Vacinação e sistema imunológico Maria Isabel de Moraes Pinto Disciplina de Infectologia Pediátrica Universidade Federal de São Paulo Luta do homem contra doenças infecciosas • Início há 7000 - 8000 anos • Agricultura e agrupamentos humanos com mais de 500 indivíduos • Transmissão de agentes infecciosos: – Inter-humana – Entre animais e seres humanos Arita, Wickett, Nakane, JID, 2004 Curvas de mortalidade de seres humanos em vários períodos da História Casanova, Abel, JEM, 2005 Fatores associados ao aumento da expectativa de vida Controle de doenças infecciosas baseado em: – – – Medidas de higiene • prevenção da transmissão da infecção Vacinas • prevenção da doença no indivíduo infectado Antimicrobianos • prevenção de morte em pacientes com doença clínica Casanova, Abel, JEM, 2005 Curvas de mortalidade de seres humanos em vários períodos da História Casanova, Abel, JEM, 2005 • Séculos desde a aplicação do princípio de variolação pelos chineses • Mais de 200 anos desde o experimento pioneiro de Jenner em 1796, introduzindo o termo vacinação • Séculos desde a aplicação do princípio de variolação pelos chineses • Mais de 200 anos desde o experimento pioneiro de Jenner em 1796, introduzindo o termo vacinação Desenvolvimento de vacinas para o homem Zepp. Vaccine 2010; 28S: C14-C24 Anos 2011-2020 “A Década das Vacinas” Moxon et al, 2011 Moxon e Siegrist, 2011 Desenvolvimento de vacinas foi baseado em • Conhecimento do curso natural das infecções • Compreensão das etapas que levam a uma resposta imune protetora Imunidade Inata Imunidade Adaptativa microorganismo Linfócitos B Anticorpos Barreira epitelial Linfócitos T Células T efetoras Fagócitos Complemento Células NK Horas 0 6 12 1 Dias 3 5 Tempo após infecção Adaptado de Abbas e Litchman, 2005 Resposta primária e secundária Resposta primária de anticorpo Infecção repetida Quantidade de anticorpos Infecção primária Resposta secundária de anticorpo Plamócitos de vida longa Plamócitos de vida longa Dias após exposição ao antígeno Células B de memória Células B de memória Dias após exposição ao antígeno Abbas e Lichtman, 2003 Objetivo da vacinação • Induzir proteção de longa duração Memória imunológica Re-exposição a um antígeno Resposta imune de início rápido Mais potente Com maior afinidade pelo antígeno Prevenindo a doença Princípio da vacinação • “Expor para poder proteger” • Se o desafio antigênico é necessário, como suportá-lo sem riscos? Fatores que influenciam a magnitude e a duração da resposta imune à vacinação Vacina • • • • • Natureza do antígeno Via de inoculação Dose Esquema Adjuvantes Vacinado • Idade • Presença de anticorpos maternos • Doença de base Natureza do antígeno vacinal e sua resposta a diferentes tipos de vacinas Vacinas com agentes vivos atenuados Vacinas sintéticas Vacinas conjugadas Vacinas inativadas Imunidade de mucosas Imunidade celular Imunidade humoral Imunidade inata Vacinas de DNA Vacinas com vetores recombinantes Adaptado de Kaufmann e McMichael, 2005 Via de inoculação da vacina • Intramuscular (IM) • Intradérmica (ID) • Subcutânea (SC) • Oral (VO) T T CD 4 CD 8 CD4 CD8 >90% † Memória TME TMC Adaptado de Esser et al, Vaccine 2003 Dose do antígeno e esquema de administração Vacinas inativadas Vacinas vivas atenuadas Mims et al., 1995 Dose do antígeno e esquema de administração Vacinas inativadas Tétano Difteria Coqueluche Vacinas vivas atenuadas Sarampo Caxumba Rubéola Mims et al., 1995 Presença de adjuvantes na vacina Imunidade inata microorganismo Imunidade adquirida Linfócitos B Anticorpos Barreira epitelial Linfócitos T Fagócitos Complemento Células T efetoras Células NK Ativação da resposta inflamatória Resposta dirigida para o patógeno propriamente dito Anticorpos anti-varicela zoster em crianças e adultos Anticorpos anti-VZV (UI/mL) 5 Infecção natural Vacina 4 3 2 1 0,2 UI/mL 0 adulto criança 12 m (pré) 15m 24m 36m 48m Mesquista, de Moraes-Pinto et al., 2002 Anticorpos anti-varicela zoster em crianças e adultos Anticorpos anti-VZV (UI/mL) 5 Infecção natural Vacina 4 3 2 1 0,2 UI/mL 0 adulto criança 12 m (pré) 15m 24m 36m 48m Mesquista, de Moraes-Pinto et al., 2002 Vacinado Idade • Crianças • Adultos • Idosos Vacinação no primeiro ano de vida • Presença de anticorpos maternos • Sistema imune em desenvolvimento Grande parte das vacinas é aplicada nos primeiros meses de vida Resposta imune menos eficiente Necessidade de mais doses E também de reforços Resposta a vacinação contra Hib,tétano e difteria CNT Hib g/mL50 CNT 40 G eo m etr ic m ea n an tib od ie s 4 IU/mL 3 30 2 20 1 10 CNT Tetanus 0 0 9 9 15 18 15 18 24 24 CNT IU/mL 4 Diphtheria 3 2 1 0 9 15 18 24 Age (months) Pracanica et al, CROI 2002 Doença de base do vacinado • Imunodeficiência primária • Imunodeficiência secundária Uso prolongado de corticosteroides Uso de imunossupressores Asplenia Transplantados Lupus eritematoso sistêmico Infecção pelo HIV Evolução das vacinas Primeiras vacinas Novas vacinas • Patógenos inteiros • Antígenos altamente purificados • Extenso repertório de diferentes epítopos • Limitado número de epítopos • Atividade imunoestimulatória intensa • Menor atividade imunoestimulatória • Resposta imune numa população geneticamente heterogênea • Alguns indivíduos podem não apresentar uma resposta imune adequada Resposta humoral a polissacárides e a polissacárides conjugados a proteínas Pollard, Perrett, Beverley, Nat Rev Immunol, 2009 Resposta humoral a polissacárides e a polissacárides conjugados a proteínas Pollard, Perrett, Beverley, Nat Rev Immunol, 2009 Avaliação laboratorial de resposta vacinal Imunidade humoral Hepatite A HAV antibodies(ln mIU/mL) 9 8 7 SR 6 HIV 5 4 20 UI/mL 3 2 1 0 1 2 Blood collection 3 Avaliação laboratorial de resposta vacinal Imunidade humoral Hepatite A HAV antibodies(ln mIU/mL) 9 8 7 SR 6 HIV 5 4 20 UI/mL 3 2 1 0 1 2 3 Blood collection Imunidade celular Varicela ! Imunidade de rebanho Não vacinado mas ainda sadio Vacinado e sadio Não vacinado, doente e contagioso Não vacinado mas ainda sadio Vacinado e sadio Não vacinado, doente e contagioso Não vacinado mas ainda sadio Vacinado e sadio Não vacinado, doente e contagioso Exposição a antígenos Vacinação: segurança X imunogenicidade SEGURANÇA IMUNOGENICIDADE Vacinação: segurança X imunogenicidade IMUNOGENICIDADE SEGURANÇA Vacinação: segurança X imunogenicidade SEGURANÇA IMUNOGENICIDADE O QUE NÃO CONSEGUIREMOS ELIMINAR COMPLETAMENTE Os eventos adversos a vacinas • Locais • Sistêmicos • Leves e transitórios • Graves Os pacientes emergentes • Transplantados de órgãos sólidos • Transplantados de células tronco-hematopoéticas • Infectados pelo HIV • Prematuros extremos • Portadores de doenças autoimunes • .... Cuidados nos pacientes com algum grau de imunodeficiência • Eventos adversos mais frequentes • Resposta imune pouco eficiente • Imunidade de rebanho – Vacinação dos conviventes domiciliares – Vacinação dos profissionais de saúde O QUE CONSEGUIREMOS FAZER • Reduzir substancialmente – e algumas vezes eliminar - grande parte das doenças infecciosas O Avanço da Vacinologia • Vacinas para doenças oncológicas • Vacinas para doenças neurológicas • Vacinas para hipertensão Medzhitov. Nature Immunol 2010; 11: 551-3 • Caráter evolutivo e transitório dos calendários vacinais • Novos imunobiológicos • Doenças emergentes • O papel de cada um • Caráter evolutivo e transitório dos calendários vacinais • Novos imunobiológicos • Doenças emergentes • O papel de cada um • Caráter evolutivo e transitório dos calendários vacinais • Novos imunobiológicos • Doenças emergentes • O papel de cada um • Caráter evolutivo e transitório dos calendários vacinais • Novos imunobiológicos • Doenças emergentes • O papel de cada um Obrigada! [email protected]