Igreja Batista da Paz de Caçador/SC Declaração de Fé. Caçador/SC 2016 Apresentação A igreja Batista da Paz de Caçador/SC, fundada em 20 de outubro de 2001 como Centro Evangelístico de Caçador, é uma comunidade cristã evangélica pentecostal batista independente. Comunidade indica que a essência de uma igreja é a congregação das pessoas que a compõem, mais um organismo vivo - que o Novo Testamento chama de Família de Deus, Templo do Espírito Santo e Corpo de Cristo - do que uma organização ou instituição religiosa. Cristã indica a orientação espiritual desta comunidade, a saber, comunidade de Jesus Cristo, alinhada com a história da cristandade. Evangélica indica a tradição da cristandade com a qual a comunidade se identifica, a saber, a tradição oriunda da Reforma Protestante do Século XVI. Pentecostal indica a fé nos dons e manifestações do Espírito Santo para a igreja hoje. Batista indica o segmento do protestantismo com o qual a comunidade se identifica. Independente indica que não é afiliada a convenções. Declaração A Igreja Batista da Paz de Caçador é uma comunidade que tem por principal objetivo a evangelização e o discipulado, visando a Salvação e Regeneração do ser humano, promovendo o Reino de Deus em suas vidas e famílias, usando para tanto, todas as formas lícitas mediante as Escrituras (1Co.9:19-23). A Igreja Batista da Paz de Caçador é composta pela união de Cristãos fiéis, regenerados e batizados, que se congregam e trabalham para a promoção do Reino de Deus em sua localidade e através da obra missionária, fundamentando-se na Bíblia Sagrada para todas as suas ações, desse modo caracterizando-se igreja de profissão genuinamente evangélica. I - A Reforma Somos uma Comunidade Cristã que se identifica e reafirma os ideais da Reforma do século XVI. A reforma protestante restituiu a crença em doutrinas evangélicas essenciais, representou uma volta a Bíblia, ao ensino dos apóstolos e a pureza original do cristianismo segundo o NT, distinguindo e orientando a igreja de Cristo, essas doutrinas são conhecidas por sua designação latina: Sola Scriptura, Solo Christu, Sola Gratia, Sola Fide, Sola Deo Glória. Os cinco solas são princípios fundamentais da Reforma Protestante e “sola” significa somente. Logo: Somente a Bíblia, Somente a Graça, Somente a Fé, Somente Cristo e Glória Somente a Deus. (1) Sola Scriptura . (a) Somente a Escritura. Os reformadores reafirmaram a supremacia das escrituras (Bíblia Sagrada, composta pelos seus 66 livros verdadeiramente canônicos, sendo 39 do AT e 27 do NT), é indispensável, única e inspirada pelo Espírito Santo! (b) Nenhuma palavra de homem está a altura da Bíblia, a autoridade da igreja precisa estar debaixo da autoridade das Escrituras, literaturas auxiliares podem ser uma benção, mas jamais poderão tomar o lugar do conjunto de livros que o Senhor nos deu, a Bíblia Sagrada. Ao longo da história como nos dias de hoje, muitos, têm pregado não a Bíblia, mas o personalismo, o materialismo, o curandeirismo, o profetizmo, a auto-ajuda e o misticismo, muitas vezes baseados em falsas visões e revelações, as quais contradizem o ensino claro da palavra de Deus, sem contar com o uso de versículos isolados desprovidos de seu contexto, muitas vezes alinhados em uma cadeia temática furada, semelhantemente a prática de recortar e colar, isto acontece tanto em prédicas como em literaturas, onde os falsos mestres com astúcia falsificam a palavra de Deus introduzindo heresias (2Co.4:2; 2Pe.2:1-3), e há também os indoutos e inconstantes, “Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição..” (2Pe.3:16) (c) A Bíblia Sagrada tem a supremacia como a única regra infalível de fé e pratica, Ela é a Revelação completa e final de Deus para toda a humanidade, a Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação, é o padrão pelo qual todo comportamento Cristão deve ser avaliado (Sl.119:105; 119:9), com Sola Scriptura, reafirmamos que a Bíblia é a palavra de Deus, inerrante, infalível, e tem autoridade em tudo, essa é uma importante doutrina para a fundamentação, purificação, crescimento