universidade federal rural do semi-árido campus angicos

Propaganda
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO
CAMPUS ANGICOS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS TEC. HUMANAS
BACHAREL EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
MONIQUE MURIELLE DE ARAÚJO SILVA
APLICAÇÃO DE RECURSOS ALTERNATIVOS EM AULAS
EXPERIMENTAIS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO NA CIDADE DE
ANGICOS-RN
ANGICOS - RN
2013
MONIQUE MURIELLE DE ARAÚJO SILVA
APLICAÇÃO DE RECURSOS ALTERNATIVOS EM AULAS
EXPERIMENTAIS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO NA CIDADE DE
ANGICOS-RN
Monografia apresentada a Universidade
Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA
Campus Angicos, para obtenção do
título de bacharel em Ciência e
Tecnologia.
Orientador: Prof. Dr. Tarcisio Elói de
Andrade Júnior – UFERSA.
ANGICOS – RN
2013
-
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradecer especialmente, a Deus por está presente em minha vida,
dando-me força em todas as decisões tomadas, fortalecendo e me guiando em toda essa
longa jornada, dando saúde e paz todos os dias para a conclusão deste trabalho.
Aos meus pais, João Bosco da Silva e Maria das Graças de Araújo Silva, pelo incentivo,
carinho, respeito, orações e amor, dando todo incentivo aos meus estudos e sonhos.
A minha tia, Oselita Zélia de Araújo, que me ajuda em tudo que preciso, não medindo
esforços para o meu crescimento.
Ao meu orientador, Tarcisio Júnior, pela dedicação, disponibilidade, contribuições,
esforço e incentivo na elaboração deste trabalho.
A Escola Estadual Francisco Veras por toda ajuda dada, não medindo esforços para
contribuir com o meu trabalho, em especial ao professor João Maria Trindade e ao
diretor da escola que tanto me ajudaram nessa batalha.
As minhas amigas e amigos, de São Fernando-RN e Angicos-RN, que torcem pela
minha vitória. Especialmente as minhas companheiras de todas as horas que me
ajudaram direto ou indiretamente, Tamara, Danielly, Luzy Paula, Aline, Samila e meu
amigo Ladistone.
A minha amiga Aline do Nascimento, que sempre esteve comigo em toda essa
caminhada. Ajudando e cuidando, quando mais precisava.
A minha amiga Samila Ramuanna pela dedicação, incentivo, disponibilidade de me
ajudar no andamento deste trabalho e em tudo na minha vida.
Ao meu irmão e avós, que tanto torcem pela minha vitória.
A Alriceli Rejane, por toda paciência e disponibilidade em me ajudar quando precisava.
Serei eternamente grata.
“A Educação qualquer que seja ela, é
sempre uma teoria do conhecimento
posta em prática.”
(Paulo Freire)
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo aplicação de recursos alternativos, de baixo
custo ou recicláveis em aulas experimentais de Química no ensino médio na Escola
Estadual Francisco Veras, localizado na cidade de Angicos-RN. A fim da busca do
conhecimento, tornando mais expressiva a aquisição do aprendizado e assim aproximar
o aluno da química, de maneira prazerosa e também educativa. O trabalho foi
desenvolvido em etapas. Primeiramente realizou-se um diagnóstico da infra estrutura do
laboratório de ciências da escola; em seguida elaborou-se uma apostila com oito
experimentos, pesquisados na internet e em livros, focado nos alunos do primeiro ano
do ensino médio, utilizando materiais alternativos (recicláveis e de baixo custo). Foi
testado, explicado e demonstrado três experimentos, retirados da apostila proposta, e
realizados para os alunos. Por último, aplicou-se um questionário avaliativo para os
estudantes analisarem as aulas práticas realizadas no laboratório. Pode-se constatar e
comprovar que por meio de aulas experimentais, com uso de materiais alternativos,
facilita, melhora e deixa mais interessante o ensino de química nas escolas.
Palavras-chave: Materiais alternativos. Experimentação. Ensino de química.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico
01
–
Frequência
que
os
alunos
frequentam
o
laboratório
de
química............................................................................................................................54
Gráfico
02 – Os alunos que observam relação entre aula teórica e a
prática..............................................................................................................................55
Gráfico 03 – Na escola são utilizados materiais alternativos ou recicláveis, em aulas
experimentais...................................................................................................................56
Gráfico 04 – No laboratório é solicitado aos alunos equipamentos de segurança
individual.........................................................................................................................57
Gráfico 05 – Alunos que após os experimentos com materiais alternativos, observou
relação entre teoria e prática............................................................................................58
Gráfico 06 – Alunos que gostariam de utilizar o laboratório com mais
frequência........................................................................................................................59
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Frequência, porcentagem de alunos.............................................................55
Tabela 02 – Relação teoria/prática, porcentagem de alunos...........................................55
Tabela 03 – Utilização de materiais alternativos ou recicláveis, porcentagem de
alunos...............................................................................................................................56
Tabela 04 – Solicitação de equipamentos de segurança individual, porcentagem de
alunos...............................................................................................................................57
Tabela 05 – Após experimentos há relação teoria/ prática, porcentagem de alunos.......58
Tabela 06 – Utilização do laboratório com mais frequência, porcentagem de alunos....59
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Tampa do frasco com conta-gotas adaptado.................................................29
Figura 02 - Frasco de refrigerante com vinagre e tubo de ensaio com bicarbonato........30
Figura 03 - Utilização do extintor de incêndio................................................................31
Figura 04 – Como deve ficar o material dentro do béquer..............................................40
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Foto 01- Etapas do experimento......................................................................................36
Foto 02 - Práticas realizadas na Escola Estadual Francisco Veras.................................52
Foto 03 - Experimentos realizados na escola..................................................................53
Foto 04 - Experimento realizado na escola.....................................................................53
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO..........................................................................................
12
1.1
OBJETIVO GERAL....................................................................................
13
1.1.1 Objetivos específicos...................................................................................
13
2
REVISÃO DA LITERATURA..................................................................
14
2.1
ENSINO DE QUÍMICA ATUAL.................................................................
14
2.2
O SENTIDO DO APRENDIZADO DE QUÍMICA.....................................
15
2.3
A EXPERIMENTAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DA
QUÍMICA ....................................................................................................
17
2.4
OBJETIVOS DO ENSINO EXPERIMENTAL...........................................
18
2.5
EXPERIMENTO DE BAIXO CUSTO: UMA ALTERNATIVA................
20
2.6
CONDIÇÕES E ESTRUTURA DOS LABORATÓRIOS PARA A
REALIZAÇÃO DAS AULAS PRÁTICAS..................................................
21
2.7
A IMPORTÂNCIA E PREOCUPAÇÃO DA QUESTÃO...........................
23
3
METODOLOGIA.......................................................................................
24
4
RESULTADOS E DISCUSSÕES..............................................................
26
4.1
DIAGNÓSTICO DA INFRA ESTRUTURA DO LABORATÓRIO...........
26
4.2
APOSTILA DE EXPERIMENTOS..............................................................
27
4.2.1 Construindo um extintor de incêndio........................................................
28
4.2.2 Densidade dos materiais.............................................................................
33
4.2.3 Ovo engarrafado..........................................................................................
35
4.2.4 Separação de corantes em doces comerciais.............................................
38
4.2.5 Propriedades coligativas.............................................................................
42
4.2.6 Forças intermoleculares..............................................................................
44
4.2.7 Repolho roxo como indicador de ph..........................................................
46
4.2.8 À procura da vitamina C............................................................................
49
4.3
PRÁTICAS E RESULTADOS OBTIDOS NA ESCOLA...........................
52
5
CONCLUSÕES............................................................................................
60
REFERÊNCIAS......................................................................................................
61
12
1
INTRODUÇÃO
O estudo da química deve ser estruturado de tal forma visando proporcionar a
compreensão do cotidiano de seus estudantes, para que, a partir deste entendimento,
chegue a relações mais abstratas, permitindo intervir no seu meio. Através do
conhecimento da química, os alunos podem entender que há princípios comuns,
aplicáveis em diferentes técnicas e tecnologias, que podem ser inter-relacionados,
produzindo novas invenções e efeitos. As aulas experimentais devem funcionar como
produção de conhecimento, onde se tem a oportunidade de compreender conceitos,
formular hipóteses, aprender a controlar variáveis e entender como se processa o
conhecimento químico. O ensino de química no nível médio é, ainda hoje, um desafio
para muitos professores e alunos. Percebemos que há uma insatisfação muito grande por
parte dos professores, que não conseguem atingir certos objetivos educacionais
propostos e uma desmotivação entre os alunos, que consideram a química uma
disciplina difícil e que exige muita memorização. Recentemente, esforços vêm sendo
feitos na tentativa de encontrar estratégias para a melhoria do ensino de química
(NARDIN, 2006).
Este trabalho propõe uma alternativa de busca do conhecimento, tornando mais
expressiva a aquisição do aprendizado e assim aproximar o aluno da química, de
maneira prazerosa e também educativa (NARDIN, 2006).
Ainda que periodicamente desacreditada – e em ocasiões qualificada
como “uma perda de tempo” – a importância que o trabalho de
laboratório tem dentro da educação em ciências tem permanecido
incontestada... (HODSON, D., 1993, p. 85).
Um dos maiores desafios do ensino de Química nas escolas é construir uma ponte
entre o conhecimento escolar e o mundo cotidiano dos alunos. Frequentemente, a
ausência deste vínculo é responsável por apatia e distanciamento entre alunos e
professores (VALADARES, 2001). Ao se restringir o ensino a uma abordagem
estritamente formal, acaba-se por não contemplar as várias possibilidades para tornar a
química mais “palpável” e perde-se a oportunidade de associá-la com avanços
tecnológicos que afetam diretamente a sociedade (CHASSOT, 1993).
13
Aulas que utilizam o recurso da experimentação, em questão, são ferramentas
poderosas para adquirir e testar conhecimentos, mas por si só não são suficientes para
fornecer conhecimentos teóricos, não obstante não são sempre necessárias. Uma matriz
teórica particular sempre conduz a um experimento. Desta forma, um dos maiores e
mais danosos mitos da aprendizagem é a não interdependência experimento/teoria.
Desta forma a especulação teórica é o ponto de partida para a experimentação
(HODSON, 1988).
