UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO CAMPUS ANGICOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS TEC. HUMANAS BACHAREL EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA MONIQUE MURIELLE DE ARAÚJO SILVA APLICAÇÃO DE RECURSOS ALTERNATIVOS EM AULAS EXPERIMENTAIS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO NA CIDADE DE ANGICOS-RN ANGICOS - RN 2013 MONIQUE MURIELLE DE ARAÚJO SILVA APLICAÇÃO DE RECURSOS ALTERNATIVOS EM AULAS EXPERIMENTAIS DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO NA CIDADE DE ANGICOS-RN Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA Campus Angicos, para obtenção do título de bacharel em Ciência e Tecnologia. Orientador: Prof. Dr. Tarcisio Elói de Andrade Júnior – UFERSA. ANGICOS – RN 2013 - AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradecer especialmente, a Deus por está presente em minha vida, dando-me força em todas as decisões tomadas, fortalecendo e me guiando em toda essa longa jornada, dando saúde e paz todos os dias para a conclusão deste trabalho. Aos meus pais, João Bosco da Silva e Maria das Graças de Araújo Silva, pelo incentivo, carinho, respeito, orações e amor, dando todo incentivo aos meus estudos e sonhos. A minha tia, Oselita Zélia de Araújo, que me ajuda em tudo que preciso, não medindo esforços para o meu crescimento. Ao meu orientador, Tarcisio Júnior, pela dedicação, disponibilidade, contribuições, esforço e incentivo na elaboração deste trabalho. A Escola Estadual Francisco Veras por toda ajuda dada, não medindo esforços para contribuir com o meu trabalho, em especial ao professor João Maria Trindade e ao diretor da escola que tanto me ajudaram nessa batalha. As minhas amigas e amigos, de São Fernando-RN e Angicos-RN, que torcem pela minha vitória. Especialmente as minhas companheiras de todas as horas que me ajudaram direto ou indiretamente, Tamara, Danielly, Luzy Paula, Aline, Samila e meu amigo Ladistone. A minha amiga Aline do Nascimento, que sempre esteve comigo em toda essa caminhada. Ajudando e cuidando, quando mais precisava. A minha amiga Samila Ramuanna pela dedicação, incentivo, disponibilidade de me ajudar no andamento deste trabalho e em tudo na minha vida. Ao meu irmão e avós, que tanto torcem pela minha vitória. A Alriceli Rejane, por toda paciência e disponibilidade em me ajudar quando precisava. Serei eternamente grata. “A Educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática.” (Paulo Freire) RESUMO O presente estudo teve como objetivo aplicação de recursos alternativos, de baixo custo ou recicláveis em aulas experimentais de Química no ensino médio na Escola Estadual Francisco Veras, localizado na cidade de Angicos-RN. A fim da busca do conhecimento, tornando mais expressiva a aquisição do aprendizado e assim aproximar o aluno da química, de maneira prazerosa e também educativa. O trabalho foi desenvolvido em etapas. Primeiramente realizou-se um diagnóstico da infra estrutura do laboratório de ciências da escola; em seguida elaborou-se uma apostila com oito experimentos, pesquisados na internet e em livros, focado nos alunos do primeiro ano do ensino médio, utilizando materiais alternativos (recicláveis e de baixo custo). Foi testado, explicado e demonstrado três experimentos, retirados da apostila proposta, e realizados para os alunos. Por último, aplicou-se um questionário avaliativo para os estudantes analisarem as aulas práticas realizadas no laboratório. Pode-se constatar e comprovar que por meio de aulas experimentais, com uso de materiais alternativos, facilita, melhora e deixa mais interessante o ensino de química nas escolas. Palavras-chave: Materiais alternativos. Experimentação. Ensino de química. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 – Frequência que os alunos frequentam o laboratório de química............................................................................................................................54 Gráfico 02 – Os alunos que observam relação entre aula teórica e a prática..............................................................................................................................55 Gráfico 03 – Na escola são utilizados materiais alternativos ou recicláveis, em aulas experimentais...................................................................................................................56 Gráfico 04 – No laboratório é solicitado aos alunos equipamentos de segurança individual.........................................................................................................................57 Gráfico 05 – Alunos que após os experimentos com materiais alternativos, observou relação entre teoria e prática............................................................................................58 Gráfico 06 – Alunos que gostariam de utilizar o laboratório com mais frequência........................................................................................................................59 LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Frequência, porcentagem de alunos.............................................................55 Tabela 02 – Relação teoria/prática, porcentagem de alunos...........................................55 Tabela 03 – Utilização de materiais alternativos ou recicláveis, porcentagem de alunos...............................................................................................................................56 Tabela 04 – Solicitação de equipamentos de segurança individual, porcentagem de alunos...............................................................................................................................57 Tabela 05 – Após experimentos há relação teoria/ prática, porcentagem de alunos.......58 Tabela 06 – Utilização do laboratório com mais frequência, porcentagem de alunos....59 LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Tampa do frasco com conta-gotas adaptado.................................................29 Figura 02 - Frasco de refrigerante com vinagre e tubo de ensaio com bicarbonato........30 Figura 03 - Utilização do extintor de incêndio................................................................31 Figura 04 – Como deve ficar o material dentro do béquer..............................................40 LISTA DE FOTOGRAFIAS Foto 01- Etapas do experimento......................................................................................36 Foto 02 - Práticas realizadas na Escola Estadual Francisco Veras.................................52 Foto 03 - Experimentos realizados na escola..................................................................53 Foto 04 - Experimento realizado na escola.....................................................................53 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 12 1.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................... 13 1.1.1 Objetivos específicos................................................................................... 13 2 REVISÃO DA LITERATURA.................................................................. 14 2.1 ENSINO DE QUÍMICA ATUAL................................................................. 14 2.2 O SENTIDO DO APRENDIZADO DE QUÍMICA..................................... 15 2.3 A EXPERIMENTAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DA QUÍMICA .................................................................................................... 17 2.4 OBJETIVOS DO ENSINO EXPERIMENTAL........................................... 18 2.5 EXPERIMENTO DE BAIXO CUSTO: UMA ALTERNATIVA................ 20 2.6 CONDIÇÕES E ESTRUTURA DOS LABORATÓRIOS PARA A REALIZAÇÃO DAS AULAS PRÁTICAS.................................................. 21 2.7 A IMPORTÂNCIA E PREOCUPAÇÃO DA QUESTÃO........................... 23 3 METODOLOGIA....................................................................................... 24 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.............................................................. 26 4.1 DIAGNÓSTICO DA INFRA ESTRUTURA DO LABORATÓRIO........... 26 4.2 APOSTILA DE EXPERIMENTOS.............................................................. 27 4.2.1 Construindo um extintor de incêndio........................................................ 28 4.2.2 Densidade dos materiais............................................................................. 33 4.2.3 Ovo engarrafado.......................................................................................... 35 4.2.4 Separação de corantes em doces comerciais............................................. 38 4.2.5 Propriedades coligativas............................................................................. 42 4.2.6 Forças intermoleculares.............................................................................. 44 4.2.7 Repolho roxo como indicador de ph.......................................................... 46 4.2.8 À procura da vitamina C............................................................................ 49 4.3 PRÁTICAS E RESULTADOS OBTIDOS NA ESCOLA........................... 52 5 CONCLUSÕES............................................................................................ 60 REFERÊNCIAS...................................................................................................... 