_Análise antigénica e genética dos vírus da gripe: inverno 2015/2016

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Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP
Instituto_Nacional
de Saúde
Doutor Ricardo Jorge
2016
Observações_ Boletim Epidemiológico
número
17
2ª série
artigos breves_ n. 6
_
www.insa.pt
Doenças Infeciosas
_Análise antigénica e genética dos vírus da gripe: inverno 2015/2016
Antigenic and genetic analysis of influenza virus: 2015/2016 winter
Pedro Pechirra, Inês Costa, Patrícia Conde, Paula Cristóvão, Raquel Guiomar
[email protected]
Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios. Depar tamento de Doenças Infeciosas, Instituto Nacional de Saúde
Doutor Ricardo Jorge, Lisboa, Por tugal.
_Resumo
_Introdução e objetivo
A análise antigénica e genética dos vírus da gripe é um dos principais
objetivos da vigilância da gripe. Na época de 2015/2016, foram caraterizadas antigénica e geneticamente, 210 e 139 estirpes virais, respetivamente, a partir de amostras biológicas recebidas através do Programa
Nacional de Vigilância da Gripe e da Rede Portuguesa de Laboratórios
para o Diagnóstico da Gripe. Os vírus do subtipo A(H1)pdm09, predominantes em circulação nesta época foram antigenicamente semelhantes à
estirpe incluída na vacina antigripal 2015/2016. A sua caraterização genética revelou que a maioria pertence ao novo subgrupo genético 6B.1 com
4 importantes alterações na sequência peptídica da hemaglutinina em relação à estirpe vacinal. Os vírus B/Victoria, detetados no fim da epidemia
de gripe, apesar de pertencerem ao grupo 1A apresentam já alguma divergência antigénica e genética em relação à estirpe B/Brisbane/60/2008
que será incluída na vacina antigripal para 2016/2017. Os vírus do subtipo A(H3), detetados em numero reduzido ao longo da época distribuíram-se pelos grupos genéticos 3C.2a e 3C.3a, com 7 e 2 substituições
de aminoácidos importantes em relação à estirpe vacinal 2015/2016, respectivamente. Os vírus A(H3) caraterizados foram semelhantes antigenicamente à futura estirpe vacinal 2016/2017.
A vigilância laboratorial da gripe em Portugal tem como objetivo principal, não só a deteção dos vírus da gripe em circulação, mas também a sua caraterização antigénica e genética.
Utilizando os métodos virológicos convencionais e a biologia
molecular, o Laboratório Nacional de Referência para o Vírus
da Gripe e Outros Vírus Respiratórios (LNRVG) do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge analisa os vírus da gripe
detetados em ambas as vertentes: antigénica e genética. Esta
monitorização é essencial para que o LNRVG possa responder
à sua função de Laboratório Nacional de Referência, atribuída
pela Organização Mundial de Saúde, e assumir a sua responsabilidade como laboratório coordenador da Rede Portuguesa
de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (RPLDG). O presente estudo descreve as caraterísticas antigénicas e genéticas dos vírus da gripe identificados em Portugal no inverno de
_Abstract
Antigenic and genetic analysis of influenza viruses is one of the main
objectives of influenza sur veillance. During 2015/2016 season were
antigenically and genetically characterized 210 and 139 viral strains,
respectively, from biological products received in the scope of the
National Program for Influenza Sur veillance and from the Por tuguese
Laboratories Network for the Diagnosis of Influenza. Viruses from
A(H1)pdm09 subtype, predominant in circulation this season, were
antigenically similar to the strain included in the 2015/2016 influenza
vaccine. Their genetic characterization revealed that most of them
belong to the new genetic subgroup 6B.1 with 4 impor tant changes
in hemagglutinin peptide sequence when comparing to the vaccine
strain. B/Victoria viruses, detected at the end of influenza epidemics, despite belonging to the group 1A, present some antigenic and
genetic diversity in relation to B/Brisbane/60/2008 which will be included in the 2016/2017 influenza vaccine. Subtype A(H3) viruses, detected in reduced numbers throughout the season, have clustered in
3C.2a and 3C.3a genetic groups, with 7 and 2 impor tant amino acid
substitutions in relation to the vaccine strain 2015/2016. Characterised A(H3) viruses were antigenically similar to the future 2016/2017
vaccine strain.
