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CPV O cursinho que mais aprova na GV
FGV
—
direito
— 1a Fase — 15/novembro/2004
GEOGRAFIA
01. Texto 1
A Corte Internacional de Justiça da ONU declarou, em julho de 2004, que a barreira que Israel está construindo entre seu
território e a Cisjordânia viola as leis internacionais. Essa barreira é um muro de concreto de cerca de oito metros de altura,
protegido por valas eletrificadas, trincheiras e guaritas e deverá, se for totalmente edificado, chegar a ter 685 Km de extensão.
Folha de São Paulo, 10 de julho de 2004
Texto 2
Durante 28 anos, de 1961 a 1989, a população de Berlim padeceu uma experiência ímpar na história moderna: viu a cidade ser
dividida por um imenso muro. Inicialmente, um interminável arame farpado alongou-se por 37 quilômetros adentro da zona
residencial da cidade, para logo depois ser erguido um verdadeiro muro.
Extraído e adaptado de www.terra.com.br/voltaire/mundo/muro.htm
A história da humanidade é marcada por lutas, divergências e rivalidades. Indique a natureza e as diferenças entre os conflitos
que geraram a existência das duas barreiras a que se referem os textos 1 e 2.
Resolução:
O primeiro texto relata a atual política de Israel para o território da Cisjordânia, ocupado a partir da Guerra dos Seis Dias (1967).
Israel, na voz de suas autoridades, argumenta que tal muro tem dois objetivos: impedir os ataques suicidas contra seu território
e defender seus colonos contra os ataques de mísseis disparados pelos radicais palestinos. Os palestinos, por sua vez, dizem
que tal muro isola cidades palestinas, áreas agrícolas de áreas urbanas, mananciais, representando também novas perdas
territoriais.
Já o segundo texto refere-se à divisão de Berlim em duas partes: ocidental e oriental. Tal fato marcou a ordem mundial da Guerra
Fria, da qual o Muro de Berlim foi o maior símbolo de uma profunda divisão ideológica: capitalismo x socialismo.
Embora com repercussões internacionais, o muro que está sendo construído por Israel diz respeito a uma determinada área do
globo, o Oriente Médio, num conflito que tem como principal ingrediente uma disputa territorial, enquanto que no segundo texto
o conflito relatado era de cunho ideológico e de alcance mundial, numa época do mundo dividido entre duas forças predominantes,
EUA e URSS, a primeira liderando o pólo capitalista e a segunda, o socialista.
02. Um estudo realizado pelo Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) dividiu a mancha urbana da metrópole paulista
em três áreas:
1) cidade consolidada, que é a mais central e melhor equipada;
2) periferia consolidada, que corresponde às áreas ocupadas a partir da segunda metade do século XX, geralmente por
loteamentos populares e autoconstrução;
3) fronteiras urbanas, que são áreas pobres, recém ocupadas e com pouco acesso a serviços públicos.
Crescimento demográfico entre 1991 e 2000 – taxas anuais de crescimento em %
Cidade
Periferia
Fronteiras
consolidada consolidada urbanas
– 1,3
1,3
6,3
Município de
São Paulo
Total da
mancha urbana
Brasil
0,9
1,4
1,6
Fonte: Folha de São Paulo, 27/06/2004, p. C1 e www.centrodametropole.org
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CPV o
cursinho que mais aprova na GV
A diferenciação interna da metrópole paulista também
aparece sob a forma de áreas mais e menos valorizadas,
cujos imóveis são respectivamente mais e menos caros.
Com base nessas informações, explique as diferenças de
crescimento populacional no interior da metrópole.
Resolução:
Os dados apresentados evidenciam as diferenças no
interior da metrópole paulistana, onde a chamada cidade
consolidade mostra taxa de crescimento populacional
negativa, por se constituir em populações com maior acesso
a educação, saúde, informação e serviços urbanos,
portanto com padrão de vida mais elevado. Por outro lado,
as populações mais pobres, que vivem nas fronteiras
urbanas, têm pouco ou nenhum acesso a serviços públicos,
principalmente a educação de qualidade e saúde, com
grande parcela dessas populações vivendo até mesmo sem
saneamento básico, apresentando, consequentemente,
elevada taxa de crescimento populacional, comparável à
das das regiões mais pobres do país.
03. “Parece o paraíso: o maior mercado de livre comércio do
mundo, com uma economia combinada de quase US$ 13
trilhões em 34 países e cerca de 800 milhões de
consumidores do Alasca, nas bordas dos Estados Unidos,
à Patagônia, no extremo sul da América do Sul”.
Clovis Rossi, Folha de São Paulo, 28 out 2003
A afirmação acima refere-se à possibilidade de integração
de todo o continente americano à ALCA (Área de Livre
Comércio das Américas).
Apresente os argumentos favoráveis e contrários à
participação do Brasil nesse bloco.
Resolução:
A proposta de criação da ALCA, inicialmente prevista para
2005, propunha a formação de uma grande área de livre
comércio para os países americanos, com exceção de Cuba,
por imposição dos EUA.
No Brasil, a formação do bloco é objeto de diversos
argumentos contrários e bem como de argumentos
favoráveis, por parte de vários setores, desde o meio
empresarial (industrial e agropecuário) até o sindical, sem
que isso signifique uma recusa definitiva à construção do
bloco.
Entre os argumentos favoráveis, pode-se destacar: a
possibilidade de aumento do comércio intra-bloco, o acesso
a um dos maiores mercados consumidores do mundo, a
ampliação de investimentos produtivos, uma possível
melhoria da qualidade dos produtos em virtude do aumento
da concorrência, com uma consequente diminuição do
CPV
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preços.
Dentre os argumentos contrários, levantam-se vozes de
setores diferentes. Os empresários do setor industrial
ponderam que a concorrência desigual com os produtos
estadunidenses e canadenses seja agravada pela ausência
da discussão sobre uma política industrial. Os
agropecuaristas questionam a posição estadunidense de
evitar o debate sobre as barreiras fitossanitárias e os
subsídios, que constituem importante obstáculo à livre
circulação de produtos agrícolas. Alguns setores do
movimento sindical temem pela supressão de vagas e
redução das conquistas trabalhistas.
Além das questões anteriores, o governo federal preocupase em evitar que as negociações para a formação da ALCA
provoquem um enfraquecimento e desmantelamento do
Mercosul, o qual Brasília tenta priorizar, ampliar e fortalecer
para uma negociação mais favorável (a chamada
flexibilização da legislação trabalhista).
COMENTÁRIO DA PROVA DE GEOGRAFIA
A prova de Geografia para Direito FGV foi de excelente
qualidade, condizente com o programa apresentado,
abrangendo diversos temas e conceitos, avaliando de forma
sensata e coerente o aluno egresso do Ensino Médio.
A questão 1, de Geografia Geral, abordou assunto tratado em
aulas sobre o Oriente Médio e a Guerra Fria
A questão 2, de Geografia do Brasil, abordou tema
desenvolvido em aulas de População e Urbanização.
A questão 3, sobre a ALCA, é assunto das aulas de Blocos
Econômicos em Geografia Geral e Economia em Geografia do
Brasil.
Sentimos apenas a ausência da cartografia, linguagem
necessária à espacialização dos fenômenos enfocados.
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