61 12 1 INTRODUÇÃO O estudo da química deve ser estruturado de tal forma visando proporcionar a compreensão do cotidiano de seus estudantes, para que, a partir deste entendimento, chegue a relações mais abstratas, permitindo intervir no seu meio. Através do conhecimento da química, os alunos podem entender que há princípios comuns, aplicáveis em diferentes técnicas e tecnologias, que podem ser inter-relacionados, produzindo novas invenções e efeitos. As aulas experimentais devem funcionar como produção de conhecimento, onde se tem a oportunidade de compreender conceitos, formular hipóteses, aprender a controlar variáveis e entender como se processa o conhecimento químico. O ensino de química no nível médio é, ainda hoje, um desafio para muitos professores e alunos. Percebemos que há uma insatisfação muito grande por parte dos professores, que não conseguem atingir certos objetivos educacionais propostos e uma desmotivação entre os alunos, que consideram a química uma disciplina difícil e que exige muita memorização. Recentemente, esforços vêm sendo feitos na tentativa de encontrar estratégias para a melhoria do ensino de química (NARDIN, 2006). Este trabalho propõe uma alternativa de busca do conhecimento, tornando mais expressiva a aquisição do aprendizado e assim aproximar o aluno da química, de maneira prazerosa e também educativa (NARDIN, 2006). Ainda que periodicamente desacreditada – e em ocasiões qualificada como “uma perda de tempo” – a importância que o trabalho de laboratório tem dentro da educação em ciências tem permanecido incontestada... (HODSON, D., 1993, p. 85). Um dos maiores desafios do ensino de Química nas escolas é construir uma ponte entre o conhecimento escolar e o mundo cotidiano dos alunos. Frequentemente, a ausência deste vínculo é responsável por apatia e distanciamento entre alunos e professores (VALADARES, 2001). Ao se restringir o ensino a uma abordagem estritamente formal, acaba-se por não contemplar as várias possibilidades para tornar a química mais “palpável” e perde-se a oportunidade de associá-la com avanços tecnológicos que afetam diretamente a sociedade (CHASSOT, 1993). 13 Aulas que utilizam o recurso da experimentação, em questão, são ferramentas poderosas para adquirir e testar conhecimentos, mas por si só não são suficientes para fornecer conhecimentos teóricos, não obstante não são sempre necessárias. Uma matriz teórica particular sempre conduz a um experimento. Desta forma, um dos maiores e mais danosos mitos da aprendizagem é a não interdependência experimento/teoria. Desta forma a especulação teórica é o ponto de partida para a experimentação (HODSON, 1988). A ideia de aplicação de recursos recicláveis ou alternativos para articular teoria e experimentação representa uma alternativa viável. Assim, desenvolvendo experimentos envolvendo materiais alternativos, que também podem ser recicláveis e de baixo custo que possibilitam uma metodologia do ensino de química simples, factível e com a participação efetiva dos alunos no processo de aprendizado de Química em Ensino Médio. 1.1 OBJETIVO GERAL Este trabalho tem como objetivo mostrar por meio de experimentação de fácil execução, sugestões de atividades práticas no ensino da Química do ensino médio, através do uso de materiais alternativos (recicláveis e de baixo custo) na Escola Estadual Francisco Veras, localizado na cidade de Angicos-RN, como apoio concreto que o professor de Química pode utilizar em suas aulas. 1.1.1 Objetivos específicos Diagnosticar infra estrutura laboratorial da escola no qual vai ser realizado o trabalho; Mostrar a importância da experimentação com materiais de baixo custo em aulas experimentais de Química; Propor experimentos de fácil realização e baixo custo; Realizar experimentos na escola citada com materiais alternativos (recicláveis e de baixo custo). 14 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 ENSINO DE QUÍMICA ATUAL A atual sociedade caracteriza-se por um desenvolvimento técnico-científico cada vez mais exigente. Para nela viver, e sobreviver, circulando com desenvoltura, o indivíduo precisa adquirir inúmeras habilidades. Cabe às instituições de ensino favorecer aos seus alunos um aprendizado significativo que lhes permita desenvolver tais habilidades, e assim, participar ativamente, como reais cidadãos, da sociedade na qual estão inseridos. Nossa sociedade passa por inúmeras mudanças todos os dias, assim o ensino não passa ileso a essas modificações (NUNES; ADORNI, 2013). Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio - PCNEM (BRASIL, 2002) ressaltam que os conteúdos abordados no ensino de química não devem se resumir à mera transmissão de informações, a qual não apresenta qualquer relação com o cotidiano do aluno, seus interesses e suas vivências. O ensino da química está ligado diretamente ao cotidiano, nos fornecendo uma melhor qualidade de vida (NUNES; ADORNI, 2013). O ensino da química na atualidade vem sofrendo um declínio devido vários fatores, os principais são: deficiência na formação dos professores, salários muito baixo dos professores, falta de estrutura nas escolas, metodologia em aula ultrapassada, poucas aulas experimentais, desinteresse dos alunos, entre outros. É difícil mudar esse quadro nos dias de hoje, mas não podemos ficar parados diante dos fatos, pois se sabe que a química é uma ciência vital para melhorar a qualidade de vida do ser humano (SILVA, 2011). Quando analisamos a trajetória do ensino de química verificamos que, ao longo dos tempos, muitos alunos vêm demonstrando dificuldades em aprender. Na maioria das vezes, não percebem o significado ou a validade do que estudam. Usualmente os conteúdos parecem ser trabalhados de forma descontextualizada, tornando-se distantes, professores de Química, talvez pela falta de formação específica na área, demonstram dificuldades em relacionar os conteúdos científicos com eventos da vida cotidiana. Suas práticas, na maioria das vezes, priorizam a reprodução do conhecimento, ou seja, a cópia e a memorização, acentuando a dicotomia teoria-prática presente no ensino. A falta de laboratórios na maioria das escolas é um grave problema, que diminui a 15 qualidade do ensino. Se nada for feito para melhorar isso, as aulas continuarão sem motivar os alunos, os professores reclamando dos salários, sem avanços nas tecnologias educacionais, a procura pelo curso de química vai diminuir cada vez mais e o ensino da química vai piorar ao invés de melhorar nos anos que virão (PRALON, 2009). A escola em geral tem sido criticada pela baixa qualidade do ensino e por sua incapacidade de preparar os estudantes para ingressar no mercado de trabalho e para ingressar na universidade. Portanto, a escola tem sido criticada por não cumprir adequadamente o seu papel de formação das crianças e adolescentes. O conhecimento que o aluno exibe ao deixar a escola é limitado e fragmentado. Várias são as causas apontadas para explicar a ineficiência do sistema escolar e algumas soluções têm sido propostas. (EISBERG e LERNER, 2002, p. 38). Assim é grande a responsabilidade dos professores de química, que tem o papel de revelar o que os alunos pensam da ciência que é obrigatório o seu entendimento para que o ser humano tenha qualidade de vida mais saudável (SILVA, 2011). 2.2 O SENTIDO DO APRENDIZADO DE QUÍMICA Assiduamente, o ensino de química vem se limitando a um treinamento para resolução de fórmulas em problemas artificialmente formulados ou abstratos, onde muitas vezes o sentido escapa aos alunos e também aos professores (PRALON, 2009). O que reforça tal tipo de ensino de química, além de outras razões, é a expectativa de habilitar os estudantes para o ingresso no ensino superior. O não mérito de tal ensino, além de automatizar ações pedagógicas, não é adequado para a preparação do ensino superior, pois a postura de memorização das fórmulas sem compreensão conduz ao não entendimento do sentido matemático da mesma, que expressam leis fundamentais aos procedimentos científicos, ou seja, levando a um falso aprendizado (CHRISPINO, 1986). A elaboração teórica, abstrata e geral, expressa em leis e princípios, apoiada em expressões matemáticas, é um dos principais objetivos do aprendizado, mas não é necessariamente seu ponto de partida. Um dos maiores desafios do ensino de Química, nas escolas de nível médio, é construir uma ponte entre o conhecimento escolar e o mundo cotidiano dos alunos (PRALON, 2009). 