RECICLAGEM DE ÁGUA: UM COMPROMISSO DA

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RECICLAGEM DE ÁGUA: UM COMPROMISSO DA
ARVINMERITOR COM AS FUTURAS GERAÇÕES
Danieli Melchior, Ariane Campos, Daniela Freitas
ArvinMeritor do Brasil Sistemas Automotivos Ltda.
RESUMO
A água é um insumo essencial à vida, ao meio ambiente e a maioria das
atividades econômicas. A gestão dos recursos hídricos é de suma importância
na manutenção da oferta da água em termos de quantidade, qualidade e
preservação.
Apesar da aparente abundância de recursos hídricos no Brasil sua distribuição
natural é irregular e agravada pela poluição e concentração demográfica,
cenário este que evidencia a importância de atitudes que promovam a
preservação dos recursos naturais, através de ações práticas e de emprego de
novas tecnologias que evitem a poluição e promovam a preservação.
Inserida neste cenário a ArvinMeritor, indústria fabricante de rodas e
componentes de portas para veículos leves, através de um programa de gestão
ambiental que se iniciou em 2005 implementou um sistema de reciclagem de
água em sua unidade no município de Limeira, interior de São Paulo.
Este artigo aborda os benefícios ambientais, econômicos e sociais da
reciclagem de água e apresenta de forma detalhada o sistema de reciclagem
da água implementado pela ArvinMeritor, assim como todo o diagnóstico,
planejamento, execução e resultados obtidos a conclusão do projeto.
APLICABILIDADE
Diante do desenvolvimento industrial do país, do rápido crescimento urbano e
conseqüente ampliação das regiões metropolitanas, especificamente na bacia
hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no interior do estado de
São Paulo, surge como alternativa de racionalização, a prática do reuso de
água nas industrias.
As indústrias, agente responsável pelo significativo consumo deste recurso
natural na região passaram a assumir a responsabilidade de otimizá-lo, através
de:
Otimização do consumo de água;
Tratamento de seus efluentes de forma a retirar dele o máximo de
contaminantes que a técnica permite.
Contemplar a reciclagem da água tratada em seus processos industriais.
1
OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o sistema de reciclagem de
água implementado pela ArvinMeritor, desde sua fase de concepção até os
resultados obtidos com o projeto. Além de proporcionar um estímulo à reflexão
e análise do tema por indústrias, podendo contribuir para realização de novos
projetos de racionalização de água.
1. Sistema de Gestão Ambiental
A implementação do sistema de reciclagem de água teve seu impulso no
sistema de gestão ambiental existente na empresa, mais especificamente no
atendimento dos objetivos e metas estabelecidos pela unidade e sua política
ambiental.
O Sistema de gestão ambiental foi implementado em 1999 e certificado com
base na norma ISO 14001 no ano de 2000. Dentre os requisitos desta norma,
em sua fase de planejamento, a organização deve definir a política ambiental,
que por sua vez deve incluir o comprometimento da organização com a
melhoria contínua e com a prevenção da poluição. A figura 01 apresenta a
política ambiental da ArvinMeritor.
POLÍTICA DO MEIO AMBIENTE
Conduzir nossas operações em conformidade com, ou exceder, todas as leis e regulamentos
ambientais aplicáveis à jurisdição que realizamos nossos negócios e outros requisitos que
assumimos.
Considerar os impactos ambientais em nossas decisões de negócios e influenciar nossos
fornecedores, contratados e clientes para tratar de assuntos ambientais mútuos.
Minimizar impactos adversos ao meio ambiente decorrentes de nossas operações, através da
conservação de recursos naturais e da redução, minimização ou eliminação da geração e
emissão de poluentes ao meio ambiente.
Incluir a responsabilidade e a inovação ambiental como fatores relevantes no emprego,
conservação e decisões de desempenho.
Manter relacionamentos abertos e construtivos com agências governamentais, órgãos
públicos e grupos ambientalistas.
Avaliar o nosso sistema de gestão ambiental e adotar os objetivos e as metas apropriadas a
fim de alcançar a melhoria continuada.
