa, tendo sido identificado
um número expressivo de elementos de origem Tupi e Páno. Foram encontrados também elementos
originados nas línguas Ashaninka e espanhola. Os topônimos descritos são formados especialmente
por nomes de etnias, rios e igarapés. Alguns dos topônimos que apresentam nomes de rios contêm
os elementos alto, cabeceira, médio e baixo. Existem ainda topônimos formados por nomes de
seringais e, possivelmente, um topônimo formado pelo nome de uma localidade regionalmente
denominada colocação, sendo tais nomes de terra indígena registros da exploração do látex na
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região acriana. Ademais, há topônimos formados, provavelmente, pelo nome de uma praia e de uma
colônia.
OS PADRÕES DA ORDEM NAS TIRINHAS DA “MAFALDA”: UM ESTUDO
CONTRASTIVO ESPANHOL/PORTUGUÊS
Helenice de Araújo Chaves – UFG
Ivana Patrícia P. Silva – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Este projeto de pôster trata da pesquisa que pretende investigar o padrão de ordem recorrente nas
tiras “Mafalda”, de Quino, escritas originalmente em espanhol, a partir de uma perspectiva
funcionalista da linguagem. Essa abordagem teórica concebe a linguagem como atividade social e a
gramática como um sistema a serviço dos usos efetivos da língua, logo, a serviço da produção de
sentido no texto, considerado a unidade comunicativa básica. Este trabalho se justifica porque
interessa saber até que ponto o padrão recorrente na língua alfa influencia na tradução para o
português. A hipótese é a de que a ordem sentencial é alterada em função da diferença cultural entre
os públicos-alvo. Os objetivos da pesquisa são: investigar os padrões de ordem recorrentes nos
quadrinhos “Mafalda”, comparando o original espanhol à versão portuguesa, perceber se há
alteração relevante na tradução e a serviço de quê essa alteração ocorre. Para isso, serão analisadas
seis histórias originais publicadas na internet e suas respectivas traduções. A base bibliográfica está
em Neves (1997, 2006, 2010), Pezatti; Camacho (1997), entre outros.
OS PADRÕES DE ORDEM NAS PÁGINAS POLICIAIS NOS JORNAIS ESCRITOS “O
POPULAR” E “DAQUI”
Gisele Chaves da Silva – UFG
Lorena Fernandes Corrêa – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Este resumo diz respeito ao pôster que traz os primeiros resultados da investigação do padrão de
ordem recorrente nos jornais “O Popular” e “Daqui”, os mais lidos entre os sediados em Goiânia. O
suporte teórico envolve uma perspectiva funcionalista da linguagem, que concebe a linguagem
como atividade social e a gramática como um sistema a serviço dos usos efetivos da língua. A
relevância do projeto está no fato de que, apesar de os jornais serem produzidos na mesma empresa
de comunicação, são acessíveis a públicos diferenciados. “O popular” é acessível a uma classe
social com maior poder aquisitivo que o dos leitores do “Do daqui”, conforme revelam os seus
respectivos preços. Os objetivos da pesquisa são: comparar nesses jornais o padrão de ordem nas
páginas policiais e a partir disso verificar se há um padrão predominante e qual efeito de sentido
esse padrão ajuda a construir. Para isso, serão analisadas notícias polícias publicadas na última
semana do mês de novembro e início de dezembro, de 2012. A base bibliográfica está em Neves
(1997, 2006, 2010), Pezatti; Camacho (1997), entre outros.
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OS PADRÕES DE ORDEM NO CONTO “O BÚFALO” E UM ESTUDO DA ORDEM EM
CLARICE LISPECTOR.
Fréderic Grieco – UFG
Jeane Mesquita – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Este resumo trata da investigação que tem como foco o padrão de ordem recorrente na escrita
ficcional de Clarice Lispector, especialmente, nos contos “A imitação da rosa” e “O búfalo”,
publicados originalmente no livro “Laços de família” (1960), a partir de uma perspectiva
funcionalista da linguagem, que concebe a linguagem como atividade social e a gramática como um
sistema a serviço dos usos efetivos da língua. O projeto é relevante porque mostra como a ordem
nas sentenças pode refletir características psicológicas das personagens. Os objetivos da pesquisa
são a análise da ordem na escrita ficcional de Clarice Lispector, e, a partir dos padrões de ordem do
Português brasileiro, analisar os mais recorrentes e quais os efeitos de sentido esses padrões ajudam
a construir. Para isso, serão analisados os padrões de ordem nos contos “A imitação da rosa” e “O
búfalo” tendo-se em vista o padrão de ordem prototípico em português brasileiro que é SVOAdj, a
base bibliográfica está em Neves (1997, 2006, 2010), Pezatti; Camacho (1997), entre outros.
OS QUILOMBOLAS REMANESCENTES DO TOCANTINS: ESTUDO DOS TOPÔNIMOS
DAS COMUNIDADES COM FOCO NAS PRÁTICAS CULTURAIS E HISTÓRICAS
Lucília Paula de Azevedo Ferreira – UFT/PIBIC/UFT
Karylleila dos Santos Andrade – UFT
O quilombo constitui questão relevante desde os primeiros focos de resistência dos africanos ao
escravismo colonial.O conceito de quilombo é próprio dos africanos bantus que vem sendo
ressignificado ao longo dos séculos. A sua origem parte do significado ‘formação de acampamento
guerreiro na floresta’, sendo entendido, ainda, em Angola, como divisão administrativa.Já o termo
“remanescente” introduz um diferencial importante com relação ao outro uso do termo “quilombo”,
presente na Constituição Brasileira de 1988. Este estudo é um recorte do macro projeto ATT –Atlas
Toponímico do Tocantins, vinculado ao Atlas Toponímico do Brasil - ATB. Este subprojeto faz parte
da terceira etapa: realizar um estudo dos nomes (topônimos) das comunidades remanescentes de
quilombolas do estado do Tocantins, com foco nas práticas culturais e históricas. São 10 (dez) as
comunidades remanescentes de quilombolas, a saber: Malhadinha e Córrego Fundo, município de
Brejinho de Nazaré; Morro de São João, município de Santa Rosa do Tocantins; Lagoa da Pedra,
município de Arraias; Redenção, município de Natividade; Ambrósia, Formiga, Mumbuca e
Carrapato, município de Mateiros. Todo grupo tem um saber cumulativo de si proveniente da
memória, e a cultura é determinada pelo uso que esse grupo faz de sua própria memória. Conforme
Halbwachs (1990), a memória individual existe sempre a partir de uma memória coletiva. Nesse
sentido, todas as lembranças, como elemento de uma sociedade, são formadas no interior de um
grupo. Quando nomeamos pessoas, coisas, lugares, todos em si carregam as nossas experiências,
emoções, guardam e refletem lembranças de um tempo, uma vida, uma cosmovisão de um grupo ou
de um indivíduo. Em particular, o nome e o significado de lugares são essenciais para a
cristalização da identidade de um grupo, pois “reforçam fortemente as sugestões de identidade ou
de estrutura que podem estar latentes na própria forma física” (LYNCH, 1997, p. 120). Nesse
sentido, os topônimos podem traduzir o simbolismo, a história, a memória, a identidade e as
peculiaridades naturais de uma dada comunidade, região, país, continente. O estudo da toponímia
pode traduzir o modus vivendide um grupo ou responder a outros interesses. O percurso
metodológico utilizado no estudo, apresentado por Dick (1990), é o plano onomasiológico de
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120
investigação. Por meio de um conceito genérico se identificam as variáveis possíveis das fontes
consultadas. Esta pesquisa consiste em realizar um estudo dos nomes das comunidades
remanescentes de quilombolas do estadodo Tocantins com foco nos estudos onomásticos e nas
práticas culturais e históricas.Como procedimentos teórico-metodológicos, utilizaremos Dick
(2010), Montenegro (2001) e Halbwachs (1990).
OS TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO: REFLEXÃO SINTÁTICO-SEMÂNTICA EM
LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO DA CIDADE DE UBERABA-MG
Henrique Campos Freitas – UFTM
Juliana Bertucci Barbosa – UFTM/CNPq
Ao ensinar gramática, muitos professores ainda exigem de seus alunos somente o domínio das
regras da norma gramatical brasileira (NGB), deixando de lado reflexões sobre o uso e o
funcionamento real da língua. Essa metodologia, baseada apenas em regras gramaticais, há tempos
já se mostrou falha no processo de ensino-aprendizagem da língua materna, formando usuários
pouco reflexivos e com dificuldades para manusear a língua em suas diversas situações de
comunicação. No que se refere ao ensino da sintaxe, dentro do contexto escolar, vemos que a única
atividade que o professor utiliza é o classificatório, ou seja, classificam-se os elementos presentes
dentro da oração sem desenvolver nenhuma habilidade linguística, reduzindo o ensino de sintaxe a
uma técnica puramente de memorização de nomes (termos acessórios, objeto direto, indireto etc). O
professor, em sua maioria, não apresenta atividades que possibilitem ao aluno a desenvolver
competências e habilidades linguísticas passíveis de serem empregadas nas várias situações da
interação sóciocomunicativas. Nesse cenário, podemos incluir o ensino dos termos acessórios da
oração, que, sob o ponto de vista normativo, é um termo considerado “dispensável” na oração,
podendo ser suprimido. Dessa forma, partindo das perspectivas teóricas desenvolvidas por Carone
(2006), Duarte (2007), Travaglia (2003, 2006), Sautchuk (2004), Neves (2000, 2010, 2012), dentre
outros, objetivamos propor um “outro” olhar para os termos acessórios da oração, não baseado
somente na gramática tradicional, mas também em estudos sintático-semânticos reflexivos que
busquem a aprendizagem em situações reais de uso da língua. Esta investigação além de contribuir
para construção de fundamentos teórico-metodológicos sobre o assunto, também pode auxiliar
professores de língua materna (no caso, português) no ensino de gramática na escola. Para fomentar
as nossas discussões, além da revisão bibliográfica sobre o tema, analisamos como os termos
acessórios da oração são apresentados no livro didático do 3º ano do Ensino Médio, de três escolas
da rede pública de Uberaba/MG, avaliados e listados no guia do Plano Nacional do Livro Didático
(PNLD).
OS USOS DERIVADOS DO VERBO DIZER NA FALA GOIANA (FAIXA ETÁRIA I EM
COMPARAÇÃO COM AS FAIXAS ETÁRIAS II E III)
Lorena de Souza Machado – UFG/PIBIC
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
O projeto “Fala goiana” constitui-se de um conjunto articulado de projetos que envolvem a
descrição e a análise de dados de fala da variante do português brasileiro falado em Goiás. Nesse
sentido o subprojeto “Os usos derivados do verbo dizer na fala goiana (faixa etária I em comparação
com as faixas etárias II e III)” tem como objetivo (і) auxiliar na composição de um conjunto
significativo de informações com vistas a caracterizar a variante do português falado em Goiânia a
partir de uma descrição e análise pelo viés funcionalista, especialmente, quanto à constituição do
paradigma descrito pelos usos derivados do verbo dizer na fala de goianos de três faixas etárias
120
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distintas; (іі) auxiliar na promoção de generalizações a respeito do atual estágio da língua falada em
Goiás, tendo como parâmetro o português do Brasil. Para metodologia de coleta e análise dos dados
foram utilizados inquéritos do tipo fala monitorada a partir de entrevista semi-estruturada. Como
recorte metodológico tem-se Goiânia como a comunidade de fala e o perfil social dos sujeitos de
pesquisa corresponde ao de dois homens e duas mulheres, com escolaridade variando entre zero e
nove anos, de três faixas etárias, adultos com menos de trinta anos (I); de trinta a cinquenta anos (II)
e acima de cinquenta (III). A transcrição dos dados seguiu regras definidas pelo Grupo de Estudos
Funcionalistas (GEF), da Faculdade de Letras-UFG, ao qual o “Fala goiana” está vinculado. Como
resultado a pesquisa constatou que nas faixas etárias I e II houve maior utilização de expressões
com o verbo falar tendo o mesmo valor funcional de certos tipos de /diski/ operador evidencial.
Sendo que somente na faixa etária III, observou-se uma ocorrência do diz que operador evidencial
gramatical, de boato. Pode-se concluir que a análise dos dados não permitiu afirmar
categoricamente que a faixa etária é um fator determinante para os usos gramaticais derivados de
dizer. Um fator relacionado pode ser o fato de que, nos inquéritos, predominaram as narrativas
vividas pelos próprios informantes, o que inibe a incidência de usos evidenciais indiretos. Uma
hipótese para a ocorrência desses usos evidenciais indiretos envolve a referência a fatos que o
sujeito de pesquisa não presenciou.
