Apresentação do PowerPoint

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Genética das leucoencefalopatias
Jaime Lin
Médico neuropediatra
Professor de Neuropediatria – UNISUL
Presidente do Departamento de Neuropediatria - SCP
Genética das leucoencefalopatias
Introdução
Leucodistrofias: grupo heterogêneo de doenças
com quadro clínico altamente variável e
mecanismos
fisiopatológicos
diversos
–
tecnicamente refere-se a “perda” (distrofia) da
substância branca (leuko).
Leucoencefalopatias: englobam insultos tóxicos,
adquiridos, de origem vascular ou infecciosos.
Hipomielinização, desmielinização,
dismielinização
Vanderver, A: Mol Genet Metab. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Introdução
Parikh, S: Mol Genet Metab. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Definição
Leucodistrofias: doenças hereditárias que afetam a
substância branca do SNC com ou sem
envolvimento periférico.
 Anormalidades em células gliais (envolvimento
de astrócitos e oligodendrócitos) e na bainha de
mielina.
 RM de crânio: hiperintensidade em T2, sinal em
T1 variável (iso – hiperintenso = hipomielinizante;
hipointenso = desmielinizante).
Vanderver, A: Mol Genet Metab. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Definição
Leucoencefalopatias
genéticas:
doenças
hereditárias e que resultam em anormalidade da
substância branca, mas não preenchem todos os
critérios para leucodistrofia. Pode haver um
envolvimento neuronal, vascular ou sistêmico
primário em que o comprometimento da
substância branca é secundário.
Leucodistrofias
são
leucoencefalopatias
genéticas, mas nem todas as leucoencefalopatias
genéticas são leucodistrofias.
Vanderver, A: Mol Genet Metab. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Epidemiologia
Estimativas de incidência variam enormemente:
• 1: 50.000 a 1:7.663
Na grande maioria dos casos, o diagnóstico
definitivo depende de uma miríade de ferramentas:
clínicas, bioquímicas, patológicas, radiológicas e
moleculares.
Parikh, S: Mol Genet Metab. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Algoritmo diagnóstico
Sinal da subst. branca anormal na RM
Provavelmente adquirida
(infecção/trauma/imunológica)
Tratar de forma apropriada
Parikh, S: Mol Genet Metab. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Algoritmo diagnóstico
Sinal da subst. branca anormal na RM
Provável etiologia genética
RM com padrão
característico?
Confirmar o mais
rápido possível
Sim e é tratável!
Parikh, S: Mol Genet Metab. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Adrenoleucodistrofia ligada ao X
Doença peroxissomal mais comum
1:17.000 nascidos vivos
Forma cerebral infantil:
• Antes dos 10 anos (média 7 anos);
• Deterioração cognitiva e comportamental, alterações visuais,
tetraparesia espástica, insuficiência adrenal (maioria), epilepsia (20%).
Doença de Addison isolada:
• Entre 2 anos e idade adulta (geralmente antes dos 7 anos);
• Responsável por 20% dos casos de Dça de Addison idiopática
(vômitos, fraqueza, coma, hiperpigmentação cutânea por
hipersecreção de ACTH)
Engelen, M: Orphanet J. Rare. Dis. (2012)
Genética das leucoencefalopatias
Adrenoleucodistrofia ligada ao X
Padrão de imagem:
• Predomínio occipital, hiperintensidade
hipointensidade em T1, realce ao redor
em
T2
e
Cheon , JE: RadioGraphics. (2002)
Genética das leucoencefalopatias
Adrenoleucodistrofia ligada ao X
Diagnóstico:
Dosagem de ácidos graxos de cadeia muito longa
no plasma.
Diagnóstico pré-sintomático:
Screening neonatal tecnicamente factível. Dosagem
de C26:0 lisofosfatidilcolina em papel filtro.