A ideia de aplicação de recursos recicláveis ou alternativos para articular teoria e
experimentação representa uma alternativa viável. Assim, desenvolvendo experimentos
envolvendo materiais alternativos, que também podem ser recicláveis e de baixo custo
que possibilitam uma metodologia do ensino de química simples, factível e com a
participação efetiva dos alunos no processo de aprendizado de Química em Ensino
Médio.
1.1 OBJETIVO GERAL
Este trabalho tem como objetivo mostrar por meio de experimentação de fácil
execução, sugestões de atividades práticas no ensino da Química do ensino médio,
através do uso de materiais alternativos (recicláveis e de baixo custo) na Escola
Estadual Francisco Veras, localizado na cidade de Angicos-RN, como apoio concreto
que o professor de Química pode utilizar em suas aulas.
1.1.1 Objetivos específicos
 Diagnosticar infra estrutura laboratorial da escola no qual vai ser realizado o
trabalho;
 Mostrar a importância da experimentação com materiais de baixo custo em aulas
experimentais de Química;
 Propor experimentos de fácil realização e baixo custo;

Realizar experimentos na escola citada com materiais alternativos (recicláveis e
de baixo custo).
14
2
REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ENSINO DE QUÍMICA ATUAL
A atual sociedade caracteriza-se por um desenvolvimento técnico-científico cada
vez mais exigente. Para nela viver, e sobreviver, circulando com desenvoltura, o
indivíduo precisa adquirir inúmeras habilidades. Cabe às instituições de ensino
favorecer aos seus alunos um aprendizado significativo que lhes permita desenvolver
tais habilidades, e assim, participar ativamente, como reais cidadãos, da sociedade na
qual estão inseridos. Nossa sociedade passa por inúmeras mudanças todos os dias, assim
o ensino não passa ileso a essas modificações (NUNES; ADORNI, 2013).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio - PCNEM (BRASIL,
2002) ressaltam que os conteúdos abordados no ensino de química não devem se
resumir à mera transmissão de informações, a qual não apresenta qualquer relação com
o cotidiano do aluno, seus interesses e suas vivências. O ensino da química está ligado
diretamente ao cotidiano, nos fornecendo uma melhor qualidade de vida (NUNES;
ADORNI, 2013).
O ensino da química na atualidade vem sofrendo um declínio devido vários fatores,
os principais são: deficiência na formação dos professores, salários muito baixo dos
professores, falta de estrutura nas escolas, metodologia em aula ultrapassada, poucas
aulas experimentais, desinteresse dos alunos, entre outros. É difícil mudar esse quadro
nos dias de hoje, mas não podemos ficar parados diante dos fatos, pois se sabe que a
química é uma ciência vital para melhorar a qualidade de vida do ser humano (SILVA,
2011).
Quando analisamos a trajetória do ensino de química verificamos que, ao longo dos
tempos, muitos alunos vêm demonstrando dificuldades em aprender. Na maioria das
vezes, não percebem o significado ou a validade do que estudam. Usualmente os
conteúdos parecem ser trabalhados de forma descontextualizada, tornando-se distantes,
professores de Química, talvez pela falta de formação específica na área, demonstram
dificuldades em relacionar os conteúdos científicos com eventos da vida cotidiana. Suas
práticas, na maioria das vezes, priorizam a reprodução do conhecimento, ou seja, a
cópia e a memorização, acentuando a dicotomia teoria-prática presente no ensino. A
falta de laboratórios na maioria das escolas é um grave problema, que diminui a
15
qualidade do ensino. Se nada for feito para melhorar isso, as aulas continuarão sem
motivar os alunos, os professores reclamando dos salários, sem avanços nas tecnologias
educacionais, a procura pelo curso de química vai diminuir cada vez mais e o ensino da
química vai piorar ao invés de melhorar nos anos que virão (PRALON, 2009).
A escola em geral tem sido criticada pela baixa qualidade do ensino e
por sua incapacidade de preparar os estudantes para ingressar no
mercado de trabalho e para ingressar na universidade. Portanto, a
escola tem sido criticada por não cumprir adequadamente o seu papel
de formação das crianças e adolescentes. O conhecimento que o aluno
exibe ao deixar a escola é limitado e fragmentado. Várias são as
causas apontadas para explicar a ineficiência do sistema escolar e
algumas soluções têm sido propostas. (EISBERG e LERNER, 2002,
p. 38).
Assim é grande a responsabilidade dos professores de química, que tem o papel de
revelar o que os alunos pensam da ciência que é obrigatório o seu entendimento para
que o ser humano tenha qualidade de vida mais saudável (SILVA, 2011).
2.2 O SENTIDO DO APRENDIZADO DE QUÍMICA
Assiduamente, o ensino de química vem se limitando a um treinamento para
resolução de fórmulas em problemas artificialmente formulados ou abstratos, onde
muitas vezes o sentido escapa aos alunos e também aos professores (PRALON, 2009).
O que reforça tal tipo de ensino de química, além de outras razões, é a expectativa
de habilitar os estudantes para o ingresso no ensino superior. O não mérito de tal ensino,
além de automatizar ações pedagógicas, não é adequado para a preparação do ensino
superior, pois a postura de memorização das fórmulas sem compreensão conduz ao não
entendimento do sentido matemático da mesma, que expressam leis fundamentais aos
procedimentos científicos, ou seja, levando a um falso aprendizado (CHRISPINO,
1986).
A elaboração teórica, abstrata e geral, expressa em leis e princípios, apoiada em
expressões matemáticas, é um dos principais objetivos do aprendizado, mas não é
necessariamente seu ponto de partida. Um dos maiores desafios do ensino de Química,
nas escolas de nível médio, é construir uma ponte entre o conhecimento escolar e o
mundo cotidiano dos alunos (PRALON, 2009).
16
É difícil pensar que se pode superar o ensino tradicional, simplesmente pela
alteração nas ordens dos conteúdos. A propósito, ainda que não exista uma ordem
universalmente estabelecida para os conteúdos instrucionais de química, é conveniente
adotar uma sequência dada de conteúdos, majoritariamente usada em quase todo o
Brasil, isto é, os conteúdos de química adotados nos Parâmetros Curriculares Nacionais
PCN’s e nos livros didáticos, privando-se assim, a abstração e matematização precoce
(PRALON, 2009).
Os aspectos estruturais de aprendizado desses conhecimentos podem se dar por
meio de abordagens que possibilitam ao estudante o desenvolvimento de habilidades e
atitudes de investigação e compreensão dos fenômenos associados à Química. Tais
aquisições baseiam-se na convivência com a linguagem simbólica/representacional
dessa ciência e na apropriação de conceitos e sistemas teóricos que capacitam o aluno a
dar explicações lógicas dentro desse campo de estudo e dos fenômenos que o cercam
em sua vida em sociedade (PRALON, 2009).
A necessidade indiscutível de tratar de conhecimentos e teorias mais modernas, para
uma melhor fixação na prática, mesmo sabendo da fragilidade do conhecimento de
química clássica pelos alunos e professores, é preciso desenvolver, na didática
específica da química, uma forma de atender à necessidade deste aprendizado
(PRALON, 2009).
Não é tão difícil que os estudantes aprendam uma química mais estruturada, basta
que os professores dominem os conteúdos e atraiam os alunos de uma forma não
cansativa, para fixação do conhecimento. Se quisermos que a cultura técnica –
cientifica, que desenvolvemos com o passar do tempo, seja apresentada para a
população antes de qualquer formação profissional, temos que parar de pretextos e
procurar formar e melhorar as condições de trabalho dos professores, para que formem
melhor seus alunos. Isso não se completa em curto prazo, pois sabemos que boa parte
dos professores que ensinam química no Brasil, não tem formação específica na mesma
(PRALON, 2009).
A proposta de educação, que inicia o programa de ensino de química e o próprio
conjunto de conteúdos instrucionais, de certa forma já indica elementos para uma
metodologia educacional, mas vale a pena especificá-la melhor. Sem perder de vista, a
17
grande necessidade de mudanças mais amplas na escola, envolvendo não só a química e
não só conteúdo científico, mas também o conjunto dos objetivos da educação escolar
(PRALON, 2009).
2.3 A EXPERIMENTAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DA QUÍMICA
O ensino de química, ainda hoje, é um desafio para muitos professores e alunos.
Percebemos uma grande insatisfação por parte dos professores, que não conseguem
atingir certos objetivos educacionais propostos e uma desmotivação entre os alunos, que
consideram a química uma disciplina difícil e que exige muita memorização. Muitos
esforços vêm sendo feitos na tentativa de encontrar estratégias para a melhoria do
ensino de química (NARDIN, 2006).
A aplicação de experimentação em aulas didáticas propõe uma alternativa de busca
do conhecimento, tornando mais expressiva a aquisição do aprendizado e assim
aproximar o aluno da química, de maneira prazerosa e também educativa. É muito
comum ouvir dos alunos e professores, que a experimentação aumenta a capacidade de
aprendizado, pois funciona como meio de envolver o aluno nos temas de pauta,
defendendo a necessidade de contextualizar os conteúdos teóricos com a prática
vivenciada pelos alunos, a fim de atribuir-lhes sentido e, assim, contribuir para a
aprendizagem. A introdução desse recurso tem suas raízes no século XIX (BENITE;
BENITE, 2009).
Aulas que utilizam o recurso da experimentação são ferramentas poderosas para
adquirir e testar conhecimentos, mas não são suficientes para fornecer o conhecimento
teórico,
sempre
necessário.
Assim
haverá
sempre
uma
dependência
teoria/experimentação. Para se chegar ao conhecimento é necessário que se faça à
experiência com os fatos oferecidos, assim não haverá duvidas de sua veracidade
(BENITE; BENITE, 2009).
Para o ensino da química a experimentação faz-se necessário, devido seu caráter
investigativo, aumentando o conhecimento por meio dos fenômenos que são testados,
observados e descobertos (CASTELEINS, 2011).
Quando a função da experimentação não é compreendida no contexto científico, ela
acaba se tornando um item do programa de ensino e não origem que encaminha a
18
aprendizagem de Química. Dessa forma, o objetivo, da atividade experimental no
ensino da Química, como a de qualquer ciência, pode-se dizer que é aproximar os
objetos concretos das descrições teóricas criadas, produzindo idealizações e, com isso,
originando sempre mais conhecimento sobre esses objetos e, dialeticamente, produzindo
melhor matéria-prima, melhores meios de produção teórica, novas relações produtivas e
novos contextos sociais e legais da atividade produtiva intelectual (CASTELEINS,
2011).