PERCURSO DIACRÔNICO DAS CONSTRUÇÕES DE TÓPICO EM PORTUGUÊS
Tairane Pinto Araújo – UFBA
Edivalda Alves Araújo – UFBA
O objetivo dessa pesquisa é mostrar as mudanças na tipologia das construções de tópico para
identificar quais os tipos que foram eliminados ou que se mantiveram na configuração sintática do
português, principalmente na variante do Brasil, do século XVII ao XXI. Dentre os tipos citados na
literatura, há os seguintes: tópico pendente, tópico pendente com retomada, CLLD, LD (Etop),
topicalização V2 e tópico sujeito. A pesquisa baseia-se nos estudos de Ribeiro (1996), Galves
(1998, 2001), Brito, Duarte e Matos (2003) e Araújo (2006). Essas autoras trazem os diversos tipos
de tópico e através de análises desse material, percebeu-se uma predominância de alguns desses
tipos de tópico, a depender do século. Os corpora de análise são do Projeto Tycho Brahe, da
Unicamp, coordenado pela profa. Charlotte Galves. Para o presente trabalho, foram definidos
somente dois séculos – o XVII e o XVIII. Nos dados analisados, encontramos a predominância dos
seguintes tipos de tópico: i) “As artes, dizem seus Autores, que Ø saõ emulações da natureza:"
(MC-17). O termo grifado é tópico, do tipo locativo Tópico Pendente com Retomada, e a retomada
é feita por um pronome vazio na posição de sujeito tópico pendente com retomada que é
caracterizado pela introdução de um tópico e uma retomada interna na oração. Essa retomada, de
acordo com Araújo (2006), pode ocorrer de várias formas: por um clítico, por um pronome, dentre
outros; ii) Quanto ao caso – Paris, disse-me ontem o Barros Gomes estar decidida a tua nomeação:
por isso o participei ao leitores do Reporter.” (EÇ-18). Esse exemplo é um Tópico Pendente que é
caracterizado por ser marcado pela presença das expressões quanto a, a respeito de, enquanto a, a
propósito de, sobre. Os estudos das construções do tópico são necessários, pois assim podemos
perceber que a estrutura da informação e a marcação sintática andam conectadas sendo que não
podemos avaliar uma sem a ocorrência da outra. Além disso, o presente estudo traz contribuições
para a história do português, evidenciando a evolução das construções de tópico, como mostra
Araújo (2006), e a sua provável causa ou consequência nas mudanças sintáticas da língua. A
pesquisa está em fase inicial e os dados ainda não são conclusivos.
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PERCURSOS DA MEMÓRIA NA POESIA DE JORGE COOPER
Lys Lins Calisto – UFAL/CNPQ
Wanderson Queiroz – UFAL/FAPEAL
Susana Souto Silva – UFAL
A pesquisa Percursos da memória na poesia de Jorge Cooper investiga as relações complexas e
multifacetadas existentes entre poesia e memória na literatura brasileira. O corpus desta pesquisa é
formado pela obra do poeta alagoano Jorge Cooper (1911- 1991), com especial destaque para seus
três primeiros livros: Achados, Poesia sem idade e Linha sem traço, que englobam poemas escritos
entre 1945 e 1976. O autor selecionado tem significativa obra poética, marcada por traços
característica inovadores, no contexto da literatura produzida no século XX no Brasil. No entanto,
devido ao fato de, em vida, ter publicado apenas antologias – sua poesia completa veio a público
apenas em 2010, quase vinte anos após a sua morte –, ainda existem poucos trabalhos dedicados a
sua obra, sobretudo em âmbito acadêmico. Esta pesquisa pretende suprir parte dessa lacuna e
colaborar para a compreensão do lugar de Jorge Cooper na história da poesia brasileira, a partir da
análise crítica de seus poemas, tendo como recorte temático a memória, muito recorrente em sua
produção, e pensada aqui a partir dos textos de Jacques Le Goff (2003) e Paul Ricouer (2007). A
fortuna crítica do poeta estudado, apesar de pequena, constitui-se como importante polo de
interlocução desta pesquisa. A análise tem como fundamento teórico-metodológico estudos de teoria
e crítica da literatura (BAKHTIN, 1998; BERARDINELLI, 2007; FRIEDRICH, 1978;
HUTCHEON, 1991; KRISTEVA, 1974; PAZ, 1994; MENEZES, 1994; BOSI, 1997; BRITTO,
2001; CALVINO, 1991), em diálogo com textos da Filosofia (BADIOU, 2002, RICOUER, 2007) e
da História (LE GOFF, 2003) que tratam da poesia e da memória.
PERCURSOS MORFOSSINTÁTICOS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO NO
CANCIONEIRO POPULAR DE GOIÁS
Felipe Duarte – UnB
Heloisa Salles – UnB
A formação do português brasileiro envolve um complexo de variáveis sociais, políticas e
linguísticas que, quando estudadas conjuntamente, remetem a um processo marcado por um período
grande de bilinguismo/multilinguismo. O presente trabalho pretende investigar aspectos da língua
portuguesa falada no Brasil no século XIX, na então província de Goiás. A formação do dialeto
goiano tem suas origens na ocupação do território, pela exploração bandeirante e nas campanhas de
mineração. Sua história remete à migração de exploradores paulistas, além do contato com línguas e
culturas de povo indígenas que ali se estabeleciam, a que se acrescenta a contribuição dos escravos
e seu processo particular de aquisição da língua portuguesa, e no século XX, a chegada de
mineradores e fazendeiros europeus e brasileiros (Bertran, 1994; Ilari & Basso, 2011). Será objeto
de estudo um corpus de canções populares da região de Goiás, editadas e publicadas primeiramente
por Antônio Americano do Brasil (1929) e posteriormente em França (1979) no livro Romanceiro e
Trovas Populares. O cancioneiro popular representa um gênero composto de características da
língua vernácula, com traços arcaizantes e eruditos; assim, esse corpus é válido para responder à
demanda de investigação de tais fenômenos na história da língua popular da região central do
Brasil. Examinando o sistema pronominal, constatamos o uso de pronomes (nominativos) fortes em
posição de objeto (E tu te lembrares de eu (Xácara dos amores, 1929)), descritos como
característicos do PB, no contraste com o português europeu (Duarte, 1986; Cyrino, 1997; Oliveira,
2007). Igualmente, é interessante notar o emprego da categoria dativo (Entreguei a carta a ela /de
quem constante lhe adora (Xácara do S. Francisco, 1930)), a qual tende a desaparecer no PB atual
(cf. Salles (1997)). Partimos desse contraste para demonstrar ser necessário distinguir as funções
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123
gramaticais na análise dos processos de mudança linguística que afetam o sistema pronominal, entre
outros fenômenos.
PERFIL DE PROFESSORES DE PLE EM ESCOLAS DE IDIOMAS DE SÃO PAULO
Rodrigo Lazaresko Madrid – USP
Maria Helena da Nóbrega – USP
O objetivo da pesquisa é apresentar os resultados de um levantamento feito sobre o perfil do
professor de Português Língua Estrangeira (PLE) em escolas e institutos de idiomas na cidade de
São Paulo – SP. Para isso, foi aplicado um questionário a professores que atuam com o ensino de
PLE e foram realizadas entrevistas com 11 professores/ coordenadores. A análise referente aos
dados obtidos a ser aqui apresentada tem como foco a) a relação do professor com o ensino de PLE
e b) o envolvimento desses profissionais em programas de formação continuada. Apesar da
dificuldade em conseguir uma participação expressiva de professores na pesquisa (foram 34
questionários respondidos, em 10 escolas), algumas informações são reveladoras. Foi possível
constatar, por exemplo, que poucos são os professores que trabalham exclusivamente com o ensino
de PLE e que estes profissionais que não exercem outra atividade remunerada mudariam de
profissão em caso de alternativa mais vantajosa financeiramente. A partir desse dado, como pensar a
participação dos professores em cursos ou atividades de formação continuada? Os questionários e
as entrevistas indicam que há interesse em tal formação e que os professores consideram a
continuidade da formação um fator importante para a melhoria de suas práticas pedagógicas.
Partindo dos dados obtidos e da literatura consultada, a pesquisa busca refletir sobre o perfil do
professor de PLE e como os programas de formação de professores podem trabalhar em
concordância com as necessidades de seus egressos, atuais e futuros.
PERFIL DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA NA CIDADE DE
SÃO PAULO
Paula Crepaldi Campião – USP
Maria Helena da Nóbrega – USP
Com a maior projeção do Brasil no cenário econômico e político mundial, há maior procura pelo
aprendizado de português por falantes de outras línguas. Este projeto possui como objetivos tanto
quantificar os professores de Português Língua Estrangeira (PLE) que atuam em escolas de idiomas
na cidade de São Paulo como levantar a situação de sua formação profissional, dando ênfase à
formação continuada na área. De acordo com as pesquisas (AMARAL, 2005; FURTOSO, 2009), a
formação do futuro professor começa na graduação, na qual há o intuito de levar o então aluno a
uma reflexão sobre a prática de ensino. É recomendado também que o aprimoramento seja contínuo
(FÉLIX, 2009) sendo necessária a busca por cursos de extensão e pós-graduação. A pesquisa utiliza
métodos quantitativos e qualitativos para alcançar seus objetivos. Primeiro, foi verificado o
oferecimento de Português para Estrangeiros em escolas de idiomas da cidade de São Paulo, e foi
percebido que somente há uma concentração representativa desse curso nas regiões centro-oeste e
centro-sul da cidade. Nesse cenário, foi utilizado o critério diatópico para dividir a coleta de dados
entre os dois alunos participantes deste projeto de pesquisa. Os professores foram abordados com
um questionário com base na proposta do Projeto Teia do Saber (ZENI & FARIA, 2006) e em uma
entrevista pessoal, amparada por leituras teóricas complementares feitas durante o período de
pesquisa. O resultado parcial mostra que parte considerável dos professores PLE que atuam nas
escolas de idiomas das regiões pesquisadas não são efetivos, sendo requisitados de acordo com a
procura do curso. A grande maioria dos professores entrevistados também leciona alguma língua
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estrangeira, e são graduados ou graduandos em Letras, entretanto, não possuem cursos de formação
continuada. A demanda pelos professores de PLE vem crescendo desproporcionalmente ao número
de cursos de extensão e formação continuada na área. Esse fato influi diretamente na renovação de
conhecimento e melhora do ensino do profissional.
PERSPECTIVAS DE ENSINO DE LINGUAGEM EM UM CONTEXTO DIALÓGICO
Betania Pereira de Oliveira Soares – UnirG/TO
Zionôura Barbosa da Silva – UnirG/TO/CAPES
Esse trabalho contempla uma das ações do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
UnirG/2012, o qual tem como foco principal aperfeiçoar a formação dos licenciandos que assumem
a docência na área de Letras, oportunizando-lhes vivências pedagógicas, no âmbito de escolas
públicas de educação básica como um incentivo de aprimoramento de suas práticas pedagógicas.
Desse modo, o presente trabalho aborda algumas considerações a partir dos estudos realizados por
Antunes (2010) em seu livro “Muito Além da Gramática”, no qual se verifica ponderações
relevantes sobre o ensino de língua e gramática. As propostas teóricas originam-se pelas reflexões
de Bagno e Bortoni-Ricardo, ao focalizar as diferentes possibilidades de se trabalhar aspectos
comuns entre essas teorias, visando explicar o objeto de estudo de língua e gramática, pois para
analisarmos um texto apenas o conhecimento da gramática não é suficiente, sendo necessário
levantar estratégias que envolvem todo um conhecimento de mundo, linguístico, enciclopédico,
literário, contextualizações, adequação tipológicas, inferências, além de estabelecer relações
dialógicas com elementos extralinguísticos. Nesse sentido, busca-se desenvolver um trabalho
docente com práticas de ensino de caráter interdisciplinar, compreendendo uma abordagem
relacional, com interconexões entre os conhecimentos adquiridos na graduação e a sua manifestação
através de relações de complementaridade, convergência ou divergência, além de promover e
colocar em prática atitudes que pautam pela cultura do diálogo, troca de experiências e trabalhos
conjuntos. Desse modo, nas atividades do PIBID, busca-se desenvolver estratégias de ensino de
linguagem, num contexto mais abrangente que ensinar nomenclaturas gramaticais. Portanto, adotase uma abordagem enunciativa e sociointeracional, visando analisar as escolhas linguísticas
responsáveis pela construção de sentido, ao considerar os elementos da situação de produção,
buscando o sentido global do texto, envolvendo o aluno no processo de construção de ensino
aprendizagem. Nesse sentido, espera-se ampliar a sua capacidade de refletir, de maneia crítica,
sobre o mundo que o cerca e, em especial, sobre a utilização da língua como instrumento de
interação social, mediante a compreensão, a análise, a interpretação e a produção de textos,
propiciando desenvolver habilidades e competências que fortaleçam a promoção integral de todos
os envolvidos no processo, possibilitando a conscientização de seu papel social e de seu direito à
cidadania plena, como um exercício constante de aperfeiçoamento e busca de resolução de
problemas.