e preservação da igreja. O Sl.119 faz a maior apologia da Palavra de Deus de toda a Bíblia, é o maior capitulo da Bíblia com 176 versículos dedicados a exaltar as escrituras, “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.” (Sl.119:11) (2) Sola Christu. (a) Somente Jesus Cristo o filho de Deus pode salvar o homem (Jo.3:16), nada mais pode mediar o homem a Deus, Ele é o único Mediador e não há outro (Jo.14:6), sem Ele não há meio de sermos justificados (Rm.5:1), somente Nele encontramos perdão para os nossos pecados (Jo.1:29). (b) Somente Jesus é o caminho a verdade e a vida (Jo.14:6), somente Ele pode nos dar a vida eterna (Jo.10:10). (c) Somente Cristo deve ser o centro e a motivação da igreja, (Gl.2:20), somente Ele é o Senhor e cabeça da igreja, o corpo de Cristo (Ef.4:4-16), a pregação e o ensino devem ser Cristocêntricos (Jo.8:31,32) ,é com Ele que devemos nos parecer (Ef.4:13), somente Jesus Cristo é a pedra fundamental da igreja e também o seu edificador e protetor (1Co.3:11; 10:4). (3) Sola Gratia. (a) Somente a Graça. Os reformadores reafirmaram a doutrina apostólica de que somos salvos pela graça. A graça é um dom imerecido. O salário do pecado é a morte. Somos merecedores do juízo da condenação e do inferno. O homem pecador não tem poder para se salvar, mas Deus, pela sua infinita misericórdia suportou em seu Filho o castigo que merecíamos, salvando-nos, isto é Graça! (Ef.1:6-14). (b) Não só a salvação em Cristo Jesus, mas as promessas e todas as bênçãos que recebemos de Deus, curas, livramentos, provisões em fim tudo inclusive o fato de podermos viver são manifestações da sua graça, pois Ele é soberano, e nós de nada somos merecedores (Sl.136). (4) Sola Fide. (a) Somente a Fé. Os reformadores negaram que a Justificação se baseia em qualquer mérito que no homem possa ser achado, é pela graça de Deus que somos justificados mediante a fé em Cristo Jesus e não por meio de quaisquer obras (Ef.2:8-9). Entende-se portanto, que somos salvos pela graça mediante a fé na pessoa e obra de Cristo em nosso favor, significando que a graça é a base da salvação e a fé seu instrumento de apropriação, somos salvos pela obra expiatória de Cristo, mas apropriamo-nos deste dom pela fé (Jo.3:16). (b) Porem deve-se observar que a fé evangélica ou fé salvadora produz frutos, não é apenas conhecer a verdade e acreditar nela, é preciso ser transformado por ela. Jamais será pelo mérito de obras que seremos justificados, no entanto as obras são a evidencia, o fruto produzido em decorrência da fé. A fé dos que por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, tem se achegado com confiança ao trono da graça (Tg.2:17-26), o que vemos mais detalhadamente na cessão: A Fé Evangélica ou Fé Salvadora. (5) Soli Deo Glória. (a) Somente a Deus a Glória. Os reformadores reafirmaram a doutrina Bíblica de que Deus não reparte sua glória com ninguém. Somente Ele deve receber toda glória (Mt.5:16). O homem deve glorificar a Deus (Rm.15:6). (b) O humanismo exalta o homem em contradição ao ensino Bíblico (Jr.9:24). A confissão de fé de Westminster de 1647 diz: “Qual é o fim principal do homem? O fim principal do homem é glorificar a Deus e alegrá-lo para sempre. Deus não existe para satisfazer as ambições humanas, os desejos, os apetites de consumo, ou nossos interesses egoísticos particulares. Precisamos nos focalizar em Deus em nossa adoração, e não em satisfazer nossas necessidades. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sujeitando-nos a Deus, e desejando que tudo que diz respeito a nós seja para sua glória (Mt.5:16)”. II - Deus e a Santíssima Trindade. (1) Há um só Deus vivo e verdadeiro, O Eterno, Criador de todas as coisas, Onipresente, Onipotente, Onisciente, Santo, Justo, Soberano, Imutável, Infinito, Altíssimo, Senhor do Universo, sustentando todas as coisas pelo seu poder. (Dt.6:4; Ap.4:11). (2) Na unidade da Divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade o Pai o Filho e o Espírito Santo, pessoas distintas, mas sem divisão em sua essência. (Mt.28:19). (a) Deus Pai, O Deus