10 formas de estimular a visão enquanto brinca 17 sinais de problemas de visão que você pode reconhecer em casa 5 dicas para tirar foto e ver se há alterações oculares através da imagem DESENVOLVIMENTO VISUAL Como os bebês enxergam, quais brincadeiras estimulam a visão e quando os pais devem se preocupar. Expediente Este eBook “Desenvolvimento visual: como os bebês enxergam, quais brincadeiras estimulam a visão e quando os pais devem se preocupar” é uma publicação gratuita, disponível para download aos leitores do blog Visão na Infância. Autores: Maria Amélia Franco e Suellen Polati Revisão: Dra. Cláudia Cabral Dettmer, médica oftalmologista (CRM/PR 15427) Especialista em Oftalmopediatria, é formada Sumário pela Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná com residência em Pediatria no Hospital Infantil Pequeno Príncipe; residência Visão na Infância: do que estamos falando?................03 em Oftalmologia no Hospital Universitário Porque o conhecimento pode transformar vidas...... .04 Evangélico de Curitiba e especializa-ção em Oftalmopediatria e Estrabismo no Hospital de Não são os olhos, é o cérebro que vê........................06 Olhos do Paraná e no Hospital de Clínicas Fisiologia da visão..............................................07 UFPR. Projeto e diagramação: Maria Amélia Franco Data de publicação: Agosto/2016 Contato: [email protected] Esta obra está protegida por direito autoral, nos termos da Lei nº.9.9610/98, independentemente de registro. A reprodução de seu conteúdo, mesmo que parcial, deve citar devidamente a obra como referência, sob “O meu filho enxerga bem?”..................................09 A visão desde o primeiro olhar.............................10 10 formas de estimular a visão enquanto brinca..........13 17 sinais de problemas de visão que você pode reconhecer em casa......................................................17 Como uma simples fotografia do bebê pode revelar alterações nos meios oculares....................................19 risco de caracterizar-se plágio Qual a rotina ideal de exames oftalmológicos?............20 Adoraremos que compartilhe este eBook com Crédito de Imagens............................................ 21 seus familiares e amigos! Clique aqui para enviar. Referências..................................................... 22 Visão na Infância: do que estamos falando? 1,4 milhão de crianças cegas no mundo. Isso mesmo! A grande maioria na Ásia e na África. Estatísticas... ou histórias? Mas o que mais impressiona é que metade desses casos poderiam ser evitados - prevenidos ou tratados precocemente. É o que estimam dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB). Bebês não nascem com manuais e diante de tantas mudanças na infância, nem sempre você é orientado sobre como proceder com as rotinas de exames oftalmológicos, como estimular a visão e estar atento a qualquer sinal de problema. 50% é muita coisa! Portanto, sim, em alguns casos é possível prevenir. Sim, caso seja inevitável, é possível desenvolver a visão ruim, usar recursos que facilitem o dia a dia e fazer coisas incríveis. E sim, é preciso perseverar, mas vale a pena cada esforço! A ambliopia (olho preguiçoso), a privação de imagem na retina (catarata, glaucoma, retinopatia) e o estrabismo, que prejudicam o desenvolvimento da visão no cérebro, são as principais causas de cegueira mundial. É nessa porcentagem que se concentra a missão do Visão na Infância: um projeto de informação online sobre a saúde ocular para conscientizar como prevenir a deficiência visual desde a gestação e auxiliar como melhorar as funções visuais das crianças com baixa visão. Neste momento você nem precisa entender a fundo o que são essas doenças. Mas com esta publicação você vai saber mais sobre como se desenvolve a visão em cada fase no primeiro ano de vida