Engelen, M: Orphanet J. Rare. Dis. (2012)
Genética das leucoencefalopatias
Adrenoleucodistrofia ligada ao X
Genética:
Mutação no gene ABCD1.
Gene ABCD1:
• Localizado no cromossomo Xq28;
• Codifica a proteína ALDP, proteína peroxissomal
transmembrana envolvida no transporte de ésteres de
VLCFA-CoA do citosol para o interior do peroxissomo;
• Impede beta-oxidação de VLCFA. Acúmulo de VLCFA é
tóxico e seu excesso diminui a liberação de cortisol pelas
células adrenais e causa morte celular de astrócitos e
oligodendrócitos.
Engelen, M: Orphanet J. Rare. Dis. (2012)
Genética das leucoencefalopatias
Adrenoleucodistrofia ligada ao X
Genética:
• Todas as filhas de um homem afetado serão carregadoras
enquanto que os filhos nunca serão afetados;
• Quando a mulher carrega do gene, existe 50% de
probabilidade de transmissão do gene;
• 4% dos casos ocorrem por mutação de novo;
• Sequenciamento completo do gene ABCD1 (93%); PCR,
MLPA e Southern Blot para detecção de deleções,
duplicações ou rearranjos;
• Sequenciamento de EXOMA.
Wiesinger, C: The Application of clinical genetics. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Adrenoleucodistrofia ligada ao X
Engelen, M: Orphanet J. Rare. Dis. (2012)
Genética das leucoencefalopatias
Doença de Krabbe
1:100.000 nascidos vivos
Forma clássica infantil:
• Fase I: Início com 6 meses (desenvolvimento inicial normal);
irritabilidade, hipertonia, envolvimento de nervos periféricos;
• Fase II: Deterioração rápida, descerebração, opistótono;
• Fase III: Deterioração lenta, atrofia óptica, epilepsia, estado
vegetativo.
Outras formas:
• Infantil tardia: após 6 meses, perda visual, regressão, espasticidade;
• Juvenil e adulta: após 4 anos, clínica variável, alteração de marcha,
perda visual, epilepsia, alteração comportamental e cognitiva.
Sano, TS: Einstein. (2012)
Genética das leucoencefalopatias
Doença de Krabbe
Padrão de imagem:
• Hiperintensidade em T2 na substância branca profunda,
envolvimento bilateral cápsula interna/externa, tálamo e
espessamento de nervo óptico.
Cheon , JE: RadioGraphics. (2002)
Genética das leucoencefalopatias
Doença de Krabbe
Diagnóstico:
Dosagem de atividade da enzima galactosilceramidase
(GALC) em leucócitos e fibroblastos.
• em indivíduos sintomáticos 0 a 5% de atividade
• em indivíduos com 8 a 20% de atividade sem apresentação
clínica clássica requerem confirmação molecular.
Puckett, RL: Mol Genet Metabol.. (2012)
Genética das leucoencefalopatias
Doença de Krabbe
Genética:
Mutação no gene GALC.
Gene GALC:
• Localizado no cromossomo 14;
• A deficiência da galactocerebrosidase leva ao acúmulo de
galactosilsfingosina (lipídeo citotóxico e produto do
metabolismo deficiente de esfingolípides) nos macrófagos
levando a perda progressiva de mielina.
Won, J-S: Journal of Neuroscience Research. (2016)
Genética das leucoencefalopatias
Doença de Krabbe
Tratamento:
• Transplante
sintomáticos.
de
medula
óssea
em
pacientes
pré-
Engelen, M: Orphanet J. Rare. Dis. (2012)
Genética das leucoencefalopatias
Leucodistrofia metacromática
1,4 a 1,8:100.000 nascidos vivos
Forma infantil tardia:
• 1 a 2 anos;
• Distúrbios de marcha, ataxia, espasticidade, distonia e polineuropatia
periférica, declínio cognitivo.
Forma juvenil:
• 5 a 12 anos;
• Pode-se iniciar com sintomas motores ou cognitivos.