PIBID: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O ENEM 2012
Luana Nobre Aquino de Lavor – PIBID/CUA/UFMT/CAPES
Dayanne da Silva Rocha – PIBID/CUA/UFMT/CAPES
Lennie Aryete Dias Pereira Bertoque – CUA/UFMT
O objetivo desse trabalho é relatar uma atividade desenvolvida por duas bolsistas do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) do Curso de Letras/ICHS/CUA/UFMT,
com estudantes do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Antonio Cristino Côrtes, como
contribuição para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). A proposta de atividade visou o
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125
conhecimento do gênero textual dissertativo-argumentativo, as cinco competências cobradas na
proposta de redação do ENEM, a produção de textos com base nas exigências do ENEM. Como se
trata de uma proposta baseada na Linguística Textual, nos apoiamos nos estudos de gêneros
textuais, por meio de estudo dirigido nos encontros do PIBID e na cartilha “A redação no Enem
2012 – Guia do participante”, oferecido pelo Ministério da Educação. O período de realização dessa
atividade foi de setembro a novembro de 2012. O trabalho foi desenvolvido com aproximadamente
90 (noventa) alunos, divididos em 4 (quatro) turmas do período matutino. Por meio de uma
sequência didática, focalizamos o desenvolvimento da produção escrita do gênero textual, que
envolve a exposição de ideias, a argumentação, e a proposta de intervenção. Assim, iniciamos a
proposta considerando o conhecimento prévio dos estudantes sobre o que eles já conheciam sobre o
gênero dissertativo-argumentativo e, depois, apresentamos a definição e função do gênero estudado,
partindo para as cinco competências do ENEM. Ao final, propusemos aos estudantes que
produzissem textos conforme a exigência do gênero. O que se esperava ao fim desse trabalho é que
os alunos compreendessem as características básicas do gênero apresentado para produzirem textos
com originalidade, autoria, coerência e coesão. Ao analisar os textos produzidos, pudemos perceber
que os educandos têm muita dificuldade em compreender as propostas de redação e elaborar textos
conforme o gênero textual estudado, pois confundiram o gênero dissertativo-argumentativo com o
gênero dissertativo-expositivo. Essa atividade foi além do programado, pois, a escola propôs um
simulado no qual os bolsistas do PIBID Letras ficaram responsáveis para corrigir e dar nota nas
redações dos estudantes, o que permitiu verificar outras dificuldades apresentadas pelos estudantes.
Assim, reforçamos as características básicas do gênero trabalhado. E como resultado a escola ficou
em 1º lugar no ENEM entre as escolas estaduais do Estado de Mato Grosso.
PIBID: UMA REFLEXÃO A CERCA DA PRÁTICA DOCENTE EM BARRA DO GARÇAS
Vander Simão Menezes – PIBID/CUA/UFMT/CAPES
Lennie Aryete Dias Pereira Bertoque – UFMT
O objetivo deste trabalho é trazer à discussão acadêmica a reflexão feita pelos bolsistas (Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/ICHS/CUA/UFMT) a cerca do ensino de
língua. O trabalho do PIBID é realizado numa escola estadual, situada no centro da cidade. Os
estudantes, em sua maioria, pertencem à classe média. Por meio de observação do ambiente escolar,
diagnosticou-se a situação do ensino, na escola supracitada, para conhecer a metodologia e a
abordagem dos conteúdos. Parte-se do entendimento da necessidade de se repensar o método de
ensino, para alcançar os objetivos postos pelo contexto sócio-histórico atual. Tópicos que
privilegiam o reconhecimento e classificação gramatical ou o simples estudo da história da
literatura não bastam para que o estudante desenvolva as habilidades relacionadas à língua. Isso
porque o uso efetivo da língua é uma ação interindividual, que acontece por meio de textos (orais ou
escritos), norteado por fatores diversos, entre eles, a criatividade e a adequação ao contexto. Devese levar em consideração também a importância do exercício da leitura, não apenas como
decodificação, mas, como compreensão e interpretação. Assim, o grupo realiza discussões,
fundamentando-se nos PCN de Língua Portuguesa, no Interacionismo - que transcende o
Construtivismo em alguns aspectos -, e na Linguística Funcional, a fim de encontrar um caminho
para uma prática escolar eficiente. Além disso, busca-se um diálogo com professores e discentes da
escola, considerando a realidade do profissional de língua, o desenvolvimento social e tecnológico
atual e a consciência de que o estudante tem de ser o sujeito de sua aprendizagem. Tendo em vista a
necessidade de mudança, acredita-se que esse tipo de reflexão pode proporcionar aos bolsistas bases
para uma atuação crítica e relevante, como já se pode observar em aulas que são ministradas na
escola. A crítica à prática docente deve ser constante, deve-se repensar o ensino de língua sempre
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que necessário para garantir um ensino que responda, efetivamente, aos desafios que constituem a
relação ensino-aprendizagem.
PIBID-PORTUGUÊS: ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO CENTRO-SUL DO PARANÁ
Carla Michelli Carraro – PIBID/CAPES/UNICENTRO
Loremi Loregian-Penkal – UNICENTRO/CAPES
A região centro-sul do Paraná, segundo dados divulgados pelo Instituto Paranaense de
Desenvolvimento Econômico e Social - IPARDES, apresenta sérios problemas socioeconômicos,
com os menores Índices de Desenvolvimento Humano do Estado. Comunidades eslavas,
comunidades quilombolas, assentamentos rurais, comunidades indígenas, comunidades situadas em
faxinais, latifúndios e agronegócios convivem com pequenas propriedades e agricultura familiar,
polos industriais, cidades de pequeno e médio porte, marcam a diversidade socioeconômica e
cultural da realidade em que está inserida a Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO.
Dessa forma, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência: Subprojeto Licenciatura
em Letras: Português da UNICENTRO, financiado pela CAPES, busca inserir os alunos de Letras
no cotidiano da escola pública de Ensino Fundamental e Médio, estreitando, assim, as relações entre
o ensino superior e a educação básica, bem como conhecendo na prática a realidade multicultural e
socioeconômica da grande maioria dos alunos que frequenta a escola pública. Tem por objetivos,
entre outros: a) promover uma melhor qualidade na formação de professores na área de Letras:
Português; b) estimular os licenciandos em Letras a ingressar na carreira docente, após o término da
graduação; c) contribuir para a elevação dos processos de aprendizagem da Língua Portuguesa de
alunos do Ensino Médio. Assim, o objetivo da presente comunicação é divulgar algumas ações do
programa, entre elas: a realização de grupos de estudos para a discussão de pressupostos teóricos e
metodológicos da área de ensino de Língua Portuguesa; a elaboração de resumos e artigos sobre o
ensino e a aprendizagem da Língua Portuguesa no Ensino Fundamental e Médio; a inserção dos
graduandos no dia a dia da escola pública; o planejamento e desenvolvimento de atividades voltadas
para alunos do Ensino Fundamental e Médio, contemplando aspectos de interesse e necessidade
desse público, como leitura, compreensão e interpretação de textos, produção escrita e reescrita de
textos e orientações para o exame vestibular e ENEM; exposição dos trabalhos realizados em sala
para a escola e criação do blog "Mundo Pibidiano", para divulgação de atividades realizadas em
sala de aula pelos bolsistas do PIBID.
PLURALISMO DE VOZES NO MESMO DISCURSO
Laleska Daniely Silva de Lima – UFG
Eliane Marquez da Fonseca Fernandes – UFG
Esta pesquisa de cunho teórico-analítico objetivou mostrar a pluralidade de vozes existentes em um
discurso, por meio da análise de uma tirinha, evidenciando assim um caráter plurilingüístico e
dialógico da língua. A mesma embasou-se na Teoria da Enunciação, estudada por Bakhtin,
dialogando também com outros teóricos, como Foucault e Cleudemar Alves Fernandes, mostrando
que a composição do discurso não se limita apenas à língua, texto e fala. Tendo como objeto de
análise uma tirinha da personagem Mafalda, constituída por um diálogo entre ela e Miguelito, no
qual a garota pauta uma reflexão após o diálogo. A compreensão da composição desse enunciado foi
atrelada à história da personagem, criada nos anos 60 e enfrentou a ditadura militar para falar de
censura, feminismo, crises econômicas e política militar, dispondo-se de sensibilidade e
inquietações que a instigavam. Podendo assim ser percebido que o discurso é constituído de
elementos lingüísticos, relacionando-se a aspectos sociais e ideológicos. Sendo esses os aspectos
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que necessitam ser apreendidos no discurso, pois a concepção de mundo é necessária para o
entendimento do enunciado, os fatores históricos, condições sociais, mostrando que o sujeito do
discurso está imerso em diversas vozes heterogêneas. Sendo que, a metodologia de investigação
desse estudo se obteve da análise da intertextualidade formadora da tirinha, atrelada a um contexto
sóciocultural de uma determinada época. Portanto, esta pesquisa teve como resultado parcial a
percepção de linguagem em um discurso se dá quando o mesmo está atrelado a pontos de vistas de
outros discursos, como o da Mafalda, que tem uma voz questionadora e reflexiva, emergida pelo
contexto da ditadura militar.
PRÁTICAS DE SUBJETIVAÇÃO SOBRE O GÊNERO MASCULINO NA REVISTA MEN’S
HEALTH: UMA PERSPECTIVA FOUCAULTIANA DO CORPO QUE TRANSA
Priscylla Alves Lima – UFG/CNPQ
Maria de Lourdes Faria dos Santos Paniago – UFG
O conceito de Identidade é marcante e permeia as sociedades desde antes da instauração da
Modernidade (HALL, 2004). A necessidade de pertencer a um determinado grupo faz com que o
indivíduo adote comportamentos que se entalhem nos padrões históricos e estéticos de seu tempo.
Segundo FOUCAULT (2004), algumas instituições na sociedade contemporânea se utilizam de
certas diretrizes do cristianismo para realizarem uma tentativa de subjetivação dos sujeitos,
conferindo-lhes identidades que contribuam efetivamente para o processo produtivo, moldando o
corpo no panorama da docilidade e da utilidade. HALL (2004) afirma que, na contemporaneidade,
os aparatos tecnológicos e midiáticos são fatores preponderantes na tentativa de fortalecimento
desse sentimento de “pertença”. É nesse contexto que a mídia se utiliza do poder pastoral e este se
revela com suas técnicas e tecnologias, moldando a identidade dos sujeitos. Este trabalho, que toma
como embasamento teórico principalmente os estudos de Michel Foucault, analisa a revista Men’s
Health, para compreender as estratégias discursivas utilizadas por ela na tentativa de fabricar um
determinado tipo de corpo masculino. Nosso recorte analítico compreende discursos relacionados à
sexualidade. A pesquisa, desenvolvida no âmbito do Programa de Iniciação Científica UFG/CNPQ,
ainda não está concluída, mas já é possível afirmar que a construção de verdades relacionadas à
sexualidade é feita principalmente por meio do dispositivo da confissão, inclusive nas seções da
revista do tipo “pergunta do leitor-resposta da revista” que levam os leitores a confessarem suas
dúvidas de ordem sexual, e outras reportagens de texto em prosa que abordam o sexo e a
sexualidade que tentam moldar o indivíduo do gênero masculino de modo que este siga
determinados padrões de comportamento reafirmando-o dentro da identidade de homem construída
nas entranhas da sociedade patriarcal, descrita por BEAUVOIR (1970) que, segundo a mesma,
subordina a mulher e remete o homem a uma condição de domínio através do machismo e da
corpolatria e, principalmente, exclui outras identidades masculinas possíveis sob a forma do
preconceito velado.
PRIMEIROS ESTUDOS FUNCIONALISTAS DO PREFIXO PRE- NO GRANDE
DICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA
Lorenna Oliveira dos Santos – UESB/FAPESB
Jorge Augusto Alves da Silva – UESB
A teoria funcionalista, segundo Givón (1979) e Neves (1997), tem como principal objetivo analisar
a expressividade de uma determinada língua, observando as suas estruturas linguísticas e o contexto
em que as mesmas ocorrem. Através das pressões de uso na língua, é possível reconhecer que
elementos específicos utilizados, por vezes, com um único sentido, passam a obter, também, outros
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sentidos. Partindo desse viés, neste trabalho, temos como objeto de estudo o prefixo pre-/pré-. Esse
prefixo, originado da forma latina prae, que possui a particularidade de ser usado com acento
quando é seguido de hífen e de não ser acentuado quando é aglutinado, tem, como sentido
prototípico, o valor de anterioridade e de antecedência. No entanto, outros estudiosos acrescentam a
ele novos sentidos, como: em Bechara (1999), o sentido de superioridade; em Houaiss (2001),os
sentidos de adiantamento e superioridade comparativa; e, em Soares e Leitão, o sentido de
intensidade. A partir desses seis (6) sentidos encontrados, categorizamos os substantivos prefixados
em pre- no Grande Dicionário da Língua Portuguesa. Para a realização do presente trabalho,
revisitamos dicionários e gramáticas da Língua Portuguesa; realizamos uma discussão a respeito da
prefixação, abordando a polêmica da composição e da derivação; e, por fim, analisamos os sentidos
mais marcados desse prefixo no Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
PROBLEMAS DE MORFOLOGIA
Maria Eduarda dos Santos Chaibe – UFOPA
Leonel Mota – UFOPA
Objetivamos neste trabalho apresentar alguns dos problemas mais discutidos entre gramáticos,
linguistas e estudiosos da língua quanto à morfologia. Esta trata do estudo da estrutura interna das
palavras, da descrição dos morfemas que ocorrem dentro dessas unidades e da formação de
palavras. Para investigar as divergências e discussões sobre processos e classificações morfológicas
tomamos como referenciais teóricos obras como de Basílio (1998), Cagliari (2002), Macambira
(1978), Rocha (1998), Silva e Koch (2007), a partir dos quais selecionamos alguns processos de
formação de palavras, como a parassíntese, a derivação regressiva e a derivação imprópria, para
verificarmos quais os problemas relacionados a eles. Assim, podemos constatar os focos de
divergências entre os estudiosos, principalmente quanto às classificações desses processos de
formação de palavras e classificação de morfemas; e o quanto a língua apresenta mistérios que se
tornam motivos de constantes desafios para pesquisas entre os amadores do estudo da língua.