e reconhecer quando algo não vai bem e requer uma visita antecipada ao oftalmologista. Tudo isso, porque com saúde a gente não brinca. E precisa se informar! Olha que interessante essa análise do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, na publicação Condições de Saúde Ocular no Brasil 2015. Ele destaca o tempo de vida de uma criança na condição de cega: “se multiplicarmos o número de crianças pela sua expectativa de vida, chegaremos a uma estimativa de 75 milhões de anos-cego, um número menor apenas do que o número de anos-cego da catarata em idosos”. Os números ajudam a dar uma ideia do cenário. Porém, esses números são insignificantes quando falamos de pessoas, quando falamos das vidas que são transformadas. Pense, por trás de cada número há uma história! O Visão na Infância quer ajudar a mudar as estatísticas. Para melhor! Quer ajudar você a escrever a sua história. Porque o conhecimento pode transformar vidas Confie! O site e os materiais informativos disponibilizados para você integram conteúdo teórico e prático de forma clara e acessível, a partir de um trabalho consistente de entrevistas, pesquisa e curadoria. As informações e orientações apresentadas no Visão na Infância seguem as recomendações Ÿ do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Ÿ da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica e de médicos especialistas associados, Ÿ da Associação Americana de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo Ÿ da Organização Mundial de Saúde e Ÿ das Diretrizes de atenção à saúde ocular na infância: detecção e intervenção precoce para a prevenção de deficiências visuais, publicadas pelo Ministério da Saúde. Além disso, o blog conta com as experiências das autoras e convidados. A comunicadora Maria Amélia Franco é amblíope e mãe da Cecília - que nos primeiros anos de vida desenvolveu a visão deficiente com um trabalho contínuo de estimulação visual. A pedagoga Suellen Polati é especialista em educação especial, profissão que escolheu como um chamado para ajudar no desenvolvimento visual de crianças com baixa visão, hoje sua vocação. Coincidência? Destino? Intervenção divina? É incrível quando vidas se cruzam por um propósito e isso é gratificante. Assim foi com a nossa vida no início deste trabalho. Assim também é o desejo que seja este encontro com você: incrível, inspirador e gratificante. Boa leitura! visão na infância Não são os olhos, é o cérebro que vê Luz é o que os olhos “veem”. Mas... como assim? Isso mesmo! O cérebro interpreta o que é captado pelos olhos, que através de seus receptores transformam estímulos luminosos em imagem, resultando em um conjunto de percepções visuais como cores, formas, margens, texturas, sombras, contraste, até dimensão, distância e velocidade. Para explicar em algumas palavras como o ser humano enxerga não há uma única referência, mas é imprescindível recorrer aos estudos da anatomia humana. Para desvendar a fisiologia da visão binocular (nos dois olhos) saudável, aqui vamos abordar apenas os principais componentes do sistema visual. Fisiologia da visão A córnea e a esclera são tecidos de proteção que compõem a camada externa do globo ocular. Entre a córnea e a lente do cristalino está a íris, com padrões de pigmentação próprios que resultam em cores de olhos únicas como uma marca de identidade pessoal. No seu centro está a pupila, uma abertura circular conhecida como a menina dos olhos. Por meio de fibras musculares existentes na íris é possível dilatar ou contrair a pupila controlando a entrada de luz. Ela aumenta quando há pouca luminosidade no ambiente e diminui quando há muita luz. Portanto, na parte frontal externa do olho está a córnea transparente cobrindo a íris e a pupila. A esclera, conhecida como “branco do olho”, envolve o restante do órgão. Atrás da íris o cristalino