Forma adulta:
• Adolescentes e adultos;
• Sinais cognitivos precoces (incluindo psicose), declínio motor.
Van Rapard D: Best Practice & Research Clinical Endocrinology and Metabolism. (2014)
Genética das leucoencefalopatias
Leucodistrofia metacromática
Padrão de imagem:
• Em
imagens
ponderadas
em
T2:
áreas
de
hiperintensidade cofluentes e simétricas na sustância
branca periventricular poupando fibras U.
Cheon , JE: RadioGraphics. (2002)
Genética das leucoencefalopatias
Leucodistrofia metacromática
Diagnóstico:
Dosagem de atividade da enzima arilsulfatase A
(ASA) em leucócitos e fibroblastos.
• Níveis de atividade ASA baixos: pseudodeficiência
• Níveis de atividade ASA normais: deficiência de saposina B
Van Rapard D: Best Practice & Research Clinical Endocrinology and Metabolism. (2014)
Genética das leucoencefalopatias
Leucodistrofia metacromática
Genética:
Mutação no gene ARSA
Gene ARSA:
• Localizado no cromossomo 22q13.33
Tratamento:
• Transplante de medula óssea em
sintomáticos ou oligossintomáticos.
pacientes
pré-
Engelen, M: Orphanet J. Rare. Dis. (2012)
Genética das leucoencefalopatias
Xantomatose cerebrotendínea
Doença peroxissomal.
5:100.000 nascidos vivos
Quadro clínico:
• Adolescência e idade adulta (média 19 anos);
• Epilepsia, parkinsonismo, sintomas cerebelares, mielopatia crônica,
deficiência intelectual, demência, sintomas psiquiátricos, sintomas
piramidais, ataxia progressiva, distonia e mioclonia palatal;
• Envolvimento de múltiplos sistemas: catarata, arterioesclerose
precoce, xantomas tendíneos.
Nie, S: Orphanet J. Rare. Dis. (2014)
Genética das leucoencefalopatias
Xantomatose cerebrotendínea
Padrão de imagem:
• Em imagens ponderadas em T2: hiperintensidade bilateral
e simétrica na substância branca periventricular e
cerebelar. Atrofia cerebelar e cortical.
Vanrietvelde , F: Eur Radiol. (2000)
Genética das leucoencefalopatias
Xantomatose cerebrotendínea
Diagnóstico:
Elevação dos níveis plasmáticos de colestanol e da relação
colestanol/colesterol.
Nie, S: Orphanet J. Rare. Dis. (2014)
Genética das leucoencefalopatias
Xantomatose cerebrotendínea
Genética:
Mutação no gene CYP27A1.
Gene CYP27A1:
• Localizado no cromossomo 2q33-qter;
• Várias mutações detectadas: 50% (exons 6-8); 16% (2) e
14% (4);
• 45% (missense); 20% (nonsense); 14% (deleção) e 2%
(inserção).
Nie, S: Orphanet J. Rare. Dis. (2014)
Genética das leucoencefalopatias
Xantomatose cerebrotendínea
Nie, S: Orphanet J. Rare. Dis. (2014)
Genética das leucoencefalopatias
Xantomatose cerebrotendínea
Tratamento:
• Ácido quenodesoxicólico 750mg/d
• Ácido quenodesoxicólico 300mg/d + pravastatina 10mg/d
Nie, S: Orphanet J. Rare. Dis. (2014)
Genética das leucoencefalopatias
Algoritmo diagnóstico
Sinal da subst. branca anormal na RM
Provável etiologia genética
RM com padrão
característico?
Sim
Exames bioquímicos
Confirmação genética
Parikh, S: Mol Genet Metab. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Hipomielinização
• Moderada hiperintensidade em T2 / hiperintensidade ou
sinal normal em T1;
• Padrão inalterado de mielinização deficiente em 2 RM com
6 meses de intervalo após 1 ano de idade.