A DIRETORIA
Figura 01: Política do Meio Ambiente da ArvinMeritor
Em cumprimento a política ambiental, a organização deve também estabelecer
objetivos, metas e programas buscando a melhoria contínua do sistema.
Dentre os vários programas de gestão ambiental – PGAs estabelecidos pela
empresa foi definido um programa de gestão ambiental específico para
redução do consumo de água na unidade de Limeira (Figura 02).
2
Requisitos
Política Ambiental
Objetivos e Metas
Requisitos Legais
Auditorias
Monitoramento
Emergências
...
Sistema de
Gestão
Ambiental
ISO 14001
Economia de
Recursos Naturais
Reuso de Água
Figura 02: Surgimento do Projeto de Reciclagem de Água
1.1.
Programa de Gestão Ambiental nº 12 – Reuso de Água
Visando redução do consumo de água, criou-se um time multifuncional,
formado por profissionais da engenharia industrial, engenharia de manufatura,
laboratório, produção, qualidade e meio ambiente.
Diante do cenário em que a indústria faz parte, dos recursos disponíveis e das
particularidades do processo produto, o time encontrou na pratica do reuso de
água a alternativa para racionalização deste recurso.
Na tabela 01 é possível observar o crescente consumo de água na empresa
nos últimos anos:
Ano
Consumo médio mensal (m³)
(água potável + água
subterrânea)
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
11.558
12.377
13.642
13.278
13.755
13.695
14.574
Tabela 01: Consumo de Água
A justificativa apresentada à alta direção da empresa para a realização do
projeto tem como base quatro elementos:
Consumo sustentável;
Cumprimento da política ambiental;
Qualidade do efluente tratado;
Custo para descarte do efluente tratado.
Dentre os vários benefícios de se ter um sistema de gestão ambiental
implementado, o ganho com conscientização ambiental de funcionários e alta
administração facilitou a abordagem para justificativa deste projeto. Neste
contexto foi apresentada a questão da água na região onde a empresa está
inserida, com todos agravantes como problemas de escassez e de poluição
ambiental. Com base nestes conceitos foi abordada a questão do consumo
sustentável deste bem, apresentando a preocupação com as gerações futuras
e sustentabilidade da empresa. Apresentou-se também este projeto como um
exemplo prático de cumprimento com a política ambiental e compromisso da
empresa.
3
A Estação de Tratamento de Efluentes da unidade de Limeira é composta por
tratamento primário (físico-químico) e tratamento secundário (biológico – lodo
ativado) e possui alta eficiência em seu tratamento. Com base nos relatórios
mensais da qualidade do efluente tratado, foi possível observar que era
realizado o descarte de um efluente com características excelentes em relação
aos parâmetros exigidos pela legislação vigente, e esta observação sobre a
qualidade da água também foi inserida na justificativa do projeto.
A unidade utiliza a rede de afastamento da concessionária local para o
descarte de seu efluente, e o custo desta atividade também foi considerado na
justificativa deste projeto.
O programa de gestão ambiental foi elaborado, dividindo-se nas etapas de:
- Implantação;
- Identificando ações;
- Responsáveis e prazo de conclusão. Veja figura 03.
Revisado: 28/01/09
Emitido: 22/11/04
Fl : 01 de 01
PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL
Objetivo: PGA 12 - Estudo para Reuso dos Efluentes Tratados
Meta: Reuso de 70% do consumo total de água
Resp. pela coordenação: João Gritti
Custo previsto (US$): Em estudo
Ano
Atividades
1-Mapear os pontos de reuso de água tratada
Mês
CRONOGRAMA
2006
2007
1B 2B 3B 4B 5B 6B 1B 2B 3B 4B 5B 6B
1
2
3
4
Prioridade: Média
5
2008
6
7
8
9 10 11 12
2009
1
2
Situação
Concluído jan/05
2-Levantar estimativa de consumo de água tratada nos pontos considerados
viáveis para reuso.
Concluído
mar/05
3-Levantar consumos totais, considerando oportunidades de médio e longo prazo.