constitui-se de uma lente gelatinosa, biconvexa e convergente. Graças à sua elasticidade e a um sistema de fibras, que o conecta ao músculo ciliar, é capaz de mudar a sua curvatura e focalizar objetos a diferentes distâncias. Esse processo é chamado de acomodação. Para focalizar um elemento próximo, por exemplo, o músculo ciliar se contrai promovendo um deslocamento da coroide e do corpo ciliar na direção da região anterior do olho. Essa tensão exercida é relaxada e, então, o cristalino fica mais espesso, enquanto a pupila contrai e contribui para dar foco ao que está sendo visto. Assim, a luz converge para dentro do olho através da córnea e do cristalino, meios transparentes que juntos dirigem os raios luminosos para a retina. A retina é um tecido nervoso formado por um conjunto de células que transformam a luz em estímulos elétricos (imagine como pixels que formam a imagem invertida na retina). Os raios luminosos são convertidos em impulsos nervosos por células especializadas chamadas fotorreceptores do tipo bastonetes e cones. Os bastonetes permitem a visão em ambientes com baixa intensidade luminosa, em tons de cinza; os cones tornam possível ver com nitidez e em cores. A imagem enxergada é resultado da interação retinacérebro. Os estímulos nervosos gerados na retina são transmitidos a partir do nervo óptico para o córtex cerebral, onde são unidas as informações de ambos os olhos e é finalizado o processamento da visão. Além disso, é interessante comentar que todo esse processo integra ainda operações cerebrais de sentidos como o tato e a audição, que agregam dados espaciais, de forma e movimento. A grande maravilha de enxergar com o cérebro é que ele torna as pessoas capazes de “aprender a ver”. Isto é o que nos encanta no Visão na Infância: a plasticidade cerebral e as possibilidades que oferece para a habilitação/reabilitação visual! “O meu filho enxerga bem? Como ele vê?” Curiosidade? Preocupação? Essa dúvida ora é curiosidade, quando queremos entender a magia da criação e como os bebês “funcionam”. Ora é preocupação com os estímulos, com a aprendizagem e se tudo está de fato indo bem. Claro que o bom desenvolvimento visual depende de estruturas oculares normais, da anatomia cerebral preservada e de estímulos visuais adequados. Mas como saber? Calma, tem muita informação pela frente! Para começar, que tal entender como o sistema visual se desenvolve a partir do nascimento? Nos primeiros doze meses de vida a evolução é incrível! A visão desde o primeiro olhar É ao final do 1º. trimestre da gestação que as principais estruturas oculares estão formadas. Porém, o processo de desenvolvimento da visão se inicia somente quando o recém-nascido abre os olhos pela primeira vez e recebe a luz na retina. Nesse momento, o neném saudável já percebe a luz, o movimento e as formas ao seu redor, mas a visão é ainda borrada, sem foco ou diferenciação de cores. No primeiro mês, ele move os olhos na linha horizontal através de movimentos sacádicos, que são como pequenos saltos do olhar. Os reflexos de fixação e os movimentos de perseguição, em sentido horizontal, vertical ou circular, se desenvolvem a partir do segundo mês (enquanto permanecem os movimentos sacádicos). Com três meses, os bebês são atraídos por objetos brilhantes, em cores vibrantes e que gerem forte contraste ou pessoas até 20-25 cm de distância, gostam muito de rostos e pessoas. Pequenos exploradores Ao rolar, observar e tocar materiais de diferentes A vida em cores formas, cores e texturas, a partir dos quatro meses Ao nascer, tem uma parte central da retina que ainda não está completamente formada, responsável pela diferenciação das cores e dos detalhes: a mácula. Ela termina de se desenvolver próximo ao quarto mês de vida. Ao passo que as cores começam a ser percebidas, por volta dos três meses, a criança se