Geografia - Instituto Federal da Paraíba

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PROVA ESCRITA DO CONCURSO PÚBLICO PARA O PROVIMENTO DO CARGO DE PROFESSOR
EFETIVO DE ENSINO BÁSICO, TÉCNICO E TECNOLÓGICO DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA
Edital Nº 334/2013, de 05 de novembro de 2013
CADERNO DE QUESTÕES
» CÓDIGO 42 «
GEOGRAFIA
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

Este caderno tem um total de 50 (cinquenta) questões, distribuídas da seguinte forma:
Questões de 01 a 20: Língua Portuguesa;
Questões de 21 a 50: Conhecimentos Específicos.

Verifique se este caderno está completo.

Para cada questão são apresentadas cinco alternativas de resposta (a, b, c, d, e), sendo que o
candidato deverá escolher apenas uma e, utilizando caneta esferográfica azul ou preta,
preencher o círculo (bolha) correspondente no cartão-resposta.

As respostas das questões deverão, obrigatoriamente, ser transcritas para o cartãoresposta, que será o único documento válido utilizado na correção eletrônica.

Verifique se os dados constantes no cartão-resposta estão corretos e, se contiver algum
erro, comunique o fato imediatamente ao aplicador/fiscal.

O candidato terá o tempo máximo de 04 (quatro) horas para responder a todas as
questões deste caderno e preencher o cartão-resposta.

NÃO HAVERÁ SUBSTITUIÇÃO, sob qualquer hipótese, deste caderno, nem do cartãoresposta.

Não serão dadas explicações durante a aplicação da prova.
BOA PROVA!
COORDENAÇÃO PERMANENTE DE CONCURSOS PÚBLICOS
IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013
LÍNGUA PORTUGUESA
Leia o Texto I e responda às questões de 01 a 15.
TEXTO I
Sobre técnicas de torrar café e outras técnicas
Ronaldo Correia de Brito
Já não existe a profissão de torradeira de café. Ninguém mais escuta falar nessas mulheres que
trabalhavam nas casas de família, em dias agendados com bastante antecedência. As profissionais famosas
pela qualidade do serviço nunca tinham hora livre. Cobravam caro e só atendiam freguesas antigas. Não era
qualquer uma que sabia dar o ponto certo da torrefação, reconhecer o instante exato em que os grãos
precisavam ser retirados do fogo. Um minuto a mais e o café ficava queimado e amargo. Um minuto a
menos e ficava cru, com sabor travoso. “Pra tudo na vida existe um ponto certo”, diziam orgulhosas do
ofício, mexendo as sementes no caco de barro escuro, a colher de pau dançando na mão bem treinada, o
fogo aceso na temperatura exata.
Muitos profissionais se especializavam na ciência de pôr um fim: os que mexiam a cocada no tacho
de cobre, os que fabricavam o sabão caseiro de gorduras e vísceras animais, os que escaldavam a coalhada
para o queijo prensado, os que assavam as castanhas. Nos terreiros de candomblé, onde se tocam para os
orixás e caboclos, os iniciados sentem o instante em que a toada e o batuque alcançam o ponto de atuação,
o transe que faz o santo descer e encarnar no seu cavalo.
Nenhum movimento é mais complexo que o de finalizar. Nele, estão contidos o desapego e a
separação, o sentimento de perda e morte. Sherazade contou suas histórias durante mil e uma noites,
barganhando com o esposo e algoz Sheriar o direito de continuar vivendo e narrando. Mil noites é um
número finito. O acréscimo de uma unidade ao numeral “mil” tornou-o infinito. Mil e uma noites se
estendem pela eternidade. Sobrepondo narrativas, entremeando-as com novos contos, abrindo veredas de
histórias que se bifurcam noutras, mantendo os enredos num contínuo com pausas diurnas, porém sem o
ponto final, Sherazade adiou o término e a morte. De maneira análoga, Penélope tecia um manto sem
nunca acabá-lo, acrescentando pontos durante o dia e desfazendo-os à noite. Também postergava o
momento. [...]
Uma artesã do barro de Juazeiro do Norte chora quando proponho comprar a cerâmica
representando uma mulher com muletas, uma criança no peito, o feixe de lenha na cabeça. Conta a história
que representou naquela peça simples, sente pena de separar-se de sua criatura. O xilogravador Gilvan
Samico me apresenta os mais de cem estudos e as provas de autor até chegar à gravura definitiva. Olha
para os lados e me confessa que se pudesse não venderia nenhuma das impressões. Confessa os dias de
horror vividos até chegar ao instante em que se decide pela prova definitiva, quando o trabalho é
considerado concluído e o criador experimenta a estranheza diante do que não mais lhe pertence.