• As
doenças
hipomielinizantes
individualmente,
a
maior
categoria
leucoencefalopatias não caracterizadas.
representam,
dentro
das
Engelen, M: Orphanet J. Rare. Dis. (2012)
Genética das leucoencefalopatias
Sem atrofia / Gg base normais
Doença de Pelizaeus Merzbacher
Regis, S: Clin Genet. (2008)
Genética das leucoencefalopatias
Sem atrofia / Gg base normais
Doença de Pelizaeus Merzbacher
• Hipomielinização difusa –
sinal elevado da substância
branca em T2;
• Padrão
tigróide
(áreas
mielinizadas ao redor de
vasos);
• Corpo caloso fino refletindo
falta de axônios mielinizados.
Regis, S: Clin Genet. (2008)
Genética das leucoencefalopatias
Sem atrofia / Gg base normais
Doença de Pelizaeus Merzbacher
• Gene: PLP1
• Codifica o principal componente proteico da mielina
PLP1/DM20;
• Mutações de ponto são responsáveis por 20% dos casos,
apresentando quadro clínico extremamente variável, desde
a forma clássica até a paraplegia espástica tipo 2;
• Deleções completas do gene PLP1 causam formas
paraplégicas mais brandas da doença;
• Duplicações são responsáveis por 70% dos casos de PMD,
usualmente em sua forma clássica (início com 5 anos de
vida, nistagmo, ataxia e deficiência intelectual).
Regis, S: Clin Genet. (2008)
Genética das leucoencefalopatias
Sem atrofia / Gg base normais
Doença de Pelizaeus Merzbacher - Like
• Fenotipicamente similar a doença de PelizaeusMerzbacher;
• Autossômica recessiva;
• Nistagmo de início precoce, ataxia e espasticidade;
• Gene: GJC2
• Causada por mutações no gene da gap junction protein –
gamma2 (GJC2), que codifica proteínas da família das
conexinas. Expressam-se nos oligodendrócitos e são
importantes para a manutenção da integridade da bainha
de mielina.
Hobson, G: Sem Neurol. (2012)
Genética das leucoencefalopatias
Sem atrofia / Gg base normais
Diagnósticos diferenciais
Doença de Salla
SLC17A5
HEMS
PLP1 (exon 3B)
HCC
DRCTNNB1A / FAM126A
Varho TT, G: Pediatr Neurol. (2002)
Steenweg, ME. Arch Neurol (2012)
Kevelam SH. Annals of Clinical and Translational Neurology (2016)
Rossi, A. Am j. Neuroradiol (2008)
Gazzerro, E. PLOS One, 2012
Genética das leucoencefalopatias
Com anormalidades em Gg da base
Hipomielinização com atrofia de Gg base e cerebelo
• Atraso
no
desenvolvimento
neurológico, hipotonia, nistagmo e
deterioração
motora.
Sintomas
extrapiramidais
são
comuns:
distonia, rigidez e, mais raramente,
coreoatetose.
• Hiperintensidade em T2; atrofia
cerebelar; atrofia de gânglios da
base.
Hamilton , EM: Brain. (2014)
Genética das leucoencefalopatias
Com anormalidades em Gg da base
Hipomielinização com atrofia de Gg base e cerebelo
Gene: TUBB4A
• Codifica um membro da família das Beta-tubulinas;
• As Beta-tubulinas formam heterodímeros com as alfa-tubulinas –
essas proteínas alfa e beta se alternam formando co-polímeros que
se unem em microtúbulos. Microtúbulos são componentes
essenciais do citoesqueleto e determinam uma matriz para o
formato celular;
• Mutações no gene TUBB4A causam alterações na dinâmica dos
microtúbulos e na sua estabilidade. Alterações nos microtúbulos
comprometem o transporte axonal, impedindo a mielinização
adequada;
• Quanto ao cerebelo e gg da base – o TUBB4A é um gene que se
expressa exclusivamente no cérebro, sendo a sua expressão maior
no putâmen e no cerebelo.