2015/2016.
_Material e métodos
Durante a época de vigilância da gripe de 2015/2016, o LNRVG
pesquisou a presença do vírus da gripe em 1107 exsudados
nasofaríngeos, com origem nas redes que suportam a vigilância laboratorial da gripe: Rede Médicos-Sentinela, Rede de
Serviços de Urgência, Rede de Serviços de Obstetrícia e
Projecto EuroEVA (Efetividade da vacina antrigripal na Europa).
O diagnóstico laboratorial foi efetuado por RT-PCR multiplex
em tempo real, permitindo a deteção e identificação dos tipos
e subtipos do vírus da gripe [A(H1)pdm09, A(H3), B/Yamagata
e B/Victoria]. Os laboratórios da RPLDG efetuaram a pesquisa
do vírus da gripe igualmente por metodologias de biologia
molecular. Para a caraterização antigénica procedeu-se ao
isolamento viral em linha celular MDCK-Siat1 e à inibição da
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Instituto_Nacional
de Saúde
Doutor Ricardo Jorge
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hemaglutinação por antissoros monoclonais para as estirpes
2015/2016 (gráfico 1). Das 3 estirpes virais A(H3), uma
vacinais e de referência. A caraterização genética foi baseada
foi semelhante à futura estirpe vacinal 2016/2017, A/Hong
na sequenciação pelo método de Sanger da região codificante
Kong/4801/2014, enquanto que para os outros 2 vírus A(H3)
da subunidade HA1 da hemaglutinina. A análise filogenética foi
não foi encontrada qualquer semelhança com as estirpes va-
efetuada utilizando o programa MEGA6 (1).
cinais e de referência estudadas.
_Resultados
Gráfico 1:
Caraterização antigénica dos vírus da gripe, inverno
2015/2016.
A presença do vírus da gripe foi detetado em 41% (449/1107)
destes casos de síndroma gripal. A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (RPLDG) efetuou a
n = 210
pesquisa laboratorial do vírus da gripe em 7443 amostras res-
A /California /7/2009 (H1)pdm
186; 89%
piratórias, tendo detetado em 1458 (1458/7443; 20%) amostras o vírus da gripe (2).
Os vírus da gripe caraterizados na época 2015/2016 refletem a
circulação dos tipos e subtipos dos vírus da gripe detetados no
início, período epidémico e final da época gripal. Uma seleção
BYam NO CAT
1; 0,4%
BVic NOCAT
20; 10%
de 146 amostras respiratórias de casos de infeção respiratória
grave e positivas para o vírus da gripe provenientes da RPLDG
AH3 NO CAT
2; 1%
A /Hong Kong/4801/2014 (H3)
1; 0,4%
foi recebida no LNRVG para caraterização antigénica e genética dos vírus da gripe.
O vírus A(H1)pdm09 constituiu a maioria (90,4%) dos vírus da
gripe detetados, tendo cocirculado na fase final da epidemia de
gripe com o vírus do tipo B (linhagem Victoria). Os vírus A(H3) e
AH3 NO CAT - Vírus da gripe A(H3) diferentes antigenicamente de A /Hong
Kong/4801/2014 e de A /Switzerland/9715293/2013. BYam NO CAT - Vírus da
gripe B (linhagem Yamagata) diferentes antigenicamente de B/Phuket /3073/2013.
BVic NO CAT - Vírus da gripe B (linhagem Victoria) diferentes antigenicamente de
B/Brisbane/60/2008.
B (linhagem Yamagata) foram detetados ao longo da época em
número reduzido.
Caraterização antigénica
Ao longo da época de gripe 2015/2016, foram isolados e
caraterizadas antigenicamente 210 estirpes virais. A maioria (186/210; 89%) das estirpes virais foram do subtipo
Caraterização genética
Durante a epidemia de gripe de 2015/2016, entre as semanas
47/2015 (novembro 2015) e 14/2016 (abril 2016) foram caraterizados geneticamente 139 vírus da gripe: 108 do subtipo
H1pdm09, 17 B/Victoria, 10 A(H3) e 4 B/Yamagata.
