Desenvolvimento visual: como os bebês

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10 formas de estimular a visão enquanto brinca
17 sinais de problemas de visão que você pode
reconhecer em casa
5 dicas para tirar foto e ver se há alterações
oculares através da imagem
DESENVOLVIMENTO VISUAL
Como os bebês enxergam, quais brincadeiras
estimulam a visão e quando os pais devem se
preocupar.
Expediente
Este eBook “Desenvolvimento visual: como os
bebês enxergam, quais brincadeiras estimulam a visão e quando os pais devem se
preocupar” é uma publicação gratuita,
disponível para download aos leitores do blog
Visão na Infância.
Autores: Maria Amélia Franco e Suellen Polati
Revisão: Dra. Cláudia Cabral Dettmer,
médica oftalmologista (CRM/PR 15427)
Especialista em Oftalmopediatria, é formada
Sumário
pela Faculdade Evangélica de Medicina do
Paraná com residência em Pediatria no
Hospital Infantil Pequeno Príncipe; residência
Visão na Infância: do que estamos falando?................03
em Oftalmologia no Hospital Universitário
Porque o conhecimento pode transformar vidas...... .04
Evangélico de Curitiba e especializa-ção em
Oftalmopediatria e Estrabismo no Hospital de
Não são os olhos, é o cérebro que vê........................06
Olhos do Paraná e no Hospital de Clínicas
Fisiologia da visão..............................................07
UFPR.
Projeto e diagramação: Maria Amélia Franco
Data de publicação: Agosto/2016
Contato: [email protected]
Esta obra está protegida por direito autoral,
nos termos da Lei nº.9.9610/98, independentemente de registro. A reprodução de seu conteúdo, mesmo que parcial, deve citar
devidamente a obra como referência, sob
“O meu filho enxerga bem?”..................................09
A visão desde o primeiro olhar.............................10
10 formas de estimular a visão enquanto brinca..........13
17 sinais de problemas de visão que você pode reconhecer em casa......................................................17
Como uma simples fotografia do bebê pode revelar alterações nos meios oculares....................................19
risco de caracterizar-se plágio
Qual a rotina ideal de exames oftalmológicos?............20
Adoraremos que compartilhe este eBook com
Crédito de Imagens............................................ 21
seus familiares e amigos! Clique aqui para
enviar.
Referências..................................................... 22
Visão na Infância: do que estamos falando?
1,4 milhão de crianças cegas no mundo. Isso
mesmo! A grande maioria na Ásia e na África.
Estatísticas... ou histórias?
Mas o que mais impressiona é que metade
desses casos poderiam ser evitados - prevenidos ou tratados precocemente. É o que
estimam dados da Organização Mundial da
Saúde (OMS) e da Agência Internacional para a
Prevenção da Cegueira (IAPB).
Bebês não nascem com manuais e diante de
tantas mudanças na infância, nem sempre você
é orientado sobre como proceder com as
rotinas de exames oftalmológicos, como
estimular a visão e estar atento a qualquer
sinal de problema.
50% é muita coisa! Portanto, sim, em alguns
casos é possível prevenir. Sim, caso seja
inevitável, é possível desenvolver a visão ruim,
usar recursos que facilitem o dia a dia e fazer
coisas incríveis. E sim, é preciso perseverar,
mas vale a pena cada esforço!
A ambliopia (olho preguiçoso), a privação de
imagem na retina (catarata, glaucoma, retinopatia) e o estrabismo, que prejudicam o desenvolvimento da visão no cérebro, são as principais causas de cegueira mundial.
É nessa porcentagem que se concentra a
missão do Visão na Infância: um projeto de
informação online sobre a saúde ocular para
conscientizar como prevenir a deficiência
visual desde a gestação e auxiliar como
melhorar as funções visuais das crianças com
baixa visão.
Neste momento você nem precisa entender
a fundo o que são essas doenças. Mas com esta
publicação você vai saber mais sobre como se
desenvolve a visão em cada fase no primeiro
ano de vida e reconhecer quando algo não vai
bem e requer uma visita antecipada ao
oftalmologista.
Tudo isso, porque com saúde a gente não
brinca. E precisa se informar!
Olha que interessante essa análise do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, na publicação
Condições de Saúde Ocular no Brasil 2015. Ele destaca o tempo de vida de uma criança na condição
de cega: “se multiplicarmos o número de crianças pela sua expectativa de vida, chegaremos a uma
estimativa de 75 milhões de anos-cego, um número menor apenas do que o número de anos-cego da
catarata em idosos”.
