Por: Taisse e Fabiane Mecanismo de virulência em bactérias Quando se fala em infecção de etiologia bacteriana normalmente se fala em equilíbrio de dois fatores: 1. “fatores de virulência” As características dos microrganismos agressores que determinam as lesões ou alterações em tecidos, órgãos ou funções do hospedeiro – as “armas” bacterianas. 2. “defesas do hospedeiro” A forma pela qual o hospedeiro reage à agressão microbiana São essas características do microorganismo que vão afetar o hospedeiro. Então no caso de infecção se trabalha sempre com o fator da bactéria e o fator de resistência do hospedeiro, ou seja, a resposta imune do hospedeiro. O que vai dizer se eu vou ter uma infecção ou não é a interação entre esses dois fatores, ou seja, é a capacidade do microorganismo de causar infecção e a capacidade do hospedeiro de resistir à esse microorganismo. ********************************************************************** Agora vamos definir um termo que é importante para não ser confundido com virulência que é a patogenicidade. Patogenicidade é a capacidade de um determinado microrganismo produzir doença através da utilização dos fatores de virulência. A patogenicidade não é sinônimo de virulência!!!! Logo, para causar a patogenicidade o microorganismo depende dos fatores de virulência acima descritos. Baseado nestes conceitos, têm alguns microorganismos que não são capazes de produzir virulência, e isso ocorre em situações bastante especificas. Somente quando o hospedeiro estiver em condições normais de se pode definir quem são os microorganismos patogênicos e os não patogênicos. Em um hospedeiro competente se consegue definir que o microorganismo é patogênico e do não patogênico. A patogenicidade é bem complexa e não se resume só no que foi acima descrito. Envolve esse três fatores: Os fatores de virulência, o número de bactérias, ação bloqueadora das defesas. Em síntese, a patogenicidade (capacidade de causar doença) é na verdade a resultante de um conjunto de variáveis, envolvendo o grau de virulência do agente, como já foi visto acima, o seu número inicial (dose infectante) e não adianta ter contato com uma única bactéria. Logo, quanto maior o numero de microorganismo em contato com o corpo maior será a chance de desenvolver a doença. E Tb a ação bloqueadora das defesas do hospedeiro. Para dar certos exemplos: 1° exemplo: Podemos encontrar na natureza ou construir em laboratório Estirpes Avirulentas de bactérias patogênicas – podem ser usadas como vacinas vivas ou “atenuadas”. Eu posso pegar uma cepa que é sabidamente causadora de virulência e a tornar avirulenta ao retirar os seus fatores de virulência. Sendo isto muito utilizado em produção de vacinas para que ao ser inoculado em um hospedeiro desenvolva uma resposta imune adequada. E quando o hospedeiro for afetado pelo mesmo microorganismo já terá uma resposta imune pronta para aquela bactéria. 2° exemplo: Bactérias virulentas introduzidas em locais inadequados a sua multiplicação não causam doença – inoculação intraperitoneal de Vibrio cholerae não reproduz a cólera. O agente Vibrio cholerae causa a cólera e o modo de infecção é através da ingestão de água cotaminada por meio da qual o vibrio vai para no trato gastrointestinal e causar diarréia aquosa. Mas se eu introduzir o vibrio diretamente no trato gatrointestinal, ele não vai causar doença, pois não consegue se multiplicar. Em suma, ele vai ser agente patogênico se entrar no local adequado para o seu desenvolvimento no hospedeiro, se mudar o local não vai ter a manifestação clássica da doença. 