De um modo geral, nas escolas, alunos e professores tendem a uma visão simplista e
tradicional sobre experimentação, focando na demonstração de teorias estabelecidas.
Isso faz com que o processo de aprendizagem se torne um fenômeno de demonstração
ou comprovação de teorias.
A experimentação prioriza o contato dos alunos com os fenômenos químicos,
possibilitando ao aluno a criação dos modelos que tenham sentidos para ele, a partir de
suas próprias observações e descobertas.
2.4 OBJETIVOS DO ENSINO EXPERIMENTAL
Desde muito tempo o ensino experimental nos laboratórios era considerado
essencial, pois fornecia treinamento em observação, informações detalhadas e
estimulava o interesse dos alunos. Até hoje, essas razões ainda são aceitas para melhorar
o ensino da química e aproximar os estudantes das salas de aulas (PRALON, 2009).
A atividade experimental deve ser baseada não somente na observação, mas também
na teoria, reflexão do indivíduo, questões sociais e culturais com objetivo de instruir o
desenvolvimento pessoal do aluno mediante a problematização das observações
experimentais e o diálogo. Proporcionando momentos de reelaboração dos
conhecimentos, possibilitando o contato do aluno com fenômenos químicos e criando
modelos explicativos sobre as teorias, utilizando uma linguagem própria (PRALON,
2009).
Existem muitos objetivos para o ensino experimental, além de aproximar e
transformar o ensino da química numa forma mais fácil e atrativa para os alunos, muitos
outros podem ser citados. Como: Habilidades de manipular, questionar, investigar
substâncias. Criar conceitos, hipóteses, modelos teóricos, pensamento crítico, soluções
19
de problemas, criatividade, precisão, curiosidade, confiança, responsabilidade,
colaboração, gostar de ciência, entre outros pontos positivos para os estudantes
(PRALON, 2009).
Os professores e alunos atribuem ao ensino experimental tradicional, objetivos
implícitos como: verificar e comprovar teorias científicas que muitas vezes são
intencionalmente distorcidos os resultados para obter a resposta correta, porque os
alunos percebem que a experiência deve ter resultados iguais ao previsto pela teoria, e o
laboratório passa a ter um caráter de jogo viciado. Por isso os estudantes devem ser
induzidos a discutir as limitações, questionar e investigar as suposições que atravessam
cada experiência. Outro objetivo é o de facilitar a aprendizagem e compreender os
conceitos científicos, aconselha-se que a atividade concentre apenas nos aspectos
desejados, com planejamento que leve em conta o tempo, as habilidades requeridas,
segurança, etc. Em um laboratório com roteiro e uma atividade adequadamente
planejada sob orientação do professor, acredita-se que o objetivo seja alcançado, mas
não quer dizer que o aluno aprenda aquilo que foi pretendido (PRALON, 2009).
Ensinar habilidades práticas é um objetivo das aulas experimentais, dentro de cada
laboratório existe um conjunto de técnicas básicas que pode e deve ser ensinado. Elas
formam uma base experimental, sobre a qual os estudantes podem desenvolver um
sistema de noções que lhes permitirão relacionar melhor com os objetos tecnológicos do
dia-a-dia. Aliás, esta maneira de desenvolver atividades práticas possibilita ao estudante
adquirir segurança e autoconfiança, fundamentais para desenvolver os conceitos e ideias
científicas. Quando o trabalho prático é usado corretamente, obtêm-se muitos resultados
esperados (PRALON, 2009).
O professor é a peça-chave no aproveitamento do potencial no laboratório. Eles
devem está cientes dos objetivos, dos méritos e dificuldades do laboratório escolar.
Uma preparação e um planejamento cuidadoso, bem como uma avaliação do
desempenho e do entendimento por parte dos estudantes através de observações,
entrevistas e trabalhos adequados, são essenciais para a melhoria do entendimento
(PRALON, 2009).
A química envolve assuntos altamente difíceis. Muitos alunos não conseguem
entender seus conceitos sem os apoios concretos e as oportunidades de manipulação no
20
laboratório. O trabalho prático vem conquistando gradualmente um lugar de
importância cada vez maior no ensino das ciências. O laboratório oferece oportunidades
que levam a identificação, ao diagnóstico e ao tratamento das noções não cientificas dos
estudantes (PRALON, 2009).
Logo, os alunos apreciam as atividades e os trabalhos do ensino experimental, pois
lhes oferecem uma oportunidade de realizar experiências, motivando e atraindo os
mesmos, de forma interessante para a química.
2.5 EXPERIMENTAÇÃO DE BAIXO CUSTO: UMA ALTERNATIVA
Sabe-se que as maiorias das escolas públicas brasileiras preferem adotar um ensino
de química eminentemente teórica, afastando-se totalmente das realizações práticas,
dando como desculpa o alto custo de formação e manutenção dos laboratórios. Uma
alternativa para esse problema é a experimentação de baixo custo, utilizando materiais
alternativos ou recicláveis, uma forma barata e de fácil aquisição para resolver esse
problema (CHRISPINO, 1986).
Materiais recicláveis são aqueles que após sofrerem uma transformação física ou
química podem ser reutilizados, seja sob a forma original ou como matéria-prima de
outros materiais para outras finalidades. Material alternativo é tudo que pode ser
aproveitado de outra forma, sem precisar destruir nada, reaproveitando o que já se tem.
São todos materiais de baixo custo e adquiridos facilmente. Como exemplo desses
materiais, temos: álcool, sal, açúcar, água, repolho roxo, sabão em pó, esponja de aço,
vinagre, limão, entre outros produtos de fácil aquisição (SANTAELLA; CÂNDIA,
2005).
A reprodução de modelos para o entendimento dos fenômenos químicos na natureza
pode ser feita sempre que se reúna uma série de condições favoráveis e, por isso
mesmo, essa reprodução nem sempre é possível. Devido às dificuldades de observarem
muitos dos fenômenos químicos é que as escolas dispõem ou, pelo menos, deveriam
dispor de laboratórios para o ensino de Química (BENITE; BENITE, 2009).
Os laboratórios são construções caras, equipados com instrumentos sofisticados,
exigem técnicos para mantê-los funcionando, os alunos precisam se deslocar até lá, as
turmas não podem ser grandes, os materiais têm que ser frequentemente substituídos e
21
renovados, etc. Possivelmente, seja em face destes motivos, que os laboratórios e as
aulas experimentais de Química têm se tornado cada vez mais escasso. Apesar da
dificuldade de se construir e manter um laboratório de Química é do consenso geral de
muitos representantes da comunidade cientifica (HODSON, 1988) que ele é uma
ferramenta fundamental ao ensino (BENITE; BENITE, 2009).
Benite, 2009, propôs um estudo da utilização de experimentação de baixo custo no
Ensino de Química baseado na experiência, a realidade dada, por meio de análise da
lógica formal. Criando uma rota alternativa para articular teoria e experimentação.
Assim, desenvolvemos experimentos envolvendo materiais alternativos (que também
podem ser reciclados) e de baixo custo que possibilitam uma metodologia do ensino de
uma química simples, factível e com a participação efetiva dos alunos no processo de
aprendizado de Química em Ensino Médio (BENITE; BENITE, 2009).
Não podendo deixar de lembrar que o uso de materiais de baixo custo ou recicláveis
no ensino de química é um tema muito controverso. Pois, enquanto a ciência é feita em
laboratórios com custos da ordem de milhões de dólares, em nossas escolas públicas se
está usando sucata. Isso não invalida a atividade, ao contrário é eficaz, mas há que se
discutir qual imagem de ciência que se pode e pretende transmitir (BENITE; BENITE,
2009).
Dessa maneira, o uso de recursos de baixo custo em aulas experimentais vem para
acrescentar e complementar as aulas teóricas, se usados de maneira correta, gera
resultados tão bons quanto com materiais convencionais. Assim os alunos estarão mais
participativos e poderão ser conscientizados sobre os produtos químicos que os cercam,
além de possibilitar que professor faça a inter-relação entre o cotidiano dos alunos e a
química teórica, podendo assim, melhorar sua prática de ensino.
2.6 CONDIÇÕES E ESTRUTURA DOS LABORATÓRIOS PARA A REALIZAÇÃO
DAS AULAS PRÁTICAS
A escola é responsável pela organização do Laboratório, onde este faz parte
integrante de seu planejamento. Mas não é sempre que essa possui recursos que
proporcionam a montagem de um laboratório com todos os requisitos que cubram a
máxima eficiência de ensino nessa área, aliada a comodidade adequada dos alunos e do
professor (CASTELEINS, 2011).
22
Quando são realizadas as atividades experimentais, existem fatores que não podem
ser esquecidos, dentre os quais, apresenta-se: a inadequação do ambiente, o grande
número de alunos em sala, a inexperiência, a agitação típica dos adolescentes e em
alguns casos a ausência do laboratório (MACHADO; MÓL, 2008).
Muitas escolas públicas não disponibilizam de laboratórios, quando existe, na maior
parte das vezes é precária e inadequada. Devido às exigências legais e a luta da
coordenação, algumas escolas chegam a possuir laboratórios dotados de aparelhagem
técnica, mas não são utilizadas devido à falta de formação e técnica dos professores, as
soluções necessárias para realização dos experimentos não existe, falta de recursos para
a manutenção de equipamentos, não atendem todos os requisitos de segurança, como
por exemplo: instalação de equipamentos de proteção coletiva e individual, locais para
armazenamento de produtos químicos e ventilação dos ambientes. Ou seja, condições
precárias para utilização (CASTELEINS, 2011).
As aulas práticas não têm o objetivo de impressionar o aluno com aparelhos
tecnológicos reluzentes, e sim de atrair sua atenção diretamente para o fenômeno
estudado (CASTELEINS, 2011).
Segundo a lei Diretriz e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei 9.394/96), toda
escola pública tem o direito à instalação do laboratório de ciências para facilitar o
aprendizado dos estudantes. Cabe aos órgãos governantes responsáveis, além de
fornecerem, dar condições necessárias para que os laboratórios sejam usados
adequadamente e, não fiquem apenas como salas que guardam amontoados de caixas, o
que acontece com a maioria, sem finalidade nenhuma, devido à falta de material ou
orientação e técnica dos professores para o uso do mesmo (CARDOSO; SOUZA,
1996).