Os números ajudam a dar uma ideia do cenário.
Porém, esses números são insignificantes quando falamos de pessoas, quando falamos das vidas que
são transformadas. Pense, por trás de cada número há uma história!
O Visão na Infância quer ajudar a mudar as estatísticas. Para melhor! Quer ajudar você a escrever
a sua história.
Porque o conhecimento pode transformar vidas
Confie! O site e os materiais informativos disponibilizados para você integram conteúdo teórico e
prático de forma clara e acessível, a partir de um trabalho consistente de entrevistas, pesquisa e
curadoria.
As informações e orientações apresentadas no Visão na Infância seguem as recomendações
Ÿ do Conselho Brasileiro de Oftalmologia,
Ÿ da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica e de médicos especialistas associados,
Ÿ da Associação Americana de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo
Ÿ da Organização Mundial de Saúde e
Ÿ das Diretrizes de atenção à saúde ocular na infância: detecção e intervenção precoce para a
prevenção de deficiências visuais, publicadas pelo Ministério da Saúde.
Além disso, o blog conta com as experiências
das autoras e convidados. A comunicadora Maria
Amélia Franco é amblíope e mãe da Cecília - que
nos primeiros anos de vida desenvolveu a visão
deficiente com um trabalho contínuo de
estimulação visual. A pedagoga Suellen Polati é
especialista em educação especial, profissão que
escolheu como um chamado para ajudar no
desenvolvimento visual de crianças com baixa
visão, hoje sua vocação.
Coincidência? Destino? Intervenção divina? É
incrível quando vidas se cruzam por um propósito
e isso é gratificante. Assim foi com a nossa vida no
início deste trabalho. Assim também é o desejo
que seja este encontro com você: incrível,
inspirador e gratificante.
Boa leitura!
visão na infância
Não são os olhos, é o cérebro que vê
Luz é o que os olhos “veem”. Mas... como assim?
Isso mesmo! O cérebro interpreta o que é captado pelos
olhos, que através de seus receptores transformam
estímulos luminosos em imagem, resultando em um
conjunto de percepções visuais como cores, formas,
margens, texturas, sombras, contraste, até dimensão,
distância e velocidade.
Para explicar em algumas palavras como o ser humano
enxerga não há uma única referência, mas é imprescindível
recorrer aos estudos da anatomia humana.
Para desvendar a fisiologia da visão binocular (nos dois olhos)
saudável, aqui vamos abordar apenas os principais componentes
do sistema visual.
Fisiologia da visão
A córnea e a esclera são tecidos de proteção que compõem a camada externa do globo ocular.
Entre a córnea e a lente do cristalino está a íris, com padrões de pigmentação próprios que resultam
em cores de olhos únicas como uma marca de identidade pessoal. No seu centro está a pupila, uma
abertura circular conhecida como a menina dos olhos.
Por meio de fibras musculares existentes na íris é possível dilatar ou contrair a pupila controlando
a entrada de luz. Ela aumenta quando há pouca luminosidade no ambiente e diminui quando há
muita luz.
Portanto, na parte frontal externa do olho está a córnea transparente cobrindo a íris e a pupila. A
esclera, conhecida como “branco do olho”, envolve o restante do órgão.
Atrás da íris o cristalino constitui-se de uma lente gelatinosa,
biconvexa e convergente. Graças à sua elasticidade e a um
sistema de fibras, que o conecta
ao músculo ciliar, é capaz de
mudar a sua curvatura e focalizar objetos a diferentes distâncias. Esse processo é chamado de
acomodação.
Para focalizar um elemento
próximo, por exemplo, o músculo ciliar se contrai promovendo um deslocamento da coroide
e do corpo ciliar na direção da
região anterior do olho. Essa
tensão exercida é relaxada e,
então, o cristalino fica mais espesso, enquanto a pupila contrai
e contribui para dar foco ao que
está sendo visto.
Assim, a luz converge para dentro do olho através da córnea e
do cristalino, meios transparentes que juntos dirigem os raios
luminosos para a retina.
A retina é um tecido nervoso formado por um conjunto de
células que transformam a luz em estímulos elétricos (imagine
como pixels que formam a imagem invertida na retina).
Os raios luminosos são convertidos em impulsos nervosos por
células especializadas chamadas fotorreceptores do tipo
bastonetes e cones. Os bastonetes permitem a visão em
ambientes com baixa intensidade luminosa, em tons de cinza;
os cones tornam possível ver com nitidez e em cores.
