O Papel do Gestor no Gerenciamento de Projetos Sociais no Terceiro Setor: Perspectivas da gestão social na educação para a Responsabilidade socioambiental Resumo O objetivo deste trabalho é apresentar a análise e os resultados do projeto “Prevenção: Seja diferente! Drogas Não”, desenvolvido na Casa da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis, bem como, o papel do gestor de pessoas no gerenciamento de projeto social para a promoção da Responsabilidade Socioambiental. Nesse sentido, entende-se que para a gestão eficaz no cenário organizacional contemporâneo, o profissional da gestão social precisa trabalhar em linha de staff conjuntamente com as áreas e setores da empresa, por meio de um plano organizacional que envolva as variáveis administrativas de planejamento, organização, direção e controle para a elaboração do planejamento: estratégico – a longo prazo, tático – médio prazo e operacional - a curto prazo, organizados com planos de ações específicos para cada atividade da empresa. A partir da identidade do ramo de atividade da instituição, o gestor social tem a missão de oferecer condições para elaboração de ferramenta e instrumentais a fim de executar uma gestão de qualidade que traga resultados significativos de acordo com os objetivos da empresa, viabilizando o comprometimento ético e responsável com a sociedade e o meio ambiente. Diante do exposto, o problema que este estudo buscou responder foi: quais as possibilidades de atuação do Gestor no gerenciamento de projetos sociais no Terceiro Setor? Em busca dessa resposta foi realizado um estudo de caso e o diagnóstico da pesquisa qualitativa sobre a gestão de projetos sociais, demonstrou a escassez de profissionais com formação superior atuando no Terceiro Setor em Uberlândia. Por outro lado, descobriu-se um vasto campo em ascensão, em que o gestor social pode atuar e construir uma carreira profissional por possuir domínio técnico e teórico das ferramentas de gerenciamento de projetos utilizados em projetos sociais. Palavras – chave: Gestão educacional. Gestor social. Responsabilidade socioambiental. The Role of the Manager of Social Project Management in the Third Sector: Perspectives of social management in education for environmental responsibility Abstract The objective of this paper is to present the analysis and results of the "Project Prevention: Be different! No Drugs ", developed in the House of Child and Adolescent Cristina Cavanis as well as the role of managing people managing social project for the promotion of social and environmental responsibility. In this sense, it is understood that for effective management in contemporary organizational setting, the professional social management staff need to work in conjunction with line areas and sectors of the company through an organizational plan that involves administrative planning variables, organization, direction and control for the preparation of planning: strategic - long-term, tactical - medium term and operational - in the short term, organized with specific activity for each company stock plans. From the identity of the branch of activity of the institution, the manager has a social mission to provide conditions for the development of tools and instruments in order to implement quality management to bring significant results according to the company's goals, enabling the ethical commitment and responsible to society and the environment. Given the above, the problem that this study sought to answer was: what are the possibilities of acting Manager in the management of social projects in the Third Sector? In search of that answer a case study and diagnosis of qualitative research on the social project management was carried out demonstrated the shortage of graduate professionals working in the Third Sector in Uberlândia. Moreover, it turned out a vast field on the rise in the social manager can act and build a career by owning technical and theoretical field of project management tools used in social projects. Keywords: Education Management. Social manager. Environmental responsibility. 1. Introdução A finalidade deste trabalho é analisar o projeto “Prevenção: Seja diferente! Drogas Não”1, desenvolvido na Casa da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis, bem como, o papel do gestor de pessoas no gerenciamento de projeto social para a promoção da Responsabilidade Socioambiental. Diante disso, o problema de pesquisa que norteou este estudo foi saber: quais as possibilidades de atuação do Gestor social na gestão de projetos sociais no Terceiro Setor? Para responder tal indagação, fez-se necessário pensar a importância do profissional de Recursos Humanos que tem se esmerado e conquistado seu espaço no mercado de trabalho cada vez mais fragmentado, competitivo e exigente. A demanda por profissionais tem aumentado, já que as empresas procuram cada dia oferecer melhores condições de trabalho aliado a benefícios para atrair e reter talentos. A partir desta perspectiva, o gestor de talentos humanos se tornou ainda mais importante para as empresas que a cada dia, encontra escassez de profissionais de qualidade e comprometidos com os interesses, valores, missão e visão da organização. Para uma gestão eficaz neste novo cenário organizacional, o profissional de Recursos Humanos precisa propor um trabalho conjunto que pense a organização dentro de um plano e envolva desde as variáveis administrativas até um planejamento: estratégico – a longo prazo, tático – médio prazo e operacional a curto prazo. Dentro da proposta da empresa, o gestor de Recursos Humanos precisa oferecer ferramenta e instrumentais para que em uma linha de staff2 junto aos líderes possam executar uma gestão de qualidade que traga resultados significativos e para a organização. A partir desta concepção de Gestor de Recursos Humanos, este trabalho monográfico analisou a atuação deste profissional no Terceiro Setor. Todas as entidades, associações, ONGs são possíveis espaços de atuação para o gestor de Recursos Humanos que tem domínio técnico e teórico das ferramentas de gestão. No modelo de gestão das empresas privadas o Terceiro Setor tem aos poucos intentado implementar uma gestão administrativa mais profissionalizada, pois até então, o Terceiro Setor era visto como instituições promotoras de “caridade” e não como empresa que tem fim último a Responsabilidade Socioambiental em vários campos de atuação. Assim, o crescimento do Terceiro Setor surge mais um campo de atuação para de Recursos Humanos, seja como gestor de pessoas ou gestor de projetos sociais. No que se refere a gestão de projetos sociais, esta pesquisa encontrou dificuldades pelo número muito reduzido de profissionais de Recursos Humanos exercendo esta função em Uberlândia. 