16 É difícil pensar que se pode superar o ensino tradicional, simplesmente pela alteração nas ordens dos conteúdos. A propósito, ainda que não exista uma ordem universalmente estabelecida para os conteúdos instrucionais de química, é conveniente adotar uma sequência dada de conteúdos, majoritariamente usada em quase todo o Brasil, isto é, os conteúdos de química adotados nos Parâmetros Curriculares Nacionais PCN’s e nos livros didáticos, privando-se assim, a abstração e matematização precoce (PRALON, 2009). Os aspectos estruturais de aprendizado desses conhecimentos podem se dar por meio de abordagens que possibilitam ao estudante o desenvolvimento de habilidades e atitudes de investigação e compreensão dos fenômenos associados à Química. Tais aquisições baseiam-se na convivência com a linguagem simbólica/representacional dessa ciência e na apropriação de conceitos e sistemas teóricos que capacitam o aluno a dar explicações lógicas dentro desse campo de estudo e dos fenômenos que o cercam em sua vida em sociedade (PRALON, 2009). A necessidade indiscutível de tratar de conhecimentos e teorias mais modernas, para uma melhor fixação na prática, mesmo sabendo da fragilidade do conhecimento de química clássica pelos alunos e professores, é preciso desenvolver, na didática específica da química, uma forma de atender à necessidade deste aprendizado (PRALON, 2009). Não é tão difícil que os estudantes aprendam uma química mais estruturada, basta que os professores dominem os conteúdos e atraiam os alunos de uma forma não cansativa, para fixação do conhecimento. Se quisermos que a cultura técnica – cientifica, que desenvolvemos com o passar do tempo, seja apresentada para a população antes de qualquer formação profissional, temos que parar de pretextos e procurar formar e melhorar as condições de trabalho dos professores, para que formem melhor seus alunos. Isso não se completa em curto prazo, pois sabemos que boa parte dos professores que ensinam química no Brasil, não tem formação específica na mesma (PRALON, 2009). A proposta de educação, que inicia o programa de ensino de química e o próprio conjunto de conteúdos instrucionais, de certa forma já indica elementos para uma metodologia educacional, mas vale a pena especificá-la melhor. Sem perder de vista, a 17 grande necessidade de mudanças mais amplas na escola, envolvendo não só a química e não só conteúdo científico, mas também o conjunto dos objetivos da educação escolar (PRALON, 2009). 2.3 A EXPERIMENTAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO ENSINO DA QUÍMICA O ensino de química, ainda hoje, é um desafio para muitos professores e alunos. Percebemos uma grande insatisfação por parte dos professores, que não conseguem atingir certos objetivos educacionais propostos e uma desmotivação entre os alunos, que consideram a química uma disciplina difícil e que exige muita memorização. Muitos esforços vêm sendo feitos na tentativa de encontrar estratégias para a melhoria do ensino de química (NARDIN, 2006). A aplicação de experimentação em aulas didáticas propõe uma alternativa de busca do conhecimento, tornando mais expressiva a aquisição do aprendizado e assim aproximar o aluno da química, de maneira prazerosa e também educativa. É muito comum ouvir dos alunos e professores, que a experimentação aumenta a capacidade de aprendizado, pois funciona como meio de envolver o aluno nos temas de pauta, defendendo a necessidade de contextualizar os conteúdos teóricos com a prática vivenciada pelos alunos, a fim de atribuir-lhes sentido e, assim, contribuir para a aprendizagem. A introdução desse recurso tem suas raízes no século XIX (BENITE; BENITE, 2009). Aulas que utilizam o recurso da experimentação são ferramentas poderosas para adquirir e testar conhecimentos, mas não são suficientes para fornecer o conhecimento teórico, sempre necessário. Assim haverá sempre uma dependência teoria/experimentação. Para se chegar ao conhecimento é necessário que se faça à experiência com os fatos oferecidos, assim não haverá duvidas de sua veracidade (BENITE; BENITE, 2009). Para o ensino da química a experimentação faz-se necessário, devido seu caráter investigativo, aumentando o conhecimento por meio dos fenômenos que são testados, observados e descobertos (CASTELEINS, 2011). Quando a função da experimentação não é compreendida no contexto científico, ela acaba se tornando um item do programa de ensino e não origem que encaminha a 18 aprendizagem de Química. Dessa forma, o objetivo, da atividade experimental no ensino da Química, como a de qualquer ciência, pode-se dizer que é aproximar os objetos concretos das descrições teóricas criadas, produzindo idealizações e, com isso, originando sempre mais conhecimento sobre esses objetos e, dialeticamente, produzindo melhor matéria-prima, melhores meios de produção teórica, novas relações produtivas e novos contextos sociais e legais da atividade produtiva intelectual (CASTELEINS, 2011). De um modo geral, nas escolas, alunos e professores tendem a uma visão simplista e tradicional sobre experimentação, focando na demonstração de teorias estabelecidas. Isso faz com que o processo de aprendizagem se torne um fenômeno de demonstração ou comprovação de teorias. A experimentação prioriza o contato dos alunos com os fenômenos químicos, possibilitando ao aluno a criação dos modelos que tenham sentidos para ele, a partir de suas próprias observações e descobertas. 2.4 OBJETIVOS DO ENSINO EXPERIMENTAL Desde muito tempo o ensino experimental nos laboratórios era considerado essencial, pois fornecia treinamento em observação, informações detalhadas e estimulava o interesse dos alunos. Até hoje, essas razões ainda são aceitas para melhorar o ensino da química e aproximar os estudantes das salas de aulas (PRALON, 2009). A atividade experimental deve ser baseada não somente na observação, mas também na teoria, reflexão do indivíduo, questões sociais e culturais com objetivo de instruir o desenvolvimento pessoal do aluno mediante a problematização das observações experimentais e o diálogo. Proporcionando momentos de reelaboração dos conhecimentos, possibilitando o contato do aluno com fenômenos químicos e criando modelos explicativos sobre as teorias, utilizando uma linguagem própria (PRALON, 2009). Existem muitos objetivos para o ensino experimental, além de aproximar e transformar o ensino da química numa forma mais fácil e atrativa para os alunos, muitos outros podem ser citados. Como: Habilidades de manipular, questionar, investigar substâncias. Criar conceitos, hipóteses, modelos teóricos, pensamento crítico, soluções 19 de problemas, criatividade, precisão, curiosidade, confiança, responsabilidade, colaboração, gostar de ciência, entre outros pontos positivos para os estudantes (PRALON, 2009). Os professores e alunos atribuem ao ensino experimental tradicional, objetivos implícitos como: verificar e comprovar teorias científicas que muitas vezes são intencionalmente distorcidos os resultados para obter a resposta correta, porque os alunos percebem que a experiência deve ter resultados iguais ao previsto pela teoria, e o laboratório passa a ter um caráter de jogo viciado. Por isso os estudantes devem ser induzidos a discutir as limitações, questionar e investigar as suposições que atravessam cada experiência. Outro objetivo é o de facilitar a aprendizagem e compreender os conceitos científicos, aconselha-se que a atividade concentre apenas nos aspectos desejados, com planejamento que leve em conta o tempo, as habilidades requeridas, segurança, etc. Em um laboratório com roteiro e uma atividade adequadamente planejada sob orientação do professor, acredita-se que o objetivo seja alcançado, mas não quer dizer que o aluno aprenda aquilo que foi pretendido (PRALON, 2009). Ensinar habilidades práticas é um objetivo das aulas experimentais, dentro de cada laboratório existe um conjunto de técnicas básicas que pode e deve ser ensinado. Elas formam uma base experimental, sobre a qual os estudantes podem desenvolver um sistema de noções que lhes permitirão relacionar melhor com os objetos tecnológicos do dia-a-dia. Aliás, esta maneira de desenvolver atividades práticas possibilita ao estudante adquirir segurança e autoconfiança, fundamentais para desenvolver os conceitos e ideias científicas. Quando o trabalho prático é usado corretamente, obtêm-se muitos resultados esperados (PRALON, 2009). O professor é a peça-chave no aproveitamento do potencial no laboratório. Eles devem está cientes dos objetivos, dos méritos e dificuldades do laboratório escolar. Uma preparação e um planejamento cuidadoso, bem como uma avaliação do desempenho e do entendimento por parte dos estudantes através de observações, entrevistas e trabalhos adequados, são essenciais para a melhoria do entendimento (PRALON, 2009). A química envolve assuntos altamente difíceis. Muitos alunos não conseguem entender seus conceitos sem os apoios concretos e as oportunidades de manipulação no 20 laboratório. O trabalho prático vem conquistando gradualmente um lugar de importância cada vez maior no ensino das ciências. O laboratório oferece oportunidades que levam a identificação, ao diagnóstico e ao tratamento das noções não cientificas dos estudantes (PRALON, 2009). Logo, os alunos apreciam as atividades e os trabalhos do ensino experimental, pois lhes oferecem uma oportunidade de realizar experiências, motivando e atraindo os mesmos, de forma interessante para a química. 