mostra mais interessada em explorar o ambiente ao seu redor. As primeiras cores que começa a distinguir são o vermelho, laranja e amarelo. Depois o verde e, por fim, os tons de azul e violeta. passa a exercitar a coordenação visomotora: um importante avanço no desenvolvimento neuromotor. A habilidade de sincronizar os olhos com as mãos para executar uma tarefa é primordial para a independência da criança e todo o processo de aprendizado que há por vir. Entre quatro e cinco meses começa a revelar percepção de profundidade, quando mostra noções de que um objeto está mais distante ou próximo que outro. Ao sexto mês de vida já apresenta boa acuidade visual. Não é igual a de um adulto, mas distingue contorno, cores e detalhes! Além disso, a coordenação binocular e a capacidade de vergência dos olhos (para realizar movimentos de convergência e divergência) estão bem desenvolvidos, proporcionando ao pequeno uma visão tridimensional. É também com essa idade que a cor dos olhos começa a se definir, alcançando a coloração definitiva entre um e três anos de vida, de acordo com a concentração de pigmentos na íris. É comum que as crianças de pele mais clara tardem mais a definir a cor de seus olhos. A partir do 6º. mês as funções visuais estão mais maduras e os olhinhos devem trabalhar juntos como um time para que haja uma fusão perfeita das imagens que cada olho envia para o cérebro e a criança possa ver bem. Ambos os olhos devem sincronizar seus movimentos ao seguir um estímulo em qualquer direção. O sentido da visão é um importante aliado ao desenvolvimento motor e cognitivo. Até completar os doze meses há uma grande evolução na coordenação da visão com o movimento do corpo da criança. Com um ano, olhos, mãos e corpo trabalham em sintonia atrás de estímulos diversos e ela já é capaz de detectar objetos menores, de discriminar bem distâncias e de perceber e desviar-se de obstáculos. Para isso, muda o foco entre perto e longe com mais rapidez e precisão. A cada dia sua consciência espacial e dimensional está mais apurada! É assim que os bebês enxergam as coisas: 10 formas de estimular a visão enquanto brinca Fique de olho! O que esperar em cada fase e como estimular a criança até 1 ano. No 1º. mês – a criança percebe a luz, fixa brevemente o olhar e reage ao movimento de pessoas. Note se ela movimenta a cabeça em direção à claridade de janelas e lâmpadas. Dica 1: experimente ficar em um ambiente com baixa luminosidade e acender um abajur para ver como ela reage ao estímulo luminoso (deve sentir-se um pouco incomodada e fechar os olhos por um momento). Nesta fase também revela interesse por fisionomias humanas. Dica 2: pessoas que movimentam levemente seus rostos em frente à linha dos olhos do bebê devem agradar! E fazer um painel com fotos grandes de amigos e familiares (pais, avôs, irmãos, tios, primos) ao lado do trocador pode ser interessante e ela vai se acostumando com as pessoas do seu relacionamento. Mas imagens de quaisquer faces estão valendo: artistas, modelos, filósofos... o que inspirar. Entre o 2º e o 3º meses - com dois meses, já é possível observar ela fixar o olhar. Dica 3: aproveite momentos como o banho e as trocas, em que a criança está a um alcance de 20-25cm de você, para fazer carinho, conversar, aproximar seu rosto do dela e receber “aquela troca de olhar” e ver seus olhos fixos e atentos aos seus. Com três meses, seus olhos acompanham o movimento de objetos em alto contraste que se movem lentamente. Dica 4: a uma distância de 15 a 20cm mova de um lado para o outro e de cima para baixo brinquedos que brilhem (com luzes que se acendem, espelhos, mas sem som). Objetos que tenham desenhos em preto, branco e vermelho e em cores vibrantes também são ótimos. Opte pelas cores primárias e desenhos ricos em formas e padrões em alto contraste. Os móbiles são ideais