1 O projeto “Prevenção: Seja diferente! Drogas Não” é um projeto de promoção de Responsabilidade Socioambiental desenvolvida pela ONG Casa da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis, que tem como objetivo educar e promover para uma reflexão ampla sobre os malefícios causados pelas drogas, para crianças e adolescentes, oferecendo-lhes condições para formação da consciência, autonomia e responsabilidade, bem como incentivar a desenvolver hábitos saudáveis no seu quotidiano. Este projeto é gerenciado por uma psicóloga que tem mais de 14 anos de gestão de Recursos Humanos. 2 Staff: é o conjunto de pessoas que fazem parte de um determinado grupo de trabalho ou que trabalham em conjunto.( GOLDSTEIN, 2010, P.36) Das 300 instituições sociais, existem apenas um profissional formado em Gestão de Recursos Humanos atuando como gestor de projetos, mas a pesquisa com este profissional foi inviabilizada e por questões éticas não serão tratadas aqui. Como este campo de atuação ainda é bastante restrito, a pesquisa foi realizada na Casa da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis, onde atua uma psicóloga com mais de 14 anos de experiência em Gestão de Recursos Humanos e gerencia um projeto de grande impacto socioambiental. 2. Prevenção as Drogas: Seja diferente! Drogas Não Dentre os projetos desenvolvidos pela Casa da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis, foi escolhido para ser objeto deste estudo de caso o projeto de “Prevenção as Drogas: Seja diferente! Drogas Não”, uma vez, que o mesmo é gerido por uma profissional (psicologia) com vasta experiência em Recursos Humanos. Apresentação: o projeto Prevenção as Drogas é resultado de uma parceria firmada com a Universidade Federal de Uberlândia, onde são desenvolvidas atividades preventivas com crianças, adolescentes e familiares do bairro Laranjeiras e adjacentes. O mesmo tem como objetivo educar crianças e adolescentes, promovendo uma reflexão ampla sobre os malefícios causados pelas drogas. Oferecendo-lhes condições para formação da consciência, autonomia e responsabilidade, bem como incentivar a desenvolver hábitos saudáveis no seu quotidiano. O projeto de Prevenção as Drogas fez emergir muitas ações criativas a fim de fortalecer a pensamento crítico sobre o assunto. Realizamos atividades no mês de maio, em que o objetivo foi a de tirar as crianças e adolescentes da posição de espectadores para a de orientadores na troca de correspondências preventivas com crianças e adolescentes da mesma idade, de uma sub sede da Associação Antonio e Marcos Cavanis – Casa do Menor Irmãos Cavanis - no Paraná. Cada um de acordo com seu grau de desenvolvimento pôde demonstrar a partir de ilustrações ou textos, sua opinião ou mesmo sua preocupação relativa às drogas. Dois itens apareceram com mais ênfase na visão deles e que foram expressas em suas cartas - a violência gerada pelas drogas, e como uma infância sadia (o brincar, o estudar, a família) pode afastar a criança e o adolescente das drogas. A troca de correspondência, também é uma forma de ampliar a visão de mundo das crianças e adolescentes. Aproximando realidades e trocando experiências. Criança e adolescente da mesma faixa etária farão as respostas às cartas enviadas. A expectativa positiva, pela espera da resposta, também é um fator que influencia até a auto-estima dessas crianças, demonstrando o quanto ela é importante para o outro, que pensou nela com carinho mesmo sem conhecê-la. Percebe-se o quanto é difícil tratar o assunto de prevenção as drogas, especialmente devido o meio em que essas a crianças e adolescentes vivem. Mas sabemos que este é o caminho que realmente pode salvar muitas delas. A união de profissionais e a diversidade de formas de se trabalhar o assunto, cria um clima mais favorável para se falar e tratar o assunto. A Casa da Criança e do Adolescente Cristina Cavanis, realmente adotou o tema como prioridade em sua rotina e o trabalho tem trazido inúmeros benefícios. Isso é muito gratificante e certamente trará ainda mais, bons frutos. Para contribuir com o desenvolvimento das atividades preventivas do projeto de Prevenção as Drogas, contamos com o apoio de profissionais da psicologia, pedagogia, educação física e conselho comunitário de prevenção ao uso indevido de drogas. Cada profissional desenvolveu suas formativas que contou com a capacitação de educadores, palestra para pais e responsáveis, pesquisa quantitativo sobre bem como apresentação cultural das atividades produzida pelos atendidos nas oficinas, na ONG Maria Lobato com mais de 70 crianças e adolescentes e Escola Municipal Valdemar Firmino com mais de 350 alunos da rede municipal de ensino. Este projeto trouxe inúmeros benefícios às crianças, adolescentes, educadores e familiares do bairro Laranjeiras e adjacentes no primeiro semestre de 2013. Esperamos que para o segundo semestre, os benefícios preventivos do projeto possam ser ainda mais abrangentes ao firmar parceria com a Secretaria Municipal Anti – Drogas. Justificativa: o Projeto Prevenção as Drogas surgiu da demanda real e necessidades de nossos atendidos que relatavam que sabiam onde parentes escondiam as drogas, que sentiam o cheiro da substancia sendo consumida dentro de casa, de relatos dramáticos em que a criança contou assustada de acordar no meio da noite em meio a tiroteios e a polícia invadindo sua casa para levar parentes preso por tráfico e comercialização de produtos ilícitos. Foi trabalhado com palestras formativas de ex-usuários que estavam a mais de dez anos “limpos”, onde foram criadas atividades didáticas em que foi possível responder o que as crianças entendiam por drogas. Foram desenvolvidas inúmeras atividades como, concursos de desenho e redações sobre prevenção as drogas, cartazes, painel de relatos. Foi trabalhado com músicas, paródias, teatros, vídeos, filmes e no final foi encerrado com um desfile em repudio as drogas. Foram trabalhadas definições a cerca da temática, drogas lícitas e ilícitas e quais são os benefícios das drogas manipuladas pela indústria farmacêutica e quais são os malefícios do uso indevido de drogas. Como o projeto foi muito produtivo e trouxe bons resultados, gostaríamos de