2.5 EXPERIMENTAÇÃO DE BAIXO CUSTO: UMA ALTERNATIVA Sabe-se que as maiorias das escolas públicas brasileiras preferem adotar um ensino de química eminentemente teórica, afastando-se totalmente das realizações práticas, dando como desculpa o alto custo de formação e manutenção dos laboratórios. Uma alternativa para esse problema é a experimentação de baixo custo, utilizando materiais alternativos ou recicláveis, uma forma barata e de fácil aquisição para resolver esse problema (CHRISPINO, 1986). Materiais recicláveis são aqueles que após sofrerem uma transformação física ou química podem ser reutilizados, seja sob a forma original ou como matéria-prima de outros materiais para outras finalidades. Material alternativo é tudo que pode ser aproveitado de outra forma, sem precisar destruir nada, reaproveitando o que já se tem. São todos materiais de baixo custo e adquiridos facilmente. Como exemplo desses materiais, temos: álcool, sal, açúcar, água, repolho roxo, sabão em pó, esponja de aço, vinagre, limão, entre outros produtos de fácil aquisição (SANTAELLA; CÂNDIA, 2005). A reprodução de modelos para o entendimento dos fenômenos químicos na natureza pode ser feita sempre que se reúna uma série de condições favoráveis e, por isso mesmo, essa reprodução nem sempre é possível. Devido às dificuldades de observarem muitos dos fenômenos químicos é que as escolas dispõem ou, pelo menos, deveriam dispor de laboratórios para o ensino de Química (BENITE; BENITE, 2009). Os laboratórios são construções caras, equipados com instrumentos sofisticados, exigem técnicos para mantê-los funcionando, os alunos precisam se deslocar até lá, as turmas não podem ser grandes, os materiais têm que ser frequentemente substituídos e 21 renovados, etc. Possivelmente, seja em face destes motivos, que os laboratórios e as aulas experimentais de Química têm se tornado cada vez mais escasso. Apesar da dificuldade de se construir e manter um laboratório de Química é do consenso geral de muitos representantes da comunidade cientifica (HODSON, 1988) que ele é uma ferramenta fundamental ao ensino (BENITE; BENITE, 2009). Benite, 2009, propôs um estudo da utilização de experimentação de baixo custo no Ensino de Química baseado na experiência, a realidade dada, por meio de análise da lógica formal. Criando uma rota alternativa para articular teoria e experimentação. Assim, desenvolvemos experimentos envolvendo materiais alternativos (que também podem ser reciclados) e de baixo custo que possibilitam uma metodologia do ensino de uma química simples, factível e com a participação efetiva dos alunos no processo de aprendizado de Química em Ensino Médio (BENITE; BENITE, 2009). Não podendo deixar de lembrar que o uso de materiais de baixo custo ou recicláveis no ensino de química é um tema muito controverso. Pois, enquanto a ciência é feita em laboratórios com custos da ordem de milhões de dólares, em nossas escolas públicas se está usando sucata. Isso não invalida a atividade, ao contrário é eficaz, mas há que se discutir qual imagem de ciência que se pode e pretende transmitir (BENITE; BENITE, 2009). Dessa maneira, o uso de recursos de baixo custo em aulas experimentais vem para acrescentar e complementar as aulas teóricas, se usados de maneira correta, gera resultados tão bons quanto com materiais convencionais. Assim os alunos estarão mais participativos e poderão ser conscientizados sobre os produtos químicos que os cercam, além de possibilitar que professor faça a inter-relação entre o cotidiano dos alunos e a química teórica, podendo assim, melhorar sua prática de ensino. 2.6 CONDIÇÕES E ESTRUTURA DOS LABORATÓRIOS PARA A REALIZAÇÃO DAS AULAS PRÁTICAS A escola é responsável pela organização do Laboratório, onde este faz parte integrante de seu planejamento. Mas não é sempre que essa possui recursos que proporcionam a montagem de um laboratório com todos os requisitos que cubram a máxima eficiência de ensino nessa área, aliada a comodidade adequada dos alunos e do professor (CASTELEINS, 2011). 22 Quando são realizadas as atividades experimentais, existem fatores que não podem ser esquecidos, dentre os quais, apresenta-se: a inadequação do ambiente, o grande número de alunos em sala, a inexperiência, a agitação típica dos adolescentes e em alguns casos a ausência do laboratório (MACHADO; MÓL, 2008). Muitas escolas públicas não disponibilizam de laboratórios, quando existe, na maior parte das vezes é precária e inadequada. Devido às exigências legais e a luta da coordenação, algumas escolas chegam a possuir laboratórios dotados de aparelhagem técnica, mas não são utilizadas devido à falta de formação e técnica dos professores, as soluções necessárias para realização dos experimentos não existe, falta de recursos para a manutenção de equipamentos, não atendem todos os requisitos de segurança, como por exemplo: instalação de equipamentos de proteção coletiva e individual, locais para armazenamento de produtos químicos e ventilação dos ambientes. Ou seja, condições precárias para utilização (CASTELEINS, 2011). As aulas práticas não têm o objetivo de impressionar o aluno com aparelhos tecnológicos reluzentes, e sim de atrair sua atenção diretamente para o fenômeno estudado (CASTELEINS, 2011). Segundo a lei Diretriz e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei 9.394/96), toda escola pública tem o direito à instalação do laboratório de ciências para facilitar o aprendizado dos estudantes. Cabe aos órgãos governantes responsáveis, além de fornecerem, dar condições necessárias para que os laboratórios sejam usados adequadamente e, não fiquem apenas como salas que guardam amontoados de caixas, o que acontece com a maioria, sem finalidade nenhuma, devido à falta de material ou orientação e técnica dos professores para o uso do mesmo (CARDOSO; SOUZA, 1996). 23 2.7 A IMPORTÂNCIA E PREOCUPAÇÃO DA QUESTÃO AMBIENTAL Dada a importância da questão ambiental, adquirida principalmente em função das mudanças climáticas ocorridas nos últimos anos, a devastação e degradação que o próprio homem causa o que tem afetado significativamente a vida no planeta são impossíveis conceber propostas para o ensino de ciências, química física e biologia sem que estas contemplem também aspectos referentes às questões sociais, econômicas e, em especial, as ambientais, contextualizando com o cotidiano do aluno. É através do ensino-aprendizagem que essa consciência que se busca inserir nos alunos hoje se propagará até as futuras gerações. Desta forma, a escola se configura no espaço de maior relevância e abrangência para tratar desse tema (SANTANA; LIMA; SANTOS, 2013). Nos laboratórios de químicas, sabido que as aulas práticas produzem resíduos e rejeitos que devem ter destinação adequada a fim de evitar danos tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana. Cientes de que os mesmos, provenientes das aulas práticas podem resultar em produtos nocivos, estas não devem ser retiradas apenas porque podem comprometer a conservação do meio ambiente. Ao contrário, devem ser estimuladas, pois se tratam de atividades de reconhecida relevância no processo de aprendizagem, que devem ser realizadas mesmo com o risco iminente de se produzir resíduos e rejeitos. O que deve ser observado é a forma como se tratam tais resíduos até o descarte final, obedecendo às legislações em vigor e procurando, na medida do possível, utilizar meios que minimizem ou eliminem os riscos. O uso de materiais alternativos evita ainda mais esse problema com o meio ambiente, vendo que esses materiais não destroem nem prejudicam a natureza (JARDIM, 1998). Por tanto, evita-se a poluição do ambiente e incentiva a mais um estudo, a forma de tratar e aproveitar resíduos nocivos, transformando-os em substâncias que não prejudiquem o planeta. Estimulando uma postura dos estudantes no uso de práticas seguras, que visam preservar a saúde e o meio ambiente. 24 3 METODOLOGIA Neste item será apresentada a metodologia que foi utilizada para atingir os objetivos do trabalho. O presente estudo propôs a aplicação de recursos alternativos em aulas experimentais de química no ensino médio na Escola Estadual Francisco Veras, na cidade de Angicos-RN. Primeiramente foi realizado um diagnóstico da infraestrutura do laboratório de ciências da escola, através de análise e reuniões com o grupo de professores de química da Escola Francisco Veras, num período de dois meses, fevereiro e março do presente ano, analisando também a parte pedagógica exercida pelos professores. Elaborou-se uma apostila com oito experimentos, pesquisados na internet e em livros, focados no primeiro ano do ensino médio, abordando assuntos de todo o ano letivo, com a possibilidade de ser utilizada também, para todo o nível médio. Os experimentos foram realizados no laboratório de ciências da Escola Estadual Francisco Veras e apresentados aos alunos, durante o período compreendido entre 11/03/2013 e 26/03/2013. Foram utilizados materiais alternativos de baixo custo e recicláveis, obtidos no comércio e encontrados em ambiente doméstico. EXPERIMENTO OBJETIVOS Construindo um extintor de incêndio Densidade dos materiais Ovo engarrafado Separação de comerciais corantes em Conceitos sobre funções inorgânicas, reações químicas entre ácidos e bases. Diferenças entre a densidade dos materiais e a força das interações entre as moléculas de água. Demonstrar a ação da pressão atmosférica sobre um sistema doces Técnicas de separação Propriedades coligativas Mudança de temperatura Forças intermoleculares Interações intermoleculares, polar e apolar de diferentes substâncias Repolho roxo como indicador de ph Construir uma escala de pH À procura da vitamina C Verificação da presença de vitamina C em sucos de frutas variados 25 Após a realização das práticas, aplicou-se um questionário, ou seja, um instrumento avaliativo da aula experimental de química, contendo seis perguntas objetivas, com a intenção dos alunos analisarem as aulas práticas dadas. O instrumento de avaliação teve como objetivo obter respostas dos alunos sobre suas práticas no dia-a-dia, relacionado ao componente curricular de química. 