Criador é Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem enviou a este mundo para salvar os pecadores e deles fazer filhos por adoção. Deus é o criador da raça humana bem como de tudo, mas a todos que crêem no seu filho Jesus e o aceitam como Senhor, são feitos filhos de Deus, nascidos pelo seu Espírito e passando a tê-lo como Pai que os protege e disciplina. (Jo 1:12-13). (b) Deus Filho, Jesus Cristo é um em essência com o Pai, é o eterno Filho de Deus, Nele, por Ele e para Ele, foram criadas todas as coisas. Aprouve a Deus em seu Eterno propósito escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu filho Unigênito, para ser o mediador entre Deus e o homem, O profeta, Sacerdote e Rei, O Cabeça, Senhor e Salvador de sua Igreja, O Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do mundo; (Rm 11:36). O Filho, a segunda pessoa da Trindade, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre si a natureza humana, possuindo todas as características próprias do ser humano, embora gerado por ato sobrenatural do Espírito Santo. O Mestre nascera de uma mulher virgem mas posteriormente teve irmãos e irmãs, teve sono, fome, sede e cansaço, sofreu, chorou, angustiou-se e por fim passou pela agonia da morte como um ser humano comum, porém ressuscitou glorioso ao terceiro dia (Mc 15:33-39). Sua divindade é declarada na bíblia de maneira direta, “e o Verbo era Deus”(Jo1:1), “Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.”(1Jo.5.20) a expressão “Filho de Deus”, revela que Ele compartilha a mesma essência e natureza do Pai. Só Deus pode perdoar pecados e Jesus fez isso em seu ministério terreno com manifestação de poder atestando sua divindade (Lc.5:21,24). Só Deus é digno de receber adoração e Jesus por diversas vezes recebeu e aceitou, atestando sua divindade (Jo.9:38), Ele declarou acerca da sua divindade ser o grande “Eu Sou”, “antes que Abrão existisse Eu Sou” (Jo.8:58), e declarou-se como o “Pão da Vida”, “Luz do Mundo”, “A Porta”, “O Bom Pastor”, “A Ressurreição e a Vida”, “O Caminho a Verdade e a Vida”. Na pessoa única de Jesus ocorreu a união perfeita entre as naturezas divina e humana. Jesus é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. (c) Deus Espírito Santo, O Espírito Santo, um em essência com o Pai e com o Filho, a terceira pessoa da trindade, o Espírito da Verdade, agiu na criação do mundo, foi Ele quem inspirou homens a escreverem as Sagradas Escrituras sendo seu verdadeiro autor (Gn.1:2), é Ele quem ensina e da ao homem a compreensão da verdade divina (Jo.16:13-15). O recebimento do Espírito Santo ocorre, sempre que um pecador se converte à Jesus Cristo, fazendo nele morada e integrando-o a igreja (Jo.20:22). Outra experiência é o batismo no Espírito Santo. O batismo no Espírito, diferentemente da habitação do Espírito se da após nossa conversão, comunicando-nos o poder de Cristo. No dia de Pentecostes, cumpriram-se as escrituras a respeito da decida do Espírito Santo, ali Ele se manifestou de maneira gloriosa batizando os primeiros discípulos e ainda continua batizando todo aquele que o busca, assim será até a futura consumação dos séculos, capacitando-os com o revestimento de poder para serem testemunhas de Jesus Cristo. O falar em línguas é a evidencia do batismo no Espírito Santo (At.2:1-4). O Espírito Santo também distribui à Igreja, os demais dons espirituais biblicamente listados, para edificação dela, conforme a sua soberana vontade (1Co.12:4-11). As manifestações do Espírito Santo no livro de Atos confirmam a universalidade do recebimento do Espírito Santo a todos os que crêem em Cristo (At 19:5-7). O Espírito Santo convence o homem do pecado da justiça e do juízo. Ele dá testemunho de Jesus Cristo e o glorifica (Jo.16:7-8). É agente na regeneração do pecador e sela o Crente para o dia da redenção final (Ef.4:30). Faz morada no crente, guia-o em toda verdade, capacita-o para obedecer a vontade de Deus resplandecendo seu fruto através dos que o buscam, dando condições para uma vida cristã vitoriosa. Ele é o Consolador enviado por Jesus (Jo.16:8). III - A