Rose Mari Durigan da Luz

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APLICAÇÃO DIDÁTICA PARA O ENSINO DA GEOGRAFIA FÍSICA ATRAVÉS DA
CONSTRUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE MAQUETES
Rose Mari Durigan da Luz - Geógrafa - Universidade Tuiuti do Paraná [email protected]
Sandro José Briski - Professor - Universidade Tuiuti do Paraná [email protected]
RESUMO
A busca por práticas inovadoras onde o aluno desenvolva o interesse pelo estudo da geografia
física, com entendimento da dinâmica e a gênese das formas do relevo, conhecendo os fatores
que se relaciona entre estas formas (bioclimáticos, geológicos e antrópicos) e que interferem no
dinamismo da sua evolução são fundamentais para os processos cognitivos dos mesmos através
de práticas didáticas estimulantes. Considerando os processos evolutivos do passado, os alunos
podem compreender as diferenças no espaço geográfico onde vivemos na atualidade. Estudando
a natureza (relevo, solo, vegetação, hidrografia) justapondo o tema, a discussão ambiental,
atividades produtivas, econômicas e sociais. O objetivo do trabalho é criar uma metodologia de
ensino para o estudo da geografia física e evidenciar as relações com os elementos
interdependentes (Geologia, Geomorfologia, Clima, Solo, Hidrografia e Vegetação). Para isto
propõe-se como recurso didático a confecção de maquetes interativas auxiliando o aluno no seu
desenvolvimento perceptivo, estimulando a capacidade de observar, pensar, interpretar a
realidade física da Terra, com toda a sua dinâmica interna e externa. Para uma melhor fixação
dos conteúdos, foi escolhido o Estado do Paraná, utilizando suas paisagens naturais como
referência. Elaborou-se também um caderno de apoio explicativo com as principais
características dos elementos estudados, algumas interações possíveis com as maquetes e
instruções para a confecção da maquete interativa, servindo de apoio as aulas práticas. O
trabalho com maquetes servirá como um recurso didático interessante que levará ao aluno,
dependendo do seu desenvolvimento cognitivo, dominar conceitos espaciais e as representações
em diversas escalas, ajudando no entendimento dos fenômenos geográficos e um estudo
integrado entre as diferentes formas de relevo e a relação com os elementos do sistema ambiental
(biogeográficos), sua evolução e a transformação da paisagem de forma prática e construtiva.
Palavras chave: geografia física, metodologia didática, maquetes interativas.
ABSTRACT
The search for innovatory practices where the student develops the interest for the study of the
physical geography, with understanding of the dynamic and the origin of the relief forms,
knowing the factors of that relate between these forms (bioclimatic, geological and anthropic)
and that interfere in the dynamism of his evolution are the fundamentals for the cognitive
processes of them through educational stimulating practices. Considering the evolutive processes
of the past, the students can understand the differences in the geographical space where we live
in the present. Studying the nature (relief, soil, vegetation, hydrographic) juxtaposing the subject,
the environmental discussion, productive, economical and social activities. The objective of the
work was to create a methodology of teaching for the study of the physical geography and to
show the relations with the interdependent elements (Geology, Geomorphology, Climate, Soil,
Hydrographic and Vegetation). Like educational resource the production of interactive models
helping the student in his perceptive development, stimulating to capacity of observing, thinking,
interpreting the physical reality of the Earth, with its entire internal and external dynamic. For a
better fixation of the contents, the State of Paraná was chosen, using his natural sceneries as
reference. An explicative supplement book with the primary characteristics of the studied
elements, some possible interactions with the models and instructions for the production of the
interactive model, serving as support the practical classrooms. The work with models will serve
as an interesting educational resource that will lead the student, depending on his cognitive
development, to dominate space concepts and the representations in several scales, helping in the
understanding of the geographical phenomena and a study integrated between the different forms
of relief and the relation with the elements of the environmental system (biographic), its
evolution and the transformation of the scenery of practical and constructive form.
Key words: physical geography, educational methodology, interactive models.
Introdução
O estudo geográfico ensinado nas escolas invariavelmente não vem de modo geral
acompanhando as transformações que essa ciência vem atravessando, passando um
conhecimento superficial e muitas vezes desestimulante. Assim a Geografia perde a
capacidade de fazer os alunos analisem o espaço, para tenham a capacidade, ao interpretar o
relevo identificar uma planície, por exemplo, não somente descrevendo suas formas, mas
entender o porquê dessas formas e como essas transformações ocorrem no decorrer do tempo.
Apesar dos vastos recursos tecnológicos audiovisuais e computacionais disponíveis
atualmente, nem todas as escolas possuem acesso a esse tipo de tecnologia, e as que possuem
nem sempre as utilizam de maneira correta ou eficaz. Portanto a maquete supre em partes esta
deficiência, utilizada como um recurso didático barato e relativamente simples de ser
confeccionado se comparado aos modernos softwares, hardwares e outros instrumentos
audiovisuais existentes no mercado.
Com o aumento do consumo dos recursos naturais, e o homem sendo o principal
agente causador da degradação do meio ambiente, são motivos incentivadores da utilização de
materiais que possam auxiliar no combate ao desperdício com reutilização responsável,
aproveitando o trabalho com alunos, mostrando que se pode através da educação ambiental,
colaborar de forma educativa, com a confecção de uma maquete que utilize materiais
reutilizáveis e de baixo custo. Portanto, grande parte dos materiais que foram utilizados na
elaboração da maquete, como o papelão e jornal, podem ser encontrados na escola, em casa
ou em locais que fazem a separação seletiva dos materiais recicláveis, barateando o custo
sendo acessível a todos.