26 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 DIAGNÓSTICO DA INFRAESTRUTURA DO LABORATÓRIO Executou-se no trabalho realizado na Escola Estadual Francisco Veras um diagnóstico da infra estrutura do laboratório. Este possui um laboratório de ciências, que engloba as matérias de química, física, biologia e matemática. Foi construído em 2005, através de um projeto realizado pela secretaria de educação, da cidade de Angicos-RN. O responsável pelo laboratório é o professor de química João Maria Trindade. Tem dimensões de 10 metros de comprimento por 5 metros de largura, a sala tem teto forrado com PVC. Possui três bancadas com pias, as quais comportam até seis estudantes. A refrigeração da sala é feita através de dois equipamentos de ar condicionado, mas a energia não é apropriada, se ligar os dois ao mesmo tempo há uma queda de energia e não existe janela no laboratório. O laboratório possui muitos reagentes químicos vencidos e outros que chegaram no ano de 2012 que ainda estão no prazo de validade, devido à coordenação da escola ter solicitado a compra de novos reagentes, encontram-se todos encaixotados. Foi feito um balanço, com uma lista dos reagentes existentes no laboratório da escola. Que são: dimetilformamida, ácido nítrico, ureia, dietanolamina, etanolamina, ácido acético, ácido clorídrico, xilol, acetato de butila, álcool benziuco, metil isobutil cetona, acetato de ética, hipoclorico de sódio, amido (solúvel), propilenoglicol, ácido cítrico, glicerina, sulfito de sódio, hidróxido de amônio, óxido de manganês IV, formol, sulfato de magnésio, ácido bórico, isopropanol, cloreto de sódio, sulfato de cobre, álcool etílico, vaselina (líquida), detergente neutro, sulfato de alumínio, azul de bromotimol, etilenoglicol, metabissulfito de sódio, prometo de potássio. As vidrarias encontradas são poucas, só o básico utilizado nos laboratórios. Que são: Becker, proveta, pipeta, tubos de ensaio, balão do fundo chato, erlenmeyer, cadinho, fogaréu, microscópio, estufa, termômetro e maleta para representação de moléculas. Não possui segurança adequada no laboratório, existem dois extintores, mas com o prazo de validade vencido. Não possui capela, para utilização dos reagentes que liberam gases tóxicos. Não foi construída nenhuma janela na sala para circulação de ar em caso 27 de emergência. Não possui chuveiros, equipamento de proteção, sendo assim, a situação da segurança no laboratório é precária. O laboratório nunca foi utilizado de verdade, foram feitos alguns experimentos de química, mas não foram realizados no laboratório, e atualmente encontra-se fechado. O grande problema da escola é a falta de capacitação dos professores para realização de aulas experimentais. A escola dispõe de material e muita vontade para realização dessas práticas, mas devido os professores não possuírem um treinamento adequado, eles não conseguem colocar em prática. Isso acontece porque os professores que ministram a disciplina de química tem uma carga horária de aula teórica alta, ou são estagiários, ou professores formados em outros cursos. Foi enviado um ofício, por parte da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, no final de fevereiro do presente ano, uma proposta de um cadastro da Escola Estadual Francisco Veras, para realizar um treinamento com os professores sobre a utilização de aulas experimentais no laboratório. 4.2 APOSTILA DE EXPERIMENTOS No presente trabalho foi elaborada uma apostila de experimentos com recursos alternativos ou recicláveis de baixo custo, para os estudantes do primeiro ano do ensino médio, envolvendo assuntos estudados durante o ano letivo, com a possibilidade de ser utilizada também, para todo o nível médio, de acordo com os assuntos abordados, que tem a finalidade de melhorar e deixar mais interessante o aprendizado de química. Esta apostila contém oito experimentos de baixo custo e fácil execução, que devem ser mostrados durante o ano, os quais, em sua maioria, podem ser preparados com materiais encontrados no ambiente doméstico. Essas características favorecem o uso destes experimentos como instrumentos pedagógicos para professores que buscam reformular sua prática docente e resolver problemas como, a falta de infraestrutura das escolas públicas. 28 4.2.1 Construindo um extintor de incêndio (REZENDE; BRAIBANTE, 2010) OBJETIVO O experimento permite apresentar aos alunos conceitos sobre funções inorgânicas, reações químicas entre ácidos e bases, empregando reagentes de seu cotidiano, como o vinagre e o bicarbonato de sódio. Tem por objetivo a construção de um extintor de incêndio caseiro, que visa mostrar aos estudantes a importância da química em sua vida prática. MATERIAIS UTILIZADOS a- 1 frasco de refrigerante de 600 mL b- 1 tubo de conta-gotas c- 1 tubo de ensaio de 35 mL d- 450 mL de vinagre e- bicarbonato de sódio (NaHCO3) 29 EXPERIMENTO Com o auxílio de um estilete, fure a tampa do frasco de refrigerante de 600 mL, no mesmo diâmetro do tubo do conta-gotas que será utilizado. A seguir, introduza o tubo do conta-gotas no orifício criado na tampa do frasco de refrigerante, como mostra a Figura 1. O furo feito na tampa deve permitir que o tubo do conta-gotas passe o mais justo possível, visando evitar vazamentos que podem prejudicar o experimento, devido à perda de reagentes. O tubo do conta-gotas pode ser mais bem fixado com o uso de uma fita de teflon ao seu redor, antes de inseri-lo na tampa. Figura 01- Tampa do frasco com conta-gotas adaptado No frasco de refrigerante, coloque 450 mL de vinagre comum e, no tubo de ensaio, adicione o bicarbonato de sódio de modo que o vinagre fique 2 cm abaixo da borda do tubo (como mostra a Figura 02). O tubo de ensaio é colocado dentro do frasco de refrigerante com bicarbonato de sódio dentro. O conta gotas é utilizado para liberação do líquido formado, para apagar o fogo. 30 Figura 02- Frasco de refrigerante com vinagre e tubo de ensaio com bicarbonato Tenha cuidado para que o bicarbonato de sódio não entre em contato com o vinagre, pois isso dará início imediato à reação química. Em seguida, feche o frasco de refrigerante com a tampa, mostrada na Figura 1, apertando-a bem. Em seguida, incline o extintor para baixo, dirigindo-o para a região que você deseja atingir e tire o dedo da tampa, liberando assim a saída do líquido. A mistura de água e etanoato (acetato) de sódio serão “expulsa” do extintor devido à pressão provocada pela formação do dióxido de carbono (CO 2). Para as quantidades de vinagre e bicarbonato de sódio utilizado, o jato inicial do líquido emitido pelo extintor terá um alcance aproximado de três metros de distância. Mantendo-se o extintor inclinado para baixo, como mostra a Figura 03, o líquido continuará a ser expelido durante aproximadamente 30 segundos. 31 Figura 03- Utilização do extintor de incêndio. ENTENDENDO O EXPERIMENTO Reações ácido-base fazem parte do nosso cotidiano. Entre vários exemplos, podemos citar: os aspectos relacionados à higiene, como a eliminação dos resíduos ácidos, deixados pelos alimentos em nossa boca, pelas pastas de dentes que possuem caráter básico; na ação dos antiácidos, tais como os hidróxidos que são usados contra a acidez estomacal e na correção da acidez do solo, para fins agrícolas. A equação química responsável pelo jato observado produz etanoato de sódio (acetato de sódio) e ácido carbônico, o qual se decompõe em água e dióxido de carbono (gás carbônico, CO2): H3CCOOH (aq) + NaHCO3 (s) H3CCOO-Na+ (s) + CO2 (g) + H2O (l). O gás produzido na reação aumenta a pressão interna do extintor e, sendo esta maior do que a pressão externa, a água e o sal formados na reação são expelidos para fora do extintor. O extintor só pode ser empregado quando o fogo estiver em um nível inferior ao do frasco com a mistura reacional, pois é necessário que o gás carbônico “empurre” a água e o sal formados na reação para fora do extintor. Visando mostrar a importância do experimento, podemos comentar sobre as classes de incêndio: A (materiais que queimam em profundidade e superfície, como madeira, papel, etc.); B (líquidos que queimam na superfície, como gasolina, álcool, etc.); C 32 (aparelhos elétricos e eletrônicos energizados, como computadores, etc.) e D (materiais que requerem extintores específicos, como sódio, magnésio, etc.). Este extintor é exclusivo para a classe A, mas pode ser empregado na classe C desde que os aparelhos incendiados não estejam ligados à rede elétrica. RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. As garrafas de plástico (PET) devem ser encaminhadas para a reciclagem. MATERIAL CONSULTADO FERREIRA, L. H., HARTWIG, D. H., ROCHA-FILHO, R. C. Algumas experiências simples envolvendo o princípio de Le Chatelier. Química Nova na Escola, v.5, p.28, 1997 TOLENTINO, M.; ROCHA-FILHO, R. C.; SILVA, R. R. O azul do planeta: um retrato da atmosfera terrestre. São Paulo: Ed. Moderna, Coleção Polêmica, 1995, 119 p. 33 4.2.2 Densidade dos materiais (REZENDE; BRAIBANTE, 2010) OBJETIVO Este experimento tem como finalidade demonstrar aos estudantes, de uma forma prática e simples, as diferenças entre a densidade dos materiais e a força das interações entre as moléculas de água. MATERIAIS UTILIZADOS a- 1 copo ou béquer de 300 mL, transparente b- 3 elásticos de borracha látex c- 1 metro de papel higiênico, ou rolo de papel toalha d- 200 mL de água e- 1 prato raso f- 3 palitos de dentes EXPERIMENTO Coloque 200 mL de água no copo, retire duas folhas, nas dimensões de 20 x 20cm, de um rolo de papel toalha. Sobreponha as folhas e dobre duas vezes até que formem um quadrado de aproximadamente 10 x 10cm. Coloque o papel dobrado na boca do copo. Prenda o papel toalha na boca do copo usando um elástico de borracha látex. Com o prato raso já disposto, vire o copo de boca para baixo. Retire o prato e transpasse pelo papel os palitos, um a um, e depois os empurre para dentro do copo. Dessa forma, 