A imagem enxergada é resultado da interação retinacérebro. Os estímulos nervosos gerados na retina são
transmitidos a partir do nervo óptico para o córtex cerebral,
onde são unidas as informações de ambos os olhos e é finalizado
o processamento da visão.
Além disso, é interessante comentar que todo
esse processo integra ainda operações cerebrais
de sentidos como o tato e a audição, que agregam dados espaciais, de forma e movimento.
A grande maravilha de enxergar com o
cérebro é que ele torna as pessoas capazes de
“aprender a ver”.
Isto é o que nos encanta no Visão na Infância:
a plasticidade cerebral e as possibilidades que
oferece para a habilitação/reabilitação visual!
“O meu filho enxerga bem? Como ele vê?”
Curiosidade? Preocupação? Essa dúvida ora é curiosidade, quando queremos
entender a magia da criação e como os bebês “funcionam”. Ora é preocupação
com os estímulos, com a aprendizagem e se tudo está de fato indo bem.
Claro que o bom desenvolvimento visual depende de estruturas oculares
normais, da anatomia cerebral preservada e de estímulos visuais adequados.
Mas como saber? Calma, tem muita informação pela frente!
Para começar, que tal entender como o sistema visual se desenvolve a partir do
nascimento? Nos primeiros doze meses de vida a evolução é incrível!
A visão desde o primeiro olhar
É ao final do 1º. trimestre da gestação que as principais estruturas oculares estão formadas.
Porém, o processo de desenvolvimento da visão se inicia somente quando o recém-nascido
abre os olhos pela primeira vez e recebe a luz na retina.
Nesse momento, o neném saudável já percebe a luz, o movimento e as formas ao seu redor,
mas a visão é ainda borrada, sem foco ou diferenciação de cores.
No primeiro mês, ele move os olhos na linha horizontal através de movimentos sacádicos,
que são como pequenos saltos do olhar.
Os reflexos de fixação e os movimentos de perseguição, em sentido horizontal, vertical ou
circular, se desenvolvem a partir do segundo mês (enquanto permanecem os movimentos
sacádicos).
Com três meses, os bebês são atraídos por objetos brilhantes, em cores vibrantes e que
gerem forte contraste ou pessoas até 20-25 cm de distância, gostam muito de rostos e
pessoas.
Pequenos exploradores
Ao rolar, observar e tocar materiais de diferentes
A vida em cores
formas, cores e texturas, a partir dos quatro meses
Ao nascer, tem uma parte central da
retina que ainda não está completamente
formada, responsável pela diferenciação
das cores e dos detalhes: a mácula. Ela
termina de se desenvolver próximo ao
quarto mês de vida.
Ao passo que as cores começam a ser
percebidas, por volta dos três meses, a
criança se mostra mais interessada em
explorar o ambiente ao seu redor.
As primeiras cores que começa a distinguir são o vermelho, laranja e amarelo.
Depois o verde e, por fim, os tons de azul e
violeta.
passa a exercitar a coordenação visomotora: um
importante avanço no desenvolvimento neuromotor.
A habilidade de sincronizar os olhos com as mãos
para executar uma tarefa é primordial para a
independência da criança e todo o processo de
aprendizado que há por vir.
Entre quatro e cinco meses começa a revelar
percepção de profundidade, quando mostra noções
de que um objeto está mais distante ou próximo que
outro.
Ao sexto mês de vida já apresenta boa acuidade
visual. Não é igual a de um adulto, mas distingue
contorno, cores e detalhes! Além disso, a coordenação binocular e a capacidade de vergência dos olhos
(para realizar movimentos de convergência e
divergência) estão bem desenvolvidos, proporcionando ao
pequeno uma visão tridimensional.
É também com essa idade que a cor dos olhos começa a
se definir, alcançando a coloração definitiva entre um e
três anos de vida, de acordo com a concentração de
pigmentos na íris. É comum que as crianças de pele mais
clara tardem mais a definir a cor de seus olhos.
A partir do 6º. mês as funções visuais estão mais
maduras e os olhinhos devem trabalhar juntos como um
time para que haja uma fusão perfeita das imagens que
cada olho envia para o cérebro e a criança possa ver bem.
Ambos os olhos devem sincronizar seus movimentos ao
seguir um estímulo em qualquer direção.
O sentido da visão é um importante aliado ao desenvolvimento motor e
cognitivo. Até completar os doze meses há uma grande evolução na coordenação
da visão com o movimento do corpo da criança. Com um ano, olhos, mãos e corpo
trabalham em sintonia atrás de estímulos diversos e ela já é capaz de detectar objetos menores,
de discriminar bem distâncias e de perceber e
desviar-se de obstáculos. Para isso, muda o foco
entre perto e longe com mais rapidez e precisão.