A(H1)pdm09 e semelhantes antigenicamente à estirpe vaci-
Todos os vírus A(H1) pandémicos caraterizados geneticamente
nal de 2015/2016, A/California/7/2009 (Figura 1). Os vírus
(figura 1) pertencem ao grupo genético 6B (representados pela
do tipo B (linhagem Victoria), detetados essencialmente no
estirpe de referência A/South Africa/3626/2013), sendo que a
final da época de gripe, foram distintos da estirpe vacinal de
maioria (88/108; 81,4%) agrupou no novo subgrupo genético
2015/2016, B/Phuket/3073/2013 (da linhagem Yamagata). Os
6B.1 (representado pela estirpe A/New York/61/2015). Os vírus
vírus B/Victoria caraterizados (20/210; 10%) apresentaram
do novo subgrupo 6B.1 começaram a ser detetados a partir da
também alguma divergência antigénica quando comparados
semana 51/2015 (dezembro 2015) e no gene da hemaglutinina
com a futura estirpe vacinal 2016/2017 para o hemisfério
(subunidade HA1) foram observadas 11 substituições de amino-
norte, B/Brisbane/60/2008 (gráfico 1). Foram ainda carate-
ácidos quando comparado com a estirpe A/California/7/2009
rizadas antigenicamente 3 estirpes virais do subtipo A(H3)
(estirpe vacinal), sendo que 4 dos aminoácidos se encontram
e uma do vírus B da linhagem Yamagata, todas distintas
em locais antigénicos da glicoproteína viral (S162N, K163Q,
antigenicamente das estirpes incluídas na vacina antigripal
S185T, S203T).
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Figura 1:
A/Lisboa/niEVA322_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA155_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA189_15-16/2016
A/Lisboa/41/2016
A/Lisboa/77/2016
A/Lisboa/122/2016
A/Lisboa/niEVA195_15-16/2016
A/Lisboa/117/2016
A/Lisboa/74/2016 
A/Lisboa/108/2016
A/Lisboa/115/2016
A/Lisboa/1/2016
A/Lisboa/113/2016
A/Lisboa/55/2016
A/Lisboa/120/2016
58 A/Lisboa/niEVA199_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA260_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA288_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA281_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA194_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA297_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA193_15-16/2016
A/Lisboa/104/2016
A/Lisboa/niEVA230_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA237_ 15-16/2016
A/Lisboa/niEVA239_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA257_ 15-16/2016
A/Lisboa/niEVA185_15 -16/2016
A/Lisboa/75/2016
A/Lisboa/niEVA306_15 -16/2016 
A/Lisboa/57/2016
A/Lisboa/niEVA236_15-16/2016
63
A/Lisboa/101/2016
A/Lisboa/niEVA274_15-16/2016
64
A/Lisboa/61/2015
A/Lisboa/niEVA292_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA308_15-16/2016
A/Lisboa/29/2015

76 A/Lisboa/84/2015
A/Lisboa/42/2016
A/Lisboa/40/2016
A/Lisboa/58/2016
A/Lisboa/63/2015
A/Lisboa/73/2016
A/Lisboa/121/2016