Que valor possui o esposo de Sherazade, comparado à narrativa que a liberta da morte? Talvez
apenas o de ser o pretexto para o mar de histórias que a jovem narra ao longo de mil e uma noites. E o que
se segue a esse imaginário fim? O que ocupa a milésima segunda noite, supostamente sem narrativas? Eis a
pergunta que todos os criadores se fazem. O que se seguirá ao grande vazio? Deus descansou no sétimo dia
após sua criação. O artista descansa, ou apenas se angustia pensando se a criatura que pôs no mundo está
verdadeiramente pronta, no ponto exato de um grão de café torrado por uma mestra exímia?
Afirmam que a flecha disparada pelo arqueiro zen busca sozinha o alvo. Num estado de absoluta
concentração, arqueiro, arco, flecha e alvo se desprendem da energia do movimento e partem em busca do
ponto exato. Anos de exercício levam ao disparo perfeito. O escritor trabalha com personagens que o
obsedam, alguns chegando a cavalgá-lo como os santos do candomblé. Sonha os sonhos do outro, numa
entrega do próprio inconsciente à criação. Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manterse na superfície e salvar-se; com a mão esquerda anota frases sobre ruínas. Nunca possui a técnica exata de
um arqueiro zen, nem a perícia de uma torradeira de café. Dialoga com a morte como Sherazade, mantém
a respiração suspensa, negocia adiamentos e escreve.
Num dia qualquer, sem que nada espere e sem compreender o que acontece à sua volta, um editor
arranca papéis inacabados de sua mão.
Disponível em:
http://www.opovo.com.br/app/colunas/ronaldocorreiadebrito/2012/03/03/noticiasronaldocorreiadebrito,2794944
/sobre-tecnicas-de-torrar-cafe-e-outras-tecnicas.shtml Acesso em 12 jun. 2013. (Texto adaptado).
Língua Portuguesa | 1
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1. No TEXTO I, o autor
a) apresenta a atual situação dos artesãos no Brasil.
b) contesta a desigual valoração para as obras de arte.
c) argumenta em prol da necessidade de se fomentar o fazer artístico.
d) faz analogia entre o trabalho do artesão e o processo criativo do escritor.
e) defende o processo de construção literária como o único capaz de ser concluído.
2. Ao afirmar que “Sobrepondo narrativas, entremeando-as com novos contos, abrindo veredas de
histórias que se bifurcam noutras, mantendo os enredos num contínuo com pausas diurnas, porém
sem o ponto final, Sherazade adiou o término e a morte.” (parágrafo 3), o autor do texto retrata
a) o poder de sedução dos contos de fada.
b) a capacidade de inventividade narrativa como possibilidade de salvação.
c) a impossibilidade de se concluir uma produção literária em tempos modernos.
d) a indispensável interrelação entre ficção e realidade na concepção da obra literária.
e) a necessidade de se conhecer os clássicos da literatura, a exemplo de Mil e uma noites e a
Odisseia.
3. Todas as passagens a seguir se reportam à dificuldade do artista em separar-se de sua obra,
EXCETO:
a) “Uma artesã do barro de Juazeiro do Norte chora quando proponho comprar a cerâmica
representando uma mulher com muletas, uma criança no peito, o feixe de lenha na cabeça.”
(parágrafo 4)
b) “Olha para os lados e me confessa que se pudesse não venderia nenhuma das impressões.”
(parágrafo 4)
c) “Confessa os dias de horror vividos até chegar ao instante em que se decide pela prova
definitiva, quando o trabalho é considerado concluído e o criador experimenta a estranheza
diante do que não mais lhe pertence.” (parágrafo 4)
d) “Conta a história que representou naquela peça simples, sente pena de separar-se de sua criatura."
(parágrafo 4)
e) “O escritor trabalha com personagens que o obsedam, alguns chegando a cavalgá-lo como os
santos do candomblé.” (parágrafo 6)
4. A referência à técnica desenvolvida pelas torradeiras de café, apresentada no início do texto,
a) denota a predileção do autor por técnicas artesanais, em detrimento das industriais.
b) é uma forma de registrar o reconhecimento, por parte das novas gerações, à cultura popular.
c) surge como uma homenagem do autor aos trabalhadores que conseguiram manter viva uma
tradição popular.
d) representa um exemplo da capacidade de certas técnicas rudimentares se perpetuarem ao
longo das gerações.
e) constitui-se ponto de partida para a discussão acerca da difícil arte de finalizar uma tarefa, tema
retratado no decorrer do texto.