a partir desta fase! Entre o 3º e o 6º meses – o bebê passa a observar atentamente as próprias mãos e as movimenta diante dos seus olhos. Com melhor acuidade, distingue os pais de pessoas estranhas e reage aos seus reflexos no espelho. Ao longo dos meses aprende a sentar, rolar e vira a cabeça em qualquer direção. Note se ele explora o ambiente visualmente, localiza pessoas e objetos no espaço e busca-os ativamente. Dica 5: você pode mostrar um brinquedo de seu interesse por alguns segundos e afastar devagar até que saia do campo visual da criança, mas ainda esteja próximo. Ela vai tentar achar e agarrar o brinquedo com suas mãozinhas para examiná-lo. Perceba, por fim, que com o tempo o olhar começa a acompanhar objetos que caem no chão e rolam. Dica 6: brincar de rolar uma bola colorida a uma distância de dois palmos entre você e o bebê pode ser divertido! Entre o 6º. e 12º. meses –toda oportunidade da criança explorar um espaço em segurança, de examinar objetos de diferentes formatos, texturas e cores e de incitá-la a começar a engatinhar e posteriormente andar e transpor obstáculos é saudável à continuidade do desenvolvimento do seu córtex visual. Dica 7: deixe-a sobre um tapete em um espaço com espelho, caixas com objetos e brinquedos. Vale peças coloridas de encaixe (com formas geométricas), figuras de animais, utensílios culinários, fitas e panos, bolas, cubos, argolas, livros táteis etc. Escolha materiais diversificados: plástico, metal, madeira, silicone, tecidos... Ela deve ter curiosidade de tirar os objetos da caixa, agarrar, olhar, levar à boca e ver o que acontece. Converse, explique o que é, veja como ela brinca e sugira formas de brincar também. Logo ela vai imitar! Dica 8: que tal encher recipientes e esvaziá-los, como colocar bolas coloridas (bolinha pula-pula) em garrafas de boca larga? Ou colocar peças coloridas em recipientes plásticos e transpô-las a outro ao final. Assim que o bebê está apto para engatinhar, a brincadeira ganha nova dinâmica. Dica 9: espalhe apenas alguns objetos em seu campo de visão em distâncias diferentes para estimular acomodação visual. Empurre carrinhos, role bola, garrafas ou cilindros para ele seguir e tentar parar. E o desafie! Dica 10: feche um corredor e ao final mostre um brinquedo de sua preferência; ao longo do caminho deixe obstáculos para ele transpor. Se for um objeto interessante, ele deverá parar e examinar, se for um pufe, deve tentar desviar e seguir adiante até o fim do corredor. visão na infância E lembre-se! Cada criança é única e tem seu próprio ritmo. Algumas podem apresentar os sinais de desenvolvimento visual indicados mais ou menos rápido que outras. O mais importante é que você perceba que existe uma evolução da resposta visual ao longo do tempo. Se tudo estiver indo bem, aos seis meses agende uma consulta com o oftalmologista, de preferência um oftalmopediatra. Com as suas observações e os exames de rotina o médico poderá avaliar com qualidade funções como a adaptação à luminosidade, a acuidade visual, a percepção de cores e de contraste, os movimentos e o alinhamento oculares, o campo visual e a visão de profundidade. 17 sinais de problemas de visão que você pode reconhecer em casa Como você pode ver, é no primeiro ano de vida que o sistema ocular de uma criança saudável se desenvolve mais fortemente, evoluindo até que entre 5 e 7 anos de idade a visão seja completa, atingindo a maturidade por volta dos dez anos. Reconhecer o quanto antes qualquer sinal de dificuldade de enxergar é o ideal. Diagnósticos tardios podem afetar criticamente o desenvolvimento cognitivo, social e motor e a resposta ao tratamento é mais complexa. Mas os pais e responsáveis não devem estar sozinhos nessa missão. A visita periódica ao pediatra e ao oftalmologista, informando sempre os comportamentos observados é o melhor