65 A/Lisboa/niEVA317_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA266_15 -16/2016
A/Lisboa/99/2016
A/Lisboa/niEVA283_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA290_15-16/2016
A/Lisboa/niEVA214_15-16/2016
A/Lisboa/125/2016
A/Lisboa/niRL115_15 -16/2016 
A/Lisboa/103/2016
A/Lisboa/niEVA246_15-16/2016
A/Lisboa/110/2016 
87 A/Lisboa/111/2016
A/Lisboa/118/2016 
89
A/Lisboa/niEVA307_15 -16/2016
A/Lisboa/niEVA247_15 -16/2016
A/Lisboa/niEVA265_15-16/2016
64 A/Lisboa/niEVA200_ 15 -16/2016
A/Lisboa/124/2016
A/NewYork/61/2015 (6B.1)
A/Lisboa/niEVA229_15 -16/2016
A/Lisboa/niEVA180_15 -16/2016
A/Lisboa/niEVA233_15 -16/2016
A/Lisboa/niEVA250_15 -16/2016 
A/Lisboa/123/2016
A/Lisboa/niEVA259_15 -16/2016
A/Lisboa/102/2016
A/Lisboa/109/2016
A/Lisboa/niEVA262_15 -16/2016
A/Lisboa/79/2016
A/Lisboa/112/2016
A/Lisboa/58/2015
96
A/Lisboa/81/2015
95 A/Lisboa/51/2015 
A/Lisboa/60/2015
A/Lisboa/119/2016
A/Lisboa/37/2016
A/Lisboa/114/2016
A/Lisboa/niEVA152_15-16/2016
68 A/Lisboa/59/2015
A/Lisboa/49/2015
A/Lisboa/50/2015
A/Lisboa/32/2015
A/Lisboa/80/2016
A/Lisboa/116/2016
A/Lisboa/44/2015
71
A/Lisboa/52/2015
A/Lisboa/53/2015 
A/Jordan/20241/2015 (6B)
A/Hong Kong/12243/2015 (6B)
A/Bangladesh/3003/2015 (6B)
62
A/Mauritius/I-463/2015 (6B)
A/Lisboa/niEVA252_15-16/2016 
A/Lisboa/67/2015
A/Lisboa/25/2016
A/Lisboa/78/2016
A/Lisboa/38/2015
A/Lisboa/37/2015
A/Lisboa/34/2015
85
A/Lisboa/33/2015
93
A/Lisboa/niEVA075_15-16/2016
A/Lisboa/niSU82_15 -16/2015
A/Lisboa/31/2015
A/Lisboa/niRL79_15 -16/2016

A/Lisboa/36/2015
A/Lisboa/76/2016
63 A/Lisboa/niEVA143_15 -16/2016
A/Lisboa/niEVA142_15 -16/2016
A/Lisboa/100/2016
86
A/St-Petersburg /122/2015 (6B)
A/Madagascar /1566/2015 (6B)
A/Cameroon/15V- 3814/2015 (6B)
A/Norway /1690/2015 (6B)
88
A/Guyane /1759/2015 (6B)
A/Lisboa/14/2015 (2014/2015)
A/South Africa/R2977/2015 (6B)
A/Lisboa/7/2015 (2014/2015)
71
A/Slovenia /1314/2015 (6B)
A/IIV- Moscow /94/2015 (6B)
51
A/IIV-Moscow /93/2015 (6B)
A/Lisboa/72/2014 (2013/2014)
100
A/Odessa/62/2012 (6B.2)
A/Israel/Q - 424/2015 (6B.2)
53
50
A/Bangladesh/01/2015 (6B)
A/ South Africa/R3723/2015 (6B)
A/Lisboa/38/2014 (2013/2014)
A/ South Africa/3626/2013 (6B)
A/Dakar/04/2014 (6C)
A/ Ghana /DILI -14- 0620/2014 (6C)
77
A/ Santarem PT/1/2013 (2012/2013)
A/Hong Kong/5659/2012 (6A)
A/St. Petersburg/27/2011 (6A)
A/Lisboa/1/2011 (2010/2011)
A/Lisboa/17/2012 (2011/2012)
98
A/St. Petersburg/100/2011(7)
A/Norway/120/2013 (8)
46
A/CzechRepublic /32/2011 (2)
64
A/Christchurch/16/2010 (4)
A/Lisboa/6/2010 (2010/2011)
A/Lviv/N6/2009 (1)
VIR1204918 (HCC) 275Y (2010/2011)
99
A/Astrakhan/1/2011 (5)
A/Hong Kong/3934/2011 (3)
67
EVA53 (2010/2011)
A/Lisboa/171/2009 (2009/2010)
A/Bayern /69/2009 (1)
A/Dakar/20/2012 ( WestAfrica )
A/California/07/2009 (1)
Árvore filogenética dos vírus da gripe A(H1)pdm09, baseada no gene
da hemaglutinina (subunidade HA1).