23
2.7 A IMPORTÂNCIA E PREOCUPAÇÃO DA QUESTÃO AMBIENTAL
Dada a importância da questão ambiental, adquirida principalmente em função das
mudanças climáticas ocorridas nos últimos anos, a devastação e degradação que o
próprio homem causa o que tem afetado significativamente a vida no planeta são
impossíveis conceber propostas para o ensino de ciências, química física e biologia sem
que estas contemplem também aspectos referentes às questões sociais, econômicas e,
em especial, as ambientais, contextualizando com o cotidiano do aluno. É através do
ensino-aprendizagem que essa consciência que se busca inserir nos alunos hoje se
propagará até as futuras gerações. Desta forma, a escola se configura no espaço de
maior relevância e abrangência para tratar desse tema (SANTANA; LIMA; SANTOS,
2013).
Nos laboratórios de químicas, sabido que as aulas práticas produzem resíduos e
rejeitos que devem ter destinação adequada a fim de evitar danos tanto ao meio
ambiente quanto à saúde humana. Cientes de que os mesmos, provenientes das aulas
práticas podem resultar em produtos nocivos, estas não devem ser retiradas apenas
porque podem comprometer a conservação do meio ambiente. Ao contrário, devem ser
estimuladas, pois se tratam de atividades de reconhecida relevância no processo de
aprendizagem, que devem ser realizadas mesmo com o risco iminente de se produzir
resíduos e rejeitos. O que deve ser observado é a forma como se tratam tais resíduos até
o descarte final, obedecendo às legislações em vigor e procurando, na medida do
possível, utilizar meios que minimizem ou eliminem os riscos. O uso de materiais
alternativos evita ainda mais esse problema com o meio ambiente, vendo que esses
materiais não destroem nem prejudicam a natureza (JARDIM, 1998).
Por tanto, evita-se a poluição do ambiente e incentiva a mais um estudo, a forma de
tratar e aproveitar resíduos nocivos, transformando-os em substâncias que não
prejudiquem o planeta. Estimulando uma postura dos estudantes no uso de práticas
seguras, que visam preservar a saúde e o meio ambiente.
24
3
METODOLOGIA
Neste item será apresentada a metodologia que foi utilizada para atingir os objetivos
do trabalho. O presente estudo propôs a aplicação de recursos alternativos em aulas
experimentais de química no ensino médio na Escola Estadual Francisco Veras, na
cidade de Angicos-RN.
Primeiramente foi realizado um diagnóstico da infraestrutura do laboratório de
ciências da escola, através de análise e reuniões com o grupo de professores de química
da Escola Francisco Veras, num período de dois meses, fevereiro e março do presente
ano, analisando também a parte pedagógica exercida pelos professores.
Elaborou-se uma apostila com oito experimentos, pesquisados na internet e em
livros, focados no primeiro ano do ensino médio, abordando assuntos de todo o ano
letivo, com a possibilidade de ser utilizada também, para todo o nível médio. Os
experimentos foram realizados no laboratório de ciências da Escola Estadual Francisco
Veras e apresentados aos alunos, durante o período compreendido entre 11/03/2013 e
26/03/2013. Foram utilizados materiais alternativos de baixo custo e recicláveis, obtidos
no comércio e encontrados em ambiente doméstico.
EXPERIMENTO
OBJETIVOS
Construindo um extintor de incêndio
Densidade dos materiais
Ovo engarrafado
Separação de
comerciais
corantes
em
Conceitos sobre funções inorgânicas,
reações químicas entre ácidos e bases.
Diferenças entre a densidade dos
materiais e a força das interações entre
as moléculas de água.
Demonstrar a ação da pressão
atmosférica sobre um sistema
doces Técnicas de separação
Propriedades coligativas
Mudança de temperatura
Forças intermoleculares
Interações intermoleculares, polar e
apolar de diferentes substâncias
Repolho roxo como indicador de ph
Construir uma escala de pH
À procura da vitamina C
Verificação da presença de vitamina C
em sucos de frutas variados
25
Após a realização das práticas, aplicou-se um questionário, ou seja, um instrumento
avaliativo da aula experimental de química, contendo seis perguntas objetivas, com a
intenção dos alunos analisarem as aulas práticas dadas. O instrumento de avaliação teve
como objetivo obter respostas dos alunos sobre suas práticas no dia-a-dia, relacionado
ao componente curricular de química.
26
4
RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 DIAGNÓSTICO DA INFRAESTRUTURA DO LABORATÓRIO
Executou-se no trabalho realizado na Escola Estadual Francisco Veras um
diagnóstico da infra estrutura do laboratório. Este possui um laboratório de ciências, que
engloba as matérias de química, física, biologia e matemática. Foi construído em 2005,
através de um projeto realizado pela secretaria de educação, da cidade de Angicos-RN.
O responsável pelo laboratório é o professor de química João Maria Trindade.
Tem dimensões de 10 metros de comprimento por 5 metros de largura, a sala tem
teto forrado com PVC. Possui três bancadas com pias, as quais comportam até seis
estudantes. A refrigeração da sala é feita através de dois equipamentos de ar
condicionado, mas a energia não é apropriada, se ligar os dois ao mesmo tempo há uma
queda de energia e não existe janela no laboratório.
O laboratório possui muitos reagentes químicos vencidos e outros que chegaram no
ano de 2012 que ainda estão no prazo de validade, devido à coordenação da escola ter
solicitado a compra de novos reagentes, encontram-se todos encaixotados. Foi feito um
balanço, com uma lista dos reagentes existentes no laboratório da escola. Que são:
dimetilformamida, ácido nítrico, ureia, dietanolamina, etanolamina, ácido acético, ácido
clorídrico, xilol, acetato de butila, álcool benziuco, metil isobutil cetona, acetato de
ética, hipoclorico de sódio, amido (solúvel), propilenoglicol, ácido cítrico, glicerina,
sulfito de sódio, hidróxido de amônio, óxido de manganês IV, formol, sulfato de
magnésio, ácido bórico, isopropanol, cloreto de sódio, sulfato de cobre, álcool etílico,
vaselina (líquida), detergente neutro, sulfato de alumínio, azul de bromotimol,
etilenoglicol, metabissulfito de sódio, prometo de potássio.
As vidrarias encontradas são poucas, só o básico utilizado nos laboratórios. Que são:
Becker, proveta, pipeta, tubos de ensaio, balão do fundo chato, erlenmeyer, cadinho,
fogaréu, microscópio, estufa, termômetro e maleta para representação de moléculas.
Não possui segurança adequada no laboratório, existem dois extintores, mas com o
prazo de validade vencido. Não possui capela, para utilização dos reagentes que liberam
gases tóxicos. Não foi construída nenhuma janela na sala para circulação de ar em caso
27
de emergência. Não possui chuveiros, equipamento de proteção, sendo assim, a situação
da segurança no laboratório é precária.
O laboratório nunca foi utilizado de verdade, foram feitos alguns experimentos de
química, mas não foram realizados no laboratório, e atualmente encontra-se fechado. O
grande problema da escola é a falta de capacitação dos professores para realização de
aulas experimentais. A escola dispõe de material e muita vontade para realização dessas
práticas, mas devido os professores não possuírem um treinamento adequado, eles não
conseguem colocar em prática. Isso acontece porque os professores que ministram a
disciplina de química tem uma carga horária de aula teórica alta, ou são estagiários, ou
professores formados em outros cursos.
Foi enviado um ofício, por parte da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, no
final de fevereiro do presente ano, uma proposta de um cadastro da Escola Estadual
Francisco Veras, para realizar um treinamento com os professores sobre a utilização de
aulas experimentais no laboratório.
4.2 APOSTILA DE EXPERIMENTOS
No presente trabalho foi elaborada uma apostila de experimentos com recursos
alternativos ou recicláveis de baixo custo, para os estudantes do primeiro ano do ensino
médio, envolvendo assuntos estudados durante o ano letivo, com a possibilidade de ser
utilizada também, para todo o nível médio, de acordo com os assuntos abordados, que
tem a finalidade de melhorar e deixar mais interessante o aprendizado de química.
Esta apostila contém oito experimentos de baixo custo e fácil execução, que devem
ser mostrados durante o ano, os quais, em sua maioria, podem ser preparados com
materiais encontrados no ambiente doméstico. Essas características favorecem o uso
destes experimentos como instrumentos pedagógicos para professores que buscam
reformular sua prática docente e resolver problemas como, a falta de infraestrutura das
escolas públicas.
28
4.2.1 Construindo um extintor de incêndio (REZENDE; BRAIBANTE, 2010)
OBJETIVO
O experimento permite apresentar aos alunos conceitos sobre funções inorgânicas,
reações químicas entre ácidos e bases, empregando reagentes de seu cotidiano, como o
vinagre e o bicarbonato de sódio.
Tem por objetivo a construção de um extintor de incêndio caseiro, que visa mostrar
aos estudantes a importância da química em sua vida prática.
MATERIAIS UTILIZADOS
a- 1 frasco de refrigerante de 600 mL
b- 1 tubo de conta-gotas
c- 1 tubo de ensaio de 35 mL
d- 450 mL de vinagre
e- bicarbonato de sódio (NaHCO3)
29
EXPERIMENTO
Com o auxílio de um estilete, fure a tampa do frasco de refrigerante de 600 mL, no
mesmo diâmetro do tubo do conta-gotas que será utilizado. A seguir, introduza o tubo
do conta-gotas no orifício criado na tampa do frasco de refrigerante, como mostra a
Figura 1. O furo feito na tampa deve permitir que o tubo do conta-gotas passe o mais
justo possível, visando evitar vazamentos que podem prejudicar o experimento, devido
à perda de reagentes. O tubo do conta-gotas pode ser mais bem fixado com o uso de
uma fita de teflon ao seu redor, antes de inseri-lo na tampa.
Figura 01- Tampa do frasco com conta-gotas adaptado
No frasco de refrigerante, coloque 450 mL de vinagre comum e, no tubo de ensaio,
adicione o bicarbonato de sódio de modo que o vinagre fique 2 cm abaixo da borda do
tubo (como mostra a Figura 02). O tubo de ensaio é colocado dentro do frasco de
refrigerante com bicarbonato de sódio dentro. O conta gotas é utilizado para liberação
do líquido formado, para apagar o fogo.
