Discurso proferido pelo deputado GERALDO RESENDE (PMDB/MS), em sessão no dia 16/07/2012. UNIVERSALIZAÇÃO DA VACINA CONTRA H1 N1: PROTEGER A POPULAÇÃO BRASILEIRA E DAR EXEMPLO PARA O MUNDO Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, É constrangido que afirmo: a gripe ‘A’, ou gripe suína, está de volta em nosso País. A doença, que deve seu contágio por meio do vírus H1N1, em Campo Grande, capital de meu Estado, Mato Grosso do Sul, já provocou três mortes, além de mais de 160 casos que estão sendo investigados. A doença volta a aterrorizar a população. Se, através de políticas de vacinação e de conscientização, conseguimos conter o avanço da patologia no ano passado, em 2012, a sociedade e o governo negligenciaram as ações e o resultado é preocupante. A influenza ‘A’ é uma doença respiratória aguda, e este novo subtipo do vírus da influenza, do mesmo modo que os demais, é transmitido de pessoa a pessoa, principalmente por meio da tosse ou espirro e do contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. A gripe comum e a gripe ‘A” são causadas por diferentes subtipos do vírus influenza. Os sintomas são muito parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso, ao apresentar estes sintomas, seja pela gripe comum ou pela nova gripe, devese procurar seu médico ou um posto de saúde e iniciar o tratamento. Em 2009, passamos por uma pandemia da doença, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 25 de abril classificou o caso como emergência internacional. A nova gripe, que começara a se espalhar pela América do Norte, oriunda do México, já se encontrava na Oceania e na Europa. Essa preocupação mundial fez com que adotássemos hábitos de higiene e políticas de vacinação bastante eficazes. Até abril de 2010, 2.101 pessoas tinham morrido em decorrência da doença no País. Foram 58 mil casos confirmados, a primeira confirmação ocorreu em maio do ano anterior. Já em 2011, foram 27 mortes. Porém, em 2012 já passamos de 120 vítimas fatais. A forte diminuição de casos fatais em 2011 é fruto de um trabalho de conscientização e vacinação. Naquele ano, não havia nenhuma repartição pública que não tivesse instalado potes de álcool em gel em portas, banheiros e elevadores. A prática diminui em 71% o nível do contágio. Por falta de campanhas e capacitações continuadas, esta prática tão salutar acabou. Outra negligência é a pouca disponibilidade de vacina e a seleção de grupos prioritários. Esta política está gerando insegurança em Estados com casos de morte, como é o caso de Mato Grosso do Sul. Acredito que nenhuma economia deve ser feita quando o caso é o enfrentamento da possibilidade de uma epidemia de uma patologia letal. Tínhamos conseguido vencê-la e, os mesmos que definem grupos prioritários de vacinação e que apresentam argumentos financeiros para não universalizar o antídoto, são aqueles que titubearam no enfrentamento e oportunizaram o ressurgimento da girpe A. Acredito que esta Casa tem de acompanhar e fiscalizar as ações previstas para combater este mal, ao mesmo que repensar as tímidas ações atuais. Para salvaguardar a saúde da população e dar um exemplo, ao mundo, de prevenção e segurança em saúde, temos que ser mais ágeis e mais humanos. Muito obrigado pela atenção. Deputado GERALDO RESENDE (PMDB/MS)