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5. A finalização do processo de produção artística é retratada no texto como algo
a) impessoal, em função das demandas comerciais.
b) definitivo, já que registra o momento tão desejado pelo artista.
c) angustiante e doloroso, por se tratar de uma separação entre criador e criatura.
d) complexo, pelo fato de ser toda obra de arte o resultado de um trabalho coletivo.
e) libertador, pois a conclusão de uma obra de arte instiga o artista a produzir sempre mais.
6. Considerando o texto, aponte, dentre as alternativas a seguir, aquela em que as expressões
apresentam relação sinonímica.
a) "fabricavam" – "escaldavam"
(parágrafo 2)
b) "adiou" – "postergava"
(parágrafo 3)
c) "estendem" – "bifurcam"
(parágrafo 3)
d) "impressões" – "estranheza"
(parágrafo 4)
e) "descansa" – "angustia"
(parágrafo 5)
7. No final do texto, ao comparar o arqueiro zen ao escritor, o autor observa que
a) o arqueiro zen, diferentemente do escritor, dificilmente atinge seu objetivo.
b) o arqueiro zen, diferentemente do escritor, consegue, com exatidão, finalizar seu trabalho.
c) as ações do escritor e do arqueiro zen atingem, simultaneamente, o ponto exato de finalização.
d) o escritor, ao contrário do arqueiro zen, dedica-se com esmero ao processo de produção, antes
de finalizar seu trabalho.
e) o escritor e o arqueiro zen não conseguem finalizar seus trabalhos com êxito, por mais que se
esforcem.
8. A coesão de um texto se dá através da conexão entre vários enunciados e da relação de sentido
existente entre eles. Em relação à coesão presente no texto, o termo destacado encontra-se
devidamente justificado em:
a) “Ninguém mais escuta falar nessas mulheres que trabalhavam nas casas de família, *...+”
(parágrafo 1). O termo em destaque indica uma referência à expressão “freguesas antigas”
(parágrafo 1).
b) “Nele, estão contidos o desapego e a separação *...+” (parágrafo 3). O termo em destaque faz
referência a “nenhum movimento” (parágrafo 3).
c) “*...+ quando o trabalho é concluído e o criador experimenta a estranheza diante do que não
mais lhe pertence.” (parágrafo 4). O conectivo “e” indica uma progressão semântica que
acrescenta um dado novo.
d) “*...+ a jovem narra ao longo de mil e uma noites.” (parágrafo 5). O vocábulo em destaque
caracteriza uma referência mais específica em relação ao termo a que se refere: “Sherazade”.
e) “*...+ alguns chegando a cavalgá-lo *...+” (parágrafo 6). O termo destacado substitui a expressão
“santos do candomblé”.
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9. Em “Nos terreiros de candomblé, onde se tocam para os orixás e caboclos, os iniciados sentem o
instante em que a toada e o batuque alcançam o ponto *...+” (parágrafo 2), as vírgulas utilizadas
a) evidenciam a expressão vocativa.
b) indicam uma oração de valor comparativo.
c) demarcam uma explicação acerca do espaço.
d) determinam a introdução de expressão da fala do autor.
e) marcam a opinião do autor em relação à informação anterior.
10. Analise as proposições a seguir:
I.
As palavras “desapego” e “separação” pertencem ao mesmo campo semântico.
II. O prefixo na palavra “infinito” exprime sentido de negação.
III. O termo sublinhado em “O escritor trabalha com personagens que o obsedam” tem como
referente a expressão “escritor”.
É CORRETO o que se afirma apenas em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.
11. O termo destacado em “Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-se na
superfície e salvar-se *...+” (parágrafo 6), pode ser substituído, sem alteração de sentido, por:
a) Porque
b) Para que
c) Porquanto
d) Contanto que
e) Ao mesmo tempo que
12. Os conectivos ou partículas linguísticas de ligação, além de exercer funções coesivas, manifestam
ainda diferentes relações de sentido entre os enunciados. Aponte, dentre as alternativas a seguir,
aquela em que a relação estabelecida pelo conectivo em destaque está CORRETAMENTE indicada
entre parênteses.
a) “Uma artesã do barro de Juazeiro do Norte chora quando proponho comprar a cerâmica”. –
(Proporção).
b) “Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-se na superfície e salvar-se;” –
(Consequência).
c) “Dialoga com a morte como Sherazade, [...]” – (Comparação).
d) “Olha para os lados e me confessa que se pudesse não venderia nenhuma das impressões.” –
(Finalidade).
e) “Num dia qualquer, sem que nada espere e sem compreender o que acontece à sua volta [...]” –
(Adversidade).