30
Figura 02- Frasco de refrigerante com vinagre e tubo de ensaio com bicarbonato
Tenha cuidado para que o bicarbonato de sódio não entre em contato com o vinagre,
pois isso dará início imediato à reação química. Em seguida, feche o frasco de
refrigerante com a tampa, mostrada na Figura 1, apertando-a bem.
Em seguida, incline o extintor para baixo, dirigindo-o para a região que você deseja
atingir e tire o dedo da tampa, liberando assim a saída do líquido.
A mistura de água e etanoato (acetato) de sódio serão “expulsa” do extintor devido à
pressão provocada pela formação do dióxido de carbono (CO 2). Para as quantidades de
vinagre e bicarbonato de sódio utilizado, o jato inicial do líquido emitido pelo extintor
terá um alcance aproximado de três metros de distância. Mantendo-se o extintor
inclinado para baixo, como mostra a Figura 03, o líquido continuará a ser expelido
durante aproximadamente 30 segundos.
31
Figura 03- Utilização do extintor de incêndio.
ENTENDENDO O EXPERIMENTO
Reações ácido-base fazem parte do nosso cotidiano. Entre vários exemplos,
podemos citar: os aspectos relacionados à higiene, como a eliminação dos resíduos
ácidos, deixados pelos alimentos em nossa boca, pelas pastas de dentes que possuem
caráter básico; na ação dos antiácidos, tais como os hidróxidos que são usados contra a
acidez estomacal e na correção da acidez do solo, para fins agrícolas.
A equação química responsável pelo jato observado produz etanoato de sódio
(acetato de sódio) e ácido carbônico, o qual se decompõe em água e dióxido de carbono
(gás carbônico, CO2):
H3CCOOH (aq) + NaHCO3 (s)
H3CCOO-Na+ (s) + CO2 (g) + H2O (l).
O gás produzido na reação aumenta a pressão interna do extintor e, sendo esta maior
do que a pressão externa, a água e o sal formados na reação são expelidos para fora do
extintor. O extintor só pode ser empregado quando o fogo estiver em um nível inferior
ao do frasco com a mistura reacional, pois é necessário que o gás carbônico “empurre” a
água e o sal formados na reação para fora do extintor.
Visando mostrar a importância do experimento, podemos comentar sobre as classes
de incêndio: A (materiais que queimam em profundidade e superfície, como madeira,
papel, etc.); B (líquidos que queimam na superfície, como gasolina, álcool, etc.); C
32
(aparelhos elétricos e eletrônicos energizados, como computadores, etc.) e D (materiais
que requerem extintores específicos, como sódio, magnésio, etc.). Este extintor é
exclusivo para a classe A, mas pode ser empregado na classe C desde que os aparelhos
incendiados não estejam ligados à rede elétrica.
RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE
Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. As
garrafas de plástico (PET) devem ser encaminhadas para a reciclagem.
MATERIAL CONSULTADO
FERREIRA, L. H., HARTWIG, D. H., ROCHA-FILHO, R. C. Algumas experiências
simples envolvendo o princípio de Le Chatelier. Química Nova na Escola, v.5, p.28,
1997
TOLENTINO, M.; ROCHA-FILHO, R. C.; SILVA, R. R. O azul do planeta: um
retrato da atmosfera terrestre. São Paulo: Ed. Moderna, Coleção Polêmica, 1995, 119 p.
33
4.2.2 Densidade dos materiais (REZENDE; BRAIBANTE, 2010)
OBJETIVO
Este experimento tem como finalidade demonstrar aos estudantes, de uma forma
prática e simples, as diferenças entre a densidade dos materiais e a força das interações
entre as moléculas de água.
MATERIAIS UTILIZADOS
a- 1 copo ou béquer de 300 mL, transparente
b- 3 elásticos de borracha látex
c- 1 metro de papel higiênico, ou rolo de papel toalha
d- 200 mL de água
e- 1 prato raso
f- 3 palitos de dentes
EXPERIMENTO
Coloque 200 mL de água no copo, retire duas folhas, nas dimensões de 20 x 20cm,
de um rolo de papel toalha. Sobreponha as folhas e dobre duas vezes até que formem
um quadrado de aproximadamente 10 x 10cm. Coloque o papel dobrado na boca do
copo. Prenda o papel toalha na boca do copo usando um elástico de borracha látex. Com
o prato raso já disposto, vire o copo de boca para baixo. Retire o prato e transpasse pelo
papel os palitos, um a um, e depois os empurre para dentro do copo. Dessa forma,
34
mesmo com o papel furado, a água não escapará e o palito que entrou no copo flutuará
(nesse momento o aluno irá perceber importância da densidade).
ENTENDIMENTO DO EXPERIMENTO
Deve ser mostrado ao estudante que, apesar de vazar um pouco de água porque o
papel ensopou, não sairá água onde o palito furou e neste momento o aluno irá entender
como funciona a tensão superficial.
No experimento, serão enfocadas as forças intermoleculares, responsáveis por
manter as moléculas unidas na formação das diferentes substâncias. Existem diversos
tipos de interações intermoleculares e, neste experimento, poderão ser especialmente
focadas as ligações de hidrogênio, aqui ocorrendo entre as moléculas de água.
Outro tema a ser trabalhado é a densidade. A densidade é a relação entre a massa de
um material e o volume por ele ocupado. O cálculo da densidade é feito pela seguinte
expressão: Densidade = massa /volume.
A densidade determina a quantidade de matéria que está presente em uma unidade
de volume. Por exemplo, o mercúrio possui maior densidade do que o leite, isso
significa que num dado volume de mercúrio há mais matéria que em uma mesma
quantidade de leite.
Com este experimento o estudante perceberá que a água, uma substância tão
presente em nossas vidas, é um ótimo modelo para o estudo das propriedades físicoquímicas da matéria.
RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE
Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. As
garrafas de plástico (PET) devem ser encaminhadas para a reciclagem.
MATERIAL CONSULTADO
TIPOS de forças intermoleculares. Disponível em:
<http://www.brasilescola.com/quimica/tipos-forcas-intermoleculares.htm>. Acesso em
09 mar. 2013.
GUGLIOTTI, M. Tensão superficial nos pulmões. Química Nova na Escola, v.16, p.3,
2002.
35
4.2.3 Ovo engarrafado (REZENDE; BRAIBANTE, 2010)
OBJETIVO
Objetiva-se com esse experimento, demonstrar a ação da pressão atmosférica sobre
um sistema, pelo comportamento de um gás com a mudança de temperatura sofrida pelo
meio.
MATERIAIS UTILIZADOS
a- 1 ovo cozido
b- 1 caixa de fósforos
c- 1 frasco erlenmeyer de 250 mL ou 1 garrafa de plástico, cujo gargalo tenha um
diâmetro aproximado ao diâmetro do ovo.
EXPERIMENTO
Cozinhe o ovo por cerca de vinte minutos. Para a realização desse experimento é de
extrema importância que o ovo esteja devidamente cozido. Esta etapa deve ser realizada
previamente, fora da sala de aula.
Acenda cerca de quatro fósforos e coloque dentro da garrafa de plástico ou do frasco
de erlenmeyer (Atenção a esta etapa: se usar garrafa de plástico tome cuidado, pois
envolve fogo). Mantenha os estudantes afastados. E assegure que não haja nenhum
material combustível próximo ao local.
36
Coloque o ovo descascado no gargalo da garrafa. O gargalo do frasco deve sustentar
o ovo. No entanto, ele deve ter um diâmetro próximo ao maior diâmetro do ovo.
Foto 01- Etapas do experimento.
Fonte: Marson, 2011.
ENTENDENDO O EXPERIMENTO
A matéria pode ser encontrada em três estados físicos: sólido, liquido ou gasoso. O
gás pode ocupar qualquer forma ou espaço e é conveniente imaginá-lo como um
conjunto de moléculas (ou átomos) em movimento permanente e aleatório, com
velocidades médias que aumentam quando a temperatura se eleva. Um gás se difere de
um líquido e de um sólido pelo fato de ter suas moléculas muito separadas umas das
outras.
A pressão pode ser entendida como uma força aplicada em uma área.Quanto maior a
força que atua em uma determinada área, maior a pressão exercida nessa área. Quando
um sistema possui uma pressão interna atuando com a mesma intensidade de força que
a pressão externa (pressão do meio ou pressão atmosférica), diz-se que este sistema está
em equilíbrio.
Ao queimar, o fósforo libera fumaça, e esta fumaça é composta pelo gás CO 2, que
ocupa todo o recipiente da garrafa. Quando um gás é aquecido, ele tende a ocupar um
volume maior do que o inicial. Ao tampar o gargalo do frasco com o ovo, obtém-se um
37
sistema fechado. Quando a temperatura interna da garrafa começar a decair, as
moléculas de gás se contrairão, aproximando-se umas das outras, fazendo com que a
pressão interna do frasco diminua. Neste momento, o ovo será empurrado para dentro
da garrafa pela pressão externa do sistema, a fim de minimizar a diferença dessas
pressões.
Para a compreensão desta experiência tome, por exemplo, o comportamento da água
em relação à temperatura: a água, em temperatura ambiente, possuiu suas moléculas
afastada o suficiente para se encontrar no estado líquido. Com o abaixamento da
temperatura, as moléculas tendem a se aproximar, interagem mais fortemente e a água
passa para o estado sólido. Algo parecido ocorre quando as moléculas de gás são
obrigadas a se aproximarem umas das outras. Entretanto, para que isto ocorra, há um
forte efeito da pressão além da temperatura.
RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE
Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. As
garrafas de plástico (PET) devem ser encaminhadas para a reciclagem.
MATERIAL CONSULTADO
ATKINS, P. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente
Tradução: Ricardo Bicca de Alencastro. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
O ovo engarrafado. Disponível em:
<http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/11151/ovoengarrafado.p
df?sequence=1>. Acesso em 09 mar. 13.
RUSSEL, J. Química Geral. Tradução: Márcia Guekezian, Márcia Cristina Ricci,
Maria Elizabeth. 1a ed. São Paulo: Pearson Markon Books, v.1, 1994
38
4.2.4
Separação de corantes em doces comerciais (REZENDE; BRAIBANTE,
2010).