Hamilton , EM: Brain. (2014)
Genética das leucoencefalopatias
Desmielinização
• Hiperintensidade proeminente em T2;
• Hipointensidade em T1.
Purkih, S: Molecular Genetics and Metabolism. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Predominantemente periventricular
Leucoencefalopatia megalencefálica com cistos
• Doença autossômica recessiva;
• Macrocefalia pós-natal é o sinal predominante (nenhum
caso de MLC sem macrocrania foi molecularmente
identificado até o momento);
• O perímetro cefálico se estabiliza usualmente após o
primeiro ano de idade (4 a 6 desvios-padrão acima da
média);
• Atraso no desenvolvimento neuromotor e cognitivo;
• Posteriormente os pacientes evoluem com espasticidade,
ataxia, epilepsia.
Koç, K: Neuroradiology Jornal. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Predominantemente periventricular
Leucoencefalopatia megalencefálica com cistos
• Envolvimento da substância branca de forma difusa e simétrica;
• Cistos temporais.
Regis, S: Clin Genet. (2008)
Genética das leucoencefalopatias
Predominantemente periventricular
Leucoencefalopatia megalencefálica com cistos
Gene: MLC1
• Gene MLC1 se expressa em organelas intracelulares nos astrócitos
perivasculares;
• A proteína MLC1 está envolvida na resposta astrocítica, nas
alterações osmóticas e na regulação do volume celular;
• Além disso, regula o pH intracelular e a reciclagem de proteínas em
situações de stress celular  reciclagem anormal de proteínas de
adesão poderiam comprometer a integridade celular levando a
formação de vacúolos;
• Endocitose e reciclagem proteica são processos essenciais na
expressão de moléculas de superfície que medeiam a diferenciação
celular durante o desenvolvimento neurológico  modificações
resultam em edema e distúrbios na formação da mielina.
Brignone, MS: Neurobaiology Disease. (2014)
Genética das leucoencefalopatias
Predominantemente subcortical
Doença de Canavan
• Desenvolvimento normal até os 3-6 meses de idade;
• Hipotonia, perda do controle cefálico, irritabilidade, macrocrania,
espasticidade; atrofia óptica, movimentos extra-piramirais;
epilepsia;
• Neuroimagem: substância branca subcortical; degeneração
espongiforme.
Sreenivasan, P: Indian J. Pediatr. (2013)
Genética das leucoencefalopatias
Predominantemente subcortical
Doença de Canavan
Gene: ASPA – braço curto do cromossomo 17 (17p13-ter)
• Mutações neste gene comprometem a atividade da enzima ASPA,
causando acúmulo do NAA;
• Hipótese osmótica: A inabilidade em se hidrolizar o NAA levaria a
um desequilíbrio osmótico que seria responsável por: hidrocefalia,
megalencefalia, edema dos astrócitos com formação de vacúolos
esféricos preenchidos por fluidos, levando ao aspecto
“espongiforme” característico da doença.
• Hipótese Acetato-lipídeo-mielina: O NAA deve ser hidrolizado pela
enzima ASPA em acetato, por sua vez, este é requisitado pelos
oligodendrócitos em mielinização, a fim de sintetizar
adequadamente os lipídeos necessários para o envolvimento dos
axônios pela bainha de mielina.
Baslow, MH: Biochimie. (2013)
Genética das leucoencefalopatias
Predominantemente fronto-temporal
Doença de Aicardi-Goutiéres
• Período neonatal que mimetiza infecção intrauterina;
• Anemia hemolítica, trombocitopenia autoimune, elevação de
transaminases, microcefalia, epilepsia, lesões vasculíticas e
calcificações.
• Calcificações;
• Leucoencefalopatia;
• Atrofia cortical.
