COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DE UM REMANESCENTE

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE RECURSOS
NATURAIS.
MICHELE MEZARI OLIVEIRA
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DE UM REMANESCENTE
FLORESTAL DE ENTORNO A ÁREA DEGRADADA PELA
EXTRAÇÃO DE ARGILA: SUBSÍDIO PARA RECURAÇÃO
AMBIENTAL.
CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2008
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE RECURSOS
NATURAIS.
MICHELE MEZARI OLIVEIRA
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DE UM REMANESCENTE
FLORESTAL DE ENTORNO A ÁREA DEGRADADA PELA
EXTRAÇÃO DE ARGILA: SUBSÍDIO PARA RECURAÇÃO
AMBIENTAL.
Monografia apresentada à Diretoria de Pósgraduação da Universidade do Extremo Sul
Catarinense- UNESC, para a obtenção do título
de especialista em Gestão de Recursos Naturais.
Orientador: Prof.( MSc). Rafael Martins
CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2008
Aos meus pais, Antonio e Margarete pelo
apoio e todos os sacrifícios e esforços
dedicados.
AGRADECIMENTOS
A Deus, único capaz de dar força para seguirmos nos momentos mais difíceis.
A minha família, pelo apoio e amor dedicado.
Ao meu orientador, Prof. MSc. Rafael Martins, pelos conhecimentos transmitidos,
paciência e competência.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
RESUMO
Realizou-se um levantamento fitossociológico em remanescente florestal de entorno a área
degradada pela extração de argila no município de Morro da Fumaça, SC. O remanescente
estudado ocupa uma área total de três hectares formados por Floresta Ombrófila Densa
Submontana. Aplicou-se o método de quadrantes e considerou-se os parâmetros
fitossociológicos de densidade, freqüência, dominância e valor de importância. Foram
amostrados 200 indivíduos, sendo 48 espécies pertencentes a 28 famílias e 45 gêneros. As
famílias com maiores números de espécies foram Lauraceae (12,5%), Myrtaceae (8,3%)
Anonnaceae, Euphorbiaceae e Leguminosae (6,2%). As espécies que apresentaram maiores
FR foram: Euterpe edulis (19,16%) Alchorneoides e Jacaranda puberula (8,98 %). O
remanescente florestal estudado não pode ser considerado uma área bem preservada, já que
foi isolado do restante da vegetação original pelo desmatamento causado pela mineração de
argila. O presente estudo não pretende sugerir modelos de recuperação, já que cada área tem
suas características, mas sugere-se o uso de técnicas com o objetivo de utilizar técnicas que
venham auxiliar na colonização da área por novas espécies e na inter-relação entre as mesmas.
Palavras-chave: Floresta Ombrófila Densa; Fitossociologia; Recuperação de áreas
degradadas.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 7
2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 12
2.1 Geral .......................................................................................................................... 12
2.2 Específicos ................................................................................................................. 12
3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 13
3.1 Área de estudo............................................................................................................ 13
3.2 Metodologia ............................................................................................................... 15
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................................... 18
4.1 Composição Florística ................................................................................................ 18
4.2 Estrutura Fitossociológica .......................................................................................... 28
4.3 Aplicação do presente estudo na recuperação das áreas degradadas ............................ 32
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 37
7 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 39
7
1 INTRODUÇÃO
No decorrer de sua evolução, o homem caminha em busca de novas tecnologias,
novas alternativas para melhorar sua qualidade de vida. Mas por estas ações, infelizmente, os
recursos naturais vêm sendo gravemente degradados e com poucas alternativas de
recuperação.
Com a evolução tecnológica e industrial e a busca incessante pelo consumo, com
todo esse aumento populacional aliado à má distribuição de riqueza, tem transformado o
homem numa ameaça aos demais seres do planeta, pois para garantir nossa sobrevivência
estamos dizimando toda a biosfera.
A necessidade de conscientização da humanidade pela preservação dos recursos
naturais, como forma de garantir a sobrevivência das espécies vivas, inclusive a nossa é uma
questão prioritária. Por isso, é crescente o número de trabalhos científicos em busca de
respostas e possíveis soluções para os problemas ambientais.
Muitos acreditam na incompatibilidade entre desenvolvimento e preservação do
meio ambiente. Porém o desenvolvimento pode ser sustentável, ou seja, capaz de suprir as
necessidades atuais sem o comprometimento das necessidades das futuras gerações.
Uma sociedade sustentável é aquela que não coloca em risco o ar, a água, a terra,
a flora e a fauna, dos quais nossa vida depende. Desenvolvimento sustentável refere-se, assim,
à melhoria da qualidade de vida humana, respeitando-se ao mesmo tempo os limites da
capacidade de provisão dos ecossistemas nos quais vivemos. (BEAZLEY, 1993).
Para Gadotti (2000) a educação para um futuro sustentável é mais ampla do que
uma educação ambiental ou escolar. A sensibilização e a formação ético-política de setores
cada vez maiores da opinião pública são essenciais para deslanchar um processo mais sólido e
criar as condições sociais mais propícias que possibilitem a sustentabilidade social e
8
econômica. A informação generalizada e a mudança de valores estão na base desse
movimento.
A implantação do conceito de desenvolvimento sustentável esbarra no
conhecimento dos tomadores de decisão (governos e instituições) em relação á realidade.
(VIANA, 1999)
Para o mesmo autor, seria mais oportuno mudar para um novo paradigma o
“envolvimento sustentável”, que seria o conjunto de políticas e ações direcionadas para
fortalecer o envolvimento das sociedades com os ecossistemas locais, fortalecendo e
ampliando laços sociais, econômicos, culturais, espirituais e ecológicos, com objetivo da
busca da sustentabilidade em todas as dimensões citadas. (VIANA, 1999).
Na prática, na maioria das vezes o desenvolvimento sustentável não funciona,
pois, segundo Simões et al. (2003) faltam conhecimento técnico-científicos que embasem as
práticas sustentáveis, sendo que, quando existentes, são de difícil acesso aos interessados, pois
se encontram restritos ao meio acadêmico. Encontrar por exemplo o equilíbrio entre
conservação e desenvolvimento da Mata Atlântica brasileira num domínio onde vivem 60%
da população brasileira é um desafio muito grande. (BRASIL, 2000)
Com mais de seis mil espécies endêmicas de plantas e reduzida de sua extensão
original a menos de 8%, a expressão Mata Atlântica desde o descobrimento do Brasil,
designou a exuberante floresta que recobria uma extensa faixa litorânea do Rio Grande do
Norte até o Rio Grande do Sul.