dar continuidade a este trabalho preventivo em parceira com a Universidade Federal, para que mais crianças e adolescentes possam ter acesso as informações preventivas e possam usufruir as praticas educativas que lhes abrem novos horizontes e possibilidades, a partir do artigo 227 da Constituição Federal/88, que diz, É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL, CF/88, Art. 227). No Estatuto da Criança e do Adolescente, art. 4ª, bem como todas as orientações preventivas que promovem a cultura da vida são bases fundamentais para a construção da cidadania e da responsabilidade social. Objetivo Geral: educar e promover para uma reflexão ampla sobre os malefícios causados pelas drogas, para crianças e adolescentes, oferecendo-lhes condições para formação da consciência, autonomia e responsabilidade, bem como incentivar a desenvolver hábitos saudáveis no seu quotidiano. Metodologia: as atividades do projeto são desenvolvidas por palestras formativas com profissionais contratados pelo projeto, atividades didáticas - pedagógicas educativas e atividades manuais. São realizados círculos de atividades pedagógicas, psicológicas, assistência social e expressão corporal que corroborarão para a formação e o desenvolvimento dos atendidos e ajudarão diretamente com a prevenção as drogas. 3. Diagnóstico O objetivo deste estudo é demonstrar e analisar o papel do gestor de Recursos Humanos na gestão de projetos sociais para a promoção da responsabilidade socioambiental. Após pesquisa e levantamento de dados, diagnosticou-se a escassez de profissionais de Recursos Humanos atuando na área, resultado que dificultou a realização deste estudo de caso. A pesquisa foi realizada pelo grupo de estudos Empreendedorismo Social ligado a FAGEN – Faculdade de Administração, Gestão e Negócio da UFU - Universidade Federal de Uberlândia e coordenada pela doutora em administração e estudiosa de empreendedorismo social e gestão de projetos Edileusa Godói de Sousa. Os dados a seguir demonstram o cenário das instituições sociais Uberlândia: Tabela 1: Cenário das instituições sociais de Uberlândia. IDENTIFICAÇÃO NÚMERO DE INSTITUIÇÕES FILANTROPICAS NÚMERO DE GESTORES DE PROJETOS SOCIAIS NÚMERO DE GESTORES DE PROJETOS SOCIAIS COM FORMAÇÃO EM RECURSOS HUMANOS FONTE: FAGEN (2013) RESULTADOS 300 290 01 Os dados acima possibilitaram o diagnóstico de que existe uma grande carência de profissionais de RH atuando na gestão de projetos sociais, mas por outro lado, demonstrou que existe um campo de trabalho aberto que pode e deve ser explorado por estes profissionais. Sendo assim, esta pesquisa direcionou para o estudo de projeto social que é gerido por uma psicóloga com mais de 10 anos de experiência em Gestão de Recursos Humanos em uma empresa de renomada em Uberlândia. 4. Diagnóstico do Projeto Na entrevista com a psicóloga Ivana de Cássia Ribeiro Rosa Camilo, gestora de Recursos Humanos a mais de 14 anos e gestora do projeto “Prevenção: Seja diferente! Drogas Não”, foi apresentado os pontos positivos e a melhorar do projeto referente ao gerenciamento a partir das ferramentas próprias do RH. Na área de RH há várias frentes de trabalho, e para que o gestor possa orientar e acompanhar cada uma , é necessário que estejam organizados em planos, com prazos, responsáveis, metas e indicadores. A análise do impacto de cada ação do RH na empresa deve ser avaliada, pois sendo uma área que não gera resultados diretamente na receita da organização, esta deve demonstrar sua relevância através dos benefícios que traz para os funcionários, para o desenvolvimento da empresa, para a imagem frente a comunidade e para a perenidade da organização no mercado. Estes resultados indiretos, tornam-se cada vez mais valiosos para as empresas, na medida em que esta deseja se diferenciar no mercado, pois uma empresa com maior credibilidade é aquela que zela por todo o contexto que ela impacta, social, econômico, financeiro, ambiental e político. No Projeto Prevenção as Drogas (PAD), percebe-se a necessidade de estabelecer os objetivos gerais do projeto, os objetivos específicos, as frentes de trabalho divididas entre os profissionais habilitados para desenvolver cada uma e os indicadores esperados com a aplicação das metodologias. Neste contexto, o gestor deve ter uma visão ampla sobre as metodologias de gestão de projetos, a fim de que possa, dentre tantas variáveis, promover um alinhamento que leve a todos ao objetivo maior da instituição, manter os atendidos esclarecidos sobre as drogas e seus impactos, bem como empoderá-los da capacidade de se manter longe das drogas. O gestor de projeto normalmente assume esse papel na empresa, quando percebe-se nele alguns diferenciais: - Articulação pessoal (comunicação e relacionamento); - Noções de políticas globais; - Facilidade para promover conhecimento, educar, orientar, oferecer feedback; - Facilidade em expor idéias, acompanhar, medir e apresentar resultados; Atualmente está sendo mais difundido a relevância do papel do gestor de projetos sociais nas empresas, mas ainda muitas organizações ainda inserem essas atividade como complemento a função de algum colaborador que demonstra as habilidades acima citadas, e que não têm essa responsabilidade como prioridade. O cenários já mudou muito de 10 anos para cá, e para melhor e certamente o próximo passo será o reconhecimento dessa função no quadro geral das empresas, como já fazem as grandes organizações nacionais e principalmente multinacionais. O avanço das políticas de sustentabilidade, responsabilidade sócio-ambiental, as certificações e o crescimento global, tem provocado as empresas a se estruturarem melhor diante dessas exigências, para que fiquem preparadas para atender a leis, participar de licitações, vencer concorrências, se destacar no mercado nacional e internacional. O Gestor de Projetos Sociais, deve se preparar melhor no conhecimento de língua estrangeira e relacionamento exterior, pois verá mais ainda esse impacto das políticas internacionais na atuação desse profissional, nos próximos anos. Considera-se que na atualidade, conquistar o engajamento das pessoas a projetos sociais já é bem mais fácil, porém a continuidade ainda é um desafio. A variedade de assuntos que são levantados no dia-a-dia, chega a causar cansaço e confusão sobre o assunto. Acredita-se que a busca por transformar os projetos sociais em programas sustentáveis, que tenham continuidade, baseado em formas simples de comunicação e obtenção dos objetivos