Fontes Ópticas - Tipos e principais características • As principais fontes ópticas utilizadas em comunicações ópticas são o LED (light emitting diode) e o LD (Laser diode que funciona segundo o princípio LASER - light amplification by stimulated emission of radiation) – são dispositivos de semicondutor baseados em heterojunções; • Principais características: – Potência óptica acoplada à fibra – Comprimento de onda de emissão Potência óptica: • LED: Popt de 10 a 100 µW • LD: Popt de 1 a 5 mW – Perdas de acoplamento – Custo e fiabilidade – Largura espectral do sinal injectado na fibra, ∆λS ou ∆νS ∆λM Largura de banda do sinal modulado (da modulação) ∆λF Largura espectral da fonte óptica na ausência de modulação Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 1 Largura espectral das fontes, ∆λF ou ∆νF (na ausência de modulação) Oscilador cromático A cos ( 2πν 0t + φ0 ) - A, ν0 e φ0 constantes Oscilador ruidoso e não-cromático A + na ( t ) cos 2πν 0t + φ0 + φn ( t ) - A e ν0 constantes - na(t) e φn(t) são ruídos (aleatórios) Frequência instantânea de oscilação ν i (t ) = ν 0 + 1 dφn ⋅ 2π dt Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 2 Largura espectral das fontes, ∆λF ou ∆νF (definição) As Asfontes fontesópticas ópticas(LED’s (LED’seeLD’s) LD’s)não nãosão sãomonocromáticas, monocromáticas,i.e. i.e.não nãoemitem emitemum um único únicocomprimento comprimentode deonda; onda;emitem emitemradiação radiaçãonuma numalargura larguraespectral espectral∆∆λλF ou ou∆∆ννF . . F F Definição da largura espectral - largura de banda, em comprimento de onda, ∆λF, para a qual o valor da potência decresce para metade do seu valor máximo (ponto a −3dB), FWHM (Full Width at Half Maximum) Largura espectral: • LED: ∆λF de 10 nm até 0,1λ0 • LD: ∆λF de 10-5 nm a 5 nm Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 3 LED versus LD Vantagens do LD vs LED: Maior potência de emissão (1-5 mW vs 10-100µW). Menor largura espectral (10-5 - 5 nm vs 0,1λ Com LD’s monomodo consegue-se 10-5-10-3 nm, isto é ≈1MHz e 100MHz) Maior directividade (permite chegar a uma eficiência de acoplamento de ≈50% para as fibras monomodais vs <1% com LED’s para essas fibras) Desvantagens do LD vs LED: Custo de fabrico (sendo os LD’s monomodo os mais caros) Dependência da temperatura Complexidade do circuito de alimentação Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 4 Díodo Laser - Definição e princípios básicos de operação • Definição: – é um oscilador óptico baseado no princípio de amplificação óptica numa cavidade reflectora com realimentação positiva; • Princípio básico de funcionamento laser é a emissão estimulada – através da aplicação de uma corrente (tensão) externa ao laser, os electrões e lacunas podem combinar-se radiativamente (gerando fotões) ou não-radiativamente – quando a corrente aplicada excede um valor crítico (corrente de limiar - Ith), observa-se que a taxa de emissão de fotões (potência óptica) na região onde são gerados os fotões (região activa) é superior à taxa de absorção dos fotões pelo material constituinte da região activa Inversão da população g (cm-1) λ= 1300 nm InGaAs ganho absorção – Região onde se dá a inversão de população λ Para níveis de corrente abaixo do limiar, a resposta de um laser é semelhante à de um LED → tipo de emissão de luz dominante - emissão espontânea Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 5 Díodo Laser - Princípios básicos de operação (cont.) • Os díodos laser usam uma cavidade de Fabry-Perot (FP) como cavidade ressonante. As faces do material semicondutor constituem as superfícies semi-reflectoras (espelhos) da cavidade. La R1 R2 Condições de oscilação: Γ ⋅ g ≥ Γ ⋅ g th = α i + 1 1 ln 2 La R1 R2 2k0 na La = 2π m, m inteiro Sinal óptico emitido Região activa com perdas αi e ganho g Corrente de injecção Γ - factor de confinamento óptico (fracção de potência óptica na região activa); R1, R2 - factores de reflexão das extremidades. νm = mc 2na La com k0 = 2 Frequência de emissão do laser Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 6 Laser de Fabry-Perot (Laser multimodal) - Características de emissão • Espectro de emissão: ganho + ∆λ λ-1 λ0 λ1 λ gth λ0 λ Espectro de potência Espectro de potência – o espectro de emissão corresponde aos comprimentos de onda de ressonância da cavidade de Fabry-Perot para os quais o ganho do meio ultrapassa o ganho de limiar gth. Largura espectral, ∆λF λ0 λ – O laser de Fabry-Perot apresenta um espectro de emissão constituído por vários modos de oscilação longitudinais, ou seja é um laser multimodal. • A separação entre os modos longitudinais é : ∆υ F = ν m −ν m −1 = c 2na , g La ↔ ∆λF = λm − λm −1 = λm2 