PRODUÇÃO TEXTUAL EM FOCO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NO ENSINO DE
LÍNGUA PORTUGUESA
Claudiane Pirôpo – UESB
Jamile Santos – UESB
Queiciane Araujo – UESB
Adriana Maria de Abreu Barbosa – UESB/ DCHL
O subprojeto de letras - Processo formativo do professor de Língua Portuguesa, que integra o
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência- PIBID, vinculado a Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia campus de Jequié, tem como principal objetivo ressignificar o
ensino de Língua Portuguesa. Debruçados neste foco, o PIBID de Letras atuante no Colégio
Estadual Luiz Viana Filho - CELF tem como desafio despertar nos pibidistas2 um novo olhar para
ensino/aprendizagem da disciplina de Português, buscando trabalhar com novas metodologias de
abordagem textual e assim desenvolver habilidades de escrita. À luz das teorias de GERALDI
(1997), ANTUNES (2003), TRAVAGLIA (2001) e POSSENTI (1996) os quais refletem em torno
do ensino de Língua Portuguesa, e apresentam propostas para o trabalho de escrita em sala de aula.
Um dos principais desafios encontrados nas oficinas do PIBID foi o desenvolvimento da produção
textual já que os alunos apresentavam dificuldades e falta de interesse no exercício da escrita.
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Portanto, este artigo tem como finalidade refletir acerca do ensino de produção textual nas aulas de
português, buscando ressignificá-lo a fim de proporcionar um ensino/aprendizagem mais eficaz.
PROJETO PRÁTICAS DE ORALIDADE E CIDADANIA: “O DISCURSO DISCENTE E A
NORMATIVIDADE ESCOLAR”
Juliana Bitarelli Viana Ponciano – UFJF/PROBIC/FAPEMIG
Carolina Alves Fonseca – UFJF/BIC
Andressa Peres Teixeira – UFJF/PPG
Mariana Rocha Fontes – UFJF/PPG
Neusa Salim Miranda – UFJF/PPG
Este trabalho propõe-se a apresentar os últimos resultados obtidos pelo macroprojeto Práticas de
Oralidade e Cidadania (MIRANDA, 2007 – 2012), que está integrado à linha de pesquisa
Linguística e ensino de línguas do PPG em Linguística da UFJF e à FrameNet Brasil, em sua linha
de pesquisa Frames e cidadania. Ao longo desses anos, o macroprojeto vem delineando, através de
muitos estudos de caso, o “mapa da crise” dos padrões interacionais e linguísticos no cenário
escolar. O presente estudo baseia-se na investigação do conceito e do funcionamento das regras na
perspectiva discente, em uma escola da rede estadual do município de Muriaé/MG realizado por
Fontes (2012). Utilizou-se como instrumento investigativo uma entrevista semiaberta escrita,
respondida por todos os alunos dos primeiros anos do ensino fundamental (164 sujeitos). Tal
instrumento estrutura-se de duas partes, uma voltada para dados acerca do perfil social dos sujeitos
e outra constituída por três questões discursivas voltadas para a concepção discente das “regras” e
sua prática na escola (Questão 1: Para você, o que é uma regra?; Questão 2: Existem regras na sua
escola? ; Questão 3: Que regras você acha que a escola precisa ter e por quê? Cite no mínimo três
regras). Os procedimentos analíticos baseiam-se no aporte teórico da Linguística Cognitiva
(LAKOFF & JOHNSON, 1987, 1999) e, em especial, da Semântica de Frames como desenvolvida
por Fillmore (1977, 1979, 1982) e de seu projeto lexicográfico FrameNet. Para uma hermenêutica
dos dados buscou-se a Psicologia Moral (LA TAILLE, 2006, 2009; TOGNETTA e VINHA, 2009), a
Linguística Aplicada (RAJAGOPALAN, 2006; FABRÍCIO, 2006; LOPES, 2008) e a Sociologia
(BAUMAN, 1998, 2001, 2005; FRIDMAN, 2000 e GIDDENS, 2006). A análise dos dados nos
permitiu observar que os alunos conceituam regra a partir da evocação dos frames
Norma_Obediência e Norma_Comando. Já na segunda questão, construiu-se uma rede de frames
relacionada à Precrição_Escolar, composta por onze frames, sendo que três constituem cerca de
68% de todas as regras evocadas (512) - Encontro_Hostil (25,4%), Movimento_Próprio (25,4,%) e
Vestimenta_Escolar (17%). Na terceira questão, na qual os alunos relatavam as regras ideais para a
escola, as regras mais citadas na questão dois foram repetidas, sendo os alunos os principais
destinatários dessas regras. Diante dos resultados alcançados, nota-se o quanto a escola precisa
caminhar em direção a um projeto democrático, ancorado em valores morais e éticos, haja vista as
relações de coação e de falta de cooperação emergidas no discurso discente.
RELAÇÃO ENTRE ENSINO DA GRAMÁTICA E PRODUÇÃO TEXTUAL DE
QUALIDADE
Anna Paula Scarabotto Cury – USC/PIVIC
Cinthia Maria Ramazzini Remaeh – USC
Por conta da ocorrência de casos como os de alunos que tiram ótimas notas em avaliações de
gramática, compostas por exercícios repetitivos e de sentenças descontextualizadas e têm péssimo
129
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desempenho nas redações, também os que gostam muito de literatura, mas não conseguem trabalhar
a linguagem em seus textos, ficou clara a urgência de mudanças. Visando colaborar para um ensino
que resulte em produções textuais de qualidade e que sejam condizentes com as necessidades
comunicativas dos discentes, optou-se pela realização de uma pesquisa bibliográfica a respeito da
relação entre conhecimento gramatical e competência linguísticocomunicativa. Também foi
elaborada uma coletânea de estratégias de ensino da gramática, eficientes para a produção escrita de
qualidade. Incentivando o tema trabalhado pretende-se oferecer tal coletânea à apreciação de
docentes do Ensino da Língua Portuguesa, com o propósito de contribuir tanto para as atividades
dos mesmos como para a melhoria da produção escrita no idioma pátrio. Os objetivos norteadores
deste estudo foram a pesquisa bibliográfica sobre estratégias de ensino da gramática normativa e da
produção textual eficaz; a relação entre conhecimento gramatical e competência linguísticocomunicativa; a seleção de estratégias de ensino da gramática normativa que resultem em uma
produção textual eficiente e a elaboração de uma coletânea com sugestões de estratégias de
trabalho, as quais aproximem gramática e produção de texto de modo a produzi-los com qualidade.
Consenso entre os professores do ensino da Língua Portuguesa, cada dia mais gramática e produção
textual de qualidade se distanciam. Mesmo sabendo que não é somente a gramática a responsável
pela escrita eficiente é fato que o conhecimento dela é um dos pontos essenciais para tal produção.
Daí a importância de buscarmos estratégias de ensino que aproximem a gramática da escrita,
tornando-a, não só na teoria, mas na prática, parte da mesma.
RELAÇÃO ENTRE FALA E ESCRITA NO CONTEXTO ESCOLAR
Jéssica Pacheco Gomes – UFTM/Capes
Lara Lúcia Castro da Silva – UFTM/Capes
Jauranice Cavalcanti – UFTM
Este trabalho está vinculado ao Subprojeto de Língua Portuguesa do PIBID 2011 da Universidade
Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Seu principal objetivo é enriquecer a competência textual
de alunos do Ensino Médio de escolas públicas localizadas na cidade de Uberaba (MG), tendo por
foco o texto dissertativo-argumentativo tal como é solicitado na prova do ENEM (Exame Nacional
do Ensino Médio). Durante o trabalho realizado na escola onde atuamos, recolhemos um corpus
constituído por redações que apresentavam inadequações em relação aos critérios utilizados na
avaliação (presentes na matriz de competências), e em especial detectamos a presença de diferentes
marcas de oralidade nos textos. Sendo assim, nesta pesquisa procuramos analisar esse corpus tendo
por fundamentação teórica os estudos de Corrêa (2006), Koch e Elias (2009) e Marcuschi (2007).
De acordo com esses autores, a questão da oralidade e da escrita não deve ser vista de forma
dicotômica, mas em relação a um continuum que leve em conta os gêneros textuais em que os textos
são produzidos. Marcuschi (2007) afirma que “oralidade e escrita são práticas e usos da língua com
características próprias, mas não suficientemente opostas para caracterizar dois sistemas linguísticos
nem uma dicotomia” (p.17). Já Koch e Elias (2009) ressaltam que “existem muitos textos escritos
que se situam mais próximos ao pólo da fala conversacional do que da escrita formal” (pág.15).
Resultados parciais apontam a dificuldade de os alunos usarem uma variedade linguística adequada
ao gênero solicitado, utilizando uma linguagem em que aparecem palavras, expressões e
construções sintáticas típicas da oralidade assim como organizadores textuais continuadores típicos
da fala.
RODRIGO ESCRITOR NARRADOR PERSONAGEM, MACABÉA DATILÓGRAFA, E A
LINGUAGEM COMO MUNDO FAMILIAR
Tiago Ferreira Dos Santos – PUCGO/ PIBIC/CNPq/NEL
130
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Este estudo pretende desenvolver um diálogo entre os conceitos fenomenológicos da hermenêutica
heideggeriana e a obra A hora da estrela, de Clarice Lispector, fazendo um paralelo entre o narrador
personagem Rodrigo e a personagem Macabéa. A proposta visa a identificar os modos de ser do
dasein, presente em Rodrigo, o que lhe permite a compreensão de si e do outro. A partir disso, farse-á a analise da construção narrativa que surge de forma (pré) ontológica, pega “pelo ar de
relance”, diferenciando o ôntico (ligado aos entes), o ontológico (a investigação teórica do ser) e o
(pré) ontológico (que permite ao dasein compreender pré conceitualmente o ser). Através dos
conceitos de factiticidade, cura e o nada, verificar-se-á que Rodrigo, ao interpretar o modo de existir
da personagem Macabéa vai se mostrando, aos poucos, como uma possibilidade de ser. Para que o
dialogo aconteça, o estudo crítico prevê o entendimento de alguns termos básicos da fenomenologia
heideggeriana, como: ente, ser, factiticidade, cura e o nada e, ainda, compreender qual é a relação
entre dasein e esses termos, e o que torna o dasein um ente especial. O estudo faz a relação entre
existência, compreensão existenciária e existencial, revelando os aspectos que diferenciam o dasein
dos demais entes, e demonstrando, por meio da obra corpus de Clarice, como dasein compreende
sua própria existência e a dos demais entes.
SAMPESCREVE
Aline Aparecida dos Santos – USP/CAPES
Lia Ceron – USP/CAPES
Emerson de Pietri – USP
A cultura letrada e a cultura jovem raramente são tomadas como planos passiveis de intersecção. A
instituição escolar tradicional é a responsável pelo fortalecimento desse antagonismo,
inviabilizando a construção de uma nova relação entre essas duas instâncias. Nesse quadro, a
música aparece como uma eficiente ferramenta de conjunção, uma vez que reúne, a um só tempo, a
dimensão sonora, tão cara aos jovens na atualidade e a escrita, culturalmente prestigiada. A proposta
do projeto Sampescreve se insere nesse contexto. Propomos um projeto de ensino interdisciplinar
que conjugue história, música e cultura da periferia em paralelo ao ensino de conteúdos específicos
referentes às habilidades da escrita. Diagnosticamos através de um questionário que os alunos
apreciam música e que desconhecem a cidade de São Paulo, onde vivem. Simultaneamente
observamos que tanto a produção escrita quanta a interpretação textual são deficitárias. A
finalidade deste projeto é fomentar o ensino e a aprendizagem desses pontos, de maneira
contextualizada e dialógica. Logo, visamos à formação de leitores dotados de autoria, ou seja, de
alunos que tenham autonomia na leitura e a partir de então sejam capazes de produzir textos que
tenham sentido e cuja temática seja São Paulo. O trabalho tem como público jovens de uma
comunidade carente da zona norte de São Paulo, alunos da Escola Estadual Dr. Pedro de Moraes
Victor. Trata-se de duas turmas do 7° ano compostas por alunos entre 11 e 13 anos.