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13. Por vezes, a omissão de palavras ou expressões não acarreta alteração no sentido de orações ou
períodos, já que tal omissão pode ser depreendida do contexto. Há, dentre as alternativas a seguir,
uma ocorrência assim caracterizada. Aponte-a.
a) "Mil e uma noites se estendem pela eternidade". (parágrafo 3)
b) "O que se seguirá ao grande vazio?" (parágrafo 5)
c) "Deus descansou no sétimo dia após sua criação". (parágrafo 5)
d) "Nunca possui a técnica exata de um arqueiro zen, *...+” (parágrafo 6)
e) "[...] a flecha disparada pelo arqueiro zen busca sozinha o alvo". (parágrafo 6)
14. Analise as proposições a seguir, acerca da pontuação, e assinale (V), para o que for verdadeiro, e (F),
para o que for falso.
( ) No trecho “De maneira análoga, Penélope tecia um manto *...+", a vírgula é utilizada para
separar uma expressão adverbial disposta no início do período.
( ) Em “Dialoga com a morte como Sherazade, mantém a respiração suspensa, negocia adiamentos
e escreve.”, as vírgulas são utilizadas para separar orações coordenadas.
( ) Em “Enquanto se afoga em paixões, com a mão direita tenta manter-se na superfície e salvarse; *...+”, não há razão linguístico-gramatical que justifique a presença da vírgula na sentença.
Assim, seu uso é facultativo.
A sequência que completa CORRETAMENTE os parênteses é
a) V V F
b) V F F
c) F V F
d) V V V
e) F F V
15. A regência verbal em destaque na frase “mulheres que trabalhavam nas casas de família” é a
mesma do verbo destacado em
a) “Anos de exercício levam ao disparo perfeito.”
b) “Deus descansou no sétimo dia após sua criação.”
c) “Muitos profissionais se especializavam na ciência de pôr um fim: *...+”
d) “O xilogravador Gilvan Samico me apresenta os mais de cem estudos: *...+.”
e) “*...+ o criador experimenta a estranheza diante do que não mais lhe pertence.”
Língua Portuguesa | 5
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As questões de 16 a 18 referem-se ao TEXTO II, a seguir:
TEXTO II
Capítulo I
− Muito trabalho, mestre Zé?
− Está vasqueiro. Tenho umas encomendas de Gurinhém. Um tangerino passou por aqui e
me encomendou esta sela e uns arreios. Estou perdendo o gosto pelo ofício. Já se foi o tempo em
que dava gosto trabalhar numa sela. Hoje estão comprando tudo feito. E que porcarias se vendem
por aí! Não é para me gabar. Não troco uma peça minha por muita preciosidade que vejo. Basta
lhe dizer que seu Augusto do Oiteiro adquiriu na cidade uma sela inglesa, coisa cheia de
arrebiques. Pois bem, aqui esteve ela para conserto. Eu fiquei me rindo quando o portador do
Oiteiro me chegou com a sela. E disse, lá isto disse: “por que seu Augusto não manda consertar
esta bicha na cidade?” E deu pela sela um preção. Se eu fosse pedir o que pagam na cidade, me
chamavam de ladrão. É, mestre José Amaro sabe trabalhar, não rouba a ninguém, não faz coisa de
carregação. Eles não querem mais os trabalhos dele. Que se danem. Aqui nesta tenda só faço o
que quero.
REGO, José Lins do. Fogo Morto. Record: Rio de Janeiro, 2003.
16. Pelo disposto acima, é CORRETO afirmar sobre o Mestre José Amaro:
a) Mostra-se insatisfeito com os resultados de seus últimos trabalhos.
b) Prefere trabalhar para clientes de fora, pois estes valorizam seu trabalho.
c) Orgulha-se do esmero com que desenvolve seu trabalho e da qualidade que lhe imprime.
d) Embora se envaideça de seu ofício, preocupa-se com o fato de não poder mais executá-lo da
melhor forma.
e) Questiona a qualidade do trabalho de outros seleiros, mas reconhece o valor dos novos
materiais industrializados.
17. “É, mestre José Amaro sabe trabalhar, não rouba a ninguém, não faz coisa de carregação. Eles não
querem mais os trabalhos dele. Que se danem. Aqui nesta tenda só faço o que quero”. A fala final
de Mestre José Amaro revela
a) certa resignação diante das novas demandas do mercado.
b) revolta por desenvolver seu ofício numa região de parcas condições.
c) a decisão de não mais confeccionar produtos para o senhor Augusto do Oiteiro.
d) a sua disposição em manter-se fiel ao trabalho de qualidade que sempre desenvolveu.
e) a determinação por continuar tentando convencer os vaqueiros da qualidade de suas selas.
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IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013
18. Atente para a seguinte passagem: “Eles não querem mais os trabalhos dele.”
Agora, considere as seguintes afirmações acerca da expressão em destaque:
I.
Retoma um termo expresso anteriormente.
