Diamagnetismo e paramagnetismo Kittel 7ª edição Cap 14 Kittel 8ª edição Cap 11 Aschcroft Cap 31 1 Introdução Histórico Conceitos básicos Campo magnético Indução magnética Magnetização Momento magnético Classes de materiais magnéticos Diamagnetos Paramagnetos Ferromagnetos Antiferromagnetos 2 Magnetismo: primeiros registros FATO: Rocha Rica em magnetita (Fe3O4) Lodestone: "lead stone“ indicar o caminho” Rocha magnetizada por relâmpagos (1.000.000 A) História: (Grécia) Tales (636-546AC) : pedra possuía “alma” Aristóteles (384-322AC) : ação à distância. Lenda: Magnes: criador de ovelhas de Creta Pregos da botas presos a uma lodestone enquanto levava suas ovelhas para o Monte Ida. Arquimedes: magnetita para soltar os pregos dos navios inimigos. Mito: Sob o travesseiro de uma “esposa infiel” levaria à confissão do crime durante o sono. Sobre a cabeça: ouvia-se a voz dos deuses! Poder de curar e anticoncepcional Efeito interrompido por alho ou cebola 3 Magnetismo e navegação Lodestone: chineses e europeus 800AC Chineses: direção em terra (indicador de SUL 100DC) Europeus: navegação, início da ciência moderna do magnetismo. 1263 Pierre de Maricourt existência dos polos Norte e Sul. 1269 Petrus Peregrinus: Origem celestial polos e Moto contínuo (patentes americanas até 1970) 1727 As viagens de Gulliver 4 De Magnete 1600 De Magnete, de William Gilbert: Primeiro tratado científico de magnetismo. Observação do campo de dipolo para diferentes formas de ímã. A terra é um grande ímã 5 Revolução eletromagnética 1820 Hans Christian Oersted: efeito magnético das correntes 1820-21 André Marie Ampère: atribui o magnetismo da matéria a “correntes moleculares” 1831 Michael Faraday: indução eletromagnética campo variável induz corrente elétrica em um circuito 1864 James Clerk Maxwell cria a teoria eletromagnética: 1885-1889 Heinrich Hertz detecta ondas de radio e identifica seu caráter eletromagnético 1895, 1896 descoberta dos raios-x e da radioatividade 1895 Pierre Curie descobre a lei da dependência da magnetização com a temperatura 1897 descoberta do elétron 6 Século XX: Relatividade e Mecânica Quântica Se correntes Amperianas de 1.76MA/m circulam em uma barra de Ferro, por quê ela não funde? Esta corrente persiste indefinidamente sem dissipar calor?? 1900 Max Planck introduz o quantum 1905-1910 Langevin: dependência do paramagnetismo com a temperatura 1907 Weiss: postula o “campo molecular” para explicar o ferromagnetismo 1907 Pierre Weiss: propõe a existência de domínios 1913 O átomo de Bohr: correntes elétricas internas 1926 Heisenberg e Dirac: explicação o quântica para campo molecular (interação de troca) 1926 A equação de Schrödinger 1927 Pauli: paramagnetismo de metais 1928 Paul Dirac introduz o conceito de spin 1946 Ressonância magnética 1960s Magnetismo amorfo 7 Avanços Tecnológicos 8 Conceitos Básicos: B, H e M Grandezas magnéticas: Campo Magnético ⇒ H Indução magnética ⇒ B (campo magnético) Magnetização ⇒ M Como gerar um campo? Campo Magnético: campo de forças produzido por cargas em movimento Correntes macroscópicas em um fio condutor Correntes microscópicas associadas a elétrons em orbitais atômicos Duas grandezas: H, B Vetor intensidade de campo magnético ⇒ H (corrente elétrica em um condutor) Fio percorrido por uma corrente I gera campo dado por (Biot-Savart): I dl × r dH = 4π r 3 H independe do meio SI CGS [H]=[Am2/m3] [H]=[Oe] =[A/m] 1Oe =103/4π A/m 9 Campo e Indução Vetor indução magnética ⇒ B (resposta do meio) Aparecimento de campo ↓ variação de energia ↓ FORÇA } Aceleração de cargas em movimento Torque em um dipolo magnético Força sobre um condutor Diferença entre B e H Sempre que H for gerado por corrente Meio responde com o aparecimento de uma força F=q v × B força de Lorentz SI [N]=[C][m/s][B] [B]=[N][C]-1[m/s]-1 [B]=[N][Am]=[T] CGS B: resposta do meio depende do meio [B]=[G] B = µ0 H 1G=10-4T µ0= 4π x 10-7 Hm-1 Permeabilidade do vácuo 10 Indução e Magnetização Meio magnético Aumento de B (Para e