Diante destes fatos se fez necessário a elaboração de uma maquete interativa, um
caderno de apoio para que o aluno e o professor tenham um guia de consulta e de estudo dos
conteúdos a serem aplicados. O professor poderá utilizá-lo como uma ajuda curricular para
fazer um ordenamento na dinâmica das aulas utilizando e aproveitando as maquetes de todas
as maneiras possíveis de interação entre os elementos geográficos.
Desta forma o objetivo central deste trabalho é a elaboração de uma prática
pedagógica que permita ao educando, no contexto da Geografia aplicar uma metodologia,
com o auxilio de maquete interativa, para o estudo da Geografia Física. A compreensão do
processo e da dinâmica dos aspectos geográficos naturais permite a identificação das
paisagens nas relações de tempo, entre a sociedade e a natureza. Analisar uma paisagem
significa investigar as dinâmicas das suas transformações, para entender e aprender a
diferenciar um sistema que se encontra em transformação constante.
Procedimentos Metodológicos
A construção da maquete interativa do Estado do Paraná foi elaborada com curvas de
níveis, que procuram representar com maior grau de fidelidade possível o relevo. Na sua
construção foram adotados os padrões normais para sua confecção, e uma nova técnica foi
introduzida para elaboração de uma peça móvel onde serão desenvolvidos os temas: geologia,
geomorfologia, clima, solo, vegetação e hidrografia.
•
Relação do Material
Papel toalha; placas de papelão (espessura 5 mm); papel vegetal; jornais; caneta permanente
azul e preta; cola e água; tinta guache ou PVA a base de água; lata de massa corrida (900 ml);
espátulas para a massa corrida; pincéis: comum (tamanho 22) e macio para pintura; esponja
de aço; potes de plásticos (reutilizados); verniz.
1ª etapa:
O procedimento padrão na confecção das maquetes é preencher as camadas com
massa corrida, para que o aspecto visual fique mais próximo possível do real, respeitando as
curvas de nível e a altimetria. Neste trabalho é utilizada uma mistura de cola, água e o papel
toalha, misturando-os até obter uma consistência uniforme, formando uma pasta densa e
úmida.
Esta pasta tem a mesma função da massa corrida, porém apresenta muitos benefícios:
a maquete fica mais leve, com um custo menor, além de ser fácil de manusear. Com ajuda de
um pincel aplicar a mistura de cola + água, na superfície da maquete e ir colando várias
camadas de pedaços de jornal. O acabamento final é feito com um pincel, massa corrida e
água, e esta maquete será utilizada como molde base para a próxima etapa.
2ª Etapa:
A maquete base é utilizada para ser confeccionada, em separado uma peça removível
para cada tema abordado: Geologia, Geomorfologia, Clima, Solos, Hidrografia e Vegetação,
que poderá ser utilizada em um mesmo programa de aula, realizando a interação entre os
aspectos fisiográficos e geobotânicos.
Foram realizadas várias tentativas para a utilização de um método que se adaptasse ao
objetivo do trabalho. Sobre a maquete base foi aplicada uma camada de verniz para que a
camada de papel jornal ou jornal se solte facilmente da maquete base após secar. Recobrir
bem toda a superfície com várias camadas de jornal recortado e umedecido (2 a 3) e a cada
camada aplicar a mistura de água e cola com um pincel. Para melhorar o aspecto áspero e
retirar a rugosidade do papel na parte superior, foi utilizada massa corrida e água, com a ajuda
de um pincel. Após a secagem, recomenda-se passar esponja de aço ou lixa.
•
Caderno de Apoio
O caderno de apoio foi desenvolvido de uma forma prática e sistemática, para
informar de forma concisa o conteúdo aplicado e a sua utilização junto às maquetes. Está
dividido em capítulos, separados por temas, e contém um resumo dos tópicos principais, com
curiosidades, glossário, mapas, figuras, elementos com apelo visual para chamar a atenção
dos alunos para que possam assimilar melhor o domínio dos conteúdos teóricos.
Como complementação da base teórica o caderno de apoio contem dois encartes
especiais denominado “Eras Geológicas: uma viagem no tempo” e a formação geológica da
Paraná e suas camadas estratigráficas, que introduzem o aluno, ao assunto Geografia Física
de forma clara e interessante.
Considerações Finais
Essa forma de apresentação da Geografia Física, através de maquetes e do caderno
de apoio, permite desenvolver no aluno a capacidade de reflexão, observação, interpretação
avaliação e a análise crítica. Habilidades indispensáveis a sua formação e no exercício da
cidadania, incluindo os princípios básicos da educação ambiental, passando a ser um agente
transformador da nossa sociedade.
A Geografia não pode ser considerada simplesmente como uma disciplina que ensina
a entender o espaço geográfico. Existem vários conceitos sobre o que é Geografia, mas podese dizer que Geografia é uma ciência que busca passar de forma sistemática e ordenada os
fenômenos físicos e sociais.
O trabalho com maquetes serve como um recurso didático interessante que leva ao
aluno, ao construir e interpretar as representações cartográficas, dependendo do seu
desenvolvimento cognitivo, dominar conceitos espaciais e as representações em diversas
escalas, ajudando no entendimento dos fenômenos geográficos.
Os motivos para a escolha de maquetes como instrumento pedagógico podem ser
variados, mas deve-se ressaltar que a visualização da Geografia de forma concreta através das
maquetes desenvolve no aluno a capacidade de observar, pensar, interpretar a realidade física
da Terra, com toda a sua dinâmica interna e externa, de tal maneira que, de acordo com seu
nível, possa produzir conhecimento.
Referências bibliográficas
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SIMIELLI, M.E.R.; GIRARDI, G.; BROMBERG, P.; MORONE, R. & RAIMUNDO, S.L.
Do plano ao tridimensional: a maquete como recurso didático. Boletim Paulista de
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