Concluído
mar/05
4-Adequar caixa de concreto existente para armazenar água tratada
Concluído
Fev/05
5-Instalação do Projeto Piloto e realização de análises da água após tratamento
terciário
Concluído
Dez/06
6-Identificar e selecionar as oportunidades de reuso da água, considerando
qualidade da água de reuso requerida nos potenciais processos, os custos atuais
e propostos.
Concluído
Set/06
6-Detalhar as medidas propostas, considerando investimento e retorno financeiro.
Concluído
Fev/07
7-Estudo sobre a legislação brasileira aplicada ao reuso de água
Concluído
Jun/07
8-Aprovação do projeto arquitetônico e iniciar a construção civil
Concluído
Out/07
9-Instalação dos equipamentos (osmose reversa e micro filtração), tubulação e
elétrica/automação
Concluído
Jan/08
10-Definir indicadores para acompanhamento e verificar a meta de redução
previamente definida.
Concluído
Concluído e
acrescentado PMA
ETE/ERA
11-Realizar análises da água de entrada no tratamento terciário, da água de saída
(uso processo) e do rejeito.
12- Levantamento da documentação necessária para apresentar à CETESB para obter
Concluído
autorização para utilização de água reciclada e apresentação da documentação contendo todos
os laudos das análises da água tratada, conforme item anterior.
13- Mapeamento e identificação de todos os pontos de água reciclada, com a
Concluído
Jun/08
advertência "Água Não Potáve - Proveniente de Reuso - Recicle esta Idéial"
14-Acompanhamento do funcionamento da Estação de Reciclagem e
Mapeamento de todo o Processo de Tratamento e Reciclagem de Água.
Concluído
15- Atualização das Documentações de Meio Ambiente da ETE/ERA,
acrescentando a Estação de Reciclegem de Água
Concluído
Planejado
Form. B2.01
Executado
Prorrogado
B
Bimestre
Site Manager
Coordenador
Revisado em Jan/2008
Figura 03: Programa de Gestão Ambiental nº 12 – Estudo para reuso de efluentes tratados
2. Objetivos do projeto
O projeto de implementação da estação de reciclagem de água tem como
objetivo:
-
Redução da captação de água subterrânea em 67% e conseqüente
consumo sustentável preservando o Aqüífero Itararé;
Servir de exemplo para outras indústrias da região, para adotarem
medidas de economia e uso sustentável de recursos naturais.
4
-
Redução do descarte de efluente tratado na rede pública e redução de
custo.
Utilização da água reciclada nos processos de fabricação, torre de
resfriamento, vasos sanitários, e lavagem de pisos.
3. Desenvolvimento do projeto
No início do desenvolvimento do projeto, realizou-se um diagnóstico inicial
prevendo os pontos passíveis de utilizar a água de reuso e confronto com as
exigências do processo produtivo.
Nesta primeira fase identificou-se que seria necessária a instalação de um
tratamento terciário na estação de tratamento de efluentes, tendo em vista a
exigência do processo produtivo, em especial na operação de pintura de rodas.
Isto ocorreu porque os efluentes tratados e adequados para descarte são
impróprios para a maioria das aplicações industriais, em virtude da alta
concentração de sais dissolvidos, nutrientes e sólidos suspensos, os quais
geram sérios problemas de incrustação, corrosão e proliferação de
microorganismos.
Buscando alternativas e tecnologias disponíveis no mercado, optou-se pela
instalação de uma unidade de microfiltração e osmose reversa.