Árvore filogenética obtida pelo método da Máxima Verosimilhança segundo o modelo Hasegawa-KishinoYano de distâncias evolutivas com 500 réplicas de
bootstrap. Os vírus caraterizados estão representados a vermelho. As estirpes de referência estão representadas a preto. A estirpe vacinal 2015/2016 está
sublinhada a amarelo. São mostrados os valores de
bootstrap superiores a 50.  - casos considerados
imunizados;  - casos graves ou internados. Algumas estirpes de referência têm indicado o seu grupo
filogenético entre parêntesis (baseado na filogenia do
gene da hemaglutinina).
Grupo 6B.1
S84N, S162N, I216T
Grupo 6B
K163Q, A256T, K283E
Grupo 6
D97N, S185T, S203T
Grupo 6C
V234I, K283E
0,002
25
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artigos breves_ n. 6
As 17 estirpes do vírus B/Victoria caraterizadas (figura 2) foram
pela estirpe vacinal 2016/2017, B/Brisbane/60/2008) e apresen-
detetadas em circulação na fase final da epidemia de gripe,
tavam de 2 a 3 substituições na sequência polipeptídica da he-
entre as semanas 4 e 14 de 2016 (janeiro a abril 2016). Todas
maglutinina em relação a B/Brisbane/60/2008, encontrando-se
as estirpes pertenciam ao grupo genético 1A (representado
pelo menos uma num local antigénico (N129D).
Figura 2:
Árvore filogenética dos vírus da gripe B/Victoria, baseada no gene da hemaglutinina (subunidade HA1).
B/L isboa /152 /2015
Árvore filogenética obtida pelo método da Máxima
Verosimilhança segundo o modelo HasegawaKishino-Yano de distâncias evolutivas com 500
réplicas de bootstrap. Os vírus caraterizados
estão representados a vermelho. As estirpes de
referência estão representadas a preto. A estirpe
vacinal 2016/2017 está sublinhada a verde. São
mostrados os valores de bootstrap superiores a 50.
 - casos graves ou internados. Algumas estirpes
de referência têm indicado o seu grupo filogenético
entre parêntesis (baseado na filogenia do gene da
hemaglutinina).

B/ K a nagawa /14/2015 (1A)
64
B/L isboa /153/2015
B/Hong Kong /1183/2015 (1A)
B/Nor way/2179/2015 (1A)
B/L isboa /niRL45 _15-16/2016
66
B/L isboa /niRL63 _15-16/2016
B/L isboa /3/2016
B/L isboa /niRL9 6 _15 -16/2016
B/L isboa /niRL142_15 -16/2016
B/L isboa /niR L62_15 -16/2016
65
64
B/L isboa /1/2016
6 0 B/L isboa /niRL127_15-16/2016
B/L isboa /niRL140 _15 -16/2016
B/L isboa /niRL50 _ 15 -16/2016
B/L isboa /niRL103 _15 -16/2016
B/ Hawaii /15/2015 (1A)
86
P77L
B/ Hawaii /11/2015 (1A)
B/L isboa /niRL51_15 -16/2016
63 B/L isboa /niRL121_15 -16/2016
B/ Sa ka i /3/2015 (1A)
66
95 B/L isboa /niRL46 _15 -16/2016
B/L isboa /niSU428 _15 -16/2016
60
91
B/Rhode Isla nd /07/2015 (1A)
B/ Mosc ow /113/2015 (1A)
B/A r ka ns as /07/2015 (1A)
B/Flor ida /52 /2015 (1A)
B/ Texas /02 /2013 (1A)
B/ Sou th Austra lia /81/2012 (1A)
N129D
63 B/L isboa /3/2012 (2011/2012)
B/ Sou th Austra lia /3/2015 (1A)
73
95
B/Hong Kong /1337/2015 (1A)
B/ Finla nd /530/2015 (1A)
B/For mos a / V2367/2012 (1A)
86
B/Por ta le gre PT/101/2013 (2012 /2013)
B/ G ha na /DILI -15 -0 93/2015 (1A)
B/ Nor way /2102 /2015 (1A)
B/ Ca me roon /14V - 8169/2014 (1A)
60
88
B/ Nor way /1570/2015 (1A)
B/L isboa /1/2014 (2013/2014)
Grupo 1A
52
B/ K rasnoya r sk /1/2015 (1A)