OBJETIVO
Com o experimento pretende-se apresentar aos estudantes técnicas de separação e
análise rotineira usada em laboratórios de estudo e, assim, abordar aspectos que
facilitem o entendimento da natureza dos aditivos que são empregados em alimentos, a
exemplo dos corantes.
MATERIAIS UTILIZADOS
a- béquer de 100 mL
b- pincel pequeno com ponta arredondada
c- 2 clips de plástico
39
d- papel para cromatografia (pode ser usado um papel de filtro qualitativo ou papel
de coador de café)
e- 1 lápis
f- 1 borracha
g- 1 secador de cabelo (opcional)
h- 1 saquinho de balas coloridas
EXPERIMENTO
Para obter resultados melhores neste experimento, recomenda-se o uso de papel de
filtro qualitativo, próprio para laboratório. Caso não se tenha acesso a esse tipo de papel,
é aceitável o uso de papel de coador para café.
No procedimento original, foi sugerido o uso do confeito M&M’S, que possui em
torno de 6 a 7 cores. Outros confeitos ou corantes podem ser usados, inclusive corantes
líquidos para bolos.
Corte um pedaço de papel de filtro, na forma de um retângulo, que caiba num
béquer de 100 mL, de modo que o retângulo cortado fique afastado das laterais do
béquer em 1 cm de cada lado e 1 cm da borda. Em seguida, marque com um lápis uma
linha na horizontal que esteja afastada 1,5 cm da base do papel.
Use um pincel umedecido para remover a cor do confeito e faça, com esse pincel,
um círculo pequeno na linha traçada sobre o papel.
Lave o pincel e aplique outra cor, da mesma forma, mantendo os círculos afastados
em pelo menos 0,5 cm, até preencher a linha com várias cores.
Anote com lápis o nome da cor embaixo de cada círculo (não use caneta!).
Ponha água no béquer, de modo que seu fundo seja preenchido com um pequeno
volume de água (a quantidade de água deve preencher cerca de 0,5 cm).
Leve o papel com os círculos coloridos ao béquer. O papel deve ficar com sua borda
inferior mergulhada na água, porém sem que a água toque nas manchas coloridas. A
40
base do papel deve ser deixada o mais reta possível para que, com a passagem da água,
as manchas se movimentem ao mesmo tempo e não borrem. Como mostra na figura 05.
Figura 04 – Como deve ficar o material dentro do béquer
Deixe a água subir pelo papel. Quando ela chegar próximo ao topo do papel,
remova-o do béquer.
Marque a altura final que a água alcançou no papel. Deixe o papel secar ao ar ou
seque-o com um secador de cabelos.
ENTENDENDO O EXPERIMENTO
Este experimento trata de uma das técnicas de separação mais empregadas em
química, a cromatografia, amplamente utilizada em laboratórios, na pesquisa ou no
controle de qualidade nas áreas de alimentos, farmacêutica, dentre outras. Aqui, ela é
usada para separar corantes presentes em doces usualmente apreciados pelos estudantes.
Além disso, conceitos como solubilidade, partição e adsorção podem ser introduzidas.
Aspectos gerais sobre corantes alimentícios também podem ser discutidos.
A cromatografia é um método físico-químico de separação, onde ocorre a migração
dos componentes de uma mistura entre uma fase estacionária (no caso, o papel) e uma
fase móvel (no caso, a água).
41
É possível empregá-la tanto na análise de misturas simples quanto complexas, o que
a torna uma técnica de grande utilidade.
O termo cromatografia foi criado, em 1906, por um botânico russo que trabalhava
com a separação de constituintes químicos presentes em plantas. Por ter sido observada
a separação de cores na análise, o termo dado ao processo foi cromatografia (chrom =
cor e graphie = escrita). Mas a técnica é empregada para diversos tipos de amostras,
muita das quais incolores e que precisarão do auxílio de um agente revelador para que
se possa observar o resultado da separação.
RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE
Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum.
MATERIAL CONSULTADO
FONSECA, S. F.; GONÇALVES, C.C.S. Extração de pigmentos do espinafre e
separação em coluna de açúcar comercial. Química Nova na Escola, v.20, p.55, 2004.
RIBEIRO, N. M.; NUNES, C. R. Análise de pigmentos de pimentões por cromatografia
em papel. Química Nova na Escola, v.29, p.34, 2008
SILVA, S. L. A., FERREIRA, G. A. L., SILVA. R. R. À procura da Vitamina C.
Química Nova na Escola, n.2, p.1, 1995
42
4.2.5 Propriedades coligativas
OBJETIVO
O experimento tem o objetivo de mudança de temperatura, gelando um líquido em
três minutos, através de uma mistura de substâncias químicas. Propriedades coligativas,
crioscopia.
MATERIAIS UTILIZADOS
a
c
b
d
e
a- um pote vazio de sorvete (que caiba uma lata de refrigerante dentro)
b- uma lata de refrigerante
c- uma garrafa de álcool
d- água e sal
e- um relógio
43
EXPERIMENTO
Em uma garrafa de álcool, coloque metade álcool, metade água e um pouco de sal, e
a deixa gelando em uma geladeira normal por mais ou menos 4 horas, quanto mais
tempo gelando melhor. Em seguida, coloque a lata de refrigerante no pote vazio de
sorvete e a cubra com a mistura. Se quiser, pode mexer um pouco. Após três minutos,
com um termômetro, olhe a temperatura. O refrigerante, antes a temperatura ambiente
(da cidade que realizou o experimento) vai estar a cerca de 4 graus Celsius, mais gelado
do que se estivesse na geladeira.
ENTENDENDO O EXPERIMENTO
A mistura de substâncias água, sal e álcool, quando em contato com a lata de
refrigerante em temperatura ambiente, faz com que a temperatura caia e o liquido fique
bastante gelado.
O álcool e o sal não deixam a água congelar, pois o ponto de solidificação da água
desce, acrescentando sal, fica mais difícil de congelar, em uma geladeira normal. Mas a
mistura fica bem gelada e líquida, aumentando a superfície de contato com a bebida, e
gelando-a mais rápida. O experimento está relacionado ao conceito de crioscopia das
substâncias.
RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE
Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. As
latas e garrafas de plástico (PET) devem ser encaminhadas para a reciclagem.
MATERIAL CONSULTADO
COMO gelar refrigerante em 3 minutos. 2011. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=2WlgB-SKG7k>.
Acesso em: 12 mar. 2013
EXCITANTES experiências para fazer na feira de ciências. Disponível em:
<http://hypescience.com/experiencias-feira-ciencia>. Acesso em: 12 mar. 2013.
44
4.2.6 Forças intermoleculares
OBJETIVO
O que vamos apresentar é um experimento simples que permitem verificar as
interações intermoleculares, polar e apolar de diferentes substâncias, derivadas do
petróleo.
MATERIAIS UTILIZADOS
a
b
c
d
a- querosene
b- gasolina
c- água
d- 2 recipiente transparente (copo de vidro)
EXPERIMENTO
Coloquem todos os líquidos em proporções iguais em um recipiente transparente e
mecha, apenas dois deles vão se misturar, o querosene e a gasolina.
45
ENTENDENDO O EXPERIMENTO
Como o próprio nome já diz, forças intermoleculares de dispersão de London, são
responsáveis por manter a união entre as moléculas. Essas forças se fazem presente em
todos os tipos de átomos e moléculas, mas se diferenciam de acordo com o tipo de
composto.
Todos os compostos derivados do petróleo são formados por hidrocarbonetos
(moléculas de carbono e hidrogênio), são semelhantes apolares e miscíveis entre si. Já a
molécula da água é formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio,
uma substância polar e imiscível em líquidos apolares (ligações de hidrogênio).
Por isso, o querosene e a gasolina se misturam, formando uma única solução
homogênea, aquela cujas substâncias constituintes não podem ser identificadas, pois
possuem as mesmas propriedades em toda a sua extensão e produz somente uma fase. A
água não se mistura com as outras substâncias usadas neste experimento, formando uma
solução heterogênea que apresenta duas ou mais fases e os componentes da mistura são
perceptíveis, com a gasolina e o querosene.
RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE
Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. As
garrafas de plástico (PET) devem ser encaminhadas para a reciclagem.
MATERIAL CONSULTADO
FORÇAS intermoleculares e solubilidade. Disponível em:
<http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/forcas-intermolecularessolubilidade .htm>. Acesso em: 12 mar. 2013
MISTURA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mistura>. Acesso em: 12 mar.
2013
46
4.2.7 Repolho roxo como indicador de ph
OBJETIVO
Este experimento mostra de modo simples como distinguir entre substâncias ácidas
e básico. O objetivo é construir uma escala de ph utilizando extrato de repolho-roxo
como indicador e outros materiais de fácil acesso.
MATERIAIS UTILIZADOS
a
e
a- 1 repolho roxo
b- Meio litro de água
c- Amônia
d- Leite de magnésia
e- Limão
f- 1 litro de vinagre
b
f
c
d
g
h
47
g- Comprimido efervescente
h- 06 copos de vidro
EXPERIMENTO
Primeiro corta-se o repolho e coloca no liquidificador com o meio litro de água e
bate. Depois com uma peneira côa, vai ser utilizado apenas o extrato do repolho líquido
obtido. Agora vai ser utilizado o indicador do ph, nos copos de vidro coloca-se em
copos diferentes as seguintes soluções: água, amônia, leite de magnésia, limão, vinagre
e o comprimido efervescente (triturado e acrescenta um pouco de água), com a mesma
quantidade cada um dos materiais.
Pega um pouco do extrato líquido de repolho roxo e acrescenta em cada copo com
os determinados materiais e mexe. Podemos observar que após o extrato do repolho
roxo ser adicioando, as soluções mudaram a coloração. Assim determinamos o ph de
cada solução, dizendo se elas são ácido, básico ou neutro. As soluções de comprimido
efervescente, vinagre e o suco de limão são soluções ácidas, pois obtiveram uma
coloração avermelhada. Já o leite de magnésia, amônia e a água são soluções básicas e
obtiveram coloração esverdeada.
ENTENDENDO O EXPERIMENTO
Soluções ácidas e básicas estão presentes no cotidiano de todos nós. Exemplo muito
próximo de ácido é o ácido clorídrico presente em nosso estômago que participa da
digestão dos alimentos, são as frutas azedas como o limão, vinagre, etc. Já as bases
podem ser exemplificadas por frutas verdes que possuem o sabor adstringente, como a
banana e o caqui verde.