Inicialmente a Mata Atlântica recobria, aproximadamente, 1,1 milhões de metros
quadrados, 12% do território nacional, com uma biodiversidade impressionante (SATO,
1995)
Fatores como a grande variação latitudinal, variação de altitudes, contatos
temporários com a floresta amazônica durante os períodos interglaciais, além a presença de
9
muitos ecossistemas associados: campos de altitude, mangues, brejos, restinga e outros fazem
da floresta atlântica, um dos ecossistemas de maior diversidade biológica do planeta.
(ALMEIDA, 2000)
A Mata atlântica, de acordo com o Decreto Federal 750/1993, abrange as
seguintes formações florestais e ecossistemas associados: floresta ombrófila densa atlântica,
floresta ombrófila mista, floresta ombrófila aberta, floresta estacional semidecidual e brejos
orográficos no Nordeste. Essas florestas apresentam fisionomias e diversidade bastante
variáveis, ainda assim mantêm grande unidade florística.
No entanto existe uma grande preocupação com a Mata Atlântica e com alguns de
seus aspectos geográficos atuais, o tamanho diminuto e a fragmentação cada vez maior de
suas áreas remanescentes.
A fragmentação de hábitat, que é o processo de redução e isolamento da
vegetação natural, tem conseqüências sobre a estrutura e os processos das comunidades
vegetais. Além da evidente redução na área original dos habitats, estudos relatam extinções
locais, alteração na abundância e composição de espécies que levam a alteração, ou mesmo a
perda, dos processos naturais das comunidades. (SCARIOT et al., 2003)
Com referência à biodiversidade na área de domínio da Floresta Atlântica, podese notar que, baseado nos atuais níveis de degradação desse ecossistema, sua biodiversidade já
está comprometida, onde certamente muitas espécies já foram extintas antes mesmo de serem
descritas pela ciência (ALMEIDA, 2000).
Atualmente, o bioma Mata Atlântica vêm sendo explorados de forma irracional
pelo homem. A mineração é uma destas atividades antrópicas que causam grande dano
ambiental, pelas alterações que provoca na superfície terrestre e pela fragmentação de
ecossistemas florestais.
10
Para Sánchez (2006) “degradação ambiental pode ser conceituada como qualquer
alteração adversa dos processos, funções ou componentes ambientais, ou como uma alteração
adversa da qualidade ambiental.
Degradação de uma área, de acordo com IBAMA (1990), ocorre quando a
vegetação nativa e a fauna forem destruídas, removidas ou expulsas: a camada fértil do solo
for perdida, removida ou enterrada; e a qualidade e regime de vazão do sistema hídrico forem
alterados. A degradação ambiental ocorre quando há perda de adaptação ás características
físicas, químicas e biológicas e é inviabilizado o desenvolvimento sócio-econômico.
O DECRETO Nº 97.632/1989 em seu artigo 2º conceitua degradação como “os
processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem
algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade reprodutiva dos recursos
ambientais”.
O processo minerador proporciona uma desconfiguração do terreno e uma
completa alteração da paisagem. Estas alterações causam impactos topográficos, vegetativos,
hídricos, entre outros na área de influência direta da mineração.
Na região de Morro da Fumaça, a mineração de argila é o grande causador de
problemas ambientais, já que este minério é muito utilizado pelas indústrias cerâmicas para
fabricação de tijolos e telhas, em seu trabalho Cardozo (2006) destaca que “as atividades
desenvolvidas pelas indústrias de cerâmica vermelha e de revestimento, localizadas em Morro
da Fumaça, são consideradas potencialmente poluentes em relação à extração de argila e ao
uso inadequado dos recursos florestais. Faz-se necessário um trabalho de preservação e
reabilitação desses recursos.”.
Na maioria das vezes a área impactada pela extração de argila não é recuperada,
causando riscos à população pelo abandono, pois se tornam normalmente grandes cavas
11
alagadas, além de outros prejuízos ao ambiente como: alteração do perfil hídrico,
comprometimento da vegetação ciliar, assoreamento e aceleração de processo erosivo, etc.
Em planos de recuperação e manejo ambiental são avaliados os remanescentes de
vegetação mais próximos ao local da pesquisa. Este remanescente de vegetação de entorno de
uma área degradada é de suma importância ser avaliado e estudado, pois mostra quais
espécies vegetais existiam na área antes da degradação.
Antes de definir o sistema que será adotado para o reflorestamento, deve-se
proceder à avaliação dos fatores de degradação e do potencial auto-regenerativo das áreas,
obtido pelo histórico de uso e proximidade da fonte de propágulos. (RODRIGUES;
GANDOLFI, 2002)
Para Araújo et al. (2005) uma investigação do local compreende a revisão das
informações existentes sobre os fatores climáticos, topográficos, botânicos e outros, que
provavelmente afetariam a revegetação. Uma análise do local deve incluir informações sobre
microclima, solo, topografia e vegetação de entorno.
O mesmo autor diz que a principal vantagem de se utilizarem espécies nativas é
que elas estão disponíveis localmente e devem estar adaptadas às condições climáticas e
outras do local.
Mas para que, a recuperação da área degradada seja eficiente será necessário
também o aproveitamento da capacidade que a própria natureza possui de se restabelecer
através da sucessão ecológica, onde se considera a área degradada como ponte partida para o
restabelecimento de novas espécies. (REIS et al., 1999)
Neste sentido o mesmo autor citado sugere que, através da sucessão ecológica
deverá ser previsto e provocado o aparecimento de diferentes espécies, da flora e da fauna,
devendo se considerar as etapas sucessionais e reconhecendo em quais estágios, os diferentes
grupos ecológicos de espécies ficarão inseridos. (REIS et al., 1999)
12
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Estudar a vegetação remanescente de entorno de uma área degradada pela
extração de argila no bairro São Simão, município de Morro da Fumaça, como subsídio para
proposta de recuperação da mesma área.
2.2 Específicos
Determinar a composição florística e a estrutura fitossociológica de um
remanescente de entorno a uma área degradada pela extração de argila.
Classificar as espécies amostradas quanto aos seus aspectos sucessionais,
síndromes de polinização e de dispersão.
Propor subsídios a recuperação da área degradada pela extração de argila com
base no estudo da vegetação remanescente.
13
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Área de estudo
A área do presente estudo está localizada no bairro São Simão, município de
Morro da Fumaça, sul do estado de Santa Catarina (Fig. 1). A área, degradada pela extração
de argila (Fig 2) tem uma extensão de dois hectares e o entorno desta área ocupa área total de
três hectares, cobertos por Floresta Ombrófila Densa Submontana.