O projeto se desenvolveu conforme as seguintes etapas:
-
Mapeamento dos pontos viáveis para utilização de água de reuso:
realizado um levantamento de todos os pontos de consumo de água
onde poderia se utilizar água reciclada;
Levantamento e estimativa de consumo de água tratada nos pontos
considerados viáveis para reuso;
Levantamento dos consumos totais, considerando oportunidades de
médio e longo prazo;
Adequação do reservatório existente para armazenar água tratada;
Instalação do projeto piloto e realização de análises da água após
tratamento terciário (figura 04);
Identificação e seleção das oportunidades de reuso da água,
considerando qualidade da água de reuso requerida nos potenciais
processos, os custos atuais e propostos;
Detalhamento das medidas propostas, considerando investimento e
retorno financeiro;
Estudo sobre a legislação brasileira aplicada ao reuso de água;
Aprovação do projeto arquitetônico e iniciar a construção civil;
Instalação dos equipamentos (osmose reversa e microfiltração),
tubulação e elétrica/automação;
Definição de indicadores para acompanhamento e verificar a meta de
redução previamente definida;
Realização de análises da água de entrada no tratamento terciário, da
água de saída (uso processo) e do rejeito;
5
-
-
Levantamento da documentação necessária para apresentar à CETESB
para obter autorização para utilização de água reciclada e apresentação
da documentação contendo todos os laudos das análises da água
tratada, conforme item anterior;
Mapeamento e identificação de todos os pontos de água reciclada, com
a informação "Água Não Potável - Proveniente de Reuso - Recicle esta
Idéia";
Acompanhamento do funcionamento da estação de reciclagem e
Mapeamento de todo o Processo de Tratamento e Reciclagem de Água;
Atualização das documentações do sistema de gestão ambiental e
controle de processo, acrescentando a estação de reciclagem de água.
Durante o desenvolvimento do projeto, foram realizados testes com uma
estação piloto de osmose reversa. Nesta unidade piloto (figura 04), foram
tratados 2.000L/hora e produzido 1.400L/hora de água reciclada, ou seja,
recuperação de 70% da água anteriormente descartada na rede pública. Nesta
etapa também foram analisados os parâmetros de qualidade da água reciclada
e a eficiência do sistema, conforme legislação ambiental aplicável.
Figura 04: Unidade piloto de osmose reversa
.
4. Recursos empregados;
Com base na justificativa apresentada foram disponibilizados recursos
financeiros e recursos humanos para realização do projeto. O investimento
para a implantação da estação de reciclagem de água foi de aproximadamente
U$ 200.000,00.
5. Tecnologias adotadas
Para se obter a reciclagem de água de modo eficiente é preciso manter um
controle rígido e eficaz que garanta o perfeito funcionamento do tratamento
anterior a estação de reciclagem de água. Isto é obtido pelo adequado estudo
de tratabilidade, dimensionamento das instalações e emprego de tecnologias
avançadas de purificação.
6
5.1. Concepção da Estação de Tratamento de Efluentes
O efluente gerado pela unidade de Limeira, basicamente é composto por:
-
Efluentes oleosos;
Efluente das operações de pintura;
Águas de lavagem;
Esgotamento sanitário.
O sistema de tratamento de efluente é composto por captação, tratamento
primário e secundário. O Sistema de captação ocorre nas seguintes etapas:
-
Gradeamento e caixas separadoras: o gradeamento tem por objetivo
separar do efluente, antes do tratamento propriamente dito, materiais
grosseiros, que por sua natureza ou tamanho, criariam problemas como
desgaste de bombas ou obstruções em tubulações nas etapas
posteriores;
-
Separação de óleo e cavacos metálicos: os efluentes oleosos com
metais são removidos das áreas geradoras para tanque de separação
por sistema de vácuo;
-
Caixa de gordura: a caixa de gordura tem a finalidade de, através de um
tempo de retenção do efluente, a retirada de uma camada de gordura
sobrenadante.
O tratamento primário ou tratamento físico-químico tem como objetivo a
separação do óleo e tinta do efluente industrial. Nesta etapa de purificação os
contaminantes como metais em solução, tinta não coagulada, óleo livre e
emulsionado são removidos da corrente bruta, tornando o efluente não tóxico
aos microorganismos do sistema secundário de purificação por processo
biológico (figura 5).
Figura 05: Tanque de Flotação – Tratamento Físico-Químico
7
Após tratamento primário o efluente pré-tratado segue para o tratamento
secundário ou biológico. Nesta etapa do tratamento, o efluente industrial
tratado encontra o esgoto sanitário, o qual fornece os nutrientes para o
desenvolvimento dos microorganismos que serão responsáveis pela
degradação dos contaminantes orgânicos presentes nos efluentes (figura 06).