O ph é a concentração de íons H+ em uma determinada solução. Esse índice pode
variar de 0 a 14, onde as soluções ácidas fortes tem ph menor que 7 e as soluções
básicas ph maior que 7 e menor que 14. Já as soluções neutras tem ph 7.
Os indicadores ácido-base são substâncias químicas que quando adicionado à uma
solução, indica se ela é ácida ou básica de acordo com seu ph. Geralmente os
indicadores são ácidos ou bases fracas que ao se unirem aos íons H+ ou OH- mudam de
cor devida há uma alteração em sua configuração eletrônica. Os indicadores ácido-base
48
são recomendados para verificações rigorosas do ph. Num caso, mais rigoroso deve se
usar um phmetro que é um aparelho medidor de ph. Os extratos de alguns vegetais
também fazem o papel de indicador ácido-base natural, como exemplo, o repolho roxo
que foi utilizado nesse experimento.
RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE
Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum.
MATERIAL CONSULTADO
INDICADOR ácido-básico. Disponível em:
<http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=lcn&cod=_indicadoracidobase>. Acesso em: 22 mar. 2013.
49
4.2.8 À procura da vitamina C (REZENDE; BRAIBANTE, 2010)
OBJETIVO
Com este experimento procura-se desenvolver um procedimento simples para a
verificação da presença de vitamina C em sucos de frutas variados.
MATERIAIS UTILIZADOS
a - 1 comprimido efervescente de 1 g de vitamina C
b - tintura de iodo a 2% (comercial)
c - sucos de frutas variados (por exemplo: limão, laranja, maracujá e caju)
d - 5 pipetas de 10 mL (ou seringas de plástico descartáveis)
e - 1 fonte para aquecer a água (aquecedor elétrico ou secador de cabelo)
50
f - 6 copos de vidro
g - 1 colher de chá de farinha de trigo ou amido de milho
h - 1 béquer de 500 mL ou frasco semelhante
i - água filtrada
j - 1 conta-gotas
k - 1 garrafa de refrigerante de 1 litro
EXPERIMENTO
Coloque 200 mL de água filtrada em um béquer de 500 mL. Em seguida, aqueça o
líquido até uma temperatura próxima a 50 ºC, cujo acompanhamento poderá ser
realizado com um termômetro ou com a imersão de um dos dedos da mão (nessa
temperatura é difícil a imersão do dedo por mais de 3 segundos). Em seguida, coloque
uma colher de chá cheia de amido de milho (ou farinha de trigo) na água aquecida,
agitando sempre a mistura até atingir a temperatura ambiente.
Em uma garrafa de refrigerante de 1litro, contendo aproximadamente 500 mL de
água filtrada, dissolva um comprimido efervescente de vitamina C e complete o volume
até 1litro.
Escolha 6 frutas cujos sucos você queira testar, e obtenha o suco dessas frutas.
Deixe à mão a tintura de iodo a 2%, comprada em farmácias.
Numere seis copos de vidro, identificando-os com números de 1 a 6. Coloque 20
mL da mistura (amido de milho + água) em cada um desses seis copos de vidro
numerados. No copo 1, deixe somente a mistura de amido e água. Ao copo 2, adicione 5
mL da solução de vitamina C; e, a cada um dos copos 3, 4, 5 e 6, adicione 5 mL de um
dos sucos a serem testados. Não se esqueça de associar o número do copo ao suco
escolhido. A seguir pingue, gota a gota, a solução de iodo no copo 1, agitando
constantemente, até que apareça uma coloração azul. Anote o número de gotas
adicionado (neste caso, uma gota é geralmente suficiente).
Repita o procedimento para o copo 2. Anote o número de gotas necessário para o
aparecimento da cor azul. Caso a cor desapareça, continue a adição de gotas da tintura
51
de iodo até que ela persista, e anote o número total de gotas necessário para a coloração
azul persistir.
Repita o procedimento para os copos que contêm as diferentes amostras de suco,
anotando para cada um deles o número de gotas empregado .
ENTENDENDO O EXPERIMENTO
A vitamina C é também conhecida como ácido L-ascórbico. Apresenta
comportamento químico fortemente redutor atua, numa função protetora, como
antioxidante; na acumulação de ferro na medula óssea, baço e fígado.
A adição de iodo à solução amilácea (água + farinha de trigo ou amido de milho)
provoca uma coloração azul intensa no meio, devido ao fato de o iodo formar um
complexo com o amido. Graças a sua bem conhecida propriedade antioxidante, a
vitamina C promove a redução do iodo a iodeto, que é incolor quando em solução
aquosa e na ausência de metais pesados. Dessa forma, quanto mais ácido ascórbico um
alimento contiver, mais rapidamente a coloração azul inicial da mistura amilácea
desaparecerá e maior será a quantidade de gotas da solução de iodo necessária para
restabelecer a coloração azul.
RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE
Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. As
garrafas de plástico (PET) devem ser encaminhadas para a reciclagem.
MATERIAL CONSULTADO
CONN, E. E.; STUMPFT, P.K. Introdução à Bioquímica. Tradução: Lélia Mennucci,
M.,Julia M. Alves, Luiz J. Neto et al. São Paulo: Edgard Blücher, p.184-185, 1975.
EXPERIMENTO 09 Determinação do teor de vitamina C em comprimidos. Disponível
em: <http://www.catalao.ufg.br/siscomp/sis_prof/admin/files/silfreitas/data23-04-2009
horas13-50-41.pdf>. Acesso em 23 mar. 2013.
SILVA, S. L. A., FERREIRA, G. A. L., SILVA. R. R. À procura da Vitamina C.
Química Nova na Escola, n.2, p.1, 1995
52
4.3 PRÁTICAS E RESULTADOS OBTIDOS NA ESCOLA
Realizou-se na Escola Estadual Francisco Veras, da cidade de Angicos-RN, nos dias
11/03/2013, 18/03/2013 e 26/03/2013, os experimentos de química com uso de
materiais alternativos (de baixo custo e recicláveis), para os alunos do primeiro ano do
ensino médio, assistido também por alunos do terceiro ano do ensino médio, dos turnos
diurno e noturno, num total de 33 estudantes presentes.
Foram feitos três experimentos, retirados da apostila proposta do item 4.2., testados,
demonstrados e explicados aos alunos e professores da escola. Os experimentos
realizados foram: O ovo engarrafado (ver item 4.2.3), que representa a parte teórica da
pressão atmosférica sobre um sistema; O indicador de ph (ver item 4.2.7),
demonstrando a diferença entre substâncias ácidas e básico e; Gelando um refrigerante
em três minutos (ver item 4.2.5), representando as mudanças de temperatura, através de
uma mistura de substâncias químicas. Utilizou-se os seguintes materiais: ovo cozido,
garrafa de vidro, fósforos, algodão, repolho roxo, álcool, vinagre, limão, leite de
magnésio, amônia, água, comprimido de sorrisal, lata de refrigerante, pote de sorvete
vazio, sal, colher, copos, conta gotas e faca. Comercializados na farmácia e encontrados
em ambiente doméstico.
Foto 02 - Práticas realizadas na Escola Estadual Francisco Veras
Fonte: Arquivo pessoal (2013).
53
Foto 03 - Experimentos realizados na escola.
Fonte: Arquivo pessoal (2013).
Foto 04 – Experimento realizado na escola
Fonte: Arquivo pessoal (2013).
Obteve-se sucesso nos três experimentos realizados no laboratório de ciências da
Escola Estadual Francisco Veras. Os resultados alcançados foram os esperados e
descritos na apostila de experimentos (item 4.2), proposta do trabalho.
Após as práticas, aplicou-se um instrumento avaliativo para os 33 alunos, com seis
perguntas objetivas, afim que avaliem as aulas práticas realizadas no laboratório e,
analisem se é importante a relação teoria/prática para melhorar o ensino de química.
54
O instrumento avaliativo foi composto das seguintes perguntas:

Com que frequência utiliza o laboratório de química?

Existe relação entre aula prática e teórica?

Na escola são utilizados materiais alternativos ou recicláveis, em aulas
experimentais?

No laboratório é solicitado equipamentos de segurança individual?

Após os experimentos com materiais alternativos, você observou relação
entre teoria e prática?

Você gostaria de utilizar o laboratório com mais frequência?
Os resultados efetuados constam os gráficos e tabelas apresentados a seguir.
Conforme os dados do gráfico 01, dos 33 alunos avaliados, segundo estatística, 0%
utiliza o laboratório de química com muita frequência, 21,21% utiliza o laboratório
pouco e 78,78% nunca tinham utilizado o laboratório.
Gráfico 01 – Frequência que os alunos utilizam o laboratório de química.
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Pouco
Muito
Nenhuma
55
Tabela 01 – Frequência, porcentagem de alunos
FREQUÊNCIA
% ALUNOS
POUCO
21,21%
MUITO
0%
NENHUMA
78%
Fonte: Autoria própria, 2013.
No gráfico 02 observa-se que 78,78% dos alunos acham que existe relação entre
aula teórica e a prática, 21,21% diz que não há essa relação.
Gráfico 02 – Os alunos observam relação entre aula teórica e a prática
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim
Não
Tabela 02 – Relação teoria/prática, porcentagem de alunos
RELAÇÃO
% ALUNOS
TEORIA/PRÁTICA
SIM
78,78%
NÃO
21,21%
Fonte: Autoria própria, 2013.
56
Os dados apresentados no gráfico 03 mostram que 90,90% dos alunos avaliaram que
na escola não são utilizados materiais alternativos ou recicláveis, em aulas
experimentais de química, e 9,09% afirmam que sim.
Gráfico 03 – Na escola são utilizados materiais alternativos ou recicláveis, em aulas
experimentais
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Sim
Não
Tabela 03 – Utilização de materiais alternativos ou recicláveis, porcentagem de alunos
UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS
% ALUNOS
ALTERNATIVOS OU
RECICLÁVEIS
SIM
9,09%
NÃO
90,90%
Fonte: Autoria própria, 2013.
Neste gráfico 04, observa-se que 39,39% dos estudantes diz que no laboratório de
química são solicitados equipamentos de proteção individual e, 60,60% diz que não é
solicitado.