II. Refere-se diretamente aos moradores e comerciantes da cidade.
III. Embora não se refira a nenhum elemento textual anterior, o contexto possibilita a recuperação
do termo referente.
Está(ão) CORRETA(S):
a) III apenas
b) I e II apenas.
c) I e III apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.
19. Leia a seguir:
I.
“Declaração fundamentada em ponto de vista a respeito de um fato ou negócio.”
II. “É o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades expedem instruções sobre a
organização e funcionamento de serviço e praticam outros atos de sua competência.”
III. “Modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma
forma de comunicação eminentemente interna.”
As descrições dizem respeito, respectivamente, a
a) Parecer – Portaria – Memorando .
b) Ofício – Relatório – Parecer.
c) Parecer – Ofício – Portaria.
d) Memorando – Ofício – Declaração.
e) Portaria – Requerimento – Relatório.
20. Pela própria natureza, a redação oficial deve apresentar uma linguagem que obedeça a critérios
específicos. Todas as características a seguir devem compor a redação oficial, EXCETO:
a) Impessoalidade e clareza.
b) Uso da linguagem padrão.
c) Tratamento linguístico formal.
d) Concisão e transparência de sentido.
e) Presença de conotação e da criatividade do emissor.
Língua Portuguesa | 7
IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
» GEOGRAFIA | CÓDIGO 42 «
21. Relacione a coluna 1 com a coluna 2, de acordo com as características das correntes do pensamento
geográfico.
(1) Determinismo ambiental
( ) A diferenciação de áreas não é vista a partir das relações
entre o homem e a natureza, mas sim da integração de
fenômenos heterogêneos em uma dada porção da
superfície da terra.
(2) Possibilismo
( ) As condições naturais, especialmente as climáticas, e
dentro delas a variação da temperatura ao longo das
estações do ano, determinam o comportamento do
homem, interferindo na sua capacidade de progredir.
(3) Método regional
( ) Surge em meados da década de 50 e tem um papel
ideológico a ser cumprido. É preciso justificar a expansão
capitalista, escamotear as transformações que afetaram os
gêneros da vida.
(4) A nova geografia
( ) Trata-se da geografia cujo vetor mais significativo é aquele
calcado no materialismo histórico e na dialética marxista.
(5) A geografia crítica
( ) Focaliza as relações entre o homem e o meio natural, mas
não o faz considerando a natureza determinante do
comportamento humano.
A sequência CORRETA é:
a) 4, 1, 3, 5 e 2.
b) 3, 2, 4, 5 e 1.
c) 1, 3, 4, 5 e 2.
d) 1, 3, 5, 2 e 4.
e) 3, 1, 4, 5 e 2.
8 | Código 42 « Geografia « Conhecimentos Específicos
IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013
22. "A década de 1970 viu o surgimento da geografia crítica fundada no materialismo histórico e na
dialética. Trata-se de uma revolução que procura romper, de um lado, com a geografia tradicional e,
de outro, com a geografia teorético-quantitativa. Intensos debates entre geógrafos marxistas e nãomarxistas ocorrem a partir daquela década. No âmbito dos debates, o espaço reaparece como
conceito-chave."
(CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço, um conceito-chave da geografia. In: Geografia: Conceitos e Temas. 6. ed.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 23)
Com base no contexto acima, é CORRETO afirmar:
a) O espaço se constituiu como um conceito-chave na geografia tradicional, que deixou de lado os
conceitos de paisagem e região.
b) O método regional não se preocupava com a diferenciação das áreas, valorizava o espaço como
objeto de estudo, deixando, em segundo plano, o método.
c) Lugar e território são conceitos fundamentais na geografia teorético-quantitativa.
d) O desenvolvimento da análise do espaço no âmbito da teoria marxista deve-se, em grande
parte, à intensificação das contradições sociais e espaciais tanto nos países centrais como
periféricos.
e) O espaço pode ser considerado como secundário na análise do processo produtivo, porque
pouco interfere na dinâmica social e natural.
23. “Faz cerca de vinte anos que a 'globalização' se tornou uma palavra-chave para a organização de
nossos pensamentos no que respeita ao funcionamento do mundo [...]. A globalização pode ser
vista como um processo, como uma condição ou como um tipo específico de projeto político [...]. A
globalização é uma profunda reorganização geográfica do capitalismo *...+”.
(HARVEY, David. Espaços de Esperança. São Paulo, 2006 p. 79-84)
O fragmento do texto acima trata do fenômeno da globalização contemporânea, um termo
hegemônico relevante para compreender a economia política do capitalismo. Por tratar-se de uma
reorganização geográfica do capitalismo, há mudanças recentes na dinâmica da globalização. Com
base nisso, analise as seguintes afirmativas:
I.