esperados, são requisitos favoráveis para que isso seja conquistado. O PAD trabalha em várias frentes, com a participação de diferentes profissionais: Psicólogo, Assistente Social, Educador Físico e Pedagogo. Com essa multidisciplinaridade é possível que a criança vivencie o aprendizado de maneiras diferentes, e isso possibilita que ela se desenvolva no aspecto pessoal, emocional e intelectual. O fortalecimento da estima, um olhar individual sobre suas potencialidades, a interação em grupo, os jogos, tudo isso desperta na criança um interesse por si próprio, a liberdade e o desejo de conquistar mais espaço, ser uma pessoa melhor. A criança pode sentir-se capaz de levar para onde for, em casa, na rua, na escola, a sua força pessoal e transformar esse mundo que a rodeia, sendo ainda capaz de enfrentar adversidades, ou mesmo de encontrar recursos para auxiliá-la nos desafios diários. Todos os profissionais envolvidos elaboram seus planos com os objetivos e metodologias a serem aplicadas, e após a realização das atividades produzem os relatórios qualitativos que fornecem informações sobre as atividades desenvolvidas (Que bom/ Que Tal/ Que Pena/ Sugestões). Reuniões periódicas, diagnósticos e entrevistas quantitativas são realizadas no intuito de avaliar os conteúdos e resultados obtidos de forma que possibilitam que o projeto mantenha-se alinhado com os objetivos da instituição. Os projetos sociais são uma forma de trazer para dentro da instituição a realidade que está além dos muros, e que pode impactar diretamente a vida dos seus profissionais, clientes, e toda a cadeia de valor da instituição ou empresa. A oportunidade de fazer algo que beneficie alguém, é uma fonte de valor pessoal que gera motivação as pessoas a participar dos projetos sociais. Deve-se ter sempre a visão de beneficiar o maior número de pessoas possível, nos projetos que se desenvolve. Projetos com alcance limitado, também limita os interesses e incentivos para que sejam desenvolvidos. Alem disso, deve-se ter agilidade para aplicar as idéias, estrutura de suporte para aplicação das ações, feedbacks constantes e planejamento. Estes pontos são fundamentais para que se tenha sucesso como um profissional nessa área e obtenha destaque. O PAD tem o intuito de atingir o maior número de pessoas possível, porém ainda é limitado no que tange ao pagamento de profissionais capacitados para atender as demandas do dia a dia. O projeto existe em função de patrocínio que não tem compromisso com a continuidade e é limitado, para que continue a trazer benefícios se faz necessário, captação de recursos junto as empresa privadas e órgãos públicos e parcerias com associações e entidades organizadas da sociedade civil. O atendimento as famílias estão muito aquém do esperado e precisa de parceria para proporcionar mais atividades que atraia os familiares. Um profissional de RH disponível para gerir projetos pode ficar disponível para gerenciar estas atividades e trazer inúmeros benefícios para a comunidade e para a instituição de um modo geral. 5. A Responsabilidade Social e o Terceiro Setor A Responsabilidade Socioambiental pode ser definida como o relacionamento ético da empresa no meio interno e externo, onde os vários grupos de interesses influenciam ou são impactados pelos parceiros da organização. Este relacionamento das empresas com os stakeholders3 e o meio ambiente, deve estar de alinhado com sua missão, visão, valores, políticas, cultura e estratégias organizacionais. Na medida em que a empresa está inserida na sociedade, pode-se observar uma relação de interdependência entre ambas, uma sinergia que pode ser qualificada como responsabilidade social da empresa. Para Ashley (2005, p. 28), no início do século passado, as empresas desconheciam a responsabilidade social e as informações empresariais, além de guardar segredo de seu desempenho financeiro onde a lei obrigava a divulgar somente algumas poucas informações das empresas. Com o passar do tempo e com as influências das conferências da ONU – Organização das Nações Unidas, as empresas começaram a se abrir. Hoje, embora distante do 3 Stakeholders: Pessoa ou grupo com interesse na performance de organização e no meio ambiente na qual opera. ideal se tenha algumas poucas empresas, é claro, que se preocupam e promovem atividades socialmente responsáveis e muitas tem uma cota de seus lucros destinados a Responsabilidade Socioambiental. A Responsabilidade Socioambiental praticada pelas empresas é muito recente e tem se tornado nos últimos anos, quase que um modismo, o que é bom para os negócios, entretanto, não se toma consciência da real necessidade de faz com que elas ouçam os interesses das partes, dos acionistas aos seus colaboradores. Após as várias conferências da ONU e iniciativas não governamentais e governamentais, foi se criando aos poucos, uma nova concepção a cerca da compreensão do mercado sustentável foi se constituindo. Algumas empresas mesmo pressionadas pelos órgãos competentes e responsáveis por estabelecer certa ordem global de justiça e equidade, a fim de diminuir a emissão de poluentes na camada de ozônio, só começaram alterar suas práticas de produção “predatória” para praticas ecologicamente corretas ao perceberem que a sustentabilidade traz benefícios comerciais e retorno financeiro plausíveis. É indispensável a qualquer empresa iniciante o cumprimento da legislação ambiental federal, estadual e municipal do local onde está situada, pois ela tem como objetivo assegurar aos cidadãos os direitos de usufruir com responsabilidade dos benefícios do meio ambiente de maneira consciente e respeitável. Em nosso país, particularmente, nos estados mais desenvolvidos do ponto de vista industrial, como, por exemplo, São Paulo, e respaldado por uma legislação ambiental considerada como uma das mais avançadas do mundo, a sociedade tem conseguido bloquear projetos que em outros tempos teriam pouca ou nenhuma resistência por serem considerados fonte de desenvolvimento e novos empregos. (DIAS, 2006, p.72) A legislação ambiental brasileira é muito complexa e não é cumprida adequadamente de maneira que possa garantir a preservação e a correta utilização dos recursos renováveis e não renováveis do meio ambiente. O gestor de Recursos Humanos precisa estar ciente das normas e regras, bem como das suas mudanças e alterações, do segmento empresarial, na qual ela deve obedecer. A Educação Ambiental baseada nos princípios da Agenda 21 engloba tanto a educação