Figura 1: Mapa espacial de localização da área degradada pela extração de argila no início de
seu processo. (Disponível em Google Earth, acesso em outubro de 2008)
14
Figura 2: Vista da área, ressaltando a região degradada pela extração de argila.
Conforme contato com a proprietária do terreno Edite da Soller Mezari, a partir da
década de 30 seus pais passaram a cultivar na área arroz e feijão. O cultivo continuou até
meados da década de 80. Anos após a Sra. Edite arrendou a terra para extração de argila para
um amigo, proprietário de uma cerâmica de tijolos próximo ao local.
A extração iniciou no ano de 1990 e a degradação da área persistiu durante 12
anos. A mineração terminou seus trabalhos há 05 anos e deixou marcas, a área simplesmente
foi deixada plana, cercados por paredões de argila, mas de forma geral em desconformação
com o restante dos 06 hectares pertencentes a Sra Edite.
A altura da extração é de
aproximadamente 03 metros em alguns pontos e atualmente a área encontra-se tomada por
gramíneas e espinheiros, espécies invasoras de locais degradados e também por espécies de
Bambu.
15
No entorno da área citada existe um remanescente de vegetação nativa, sendo que
este poderá auxiliar no projeto para a revegetação da área a ser recuperada. Também próximo
a área degradada existe uma área residencial.
Na região de Criciúma, principalmente no município de Morro da Fumaça a
utilização da argila para produção de telhas e tijolos tem grande importância no contexto
econômico.
Entretanto essa atividade provoca a degradação do solo causando graves
problemas ambientais pelo uso intenso desses recursos.
As atividades desenvolvidas pelas indústrias de cerâmica vermelha, localizadas na
região de Criciúma e Morro da Fumaça, são consideradas potencialmente poluentes em
relação à extração de argila e ao uso inadequado dos recursos florestais.
As extensas áreas degradadas por esta atividade na região de Criciúma e Morro
da Fumaça /SC representam um problema ambiental e econômico de valor que requer o
apontamento de possíveis soluções, sendo esta necessidade, a motivadora da realização deste
trabalho.
As conseqüências ambientais destas atividades incluem a destruição de terras
agrícolas e florestas, alterações e assoreamento nos cursos d água, erosão do solo, dispersão e
destruição da fauna que habitava aquele ecossistema.
As áreas mineradas tornam-se impróprias para o plantio e para qualquer tipo de
utilização, inclusive para a habitação. Os passivos ambientais aumentam em função do uso
progressivo de novas áreas para extração pelos proprietários das indústrias cerâmicas que
precisam utilizar outras áreas assim que os recursos se esgotam.
3.2 Metodologia
Para o estudo florístico e fitossociológico foi aplicado o método de quadrantes
(point-centered quarter method), de acordo com Cottam e Curtis (1956). Foram alocados 50
16
pontos de amostragem e utilizou-se a distância de 10m entre um ponto e outro e medidos os
diâmetros dos caules a 1,30 m do solo (DAP) maiores ou iguais a 5 cm e estimada a altura das
árvores. Para os indivíduos com caules ramificados, foi considerada a presença de pelo menos
uma ramificação com o critério mínimo de inclusão.
A suficiência amostral foi determinada pela curva espécie-área (MUELLERDOMBOIS; ELLENBERG, 1974), que correlaciona o aumento do número de espécies com o
aumento do número de pontos amostrais.
As técnicas de coleta e processamento do material botânico seguiram as
recomendações de Fidalgo e Bononi (1984). As identificações foram realizadas com auxílio
da bibliografia especializada, principalmente da Flora Ilustrada Catarinense (REITZ 19651989; REIS 1989-2004) e consultas a herbários regionais como: Herbário Pe. Dr. Raulino
Reitz da UNESC (CRI) de Criciúma, SC; do Departamento de Botânica da UFSC (FLOR) de
Florianópolis, SC e do Departamento de Botânica da UFRGS (ICN) de Porto Alegre, RS,
além de consultas a diversos especialistas.
No estudo florístico, a apresentação das famílias seguiu-se as propostas de Tryon
e Tryon (1982) para Pteridophyta e APG II (2003) para Magnoliophyta. O material botânico
coletado, após identificado, encontra-se depositado no acervo do Herbário Pe. Dr. Raulino
Reitz (CRI), da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), Criciúma, SC.
Foram calculados os parâmetros fitossociológicos de freqüência (F), densidade
(D) e dominância (Do), absolutas (A) e relativas (R), valores de importância (VI) conforme
Mueller-Dombois e Ellenberg (1974) e Matteucci e Colma (1982).
As espécies amostradas foram enquadradas em categorias sucessionais (grupos
ecológicos) segundo Budowski (1965, 1970), que identifica quatro grupos de espécies
arbóreas: Pioneiras, Secundárias Iniciais, Secundárias Tardias e Climácicas.
17
Para definição das síndromes de polinização e de dispersão, seguiram-se os
princípios de Faegri e Van der Pijl (1979) e Van der Pijl (1972), respectivamente.
18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Composição Florística
Foram amostrados 200 indivíduos, pertencentes 28 famílias, 45 gêneros,
totalizando 48 espécies (Tab. 1).
Tabela 1: Relação das espécies de pteridófitas e de angiospermas com DAP ≥ 5cm
amostradas no
levantamento florístico-fitossociológico com indicação dos Grupos
Ecológicos (G.E.) e Estratégias de Polinização (Poli) e Dispersão (Disper), em uma área de
Floresta Ombrófila Densa Submontana no município de Morro da fumaça, SC, onde: Pio =
pioneira, Sin = secundária inicial, Sta = secundária tardia, Cli= climácica; Ane = anemófila,
Zoof = zoófila e Auto = autocoria, Zoo = zoocoria e Ane = anemocoria.
Estratégia
Família/ Nome científico
G.E.
Poli
Disper
Annonaceae
Guatteria australis A.St.-Hil.
Sta
Zoof
Zoo
Rollinia sericea R.E.Fr.
Sta
Zoof
Zoo
Rollinia rugulosa Schl.
Sta
Zoof
Zoo
Pio
Zoof
Zoo
Euterpe edulis Mart.
Cli
Zoof
Zoo
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman
Sta
Zoof
Zoo
Pio
Zoof
Ane
Pio
Zoof
Ane
Sta
Zoof
Zoo
Pio
Zoof
Ane
Apocynaceae
Taberneomontana catharinensis A.DC.
Arecaceae
Asteraceae
Vernonia discolor (Spreng.) Less.
Bignoniaceae
Jacaranda puberula Cham.
Chrysobalanaceae
Hirtella hebeclada Moric. ex DC.
Clethraceae
Clethra scabra Pers.