A onda de desregulamentação financeira começou nos Estados Unidos no início dos anos 1970
como reação forçada à estagflação que ocorria no nível doméstico e ao colapso do sistema de
comércio e troca internacional de Bretton Woods.
II. As ondas de profunda mudança tecnológica e de inovação e melhoria de produtos vêm
varrendo o mundo desde a metade dos anos 1960, gerando transformações recentes na
economia mundial.
III. O sistema da mídia e das comunicações e, sobretudo, a chamada “revolução da informação”
produziram algumas mudanças importantes na organização do consumo e da produção, bem
como na definição de desejos e necessidades integralmente novos.
IV. O custo e o tempo do transporte de mercadorias e pessoas também fizeram aflorar mais uma
dessas mudanças de ocorrência periódica na história do capitalismo, o que liberou todo o
sistema das atividades de restrições espaciais precedentes, permitindo rápidos ajustes de
localização da produção, do consumo, de populações, entre outros.
V. Diante das mudanças tecnológicas e da inovação, a circulação de mercadorias e pessoas permite
um baixo movimento na reorganização geográfica.
Conhecimentos Específicos » Geografia » Código 42 | 9
IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013
Está(estão) CORRETA(S) a(s) afirmativa(s):
a) I apenas.
b) I e II apenas.
c) I, II e III apenas.
d) I, II, III e IV apenas.
e) I, II, III, IV e V.
24. Observe a imagem e leia o texto seguinte:
(Fonte: http//:www.google.com.br/imagens)
“Os fantasmas estropiados como que iam dançando, de tão trôpegos e trêmulos, num passo
arrastado de quem leva as pernas, em vez de ser levado por elas. Andam devagar, olhando para
trás, como quem quer voltar. Não tinham pressa em chegar, porque não sabiam aonde iam.
Expulsos do seu paraíso por espadas de fogo, iam, ao acaso, em descaminhos, no arrastão dos maus
fados. Fugiam do sol e o sol guiava-os nesse forçado nomadismo. Adelgaçados na magreira cômica,
cresciam, como se o vento os levantasse. E os braços afinados desciam-lhes aos joelhos, de mãos
abanando.”
(ALMEIDA, José Américo de. A bagaceira. 39ª Ed. Rio de Janeiro, 2004, p. 8)
A imagem de J. Miguel e o romance literário do paraibano José Américo de Almeida descrevem,
entre outras interpretações sociais, um problema da realidade nordestina e brasileira. Sobre a
questão da mobilidade da população, é INCORRETO afirmar:
a) As migrações seguem a mesma trilha do capital, ou seja, orientam-se para aquelas regiões onde
o capital está mais concentrado.
b) A migração compreende duas fases: a primeira, a saída do lugar de origem, chamada imigração,
e a segunda, que é a entrada no lugar a que se destina, chamada emigração.
c) O êxodo rural, transferência do habitante do campo para a cidade, é uma das formas de
migração interna.
d) As migrações internas são aquelas feitas dentro de um mesmo país. No Brasil, existem áreas
superpovoadas, de onde saem emigrantes, e áreas subpovoadas, para onde convergem
imigrantes. A área típica de emigração é o Nordeste.
e) O capitalismo determinante no modo de vida das pessoas, enriquece algumas poucas e
destinado à miséria de milhares de outras, causa concentração de terras, motivo para expulsão
do camponês.
10 | Código 42 « Geografia « Conhecimentos Específicos
IFPB » Concurso Público | Professor Efetivo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico » Edital Nº 334/2013
25. No cenário da globalização, fenômenos como a migração e as mudanças climáticas se interligam no
espaço geográfico mundial. Dentro de uma análise de conjuntura internacional, Joana Laura
Nogueira faz referência ao anúncio, em fevereiro de 2007, da primeira parte do relatório da ONU
sobre as mudanças climáticas, dentre outras implicações, chamando a atenção para uma provável
categoria de refugiados: os refugiados ambientais.
(Disponível em: http//:www.pucminas.br/adaptado)
Diante da assertiva acima, é CORRETO afirmar que:
a) A migração não tem relação com aspectos climáticos globais.
b) A globalização é um fenômeno internacional que se relaciona com a migração, o fluxo de
pessoas, o fluxo de mercadorias, mas não com as questões ambientais globais.
c) Os refugiados ambientais talvez sejam aqueles expulsos pela natureza, uma vez que esta vem
sendo a causa das principais tragédias vividas pela humanidade nos últimos anos, a exemplo dos
tsunamis na Ásia, do furacão Katrina nos Estados Unidos e até mesmo da desertificação de áreas
na África Subsaariana constantemente agredida.
d) A legislação internacional contempla a nova classe de refugiados. Para a Convenção de Genebra,
refugiados são definidos como pessoas que não temem ser perseguidas por motivos de raça,
religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas e se encontram fora do país de sua
nacionalidade.
e) Os refugiados ambientais talvez sejam aqueles expulsos pela natureza, uma vez que esta não
vem sendo a motivo das principais tragédias vividas pela humanidade nos últimos anos, a
exemplo dos tsunamis na Ásia, do furacão Katrina nos Estados Unidos e até mesmo da
desertificação de áreas na África Subsaariana constantemente agredida.