3° exemplo: pequenas doses de bactérias pouco virulentas inoculadas em indivíduos com deficiências imunes resultam em doença grave – desnutridos, aidéticos Por mais que a bactéria não seja muito virulenta, ao entrar em contato com um indivíduo imunossuprimido, vai desenvolver a doença. Mesmo que a quantidade de microorganismo seja baixa. Pq as defesas do hospedeiro estão comprometida, tão logo, as chances de desenvolver a doença são muito grandes. ********************************************************************** Fator de Virulência tem a seguinte definição Definição: Estruturas, produtos ou estratégias que contribuem para a patogenicidade de um microrganismo. Não precisa ter uma estrutura somente, podem ser várias estruturas. Pode ser uma estratégia da bactéria que favoreça a ocorrência de uma doença no hospedeiro ou produtos produzidos pelas bactérias que causem a doença no hospedeiro. Estes fatores de virulência vão atuar em diversas etapas do processo infeccioso, tais como: Adesão, Acesso ao hospedeiro, Colonização de mucosas ou tecidos, Replicação intracelular ou extracelular, Disseminação, Escape do hospedeiro, Persistência no ambiente ou no reservatório. Para facilita a compreensão, didaticamente, vamos dividir os fatores de virulência em 3 grandes grupos: 1° Fatores que promovem a ADESÃO e INVASÃO 2° Fatores que promovem a EVASÃO do Sistema Imune do Hospedeiro 3° Fatores que causam DANOS ao hospedeiro (Toxicidade). Na destruição tecidual temos os fatores que causa danos direto ao hospedeiro. Entre as bactérias que tem um grande arsenal de virulência temos: Streptococcus pyogenes causa pneumonia comunitária. Foco gran positio Pseudômonas aeruginosa dá infecção em queimados e as hospitalares. Bastonetes gran negativo CÁPSULA... Algumas células são envolvidas por uma cápsula que protege o microorganismo da fagocitose, sendo um fator de virulência pode estar presente em gran positivo e negativo. ENZIMAS... IgA1 protease é uma protease que vai destruir a IgA, sendo um fator de virulência importante. Neuraminidase, pneumolisina, são proteínas que vão causar danos direto ao hospedeiro. Em Pseudômonas temos LPS, lipopolissacarídeo, e podem causar o choque séptico e é um fator de virulência importantíssimo em gran negativo. A Elastase que degrada tecido conjuntivo, além da Estafilolisina, Exotoxina A, Fosfolipase, Protease que são arsenal de enzimas que a bactéria tem para causar danos. ********************************************************************** Adesão - Estratégia que as bactérias usam para se fixar nas células e nos tecidos do organismo, sendo este um mecanismo mediado por adesinas. È uma passo específico já que determinada bactéria tem maior afinidade com determinada célula do hospedeiro. Esta etapa é muito importante e pode ocorrer a adesão tanto na mucosa como na matriz extracelular diretamente. A bactéria tem que aderir ao tecido para depois chegar à corrente sanguínea. É o primeiro passo para causar infecção em qualquer hospedeiro, já que ela precisa se aderir, já que pode ser eliminada pelo sistema imune do hospedeiro ou até mecanicamente como no caso de cistite, que por não se aderir firmemente ao trato urinário do hospedeiro o próprio fluxo urinário já é capaz de eliminá-la. Tropismo é uma afinidade entre as estruturas das bactérias e os receptores do hospedeiro. O meningococo tem diferença de adesão na orofaringe e na nasofaringe, podendo evidenciar um tropismo pelas células da orofaringe. Esta bactéria possue uma determinada estrutura que tem uma afinidade por um receptor específico somente da nasofaringe, mas pode se ligar através de outras estruturas aos receptores de outras células. Sendo que a estrutura preponderante da bactéria para a etapa de adesão apresenta uma afinidade pelos receptores celulares apenas da nasofaringe. Exemplos de tropismo: 1° exemplo: Neisseria gonorrhoeae tem afinidade pelo epitélio uretral o que leva a entender toda a sintomatologia da doença. 