SOBRE A (DES)CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO DE LÍNGUA : EFEITOS E SENTIDOS
DE UM ENSINO (AINDA) PRESCRITIVO
Éderson Luís da Silveira – FURG
Joice Rejano Pardo Maurell – FURG
Na atualidade, muito se tem discutido, entre os linguistas, sobre o ensino de Língua Portuguesa nas
escolas. Em oposição ao ensino gramatical de normas e “rótulos” de classificação e catalogação que
“amordaçam” a língua em estruturas (in)definidas, temos os estudos sobre a língua em uso e sobre a
natureza heteroglóssica da língua(gem). Muitos estudiosos da linguagem – entre eles, Marcos
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Bagno, Maria Helena de Moura Neves e Ataliba de Castilho, por exemplo – defendem que o ensino
de língua precisa ultrapassar esse normativismo que ainda impera no ensino escolar e adotar
também uma abordagem científica da língua que observe o fato linguístico, o descreva e o tente
explicar por uma meio de uma teoria linguística, visto que possível e pertencente a ambientes de
língua em uso. Portanto, nas universidades, muitas disciplinas de língua materna e de linguística se
propõem a problematizar o ensino de língua portuguesa no Brasil, para que os graduandos possam
perceber os distanciamentos e silenciamentos sobre a natureza da língua que esta visão hegemônica
ainda adotada no ensino básico implica. Este trabalho discute as marcas de subjetividade em
discursos de professores/as de língua portuguesa com a finalidade de perceber as relações que se
estabelecem entre o eu e o outro. O ponto de partida são os conceitos de subjetividade e sujeito para
se compreender como o eu insere o outro ao falar sobre a sua prática. São apresentadas a noção de
subjetividade a partir de Coracini e as noções de sujeito em Pêcheux e Orlandi, pela Análise de
discurso de linha francesa. Esse caminho ajuda a compreender a relação
subjetividade/sujeito/discurso. Nessa perspectiva, pensamos em e com Foucault, quando afirma que
“todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos
discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo”. Para a constituição do corpus para
a análise foram selecionadas sequências discursivas extraídas de entrevistas com professores/as em
formação (primeiro e último ano dos cursos de Letras da Universidade Federal do Rio Grande, RS)
para percebermos quais os gestos de interpretação produzidos pelos/as docentes em formação em
relação à língua que apre(e)nderam na escola (antes do ingresso no ensino superior) e sobre a língua
que analisam reflexivamente na universidade, a partir dos estudos linguísticos que problematizam o
ensino. Em seguida, procuramos observar como isso contribui para a (des)construção identitária do
sujeito-professor, a partir dos ambientes de formação, verificando como se constitui a construção da
identidade docente na perspectiva dos Estudos Culturais, a partir de Stuart Hall, Tomás Tadeu da
Silva e Luciano dos Santos que a veem a partir de processos de identificação/diferenciação e como
ela é (des)construída face aos diferentes discursos sobre a língua.
SUJEITOS, SOCIEDADE, CIDADANIA E OS ESTUDOS DE GÊNEROS TEXTUAIS: UMA
PROPOSTA DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Marcelo Rodrigues de Lima – UFV/CAPES
Joelma Santana Siqueira – UFV
No mundo contemporâneo, marcado por um apelo informativo imediato, a reflexão sobre a
linguagem e seus sistemas é mais do que uma necessidade, uma garantia de participação ativa na
vida social. Buscando aprimorar as competências comunicativas dos alunos da Escola Estadual
Raul de Leoni, situada em Viçosa-MG, e ressaltar a contribuição do estudo dos gêneros discursivos
para a formação do aluno leitor, este trabalho, desenvolvido em turmas de ensino médio da escola
supramencionada, apresenta os resultados de um projeto inserido nas propostas das atividades do
PIBID/CAPES-Português, cujo objetivo é garantir uma aprendizagem significativa, voltada para o
desenvolvimento e a reflexão sobre temas que envolvam a cidadania. As temáticas abordadas
foram: A Construção Identitária do Sujeito, a Problemática do Bullying e O Papel da Mulher na
Sociedade Atual. Na primeira etapa do projeto foram estudados os genêros de relato biografia e
autobiografia objetivando-se conhecer os alunos participantes do PIBID/Português e trabalhar a
produção escrita a partir da história de vida de cada sujeito. Desta forma, foi possível analisar a
escrita dos estudantes, bem como traçar o perfil das salas que receberam as atividades, fazendo os
envolvidos refletirem sobre as possibilidades de interação social através dos gêneros textuais. No
segundo momento, propomos estudar os gêneros notícia, depoimento e reportagem com a temática
Bullying. Os alunos produziram matérias, conheceram o funcionamento de uma TV e Rádio, por
meio de visita à TV e Rádio Viçosa e produziram materiais Audiovisuais. Na última etapa, os alunos
problematizaram O Papel da Mulher na Sociedade Atual e produziram reflexões dissertativas. As
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atividades desenvolvidas conseguiram não só melhorar as habilidades de produção textual dos
alunos, mas também viabilizar uma interação mais amistosa entre os agentes envolvidos no
processo de ensino e aprendizagem - professor, alunos e bolsistas PIBID, despertando o interesse
dos discentes em buscar mais leituras, explorar criticamente as informações e, deste modo, interagir
mais com os textos, tanto na leitura quanto na escrita. Nota-se que é preciso capacitar os alunos para
que estes possam atuar em uma sociedade que exige competências específicas em contextos
diversos. Assim podemos dizer que os gêneros textuais são instrumentos eminentes para mostrar ao
aluno as diversas possibilidades de atuação social.
“TER” E “HAVER” COM SENTIDO “EXISTENCIAL” EM NOTÍCIAS JORNALÍSTICAS
DO INÍCIO DO SÉCULO XX PUBLICADAS EM UBERABA-MG
Éricka Fernanda Caixeta Moreira – UFTM
Juliana Bertucci Barbosa – UFTM/CNPq
A língua, como qualquer outra realidade humana ou da natureza em geral, está em contínua
variação e mudança. Qualquer língua é, então, um resultado de um longo e contínuo processo
histórico. Ao mesmo tempo em que a mudança é contínua, ela é também lenta e gradual, pois há
períodos de variação, ou seja, de coexistência das duas formas (a inovadora e a conservadora).
Partindo dessa concepção de língua heterogênea e variável, diversas pesquisas linguísticas têm
apontado que desde o latim clássico, TER e HAVER sofrem alterações em seus usos, e indicam,
principalmente, que o TER, gradualmente, está substituindo o HAVER em estruturas de posse e em
construções de tempos compostos. Além disso, recentemente, outras pesquisas também evidenciam
que o TER e o HAVER coocorrem em estruturas existenciais. Callou e Avelar (2000), por exemplo,
ao analisarem a variação TER e HAVER existenciais na fala culta carioca nas décadas de 70 e 90,
mostram que a penetração de TER no campo de HAVER ainda não se completou, apontam uma
mudança em progresso. Vitório (2006), ao analisar a variação TER/HAVER na escrita de alunos de
5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental da cidade de Maracanaú-CE, com o objetivo de verificar a
frequência de emprego desses verbos e de analisar se fatores linguísticos e sociais interferem no
uso, não só demonstra que o emprego de TER é maior do que a de HAVER (89% de TER e 11% de
HAVER), mas também aponta que esta variação é condicionada por fatores linguísticos. Assim,
com base na Teoria Variacionista e partindo da hipótese de que existem diferenças entre o que se
prescreve a gramática normativa e os usos reais da língua, investigamos os verbos TER e HAVER
existenciais no gênero textual “notícias” extraídas de jornais de Uberaba (e região) publicados no
início do século XX. Por meio desta pesquisa, identificamos os empregos que tais verbos possuíam
na escrita de Uberaba daquela época, auxiliamos para o levantamento de características do
português mineiro da região de Uberaba e contribuímos com discussões sobre o ensino dessas
formas verbais nas disciplinas de língua portuguesa.
TERÇA FEIRA GORDA: UM RETRATO DO HOMOEROTISMO E DA REPRESSÃO
SOCIAL
Queiciane Araujo – UESB
Jamile Santos – UESB
Claudiane Silva Piropo – UESB
Adriana Maria Barbosa de Abreu – UFRJ/ PIBID/UESB
Este estudo tem como objetivo apresentar os resultados das oficinas realizadas no Colégio Estadual
Luis Viana Filho- CELF no subprojeto de Letras, que integra o Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação a Docência –PIBID financiado pela CAPES vinculado a Universidade Estadual do
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Sudoeste da Bahia- UESB campus de Jequié-BA, as quais tiveram o intuito de analisar e discutir os
temas sociais: drogas, homofobia e erotismo a partir da leitura e reflexão do conto Terça-feira gorda
de Caio Fernando de Abreu, presente no livro Morangos Mofados (2005), uma das obras indicadas
para o vestibular 2013.1 da UESB. Além disso, atentamos para a necessidade de discutir no
ambiente escolar as questões da homofobia, uma vez que, este assunto é gerador de repressão,
discriminação e preconceito na sociedade. O artigo tem como embasamento teórico: GERALDI
(1997), GERALDI (2006) ANTUNES (2003), LEAHY-DIOS (2004), esses estudiosos da Língua
Portuguesa explanam acerca do ensino de leitura e literatura nas aulas de Língua Portuguesa, e
CAMARGO (2010) BARCELLOS (2006), que apresenta uma análise do conto diante do tema
homofobia. Portanto, este trabalho tem a finalidade de refletir a respeito do ensino de leitura e
literatura e, também expor os resultados das oficinas que instigam a reflexão das relações
homoafetivas.
TÓPICO COM RETOMADA NA POSIÇÃO DE SUJEITO: UMA COMPARAÇÃO DE
DADOS
Élida Silva Pitangueira de Andrade – PIBIC/UFBA
Edivalda Araújo – UFBA
Em trabalho pioneiro desenvolvido no Brasil, Pontes (1987) analisou minuciosamente as
construções de tópico, e notou que as mesmas acontecem com bastante recorrência no português
brasileiro (PB). Entretanto, ao buscar uma origem para tais construções, encontramos estudos de
Galves (1996 e 2001), que evidenciam que o PB apresenta construções que diferem do português
europeu (PE), dentre elas, no que se refere ao tópico. Como hipótese, acreditou-se então, que seriam
construções provenientes da interferência das línguas africanas. A partir disso, passamos a analisar
as comunidades remanescentes de quilombolas, com a finalidade de encontrar dados que
corroborassem essa hipótese. Assim sendo, em trabalho anterior, Andrade (2012) constatou que as
pessoas mais velhas (acima de 65 anos - faixa 3) pouco apresentam construções SN + pronome.
Talvez por apresentarem um paradigma verbal bastante reduzido, com, no máximo, duas pessoas e
tendência a fixar a forma da 3ª pessoa do singular para todas as pessoas, conforme encontramos: i)
As folha, elas seca tudo. Já os jovens das mesmas comunidades (entre 18 e 25 anos – faixa 1), ao
contrário, apresentam menos variação no paradigma flexional do verbo e mais frequência das
construções de tópico. Foi possível encontrar, dentre muitos exemplos, construções do tipo: i)
Quando eu era criança, minha vó, ela dizia toda hora: estudar faz bem; ii) As frutas do lado de cá,
elas são mais docinhas. Por serem massivamente produzidas pelos jovens, pode-se concluir que as
construções de tópico com retomada na posição de sujeito são um fenômeno recente na língua, e
isso pôde ser atestado em análises antecedentes. Em função disso, consideramos que tais
construções foram desenvolvidas depois da fixação do paradigma flexional do verbo e são
características da zona urbana. A análise presente neste trabalho vai tomar como ponto de partida o
Projeto NURC/ Salvador, da década de 70, para comparar os dados nele presentes com os dados de
oralidade do século XXI, em noticiários orais. Depois da década de 70, tivemos acesso aos
inquéritos do referido projeto, no qual constavam dados da oralidade, que foram importantes para
elaborar uma comparação diacrônica, no que se refere às construções de tópico com retomada na
posição de sujeito. Em nosso trabalho atual, procuraremos comparar dados urbanos em diferentes
décadas, entre falantes com mesmo nível de escolaridade (superior), principalmente no que se refere
ao tópico com retomada na posição de sujeito: construções excessivamente perceptíveis em
colocações espontâneas de jornalistas em noticiários televisivos, por exemplo.
TRABALHANDO ARGUMENTAÇÃO NA AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA
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Queiciane Araujo – UESB
Jamile Santos – UESB
Claudiane Silva Piropo – UESB
Adriana Maria Barbosa de Abreu – UFRJ/ PIBID/UESB
O presente trabalho é resultado de atividades desenvolvidas no Colégio Estadual Luiz Viana Filho Jequié/Bahia, a partir da nossa atuação no Subprojeto de Letras: O Processo Formativo do Professor
de Língua Portuguesa na Microrrede Ensino- Aprendizagem-Formação – PIBID vinculado à
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB, que tem como objetivo oferecer aos futuros
educadores uma formação fundamentada em práticas educativas, consequentemente, ressignificar o
ensino de Língua Portuguesa. A oficina intitulada “ A arte de argumentar” teve como propósito
desenvolver nos pibidistas5 competências básicas de argumentação, a fim de, possibilitá-los
defender um ponto de vista, e assim, por conseguinte, desenvolvendo a oralidade e a escrita dos
alunos. Nessa oficina buscamos trabalhar temas atuais e polêmicos, como: O casamento gay e
tatuagens em menores de idade, para tanto, utilizamos recursos como vídeos, imagens e
reportagens, com o intuito de instigar os participantes a uma discussão, na qual eles pudessem
defender e contra argumentar tais temas. Com base nas teorias de BARBOSA (2011), GERALDI
(1997), KOCH (2004) e ABREU (2008), os quais explanam a respeito da argumentação, esse
estudo visa refletir a arte da argumentação a partir das aulas de Língua Portuguesa.