Este tratamento é composto por processo de lodos ativados, filtro de areia e
desinfecção com cloro, obtendo altos índices de remoção de Demanda
Bioquímica de Oxigênio (DBO).
Figura 06: Tratamento Biológico – Lodo ativado
5.2. Estação de Reciclagem de Água
Em função das necessidades de cada indústria, os processos de tratamento
terciário são muito diversificados, no entanto podem-se citar a filtração e
cloração para a remoção de sólidos suspensos e bactérias, sólidos inorgânicos
solúveis por: eletrodiálise ou osmose reversa e em alguns casos troca iônica.
Com base no estudo realizado pela ArvinMeritor optou-se pelo sistema de
microfiltração e osmose reversa (figura 07).
Figura 07: Escolha da técnica de osmose reversa
8
O princípio do sistema de osmose reversa consiste em forçar a água através
de membrana semipermeável que permite a passagem de água, mas não de
outros materiais. O sistema de membranas busca garantir um fluxo alto, na
pressão de operação mais baixa possível, sem perda de eficiência (figura 08).
Figura 08: Princípio da Osmose Reversa
Inicialmente o efluente tratado passa pela microfiltração, como pré-tratamento
para osmose, remoção de sólidos suspensos, e também para preservar e
aumentar a vida útil das membranas. Após essa etapa é encaminhado para o
sistema de osmose reversa que utiliza membranas semipermeáveis para a
passagem de água e retenção de sais. É previsto que cerca de 70% da água
seja encaminhada para reuso e aproximadamente 30% seja descartado na
rede coletora de esgoto. É possível visualizar o sistema conforme figura 09.
Efluente
Tratado
cloro
Tq. de
desinfecção
Filtro de
Areia
unidade
Microfilt. 20u
unidade
Microfilt.10u
Rejeito para
descarte
25 – 30 %
Unidade de
Microfiltração
5u
Bomba
Alta pressão
Tq. de água
filtrada
Osmose Reversa
Água reciclada
desmineralizad
70-75
Figura 09: Estação de Reciclagem de Água
9
A estação de reciclagem de água foi inaugurada em 11 de Junho de 2008, data
em que também iniciaram as operações, o controle estatístico do processo e
monitoramento dos parâmetros de qualidade da água (figuras 10 e 11).
Figura 10: Sistema de osmose reversa
Figura 11: Microfiltração
A produtividade do sistema depende do fluxo de água através da membrana,
condicionado por:
- Diâmetro dos poros;
- Porosidade e espessura da membrana;
- Eficiência operacional;
- Materiais retidos na superfície das membranas.
Na figura 12 é possível observar os tamanhos das partículas e a capacidade de
rejeição do sistema de osmose reversa.
Sacaros
e
Hemoglobin
a
Vírus
Influenz
a
Pseudomona
Diminuta
Microfiltração
Ultrafiltração
Bactérias de
Estafilococo
s
Filtração
Convencional
Osmose Reversa
Figura 12: Rejeição das membranas osmóticas
10
6. Análise e estudo das variáveis
Com o início da operação da Estação de Reciclagem de água foi elaborado
plano de monitoramento sobre o processo, com estabelecimento de instrução
operacional e formulários de controle.
Além disso, um programa de análise dos parâmetros da água reciclada e
também do rejeito do processo, foi realizado de forma sistêmica. Na figura 13 é
possível avaliar a produção de água reciclada ou permeada.
Figura 13: Indicador de monitoramento da vazão da estação de reciclagem de água
A água reciclada, produto do sistema de osmose reversa é sanitariamente
segura e não-potável por ser dessalinizada, isto é, não contém sais, os quais
ficam retidos nas membranas do processo de osmose reversa.
Conforme levantamentos realizados no planejamento do projeto foram
identificados diversos pontos passíveis de utilização de água reciclada. Com a
implementação do projeto, os principais usos da água reciclada são:
-
Processos de fabricação;
Caldeiras;
Torres de resfriamento;
Sistema de combate a incêndio;
Limpeza;
Lavagem de pisos;
Vasos sanitários;
Lavador de peças, etc...