institucional, como a informal, dando maior atenção a promovida pela sociedade civil organizada, pois teoricamente essas instituições têm como objetivo exclusivo a formação cidadã e o compromisso socioambiental. A Conferência Rio + 20 se tornou um símbolo do debate entre ambientalistas, ONGs, do governo e empresas mundiais, onde foi possível perceber como esse assunto é urgente e necessário a ser debatido, problematizado no intuito de trazer resultados razoáveis para todos, neste momento histórico ímpar que estamos vivendo. Para auxiliar o gestor de Recursos Humanos nas empresas, se faz necessário o uso das ferramentas adequadas disponíveis, atrelada ao Gerenciamento de Projetos trará excelentes resultados. Para Toldo (2002, p. 77), “pode-se considerar como início da responsabilidade social no Brasil a criação, em 1960, da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), que reconheceu a função social da empresa associada”. Mas foi principalmente a partir da década de 80 que várias iniciativas foram tomadas, como o lançamento do prêmio Eco de cidadania empresarial em 1982, pela Câmara Americana do Comércio de São Paulo, promovido até hoje. Em 1984, a destaca-se por ser a primeira empresa brasileira a publicar um Balanço Social4. No início da década seguinte, em 1992, o banco Banespa divulgou todas as suas ações sociais, e no mesmo ano foi realizada no Rio de Janeiro a Eco 92, que discutiu a importância do meio ambiente e sua preservação, pertencente a uma das áreas da responsabilidade social. A Agenda 21, resultado da Conferência do Rio em 1992, sendo o mais importante documento internacional que reúne os princípios da educação ambiental. Ela enfatiza o papel da educação na promoção do desenvolvimento sustentável, através da concentração de esforços dos países na universalização da educação ambiental que deveria ser ensinada a partir do ingresso da criança nas escolas. Mudanças de comportamento através do desenvolvimento de práticas sociais ambientalmente responsáveis e menos predatórias bem como a adoção de novos valores e concepções baseados na compreensão das relações entre as sociedades humanas e a natureza, entre os problemas ambientais, globais e o nível local são as diretrizes básicas da educação ambiental baseadas nos princípios estabelecidos pela Agenda 21 adotadas em escala mundial. (BARCELOS, 2005, p. 49). Em 1993, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou a Campanha Nacional da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, com o apoio do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), constituindo o marco da aproximação dos empresários com as ações sociais. Já em 1997, Betinho lançou também um modelo de balanço social, e, em parceria com o jornal Gazeta Mercantil, criou o selo Balanço Social, para estimular as empresas brasileiras a divulgarem seus resultados na participação social. No mesmo ano foi criado o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Como ressalta Garcia (2002, p. 32): no caso do Ethos nota-se uma preocupação da entidade em demonstrar que as atividades empresariais socialmente responsáveis estão inseridas num contexto mais amplo, ainda que capitalista, no qual deve-se fomentar o desenvolvimento e a Balanço Social é o nome dado ao material informativo publicado anualmente que mostra a situação da empresa em relação às questões sociais e ambientais. O objetivo desse material é difundir informações a todos os interessados, como acionistas, sindicatos, funcionários e seus familiares, comunidades afetadas pela empresa, mídia, ONGs etc. Atualmente, existe uma série de instituições no país, como a Fundação Abrinq pelos Direitos das Crianças e Adolescentes, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Instituto Ecofuturo e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE), que, além de desenvolverem ótimos trabalhos para o bem-estar social, também auxiliam as empresas que se interessam em desenvolver algum trabalho nesse sentido. 4 Balanço Social é o nome dado ao material informativo publicado anualmente que mostra a situação da empresa em relação às questões sociais e ambientais. O objetivo desse material é difundir informações a todos os interessados, como acionistas, sindicatos, funcionários e seus familiares, comunidades afetadas pela empresa, mídia, ONGs etc. 6. Diferenciando Responsabilidade Social e Socioambiental e Marketing Social. Para que o trabalho social seja eficaz e traga resultados à comunidade é preciso planejamento, organização, direção e controle, as variáveis administrativas que ajuda o gestor da entidade beneficente5 a trazer melhores resultados sociais, como: captação de recursos, atração de parcerias, atividades culturais e tantas outras que fazem a diferença na vida dos atendidos6 e possibilidade de novos olhares e perspectivas de sonhos e realizações. Para que o trabalho alcance os índices de indicadores de Responsabilidade social, se faz necessária constatação de atividades e projetos realmente traga condições de transformação social, seja em sua forma de pensar, agir ou de compreensão do mundo e de seu meio social. Responsabilidade social é um compromisso assumido com o individuo desfavorecido, ou seja, com a pessoa que se encontra a margem do mercado e da vida social, desprovida de condições que possibilite sua emancipação social, ou seja, capacidade de construção ativa de sua história e não sofrer passivamente as ações severas e periclitantes do sistema que a cerceia. O conceito de Responsabilidade Social é aplicado principalmente no âmbito das organizacional para as empresas dos três setores, Estado, empresas privadas e Terceiro Setor. Segundo definição dada pelo Instituto Ethos, Responsabilidade Social: É uma forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. (...) A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente) e conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários. A Responsabilidade Social foca a cadeia de negócios da empresa e engloba preocupações com um público maior (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meioambiente), cujas demandas e necessidades a empresa deve buscar entender e incorporar em seus negócios. Assim, a Responsabilidade Social trata diretamente dos negócios da empresa e como ela os conduz. (INSTITUTO ETHOS, 2013) No entanto, o conceito de responsabilidade social pode ser aplicado tanto no âmbito do Estado, quando este busca o aprimoramento e a maior eficiência na condução de suas políticas públicas de combate aos problemas sociais como também em relação ao cidadão, quanto este procura realizar trabalhos voluntários ou de alguma forma contribuir junto às entidades do Terceiro Setor e às questões que lhe são pertinentes. As organizações do terceiro setor existem para isso, para fazer ser cumprido os direitos e os deveres do cidadão, oferecendo as condições e os meios para que saiam da condição de vitimas e passam a ser autores de sua vida e história. Todas as ações sócias estão intimamente ligadas a promoção humana, a renovação dos valores e o resgate da ética e da moral, afim de que as pessoas possam viver melhor. 