Fé Evangélica ou Fé Salvadora. (Salvação) Somos salvos exclusivamente pela graça mediante a fé e não por obras ou pelo que possamos produzir. A salvação é dom de Deus, graça de Deus que se manifesta mediante a fé, porém a fé mediante a qual Deus manifesta a sua graça é a fé evangélica, portanto, fé salvadora (Ef.2:1-10). Sobre este tema bem nos ensina Charles Finney em sua obra intitulada Finney’is Systematic Theology, editado em 1847, aula sobre fé e incredulidade, Finney demonstra que o termo fé como a maioria das outras palavras, tem sentidos diversos e às vezes é manifestadamente usado na bíblia para designar um estado do intelecto, uma convicção firme, porém este não é o seu significado Evangélico. A fé evangélica não pode ser um mero fenômeno do intelecto, pela razão óbvia de que, quando usado no sentido cristão, sempre é considerada uma virtude. A fé é uma condição da salvação. É algo que nos mandam fazer sob pena de morte eterna. Mas se é algo a ser feito um dever solene, não pode ser um estado meramente passivo, uma mera convicção intelectual. A Bíblia faz distinção entre a fé intelectual e a fé salvadora. Há uma fé dos demônios e há uma fé dos santos. Tiago faz distinção entre elas e também entre a fé intelectual e a fé salvadora (Tg.2:1726). A distinção esta claramente assinalada aqui, como em outros textos da Bíblia, uma produz boas obras e uma vida santa, a outra é improdutiva. Isto mostra que uma é apenas intelectual e é claro não controla a conduta. A outra deve ser fenômeno da vontade, por que se manifesta na vida exterior. A fé evangélica, então, não é uma mera convicção, uma percepção intelectual da verdade, também não é um sentimento de qualquer tipo. Está representada na bíblia como um estado ativo e muito eficiente. Trabalha e “trabalha por amor”. Produz “a obediência da fé”. É a conversão do individuo as verdades do evangelho. É o ato da alma de se entregar ou se comprometer com as verdades do sistema do evangelho. É descansar em sua providência pelo poder do Espírito. É uma confiança em Deus e em Cristo, conforme está revelado na Bíblia e na razão. É uma rendição da vontade e do ser inteiro ao Senhor. (Hb.11:6). IV - A Regeneração ou Novo Nascimento. As escrituras ensinam de modo expresso a necessidade de regeneração “Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo.3:3). A Regeneração é uma mudança no coração, mudança radical da intenção íntima do fim ou alvo da vida, consiste numa mudança na atitude da vontade, na sua escolha, intenção ou preferência, mudança da consagração ao interesse próprio, como o fim supremo da vida, para um estado de inteira consagração a Deus e aos interesses de seu reino como supremo e ultimo fim da vida (Rm.12:2). As escrituras atribuem a Regeneração a (Água) Palavra de Deus (Jo.15:3) e ao Espírito de Deus (Jo.3:5-6). Outros agentes humanos cooperam na Regeneração, os que anunciam o Evangelho (1Co.4:15), e o próprio indivíduo que é agente ativo em sua regeneração (1Pe.1:22), isto se da através do arrependimento, que pode ser com propriedade traduzido pelos termos “mudando o coração”, expressa evidentemente uma mudança de escolha, propósito, intenção. Esta é a ideia do arrependimento evangélico (2Co.7:9-10). V - A Justificação. A Justificação evangélica é a aceitação misericordiosa dos penitentes, é a justificação dos pecadores penitentes, onde Deus detém ou põe de lado a execução da pena, incorrida da lei, restabelecendo a normalidade em favor daqueles que pecaram, daqueles a quem a lei pronunciará culpados e aos quais fora dado a sentença de morte eterna. Trata-se, portanto, de recompensá-los como se fossem Justos (Rm.8:33-34). A base da Justificação é a benevolência, a disposição misericordiosa de toda Deidade, Pai, Filho e Espírito Santo, este amor é a causa movente (Jo.3:16) a fonte motivadora a mola mestra do movimento inteiro da redenção. A condição foi a expiação, a Deidade desejou salvar os pecadores, mas não pôde fazê-lo, é certo, a menos que algo fosse feito para satisfazer a justiça. Recorreu-se, pois, à expiação como meio de reconciliar