Diversas análises foram realizadas com base nos parâmetros de qualidade da
água estabelecidos pela legislação ambiental vigente. Na tabela 02 é possível
verificar a qualidade da água reciclada ou permeada em relação aos principais
parâmetros de controle em comparação com a legislação ambiental.
11
Parâmetro
Unidade
VMP
CONAMA
357/05
VMP
Dec.
8468/76
Art. 18
Análise
14/07/08
Análise
10/9/2008
6,44
pH
-
5a9
5a9
7,02
C
<40
<40
28
30
mL/L
1,00
1,00
< 0,3
< 0,3
Materiais Flutuantes
mL/L
ausente
-
ausentes
ausente
Óleos Minerais
mg/L
20,00
-
4,00
<1
Óleos Vegetais e Gorduras Animais
mg/L
50,00
-
2,00
<1
Substâncias Solúveis em Hexana (Óleos e
Graxas Totais)
mg/L
-
100,00
6,00
<1
DQO
mg/L O2
-
-
13
<5
DBO
mg/L O2
-
60,00
<2
<2
Condutividade Elétrica
dS/m (a
25ºC)
mg/L
-
-
0,023
0,038
-
-
< 0,01
<0,01
Arsênio Total
mg/L
0,50
0,20
< 0,01
< 0,01
Bário Total
mg/L
5,00
5,00
< 0,01
<0,01
Berílio
mg/L
-
-
< 0,01
<0,01
Boro Total
mg/L
5,00
5,00
1,300
1,9
Cádmio Total
mg/L
0,20
0,20
< 0,001
<0,001
Chumbo Total
mg/L
0,50
0,50
<0,01
<0,01
Cianeto Total
mg/L
1,00
0,20
< 0,005
<0,005
Cobre Dissolvido
mg/L
1,00
-
< 0,005
<0,005
Cobre Total
mg/L
-
1,00
< 0,005
<0,005
Cromo Hexavalente
mg/L
0,10
0,10
< 0,01
<0,01
Estanho Total
mg/L
4,00
4,00
< 0,01
0,015
Fenóis Totais (substâncias que reagem com 4aminoantipirina)
mg/L
0,50
0,50
< 0,02
<0,02
Ferro Dissolvido
mg/L
15,00
15,00
< 0,01
0,05
Fluoreto Total
mg/L
10,00
10,00
< 0,1
<0,1
Manganês Dissolvido
mg/L
1,00
1,00
< 0,01
<0,01
Mercúrio Total
mg/L
0,01
0,01
< 0,00005
< 0,00005
Níquel Total
mg/L
2,00
2,00
< 0,01
<0,01
Nitrogênio Amoniacal Total
mg/L
20,00
-
< 0,1
<0,1
Prata Total
mg/L
0,10
0,02
< 0,005
<0,005
Selênio Total
mg/L
0,30
< 0,008
<0,008
Sulfato
mg/L
-
<1
<1
Sulfeto
mg/L
1,00
0,02
Art.19 1000
-
<1
<1
Zinco Total
mg/L
5,00
5,00
< 0,01
<0,01
Clorofórmio
mg/L
1,00
-
0,015
0,018
Matéria Orgânica
mg/L
Tetracloreto de Carbono
mg/L
Temperatura
Materiais Sedimentáveis
Aluminio
o
1,00
-
<1
<1
< 0,001
<0,001
Tabela 02: Análise da água reciclada
12
7. Comunicação
Como partes deste projeto foram realizadas diversas formas de comunicação
tanto para o público interno (funcionários) como para o público externo
(comunidade).
A comunicação foi considerada ferramenta de grande
importância para atingir um dos objetivos estabelecidos para este projeto, que
é o estímulo à reflexão e análise do tema por indústrias, contribuição para
realização de novos projetos de racionalização de água (figura 14).