Cunnoniaceae
19
Lamanonia ternata Vell.
Pio
Zoof
Ane
Cli
-
-
Cli
Zoof
Zoo
Alchornea tripinervia (Spreng.) Müll.Arg
Sin
Zoof
Zoo
Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
Sta
Anemo
Zoo
Sebastiana comersoniana seeds.
Sin
Zoof
Zoo
Ocotea puberula Rich.) Nees.
Sta
Zoof
Zoo
Nectandra lanceolata Nees et Mart. ex Nees.
Sta
Zoof
Zoo
Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr.
Sta
Zoof
Zoo
Nectandra membranacea (Sw.) Griseb.
Sta
Zoof
Zoo
Aiouea saligna Meisn.
Sta
Zoof
Zoo
Persea venosa Nees & Mart. ex Nees
Sta
Zoof
Zoo
Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr.
Pio
Zoof
Auto
Inga striata Benth.
Sin
Zoof
Zoo
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze.
Pio
Zoof
Auto
Sin
Zoof
Zoo
Pio
Zoof
Zoo
Cabralea canjerana (Vell.) Mart.
Sta
Zoof
Zoo
Cedrela fissilis Vell.
Sta
Zoof
Zoo
Cyatheaceae
Cyathea delgadii Stern.
Elaeocarpaceae
Sloanea guianensis (Aubl.) Benth.
Euphorbiaceae
Lauraceae
Leguminosae
Malvaceae
Pseudobombax grandiflorus (Cav.) A.Robyns
Melastomataceae
Miconia cabucu Hoehne
Meliaceae
Monimiaceae
20
Mollinedia schottiana (Spreng.) Perkins
Cli
Zoof
Zoo
Maclura tinctoria (L.) D.Don ex Steud
Sin
Zoof
Zoo
Ficus luschnatiana (Miq.) Miq.
Sta
Zoof
Zoo
Sta
Zoof
Zoo
Myrcia splendens (Sw.) DC.
Sin
Zoof
Zoo
Psidium cattleianum Sabine
Sta
Zoof
Zoo
Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk.
Sta
Zoof
Zoo
Myrcia spectabilis DC.
Sta
Zoof
Zoo
Sin
Zoof
Zoo
Sin
Zoof
Zoo
Sta
Zoof
Ane
Sta
Zoof
Ane
Zanthoxylum rhoifolium Lam.
Pio
Zoof
Auto
Esenbeckia grandiflora Mart.
Pio
Zoof
Auto
Casearia sylvestris Sw.
Sin
Zoof
Zoo
Xylosma cf. pseudosalzmanii Sleumer
Sin
Zoof
Zoo
Sin
Zoof
Zoo
Moraceae
Myristicaceae
Virola bicuhyba (Schott) Warb.
Myrtaceae
Nyctaginaceae
Guapira opposita (Vell.) Reitz
Phyllantaceae
Hyeronima alchorneoides Fr. All.
Proteaceae
Roupala brasiliensis Klotzsch
Rubiaceae
Bathysa australis (A.St.-Hil.) Hook.F.
Rutaceae
Salicaceae
Sapindaceae
Matayba juglandifolia Radlk.
Urticaceae
21
Cecropia glaziovii Snethl.
Pio
Zoof
Zoo
Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini
Sta
Anemo
Zoo
As famílias com maiores números de espécies foram Lauraceae (12,5%),
Myrtaceae (8,3%) Anonnaceae, Euphorbiaceae e Leguminosae (6,2%) (Fig. 3). Em
levantamentos florísticos realizados em florestas de Mata Atlântica na região sul, por Martins
(2005) e Santos (2003) também é marcante a presença dessas famílias, o que leva a concluir a
similaridade entre as áreas.
Figura 3: Distribuição do número total de espécies amostradas por família no levantamento
do remanescente florestal de entorno a área degradada no município de Morro da Fumaça,
SC.
Mantovani (1993) ressalta que em áreas de Floresta Atlântica bem preservadas do
Estado de São Paulo, Myrtaceae, Rubiaceae, Lauraceae e Euphorbiaceae são as famílias
predominantes na ordem que seguem. No presente estudo estas famílias se encontram entre as
seis mais representadas em número de espécies, o que caracteriza, em termos de riqueza
florística, o aspecto preservado da área estudada.
Com base no exposto acima, pode-se considerar o fragmento estudado como em
bom estado de conservação, mas não próximo de condições originais características da
22
floresta ombrófila densa. O remanescente como é um fragmento florestal sofre o efeito de
borda, este efeito causa perda de espécies, invasão de espécies exóticas, uma vez que esses
locais tornam-se mais iluminados, secos e quentes e muitas delas não suportam tais
condições. Além destes problemas, também é uma conseqüência da fragmentação: a erosão
do solo, perda da qualidade de recursos hídricos, alteração na distribuição das espécies,
dificuldades das espécies de manterem populações viáveis mínimas e inclusão de algumas
espécies no vórtice a extinção.
Segundo a Resolução 04/94 do CONAMA (BRASIL, 1994) e considerando suas
definições, pode-se dizer que o remanescente estudado encontra-se em estágio médio de
regeneração, por apresentar diversidade biológica significativa, características florísticas
semelhantes e serrapilheira presente.
Apesar de apresentar algumas espécies típicas de Floresta Ombrófila Densa
Submontana, o remanescente apresenta em seu entorno espécies exóticas como o eucalipto.
Salientando, que próximo a área ainda existe uma plantação de Pinus sp. e isto pode gerar
problemas, afinal esta espécie é exótica e estas em geral criam problemas em algum momento
no futuro, como, suscetibilidade a insetos ou doenças, a exclusão de outra vegetação
desejável, inibição do ciclo de nutrientes, exclusões da fauna, uso excessivo de água, etc.
No presente estudo de acordo com a classificação de Budowski (1965, 1970) as
espécies foram agrupadas como pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e
climácicas (Fig. 4)
23
8%
23%
46%
23%
Climácicas
Sec. Tardia
Sec. Inicial
Pioneira
Figura 4: Caracterização das espécies amostradas no levantamento fitossociológico em
Siderópolis, de acordo com suas categorias sucessionais.
O enquadramento de espécies em grupos ecológicos (categorias sucessionais) é
um subsídio que diversos autores desenvolveram para melhor entender o processo de sucessão
que ocorre nas florestas tropicais, essa visão resulta do estudo da dinâmica de clareiras
(BUDOWSKI, 1965; WHITMORE, 1978; DENSLOW, 1980; HARTSHORN, 1980;
BROKAW, 1985; MARTINEZ-RAMOS, 1985; GÓMEZ-POMPA et al. 1988; BROKAW;
SCHEINER 1989).