2° exemplo: Streptococcus pyogenes ou do grupo A e mucosa do orofaringe podendo fazer parte do microbiota da normal de alguns individuos 3° exemplo: Bordetella pertussis (coqueluche) tem afinidade pelo epitélio ciliar do trato Respiratório 4° exemplo: Certas Escherichia coli uropatogênicas e trato urinário alto (pielonefrites) ou baixo (cistites), algumas delas só poderão causar doença o trato urinário alto (pili tipo p) e outras só no trato urinário baixo (pili tipo 1). Logo, dentro de uma Ecoli uropatogênica tem uma distinção no local onde ela poderá ser patogênica. 5° exemplo: Echerichia coli K88 – diarréia em suínos, mas não em humanos Algumas bactérias vão apresentar receptores em outros animais A adesão é dividida em 2 estágios: 1° ESTÁGIO Associação fraca: reversível, representada por interações eletrostáticas adesinas fimbriais. Ou seja, o primeiro momento da adesão se dá por associação fraca estabelecida pelas fimbrias. 2° ESTÁGIO Adesão propriamente dita: exercida por moléculas mais específicas, cuja reversibilidade é mais difícil - adesinas afimbriais Esta ligação é especifica e é praticamente irreversível, já que a estrutura da bactéria tem uma afinidade muito maior pelo hospedeiro A quantidade de adesinas é enorme, pois são importantes no processo de adesão. Tão logo, cada bactéria apresenta uma série de adesinas que vão aderir a diversos receptores tendo uma especificidade maior por um determinado receptor de um tecido no organismo, como no caso do meningococo. Já o Staphylococcus aureus é capaz de causar uma série de doença e para isso ele precisa apresentar um arsenal de adesinas que vão se ligar a uma estrutura chamada fibronectina e como a temos em muitos tecidos, ele vai poder se aderir e causar a infecção em diversas partes do corpo. Exemplos: Ver slide 11, não consegui anexar UPS! Aderência bacteriana a superfície celular – ligação bactéria-célula e bactériabactéria através de pili. Em alguns casos a bactéria pode se aderir a outra bactéria que está aderia a célula ou a matriz do hospedeiro e isso se faz através do pili que é importante no processo infeccioso. ********************************************************************** Invação Em determinadas doenças o adesão é suficiente para causar a infecção, sendo esta localizada. Na infecção localizada os sintomas estão ligados adesão da bactéria e a manifestação imune, como na cistite. Essa invasão pode ou não ocorrer, já que pela simples adesão é o suficiente para causar uma infecção localizada. A bactéria é capaz de invadir o tecido e se disseminar para outros sítios anatômicos tendo assim uma infecção sistêmica. Os sintomas estão ligados adesão da bactéria e a manifestação imune como na cistite. É o caso da salmonela que é capaz de invadir o tecido e se espalhar. A invasão depende da fagocitose... A fagocitose é um mecanismo de defesa e é mediada por células fagocíticas, anticorpos ou sistema complemento, opsionizando ou fagocitando o microorganismo e protejendo o organismo. Porém a bactéria é capaz de induzir a fagocitose, mas de maneira benéfica a ela, e isso não ocorre somente através células fagocíticas funcionais, mas sim outras células que não deveriam fazer fagocitose sendo q foram induzidas pela bactéria a fazer a fagicitose. Proteínas chamadas invasinas que são fatores de virulência d bactéria são responsáveis por induzir a fagocitose destas bactérias por células não fagocíticas habitualmente e isso é importante pois dentro de uma célula do hospedeiro a bactéria está protegida contra anticorpos. Em relação à rota, a invasão pode ser de 2 formas: Rota transcelular quando bactéria invade a célula Rota paracelular quando a bactéria é capaz de destruir as junções entra as células e passar por entre as células e invade o tecido. Na rota transcelular os mecanismos de fagocitose são divididos em: Zipper – A bactéria possui ligantes que se conectam a receptores na célula