Ferromagnético) Diminuição de B (Diamagnéticos) Momento Magnético m = pl N τ = m×B p= S φ µ0 m=momento de dipolo magnético φ=fluxo que emana de “um polo” } m= φl µ0 p=“força do polo” λ =comprimento Magnetização: definição m φl φl B M= = = = V µ0V µ0 Al µ0 ⇒ B = µ0 M Material contribui para a indução do meio 11 Fontes de Campo Magnético Fio Condutor: Biot-Savart Fio Infinito B= µ0 I 4π B= i ∧ ∫ C dl × r r2 r µ0 I 2π r 12 Ímã Permanente Barra de material magnético magnetizada Formação de polos N e S Linhas de CAMPO B: contínuas Linhas de CAMPO H: N → S → Dentro do Material µ0M N µ0Hd B ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ S Campo Desmagnetizante H d = Nd M Fator Geométrico 13 Relação entre B, H e M 2 contribuições para a indução Decorrentes do campo H Decorrente da magnetização do meio B = µ0 ( H + M ) Material magnético pode: Aumentar B (para e ferromagnetos) Diminuir B (diamagnetos). Jogando com a equação: B M = µ0 1 + H H Substituindo: µ = µ0 (1 + χ ) µ µr = = (1+ χ ) µ0 B =µ H Permeabilidade M =χ H Susceptibilidade Permeabilidade relativa 14 Relação entre B, H e M Susceptibilidade Magnética χ : descreve o comportamento MxH Usado para classificar os materiais magnéticos: Diamagnéticos Susceptibilidade CGS M χ= B MKS χ= µ0 M B Paramagnéticos Ferromagnéticos Duros Doces ou permeáveis Intermediários 15 Susceptibilidade 16 Origem do Momento Magnético Origem do momento magnético atômico: movimento orbital do elétron em torno do núcleo movimento de spin do elétron variação do momento angular (diamagnetismo) Clássico: { µ → corrente fluindo em um circuito fechado µ=I·A Modelo de Bohr µ orb = – (e / 2me) · L elétron em órbita circular A =π ν = ω/2π r2 me - correntes convencionais - elétron em órbita I = q. t -1 = -e·ω/2π com momento angular orbital: L =me v x r → L = meω·r 2 Momento magnético orbital será: µ orb =I · A= -½ · e · ω · r 2 antiparalelos razão giromagnética L : valores discretos → L = n ħ, onde n = 1, 2, 3, 4, ... Logo µ orb é quantizado µ orb = h · e / 4π · me µB = 9.27 · 10−24 Am2 magneton de Bohr unidade fundamental do magnetismo 17 Origem do Momento Magnético Movimento de spin do elétron → momento magnético de spin µS µS = -(e/m)S onde S=ħ.s e s=+1/2 Note: contribuição de spin 2X maior do que contribuição angular Momento magnético total: µT = µorb + µS µT = -(e/2m)L -(e/2m)2S µT = -g (e/2m) J Podemos escrever: µT = -g (e/2m) J = -g (eh/4πm)(2π/h) J = -g µB j onde j é sempre semi-inteiro { J = momento ang. total g = fator giromagnético µT = -g µB j g : fator de Landé 1<g<2 { g = 1 somente orbital g = 2 somente spin 18 Classificação magnética dos materiais Origem dos momentos magnéticos Tipo de interação entre os momentos Magnetismo Fraco Diamagnetos Paramagnetos Magnetismo Forte Materiais Ordenados: Ferromagnetos Antiferromagnetos Ferrimagnetos 19 Classificação magnética dos materiais Diamagnéticos Não possuem momento permanente Origem: variação do momento orbital dos elétrons induzida pela ação de um campo magnético Resposta se opõe ao campo → χ = M <0 H (≈-10-6 (Lei de Lenz) MUITO PEQUENO) µ Todo material apresenta diamagnetismo Resulta do efeito de um campo VARIÁVEL sobre os elétrons 20 Diamagnetismo “Clássico” Átomos camadas completas Campo VARIÁVEL ↓ Precessão em torno do campo eB ω= 2m Freqüência de Larmor Corrente total I= q = (−Ze) t ω 2π 2 = (−Ze ) B 4πm Susceptibilidade χ == µ0 M B onde M == µ V = = Nµ densidade de átomos Distribuição esfericamente simétrica: <ρ2> = 2/3 <r2> µ0 NZe2 2 M χ = µ0 = − <r > B 6m χ NÃO depende de T Momento magnético (induzido) 2 µ = I .A = (−Ze B) 4π m <ρ > 2 <ρ2>=<x2>+<y2> 21 Valores experimentais típicos 22 Paramagnetismo Possuem momento magnético permanente Não há interação entre momentos χ>0 porém pequena (10-5 - 10-3) (tende a alinhar com o campo) Temperatura X Campo Magnético M H=0, M=0 H≠0 θ H Langevin (Clássica): momentos idênticos que não interagem e apontam em qualquer direção 23 Paramagnetismo eletrônico (contribuição positiva para