5 Entidade beneficente é aquela que atua em benefício de outros que não o da própria entidade ou dos seus integrantes, podendo ou não estabelecer contrapartida. 6 Atendidos são os destinatários do trabalho social das organizações. Responsabilidade socioambiental refere-se ao cuidado com a vida, seja humana, seja animal, vegetal e mineral. Cuidar do planeta é cuidar das pessoas e oferecer melhores condições de vida com mais qualidade de vida e saúde7. No que se refere ao Marketing Social, este é uma releitura e a aplicação dos conceitos e métodos clássicos de marketing para disseminar idéias benéficas para o homem e a sociedade. Para se desenvolver Marketing Social pressupõe análise, planejamento, instrumentação e controle dos programas desenhados para criar, construir e manter o intercâmbio de relações benéficas com os públicos escolhidos para alcançar os objetivos da organização sempre pautada pela ética e Responsabilidade Socioambiental. Portanto, o Marketing Social tem como função aumentar o potencial de arrecadação das entidades do terceiro setor, reforçar sua imagem institucional e conseguir respostas mais rápidas e eficientes às suas ações. Contudo, existem ações do Marketing Social que recorrem a mecanismos ilícitos e de má fé, que ferem a imagem da instituição, manipulando os dados e as informações. Nesse sentido, o verdadeiro marketing social deve estar em consonância com a missão, visão e valores da instituição, de modo a consolidar suas ações, objetivando atrair parceiros que tenham interesse em investir na atividade social. 7. A Gestão de Projetos Sociais no Terceiro Setor O Gerenciamento de Projetos é de extrema necessidade neste mundo em constante transformação. A eficiência e eficácia é condição necessária para o sucesso de qualquer organização, desde a mais incipiente às poderosas que movimentam milhões de reais por ano. Para uma gestão estratégica competitiva que prioriza a excelência em qualidade, o projeto é de extrema necessidade. Como demonstram Gido e Clementes: Um projeto é um conjunto de atividades temporárias, realizadas em grupo, destinadas a produzir um produto, serviço ou resultado únicos é esforço para se atingir um objetivo específico por meio de um objetivo único de tarefas interrelacionadas e a utilização eficaz de recursos. Tem um objetivo bem definido em termos de escopo, cronograma e custo. (GIDO; CLEMENTS, 2007, p. 45) O Gerenciamento de Projetos, portanto, é a aplicação de conhecimentos, habilidades e técnicas para a execução de projetos de forma efetiva e eficaz. Trata-se de uma competência estratégica para organizações, permitindo com que elas unam os resultados dos projetos com os objetivos do negócio–e, assim, melhor competir em seus mercados. A gestão de projetos é um processo implementado para atingir um objetivo proposto. Como demonstra Gido e Clements (2007, p. 46), o projeto tem uma vida dividida em quatro fases: Primeira fase - Identificação de uma necessidade ou um problema; Segunda fase Solução proposta para resolver o problema; Terceira fase - A implementação da solução proposta, é a execução; Quarta fase ou fase final - conclusão e avaliação do projeto; Quanto às fases são em geral sequências e definidas normalmente por algum tipo de formulário com informações de transferência de uma fase para outra, com a especificação das entregas em cada fase. Quanto ao custo e pessoal: custo baixo ao início e pouco pessoal 7 Saúde segundo a OMS é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. alocado. Os custos e qualidade de pessoal alocado atingem o valor máximo durante as fases intermediárias e caem conforme o projeto vai sendo finalizado. Quanto ao nível de incerteza, no início do projeto, o nível de incerteza é mais alto, significando uma maior expressão ao risco. À medida que o projeto desenvolve, o nível de incerteza começa a diminuir. Quanto à capacidade de influenciar: a capacidade das partes interessados de influenciar o objetivo final e os custos do projeto é mais alta no inicio e se torna menor conforme o projeto se desenvolve. O gerenciamento de projetos é um trabalho que exige a integração de todos os processos assegurando que cada um esteja corretamente conectado a outro, de maneira a facilitar a coordenação. É papel do gerente de projetos, que também pode ser o gestor de Recursos Humanos, atuar na integração desses processos, garantindo que todos os interessados sejam atendidos adequadamente. A disciplina de integração do projeto está focada, principalmente, nas seguintes atividades e seus respectivos resultados: desenvolver o termo de abertura do projeto e criação do documento que autoriza formalmente um projeto ou uma fase do projeto. Desenvolver a declaração preliminar do escopo do projeto: a criação da declaração preliminar do escopo fornece uma descrição de alto nível do escopo do produto ou serviço para o qual o projeto foi destinado. Para desenvolver o plano de gerenciamento do projeto precisa-se de documentação das ações necessárias para definir, preparar, integrar e coordenar todos os planos auxiliares em um plano de gerenciamento. Orientar e gerenciar a execução do projeto, ou seja, executar o trabalho definido no plano de gerenciamento para atingir os requisitos do projeto definidos na declaração do escopo do projeto. Controlar e monitorar o trabalho do projeto, são os processos usados para iniciar, planejar, executar e encerrar um projeto, de modo a atender aos objetivos de desempenho definidos no plano de gerenciamento do projeto. E controlar as mudanças, consiste na revisão de todas as solicitações de mudança e do controle de mudanças que se referem às entregas que acontecem nas diferentes fases do projeto. O encerramento formal do projeto, ou uma de suas fases, requer a finalização de todas as atividades em todos os grupos de processos de gerenciamento de