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Campo Grande - MS
Relevo do pantanal
Planicíe | Clima | Hidrografia
A Planície do Pantanal possui altitudes que variam, em média, de 100 a 200 metros. Trata-se
de um prolongamento, para o norte, da Planície do Chaco (Paraguai). Apresenta-se
deprimida, circundada por cuestas e formações soerguidas. Ocorrem morros isolados, como é
o caso do maciço do Urucum, nas proximidades da cidade de Corumbá.
A paisagem é formada por feições bastante peculiares e de denominação tipicamente
regional: as baías são lagos ou lagoas, muito freqüentes no Pantanal da Nhecolândia,
temporários ou permanentes, circulares ou elípticos, com dimensões variadas, que vão de
algumas centenas de metros a quilômetros. Algumas baías contêm grande quantidade de
cloreto de sódio e constituem as chamadas salinas que, quando secam completamente, na
estação seca, são conhecidas como barreiras, sendo muito procuradas pelo gado e outros
animais ávidos pelo sal, indispensável à sua alimentação. Separando as baías, existem
trechos de elevações arenosas, conhecidos como cordilheiras, cuja altitude não ultrapassa a 6
metros sobre o fundo das baías. Estas cordilheiras não são atingidas pelas enchentes e
servem como refúgio do gado e dos animais selvagens durante as inundações. As vazantes
são escoadouros naturais da água na época das enchentes, com características de curso
fluvial intermitente, com vários quilômetros de extensão. Os corixos são pequenos cursos
fluviais perenes, de leito próprio, que ligam "baías" contíguas.
Topo
Clima :
O clima é tipo quente no verão, com temperatura média em torno de 32°C e frio e seco no
inverno, com média em torno de 21°C. A média anual é de 240C. Os meses mais frios são
junho e julho e os mais quentes setembro, outubro e novembro, especialmente o primeiro que
marca o fim da estação seca. Na estação fria pode ocorrer o conhecido fenômeno da
"friagem" que consiste na queda brusca e rápida da temperatura durante alguns dias,
principalmente no Sul do Pantanal, onde ocasionalmente podem ocorrer geadas.
A baixada paraguaia, como também é chamada a planície do Pantanal, desempenha um
importantíssimo papel na circulação geral da América do Sul, mercê de sua posição central no
continente, com os rebordos do Planalto Brasileiro a leste e os da Cordilheira dos Andes a
oeste, limitando um verdadeiro corredor onde, ora sopram os ventos da Amazônia, ora os
ventos frios do sul.
A água é a vida do Pantanal. Os ciclos das águas são precisos. A chuva caracteriza o verão
pantaneiro. De novembro a janeiro são fortes, sucessivas, engrossando os rios. As campinas,
lagoas e corixos se enchem rapidamente e começam a funcionar como vasos comunicantes.
Em março, quando os rios transbordam, é a enchente. O Pantanal torna-se uma espessa
lâmina de água que nos anos mais chuvosos atinge 150 mil quilômetros quadrados. O gado
pasta mergulhado. De maio a julho ocorre a vazante. As águas se retiram lentamente,
deixando micro-organismos vegetais e animais que revigoram as pastagens. Tem início a
seca. De agosto a outubro, os rios estão novamente baixos e as lagoas evaporam-se,
aprisionando milhões de peixes; juntam-se milhares de aves aquáticas, para comê-los,
enquanto vão morrendo no seco.
A precipitação anual das chuvas é de 1000 a 1500 mm concentrados nos meses de verão,
sobretudo janeiro e fevereiro. Durante a estação chuvosa, há uma concentração pluviométrica
e os rios, devido à pequena declividade, extravasam o excesso. O solo, de terra arenosa e
argilosa, pouco permeável à água, contribui para que a região permaneça quase que
totalmente inundada, formando lençol contínuo de água que, a partir dos leitos dos rios, pode
alcançar 25 km de extensão e até 4 metros de profundidade.
Nas maiores cheias, como as registradas em 1905 e 1988, o rio Paraguai chegou a ficar em
alguns de seus trechos mais espraiados, com até 60 quilômetros de largura. Um verdadeiro
oceano fluvial a que os primeiros habitantes deram o nome de Mar dos Xaraés.
Topo
Hidrografia :
Hidrograficamente, todo o Pantanal faz parte da bacia do rio Paraguai. Com 1.400 Km de
extensão em território brasileiro, esse rio e seus afluentes: São Lourenço (670 Km), Cuiabá
(650 Km), ao norte; Miranda (490 Km), Taquari (480 Km), Coxim (280 Km), Aquidauana (565
Km), ao sul, assim como rios de menores extensões - Nabileque, Apa e Negro, formam a
trama hidrográfica de todo complexo pantaneiro (são cerca de 175 rios que formam a bacia do
rio Paraguai). Mas esse sistema não é constituído apenas de rios. O Pantanal é uma imensa
planície de áreas alagáveis. Ao contrário dos brejos, as águas do Pantanal estão em
constante movimento, variando com as épocas (cheia e de seca). Quatro fatores influenciam
na formação dos pântanos de água corrente: a geografia, o solo, o elevado número de rios
(175) e as formações que o circundam. O Pantanal é uma região plana, com altitudes que não
vão além dos 200 m acima do nível do mar. A declividade, quase nula, de 6 a 12 cm/Km no
sentido Leste-Oeste e de 1 a 2 cm/km no sentido Norte-Sul, favorece as inundações que
propagam-se de norte para o sul e de leste para o oeste, ao longo do Rio Paraguai, único
escoadouro do Pantanal. Circundado pelo Planalto Brasileiro (a leste) e, mais ao longe, pela
Cordilheira dos Andes (a oeste), estas regiões acabam vertendo suas águas para o Pantanal
nas épocas de cheia ou degelo. Este fenômeno geográfico acaba sendo responsável pela
formação de um solo rico em argila, que impede a absorção da água. Quando do período das
cheias justifica a lenda sobre sua origem, que seria um imenso mar interior - o mar de Xaraés.
Esse complexo hidrográfico, compreende ainda incontáveis "baías" - lagos - das mais variadas
superfícies, interligadas ou não pelos corixos e vazantes - pequenos rios perenes ou
periódicos. Nas enchentes de rio ou de chuva ocorre uma extraordinária interligação entre
rios, braços, baías. As águas, enfim, tornam-se uma só: o Mar de Xaraés. Na vazante,
enriquecida pelo húmus, a região transforma-se na maior e mais rica concentração de
alimentos naturais que irá sustentar toda sua flora e fauna. É o período que verdejam as mais
extensas e vigorosas pastagens do mundo.
Carlos Ravazzani
Email: [email protected]
Fonte :
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