hospedeira, estes receptores estão associados ao citoesqueleto da célula, e que acaba sofrendo rearranjo do citoesqueleto promovendo a endocitose da bactéria. EX: Yersinia e Listeria A bactéria tem certas estruturas que se ligam aos receptores da célula do hospedeiro mas estes receptores estão ancorados ao citoesqueleto da célula. Quando as bactérias se ligam aos receptores da célula do hospedeiro ocorre uma fosforilação destes receptores e por estar ancorados ao citoesqueleto da célula, acabam mudando a conformação do citoesqueleto e isto vai causar a formação de pseudopodos pela célula do hospedeiro que vai fagocitar esta bactéria. Trigger – A bactéria utiliza um sistema de secreção para injetar na célula hospedeira moléculas efetoras que vão mobilizar o citoesqueleto e induzir a sua fagocitose EX: Salmonella e Shigella Neste caso não se tem o mecanismo de receptores, mas sim moléculas que são injetadas na célula dos hospedeiros e no citoplasma da célula vão se ligar ao citoesuqeleto do hospedeiro mudando a sua conformação e formando pseudópodos e que vai resultar na fagocitose dela mesma, a bactéria. UPS! Lembrando que neste 2 casos a adesão já ocorreu. ********************************************************************* 3° Disseminação Após invadir a célula do hospedeiro, a bactéria pode se disseminar pelo corpo do hospedeiro. Isso ocorre de diversas formas: 1 ela pode invadir uma célula adjacente, 2 pode invadir o macrófago e com isso se disseminar já que o macrófago vai migrar para apresentar essa bactéria ao linfócito T 3 leucócito polimorfonuclear, neutrófilo, nuclear Tb é utilizado como via de disseminação. Mas para ser capaz de se disseminar, é necessário mais um processo, que a bactéria seja capaz de evadir do sistema imune e assim se proteger. Ou seja, ela invade as células imunes como o linfócito t, neutrófilo e as células adjacentes, mas ela evadi destas células para escapar do sistema imune. Os Mecanismos de evasão: Escape dos macrófagos (fagócitos) Sobrevivência nos macrófagos (fagócitos) Evasão à imunidade adquirida (específica) do hospedeiro Falando de um em um.... Escape dos macrófagos (fagócitos) As bactérias podem ter uma cápsula que pode ser Polissacarídica - S. penumoniae, Ác. Hialurônico - S. pyogenes e Ác. Siálico - N. meningitidishialuronico, ou outra com a proteína M que a protege contra a ação fagocítica do macrófago, isso Tb vale para o neutrófilo. Ele induz a fagocitose por uma célula que não é preparada para a fagocitose e essas células não vão conseguir destruir essas bactérias e nem apresentá-las para o sistema imune. Ex: Shigella, Salmonella e Listeria fazem isso com cél epiteliais. Sobrevivência nos macrófagos (fagócitos) A bactéria (Shigella, Listeria) produz enzimas que destroem a parede do fagossoma. Então, ela sai daquele fagossoma e segue para o citoplasma do macrófago porque lá ela não vai ser destruída. Ou seja, uma estratégia pra não ser destruída é a fuga do fagossoma. Para destruir a bactéria, esse fagossoma precisa ser fusionado ao lisossoma. Por que é no lisossoma que tem as enzimas digestivas que irão destruir a bactéria. Então, outra estratégia da bactéria (Salmonella, Mycobacterium) para não ser destruída é evitar a fusão fago-lisossoma. Elas secretam proteínas que vão impedir que o lisossoma se funsione ao fagossoma. Enquanto permanecer somente o fagossoma ela não vai ser destruída pelo macrófago. E por último, se ela não conseguir fugir do fagossoma, se ela não conseguiu impedir a fusão fago- lisossoma, o que ela precisa fazer? Ela precissa sobreviver a aquilo. Então, ela produz uma séria de enzimas que destrõem as espécies radiotivas de oxigêncio, por exemplo: catalase, que vai degradar o peróxido de hidrogênio que por sua vez é super tóxico para a bactéria. Outro exemplo dessas enzimas é o Super