projetos, conforme orienta o autor. (KERZNER, 2006, p. 67). Um projeto surge em resposta a um problema concreto, portanto, elaborar um projeto é, antes de qualquer coisa, contribuir para a solução de problemas, transformando idéias em ações. Nesse sentido, organizar o projeto através de documentos nos auxilia a sistematizar o trabalho em etapas a ser cumprido, compartilhar os objetivos que se deseja alcançar, identificar as principais deficiências a superar e apontar possíveis falhas durante a execução das atividades previstas. Antes de ser iniciado, um projeto necessita ser aprovado, caberá aos interessados no projeto apresentar os argumentos que o justifiquem, mostrar sua viabilidade técnica e econômica, descrever o que será produzido por ele e seus objetivos e apresentar sua duração prevista e os custos envolvidos. Dentro da metodologia aqui tratada, para então iniciarmos um projeto devidamente aprovado, será necessário desenvolver um documento chamado Termo de Abertura do Projeto, que basicamente contém a autorização formal do projeto e identifica o gerente de projetos apontado para gerenciá-lo. Uma vez indicado, o gerente de projetos recebe a autoridade para aplicar os recursos necessários para empreender o projeto (KEELING, 2002, p. 93). As entradas do processo de iniciação são as seguintes: descrição do produto/serviço, plano estratégico, histórico e critérios de seleção. A saída do processo é o termo de abertura do projeto. As ferramentas usadas no processo são os métodos de seleção e o parecer de especialistas. A descrição do produto ou serviço a ser entregue pelo projeto é retratada em um documento contendo a descrição de todos os produtos ou serviços a serem criados pelo projeto. O nível de detalhamento poderá variar conforme o grau de conhecimento do produto ou serviço a ser desenvolvido no projeto, sendo a descrição refinada e detalhada com o andamento do projeto. Em outras palavras, o documento de descrição do produto registra as características do produto/serviço final do projeto e contém menos detalhes nas fases iniciais e mais detalhes conforme o projeto avança e as características do produto/serviço são progressivamente elaboradas. E um projeto é único no sentido de que não se trata de uma operação de rotina, mas um conjunto específico de operações destinadas a atingir um objetivo em particular. Assim, uma equipe de projeto inclui pessoas que geralmente não trabalham juntas – algumas vezes vindas de diferentes organizações e de múltiplas geografias. (KEELING, 2002, p. 125). O projeto deve estar alinhado com os objetivos estratégicos da organização empreendedora, sendo plenamente justificado pela necessidade que o originou. Em geral, os projetos são derivados de estímulos, internos ou externos, que são chamados de oportunidades, desafios ou mesmo problemas, e que geram as necessidades acima citadas. Nessa linha, os seguintes tópicos estimulam o surgimento de projetos: uma demanda de mercado; uma nova necessidade do negócio; um requisito do cliente; um avanço tecnológico; e uma exigência legal. Os critérios para seleção dos projetos são definidos, normalmente, em função do planejamento estratégico da organização empreendedora e do produto/serviço que o projeto se propõe a realizar. São, portanto, específicos de cada organização e envolvem aspectos como: retorno financeiro, participação de mercado, percepção da concorrência e outros critérios específicos da organização/instituição. A relação entre meio ambiente e educação assume um papel cada vez mais desafiador, demandando a emergência de novos saberes para apreender processos sociais cada vez mais complexos e riscos ambientais que se intensificam. Nas suas múltiplas possibilidades, abre um estimulante espaço para um repensar de práticas sociais e o papel dos educadores na formação de um sujeito preocupado com a ecológica. A restrita presença do debate ambiental, seja como disciplina, seja como eixo articulador nos currículos dos cursos de formação de professores, é um bom indicador do desafio de internalização da educação ambiental nos espaços educativos. Isto coloca a necessidade de uma permanente sensibilização dos professores, educadores e capacitadores como transmissores de um conhecimento necessário para que os alunos adquiram uma base adequada de compreensão dos problemas e riscos socioambientais, do seu impacto no meio ambiente global e local, da interdependência dos problemas e da necessidade de cooperação e diálogo entre disciplinas e saberes que forma o sujeito. Esse fato demonstra a importância em estudar projetos e o seu adequado gerenciamento. Nessa etapa introdutória abordou-se as características de um projeto definindo-o como um esforço temporário, progressivamente elaborado para produzir um produto ou serviço único. O gerenciamento de projeto é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto e que é composto por processos que têm como objetivo iniciar, planejar, executar, controlar e encerrar os projetos. O gerenciamento de projetos tem o objetivo de promover a Responsabilidade Socioambiental visando atender as necessidades reais da comunidade respaldada pelo alinhamento com o plano estratégico da organização. A formação do homem ético, responsável, consciente e capaz de transformar a sua realidade socioambiental de maneira inteligentemente criativa, é uma das alternativas para construção de uma sociedade produtiva, autônoma e sustentável. Nesse sentido, este estudo destaca o papel do gestor de Recursos Humanos como missão de ser agente transformador do ambiente organizacional e também promotor da Responsabilidade Socioambiental por meio de Gerenciamento de Projetos e das ferramentas adequadas. Este trabalho, portanto, por meio da pesquisa bibliográfica se caracteriza pela posição e contraposição de ideais e, por fim, a realização de uma síntese desse movimento de contradição, procura evidenciar os entendimentos postulados pelos autores de Gerenciamento de Projetos e de Responsabilidade Socioambientais. Finalmente, com o apoio de outras literaturas complementares, seja de comentadores dessas obras ou de trabalhos acadêmicos que versam sobre o tema aqui proposto, proceder-se-á uma análise comparativa com a finalidade de se obter uma síntese sobre o conceito de Gerenciamento de Projetos e Responsabilidade Socioambiental no Terceiro Setor. Uma das propostas dês trabalho é ajudar a transformar a interdependência real do sujeito em solidariedade, preparando o individuo para compreensão de si mesmo e do outro, condição necessária para uma verdadeira transformação socioambiental. A educação manifesta em seu caráter insubstituível a capacidade de fomentar e imprimir nas pessoas consciência, autônoma e liberdade pra construir e significar seu espaço. O gestor de Recursos Humanos tem como objetivo, preparar os colaboradores e a empresa para ser capaz de responder com convicção e sensatez as situações pertinentes à vida pessoal e profissional dos colaboradores, mas também na promoção da Responsabilidade Socioambiental, bem como, produtores de soluções criativas, com eficiência e eficácia. 