34 mesmo com o papel furado, a água não escapará e o palito que entrou no copo flutuará (nesse momento o aluno irá perceber importância da densidade). ENTENDIMENTO DO EXPERIMENTO Deve ser mostrado ao estudante que, apesar de vazar um pouco de água porque o papel ensopou, não sairá água onde o palito furou e neste momento o aluno irá entender como funciona a tensão superficial. No experimento, serão enfocadas as forças intermoleculares, responsáveis por manter as moléculas unidas na formação das diferentes substâncias. Existem diversos tipos de interações intermoleculares e, neste experimento, poderão ser especialmente focadas as ligações de hidrogênio, aqui ocorrendo entre as moléculas de água. Outro tema a ser trabalhado é a densidade. A densidade é a relação entre a massa de um material e o volume por ele ocupado. O cálculo da densidade é feito pela seguinte expressão: Densidade = massa /volume. A densidade determina a quantidade de matéria que está presente em uma unidade de volume. Por exemplo, o mercúrio possui maior densidade do que o leite, isso significa que num dado volume de mercúrio há mais matéria que em uma mesma quantidade de leite. Com este experimento o estudante perceberá que a água, uma substância tão presente em nossas vidas, é um ótimo modelo para o estudo das propriedades físicoquímicas da matéria. RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. As garrafas de plástico (PET) devem ser encaminhadas para a reciclagem. MATERIAL CONSULTADO TIPOS de forças intermoleculares. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/quimica/tipos-forcas-intermoleculares.htm>. Acesso em 09 mar. 2013. GUGLIOTTI, M. Tensão superficial nos pulmões. Química Nova na Escola, v.16, p.3, 2002. 35 4.2.3 Ovo engarrafado (REZENDE; BRAIBANTE, 2010) OBJETIVO Objetiva-se com esse experimento, demonstrar a ação da pressão atmosférica sobre um sistema, pelo comportamento de um gás com a mudança de temperatura sofrida pelo meio. MATERIAIS UTILIZADOS a- 1 ovo cozido b- 1 caixa de fósforos c- 1 frasco erlenmeyer de 250 mL ou 1 garrafa de plástico, cujo gargalo tenha um diâmetro aproximado ao diâmetro do ovo. EXPERIMENTO Cozinhe o ovo por cerca de vinte minutos. Para a realização desse experimento é de extrema importância que o ovo esteja devidamente cozido. Esta etapa deve ser realizada previamente, fora da sala de aula. Acenda cerca de quatro fósforos e coloque dentro da garrafa de plástico ou do frasco de erlenmeyer (Atenção a esta etapa: se usar garrafa de plástico tome cuidado, pois envolve fogo). Mantenha os estudantes afastados. E assegure que não haja nenhum material combustível próximo ao local. 36 Coloque o ovo descascado no gargalo da garrafa. O gargalo do frasco deve sustentar o ovo. No entanto, ele deve ter um diâmetro próximo ao maior diâmetro do ovo. Foto 01- Etapas do experimento. Fonte: Marson, 2011. ENTENDENDO O EXPERIMENTO A matéria pode ser encontrada em três estados físicos: sólido, liquido ou gasoso. O gás pode ocupar qualquer forma ou espaço e é conveniente imaginá-lo como um conjunto de moléculas (ou átomos) em movimento permanente e aleatório, com velocidades médias que aumentam quando a temperatura se eleva. Um gás se difere de um líquido e de um sólido pelo fato de ter suas moléculas muito separadas umas das outras. A pressão pode ser entendida como uma força aplicada em uma área.Quanto maior a força que atua em uma determinada área, maior a pressão exercida nessa área. Quando um sistema possui uma pressão interna atuando com a mesma intensidade de força que a pressão externa (pressão do meio ou pressão atmosférica), diz-se que este sistema está em equilíbrio. Ao queimar, o fósforo libera fumaça, e esta fumaça é composta pelo gás CO 2, que ocupa todo o recipiente da garrafa. Quando um gás é aquecido, ele tende a ocupar um volume maior do que o inicial. Ao tampar o gargalo do frasco com o ovo, obtém-se um 37 sistema fechado. Quando a temperatura interna da garrafa começar a decair, as moléculas de gás se contrairão, aproximando-se umas das outras, fazendo com que a pressão interna do frasco diminua. Neste momento, o ovo será empurrado para dentro da garrafa pela pressão externa do sistema, a fim de minimizar a diferença dessas pressões. Para a compreensão desta experiência tome, por exemplo, o comportamento da água em relação à temperatura: a água, em temperatura ambiente, possuiu suas moléculas afastada o suficiente para se encontrar no estado líquido. Com o abaixamento da temperatura, as moléculas tendem a se aproximar, interagem mais fortemente e a água passa para o estado sólido. Algo parecido ocorre quando as moléculas de gás são obrigadas a se aproximarem umas das outras. Entretanto, para que isto ocorra, há um forte efeito da pressão além da temperatura. RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. As garrafas de plástico (PET) devem ser encaminhadas para a reciclagem. MATERIAL CONSULTADO ATKINS, P. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente Tradução: Ricardo Bicca de Alencastro. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. O ovo engarrafado. Disponível em: <http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/11151/ovoengarrafado.p df?sequence=1>. Acesso em 09 mar. 13. RUSSEL, J. Química Geral. Tradução: Márcia Guekezian, Márcia Cristina Ricci, Maria Elizabeth. 1a ed. São Paulo: Pearson Markon Books, v.1, 1994 38 4.2.4 Separação de corantes em doces comerciais (REZENDE; BRAIBANTE, 2010). OBJETIVO Com o experimento pretende-se apresentar aos estudantes técnicas de separação e análise rotineira usada em laboratórios de estudo e, assim, abordar aspectos que facilitem o entendimento da natureza dos aditivos que são empregados em alimentos, a exemplo dos corantes. MATERIAIS UTILIZADOS a- béquer de 100 mL b- pincel pequeno com ponta arredondada c- 2 clips de plástico 39 d- papel para cromatografia (pode ser usado um papel de filtro qualitativo ou papel de coador de café) e- 1 lápis f- 1 borracha g- 1 secador de cabelo (opcional) h- 1 saquinho de balas coloridas EXPERIMENTO Para obter resultados melhores neste experimento, recomenda-se o uso de papel de filtro qualitativo, próprio para laboratório. Caso não se tenha acesso a esse tipo de papel, é aceitável o uso de papel de coador para café. No procedimento original, foi sugerido o uso do confeito M&M’S, que possui em torno de 6 a 7 cores. Outros confeitos ou corantes podem ser usados, inclusive corantes líquidos para bolos. Corte um pedaço de papel de filtro, na forma de um retângulo, que caiba num béquer de 100 mL, de modo que o retângulo cortado fique afastado das laterais do béquer em 1 cm de cada lado e 1 cm da borda. Em seguida, marque com um lápis uma linha na horizontal que esteja afastada 1,5 cm da base do papel. Use um pincel umedecido para remover a cor do confeito e faça, com esse pincel, um círculo pequeno na linha traçada sobre o papel. Lave o pincel e aplique outra cor, da mesma forma, mantendo os círculos afastados em pelo menos 0,5 cm, até preencher a linha com várias cores. Anote com lápis o nome da cor embaixo de cada círculo (não use caneta!). Ponha água no béquer, de modo que seu fundo seja preenchido com um pequeno volume de água (a quantidade de água deve preencher cerca de 0,5 cm). Leve o papel com os círculos coloridos ao béquer. O papel deve ficar com sua borda inferior mergulhada na água, porém sem que a água toque nas manchas coloridas. A 40 base do papel deve ser deixada o mais reta possível para que, com a passagem da água, as manchas se movimentem ao mesmo tempo e não borrem. Como mostra na figura 05. Figura 04 – Como deve ficar o material dentro do béquer Deixe a água subir pelo papel. Quando ela chegar próximo ao topo do papel, remova-o do béquer. Marque a altura final que a água alcançou no papel. Deixe o papel secar ao ar ou seque-o com um secador de cabelos. ENTENDENDO O EXPERIMENTO Este experimento trata de uma das técnicas de separação mais empregadas em química, a cromatografia, amplamente utilizada em laboratórios, na pesquisa ou no controle de qualidade nas áreas de alimentos, farmacêutica, dentre outras. Aqui, ela é usada para separar corantes presentes em doces usualmente apreciados pelos estudantes. Além disso, conceitos como solubilidade, partição e adsorção podem ser introduzidas. Aspectos gerais sobre corantes alimentícios também podem ser discutidos. A cromatografia é um método físico-químico de separação, onde ocorre a migração dos componentes de uma mistura entre uma fase estacionária (no caso, o papel) e uma fase móvel (no caso, a água). 