Óxido Desmutase (SOD), que vai proteger contra Ânion Superóxido, óxido de nitrogênio. Agora, a 3ª estratégia que é a evasão à imunidade adquirida (específica) do hospedeiro. Até agora, estávamos falando de fugir da imunidade inata (macrófago, neutrófilo). E por quê? Porque a resposta imune do hospedeiro vai seguir a diante. O hospedeiro vai produzir anticorpos contra a bactéria que precisa se proteger se quiser continuar a habitar o hospedeiro. Exemplos: Proteína A de S. aureus (essa proteína se liga a porção FC do anticorpo, que é responsável por ativar o Sistema Complemento. Logo, o anticorpo não irá ter utilidade porque ele vai ficar ligado pela porção FAB que não ativa a resposta imune, somente é responsável por reconhecer o patógeno, ou seja, a ptn A faz uma ligação invertida) Variação antigênica: o reconhecimento de um determinado patógeno, depende dos antígenos que ele expõe. A bactéria alterna esses antígenos. Isso pode ocorrer em um mesmo patógeno, durante a infecção (muito comum na Epoli Meningitite (?), ela muda seus antígenos), ou em diferentes cepas da mesma espécie, quando eu falo em sorotipos. A E. coli O105H5 tem um antígeno flagelar e um da parede. Esse pile tem uma Adesina. O hospedeiro produziu AC contra a Adesina e a bactéria muda a conformação dessa Adesina que continua atuando como Adesina, mas com estrutura alterada e o AC não irá reconhecê-la. Se o organismo passar a produzir AC para a nova Adesina, ela altera de novo. Isso pode ocorrer com qualquer outra estrutura na superfície da bactéria que funcione como AG. A bactéria não vai defender a virulência dela de apenas um fator. Tudo isso atua em conjunto. Exemplo: a bactéria pode ter cápsula, variar o AG e também evadir o macrófago. Fatores que causam danos direto ao hospedeiro (mecanismos de agressão). Esses danos causados ao hospedeiro podem levar à: Morte celular por lise (necrose) ou indução de apoptose Alterações do metabolismo Resposta imune do hospedeiro que causa danos celulares, ou seja, a bactéria induz uma resposta imune exacerbada. Através de: 1. Toxinas. 2. Endotoxinas: componentes da célula bacteriana (gran negativas) que são liberados quando a célula é lisada. Ex: LPS (através do lipídio A). Isso pode ocorrer quando a bactéria morre. O sistema imune (receptores do tipo Toll) reconhecem o LPS e dá início a uma cascata de coagulação disseminada, ativação generalizada do Sistema Complemento, produção alta de IL-1 e TNF. O LPS é uma das toxinas mais potentes, porque em quantidades baixíssimas é capaz de induzir a tudo que foi citado acima. Ela aumenta a vasodilatação e conseqüentemente a permeabilidade do tecido, que leva ao choque (passagem do líquido para o tecido, diminuição da PA e do Débito Cardíaco, falência dos órgãos por baixa oxigenação). Ele ativa IgE dos mastócitos, que por sua vez liberam mediadores como: histaminas (efeito vasodilatador). 3. Exotoxinas: é qualquer toxina que é excretada no meio pelas bactérias. São produzidas por qualquer grupo bacteriano, diferente das endotoxinas que são produzidas somente pelas Gram-negativas. Essas exotoxinas podem ser utilizadas de maneira benéfica pelo hospedeiro. Através de: - Toxóides: alteração da estrutura da toxina que fica sem ação tóxica, mas com imunogenicidade preservada – funcionam como imunizantes; obtidos por proteólise parcial, alterações em regiões-chave, engenharia genética que permitem que quando em contato com o invasor o hospedeiro esteja protegido (base das vacinas diftérica e tetânica). As exotoxinas se classificam em 3 classes: Tipo I ou Superantígenos Ligam-se diretamente a moléculas de MHC da superfície de macrófagos e receptores de linfócito T, ou seja, não vou ter uma resposta imune direcionada ao super antígeno (ao antígeno sim, mas não ao super antígeno, vide desenho abaixo), a resposta imune