Figura 14: Publicação no jornal Gazeta de Limeira
8. Resultados aferidos, impactos qualitativos nos recursos hídricos.
Os resultados quantitativos esperados com o projeto foram atingidos quase que
em sua totalidade. A tabela 03 apresenta de forma resumida e atualizada até o
mês de março de 2009, os principais resultados em relação a redução da
captação da água subterrânea, redução do descarte de efluentes tratados na
rede pública e produção de água reciclada.
13
Resultados do projeto
ANTES DO
REUSO
(ano 2007)
VOLUMES
DEPOIS - REUSO
IMPLANTADO
(jul/08 a mar/09)
Percentual
Captação de água Subterrânea
Volume médio mensal
12 300 m³
Redução de
57,9%*
5176m³
Redução da Geração de Efluentes (rede pública)
Volume médio mensal
descartado na rede
10500 m³
pública - Rejeito
Tabela 03: Resultados obtidos com o projeto
Redução de
73%
2800m³
* No projeto inicial foi prevista uma redução de 67% da captação de água subterrânea, como a Estação
de Reciclagem de Água entrou em operação no final de junho de 2008, as atividades estão em
adequação para atingir a meta previamente definida.
Observações: o volume de água em que o projeto foi baseado refere-se ao
consumo de água subterrânea, essa água é captada para usos industriais. Não
foi considerado o consumo de água da concessionária local, que é utilizada
para consumo humano (Cerca de 1800 m³/mês).
De forma mais detalhada é possível observar na figura 15 a queda significativa
na quantidade de efluente tratado descartado na rede pública.
Volume de Saída - ETE
20000
Meta = 10.500 (m3), ajustada para 4000 (m3).
15000
12500
10641
Queda de produção (fábrica)
8884
5000
7315
3663 3485
Início operação
2500
3593
3252
1451 2300
3983
Volum e de Saída
abr
mar
fev
dez
out
set
ago
jul
jun
mai
abr
mar
FY 2009
FY 2008
Ano
979
jan
2501
0
nov
7500
3624
10000
10673
7819
Consumo Absoluto (m3)
17500
Meta (Concessionária)
Figura 15: Volume de efluente tratado descartado na rede pública.
No indicador (figura 16) também temos o resultado da redução do consumo de
água subterrânea:
14
Consumo de Água Absoluto
3
15000
Consumo (m3)
12000
Meta p/ consumo poço (outorga) = 12.300 (m ),
3
ajustada para 7500 (m ).
14531
12074
12526
11836
12238
Queda de produção (fábrica)
9000
9814
6980
Início operação
7083
6025
6000
6217 6456
2501
3000
2007 2008
2009
mar
abr
1894
1871
2379
2130
0
mai
2076
jun
3807
1586
2121
jul
ago
set
2112
o ut
4315
dez
5472
1916
2489
1294
no v
4728
1451 1409
jan
fev
Média Ano (Conc.+Poço)
Consum o Concessionária
Consum o Poço
Meta
mar
abr
Figura 16: Volume de água subterrânea captada.
CONCLUSÃO
De acordo com a Política Ambiental da ArvinMeritor, que visa a preservação,
desenvolvimento sustentável e melhoria continua, o projeto proposto e
realizado de reuso de água demonstra na prática, ações que o setor industrial
pode e deve realizar para assumir um compromisso com as futuras gerações e
com o meio ambiente.
Podemos classificar os principais benefícios deste projeto em:
Benefícios ambientais e sociais:
- Redução do lançamento de efluentes industriais e sanitários tratados e
conseqüente melhoria da qualidade das águas interiores da região mais
industrializada do Estado de São Paulo;
- Redução da captação de águas subterrâneas, possibilitando uma
situação ecológica mais equilibrada;
- Aumento da disponibilidade de água para usos mais exigentes, como
abastecimento público, hospitalar, etc...
- Melhoria da imagem da empresa junto à sociedade como
reconhecimento de empresa socialmente e ambientalmente
responsável.
Benefícios econômicos:
- Conformidade com as legislações ambientais vigentes;
- Aumento de competitividade da empresa;
- Redução dos custos da produção por conseqüente redução da taxa de
esgoto.
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