Caracterizando as espécies de acordo com seus grupos ecológicos, 54% das
espécies se enquadram dentro dos estádios avançados da sucessão (secundárias tardias e
climácicas), enquanto 46% dos estádios iniciais (pioneiras e secundárias iniciais), o que
também caracteriza o estádio médio de regeneração da vegetação.
As espécies do início da sucessão (pioneiras e secundárias iniciais) desempenham
alto valor ecológico na comunidade durante o processo sucessional, pelo fato de se
desenvolverem em clareiras, e em áreas degradadas, apresentarem rápido crescimento, curto
ciclo de vida, produzirem muitas sementes dispersas por agentes generalistas e formarem o
banco de sementes com viabilidade por longo período (GÓMEZ-POMPA, VASQUEZ-
24
YANES, 1981; WHITMORE, 1978). A retirada dessas espécies impede o avanço do processo
sucessional, impossibilitando que espécies não pioneiras (secundárias tardias e climácicas) se
instalem, para formar a estrutura definitiva da floresta (KAGEYAMA; SANTARELI 1994;
KAGEYAMA, GANDARA 2000).
Reis (1993) aponta para a estagnação de grande parte das formações secundárias
de Santa Catarina e condiciona essa estagnação, muitas vezes, à ausência de fontes de
propágulos provenientes de formações primárias, que mantenham o processo sucessional,
sendo que a ausência dessas áreas dificulta o avanço da sucessão florestal.
A fauna associada à vegetação pode ser considerada componente chave para a
manutenção do processo dinâmico-sucessional nas formações florestais secundárias, dentre
essas interações destacam-se a polinização e a dispersão.
A Figura 5 apresenta as espécies agrupadas de acordo com suas síndromes de
polinização.
4%
2%
94%
Anemofilia
Zoofilia
Pteridófita
Figura 5: Distribuição das espécies amostradas no levantamento fitossociológico em
fragmento florestal no município de Morro da fumaça, SC, de acordo com suas síndromes de
polinização.
25
A polinização é um dos mecanismos mais importantes na manutenção e promoção
da biodiversidade, haja vista que a maioria das plantas dependem dos agentes polinizadores
para sua reprodução sexuada e, em contrapartida, os recursos florais constituem as principais
fontes de alimento para diversos grupos de animais (ALVES-DOS-SANTOS, 2003).
No presente estudo os animais são responsáveis pela polinização de 94% das
espécies, enquanto o vento é responsável pela polinização de 4%,
2% corresponde a
pteridófita amostrada que não se enquadra neste contexto.
Um fator preponderante relacionado à polinização é a fragmentação de hábitats
que nossas formações florestais vêm sofrendo nas últimas décadas, estendendo seus efeitos
sobre os polinizadores e coseqüentemente sobre as plantas, sendo objeto de estudo de diversos
autores, que buscam estabelecer a susceptibilidade dos polinizadores e das plantas com o
quadro de fragmentação existente hoje (MAWDSLEY et al,. 1998; DONALDSON et al.,
2002; ASHWORTH et al., 2004)
Allen-Wardell et al. (1998) demonstram que as populações de muitas plantas
nativas e seus polinizadores estão diminuindo devido ao aumento da fragmentação florestal e
de áreas degradadas e prevêem que cerca de 20.000 espécies de plantas dentro das próximas
décadas terão declínio em suas populações devido à relação de interdependência com seus
polinizadores.
Além da polinização, a dispersão é outra importante interação entre fauna e flora.
A dispersão de sementes constitui mais um dos mecanismos essenciais para a dinâmica da
floresta,
conseqüentemente
influenciando
na
regeneração
natural
das
populações
(ZAMBONIM, 2001; TABARELLI; PERES, 2002).
No presente estudo foram encontradas 77% de espécies zoocóricas, 8%
autocóricas e 13% anemocóricas (Fig. 6).
26
2%
13%
8%
77%
Anemocoria
Autocoria
Zoocoria
Pteridófita
Figura 6: Distribuição das espécies amostradas no levantamento fitossociológico em
fragmento florestal no município de Morro da fumaça, SC, de acordo com suas síndromes de
dispersão.
Howe e Smallwood (1982) salientam que cerca de 50 a 90% das espécies arbóreas
nas florestas tropicais são dispersas por animais e essa depêndencia é decorrente de várias
características atrativas como a morfologia, cor e odor dos frutos.
Opler et al. (1980) relacionam as síndromes de dispersão com a classificação
sucessional, onde nas espécies pioneiras predominam a anemocoria e a autocoria, enquanto
nos estádios mais tardios predominam a zoocoria.
Budowski (1965), analisando os estádios sucessionais das florestas tropicais,
verificou a participação dos animais no processo de dispersão de sementes desde os estádios
pioneiros até os mais avançados. A diferença está nos estádios avançados (com mais de 100
anos) onde há a participação de animais de maior porte como mamíferos e roedores, além da
autocoria ser também mais freqüente.
O processo de dispersão representa a ligação entre a última fase reprodutiva da
planta com a primeira fase de recrutamento da população. Sem a dispersão das sementes, a
27
progênie estaria fadada à extinção e a regeneração se tornaria impossível, sendo que em
alguns casos, espécies de plantas que perderam seus dispersores estariam ameaçadas de
extinção local (CHAPMAN; CHAPMAN, 1995; GALETTI et al. 2003).
Segundo Silva (2003), comparada com a polinização, a dispersão apresenta uma
dinâmica muito mais complexa, pois não existe adaptações morfológicas evidentes que
indiquem alto grau de co-evolução entre os agentes dispersores (vertebrados na sua maioria) e
as plantas dispersas (angiospermas com frutos carnosos ou sementes ariladas).
O referido autor ressalta ainda que o processo de dispersão tem início com a
retirada do diásporo da planta, mas que não existem garantias de que a semente será
depositada num local adequado. Ainda não são conhecidos em detalhes os mecanismos de
dispersão de sementes por animais, não se conhecendo também benefícios imediatos nesse
mutualismo tão freqüente na natureza.
Tomando o contexto de fragmentação dos ecossistemas florestais, a dispersão de
sementes constitui importante forma para recuperação e manutenção desses remanescentes. A
dispersão das sementes está estreitamente relacionada aos processos de recuperação de áreas
degradadas e de regeneração natural, onde os dispersores atuam como catalisadores
sucessionais, acelerando a recolonização da vegetação nativa (ROBINSON; HANDEL, 1993;
WUNDERLE JR., 1997).