TRANSPOSIÇÃO DA FALA PARA A ESCRITA: UMA PERSPECTIVA FONOLÓGICA NA
ORTOGRAFIA
Rafael dos Santos Lemos – UFPel
Cíntia da Costa Alcântara – UFPel
Este trabalho foi desenvolvido a partir das correções feitas em textos dissertativo-argumentativos e
tem como alvo apontar possíveis pistas fonológicas que estariam por trás de casos de falhas na
alfabetização de alunos que estão se preparando para ingressar na universidade. Estas redações
foram elaboradas durante um curso preparatório para o ENEM, no decorrer de 2012, na cidade de
Pelotas – Rio Grande do Sul. O curso Desafio pré-enem trabalha com alunos de perfis diferentes,
com o objetivo de preparar os estudantes que não têm condições de pagar um curso preparatório,
deixando-os aptos a realizarem a prova do ENEM. Esta análise pretende mostrar a incidência de
erros ortográficos, propondo classificá-los como indício de falhas (como propõe Lemle, 2009) na
alfabetização desses alunos ao redigirem seus textos. O contexto em que estas redações foram
elaboradas será levado em consideração, pois grande parte desses alunos ficou um longo tempo
afastado do ensino formal ou, ainda, procede do ensino EJA (Ensino de Jovens e Adultos). Neste
trabalho, apresentam-se as maiores incidências de desvios na ortografia sob uma perspectiva
fonológica (Lemle, 2009), mostrando casos mais frequentes e, também, incertezas com relação a
determinados fonemas que são representados por mais de uma letra. Com base em estudos teóricos,
mostraremos o déficit na alfabetização desses alunos, no caso, níveis de falhas no processo de
alfabetização, que ficam evidentes nos textos produzidos por eles na sala de aula e que necessitam
de um trabalho mais elaborado com a língua culta, a qual esse aluno não está acostumado a utilizar
no seu cotidiano.
“UAI”, QUANDO USAMOS “UAI” NO PORTUGUÊS MINEIRO FALADO DE UBERABA?
Renata Cristina Stephanuto – IC/UFTM/Uberaba
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Juliana Bertucci Barbosa – UFTM/Uberaba/CNPq
A língua é a nossa identidade e está indissociável da sociedade. Seguindo esta perspectiva, este
trabalho, além de se basear na perspectiva variacionista (LABOV, 1972), de que a língua é
heterogênea, varia e pode sofrer mudanças com o passar do tempo, também parte de pesquisas já
realizadas sobre o português mineiro e a origem da expressão UAI. Não há uma única história sobre
a origem dessa expressão, consequentemente, a origem do UAI fica, ainda, muito vaga para todos
nós. Um dos grandes motivos para que esta pesquisa seja realizada é, portanto, a falta de estudos
sobre como essa expressão é utilizada no Português Mineiro falado em Uberaba atualmente.
Segundo Ramos (2007), por exemplo, UAI é usado com uma interjeição, com sentido de conclusão
(É isso aí, uai), de manifestação de surpresa (Uai, você chegou cedo!) ou como argumentação, em
situações em que uma pessoa é interrogada sobre algo (opinião), apresenta-se, logo após a resposta
e uma pausa. Já Prata (2010) afirma que UAI é uma expressão de difícil classificação,
aproximando-se do sentido de exclamação. Porém em que contexto linguístico é empregado? Qual
é, no português mineiro falado de Uberaba atual, o seu valor semântico hoje? Assim, buscamos, por
meio destes questionamentos, realizar um levantamento de quais são os valores semânticos da
expressão UAI no Português Mineiro de Uberaba, MG, na atualidade e quais circunstâncias de uso
essa expressão é mais comum entre os falantes da cidade de Uberaba, MG. Para isso, entrevistamos
16 falantes de Uberaba, região central da cidade, de diferentes classes sociais, escolarização e
gênero. A escolha dos informantes leva em consideração os seguintes requisitos: (a) ter nascido em
Uberaba ou se mudado para a cidade até os cinco anos de idade; (b) não ter se ausentado de
Uberaba por mais de dois anos. Após a transcrição das entrevistas, foram selecionadas as
ocorrências de UAI e posteriormente analisadas quantitativa e qualitativamente segundo fatores
linguísticos e extralinguísticos que norteiam esta pesquisa.
UM ESTUDO DE CASO ACERCA DOS PROCESSOS FONOLÓGICOS PRODUZIDOS
POR UMA ALUNA DA ESCOLA ESPECIAL INTEGRAÇÃO DE PALMAS - APAE
Patrícia Gomes Aguiar – UFT/PIBIC/UNITINS/CNPq
Maristela de Souza Borba – UNITINS
Este estudo de caso tem como objeto de estudo os processos fonológicos produzidos por uma aluna
com dificuldade cognitiva em relação à produção oral e que estuda na Escola Especial Integração de
Palmas – APAE. A investigação responde a seguinte pergunta: quais são os processos fonológicos
produzidos por uma aluna da Escola Especial Integração de Palmas – APAE? Os objetivos
específicos são: reconhecer e compreender os processos fonológicos e proporcionar a APAE
sugestões significativas em relação a maneira de se trabalhar com a informante do ponto de vista
fonéticofonológico. A informante possui 24 anos e, segundo o seu registro de diagnóstico, apresenta
um retardo do desenvolvimento neuropsicomotor e oligofrenia moderada disartria. A pesquisa foi
realizada entre agosto de 2008 a julho de 2009. Os dados foram coletados por meio de questionários
semiabertos respondidos pelos profissionais da Escola, gravações em áudio da fala da informante e
transcrições fonéticas de seu discurso oral. A análise dos dados foi quantitativa descritiva
interpretativa. Inicialmente, realizamos transcrições fonéticas das falas da informante. Depois,
identificamos os processos fonológicos surgidos. Na sequência, agrupamos os dados (processos
fonológicos) semelhantes e nomeamos cada um desses grupos, criando categorias, demonstrando os
seguintes resultados: assimilação (32%), seguida por perda de traços (31,5%), nasalização (11%),
redução vocálica (9%), monotongação (7%), permuta de traços (3%), acréscimo de traços (3%),
ditongação (2%), dissimilação (1%), transposição de traços (0.25%) e elisão vocálica (0.25%).
Sugere-se aos estudantes de Fonética buscar, por meio de exemplos reais, um melhor conhecimento
do sistema fonético-fonológico da língua para entender e explicar a dinamicidade da linguagem oral
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de um falante, ou seja, um segmento influenciando o outro. Além disso, o uso dos exemplos de
alterações fônicas, apresentadas nessa pesquisa, pode auxiliar os acadêmicos na interpretação dos
problemas de articulação em termos de assimilações, omissões, substituições, acréscimos,
nasalizações e dissimilações. Sugere-se, assim, aos acadêmicos a oportunidade de colocar em
prática a análise fonética para que haja a compreensão das desordens fônicas na fala de pessoas com
algum tipo de distúrbio de linguagem. Por fim, é necessário continuar os estudos dessa informante,
analisando somente um processo fonológico sob o olhar da fonética acústica-articulatória.
UM ESTUDO DO PADRÃO DE ORDEM NA FALA GOIANA: CONFRONTANDO
GÊNEROS
Izene Maria de Almeida – UFG
Rafamila Quésia Almeida Sousa – UFG
Walkíria Siqueira Pinheiro Castelo Branco – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
Este pôster está vinculado ao projeto de pesquisa que diz respeito ao estudo da ordem na fala
goiana, a partir da análise contrastiva dos gêneros masculino e feminino. O pressuposto é o de que o
padrão de ordem está correlacionado a aspectos sociais e discursivos da constituição textual. Logo,
fatores relativos às condições de produção desses textos, como momentos históricos, grau de
formalidade, gênero e interculturalidade podem influenciar na constituição sintática. Portanto,
eleger um padrão como SVOADJ ou VSOADJ, por exemplo, está relacionado ao que se quer dizer,
mas também a quem diz. O objetivo geral será analisar quatro inquéritos, transcrições de fala
cotidiana, de homens e de mulheres, comparando os padrões de ordem. A pergunta de pesquisa é a
seguinte: é possível identificar diferenças na fala dos goianos e das goianas e essa diferença pode
ser mostrada nos padrões de ordem sentencial mais recorrente nos dados? Para cumprir os objetivos
anteriormente descritos, a pesquisa está baseada em uma concepção funcionalista da linguagem, que
tem como um de seus princípios o reconhecimento da gramática como instrumento de interação
social.
UM ESTUDO LEXICAL DA FALA DO MUNICÍPIO DE OURO PRETO (MG)
Bianca Rodrigues Pereira – GPDS/UFOP/PIBIC/CNPq
Clézio Roberto Gonçalves – GPDS/UFOP
Este projeto não trata meramente de uma discussão acadêmica sobre as variações lingüísticas. Tratar
da língua é, também, tratar de um tema político, visto que é impossível desvincular a língua do ser
humano que, por sua vez, é um animal político. Não se pode negar que existe uma grande influência
da língua sobre a visão do mundo daqueles que a falam. Da mesma forma, não se pode negar o
contrário, ou seja, a influência do meio físico e do contexto cultural sobre a língua. A partir daí, este
estudo tem como objetivo geral: elaborar um estudo lexical de caráter descritivo da fala do
município de Ouro Preto (MG). Já se constatou com esta pesquisa que, desde a origem do
município de Ouro Preto, alguns itens nos direcionam a uma reflexão sobre quais fatores teriam
influenciado na concretização da norma linguística que se apresenta na fala atual dos habitantes. A
metodologia deste estudo está fundamentada nos pressupostos da Geolinguística, método da
Dialetologia. Esse método permite a reconstituição da história de palavras, de suas vias de difusão,
de flexões, de agrupamentos sintáticos e de antigas camadas da língua, segundo a repartição dos
tipos geográficos atuais. Esse resgate torna-se possível por meio da aplicação de um questionário
previamente elaborado a determinados sujeitos e pela elaboração de cartogramas, onde as respostas
são registradas e pelas quais poderemos, então, obter omapeamento das variantes linguísticas,
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segundo as orientações do Projeto do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB). Além do referencial
teórico-metodológico da Geolinguística, a partir das obras de AMARAL (1976), COSERIU (1979,
1982), NASCENTES (1958), complementou-se este estudo com as noções de Dialetologia em
AGUILERA (1998, 2005), CARDOSO (1996), CRISTIANINI (2007) e SANTOS (1999).
UM ESTUDO LEXICAL DO LIVRO DE REGISTROS DE BATIZADOS EM CATALÃO
(1837-1838): A CONDIÇÃO SOCIAL DOS NEGROS ESCRAVOS E SEUS
DESCENDENTES
Mayara Aparecida Ribeiro de Almeida – UFG/CAC/PIBIC/CNPq
Maria Helena de Paula – CAC/UFG/FAPEG
No presente trabalho, divulgaremos resultados parciais de nossa pesquisa “Estudo lexical do Livro
de Registros de Batizados da Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus (maio de 1837 a setembro de
1838)”, em desenvolvimento no âmbito do PIBIC-CNPq e vinculada ao projeto “Em busca da
memória perdida: estudos sobre a escravidão em Goiás” fomentado pela FAPEG, coordenado pela
Prof.ª Dr.ª Maria Helena de Paula. O léxico de uma língua nos oferece uma riqueza de informações
a respeito das pessoas que o utilizam, revelando traços de suas histórias, culturas e identidades.
Sabendo disso e tendo em vista resgatar um pouco da história catalana, que se encontra arraigada ao
sistema econômico de servidão, empreenderemos um estudo de natureza filológica e lexical do
Livro de Registros de Batizados da Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus, Vila do Catalão, o qual é
composto por 52 fólios rubricados pelo Presidente da Câmara Paroquial Domingues Silveira de
Souza, que trazem em suas linhas registros de batismo de crianças da região, que dizem respeito aos
escravos e/ou aos filhos de escravos. Assim, primeiramente realizaremos a leitura do livro em
questão, conforme nos ensina Megale e Toledo Neto (2005); em seguida, inventariaremos e
estudaremos os signos léxicos referentes à condição social frente ao regime escravista vigente,
baseando-nos nas lições da Lexicologia, apresentadas por Biderman (2001), que ressalta ser esta a
ciência do léxico que estuda como as unidades léxicas se constituem em seu contexto. Feito isto,
consultaremos os dicionários de Silva (1813), Moura (2004), Aurélio (2004) e Houaiss (2009) para
o cotejo de definições, observando inicialmente o sentido apontado pelo contexto da escrita. Após o
cumprimento destas etapas, teceremos análise estabelecendo relação entre o acervo lexical do livro
supracitado e a história e cultura por ele registradas, de modo a investigar, nas lexias do corpus,
como a condição social dos negros escravos e seus descendentes.