8. Considerações finais Após realização deste estudo de caso, conclui-se que os objetivos foram alcançados e que o problema de pesquisa foi respondido satisfatoriamente, uma vez que, ficou evidente a gama de possibilidades para atuação do Gestor de Recursos Humanos no Terceiro Setor, especificamente na gestão de projetos sociais. Observou-se neste estudo que na área de RH existem várias frentes de trabalho, e para que o gestor possa orientar e acompanhar cada uma, é necessário que estejam organizados em planos, com prazos, responsáveis, metas e indicadores. A análise do impacto de cada ação do RH na empresa deve ser avaliada, pois sendo uma área que não gera resultados diretamente na receita da organização, esta deve demonstrar sua relevância por meio dos benefícios que traz para os colaboradores, para o desenvolvimento da empresa, para a imagem frente à comunidade e para a perenidade da mesma. Estes resultados indiretos tornam-se cada vez mais valiosos para as empresas, na medida em que esta deseja se diferenciar no mercado, pois uma empresa com maior credibilidade é aquela que zela por todo o contexto que ela impacta, social, econômico, financeiro, ambiental e político. No que tange ao Projeto Prevenção as Drogas (PAD), percebeu-se a necessidade de estabelecer os objetivos gerais do projeto, os objetivos específicos, as frentes de trabalho divididas entre os profissionais habilitados para desenvolver cada uma e os indicadores esperados com a aplicação das metodologias. Nesse contexto, o gestor deve ter uma visão ampla sobre as metodologias de gestão de projetos, a fim de que possa, dentre tantas variáveis, promover um alinhamento que leve a todos ao objetivo maior da instituição, manter os atendidos esclarecidos sobre as drogas e seus impactos, bem como empoderá-los da capacidade de se manter longe das drogas. O PAD trabalha em várias frentes, com a participação de diferentes profissionais: Psicólogo, Assistente Social, Educador Físico e Pedagogo. Com essa multidisciplinaridade é possível que a criança vivencie o aprendizado de maneiras diferentes, e isso possibilita que ela se desenvolva no aspecto pessoal, emocional e intelectual. O fortalecimento da estima, um olhar individual sobre suas potencialidades, a interação em grupo, os jogos, tudo isso desperta na criança um interesse por si próprio, a liberdade e o desejo de conquistar mais espaço, ser uma pessoa melhor. A criança pode sentir-se capaz de levar para onde for, em casa, na rua, na escola, a sua força pessoal e transformar esse mundo que a rodeia, sendo ainda capaz de enfrentar adversidades, ou mesmo de encontrar recursos para auxiliá-la nos desafios diários. Todos os profissionais envolvidos elaboram seus planos com os objetivos e metodologias a serem aplicadas, e após a realização das atividades produzem os relatórios qualitativos que fornecem informações sobre as atividades desenvolvidas (Que bom/ Que Tal/ Que Pena/ Sugestões). Reuniões periódicas, diagnósticos e entrevistas quantitativas são realizadas no intuito de avaliar os conteúdos e resultados obtidos de forma que possibilitam que o projeto mantenha-se alinhado com os objetivos da instituição. Os projetos sociais são uma forma de trazer para dentro da instituição a realidade que está além dos muros, e que pode impactar diretamente a vida dos seus profissionais, clientes, e toda a cadeia de valor da instituição ou empresa. A oportunidade de fazer algo que beneficie alguém, é uma fonte de valor pessoal que gera motivação as pessoas a participar dos projetos sociais. Deve-se ter sempre a visão de beneficiar o maior número de pessoas possível, nos projetos que se desenvolve. Projetos com alcance limitado, também limita os interesses e incentivos para que sejam desenvolvidos. Alem disso, deve-se ter agilidade para aplicar as idéias, estrutura de suporte para aplicação das ações, feedbacks constantes e planejamento. Estes pontos são fundamentais para que se tenha sucesso como um profissional nessa área e obtenha destaque. O PAD tem o intuito de atingir o maior número de pessoas possível, porém ainda é limitado no que tange ao pagamento de profissionais capacitados para atender as demandas do dia a dia. O projeto existe em função de patrocínio que não tem compromisso com a continuidade e é limitado, para que continue a trazer benefícios se faz necessário, captação de recursos junto as empresa privadas e órgãos públicas e parcerias com associações e entidades organizadas da sociedade civil. O atendimento as famílias estão muito aquém do esperado e precisa de parceria para proporcionar mais atividades que atraia os familiares. Um profissional de RH disponível para gerir projetos pode ficar disponível para gerenciar estas atividades e trazer inúmeros benefícios para a comunidade e para a instituição de um modo geral. Nesse intuito, cumpriu-se o objetivo da pesquisa que é o aprendizado aliado à contribuição prática para com a empresa analisada, colaborando para que a instituição alcance seus indicadores, associando a postura ética com a prática da Responsabilidade Socioambiental, impactando efetivamente na vida das pessoas. Referencias BARCELOS, F. R. Descarte de embalagens de agrotóxicos um estudo na região do município de Campos Gerais (MG) sob o enfoque da gestão ambiental. 2005. Dissertação (Mestrado em Administração e Produtividade Organizacional) - FACECA , Varginha. BERTE, Rodrigo. Gestão socioambiental no Brasil. Edição especial. – Curitiba: Ibepex, 2009. DIAS, R. Responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2006. GARCIA, B.G. et al. Responsabilidade social das empresas: a contribuição das universidades. São Paulo: Fundação Peirópolis, 2002. GIDO, Jack; CLEMENTE, James P. Gestão de Projetos. Tradução Vétice Tranlate; São Paulo: Cengage Learning, 2011. GOLDSTEIN, Ilana. 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