Macclanahan e Wolfe (1993) caracterizam os dispersores como facilitadores ou
aceleradores do processo de sucessão ecológica, salientando que em áreas fragmentadas e
degradadas a ausência de fontes de propágulos de grandes distâncias pode reduzir a taxa de
retorno da vegetação, acarretando a persistência de paisagens dominadas por baixa
diversidade e por vegetação de estádio sucessional inicial.
Esta fragmentação é responsável por muitas transformações físicas e biológicas
ocorrentes nesses fragmentos, destacando a diminuição de hábitats e a insularização,
28
conseqüentemente as populações de espécies são reduzidas e padrões de dispersão e migração
são interrompidos, resultando em uma progressiva erosão da diversidade biológica
(TABARELLI et al., 1999).
Em áreas mineradas, Parrota et al. (1997) destacam que a proximidade de
remanescentes de florestas primárias ou em estádios avançados de regeneração à áreas
fragmentadas e/ou degradadas, exercem papel fundamental na diversidade e abundância da
regeneração natural. Padrões gerais sustentam a hipótese de que a ausência de potenciais
fontes de propágulos pode ser fator limitante para a sucessão, conforme for a distância das
áreas degradas em relação a florestas preservadas.
Outro fator inerente à fragmentação de hábitats e a dispersão de sementes é o
tamanho dos fragmentos, o que acarreta aumento no efeito de borda, que é responsável pela
diminuição da umidade, aumento da concentração de luz e elevação da temperatura, afetando
o recrutamento e sobrevivência de plântulas e/ou plantas, além da fragmentação estar
relacionada como causa potencial do rompimento do mutualismo-chave que inclui a
polinização e a dispersão de sementes (GALETTI et al., 2003).
4.2 Estrutura Fitossociológica
A figura 7 representa o número cumulativo de espécies por área (unidades
amostrais) para as espécies com DAP ≥ 5 cm amostradas no levantamento fitossociológico no
município de Morro da Fumaça, SC.
29
Figura 7: Curva do número cumulativo de espécies por unidade amostral no levantamento
fitossociológico, Morro da fumaça, SC.
Analisado a figura 7 pode-se observar tendência à estabilização, podendo-se
considerar a amostragem representativa da florística local.
A tabela 2
apresenta
as
48
espécies
identificadas
no
levantamento
fitossociológico, ordenados em ordem decrescente de valor de importância (VI), com uma
densidade total por área de 1552 indivíduos.ha-1.
Tabela 2: Espécies arbóreas amostradas no levantamento de 50 pontos pelo método de
quadrantes com os respectivos valores dos parâmetros fitossociológicos considerados: DA
(Densidade absoluta), DR (Densidade relativa), FA (Frequência absoluta), FR (Freqüência
relativa), DoA (Dominância relativa), Dor (Dominância relativa) e VI (Valor de importância)
DA
DoA
DR (%) FA (%) FR (%)
DoR (%) VI
(ind.ha¯ ¹)
(m².ha¯ ¹)
Espécie
Euterpe edulis
442 28,50 64,00 19,16 28,51
11,42
59,08
Hyeronima alchorneoides
116 7,50
30,00 8,98
49,04
19,63
36,12
Jacaranda puberula
132 8,50
30,00 8,98
5,56
2,23
19,71
Alchornea tripinervia
62 4,00
16,00 4,79
24,17
9,68
18,47
Casearia sylvestris
85 5,50
20,00 5,99
7,74
3,10
14,59
Cyathea delgadii
93 6,00
16,00 4,79
5,55
2,22
13,01
Cabralea canjerana
62 4,00
14,00 4,19
11,18
4,48
12,67
Piptadenia gonoacantha
31 2,00
8,00
2,40
19,11
7,65
12,04
Miconia cabucu
23 1,50
6,00
1,80
16,72
6,69
9,99
30
Inga striata
Matayba juglandifolia
Virola bicuhyba
Bathysa australis
Guatteria australis
Cecropia glaziovii
Rollinia sericea
Mollinedia schottiana
Myrcia splendens
Roupala brasiliensis
Ocotea puberula
Lamanonia ternata
Maclura tinctoria
Hirtella hebeclada
Psidium cattleianum
Syagrus romanzoffiana
Ficus luschnatiana
Clethra scabra
Sloanea guianensis
Cedrela fissilis
Coussapoa microcarpa
Nectandra lanceolata
Endlicheria paniculata
Pseudobombax grandiflorus
Zanthoxylum rhoifolium
Guapira opposita
Campomanesia guaviroba
Taberneomontana catharinensis
Vernonia discolor
Mimosa bimucronata
Pera glabrata
Xylosma pseudosalzmanii
Myrcia spectabilis
Rollinia rugulosa
Nectandra membranacea
Sebastiana comersoniana
Esenbeckia grandiflora
Aiouea saligna
Persea venosa
TOTAL
31
39
31
31
23
16
16
23
23
8
16
8
8
16
16
8
16
16
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
1552
2,00
2,50
2,00
2,00
1,50
1,00
1,00
1,50
1,50
0,50
1,00
0,50
0,50
1,00
1,00
0,50
1,00
1,00
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
0,50
100,00
8,00
10,00
8,00
8,00
6,00
4,00
4,00
6,00
6,00
2,00
4,00
2,00
2,00
4,00
4,00
2,00
4,00
4,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
334,00
2,40
2,99
2,40
2,40
1,80
1,20
1,20
1,80
1,80
0,60
1,20
0,60
0,60
1,20
1,20
0,60
1,20
1,20
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
0,60
100,00
7,22
4,46
5,82
2,34
4,83
6,98
5,39
1,75
0,94
5,95
3,02
5,07
4,30
1,29
1,04
3,71
0,88
0,58
2,62
2,50
2,05
0,92
0,88
0,88
0,88
0,83
0,79
0,70
0,55
0,49
0,48
0,38
0,35
0,32
0,27
0,27
0,18
0,16
0,12
249,78
2,89
1,78
2,33
0,94
1,93
2,79
2,16
0,70
0,38
2,38
1,21
2,03
1,72
0,52
0,42
1,48
0,35
0,23
1,05
1,00
0,82
0,37
0,35
0,35
0,35
0,33
0,32
0,28
0,22
0,20
0,19
0,15
0,14
0,13
0,11
0,11
0,07
0,06
0,05
100,00
7,29
7,28
6,73
5,33
5,23
4,99
4,36
4,00
3,67
3,48
3,41
3,13
2,82
2,72
2,61
2,58
2,55
2,43
2,15
2,10
1,92
1,47
1,45
1,45
1,45
1,43
1,42
1,38
1,32
1,30
1,29
1,25
1,24
1,23
1,21
1,21
1,17
1,16
1,15
300,00
31
Com relação à densidade das espécies amostradas no levantamento, Euterpe
edulis detém o maior valor, com 442 indivíduos/hectare, diferindo entre outros estudos
realizados em Santa Catarina, como o de Santos (2003) que estudou dois fragmentos
florestais, no primeiro fragmento apresentou 234 indivíduos/hectare de Euterpe edulis e no
segundo fragmento 56 indivíduos/hectare e o de Citadini-Zanette (1995) que encontrou 344
indivíduos/hectare. Comparando os trabalhos e o número relativamente alto do palmiteiro no
presente estudo, entende-se este remanescente como bem preservado com relação a esta
espécie.