26. A internacionalização da economia, a globalização e a formação de uma sociedade em rede
constituem análises do processo de urbanização recente no país. Em geral, destacam a prevalência
da metropolização. No que diz respeito aos novos processos de urbanização no Brasil, é INCORRETO
afirmar que:
a) As cidades médias passaram a oferecer determinadas vantagens em relação às grandes cidades,
com menor custo de vida.
b) A expansão de condomínios fechados influencia no conjunto de mudanças na forma-conteúdo
na/da produção do espaço urbano contemporâneo.
c) As cidades periféricas das regiões metropolitanas passaram por um processo de crescimento
urbano de maior significância.
d) Nas cidades metropolitanas houve um aumento no custo de vida (incluindo aluguéis de
imóveis).
e) Nas cidades metropolitanas ocorreu um importante crescimento e concentração industrial, bem
como diminuição custo de vida.
Conhecimentos Específicos » Geografia » Código 42 | 11
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27. Observe a charge:
(Disponível em:http//:www.levantepopulardajuventude.
blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html)
Em relação à charge acima, analise as afirmativas a seguir:
I.
Retrata um traço marcante do rápido processo de urbanização caótico e excludente no país,
resultando em condições precárias de moradia de uma parcela considerável da população
brasileira.
II. Apresenta um problema social da moradia que reflete a própria dinâmica do capitalismo pela
concentração de renda e da propriedade.
III. Critica os salários não compatíveis da maioria dos trabalhadores para a compra da mercadoria
(casa, apartamento).
IV. Evidencia a falta de alternativas sucessivas para uma parcela significativa dos trabalhadores, em
relação à moradia, resultando em ocupações organizadas pelos movimentos de moradia.
Está(estão) CORRETA(S) a(s) afirmativa(s):
a) I apenas.
b) II apenas.
c) III apenas.
d) I e III apenas.
e) I, II, III e IV.
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28. A Copa do Mundo da FIFA Brasil de 2014 ocupa lugar de destaque como maior evento mundial
relacionado a um único esporte.
(Disponível em: http//:copa2014brasil.org)
Considere a interpretação de Paulo César da Costa Gomes quanto ao fenômeno do futebol.
"Como geógrafos, o que nos chama particularmente atenção é o fato de
que os comportamentos territoriais e o princípio da disputa de ‘territórios’
se reconfigura em outras esferas da vida social. Ao extrapolar o campo, esta
idéia fundamental da disputa territorial, contida no futebol, ganha o mundo
profano e a cidade se metaforiza em futebol."
(GOMES, Paulo César da Costa. A condição urbana: ensaios de geopolítica da cidade. Rio de
Janeiro, Bertrand, Brasil, 2002. p. 242)
Em relação à metáfora da cidade como futebol, é CORRETO afirmar:
a) A cidade passa a pertencer ao universo simbólico do futebol e às suas representações; o espaço
urbano torna-se um campo de futebol, e a dinâmica se opera como na imagem das equipes, só
existindo os lugares referentes aos dois grupos, e um deles deve afirmar seu poder sobre o
outro.
b) A cidade não passa a pertencer ao universo simbólico do futebol. É apenas uma ideia
contraditória ao campo de representações das territorialidades.
c) Simbolicamente, a cidade também passa a pertencer aos movimentos sociais urbanos cujas
representações não se relacionam com o fenômeno do futebol.
d) Simbolicamente, a cidade passa a pertencer ao universo do futebol, entretanto suas
representações não tornam o espaço urbano um campo de futebol.
e) O espaço urbano se metamorfoseia em arena de conflitos urbanos que não estão atrelados às
representações do fenômeno do futebol. O espaço urbano torna-se um campo de futebol,
apenas com a Copa do Mundo da FIFA Brasil de 2014.
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29. Observe os dois fragmentos abaixo. O primeiro, extraído de um texto jornalístico especializado, e o
segundo, extraído de um artigo científico:
(Disponível em: http//:umboeco.blogspot.com.br/2011/01/o-avancoimplacavel-da-desertificacao.html)
Fragmento I
“Conter a desertificação que ameaça um bilhão de pessoas no planeta é a meta da ONU para a
próxima década. O plano de combate deve contemplar o semiárido no Nordeste e norte de MG, mas
os solos sem cobertura vegetal no pampa ficam de fora.”