La Piana, R: Neurology. (2016)
Genética das leucoencefalopatias
Predominantemente fronto-temporal
Doença de Aicardi-Goutiéres
Genes: RNASEH2A, RNASEH2B, RNASEH2C, TREX1, SAMHD1,
ADAR1, IFIH1
• TREX1: Associado a quadros de predomínio frontotemporal,
presença de calcificações graves e presença de cistos fora da
região frontotemporal. Quadro clínico de início mais precoce, antes
dos 3 meses de idade;
• RNASEH2B: Quadro clínico de início precoce, com atraso na
mielinização sem calcificações;
• RNASEH2A e SAMHD1: leucoencefalopatia predominantemente
periventricular.
La Piana, R: Neurology. (2016)
Genética das leucoencefalopatias
Predominantemente fronto-tronco-cerebelo e
pedúnculos cerebelares
Doença de Alexander
Forma infantil de início antes dos 2 anos de idade.
• Quadros de epilepsia, sintomas piramidais e extrapiramidais, perda do desenvolvimento motor na primeira
década de vida;
• Sintomas bulbares e hidrocefalia podem estar presentes.
Forma juvenil (2 a 12 anos de idade)
• Predomínio de disfunções motoras com comprometimento
progressivo da marcha e espasticidade;
• Sintomas bulbares como mioclonia palatal podem ser
altamente sugestivos.
Sawaishi, Y: Brain & Development. (2016)
Genética das leucoencefalopatias
Predominantemente fronto-tronco-cerebelo e
pedúnculos cerebelares
Doença de Alexander
• Comprometimento extenso da substância branca com predomínio frontal;
• Anel periventricular;
• Anormalidades nos gg da base e tálamos;
• Anormalidades em tronco cerebral;
• Realce pelo meio de contraste.
Sawaishi, Y: Brain & Development. (2016)
Genética das leucoencefalopatias
Predominantemente fronto-tronco-cerebelo e
pedúnculos cerebelares
Doença de Alexander
Gene: GFAP
• Localizado no cromossomo 17q21 e codifica a proteína acídica
fribliar glial (GFAP);
• Mutações neste gene promovem uma diminuição na solubilidade da
proteína acídica fibrilar glial, resultando no acúmulo dessas
proteínas e formando as fibras de Rosenthal;
• A localização das anormalidades na RM geralmente se correlaciona
com áreas de maciço acúmulo de fibras de Rosenthal.
• Especula-se que a leucodistrofia na doença de Alexander é um
efeito secundário ao comprometimento da função dos astrócitos,
levando a desregulação dos sinais de mielinização derivados dos
astrócitos.
Sawaishi, Y: Brain & Development. (2016)
Genética das leucoencefalopatias
Algoritmo diagnóstico
Sinal da subst. branca anormal na RM
Provável etiologia genética
RM com padrão
característico?
Não
Exames genéticos
de amplo espectro
Parikh, S: Mol Genet Metab. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Para os pacientes que apresentam anormalidades
na substância branca sem um padrão sugestivo de
sua etiologia e que apresentem um quadro
claramente genético, recomenda-se investigação
genética de amplo espectro – sequenciamento de
exoma.
Parikh, S: Mol Genet Metab. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
123 genes
Parikh, S: Mol Genet Metab. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
Conclusão
A heterogeneidade clínica das leucoencefalopatias impede a
utilização de um único método diagnóstico;
Achados de neuroimagem muitas vezes são inespecíficos e
patologias previamente agrupadas pelo padrão de imagem
similar se provaram doenças completamente heterogêneas;
A identificação dos defeitos genéticos ampliou
entendimento fisiopatológico das leucoencefalopatias.
o
Vanderver, A: Mol Genet Metab. (2015)
Genética das leucoencefalopatias
MUITO OBRIGADO!
Jaime Lin
Médico neuropediatra
Professor de Neuropediatria – UNISUL/SC
Presidente do Departamento de Neuropediatria – SCP
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