UM ESTUDO LINGUÍSTICO-HISTÓRICO DO JORNAL DE BALSAS, ANO 1936
Terezinha Mendes de Sousa – UEMA
Maria Célia Dias de Castro – UEMA
Este trabalho visa apresentar alguns dados culturais e linguístico-históricos do Jornal de Balsas,
desde o ano 1936 até o ano de 1940. Este estudo tem a intenção de mostrar a importância histórica e
cultural dos registros antigos para uma sociedade. Buscamos despertar, na sociedade balsense, o
interesse pela preservação do Jornal de Balsas, visto que este se encontra em péssimo estado de
conservação, na Biblioteca Municipal de Balsas. Trata-se de um documento de identidade de um
povo e, por isso, sua tamanha importância. A pesquisa está ocorrendo principalmente com a
restauração do documento em meio digital. Ao fazer essa análise, observamos que o Jornal de
Balsas dispunha de poucas imagens até o ano de 1937, além de que não apresentava colunas sobre
esportes, astrologia, classificados ou piadas, como se vê comumente nos jornais da atualidade.
Quanto às matérias jornalísticas, observamos curiosidades como os anúncios sobre viajantes,
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dinheiro perdido, aniversariantes, despesas da Prefeitura Municipal de Balsas, elementos esses que
revelam o típico ambiente provinciano da época. Temos ainda informações sobre o comércio, com a
divulgação dos preços das mercadorias; e notícias de São Luís, capital do Estado do qual a cidade
de Balsas faz parte (Maranhão). No que diz respeito à linguagem, a pesquisa está baseada no
levantamento dos dados, por meio de estudos na área da Linguística Histórica e da Filologia.
Verificamos, primeiramente, que os textos apresentam-se escritos na norma culta, com raros
coloquialismos e sintaticamente organizados. Além disso, percebemos que, na escrita, uma série de
palavras são grafadas de forma diferente das atuais regras de ortografia: parabénz, illuzões,
contacto, apezar, uzina, creanças, ella, hontem parabénz, illuzões, para o que passamos à
identificação dos fenômenos linguísticos ocorridos. Verificamos, também, por meio dos registros
contidos no jornal, que há uma relação de referência entre os nomes de pessoas considerados
“socialmente importantes”, naquela época, e os nomes de ruas, de praças e escolas existentes hoje
na cidade de Balsas: Rua Paulo Ramos, Av. Coronel Fonseca, Rua Edísio Silva, Rua Isaac Martins;
Praça Eloy Coelho, Praça Joca Rêgo; Unidade Integrada Didácio Santos, Escola Municipal
Alexandre Pires, entre outros nomes.
UMA PANORÂMICA SOBRE OS DESAFIOS E IMPLICAÇÕES NO ENSINO
ACADÊMICO
Marcia De Souza Ramos – UFMT
Marly Augusta Lopes De Magalhães – UFMT
A necessidade de registrar produções científicas de pesquisas do meio acadêmico e suas realizações
motivou o surgimento da Revista Panorâmica, que com ética e num espaço democrático, permite o
registro de vários assuntos apresentados em cada um de seus números, abrangendo diversas áreas
sociais. Com a nova tendência de utilizarmos o sistema digital, a Revista Panorâmica encontra-se
disponível on-line, facilitando seu acesso e interação com a comunidade acadêmica e com os
diversos segmentos sociais. Em suas publicações tem como foco principal a diversidade social,
linguística e cultural, registrando inovações tecnológicas tanto dos cursos de graduação, quanto de
pós-graduação, sempre num processo de construção, acompanhando as mudanças ocorridas nos
novos tempos. Os artigos que compõem a revista transmitem informações que objetivam valorizar o
leitor e o escritor, registrando e divulgando tanto os fatos científicos como os filosóficos. O texto
que apresentamos tem o objetivo de expor uma análise do volume número nove da Revista
Panorâmica, que aborda a temática: Ensino Superior, sob a dinâmica de vários aspectos, trazendo a
conhecimento as implicações e desafios da Educação Superior no Brasil. Os conteúdos abordados
mostram a necessidade de se compartilhar temas que são levados a conhecimento não só da
comunidade acadêmica, mas à sociedade como um todo.
UMA PERSPECTIVA FUNCIONALISTA DO DISCURSO POLÍTICO DE HELOÍSA
HELENA
Gabriella Faroni – UFG
Lohana Kárita Teixeira – UFG
Marília Costa – UFG
Vânia Cristina Casseb Galvão – UFG/CNPq
O discurso político é um texto rico em argumentação e retórica, fortemente persuasivo, alicerçado
por pontos de vista do emissor e por informações compartilhadas que traduzem valores sociais,
políticos, religiosos e outros. Frequentemente produzido dentro do padrão formal da língua
portuguesa, o discurso político não acompanha o padrão de língua utilizado pela população, porém
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é destinado a ela. O presente estudo aborda a variação lingüística em dados da língua falada
contidos em discursos da vereadora Heloísa Helena, uma pessoa pública, militante de esquerda, a
fim de reconhecer se o padrão de ordem ratifica sua orientação ideológica. A pesquisa está baseada
em uma concepção funcionalista da linguagem, que tem como um de seus princípios o
reconhecimento da gramática, como instrumento de interação social, e que, portanto, só pode ser
estudada a partir de dados de uso efetivo da língua. O pressuposto é o de que a ordem, mais que um
fenômeno gramatical, sistêmico, diz respeito às escolhas dos usuários da língua para produzirem
determinados efeitos de sentido. O corpus é constituído por três discursos com temas diversos, que
serão analisados quantitativa e qualitativamente, com base em autores funcionalistas como Neves
(1997, 2006, 2010), Pezatti e Camacho (1997), entre outros. Na análise quantitativa serão
computadas as ocorrências dos padrões de ordem possíveis, distintos na língua e visíveis nos textos
analisados a fim de saber os padrões recorrentes. Na análise qualitativa, os padrões mais recorrentes
serão correlacionados aos fatores sóciodiscursivos relativos às condições das produções dos textos e
aos efeitos de sentido que a escolha desses padrões ajuda a produzir.
UMA DISCUSSÃO ACERCA DO TRATAMENTO DAS CONSTRUÇÕES PELA
FRAMENET ATRAVÉS DA ANÁLISE DOS PADRÕES [(SN) VTER SN PARA
VINFINITIVO] E [SN VDEIXAR PARA/POR VINFINITIVO]
Adrieli Bonjour Laviola da Silva – UFJF/FAPEMIG
Tiago Timponi Torrent – UFJF
Este estudo insere-se no projeto Frames e Construções (TORRENT, 2010), subprojeto da FrameNet
Brasil (SALOMÃO, 2009), sediada na Universidade Federal de Juiz de Fora. Tal projeto tem por
objetivo tanto descrever Unidades Lexicais (ULs) – pareamentos de um lexema a um frame – a
partir dos frames que estas evocam, quanto criar um repertório de construções – ou Constructicon –
para o Português do Brasil, assim como tem sido feito pela FrameNet Americana - sediada na
Universidade da Califórnia, em Berkeley - em relação ao Inglês. Além de apontar para os frames
evocados por cada UL, a FrameNet, através da anotação lexicográfica, também se ocupa de levantar
os padrões de valência nos quais cada UL ocorre. Dessa forma, pode-se dizer que, na medida em
que determinada construção possa ser formalizada em termos de um padrão de valência de uma
unidade predicadora, tal construção não figurará no Constructicon. Partindo desse pressuposto, este
trabalho objetiva desenvolver uma análise da Construção Habilitativa – [(SN) Vter SN para
Vinfinitivo] – e da Construção [SN Vdeixar para/por Vinfinitivo], demonstrando, de forma
contrastiva, até que ponto tais padrões construcionais podem ser tratados como valências de ULs
verbais. Ambas as construções indicam uma ação codificada pelo verbo no infinitivo – um objetivo
a ser alcançado ou realizado – introduzido pela preposição para, o que permite agrupá-las entre os
padrões que utilizam elementos evocadores do frame de Finalidade. Na primeira, a existência ou a
posse de um dado recurso – representada por verbos no domínio geral de ter – habilita a realização
de tal atividade codificada pelo verbo no infinitivo, enquanto que, na segunda, o verbo modal deixar
indica uma ação que pode ser postergada. O que se discute acerca dessas construções, portanto, é de
que maneira devem ser descritas na base de dados da FrameNet, e não o estatuto construcional
delas. Para desenvolver essas pesquisas, tomamos como base conceitos da Semântica de Frames
(FILLMORE, 1982) e da Gramática das Construções (GOLDBERG, 2006), sustentando as análises
por meio de evidência de corpus. No que tange à metodologia, este trabalho desenvolve-se seguindo
os procedimentos de anotação lexicográfica (RUPPENHOFER et al., 2010) e construcional
(FILLMORE, LEE-GOLDMAN & RHODES, no prelo) utilizados para o tratamento de construções
gramaticais no âmbito da rede semântica FrameNet.
UNIVERSIDADE NA ESCOLA UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O ENSINO
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Geisiany Pereira Da Silva – ICHS/CUA/UFMT
Eloisa de Oliveira Lima – UFMT/CUA
O presente trabalho tem por objetivo apresentar o projeto “A universidade na escola” que é um
projeto de extensão pensado a partir das discussões do grupo de pesquisa “Língua e gramática:
desafios e possibilidades de ensino” da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus universitário
do Araguaia, Instituto de Ciências Humanas e Sociais em que se reúnem professores e discentes do
curso de Letras para repensarem uma prática pedagógica diferente dos modelos tradicionais. Ao
levar para o grupo de pesquisa, o resultado das observações feitas no estágio realizado na Escola de
1º grau José Ângelo dos Santos, em Barra do Garças, as alunas relataram que haviam detectado
problemas graves de leitura e escrita, e que os alunos precisariam de aulas extra curriculares para
que pudessem acompanhar a turma. A experiência do estágio então, discutida no grupo de pesquisa,
resultou num projeto de extensão. O projeto consiste em aulas de reforços para estudantes com
dificuldades em língua portuguesa e principalmente para os alunos enturmados que, segundo a Lei
262/-02, devem estar na série correspondente a sua idade, que nem sempre coincide com o seu nível
de conhecimento. O projeto funciona com oficinas de Leitura, produção de texto e atividades de
gramática, que são realizadas duas vezes por semana na escola estadual de ensino fundamental José
Ângelo, na qual universitários do curso de Letras realizam oficinas com a finalidade de colaborar
com os alunos da escola no aprimoramento de sua linguagem e possibilitar que tenham a
oportunidade de conhecer e utilizar todas as variantes lingüísticas, contribuindo para a formação de
cidadãos críticos e atuantes na sociedade. Com apenas alguns meses de projeto os resultados
obtidos foram alunos com melhor desempenho na leitura e na escrita.
USO VARIÁVEL DE “TER” E “HAVER” COM SENTIDO DE “EXISTIR” NO
PORTUGUÊS ESCRITO DE PORTUGAL
Adriana Afonsina Silva de Oliveira – FAPEMIG/IC/UFTM/Uberaba
Juliana Bertucci Barbosa – UFTM/Uberaba/CNPq
Partindo-se da concepção de língua como um objeto social, variável e passível de mudanças
(LABOV, 1972), busca-se, nesta pesquisa, analisar se no Português de Portugal (PP) escrito atual,
em contexto de menor formalidade, está presente o uso variável dos verbos TER e HAVER com
sentido de existir, assim como apontam alguns estudos linguísticos para o Português Brasileiro
(PB). Para isso, utilizamos como corpus cartas extraídas da revista Ragazza, publicadas em Portugal
desde 2004, ano de fundação da revista. Segundo Marine (2004), as cartas de revista encaixam na
modalidade intermediária entre oralidade e escrita, pois se caracterizam por uma escrita menos
formal e fortemente marcada por traços típicos da oralidade já que a relação construída entre a
leitora e a revista é uma relação de amizade. Esse contexto de menor formalidade é ideal para a
análise de questões linguísticas de caráter variacionista (LABOV, 1972). Observa-se nas gramáticas
normativas do Português Luso-brasileiro que o uso de TER existencial quase não é mencionado
e/ou quando mencionado, seu uso é descartado, principalmente, na língua escrita. Em oposição a
essa constatação, pesquisas (sócio)linguísticas (Callou e Avelar, 2000; Dutra, 2000; Silva, 2004;
Vitorio, 2006) apontam que desde o Latim Clássico, os verbos TER e HAVER caminham
paralelamente. Devido à perda da força expressiva do verbo HAVER, a língua recorreu ao uso de
TER, que gradualmente foi substituindo HAVER em estruturas de posse e em construções de
tempos compostos, e que, posteriormente, passou a ocorrer com HAVER em estruturas existenciais.
Já outros estudiosos afirmam que no PP, TER é empregado apenas como verbo possessivo, não
sendo admitido com valor existencial. Assim, nesta pesquisa, realizou-se um levantamento dos usos
de TER e HAVER em gramáticas do português, inclusive do PP, e comparou-se com os resultados
obtidos a partir da análise dos dados coletados no corpus – cartas da revista Ragazza. Cabe
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mencionar que se levou em consideração fatores linguísticos e extralinguísticos que condicionam os
usos de TER e HAVER com valor existencial no Português de Portugal escrito. Assim, por meio
deste trabalho, visamos auxiliar na constituição de corpus para estudos de variação linguística no
português, contribuir para o levantamento de características do Português e possibilitar futuras
pesquisas comparativas entre o Português de Portugal e (PP) e o Português Brasileiro (PB).