41 É possível empregá-la tanto na análise de misturas simples quanto complexas, o que a torna uma técnica de grande utilidade. O termo cromatografia foi criado, em 1906, por um botânico russo que trabalhava com a separação de constituintes químicos presentes em plantas. Por ter sido observada a separação de cores na análise, o termo dado ao processo foi cromatografia (chrom = cor e graphie = escrita). Mas a técnica é empregada para diversos tipos de amostras, muita das quais incolores e que precisarão do auxílio de um agente revelador para que se possa observar o resultado da separação. RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. MATERIAL CONSULTADO FONSECA, S. F.; GONÇALVES, C.C.S. Extração de pigmentos do espinafre e separação em coluna de açúcar comercial. Química Nova na Escola, v.20, p.55, 2004. RIBEIRO, N. M.; NUNES, C. R. Análise de pigmentos de pimentões por cromatografia em papel. Química Nova na Escola, v.29, p.34, 2008 SILVA, S. L. A., FERREIRA, G. A. L., SILVA. R. R. À procura da Vitamina C. Química Nova na Escola, n.2, p.1, 1995 42 4.2.5 Propriedades coligativas OBJETIVO O experimento tem o objetivo de mudança de temperatura, gelando um líquido em três minutos, através de uma mistura de substâncias químicas. Propriedades coligativas, crioscopia. MATERIAIS UTILIZADOS a c b d e a- um pote vazio de sorvete (que caiba uma lata de refrigerante dentro) b- uma lata de refrigerante c- uma garrafa de álcool d- água e sal e- um relógio 43 EXPERIMENTO Em uma garrafa de álcool, coloque metade álcool, metade água e um pouco de sal, e a deixa gelando em uma geladeira normal por mais ou menos 4 horas, quanto mais tempo gelando melhor. Em seguida, coloque a lata de refrigerante no pote vazio de sorvete e a cubra com a mistura. Se quiser, pode mexer um pouco. Após três minutos, com um termômetro, olhe a temperatura. O refrigerante, antes a temperatura ambiente (da cidade que realizou o experimento) vai estar a cerca de 4 graus Celsius, mais gelado do que se estivesse na geladeira. ENTENDENDO O EXPERIMENTO A mistura de substâncias água, sal e álcool, quando em contato com a lata de refrigerante em temperatura ambiente, faz com que a temperatura caia e o liquido fique bastante gelado. O álcool e o sal não deixam a água congelar, pois o ponto de solidificação da água desce, acrescentando sal, fica mais difícil de congelar, em uma geladeira normal. Mas a mistura fica bem gelada e líquida, aumentando a superfície de contato com a bebida, e gelando-a mais rápida. O experimento está relacionado ao conceito de crioscopia das substâncias. RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. As latas e garrafas de plástico (PET) devem ser encaminhadas para a reciclagem. MATERIAL CONSULTADO COMO gelar refrigerante em 3 minutos. 2011. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=2WlgB-SKG7k>. Acesso em: 12 mar. 2013 EXCITANTES experiências para fazer na feira de ciências. Disponível em: <http://hypescience.com/experiencias-feira-ciencia>. Acesso em: 12 mar. 2013. 44 4.2.6 Forças intermoleculares OBJETIVO O que vamos apresentar é um experimento simples que permitem verificar as interações intermoleculares, polar e apolar de diferentes substâncias, derivadas do petróleo. MATERIAIS UTILIZADOS a b c d a- querosene b- gasolina c- água d- 2 recipiente transparente (copo de vidro) EXPERIMENTO Coloquem todos os líquidos em proporções iguais em um recipiente transparente e mecha, apenas dois deles vão se misturar, o querosene e a gasolina. 45 ENTENDENDO O EXPERIMENTO Como o próprio nome já diz, forças intermoleculares de dispersão de London, são responsáveis por manter a união entre as moléculas. Essas forças se fazem presente em todos os tipos de átomos e moléculas, mas se diferenciam de acordo com o tipo de composto. Todos os compostos derivados do petróleo são formados por hidrocarbonetos (moléculas de carbono e hidrogênio), são semelhantes apolares e miscíveis entre si. Já a molécula da água é formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio, uma substância polar e imiscível em líquidos apolares (ligações de hidrogênio). Por isso, o querosene e a gasolina se misturam, formando uma única solução homogênea, aquela cujas substâncias constituintes não podem ser identificadas, pois possuem as mesmas propriedades em toda a sua extensão e produz somente uma fase. A água não se mistura com as outras substâncias usadas neste experimento, formando uma solução heterogênea que apresenta duas ou mais fases e os componentes da mistura são perceptíveis, com a gasolina e o querosene. RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. As garrafas de plástico (PET) devem ser encaminhadas para a reciclagem. MATERIAL CONSULTADO FORÇAS intermoleculares e solubilidade. Disponível em: <http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/forcas-intermolecularessolubilidade .htm>. Acesso em: 12 mar. 2013 MISTURA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mistura>. Acesso em: 12 mar. 2013 46 4.2.7 Repolho roxo como indicador de ph OBJETIVO Este experimento mostra de modo simples como distinguir entre substâncias ácidas e básico. O objetivo é construir uma escala de ph utilizando extrato de repolho-roxo como indicador e outros materiais de fácil acesso. MATERIAIS UTILIZADOS a e a- 1 repolho roxo b- Meio litro de água c- Amônia d- Leite de magnésia e- Limão f- 1 litro de vinagre b f c d g h 47 g- Comprimido efervescente h- 06 copos de vidro EXPERIMENTO Primeiro corta-se o repolho e coloca no liquidificador com o meio litro de água e bate. Depois com uma peneira côa, vai ser utilizado apenas o extrato do repolho líquido obtido. Agora vai ser utilizado o indicador do ph, nos copos de vidro coloca-se em copos diferentes as seguintes soluções: água, amônia, leite de magnésia, limão, vinagre e o comprimido efervescente (triturado e acrescenta um pouco de água), com a mesma quantidade cada um dos materiais. Pega um pouco do extrato líquido de repolho roxo e acrescenta em cada copo com os determinados materiais e mexe. Podemos observar que após o extrato do repolho roxo ser adicioando, as soluções mudaram a coloração. Assim determinamos o ph de cada solução, dizendo se elas são ácido, básico ou neutro. As soluções de comprimido efervescente, vinagre e o suco de limão são soluções ácidas, pois obtiveram uma coloração avermelhada. Já o leite de magnésia, amônia e a água são soluções básicas e obtiveram coloração esverdeada. ENTENDENDO O EXPERIMENTO Soluções ácidas e básicas estão presentes no cotidiano de todos nós. Exemplo muito próximo de ácido é o ácido clorídrico presente em nosso estômago que participa da digestão dos alimentos, são as frutas azedas como o limão, vinagre, etc. Já as bases podem ser exemplificadas por frutas verdes que possuem o sabor adstringente, como a banana e o caqui verde. O ph é a concentração de íons H+ em uma determinada solução. Esse índice pode variar de 0 a 14, onde as soluções ácidas fortes tem ph menor que 7 e as soluções básicas ph maior que 7 e menor que 14. Já as soluções neutras tem ph 7. Os indicadores ácido-base são substâncias químicas que quando adicionado à uma solução, indica se ela é ácida ou básica de acordo com seu ph. Geralmente os indicadores são ácidos ou bases fracas que ao se unirem aos íons H+ ou OH- mudam de cor devida há uma alteração em sua configuração eletrônica. Os indicadores ácido-base 48 são recomendados para verificações rigorosas do ph. Num caso, mais rigoroso deve se usar um phmetro que é um aparelho medidor de ph. Os extratos de alguns vegetais também fazem o papel de indicador ácido-base natural, como exemplo, o repolho roxo que foi utilizado nesse experimento. RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. MATERIAL CONSULTADO INDICADOR ácido-básico. Disponível em: <http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=lcn&cod=_indicadoracidobase>. Acesso em: 22 mar. 2013. 49 4.2.8 À procura da vitamina C (REZENDE; BRAIBANTE, 2010) OBJETIVO Com este experimento procura-se desenvolver um procedimento simples para a verificação da presença de vitamina C em sucos de frutas variados. MATERIAIS UTILIZADOS a - 1 comprimido efervescente de 1 g de vitamina C b - tintura de iodo a 2% (comercial) c - sucos de frutas variados (por exemplo: limão, laranja, maracujá e caju) d - 5 pipetas de 10 mL (ou seringas de plástico descartáveis) e - 1 fonte para aquecer a água (aquecedor elétrico ou secador de cabelo) 50 f - 6 copos de vidro g - 1 colher de chá de farinha de trigo ou amido de milho h - 1 béquer de 500 mL ou frasco semelhante i - água filtrada j - 1 conta-gotas k - 1 garrafa de refrigerante de 1 litro EXPERIMENTO Coloque 200 mL de água filtrada em um béquer de 500 mL. Em seguida, aqueça o líquido até uma temperatura próxima a 50 ºC, cujo acompanhamento poderá ser realizado com um termômetro ou com a imersão de um dos dedos da mão (nessa temperatura é difícil a imersão do dedo por mais de 3 segundos). Em seguida, coloque uma colher de chá cheia de amido de milho (ou farinha de trigo) na água aquecida, agitando sempre a mistura até atingir a temperatura ambiente. Em uma garrafa de refrigerante de 1litro, contendo aproximadamente 500 mL de água filtrada, dissolva um comprimido efervescente de vitamina C e complete o volume até 1litro. Escolha 6 frutas cujos sucos você queira testar, e obtenha o suco dessas frutas. Deixe à mão a tintura de iodo a 2%, comprada em farmácias. Numere seis copos de vidro, identificando-os com números de 1 a 6. Coloque 20 mL da mistura (amido de milho + água) em cada um desses seis copos de vidro numerados. No copo 1, deixe somente a mistura de amido e água. Ao copo 2, adicione 5 mL da solução de vitamina C; e, a cada um dos copos 3, 4, 5 e 6, adicione 5 mL de um dos sucos a serem testados. Não se esqueça de associar o número do copo ao suco escolhido. A seguir pingue, gota a gota, a solução de iodo no copo 1, agitando constantemente, até que apareça uma coloração azul. Anote o número de gotas adicionado (neste caso, uma gota é geralmente suficiente). Repita o procedimento para o copo 2. Anote o número de gotas necessário para o aparecimento da cor azul. Caso a cor desapareça, continue a adição de gotas da tintura 51 de iodo até que ela persista, e anote o número total de gotas necessário para a coloração azul persistir. Repita o procedimento para os copos que