χ) Átomos, moléculas e defeitos que possuam um número ímpar de elétrons: sódio, radicais orgânicos, centros F em alkali halides Átomos e íons com uma camada interna parcialmente preenchida: metais de transição, terras raras, actinídeos Poucos compostos com número par de elétrons:oxigênio molecular e bi-radicais orgâncos Metais 24 Paramagnetismo Langevin (Clássica): momentos idênticos que não interagem e apontam em qualquer direção E= - µ • B Campo Magnético = -µ cosθ B { Projeção do momento na direção de B Emin: momentos alinhados com B Competição com agitação térmica Resposta magnética para uma dada temperatura T será: M =N µ z T = Nµ cos θ T (campo na direção z ) 25 Paramagnetismo de Langevin: Clássico O problema consiste em calcular a média térmica <cosθ>T : M =N µ z T M0 1 = N µ coth x − x { com, g µB B x= kT L(x) 26 Paramagnetismo de Langevin: Clássico Expansão em série da Função de Langevin: x x3 2 x5 L ( x) = − + −L 3 45 945 Para x pequeno: L(x) ≈ x/3 N µ x Ng µ B .g µ B B = 3 3kT C Ng 2 µ B2 B χ = ⇒ = T 3kT M= Lei de Curie 27 Paramagnetismo Quântico N : alta densidade de mom. mag. Campo Magnético X µ : momento orbital Temperatura momento de spin Quântico Clássico B≠0 B=0 B≠0 B=0 B B θ contínuo < cosθ >= 0 θ discreto < cosθ >≠ 0 + µB N↓ E - µB E N↑ 28 Paramagnetismo Quântico Quantização do mom. angular: µ E= - µ • B µ = -g µB J JZ : J, J-1, J-2, ... -J B = g µB JZ B J Caso particular: J=1/2 e g=2 N↓ 2 Jz =±1/2 E = ±µB + µB B B=0 N↑ 1 - µB B B≠0 População dos níveis: NT = N1 + N2 −E1 n1 = N1 / NT = e −E2 n2 = N2 / NT = e kT kT Magnetização resultante: x −x e − e −E1 −E2 M = µ ( N1 − N 2 ) / V = N µ x − x kT kT e +e (e +e ) { −E1 (e kT −E2 +e x= kT ) µB kT tanh(x) 29 Paramagnetismo Quântico Para um átomo com momento angular J: 2J+1 níveis de energia M = g µB JNBJ ( x) Função de Brillouin BJ (x) = 2J +1 (2J +1)x 1 x coth − coth 2J 2J 2J 2J 30 Paramagnetismo Quântico BJ (x) = 2J +1 (2J +1)x 1 x coth − coth 2J 2J 2J 2J Para x= coth x = µB kT << 1 temos: 1 x + L x 3 x <<1 BJ ( x) → J ( J + 1) x 3J 2 Logo: No limite de J muito grande: J →∞ BJ ( x) → L( x) Limite Clássico!! NJ ( J + 1) g 2 µ B2 B C = B M= 3kT T Ng 2 µ B2 J ( J + 1) M χ= = µ0 H 3J 2 kT 31 Número efetivo de magnetons de Bohr NJ ( J + 1) g µ B C M= = B 3kT T 2 2 B C constante de Curie p ≡ g [J ( J + 1)] 1/ 2 Ng 2 µ B2 J ( J + 1) M χ= = µ0 H 3J 2 kT 32 33 Terras raras - elétrons 4f Regras de Hund Os elétrons ocuparão orbitais de modo que o estado fundamental fique caracterizado por: O valor máximo do spin total S permitido pelo princípio de exclusão de Pauli; O valor máximo do momento angular orbital L consistente com o valor de S; O valor do momento angular total J=|L-S| quando a camada estiver menos do que metade completa e J=L+S quando a camada estiver mais do que metade completa. Quando a camada estiver semi-preenchida L=0 e J=S. 34 35 Paramagnetismo de Van Vleck – Independente da temperatura Átomo ou molécula que não possui momento magnético no estado fundamental Estado fundamental E0 e estado excitado ES: ∆=ES-E0 Teoria de perturbação na presença de um campo B 36 ∆<< kBT Curie ∆>> kBT Van Vleck 37 Elétrons de condução Teoria clássica: prevê paramagnetismo de Curie Nµ B2 B M= k BT Pauli: estatítisca de Fermi-Dirac Nµ B2 B M= k BTF 38 Paramagnetismo dos elétrons de condução Como se comportam os elétrons livres nos metais? Deslocamento as bandas Elétrons com spin↑: menor energia 39 M = µB ( N ↑ − N ↓ ) = µB 2 D ( E F ) B l ogo: Nµ B2 B M= k BTF χ Pauli = µ0 µ B2 D( EF ) onde D( EF ) = 3N / 2k BTF χ Pauli 3µ0 µ B2 N = 2k BTF kBT << EF 40 Paramagnetismo dos elétrons de condução Como se comportam os elétrons livres nos metais? M = µB ( N ↑ − N ↓ ) Deslocamento as bandas Elétrons com spin↑: menor energia = µB 2 D ( E F ) B E l ogo: χ Pauli = µ0 µ B2 D( EF ) EF onde D( EF ) = 3 N / 2k BTF χ Pauli 2µB B Independe de T D(E) f 3µ0 µ B2 N = 2k BTF 2 fatores opostos: −1 f (E) = {exp[(E − EF )/ kT ] +1} ↑T ⇒ ↑spins promovidos ↑T ⇒ ↑ desordem térmica EF 41