B/L isboa PT/8/2012 (2012 /2013)
86
93 B/Joha nne sburg /39 6 4/2012 (1A)
B/ Os a ka /11/2015 (1A)
B/ M a lta / M V636714/2011 (1A)
B/Pa r is /1762 /20 0 9 (1A)
Grupo 1B
84
50
B/B r isba ne/6 0/20 0 8 (1A)
B/L isboa /4/2011 (2010/2011)
B/Ode s s a / 3886/2010 (1B)
64
B/Hong Kong /514/20 0 9 (1B)
B/ G ua ng x i -Cha ngzhou /31/2015 (1B)
0,0 02
B/ M a laysia /250 6/20 04
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Instituto_Nacional
de Saúde
Doutor Ricardo Jorge
2016
Observações_ Boletim Epidemiológico
número
17
2ª série
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artigos breves_ n. 6
As 10 estipes virais do subtipo A(H3) agruparam-se em 2 dife-
A/Switzerland/9715293/2013, das quais 2 em locais antigénicos
rentes grupos genéticos (figura 3): no grupo 3C.3a (representado
(E50K e Y94E). Por sua vez, os vírus 3C.2a revelaram 10 substi-
pela estirpe vacinal 2015/2016, A/Switzerland/9715293/2013) e
tuições de aminoácidos em relação à estirpe vacinal 2015/2016,
no grupo 3C.2a (representado pela estirpe vacinal 2016/2017,
das quais 7 em locais antigénicos (A128T, S138A, G142K/R,
A/Hong Kong/4801/2014). Os vírus do grupo 3C.3a re-
S159Y, K160T, Q197R/K, Q311H).
velaram 3 substituições de aminoácidos relativamente a
A /South Africa /R3776/2015 (3C.2a)
A /Lisboa /niSU439_15-16/2016
Figura 3:
A /Lisboa /niRL27/2015 (2014/2015)
Árvore filogenética dos vírus da gripe A(H3), baseada no
gene da hemaglutinina (subunidade HA1).
A /Hong Kong/11713/2015 (3C.2a)
55
A /Lisboa /niMS20_15 -16/2015
A /Lisboa /5/2015 (2014/2015)
A /Lisboa /niRL19_15 -16/2015
Árvore filogenética obtida pelo método da Máxima
Verosimilhança segundo o modelo HasegawaKishino-Yano de distâncias evolutivas com 500
réplicas de bootstrap. Os vírus caraterizados
estão representados a vermelho. As estirpes
de referência estão representadas a preto. As
estirpes vacinais 2015/2016 e 2016/2017 estão
sublinhadas a amarelo e a verde, respetivamente.
São mostrados os valores de bootstrap superiores
a 50.  - casos graves ou internados. Algumas
estirpes de referência têm indicado o seu grupo
filogenético entre parêntesis (baseado na filogenia
do gene da hemaglutinina).

A /Moscow/100/2015 (3C.2a)
A /Ukraine/6809/2015 (3C.2a)
A /Cameroon/15V-3538/2015 (3C.2a)
Grupo 3C.2a
A /Mauritius/I - 240/2015 (3C.2a)
64
L3I, N144S, N145S, F159Y
K160T, N225D, Q311H
A /Lisboa /3/2015 (2014/2015)
A /South Africa /R3949/2015 (3C.2a)
52
A /Lisboa /2/2015 (2014/2015)
95
A /Lisboa /niRL144_15 -16/2016

90 A /Lisboa /niRL143_15 -16/2016

A /Lisboa /niRL120_15 -16/2016

68
A /Lisboa /niSU233_15 -16/2016
A /Nor way/2565/2015 (3C.2a)
66
A /Lisboa /77/2015
Grupo 3C.3a
A /Hong Kong/5738/2014 (3C.2a)
T128A, A138S, R142G,
N145S, F159S, N225D
A /Hong Kong/4801/2014 (3C.2a)
A /Nebraska /4/2014 (3C.2a)
A /Lisboa /1/2015 (2014/2015)
A / Vladivostok /36/2015 (3C.3a)
68
A /Switzerland /9715293/2013 (3C.3a)
98
A /Lisboa /75/2015
83
100 A /Lisboa /76/2015
A /Stockholm/6/2014 (3C.3a)
A /Samara /73/2013 (3C.3)
68
A /Por talegre PT/91/2013(2012/2013)
90
Grupo 3C
71
69
A /Poland/1900/2015 (3C.3b)
A /Netherlands/525/2014 (3C.3b)
97
A /Stockholm/28/2014 (3C.3b)
91 A /Lisboa /11/2015 (2014/2015)
A /Lisboa /19/2015 (2014/2015)