perdão com a administração saudável da justiça. A expiação foi a condição, sem a qual o amor de Deus não podia seguramente manifestar-se na justificação e salvação dos pecadores . No AT o substituto era um animal, sombra ou símbolo profético do eficaz, o Cristo que veio e foi crucificado (Hb.9:19-28). VI - A Santificação. Santificação é termo de uso freqüente na Bíblia, seu significado simples e primário quer dizer um estado de consagração a Deus, santificar é separar para uso santo, consagrar uma coisa a serviço de Deus, expressa um estado ou atitude de consagração voluntária a Deus, um ato continuado de consagração, uma preferência fixa ou controladora do ser em direção a realização dos propósitos de Deus para sua vida. Santificação é a progressão na busca da perfeição moral e espiritual de Jesus Cristo. Ela ocorre na medida da dedicação do crente em viver a palavra de Deus e se torna possível pelo poder do Espírito Santo que nele habita. A Santificação se manifesta através do testemunho fiel da vida do crente para glória de Deus, sem a Santificação ninguém verá a Deus (Hb.12:14). VII – O Batismo O batismo em águas foi ordenado por Jesus Cristo (Mc.16:16). Os discípulos saiam e pregavam por toda parte, batizando os conversos em cumprimento a ordem recebida (At.2:41). O batismo em águas faz parte da justiça de Deus (Mt.3:15). O batismo em águas é uma simbologia da Regeneração (Novo Nascimento), é uma manifestação que externa a regeneração, por tanto, o batismo em águas, deve ser ministrado a pessoas que já foram regeneradas (Gl.2:20). Fora casos evidentes, somente o próprio candidato poderá julgar-se apto ou não para descer as águas (1Co.2:11), deve ser uma decisão pessoal, sincera, livre e intransferível, não pode ser fruto da emoção, sendo portanto fundamental a plena consciência do seu significado, necessitando para tanto de maturidade. Somente devem ser batizados, os que de bom grado receberam a palavra (At.2:41), os que se arrependeram (At.2:38), Os que crêem em Jesus de coração (Mc.16:16), Os que já são verdadeiros discípulos (At.19:1-6), Os que confessam Cristo como Senhor, obedecendo ao evangelho (Rm.10:910). O Batismo em água, segundo o modelo do NT é por imersão. Vemos então o exemplo: O batismo do eunuco: “Desceram à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou.” (At.8:38,39), O batismo de Jesus: “Saiu logo da água.”(Mt.3:16), João batizava em Enom, por que ali havia muitas águas. Batizar (do grego Bapto) significa submergir. O Batismo deve ser feito “em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt.28:19) VIII - A CEIA DO SENHOR Na noite em que foi traído, nosso Senhor Jesus instituiu a ordenança (mandamento) do seu corpo e sangue (Jo.6:50-57), a “Ceia do Senhor”, também denominada de “Comunhão” ou “Partir do Pão”. A ceia do Senhor deve ser observada por sua Igreja em todo o período inter-adventos, o período que vai desde a ascensão de Cristo até o seu retorno, este período será preenchido pela missão do povo de Deus. Sobre este período falam as parábolas do Senhor Jesus tais como: A parábola do servo vigilante (Mt.24:45-51), das Bodas (Mt.22:1-14), dos dois servos (Mt.24:45-51), das dez virgens (Mt.25:1-13) dos talentos (Mt.25:14-30), são parábolas que tratam da vida do crente neste espaço de tempo, falam sobre vigilância, prudência, santidade, devoção, vida espiritual, serviço, evangelismo, mordomia e sobre a sua vinda, exortando-nos e advertindo-nos, levando-nos a auto-exame, a Ceia do Senhor desempenha periodicamente em nossas vidas este mesmo papel, sendo ainda mais abrangente, este memorial nos renova e desperta. Todo crente regenerado deve participar não apenas por ser um sacramento (mandamento), mas por sua finalidade intrínseca de edificação (1Co.5.7), exortação (1Co.11:28), recordação (1Co.11:24) e profecia (1Co.11:26). “ A ceia do Senhor é descrita na Bíblia em 1Co.11:23-32. Sua importância relaciona-se com o passado, o presente e o futuro. (1) Sua importância no passado. (a) É um memorial (gr. Anamnesis) (b) É um ato de ação de graças (gr. eucharistia). (2) Sua