A cada dia sua consciência espacial e dimensional está mais apurada!
É assim que os bebês enxergam as coisas:
10 formas de estimular a visão enquanto brinca
Fique de olho! O que esperar em cada fase
e como estimular a criança até 1 ano.
No 1º. mês – a criança percebe a luz, fixa brevemente o olhar e reage ao movimento de
pessoas. Note se ela movimenta a cabeça em direção à claridade de janelas e lâmpadas.
Dica 1: experimente ficar em um ambiente com baixa luminosidade e acender um abajur
para ver como ela reage ao estímulo luminoso (deve sentir-se um pouco incomodada e fechar
os olhos por um momento).
Nesta fase também revela interesse por fisionomias
humanas.
Dica 2:
pessoas que movimentam levemente seus
rostos em frente à linha dos olhos do bebê devem
agradar! E fazer um painel com fotos grandes de amigos e
familiares (pais, avôs, irmãos, tios, primos) ao lado do
trocador pode ser interessante e ela vai se acostumando
com as pessoas do seu relacionamento. Mas imagens de
quaisquer faces estão valendo: artistas, modelos,
filósofos... o que inspirar.
Entre o 2º e o 3º meses - com dois meses, já é possível observar ela
fixar o olhar.
Dica 3: aproveite momentos como o banho e as trocas, em que
a criança está a um alcance de 20-25cm de você, para fazer
carinho, conversar, aproximar seu rosto do dela e receber
“aquela troca de olhar” e ver seus olhos fixos e atentos aos seus.
Com três meses, seus olhos acompanham o movimento de objetos em alto contraste que se
movem lentamente.
Dica 4: a uma distância de 15 a 20cm mova de um lado para o
outro e de cima para baixo brinquedos que brilhem (com luzes
que se acendem, espelhos, mas sem som). Objetos que
tenham desenhos em preto, branco e vermelho e em cores
vibrantes também são ótimos. Opte pelas cores primárias e
desenhos ricos em formas e padrões em alto contraste.
Os móbiles são ideais a partir desta fase!
Entre o 3º e o 6º meses – o bebê passa a observar atentamente as próprias mãos e as
movimenta diante dos seus olhos. Com melhor acuidade, distingue os pais de pessoas estranhas e
reage aos seus reflexos no espelho. Ao longo dos meses aprende a sentar, rolar e vira a cabeça em
qualquer direção.
Note se ele explora o ambiente visualmente, localiza pessoas e objetos no espaço e busca-os
ativamente.
Dica 5: você pode mostrar um brinquedo de seu interesse por alguns segundos e afastar
devagar até que saia do campo visual da criança, mas ainda esteja próximo. Ela vai tentar
achar e agarrar o brinquedo com suas mãozinhas para examiná-lo.
Perceba, por fim, que com o tempo o olhar começa a
acompanhar objetos que caem no chão e rolam.
Dica 6: brincar de rolar uma bola colorida a uma
distância de dois palmos entre você e o bebê
pode ser divertido!
Entre o 6º. e 12º. meses –toda oportunidade da criança explorar um espaço em segurança, de
examinar objetos de diferentes formatos, texturas e cores e de incitá-la a começar a
engatinhar e posteriormente andar e transpor obstáculos é saudável à continuidade do
desenvolvimento do seu córtex visual.
Dica 7: deixe-a sobre um tapete em um espaço com espelho, caixas
com objetos e brinquedos. Vale peças coloridas de encaixe (com
formas geométricas), figuras de animais, utensílios culinários, fitas e
panos, bolas, cubos, argolas, livros táteis etc. Escolha materiais
diversificados: plástico, metal, madeira, silicone, tecidos...
Ela deve ter curiosidade de tirar os objetos da caixa, agarrar, olhar,
levar à boca e ver o que acontece. Converse, explique o que é, veja
como ela brinca e sugira formas de brincar também. Logo ela vai
imitar!
Dica 8: que tal encher recipientes e esvaziá-los, como colocar bolas
coloridas (bolinha pula-pula) em garrafas de boca larga? Ou colocar
peças coloridas em recipientes plásticos e transpô-las a outro ao
final.
Assim que o bebê está apto para engatinhar, a brincadeira ganha nova
dinâmica.