Palavras-chaves: variação linguística, português europeu, cartas, valores semânticos.
"USOS E FUNÇÕES DO ADJETIVO EM _NTE NO PORTUGUÊS BRASILEIRO"
Monique Borges Ramos da Fonseca – UFF/Pibic/CNPq
Mariangela Rios de Oliveira – UFF
O presente trabalho, desenvolvido junto ao Grupo de Estudos “Discurso & Gramática” – UFF, está
vinculado ao projeto “História do Português Brasileiro”, coordenado, em nível nacional, por Ataliba
de Castilho. Nossa pesquisa integra a seção que aborda a classe dos adjetivos no português do
Brasil, mais especificamente trata do uso de adjetivos deverbais que provêm do particípio presente
“_nte”. Nessa tarefa, dedicamo-nos ao levantamento, à quantificação e à classificação dos adjetivos
em “_nte” de acordo com as funções semântico-pragmáticas que exerçam quando adjuntos ao
nome. Nosso corpus é formado a partir da pesquisa empírica de cartas de leitores e redatores
correspondentes aos séculos XIX e XX, conforme contam no corpus PHPB. Considera-se, nos
dados coletados, além da condição semântica de modificador exercida pelo adjetivo terminado em
“_nte”, a possibilidade de mobilidade posicional na Construção Referencial (CR) para que se
estabeleça a adequada classificação dos registros. Do ponto de vista teórico, baseamo-nos na
Linguística Funcional Centrada no Uso, tal como postulada por Traugott (2012), Bybee (2010),
entre outros. A pesquisa até agora desenvolvida tem apontado os seguintes resultados: a)
possibilidade de dupla classificação em casos de adjetivos da subcategoria semirrelativa pertencente
à macrocategoria de classificadores; b) ocorrência de aproximadamente 2% de casos de contextos
críticos (Diewald, 2002), nos quais constam dados que apresentam ambiguidade e verbos-suporte;
c) tendência ao uso mais frequente da macrocategoria dos qualificadores, equivalendo a 44% dos
casos contra 18% de determinativos, 11% de classificadores, 16 de adjetivos em função predicativa,
9% de casos de dupla classificação e 2% de contextos críticos, em porcentagens aproximadas até o
momento.
USOS GRAMATICALIZADOS DO VERBO FAZER NA FALA GOIANA
Fernanda Carolina Mendes – UFG/PIVIC
Leosmar Aparecido da Silva – UFG
Partindo dos pressupostos teóricos funcionalistas e, por conseguinte, da concepção de que a língua
se realiza na atividade interativa, são analisados, neste trabalho, alguns aspectos sintáticos e
semânticos do verbo fazer no português brasileiro, sobretudo na fala goiana. Ressalta-se que o uso
bastante frequente de tal verbo – além de indicar alta produtividade - tem papel fundamental no
enfraquecimento de suas forças semânticas (bleaching) e, portanto, no seu processo de
gramaticalização. Entre os vários usos do verbo supracitado, enfocaremos – dentro de um
continuum – aqueles cujas características apontam para a extremidade com traço [+ gramatical]. O
verbo fazer será tratado, portanto, com maior ênfase, em indicações de tempo, em estruturas
causativas, em construções com verbo-suporte, em sentenças em que ele funciona como vicário e
em construções em que o fazer – na sua forma participial – atua como conjunção. Os corpora
analisados se constituem tanto de transcrições de dados de fala do projeto Fala goiana, quanto de
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dados não sistematizados, ou seja, do registro de construções comumente ouvidas, mas que não
constaram nas gravações realizadas. Pretende-se, assim, com este trabalho, atestar o fato de que o
uso efetivo não preenche supostas categorias estanques, dicotômicas e/ou rigidamente delimitadas;
há, na verdade, gradualidades que as transpassam.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E A INFLUÊNCIA NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
NO ENSINO MEDIO
Nariene do Nascimento Pereira – UERR
Chislene Moreira Cardoso – UERR
“Todas as variedades, do ponto de vista estrutural linguístico, são perfeitas e completas entre si. O
que as diferencia são os valores sociais que seus membros têm na sociedade.” (CAGLIARI 1991).
O professor de língua portuguesa ainda apresenta algumas dificuldades em relação à didática
utilizada no ensino da língua materna. Por este motivo, a pesquisa foi desenvolvida com o objetivo
geral de analisar a influência das variedades linguísticas presentes na fala dos alunos no segundo
ano do ensino médio de escola pública de Rorainópolis no processo de aquisição da língua materna.
Foi utilizada a pesquisa qualitativa que tem o pesquisador como ferramenta fundamental para a
análise dos dados coletados por meio de questionário fechado para os discentes e questionamentos
abertos para o docente juntamente com as observações que foi feitas em sala de aula. Esta pesquisa
fundamentou-se teoricamente em Bagno (1999) e Faraco (1995). Considerando que a região sul do
estado tem uma predominância na variação devido a imigração de outros estados, e essa realidade
influência no fenômeno da variação linguística. Após análise dos dados foi constatado que a
didática utilizada pelo professor também interfere no ensino aprendizagem da língua materna por
conta do tradicionalismo que ainda predomina nas escolas, visto que os professores preferem usar
uma didática que valorize a gramática normativa em detrimento de uma prática de ensino que
envolva as variações linguísticas, do que se adequar as novas didáticas que tem ganhado espaço
com essas inovações e as formas de ensino da língua.
VARIAÇÃO NO USO DO IMPERATIVO EM PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS EM
SALVADOR
Marli Pereira Batista – UNEB
Norma da Silva Lopes – UNEB
O presente estudo aborda o uso variável de formas de expressão do Imperativo na linguagem oral de
professores universitários de Salvador. Alves (2010), estudando histórias em quadrinhos baianas,
concluiu que alguns grupos de fatores influenciam o falante na escolha da variante de uso (forma
indicativa ou subjuntiva), quais sejam: 1) polaridade da estrutura: 2) paralelismo linguístico; 3)
variação diatópica. O trabalho observou que, em Salvador, o uso do imperativo parte da forma do
subjuntivo, e no interior, do indicativo. No presente trabalho, utiliza-se a sociolinguística
variacionista como escopo teórico-metodológico e toma-se como corpus de observação a fala de
professores do curso de Letras da Universidade do Estado da Bahia, UNEB, gravada durante a
atividade de sala de aula. Como variáveis sociais, são consideradas o gênero (masculino ou
feminino) e a faixa etária (25 a 45 anos; 46 a 69 anos) das pessoas observadas e para o estudo, após
o levantamento de todos os dados, utiliza-se o VARBRUL, como instrumento de quantificação dos
dados previamente codificados com as formas indicativas e de subjuntivo de expressão do
Imperativo. Interpretam-se os resultados à luz dos estudos da variação, e os comparam com outros
estudos já realizados na Bahia e em outras regiões brasileiras.
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VIÉS SUL-AMERICANO: IMAGINÁRIO SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA SEGUNDO
INTERCAMBISTAS HISPANOFALANTES
Emanuele Bitencourt Neves Camani – UFSM
Grazielle da Silva dos Santos – UFSM
Este trabalho busca compreender os sentidos que a língua portuguesa tem para os alunos
intercambistas da Associação das Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM) que são
hispanofalantes, traçando um (alguns) possível(is) perfil(s) discursivo(s) do imaginário de língua
estrangeira desses alunos participantes da futura pesquisa e analisando de que forma(s) esse sujeito
se relaciona com a aprendizagem da língua do Outro, considerando-se a perspectiva intercultural
desse processo. Para tanto, tomou-se como corpus para a análise a ficha de avaliação sobre o curso
de Português Língua Estrangeira (PLE) respondida pelos intercambistas e a produção textual
elaborada ao final do curso. Dessa forma, considerando que tal experiência vem possibilitando um
ensino-aprendizagem pautado na interculturalidade, que, de fato, significa tanto ao professor como
ao aluno, chama a atenção o êxito do trabalho desenvolvido. Neste sentido, observa-se que o ensino
de Português Língua Estrangeira baseado na ênfase intercultural e, principalmente, com objetivos
bem definidos que levam em conta as concretas necessidades do aprendiz, resulta em uma
aprendizagem plenamente significativa. Assim, cada vez mais o PLE alcança mais visibilidade e
participação no cenário sul-americano como Argentina, Colômbia e Paraguai conforme o corpus
analisado. Acredita-se que essa análise possibilitará vislumbrar as implicações do imaginário desse
sujeito frente à aprendizagem do PLE, permitindo, inclusive, pensar um ensino que objetive mediar
tais implicações.
VOCABULÁRIO DO CAPIM DOURADO – CULTIVO, EXTRAÇÃO E VENDA – UM
ESTUDO LÉXICO-SEMÂNTICO
Lucian Rufo Barbosa – UFT/IC
Greize Alves da Silva Poreli – UFT
Uma das preocupações da Linguística Moderna é desvendar a complexidade da língua utilizada por
diferentes povos e suas variações em três aspectos: fonético-fonológico, semântico-lexical e
morfossintático. Dentro desses contextos, o que mais imprimi as características socioculturais na
língua é o Léxico, que pode ser definido como o repertório de palavras que existe numa
determinada língua e expressa a recorrência de um povo na busca por termos que designem seus
referentes; trata-se de um componente da língua que, inicialmente, configura a realidade linguística
e conserva o saber linguístico de uma comunidade. Dessa forma, o presente estudo tem por objetivo
descrever a analisar o vocabulário utilizado no cultivo, extração e comercialização do capim
dourado. Este projeto – Vocabulário do Capim Dourado – Cultivo, Extração e Venda – Um Estudo
Léxico-Semântico - propõe uma análise acerca do vocabulário (o linguajar, variações linguísticas,
etc.) do povo da região do Jalapão – TO, em meio à cultura deste artesanato, cientificamente dito
Syngonanthusnitens. De fato, a fonte de renda predominante das comunidades da região é a
produção do Capim Dourado (composta por 15 municípios, em destaque: Mateiros, São Félix do
Tocantins e Ponte Alta), todos eles fluentes na produção do artesanato. Este comércio prevalece até
os dias atuais e é importado para o mundo todo. A riqueza do vocabulário do Capim Dourado,
entretanto, nunca fora estudada e esse projeto tem essa finalidade, focando neste vocabulário
tocantinense, descrever a realidade dialetológica/sociolinguística utilizado no manejo do Capim
Dourado, contribuindo para a descrição do caráter multidialetal da realidade tocantinense e,
sobretudo, brasileira.
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VOCABULÁRIO DO CORPO HUMANO: UM ESTUDO A PARTIR DE DADOS
GEOLINGUÍSTICOS
Juliany Fraide Nunes – UFMS
Aparecida Negri Isquerdo – UFMS/CNPq
O léxico utilizado pelos indivíduos para nomear as experiências vividas e, assim, evidenciar
costumes e ideologias de uma dada comunidade de falantes, é responsável por favorecer o resgate
de traços de identidade social, crenças e ideologias que transpassam os aspectos linguísticos de um
idioma. E, nesse sentido, os atlas linguísticos contêm repertórios vocabulares que representam a
norma de grupos circunscritos à área geográfica coberta pelo atlas, uma vez que funcionam como
uma “imagem fotográfica” da língua em uso em uma dada região linguística em uma determinada
época. Este painel analisa resultados parciais de estudo em desenvolvimento como bolsista de
Iniciação Científica e focaliza o estudo de itens lexicais que nomeiam o conceito “a pessoa que não
tem um olho”, mapeados pelos três atlas selecionados para este estudo: ALMS - Atlas Linguístico de
Mato Grosso do Sul (OLIVEIRA, 2007); ALiPP - Atlas Linguístico do município de Ponta Porã –
MS (REIS, 2006) e ALMESEMT – Atlas Linguísticos da Mesorregião Sudeste de Mato Grosso
(CUBA, 2009), atlas cujos dados integram a base de dados do projeto Tesouro do léxico patrimonial
galego e português: Brasil, subprojeto de um projeto mais amplo, sediado na Universidade de
Santiago de Compostela, que tem como objetivo a construção de uma grande base de dados a ser
disponibilizada em linha sobre o léxico dialetal do galego e do português (Portugal/Brasil). Como
procedimentos de estudo, foram seguidas as seguintes etapas: i) levantamento das cartas linguísticas
relacionadas ao conceito “pessoa que não tem um olho” nos três atlas selecionados (ALMS,
ALMESEMT e ALiPP); ii) levantamento das unidades lexicais contidas nas cartas em estudo; iii)
análise diatópica das unidades lexicais que nomeiam o conceito em foco extraídas das fontes
geolinguísticas selecionadas para a pesquisa; iv) comparação entre os dados mapeados pelos três
atlas (ALMS, ALMESEMT e ALiPP) e os disponíveis no Banco de Dados do Projeto ALiB – Atlas
Linguístico do Brasil, relativos “a pessoa que não tem um olho com o objetivo de verificar a
questão da mudança e da manutenção do léxico que nomeia referentes associados à área semântica
do corpo humano. Para isso, o estudo se baseou em pressupostos da Geolinguística, da Lexicologia
e da Semântica, além dos constructos teóricos sobre a relação entre mito e linguagem e,
consequentemente, sobre tabus linguísticos.
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