importância no presente. (a) A Ceia do Senhor é um ato de comunhão (gr. Koinonia) com Cristo. (b) É o reconhecimento e a proclamação da Nova Aliança (gr. Kaine diatheke) (3) Sua importância no futuro. (a) A Ceia do Senhor é um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete messiânico futuro, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor (Mc.14:25). (b) Antevê a volta iminente de Cristo para buscar o seu povo (1Co.11:26) e encena a oração: “Venha o teu Reino” (Ap.22:20). A Ceia deve ser celebrada conforme a instrução bíblica de 1Co.11:23-33. Devemos nos lembrar que a Ceia é do Senhor, e não de uma instituição religiosa, denominação ou de um grupo isolado, pois foi Ele quem a estabeleceu e nos ordenou a observá-la e celebrá-la, é lícito, portanto, que visitantes convertidos possam participar, havendo esclarecimento sobre a seriedade da participação, nos termos de 1Co.11:28,29. IX - A Mordomia. Deus é o Criador, SENHOR e Dono de todas as coisas (Gn.1:1). Todas as coisas temporais e eternas procedem de Deus, o homem, o que ele possui, sua subsistência inclusive o ar e a água, tudo provém de Deus e pertence a Ele (Tg.1:17). O crente reconhece estas verdades e que, não somente seu sustento é proveniente de Deus, mas ele próprio pertence a Deus que o criou e remiu em Jesus Cristo (1Co.6:19-20), assim sendo é mordomo, ou administrador da vida, das aptidões, do tempo, dos bens, da influência, das oportunidades, dos recursos naturais, dos relacionamentos e de tudo o que Deus lhe confia em seu amor providencial (Mt.25:14-30). A Bíblia Sagrada ensina que o plano específico de Deus para o sustento financeiro de sua obra, consiste na entrega pelos crentes do dizimo e das ofertas alçadas. O dizimo não é dar dinheiro à igreja, é ato de mordomia e adoração a Deus. O dízimo não é opcional, é mandamento; não é oferta, é divida; não é sobra, é primícia. O dízimo não foi inventado pela igreja. O dizimo é principio perpétuo estabelecido por Deus e não uma norma criada para uma época. As normas mudam os princípios não. O Dizimo é ensinado em toda a Bíblia, antes da lei (Gn.14:20), na lei (Lv.27:30), nos livros históricos (Ne.12:44), poéticos (Pv.3:9,10), proféticos (Ml.3:8-12), e também no novo testamento (Mt.23:23). Negligenciar a devolução dos dízimos é infidelidade a Deus. Sonegar o dízimo é roubar a Deus. Reter o dízimo, que é santo ao Senhor, é colocar-se debaixo de maldição. Entretanto, entregar o dízimo com obediência é repreender o devorador e contar com a promessa das janelas abertas do céu, de onde provem toda sorte de bênção, porém, o AT mostra claramente, que este é um serviço exclusivo de mordomia, quando diz: “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados porque me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos a casa do tesouro para que haja mantimento na minha casa,...”(Ml.3:8-10a), no AT tudo o que se tratava do mantimento da casa do SENHOR, pela qual o homem deveria ter profundo zelo e cuidado, era prioridade absoluta (Ag.1:4,9), “...e depois fazei prova de mim se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal, que dela vos advenha a maior abastança.”(Ml.3:10b), desta forma o Senhor provava para seu povo, que Ele era zeloso, amoroso e fiel para com eles, não deixando faltar-lhes o mantimento, exatamente em perfeita eqüidade com o que requeria deles em relação a sua casa (Jo.5:19,20), ensinando um relacionamento mútuo de amor, zelo, cuidado e comprometimento, este entendimento é intrínseco no espírito das escrituras como um todo e não apenas de um versículo isolado, em toda a Bíblia são revelados os valores morais de Deus, para que o homem os observe, e assim o conheça buscando se relacionar e parecer com Ele (1Jo.2:3-6). É importante lembrar que o comprometimento de Deus em Ml.3:10, é uma manifestação exclusiva da sua graça, visto que o homem é devedor a Deus, que é SENHOR e dono de tudo, e não o oposto. A fonte motivadora da graça de Deus é o seu amor (Sl.25:6-10). Diante disso, é completamente infame a motivação utilitarista, que ocorre quando o homem