é inespecífica. E os eventos são semelhantes aos que ocorrem com o LPS, febre, aumenta a vasodilatação e conseqüentemente a permeabilidade do tecido, que leva ao choque. Produção de grande quantidade de citocinas, levando à uma resposta exacerbada choque Ex: Enterotoxina estaficócica, Exotoxina pirogênica estreptocócica e TSST (toxina da síndrome choque tóxico), etc. Tipo II ou Toxinas Desestruturadoras de Membranas Agem na membrana celular eucariótica Formam poros que levam a destruição da integridade da membrana. Ex: Hemolisinas (causa poros nas hemácias), Leucocidina (causam poros no leucócitos), Pneumolisina (causam poros nos leucócitos) e -toxina (C. perfringens) Tipo III ou Toxina do Tipo A-B Maioria das toxinas, 90% das toxinas bacterianas; Apresentam dois tipos de subunidades, uma chamada subunidade B e outra subunidade A; A letra B vem de binding, pois é essa subunidade responsável pela ligação da toxina ao seu receptor celular (hospedeiro); A subunidade A é a porção enzimaticamente ativa, que penetra na célula e exerce os efeitos biológicos da toxina; Exs.: Toxina diftérica – Inibe a síntese proteica Toxina colérica – Desregula a produção de cAMP Toxina botulínica (efeito paralisias flácidas) e Toxina tetânica (efeito espásmico) – ambas inibem a Neurotransmissão. As bactérias produzem outras enzimas que tem efeito na virulência. Por exemplo: • Proteases (destroem as proteínas) • Hialuronidases (destroem o ácido hialurônico) • Colagenases (destroem o colágeno) • Gelatinases (destroem a gelatina, PTN da Matriz Extra Celular) Ou seja, essa enzimas levam a destruição tecidual (célula e MEC). Abaixo o esquema de Sistema de Secreção: sistemas de translocação dos fatores de virulência. A bactéria injeta moléculas no interior do citoplasma da célula do hospedeiro. Outro fator importante na virulência são os Sideróforos, substâncias que apresentam alta afinidade para o ferro, sendo capazes de retirá-lo das proteínas carreadoras. Sabemos que o ferro é de extrema importância para os eucariotos e procariotos, pois ele participa de uma série de reações de oxidação e redução (ele ganha e doa elétrons com a função de equilibrar a reação) e a competição pelo ferro é um fator de virulência para as bactérias que também necessitam de equilibrar as suas reações. O ferro existente no ser humano está quase todo ligado à hemoglobina, à transferrina ou à lactoferrina. No ínicio da infecção o hospedeiro aumenta a produção destas proteínas. Então, a bactéria produz os sideróforos que tem mais afinidade pelo ferro do que a transferrina e lactoferrina, ou seja, ele rouba o ferro destas proteínas. Agora, o último fator de Virulência, que na verdade é mais que um fator de virulência, uma estratégia de comportamento, de vida da bactéria: BIOFILME. Biofilme é o conjunto de microrganismos aderidos a uma superfície biótica ou abiótica (orgânico ou não) e revestidos por uma matriz extracelular. Uma espécie de tecido conjuntivo de bactérias. Estratégia de crescimento presente em mais de 65% das infecções humanas de etiologia bacteriana; Raramente são eliminados pelo sistema imune do hospedeiro, pois ele não o reconhece; Sintomas recorrentes após o tratamento com antimicrobianos. Já que o antimicrobiano destruirá algumas bactérias, mas as bactérias do interior do Biofilme irão sobreviver. Associados a infecções crônicas; Comumente relacionados com dispositivos médicos invasivos (cateter, sonda, marcapasso, etc); O professor diz acreditar que todo tipo de bactéria possa produzir BIOFILME. Um exemplo clássico de biofilme é a cárie (tem todos os tipos de bactéria) que é uma porta para infecções no organismo. Abaixo, alvéolos - onde vemos macrófagos tentando combater as bactérias que já começaram a produzir BIOFILME. O sistema imune não consegue ser eficiente e vai ocorrer fibrose.