contêm as diferentes amostras de suco, anotando para cada um deles o número de gotas empregado . ENTENDENDO O EXPERIMENTO A vitamina C é também conhecida como ácido L-ascórbico. Apresenta comportamento químico fortemente redutor atua, numa função protetora, como antioxidante; na acumulação de ferro na medula óssea, baço e fígado. A adição de iodo à solução amilácea (água + farinha de trigo ou amido de milho) provoca uma coloração azul intensa no meio, devido ao fato de o iodo formar um complexo com o amido. Graças a sua bem conhecida propriedade antioxidante, a vitamina C promove a redução do iodo a iodeto, que é incolor quando em solução aquosa e na ausência de metais pesados. Dessa forma, quanto mais ácido ascórbico um alimento contiver, mais rapidamente a coloração azul inicial da mistura amilácea desaparecerá e maior será a quantidade de gotas da solução de iodo necessária para restabelecer a coloração azul. RESÍDUOS TRATAMENTO E DESCARTE Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum. As garrafas de plástico (PET) devem ser encaminhadas para a reciclagem. MATERIAL CONSULTADO CONN, E. E.; STUMPFT, P.K. Introdução à Bioquímica. Tradução: Lélia Mennucci, M.,Julia M. Alves, Luiz J. Neto et al. São Paulo: Edgard Blücher, p.184-185, 1975. EXPERIMENTO 09 Determinação do teor de vitamina C em comprimidos. Disponível em: <http://www.catalao.ufg.br/siscomp/sis_prof/admin/files/silfreitas/data23-04-2009 horas13-50-41.pdf>. Acesso em 23 mar. 2013. SILVA, S. L. A., FERREIRA, G. A. L., SILVA. R. R. À procura da Vitamina C. Química Nova na Escola, n.2, p.1, 1995 52 4.3 PRÁTICAS E RESULTADOS OBTIDOS NA ESCOLA Realizou-se na Escola Estadual Francisco Veras, da cidade de Angicos-RN, nos dias 11/03/2013, 18/03/2013 e 26/03/2013, os experimentos de química com uso de materiais alternativos (de baixo custo e recicláveis), para os alunos do primeiro ano do ensino médio, assistido também por alunos do terceiro ano do ensino médio, dos turnos diurno e noturno, num total de 33 estudantes presentes. Foram feitos três experimentos, retirados da apostila proposta do item 4.2., testados, demonstrados e explicados aos alunos e professores da escola. Os experimentos realizados foram: O ovo engarrafado (ver item 4.2.3), que representa a parte teórica da pressão atmosférica sobre um sistema; O indicador de ph (ver item 4.2.7), demonstrando a diferença entre substâncias ácidas e básico e; Gelando um refrigerante em três minutos (ver item 4.2.5), representando as mudanças de temperatura, através de uma mistura de substâncias químicas. Utilizou-se os seguintes materiais: ovo cozido, garrafa de vidro, fósforos, algodão, repolho roxo, álcool, vinagre, limão, leite de magnésio, amônia, água, comprimido de sorrisal, lata de refrigerante, pote de sorvete vazio, sal, colher, copos, conta gotas e faca. Comercializados na farmácia e encontrados em ambiente doméstico. Foto 02 - Práticas realizadas na Escola Estadual Francisco Veras Fonte: Arquivo pessoal (2013). 53 Foto 03 - Experimentos realizados na escola. Fonte: Arquivo pessoal (2013). Foto 04 – Experimento realizado na escola Fonte: Arquivo pessoal (2013). Obteve-se sucesso nos três experimentos realizados no laboratório de ciências da Escola Estadual Francisco Veras. Os resultados alcançados foram os esperados e descritos na apostila de experimentos (item 4.2), proposta do trabalho. Após as práticas, aplicou-se um instrumento avaliativo para os 33 alunos, com seis perguntas objetivas, afim que avaliem as aulas práticas realizadas no laboratório e, analisem se é importante a relação teoria/prática para melhorar o ensino de química. 54 O instrumento avaliativo foi composto das seguintes perguntas: Com que frequência utiliza o laboratório de química? Existe relação entre aula prática e teórica? Na escola são utilizados materiais alternativos ou recicláveis, em aulas experimentais? No laboratório é solicitado equipamentos de segurança individual? Após os experimentos com materiais alternativos, você observou relação entre teoria e prática? Você gostaria de utilizar o laboratório com mais frequência? Os resultados efetuados constam os gráficos e tabelas apresentados a seguir. Conforme os dados do gráfico 01, dos 33 alunos avaliados, segundo estatística, 0% utiliza o laboratório de química com muita frequência, 21,21% utiliza o laboratório pouco e 78,78% nunca tinham utilizado o laboratório. Gráfico 01 – Frequência que os alunos utilizam o laboratório de química. 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Pouco Muito Nenhuma 55 Tabela 01 – Frequência, porcentagem de alunos FREQUÊNCIA % ALUNOS POUCO 21,21% MUITO 0% NENHUMA 78% Fonte: Autoria própria, 2013. No gráfico 02 observa-se que 78,78% dos alunos acham que existe relação entre aula teórica e a prática, 21,21% diz que não há essa relação. Gráfico 02 – Os alunos observam relação entre aula teórica e a prática 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Sim Não Tabela 02 – Relação teoria/prática, porcentagem de alunos RELAÇÃO % ALUNOS TEORIA/PRÁTICA SIM 78,78% NÃO 21,21% Fonte: Autoria própria, 2013. 56 Os dados apresentados no gráfico 03 mostram que 90,90% dos alunos avaliaram que na escola não são utilizados materiais alternativos ou recicláveis, em aulas experimentais de química, e 9,09% afirmam que sim. Gráfico 03 – Na escola são utilizados materiais alternativos ou recicláveis, em aulas experimentais 100% 80% 60% 40% 20% 0% Sim Não Tabela 03 – Utilização de materiais alternativos ou recicláveis, porcentagem de alunos UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS % ALUNOS ALTERNATIVOS OU RECICLÁVEIS SIM 9,09% NÃO 90,90% Fonte: Autoria própria, 2013. Neste gráfico 04, observa-se que 39,39% dos estudantes diz que no laboratório de química são solicitados equipamentos de proteção individual e, 60,60% diz que não é solicitado. 57 Gráfico 04 – No laboratório é solicitado aos alunos equipamentos de segurança individual 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Sim Não Tabela 04 – Solicitação de equipamentos de segurança individual, porcentagem de alunos SOLICITAÇÃO DE % ALUNOS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA INDIVIDUAL SIM 39,39% NÃO 60,60% Fonte: Autoria própria, 2013. Como se pode observar pelos dados do gráfico 05, após os experimentos com materiais alternativos, observou relação entre teoria e prática; 93,94% dos alunos responderam que sim e 0,61 que não houve relação entre teoria e prática. 58 Gráfico 05 – Alunos que após os experimentos com materiais alternativos, observou relação entre teoria e prática 100% 80% 60% 40% 20% 0% Sim Não Tabela 05 – Após os experimentos há relação teoria/prática, porcentagem de alunos APÓS OS EXPERIMENTOS HÁ % ALUNOS RELAÇÃO TEORIA/PRÁTICA SIM 93,94% NÃO 0,61% Fonte: Autoria própria, 2013. Pode-se analisar no gráfico 06 que 100% dos alunos gostariam de utilizar com mais frequência o laboratório. 59 Gráfico 06 – Alunos que gostariam de utilizar o laboratório com mais frequência 100% 80% 60% 40% 20% 0% Sim Não Tabela 06 – Utilização do laboratório com mais frequência, porcentagem de alunos UTILIZAÇÃO DO LABORATÓRIO % ALUNOS COM MAIS FREQUÊNCIA SIM 100% NÃO 0% Fonte: Autoria própria, 2013. 60 5 CONCLUSÕES O trabalho realizado atingiu os objetivos, tanto o geral como os específicos. Realizou-se o diagnóstico do laboratório da escola, onde foi observado falta de manutenção, lugar inapropriado para práticas com reagentes devido à falta de equipamentos básicos de segurança, falta de pessoas capacitadas para utilização e manuseio de materiais e equipamentos de química. Observou-se que o material elaborado com experimentos utilizando materiais alternativos ou recicláveis poderia ser apresentado não apenas para o primeiro ano, e sim para as demais turmas do segundo grau. Não foi possível realizar todas as práticas contidas no material devido à falta de tempo. As aulas da rede estadual iniciaram próximo ao término do semestre corrente da UFERSA, assim não foi possível demonstrar para os alunos todos os experimentos da apostila proposta, que aborda assuntos de todo o ano letivo, porque não poderia ser feito as práticas sem os estudantes terem estudado a teoria. Porém as três práticas realizadas na escola apresentaram êxito na demonstração e relação teoria/prática. Através do instrumento de avaliação pode-se detectar e comprovar o que possivelmente foi diagnosticado no início do trabalho. Os alunos utilizam o laboratório de química como pouca frequência, grande parte nunca tinha utilizado; a maioria afirma que existe relação entre aulas teóricas e práticas; 90,90% avaliam que na escola não são utilizados materiais alternativos ou recicláveis, em aulas experimentais de química; a maior parte dos estudantes, dizem que não são solicitados equipamentos de proteção individual no laboratório; 93,94% da turma observaram que há relação entre teoria e prática após a realização dos experimentos e que 100% dos estudantes gostariam de utilizar o laboratório com mais frequência. Assim, comprovou-se que a utilização de aulas experimentais desperta o interesse e grande satisfação do aluno. Levam a uma visão melhor dos fenômenos estudados, melhorando e facilitando o ensino de química. 61 REFERÊNCIAS ATKINS, P. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente Tradução: Ricardo Bicca de Alencastro. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BENITE, A. M. C.; BENITE, C. R. 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