entrega o dízimo ou ofertas com o intuito de receber algo em troca, e não por amar a Deus e sua obra. O texto de Ml.3:10 tem sido desfigurado pelos teólogos da prosperidade, para estes a mola mestra motivadora inclusa no texto “...para que haja mantimento na minha casa...” é negligenciada, colocada de lado, e a motivação é canalizada para a promessa da parte “b” do versículo “...e depois fazei prova de mim se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal, que dela vos advenha a maior abastança.” com a ênfase na benção e não no exemplo que Deus dá de seu próprio amor e cuidado, para o imitarmos em sua motivação. Deus não depende do homem para nada, alias é certo que Deus sequer necessita de casa (At.7:47-50), mas quando dizia minha casa, dava ao homem a oportunidade de manifestar amor, zelo e fidelidade para com Deus, hoje não é diferente, a única coisa que de fato Deus aproveita para si próprio do mantimento que trazemos para sua obra é o amor que por ele manifestamos. Devemos nos lembrar que colocou Deus um princípio de escolha no jardim do Éden, a árvore do conhecimento do bem e do mal, para provar o amor e a fidelidade do homem, a mordomia é também uma escolha (Gn.1:29,30; 2:16,17). O amor não é um sentimento abstrato, mas é um compromisso do ser moral, uma atitude, e quando existe produz provas inequívocas, frutificando. No NT temos uma prova ainda muito mais profunda do amor de Deus, de seu cuidado providencial, e da grandiosa manifestação da sua graça: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Rm.5:8), “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”(Jo.3:16), A motivação da graça (favor imerecido) é obviamente o amor (1Jo.4:8), nossa motivação deve ser, também, amor (1Co.14:1) visto que agora o conhecemos e além disso devemos a ele as nossas vidas, devemos refletir a sua imagem (1Jo.3:16), portanto do mesmo modo o que deve motivar o crente a entregar o seu dízimo e ofertas alçadas, deve ser exclusivamente, o exercício da amorosa e excelente mordomia, podemos observar esta verdade nos textos do NT que tratam deste assunto, pois testemunham amor e “o amor não busca os seus próprios interesses” 1 Co.13:5, assim, aquele que entrega dízimo ou mesmo ofertas alçadas com o intuito de receber algo em troca não o faz com o coração perfeito (Cl.3:14), mas ainda é impuro faltando-lhe entendimento, porém quando os crentes entregam a contribuição sistemática e proporcional, e as ofertas alçadas, com alegria para o sustento do ministério, das obras de evangelização, beneficência e outros, isto sim é verdadeira mordomia e manifesto amor por Deus e sua obra (2Co.9:6-11). A mais importante obra de mordomia que o crente exerce é a de cuidar da sua família: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (1Timóteo.5:8). Também é responsabilidade do crente como mordomo, o dever de comunicar ao mundo o evangelho que recebeu de Deus (1Co.9:16). X - A Família. (1) A Família é uma instituição divina, é a instituição básica não só da igreja como também da sociedade, foi estabelecida por Deus e manifesta a sua glória. Para o ser humano a família traz provimento das necessidades de comunhão, educação, companheirismo, segurança e bem assim o perfeito ajustamento da pessoa humana em todas as suas dimensões. (2) A Bíblia diz que a religião daquele que não cuida de sua família é hipócrita e vã, “Mas, se alguém não cuida dos seus, e principalmente dos de sua família, negou a fé, e é pior do que o incrédulo.” (1Tm.5:8). É pré-requisito fundamental para os que almejam o episcopado, “que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos sob disciplina, com todo respeito (pois se alguém não sabe governar a sua própria casa como cuidará da igreja de Deus?)” (1Tm.3:3,4). A aplicação prática da palavra de Deus no que diz respeito a educação dos filhos é dever e responsabilidade da família na pessoa do pai e conjugadamente da mãe (Pv.22:6), neste mesmo espírito, em contrapartida, os filhos devem atentamente receber o ensino sendo obedientes aos pais no Senhor, honrando aos pais pois isto é justo, este