Klein (1990) ressalta a alta densidade de Euterpe edulis para as formações da
floresta atlântica, perfazendo cerca de 30% a 50% dos indivíduos do interior da floresta. No
presente estudo ocupa 15,81% do componente arbóreo. O número relativamente pequeno de
palmiteiro, em relação aos números citados anteriormente, é explicado pelas alterações que o
remanescente estudado sofreu ao longo do tempo através da exploração de espécies com valor
econômico, entre elas o palmiteiro.
As demais espécies com maior valor de densidade foram: Jacaranda puberula
com 132 indivíduos, Hyeronima alchorneoidei (116), Cyatea delgadii (93), Casearia
sylvestris (85), Alchornea tripinervia e Cabralea canjerana com 62 indivíduos, Matayba
juglandifolia (39), Piptadenia gonoacantha, Inga striata, Virola bicuhyba e Bathysa australis
com 31 indivíduos.
Quanto à freqüência de espécies, Euterpe edulis possui distribuição espacial mais
ampla, acumulando 19,16% de freqüência relativa, seguida por Hyeronima alchorneoides,
Jacaranda puberula cada espécie com 8,98%, Casearia sylvestris com 5,99% e Alchornea
tripinervia e Alchornea tripinervia cada espécie com 4,79% e Cabralea canjerana com
4,19%. As demais espécies apresentaram valores menores que 2,99%, demonstrando que a
32
grande maioria das espécies aparecem com baixa freqüência, indicando distribuição agrupada
dos indivíduos.
O maior valor de dominância relativa (DR) foi obtido por Euterpe edulis com
28,50%, Jacaranda puberula com 8,50%, Hyeronima alchorneoides com 7,50%, Cyatea
delgadii com 6,00%, Casearia sylvestris com 5,50%, Alchornea tripinervia e Cabralea
canjerana ambas com 4,00%. As demais espécies apresentaram dominância relativa inferior a
2,00%.
Com relação aos altos índices de valores de importância (VI), Euterpe edulis
apresenta o maior índice com 59,08 % do valor de importância total, por apresentar os
maiores valores de densidade e frequência, Hyeronima alchorneoides com 36,12%,
Jacaranda puberula 19,71%, Alchornea tripinervia com 18,47%, Casearia sylvestris 14,59%,
Cyathea delgadii 13,01%, Cabralea canjerana com 12,67%, Piptadenia gonoacantha
12,04%, Miconia cabucu com 9,99%. As demais espécies apresentaram valor de importância
menor que 7,29%.
A posição de destaque de Euterpe edulis em todos os parâmetros
fitossociológicos, foi também evidenciada em outros estudos recentes, principalmente quanto
aos altos valores de densidade Citadini-Zanette (1995), Santos (2003), Martins (2005) e
Colonetti (2008).
4.3 Aplicação do presente estudo na recuperação das áreas degradadas
Através do levantamento feito no remanescente florestal de entorno a área
degradada, foram identificadas espécies que podem ser utilizadas na recuperação da área
degradada pela extração de argila, já que o solo onde foi feito o levantamento das espécies é
idêntico ao da área a ser recuperada e as espécies extintas provavelmente são as mesmas do
33
levantamento e se adaptarão mais facilmente. O presente estudo não pretende sugerir modelos
de recuperação, já que cada área tem suas características.
O parâmetro Valor de Importância tem sido utilizado para estabelecer o
comportamento das espécies dentro de uma comunidade. Espécies que estão bem
representadas dentro das comunidades, através de grande densidade, dominância e freqüência,
representam aquelas que ecologicamente estão equilibradas. (REIS; KAGEYAMA, 2000). No
presente estudo podemos citar algumas espécies dentro deste embasamento, tais como:
Euterpe edulis por se destacar em todos os parâmetros citados, Jacaranda puberula e
Hyeronima alchorneoides, por apresentar altos valores de dominância, densidade e
freqüência.
Contrariamente, espécies onde os valores de densidade, dominância e freqüência
são muito baixos, devem segundo este ponto de vista, apresentar problemas de adaptação ao
ambiente (REIS; KAGEYAMA, 2000), desta forma, podendo não contribuir no processo de
recuperação de uma área.
O conhecimento de grupos ecológicos, parte constituinte deste estudo, é
fundamental para o entendimento dos processos de sucessão. A utilização de espécies
pioneiras nas fases iniciais representa uma grande vantagem pela rápida colonização dessas
espécies na área (REIS et al., 1999). Leitão Filho et al. (2002) ressalta a necessidade desse
conhecimento ecológico na recuperação quando questiona: Quais espécies plantar? Quanto
plantar de cada espécie? Como efetivar este plantio?
Primeiramente conhecer as espécies que caracterizam a área, de modo a conhecer
remanescentes florestais de entorno às áreas degradadas e as espécies que o compõem. Outro
fator importante é em que proporção essas espécies aparecem na comunidade, sendo a
fitossociologia ferramenta ideal no conhecimeto desse processo, buscando a compreensão das
34
associações de espécies na comunidade, as interações destas espécies entre si e com seu meio
(MARTINS, 2004).
A partir desses conhecimentos podem-se então traçar as diretrizes para a
recuperação de determinada área, respeitando as relações entre os diferentes grupos
ecológicos. A partir do conhecimento obtido da área, das espécies que a caracterizam, da
proporção que as espécies aparecem na comunidade vegetal e das interações destas espécies
entre si e com seu meio pode-se traçar diretrizes para a recuperação de determinada área,
respeitando as relações entre diferentes grupos ecológicos. (MARTINS, 2005)
De acordo com Reis et al. (2006) a seleção de espécies para processos de
restauração deve primar pelas plantas que se caracterizam pela formação de cadeias
alimentares complexas dentro dessas áreas. Estas cadeias, sempre que possível, devem ser
implantadas de forma natural e espontânea, mas, no início do processo de restauração, sugerese ações no sentido de empregar técnicas que venham auxiliar sua colonização.