2na , g La La: comprimento da cavidade na,g: índice de refracção de grupo do material semicondutor • Valores típicos da largura espectral a meia potência (FWHM): 2 nm - 5 nm Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 7 Laser de Fabry-Perot (Laser multimodal) - Características de emissão (cont.) • Potência de emissão: Potência óptica – quando a corrente de polarização aumenta o ganho óptico também aumenta. – A partir de um certo valor da corrente (corrente de limiar, Ith) o ganho iguala as perdas da cavidade iniciando-se o processo de emissão estimulada. Emissão estimulada Emissão espontânea Operação laser Operação led I1 • Ith I2 I3 Corrente Variação do espectro de emissão com a corrente de injecção: I = I1 I = I2 Espectro Espectro Espectro Abaixo Abaixodo dolimiar limiarooespectro espectroéé idêntico idênticoao aoespectro espectrodo doLED LED 4 nm Acima Acimado dolimiar limiaraapotência potência do modo central aumenta do modo central aumenta com comooaumento aumentoda dacorrente corrente de injecção. de injecção. I = I3 2 nm 50 nm λ0 λ λ0 λ Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE λ0 λ 8 Laser monomodal • O LD monomodal mais usado é o laser DFB (distributed feedback). – este laser é semelhante ao laser de FP, mas possui uma grelha de Bragg localizada junto à região activa de modo a filtrar todos os modos longitudinais exceptuando o central. Corrente de injecção Grelha de Bragg Sinal óptico emitido Sinal óptico emitido Região activa • O outro tipo de LD monomodal é o DBR (Distributed Bragg’s Reflector) Grelha de Bragg Corrente de injecção Grelha de Bragg Sinal óptico emitido Sinal óptico emitido Região activa Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 9 Laser monomodal versus Laser multimodal Vantagens do laser monomodal vs laser multimodal: Maior potência de emissão (0 - 10dBm). Menor largura espectral (10-5 – 10-3 nm vs 2 nm – 5 nm) – sinais injectados na fibra sofrem menor dispersão Débito binário mais elevado ≥ 2.5 Gbit/s Desvantagens do laser monomodal vs laser multimodal: Custo de fabrico Complexidade Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 10 Fontes ópticas -modulação directaModulação directa: A potência óptica é modulada por via da modulação da corrente eléctrica de excitação. potência óptica emitida pelo laser deverá ser uma “imagem” da corrente Nível não nulo de potência nos ’0’ conduz a degradação do desempenho Razão de extinção (ITU-T): rext = po ,1 po ,0 Valor mínimo indicado pelo ITU-T: Rext = 8.2 dB Razão de extinção: r = po ,0 po ,1 = 1 rext Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 11 Fontes ópticas -modulação directa - chirp Potência e desvio de frequência (chirp) à saída do laser: - quando se aplica um impulso de corrente de duração 200ps no instante −100ps com i0=0.8ith O chirp, por si só, não é um problema em sistemas IM/DD i1=2.5ith i1=2.5ith Aliado à dispersão da fibra é um factor limitativo da transmissão para elevados débitos (vários Gbit/s) i0=0.8ith i0=0.8ith Variação da corrente Parâmetro do laser que quantifica a amplitude do chirp: Para débitos elevados, o nível de corrente mais baixo, i0, deve estar claramente acima do limiar → razão de extinção baixa Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE Factor de enriquecimento da largura espectral, αc – valor típico αc=6 12 Fontes ópticas -modulação externa Para evitar limitações de transmissão impostas pelo chirp a elevados débitos binários (acima de vários Gbit/s), utiliza-se modulação externa corrente aplicada ao laser constante frequência óptica do laser não varia Ausência de chirp Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE 13 Largura espectral do sinal injectado na fibra ∆ν M Largura de banda do sinal modulado (da modulação) ∆ν F Largura espectral da fonte óptica na ausência de modulação ∆νs – Largura espectral do sinal injectado na fibra Caso 1: fonte óptica ideal modulada – laser monomodal com modulação externa bit "0": 2 ps ,0 cos ( 2πν 0t + φ0 ) 0 ≤ t ≤ 1 Db bit "1": 2 ps ,1 cos ( 2πν 0t + φ0 ) 0 ≤ t ≤ 1 Db ∆νs ≈ ∆νM ≈ Db Modulação ASK Caso 2: fonte óptica modulada e com chirp – laser monomodal com modulação directa bit "0": bit "1": ( cos ( 2πν t + 2π 2 ps ,0 cos 2πν 0t − 2π fd 2 2 ps ,1 fd 2 0 ) t +φ ) t + φ0 0 ≤ t ≤ 1 Db 0 0 ≤ t ≤ 1 Db Modulação ASK e FSK ∆νs ≈ ∆νM >> Db Caso 3: fonte óptica ruidosa modulada – LED’s ou laser multimodo ( cos ( 2πν t + 2π ) + φ (t )) bit "0": 2 ps ,0 + na ( t ) cos 2πν 0t − 2π fd 2 t + φ0 + φn ( t ) 0 ≤ t ≤ 1 Db bit "1": 2 ps ,1 + na ( t ) fd 2 t + φ0 0 ≤ t ≤ 1 Db 0 n Sistemas de Telecomunicações Guiados - ISCTE ∆νs ≈ ∆νF >> Db Modulação ASK (com ruído na amplitude e na frequência) 14