90
A /Lisboa /44/2014 (2013/2014)
95
A /Madeira PT/12/2013 (2012/2013)
A /Hong Kong/146/2013 (3C.2)
52
A / Texas/50/2012 (3C.1)
A / Victoria /361/2011 (3C)
62
A /Athens GR/112/2012 (3B)
A /Stockholm /18/2011 (3A)
100
A /Johannesburg/114/2011 (7)
A / Madagascar /0648/2011 (4)
A /Lisboa /19/2012(2011/2012)
70
90
79
A /Iowa /19/2010 (6)
SU43+ (2012/2013)
99
A /Alabama /05/2010 (5)
A /Nor way /1330/2010 (2)
A /Nor way /1186/2011 (1)
A /Per th/16/2009 (1)
0,005
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Por último, as 4 estirpes do vírus B/Yamagata caraterizadas
Agradecimentos:
geneticamente pertenciam ao grupo genético 3 (representado
A todos os médicos da Rede Médicos-Sentinela, Projeto EuroEva/
pela estirpe vacinal 2015/2016, B/Phuket/3073/2013) e todas
IMOVE, Rede de Serviços de Urgência e Obstetrícia, Rede Portu-
apresentaram a substituição L172Q, sendo que a estirpe
guesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe que participa-
B/Lisboa/151/2015 apresentou 2 substituições adicionais
(M71T e G238R, esta última em local antigénico).
ram no Programa Nacional de Vigilância da Gripe em 2015/2016;
Aos Colegas do Departamento de Epidemiologia (Ana Paula Rodrigues, Ausenda Machado, Baltazar Nunes, Verónica Gomez, Inês
Batista, Rita Roquette, Irina Kislaya); Aos Colegas do Laboratório
_Discussão e conclusão
de cultura de tecidos do Departamento Doenças Infeciosas (Carla
No inverno 2015/2016, o vírus da gripe predominante (406/449;
90,4%) em circulação foi o A(H1)pdm09, que se mostrou semelhante à estirpe vacinal A/California/7/20093. A maioria dos
Roque e Carlos Ribeiro); Aos Colegas da Unidade de Tecnologia e
Inovação do Departamento de Genética (Daniel Ataíde Sampaio,
Dina Carpinteiro, Joana Mendonça, Sílvia Duarte e Luís Vieira); À
Doutora Cristina Furtado pela revisão científica do artigo.
vírus pandémicos (88/108; 81,5%) agrupou no novo subgrupo
genético 6B.1. Este novo subgrupo foi também o mais frequentemente detetado na maioria dos países europeus, quando
comparado com os vírus do grupo 6B.2, também emergente
na época 2015/2016 na Europa e hemisfério norte (2,4).
Referências bibliográficas:
Os vírus do tipo B foram na sua maioria da linhagem
Victoria,
antigenicamente
distinta
da
estirpe
vacinal
B/Phuket/3073/2013, situação observável também na Europa
e América do norte (4-6). Acrescente-se que, estes vírus apresentam já alguma divergência antigénica relativa à estirpe vacinal para 2016/2017 – B/Brisbane/60/2008 (7).
Por sua vez, os vírus A(H3) em estudo foram antigenicamente distintos da estirpe vacinal 2015/20163 –
A/Switzerland/9715293/2013 mas
semelhantes à estirpe
vacinal para 2016/2017 – A/Hong Kong/4801/2014 (7), Este
subtipo viral foi detetado com baixa frequência na Europa
(à exceção da Eslovénia onde foi o predominante) (8,9) . Não
foram observadas diferenças nas sequências nucleotídica
da região HA1 entre os casos provenientes de cuidados de
saúde primários e casos mais graves da doença, resultantes
dos internamentos hospitalares. Situação semelhante observou-se nos casos de gripe entre a população vacinada e
não vacinada.
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