é o primeiro mandamento com promessa (Pv.6:20-23). (3) A base da família é o casamento monogâmico, entre um homem e uma mulher (Gn.2:24), duradouro, por toda vida, só podendo ser desfeito pela morte (1Co.7:39) ou pela infidelidade conjugal, (4) As Escrituras Sagradas advertem que o casamento deve ser no Senhor (Hb.13:4), também uma escolha livre e personalíssima (Gn.24:57,58). (5) É imperativo que os noivos antes ou no mesmo ato do casamento religioso, casem-se no civil, pois o casamento civil tem por finalidade assegurar direitos, desta forma manifesta para a igreja um necessário e indispensável testemunho de comprometimento, seriedade, desimpedimento e legitimidade, a partir de então estando aptos a fazerem os votos e receberem a benção de Deus, tornando-se uma só carne. (1Pe.2:12-16). XI - A Igreja. No maior número de vezes no NT a palavra “Igreja” é empregada para designar uma congregação local de pessoas que se agregam pela fé, sendo regeneradas e batizadas (Mt.18:17; At.5:11; At.20:17-28; 1Co.4:17; At.2:41-44). As primeiras igrejas eram comunidades locais, dirigidas por lideres chamados por Deus, e reconhecidos pelos irmãos, essas comunidades praticavam a disciplina e se regiam exclusivamente pala palavra de Deus sob orientação do Espírito Santo, os lideres além de governarem a igreja eram os guardiões da pureza doutrinaria e da unidade (At.6:1-7; Ap.2:1-28; 3.1-22; At.20:17-28; 1Pe.5:1-3; 1Ts.5:12-14; Hb.13:17). A igreja é a família de Deus (Efésios 2:19; I Timóteo 3:5,15; I Timóteo 5:1,2; João 1:14; 20:17; I João 3:1,2,14,16). A igreja é o Templo do Espírito Santo (Mt 18, 20; I Co 3:16; I Co 6:19; II Co 6:16; Ef 2:21,22), A Igreja é o Corpo de Cristo (I Co 12:14-27; Rm 12:4,5; Ef 5:29,30; Ef 4:11-16; Cl 1:18), uma comunhão voluntária de cristãos, unidos a Jesus Cristo, como membros do seu corpo, para culto e serviço em seu nome, propagando o evangelho em sua localidade e até os confins da terra (At.2:41,42; Mt.28:19; At.1:8). A palavra “Igreja” aparece também no NT significando a reunião universal dos remidos de todos os tempos, estabelecida por Jesus Cristo e sobre Ele edificada, constituindo-se o corpo espiritual do Senhor no qual Ele é o Cabeça (Ef 4:11-16; Ef.1:10,22-23; Cl.1:18; Mt16:18; Hb.12:22-24). A Igreja, não pode ser transformada em uma entidade estatal, nem pode ser secularizada, sob pena de se desfigurar. O centro de gravidade da Igreja é a congregação dos que crêem e praticam a fé evangélica e não a organização religiosa, denominação ou seus bens materiais (Mt.22:21; Mc.12:17; Lc.20:25; Is.56:7; Mt.21:13; Mc.11:17; Lc.19:46; 17:20,21). XII - Escatologia. O Céu – Cremos que o céu é a habitação do Deus vivo, e que Jesus foi para lá a fim de levar os seus filhos, uma cidade construída por Deus para os crentes fiéis morarem, onde não haverá trevas, nem necessidade de luz, porque o Senhor será a sua luz (Ap 22:5) nem tristeza, nem morte, nem lágrimas e nem dor (Ap 21:4) O Inferno – A Bíblia nos ensina que o inferno é um lugar de trevas exteriores, onde o verme não morre e o fogo não se apaga, um lugar preparado para o diabo e seus anjos, onde haverá choro e ranger de dentes, e que ali em um lago que queima com fogo e enxofre serão lançados todos aqueles que forem condenados no dia do Juízo final. (Mt 25:41; Mt 13:41-42). (1) Jesus voltará pela segunda vez antes do milênio. Esta segunda vinda acontecerá em duas fases distintas: na primeira fase invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação; na segunda fase Ele virá de forma visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts.4:16,17). (2) Todos os salvos irão comparecer perante o tribunal de Cristo, para receber galardão, a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co.5:10). (3) Haverá o Juízo final diante do grande trono branco onde Deus recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap.20:11-15). (4) Os fiéis viverão eternamente uma vida de gozo e felicidade, e os infiéis de tristeza e tormento eterno (Ap.21:6-8). As referências bíblicas usadas são da versão Almeida, Revista e Atualizada.