Dica 9: espalhe apenas alguns objetos em seu campo de visão em
distâncias diferentes para estimular acomodação visual. Empurre
carrinhos, role bola, garrafas ou cilindros para ele seguir e tentar
parar.
E o desafie!
Dica 10: feche um corredor e ao final mostre um brinquedo de sua
preferência; ao longo do caminho deixe obstáculos para ele transpor.
Se for um objeto interessante, ele deverá parar e examinar, se for um
pufe, deve tentar desviar e seguir adiante até o fim do corredor.
visão na infância
E lembre-se!
Cada criança é única e tem seu próprio
ritmo. Algumas podem apresentar os sinais
de desenvolvimento visual indicados mais
ou menos rápido que outras. O mais
importante é que você perceba que
existe uma evolução da resposta visual ao
longo do tempo.
Se tudo estiver indo bem, aos seis meses
agende uma consulta com o oftalmologista, de preferência um oftalmopediatra.
Com as suas observações e os exames de
rotina o médico poderá avaliar com qualidade funções como a adaptação à luminosidade, a acuidade visual, a percepção de
cores e de contraste, os movimentos e o
alinhamento oculares, o campo visual e a
visão de profundidade.
17
sinais de problemas de visão que
você pode reconhecer em casa
Como você pode ver, é no primeiro ano de vida que o sistema ocular
de uma criança saudável se desenvolve mais fortemente, evoluindo até
que entre 5 e 7 anos de idade a visão seja completa, atingindo a
maturidade por volta dos dez anos.
Reconhecer o quanto antes qualquer sinal de dificuldade de enxergar
é o ideal. Diagnósticos tardios podem afetar criticamente o desenvolvimento cognitivo, social e motor e a resposta ao tratamento é
mais complexa.
Mas os pais e responsáveis não devem estar sozinhos nessa missão. A
visita periódica ao pediatra e ao oftalmologista, informando sempre os
comportamentos observados é o melhor caminho para a prevenção.
Em casa é possível notar alterações grosseiras nos olhos como
manchas brancas, diferença de cor e de tamanho entre os olhos,
pálpebras caídas, lacrimejamento excessivo, olhos que brilham no
escuro e desvios (estrabismo).
Atenção para situações corriqueiras
que podem passar despercebidas e que
muitas vezes podem parecer engraçadas.
Se a criança não reconhece pessoas,
brinquedos e outros objetos, tropeça
muito, tromba com móveis, assiste TV e
usa tablets e smartphones muito de perto
e sempre em uma mesma posição é para
se preocupar.
Na fase escolar, ficar atento se há dificuldades para ler um
texto, copiar matéria, seguir linhas ao escrever. Ou se há desinteresse,
dispersão para atividades que exigem maior esforço visual. Dores de
cabeças e náuseas também podem vir associadas aos comportamentos
observados acima. E no primeiro sinal de alerta, agende uma visita ao
oftalmologista (se possível, um oftalmopediatra)!
Fique alerta! Quando o
bom desenvolvimento da
visão pode estar em risco
na infância?
Comportamentos no dia a dia:
Não reconhece pessoas, brinquedos e outros
objetos a certa distância
Tropeça muito ao caminhar
Tromba com móveis
Segura livros, assiste TV e usa tablets e smartphones muito de perto
Alterações visíveis nos olhos:
Manchas brancas nos olhos
Em atividades que exigem atenção, esfrega com
frequência os olhos, mesmo sem estar
notadamente cansado
Diferença de cor e de tamanho
entre os olhos
Tem dificuldade para copiar matérias
Pálpebras caídas
Confundem-se ao ler um texto sem usar o dedo
para acompanhar as linhas
Lacrimejamento excessivo
Olhos que brilham no escuro
Desvios permanentes ou intermitentes (estrabismo)
Um olho permanece parado enquanto o outro se movimenta
Vira ou inclina a cabeça, ou fecha um dos olhos
para ver melhor
Queixa de dores de cabeça e náuseas
Mostra desinteresse, dispersão para atividades
que exigem maior esforço visual
visão na infância
Como uma simples fotografia do bebê
pode revelar alterações nos meios oculares
Ao nascer, o neném faz o teste do olhinho (reflexo vermelho). Mas, alguns problemas podem surgir mais
tarde e com o flash da câmera fotográfica você pode notar alterações nas estruturas internas do olho.
Quando a luz do flash atravessa os meios oculares transparentes (córnea, cristalino, humor vítreo) e atinge a
retina, o reflexo do olho será vermelho (ou em tons laranja) e redondinho. Isso é bom sinal!