caminho para a prevenção. Em casa é possível notar alterações grosseiras nos olhos como manchas brancas, diferença de cor e de tamanho entre os olhos, pálpebras caídas, lacrimejamento excessivo, olhos que brilham no escuro e desvios (estrabismo). Atenção para situações corriqueiras que podem passar despercebidas e que muitas vezes podem parecer engraçadas. Se a criança não reconhece pessoas, brinquedos e outros objetos, tropeça muito, tromba com móveis, assiste TV e usa tablets e smartphones muito de perto e sempre em uma mesma posição é para se preocupar. Na fase escolar, ficar atento se há dificuldades para ler um texto, copiar matéria, seguir linhas ao escrever. Ou se há desinteresse, dispersão para atividades que exigem maior esforço visual. Dores de cabeças e náuseas também podem vir associadas aos comportamentos observados acima. E no primeiro sinal de alerta, agende uma visita ao oftalmologista (se possível, um oftalmopediatra)! Fique alerta! Quando o bom desenvolvimento da visão pode estar em risco na infância? Comportamentos no dia a dia: Não reconhece pessoas, brinquedos e outros objetos a certa distância Tropeça muito ao caminhar Tromba com móveis Segura livros, assiste TV e usa tablets e smartphones muito de perto Alterações visíveis nos olhos: Manchas brancas nos olhos Em atividades que exigem atenção, esfrega com frequência os olhos, mesmo sem estar notadamente cansado Diferença de cor e de tamanho entre os olhos Tem dificuldade para copiar matérias Pálpebras caídas Confundem-se ao ler um texto sem usar o dedo para acompanhar as linhas Lacrimejamento excessivo Olhos que brilham no escuro Desvios permanentes ou intermitentes (estrabismo) Um olho permanece parado enquanto o outro se movimenta Vira ou inclina a cabeça, ou fecha um dos olhos para ver melhor Queixa de dores de cabeça e náuseas Mostra desinteresse, dispersão para atividades que exigem maior esforço visual visão na infância Como uma simples fotografia do bebê pode revelar alterações nos meios oculares Ao nascer, o neném faz o teste do olhinho (reflexo vermelho). Mas, alguns problemas podem surgir mais tarde e com o flash da câmera fotográfica você pode notar alterações nas estruturas internas do olho. Quando a luz do flash atravessa os meios oculares transparentes (córnea, cristalino, humor vítreo) e atinge a retina, o reflexo do olho será vermelho (ou em tons laranja) e redondinho. Isso é bom sinal! No entanto, um reflexo da pupila branco, róseo ou amarelo é motivo de alerta, pois pode ser indicativo de algumas doenças graves: catarata, descolamento de retina, retinopatia da prematuridade, malformação da retina, endoftalmite (infecção intraocular), anomalia vascular da retina e tumor intraocular (retinoblastoma). O ideal é que o reflexo vermelho seja igual nos dois olhos. Na foto, quando apenas um olho aparece vermelho e o outro mais escuro pode também sinalizar que algo não está bem. Mas as fotografias precisam ser tiradas em condições ideais e nada substitui o exame do especialista! COMO FAZER A FOTO? 5 dicas importantes: Posicione-se de frente para a criança; Assegure que ela olhe diretamente para a lente da câmera; Opte por um fundo mal iluminado; Mantenha o dispositivo de redução de olhos vermelhos desligado; Acione o flash. visão na infância Qual a rotina ideal de exames oftalmológicos? Ao nascerem, os bebês são examinados geralmente por médicos neonatologistas. Os pais raramente recebem a recomendação de levar seus filhos ao oftalmologista para realizar um exame completo de visão antes dos seis meses de idade. Mas há um porém! Prematuros requerem atenção especial. Quando admitidos em unidades de tratamentos intensivos ao nascimento, eles têm maior risco de desenvolver do-enças oculares que podem levar à cegueira ou à baixa visão como: retinopatia da prematuridade, erros refrativos (grau), estrabismo e comprometimento do sistema nervoso central. No caso de prematuros, o primeiro exame deve ser feito entre quatro e seis semanas de vida pelo especialista. Após este exame, serão decididos a frequencia das reavaliações e como será o acompanhamento durante todo o primeiro ano de vida. Se tudo estiver bem, até os dois anos, a partir do 6º. mês as consultas devem ser semestrais. E após essa idade, anuais. A periodicidade pode mudar conforme recomendações do oftalmologista nas consultas periódicas, que avaliará riscos relacionados ao histórico gestacional, predisposições genéticas e outros fatores observados. visão na infância Crédito de Imagens Capa: rosto-bebe, por Pixabay; Pág. 01: olho-pretoe-branco, por Crissy Pauley, Free Images; Pág. 02: exame-de-vista, por Maria Amélia Franco, Visão na Infância; Pág. 03: lego-braille-bricks, por Dorina Nowill Foundation/Lew’Lara\TBWA; Pág. 04: menino-olhos-fechados, por Stockvault, Freepik; Pág. 05: menina-estimulacao-visual, por Suellen Polati, Visão na Infância; Pág. 06: olhar, por Freemagebank Pág. 07: anatomia-ocular, por Marcelo Bittencourt, Visão na Infância; Pág. 08: interação-retinacerebro, por Marcelo Bittencourt, Visão na Infância; Pág. 09: closebebe, por Anna Brett, Freepik; Pág. 10: bebe-brincando, por Patrick Jayne e Thomas; Pág. 11: close-rosto-bebe, por Rasmus Svinding, Pexels; Pág. 12: como-bebe-enxerga, por LaserMom; Pág. 13: painel-fotos-estimulacao-bebe, por Tempo Junto; banho-bebe, arquivo pessoal, Visão na Infância; Pág. 14: mobile-espiralcontraste-bebe-conforto, por Aliexpress; bebe-brincando-comdiferentes-tipos-de-bolas, por Tempo Junto; Pág.15: espacoestimulacao- bebe, por The Imagination Tree; engatinhando-comobstaculos, por Playing and learning begins at home; Pág. 16: bebecom-bola, por Pixabay; Pág. 17: bebe-bricando-mae, por Nenetus, Free Digital Photos; criança-correndo-e-caindo, por Jamie Campbell; menina-escrevendo, por Woodley Wonder Works; menino-lendo-livro, por Jose A. Warletta, FreeImages; Pág. 18: bebe-estrabismo, por Mjtmail-Tiggy; Pág. 19: criançaretinoblastoma, por kinderaugenkrebsstiftung-de; olho-semreflexo-vermelho, por Chect; olho-com-reflexo-branco, por Chect; Pág. 20: cover-test, por Maria Amélia Franco, Visão na Infância; Pág. 21: olho-camera, por FreePik; Pág. 22: pilha-de-livros-oculos, por Freepik. visão na infância Referências Bear, Mark F.; Connors Barry W.; Paradiso, Michael A. “Neurociências. Desvendando o Sistema Nervoso”. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. Bicas, Harley E. A. “Oculomotricidade e seus fundamentos”. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/abo/v66n5/18162.pdf>. Acesso em: 14/03/2016. Bortoletto-Dunker, Ana Cristina; Lordelo, Eulina da Rocha. “Um novo bebê: interpretações sobre competências”. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141498931993000100003>. Acesso em 14/03/2016. Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). “As condições da Saúde Ocular no Brasil – 2015”. Disponível em <http://www.cbo.net.br/novo/publicacoes/Condicoes_saude_oc ular_IV.pdf>. Acesso em 14/03/2016. De Lamare, Rinaldo. "A vida do bebê". 43 ed. Rio de Janeiro: Agir, 2014. Tortora, Gerald J.; Derrickson, Bryan. “Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia”. 8 ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. Yamane, Riuitiro. “Semiologia Ocular”. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2009. http://www.aapos.org. Acesso em: 14/03/2016. http://www.oftalmopediatria.com.br. Acesso em: 14/03/2016. http://www.reviewofophthalmology.com. Acesso em: 14/03/2016. http://www.tempojunto.com/2014/05/11/atividades-para-bebesde-0-a-6-meses. Acesso em: 14/03/2016. http://theimaginationtree.com/2012/06/baby-play-ideas-andactivities-6-18.html. Acesso em: 14/03/2016. visão na infância visaonainfancia.com