Cardozo (2006) através de sua proposta para reabilitação de área degradada pela
extração de argila e areia no município de Morro da Fumaça sugere que em o local minerado
deve ser protegido com cercas e deixá-lo como área de regeneração espontânea. Contribuindo
para o incremento da biodiversidade e para a aceleração na regeneração da mata, deve-se
enriquecer a área através do plantio de arvores e outras espécies nativas. Para o presente
estudo salienta-se a importância do remanescente florestal na regeneração espontânea da área
através da dispersão de sementes, contribuindo com a recuperação.
A regeneração natural pode ser entendida como um processo que funciona com
três mecanismos: chuva de sementes, banco de sementes no solo e banco de plântulas e
jovens, sendo que os três mecanismos funcionam de forma integrada, havendo diferenças nas
respostas ecológicas entre as espécies, no que se refere às suas características biológicas
reprodutivas e de sobrevivência. (NUNES, 2006)
35
Segundo a mesma autora, a regeneração natural tem um papel fundamental no
aumento da diversidade, contribuindo com indivíduos novos das espécies já existentes,
aumentando a abundância, e de espécies novas, aumentando a riqueza de espécies.
A capacidade reprodutiva e a sobrevivência de muitas espécies vegetais dependem
das relações co-evolutivas com espécies animais, incluindo dispersores de sementes,
polinizadores, protetores contra predadores e outras interações naturais. A fauna deve ser
considerada como um dos elementos componentes do ambiente, sendo um dos responsáveis
pela sua configuração, não devendo, portanto, ser vista somente como um “habitante” deste
ambiente. Além deste aspecto, a fauna tem papel fundamental na pedogênese e recuperação
dos solos, seja na reciclagem de nutrientes ou no revolvimento de suas camadas (IBAMA,
1990).
Algumas técnicas nucleadoras, contribuem com uma maior resiliência para a
recuperação ambiental, tais como: transposição do solo, transposição da chuva de sementes,
poleiros artificiais, transposição de galharia.
A transposição do solo é uma forma de nucleação que propicia o transporte do
banco de sementes, larvas de insetos, invertebrados e uma microbiota diversificada para os
ambientes degradados.
A transposição de chuva de sementes alimenta o banco de sementes local e inicia
uma entrada mensal de material genético que no futuro poderá garantir os recursos de forma
distribuída no tempo.
O uso de poleiros artificiais ajuda a atrair a avifauna, principalmente do
remanescente do entorno. A distribuição na área de troncos, pedaços de madeira e galhos em
pilhas, bem como instalar estruturas para abrigo, nidificação, pouso e alimentação, fornecendo
micro-habitats e abrigos para a fauna.
36
A transposição de galharia ou outras fontes de matéria orgânica disponível no
remanescente florestal fornece abrigo e ambientes para a procriação na área a ser recuperada.
A utilização de ações nucleadoras, capazes de proporcionar uma maior resiliência na sucessão
secundária de áreas degradadas, representa um compromisso em reproduzir processos
sucessionais primários e secundários iniciais
Ainda de acordo com o mesmo autor, a definição de técnicas nucleadoras para
uma determinada área deve primar pela utilização do maior número possível, pois estas irão
se completar no sentido de formar mais rapidamente uma comunidade estabilizada. Quanto
maior o número de ações nucleadoras maiores serão as chances de aumento do ritmo
sucessional.
A criação de corredores ecológicos entre fragmentos próximos e integrando o
remanescente a área recuperada ajuda no aumento da diversidade de espécies. Na
recomposição topográfica, a criação de ondulações e depressões, fornece diversidade do
habitat.
37
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A mineração, em todas as suas formas, seja de carvão, argila ou outros produtos
explotados no sul catarinense, constitui ainda importante fonte de renda para a região
carbonífera sul catarinense. No entanto há necessidade de discussão sobre a forma de
explotação dos recursos minerais até recentemente praticada, uma vez que não se pode deixar
de considerar o impacto ambiental causado por esta atividade.
A região sul catarinense mostra-se atualmente comprometida em sua qualidade
ambiental, sendo as atividades relacionadas à mineração responsáveis por passivo ambiental
significativo existente hoje.
O remanescente florestal estudado não pode ser considerado uma floresta
primária, já que foi isolado do restante da vegetação original pelo desmatamento causado pela
mineração de argila no município de Morro da fumaça, SC. Apresenta-se descaracterizada,
sendo o remanescente florestal estudado o único em estádio mais avançado de regeneração,
próximo a extensas áreas degradadas e urbanizadas, o que denota o isolamento da área
estudada.
A fragmentação tem grande conseqüência na sobrevivência de plantas e animais
dependentes da vegetação florestal alterando também as interações ecológicas existentes
dentro dos ecossistemas florestais.
Esta fragmentação tem importante conseqüência na sobrevivência de plantas e
animais dependentes da vegetação florestal. Para essas espécies, os fragmentos são mosaicos
de hábitats, onde a presença ou não de recursos alimentares e sua abundância, podem formar
uma colcha de retalhos, estando tais populações condicionadas a cada retalho do ambiente
onde existem hábitats favoráveis e alimentação (CERQUEIRA et al,. 2003).
38
Mas para a recuperação de ambientes degradados, os fragmentos florestais são de
suma importância já que estes possuem, ainda que de forma defasada, as espécies florestais
que existiam na área de entorno antes da degradação.
A caracterização sucessional é importante para subsidiar futuras decisões sobre
estratégias de conservação, recuperação e manejo dos fragmentos florestais.
Isto porque as espécies de cada categoria sucessional exigem diferentes condições
ambientais para crescer, desenvolver-se e reproduzirem-se, aspectos que devem ser
considerados quando do plantio dessas espécies no campo. (RODRIGUES; GANDOLFI,
1996)
Considerando-se a grande biodiversidade e o potencial biológico, econômico e
social da floresta atlântica, entende-se a necessidade de manter e manejar estes últimos
fragmentos florestais, conservando a grande biodiversidade ainda existente (ALMEIDA,
1996)
Nesse contexto, reporta-se para a necessidade urgente de preservação das áreas
adjacentes à mineração de carvão, pois tais fragmentos florestais são responsáveis pela
recuperação dessas áreas, principalmente quando em estádios avançados de regeneração,
abrigando alta diversidade de espécies.
39
7 REFERÊNCIAS
ALMEIDA, D.S. Recuperação ambiental da Mata Atlântica. Ilhéus: Editus, 2000. 130 p
ARAUJO, G.H.S. et. al. Gestão Ambiental de áreas degradadas. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil. 2005. 320 p.
BITAR, O. Y. Avaliação da recuperação de áreas degradadas por mineração na região
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