57
Gráfico 04 – No laboratório é solicitado aos alunos equipamentos de segurança
individual
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim
Não
Tabela 04 – Solicitação de equipamentos de segurança individual, porcentagem de
alunos
SOLICITAÇÃO DE
% ALUNOS
EQUIPAMENTOS DE
SEGURANÇA INDIVIDUAL
SIM
39,39%
NÃO
60,60%
Fonte: Autoria própria, 2013.
Como se pode observar pelos dados do gráfico 05, após os experimentos com
materiais alternativos, observou relação entre teoria e prática; 93,94% dos alunos
responderam que sim e 0,61 que não houve relação entre teoria e prática.
58
Gráfico 05 – Alunos que após os experimentos com materiais alternativos, observou
relação entre teoria e prática
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Sim
Não
Tabela 05 – Após os experimentos há relação teoria/prática, porcentagem de alunos
APÓS OS EXPERIMENTOS HÁ
% ALUNOS
RELAÇÃO TEORIA/PRÁTICA
SIM
93,94%
NÃO
0,61%
Fonte: Autoria própria, 2013.
Pode-se analisar no gráfico 06 que 100% dos alunos gostariam de utilizar com mais
frequência o laboratório.
59
Gráfico 06 – Alunos que gostariam de utilizar o laboratório com mais frequência
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Sim
Não
Tabela 06 – Utilização do laboratório com mais frequência, porcentagem de alunos
UTILIZAÇÃO DO LABORATÓRIO
% ALUNOS
COM MAIS FREQUÊNCIA
SIM
100%
NÃO
0%
Fonte: Autoria própria, 2013.
60
5
CONCLUSÕES
O trabalho realizado atingiu os objetivos, tanto o geral como os específicos.
Realizou-se o diagnóstico do laboratório da escola, onde foi observado falta de
manutenção, lugar inapropriado para práticas com reagentes devido à falta de
equipamentos básicos de segurança, falta de pessoas capacitadas para utilização e
manuseio de materiais e equipamentos de química.
Observou-se que o material elaborado com experimentos utilizando materiais
alternativos ou recicláveis poderia ser apresentado não apenas para o primeiro ano, e
sim para as demais turmas do segundo grau.
Não foi possível realizar todas as práticas contidas no material devido à falta de
tempo. As aulas da rede estadual iniciaram próximo ao término do semestre corrente da
UFERSA, assim não foi possível demonstrar para os alunos todos os experimentos da
apostila proposta, que aborda assuntos de todo o ano letivo, porque não poderia ser feito
as práticas sem os estudantes terem estudado a teoria. Porém as três práticas realizadas
na escola apresentaram êxito na demonstração e relação teoria/prática.
Através do instrumento de avaliação pode-se detectar e comprovar o que
possivelmente foi diagnosticado no início do trabalho. Os alunos utilizam o laboratório
de química como pouca frequência, grande parte nunca tinha utilizado; a maioria afirma
que existe relação entre aulas teóricas e práticas; 90,90% avaliam que na escola não são
utilizados materiais alternativos ou recicláveis, em aulas experimentais de química; a
maior parte dos estudantes, dizem que não são solicitados equipamentos de proteção
individual no laboratório; 93,94% da turma observaram que há relação entre teoria e
prática após a realização dos experimentos e que 100% dos estudantes gostariam de
utilizar o laboratório com mais frequência.
Assim, comprovou-se que a utilização de aulas experimentais desperta o interesse e
grande satisfação do aluno. Levam a uma visão melhor dos fenômenos estudados,
melhorando e facilitando o ensino de química.
61
REFERÊNCIAS
ATKINS, P. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente
Tradução: Ricardo Bicca de Alencastro. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
BENITE, A. M. C.; BENITE, C. R. M. O laboratório didático no ensino de química:
uma experiencia no ensino público brasileiro. Revista Iberoamericana de Educación,
Rio de Janeiro, p.1681-5653, 10 jan. 2009.
CARDOSO, F. H.; SOUZA, P. R. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf>.
Acesso em: 04 mar. 2013
CASTELEINS, V. L. DIFICULDADES E BENEFÍCIOS QUE O DOCENTE
ENCONTRA AO REALIZAR AULAS PRÁTICAS DE QUÍMICA. In: CONGRESSO
NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 10., 2011, Curitiba. Seminário Internacional de
Representações Sociais,Subjetividade e Educação. Curitiba: PUCPR, 2011. p. 16399
- 16407.
CHASSOT, A. I. Catalisando transformações na educação. Ijuí: Unijuí, 1993.
CHRISPINO, A. Ensinando Química Experimental com Metodologia
Alternativa. Revista Química Nova, São Paulo: Editora Química Nova, p.187-191, 05
abr. 1986.09
COMO gelar refrigerante em 3 minutos. 2011. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=2WlgB-SKG7k>.
Acesso em: 12 mar. 2013.
CONN, E. E.; STUMPFT, P.K. Introdução à Bioquímica. Tradução: Lélia Mennucci,
M.,Julia M. Alves, Luiz J. Neto et al. São Paulo: Edgard Blücher, p.184-185, 1975.
EISBERG, R. M.; LERNER, L. S. Química: fundamentos e aplicações. São Paulo:
MacGraw Hill, p. 38, 2002.
EXCITANTES experiências para fazer na feira de ciências. Disponível em:
<http://hypescience.com/experiencias-feira-ciencia>. Acesso em: 12 mar. 2013.
EXPERIMENTO 09 Determinação do teor de vitamina C em comprimidos. Disponível
em: <http://www.catalao.ufg.br/siscomp/sis_prof/admin/files/silfreitas/data23-04-2009
horas13-50-41.pdf>. Acesso em 23 mar. 2013.
FERREIRA, L. H., HARTWIG, D. H., ROCHA-FILHO, R. C. Algumas experiências
simples envolvendo o princípio de Le Chatelier. Química Nova na Escola, v.5, p.28,
1997.
FONSECA, S. F.; GONÇALVES, C.C.S. Extração de pigmentos do espinafre e
separação em coluna de açúcar comercial. Química Nova na Escola, v.20, p.55, 2004.
FORÇAS intermoleculares e solubilidade. Disponível em:
<http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/forcas-intermolecularessolubilidade .htm>. Acesso em: 12 mar. 2013.
62
GONTIJO, T. Indicadores de pH!repolho roxo. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=3bE8RhFSVdY>. Acesso em: 22 mar. 2013.
GUGLIOTTI, M. Tensão superficial nos pulmões. Química Nova na Escola, v.16, p.3,
2002.
HODSON, D. Experiments in science teaching, in: Educational Philosophy & Theory,
20, pp. 53-66, 1988. — “Re-thinking old ways: Towards a more critical approach to
pratical work in school science”, in: Studies in Science Education, 22, pp. 85-142, 1993.
INDICADOR ácido-básico. Disponível em:
<http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=lcn&cod=_indicadoracidobase>. Acesso em: 22 mar. 2013.
JARDIM, W.F. Gerenciamento de resíduos químico em laboratórios de ensino e
pesquisa. Química Nova, São Paulo, v. 21, n. 5, p.671-673, 21 mai. 1998.
PRALON, A. B. A Experimentação com Alternativa Pedagógica no Ensino da
Química. 2009. 63 f. Pós-graduação (3) - Faculdade Integrada de Jacarepaguá, Serra,
2009.
MACHADO, P. F. L.; MÓL, G. S. Experimentando Química com Segurança. Química
Nova na Escola, N° 27, fev. 2008.
MISTURA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mistura>. Acesso em: 12 mar.
2013.
NARDIN, I. C. B. Brincando Aprende-se Química. 2006. Disponível em:
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_pde/artigo_ines_c
ristina_biazon_nardin.pdf>. Acesso em: 26 dez. 2013.
NUNES, A. S.; ADORNI, D. S. O ENSINO DE QUIMICA NAS ESCOLAS DA
REDE PUBLICA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO DO MUNICÍPIO DE
ITAPETINGA-BA: O OLHAR DOS ALUNOS. Cidade: Itapetinga, 2010. Disponível
em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABaf0AH/ensino-quimica-nas-escolasrede-publica-deensino-fundamental-medio-municipio-deitapetinga-ba-olhar-dosalunos>. Acesso em: 09 mar. 2013.
O ovo engarrafado. Disponível em:
<http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/11151/ovoengarrafado.p
df?sequence=1>. Acesso em 09 mar. 13.
REZENDE, C. M.; BRAIBANTE, H. T. S. A química perto de você: experimentos de
baixo custo para a sala de aula do ensino fundamental e médio. São Paulo:
Sociedade Brasileira de Química, 2010. 146 p.
RIBEIRO, N. M.; NUNES, C. R. Análise de pigmentos de pimentões por cromatografia
em papel. Química Nova na Escola, v.29, p.34, 2008.
RUSSEL, J. Química Geral. Tradução: Márcia Guekezian, Márcia Cristina Ricci,
Maria Elizabeth. 1a ed. São Paulo: Pearson Markon Books, v.1, 1994.
63
SANTAELLA, M.; CÂNDIA, C. Materiais recicláveis. 2005. Disponível em:
<http://www.ib.usp.br/coletaseletiva/saudecoletiva>. Acesso em: 07 fev. 2013.
SANTANA, E. S.; LIMA, E. C.; SANTOS, B. V. J. PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL PROJETO: ESCOLA E COMUNIDADE CUIDANDO DO MEIO
AMBIENTE. Caderno de Graduação: Ciências Humanas e Sociais, Aracaju, n.16,
p.59-71, 08 mar. 2013.
SILVA, A. M. Proposta para Tornar o Ensino de Química mais Atraente. Revista
Química Industrial, Rio de Janeiro, n. , p.07-12, 20 jun. 2011.
SILVA, S. L. A., FERREIRA, G. A. L., SILVA. R. R. À procura da Vitamina C.
Química Nova na Escola, n.2, p.1, 1995.
TIPOS de forças intermoleculares. Disponível em:
<http://www.brasilescola.com/quimica/tipos-forcas-intermoleculares.htm>. Acesso em
09 mar. 2013.
TOLENTINO, M.; ROCHA-FILHO, R. C.; SILVA, R. R. O azul do planeta: um
retrato da atmosfera terrestre. São Paulo: Ed. Moderna, Coleção Polêmica, 1995, 119 p.
VALADARES, E. C. Propostas de experimentos de baixo custo centradas no aluno e na
comunidade. Química Nova Na Escola, Belo Horizonte, v. 13, p.38-40, 12 abr. 2001.
Download