No entanto, um reflexo da pupila branco, róseo ou amarelo é motivo de
alerta, pois pode ser indicativo de algumas doenças graves: catarata, descolamento de retina, retinopatia da prematuridade, malformação da retina,
endoftalmite (infecção intraocular), anomalia vascular da retina e tumor
intraocular (retinoblastoma).
O ideal é que o reflexo vermelho seja igual nos dois olhos. Na foto,
quando apenas um olho aparece vermelho e o outro mais escuro pode também
sinalizar que algo não está bem.
Mas as fotografias precisam ser tiradas em condições ideais e nada substitui o exame do especialista!
COMO FAZER A FOTO?
5 dicas importantes:
Posicione-se de frente para a criança;
Assegure que ela olhe diretamente para a lente da câmera;
Opte por um fundo mal iluminado;
Mantenha o dispositivo de redução de olhos vermelhos desligado;
Acione o flash.
visão na infância
Qual a rotina ideal de exames oftalmológicos?
Ao nascerem, os bebês são examinados geralmente por médicos neonatologistas. Os pais raramente recebem a recomendação de levar seus filhos ao
oftalmologista para realizar um exame completo de visão antes dos seis meses de idade.
Mas há um porém! Prematuros requerem atenção especial. Quando admitidos em
unidades de tratamentos intensivos ao nascimento, eles têm maior risco de desenvolver
do-enças oculares que podem levar à cegueira ou à baixa visão como: retinopatia da
prematuridade, erros refrativos (grau), estrabismo e comprometimento do sistema
nervoso central.
No caso de prematuros, o primeiro exame deve ser feito entre quatro e seis semanas de
vida pelo especialista. Após este exame, serão decididos a frequencia das reavaliações e
como será o acompanhamento durante todo o primeiro ano de vida.
Se tudo estiver bem, até os dois anos, a partir do 6º. mês as consultas devem ser
semestrais. E após essa idade, anuais. A periodicidade pode mudar conforme recomendações do oftalmologista nas consultas periódicas, que avaliará riscos relacionados ao
histórico gestacional, predisposições genéticas e outros fatores observados.
visão na infância
Crédito de Imagens
Capa: rosto-bebe, por Pixabay; Pág. 01: olho-pretoe-branco, por Crissy Pauley, Free Images; Pág. 02:
exame-de-vista, por Maria Amélia Franco, Visão na
Infância; Pág. 03: lego-braille-bricks, por Dorina
Nowill Foundation/Lew’Lara\TBWA; Pág. 04:
menino-olhos-fechados, por Stockvault, Freepik;
Pág. 05: menina-estimulacao-visual, por Suellen
Polati, Visão na Infância; Pág. 06: olhar, por
Freemagebank Pág. 07: anatomia-ocular, por Marcelo
Bittencourt, Visão na Infância; Pág. 08: interação-retinacerebro, por Marcelo Bittencourt, Visão na Infância; Pág. 09: closebebe, por Anna Brett, Freepik; Pág. 10: bebe-brincando, por Patrick
Jayne e Thomas; Pág. 11: close-rosto-bebe, por Rasmus Svinding,
Pexels; Pág. 12: como-bebe-enxerga, por LaserMom; Pág. 13:
painel-fotos-estimulacao-bebe, por Tempo Junto; banho-bebe,
arquivo pessoal, Visão na Infância; Pág. 14: mobile-espiralcontraste-bebe-conforto, por Aliexpress; bebe-brincando-comdiferentes-tipos-de-bolas, por Tempo Junto; Pág.15: espacoestimulacao- bebe, por The Imagination Tree; engatinhando-comobstaculos, por Playing and learning begins at home; Pág. 16: bebecom-bola, por Pixabay; Pág. 17: bebe-bricando-mae, por Nenetus,
Free Digital Photos; criança-correndo-e-caindo, por Jamie
Campbell; menina-escrevendo, por Woodley Wonder Works;
menino-lendo-livro, por Jose A. Warletta, FreeImages; Pág. 18:
bebe-estrabismo, por Mjtmail-Tiggy; Pág. 19: criançaretinoblastoma, por kinderaugenkrebsstiftung-de; olho-semreflexo-vermelho, por Chect; olho-com-reflexo-branco, por Chect;
Pág. 20: cover-test, por Maria Amélia Franco, Visão na Infância; Pág.
21: olho-camera, por FreePik; Pág. 22: pilha-de-livros-oculos, por
Freepik.
visão na infância
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visão na infância
visaonainfancia.com
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