(Disponível em: cienciahoje.uol.com.br/noticias/2010/10/proximo-alvo-desertificacao/)
Fragmento II
“Associado à seca, um passivo de caráter ambiental tem despertado a atenção da comunidade
científica e política brasileira nos últimos anos. Trata-se da desertificação, um tipo de degradação
que se processa em regiões de clima árido, semiárido e sub-úmido seco e que, segundo a CCD
(1994), está relacionada às mudanças climáticas e às atividades humanas.”
(TRAVASSOS, SOUZA e SILVA. Secas, desertificação e políticas Públicas no semiárido nordestino Brasileiro. OKARA:
Geografia em debate, v.7, n.1, p. 147-164, 2013)
No Brasil, a ameaça da desertificação costuma ser associada a duas regiões distintas – o semiárido
do Nordeste e os pampas gaúchos. Entretanto, o que se constata em cada uma dessas áreas são
fenômenos causados por fatores de natureza diversas. Sobre o fenômeno da desertificação, analise
as seguintes afirmações:
I.
As políticas de combate à desertificação, propostas no PAN‐Brasil, estão divididas em quatro
eixos temáticos: Redução da Pobreza e das Desigualdades; Ampliação Sustentável da
Capacidade Produtiva; Preservação, Conservação e Manejo Sustentável dos Recursos Naturais;
Gestão Democrática e Fortalecimento Institucional.
II. No caso do pampa da região Sul do Brasil, está comprovado que o processo de arenização
promoveu um ecossistema particular, de origem antiga, com espécies vegetais e animais
adaptadas aos areais. Para que uma área seja considerada desertificada, o solo em questão deve
estar localizado em regiões áridas, semiáridas ou semiúmidas. O pampa é úmido.
III. As políticas de combate à desertificação têm apresentado alguns avanços, porém tímidos,
principalmente devido a demora por parte do governo federal em implantar ações teoricamente
previstas, no plano nacional de combate aos efeitos da desertificação.
Está(estão) CORRETA(S) a(s) afirmativa(s):
a) I apenas.
b) II apenas.
c) III apenas.
d) I e III apenas.
e) I, II e III.
14 | Código 42 « Geografia « Conhecimentos Específicos
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30. "A seca é um fenômeno explicável e previsível, segundo especialistas em climatologia (NIMER,
1989). As massas de ar equatorial dos dois hemisférios (Norte e Sul) se contrapõem na região
equatorial, criando a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). A ascensão de ar na ZCIT produz
uma zona de aguaceiros e trovoadas."
(CONTI, José Bueno & FURLAN, Sueli Angelo.Geoecologia: o clima, os solos e a biota. IN: Geografia do Brasil. 6. ed. Ed. USP, 2009, p. 178)
Com relação à ZCIT, é CORRETO afirmar:
a) Devido à menor massa continental do hemisfério Sul e ao seu consequente ar mais frio, a ZCIT
conserva-se abaixo do Trópico de Capricórnio.
b) Nos meses de janeiro a abril, a ZCIT está ao norte do Trópico de Câncer, devido ao intenso
resfriamento do Ártico.
c) Nos meses secos, a região nordestina está sob domínio da Massa Equatorial Atlântica (MEA),
perde umidade nas regiões litorâneas, deixando o interior seco, salvo nas regiões serranas.
d) Nos meses secos, a região nordestina está sob domínio da Massa Tropical Continental (MTC),
perde umidade nas regiões litorâneas, deixando o interior seco, salvo nas regiões serranas.
e) A Frente Polar Atlântica (FPA) e a ZCIT não agem combinadas e seus percursos são feitos com
uma periodicidade que pode ser prevista pelo comportamento do clima global.
31. “É o automóvel um dos bens de consumo duráveis de maior valor entre os consumidos pelo
brasileiro, que faz de sua posse um referencial de status e prestígio social. O produto industrial,
muito mais do que um bem utilitário, é também um objeto de fascínio e sedução.”
(SCARLATO. Francisco Capuano. Geografia do Brasil. (org.) Jurandyr Ross. São Paulo, Edusp 2009. p. 374.)
Sobre o papel do setor automobilístico na industrialização brasileira, é INCORRETO afirmar que:
a) As multinacionais desse setor e todo o complexo empresarial que elas induziram a crescer,
inclusive indústrias petroquímicas e siderúrgicas, revelam o grau de dependência dos setores
nacionais aos multinacionais.
b) As empresas automotivas induziram o crescimento de vários outros ramos da indústria, tanto
das extrativas como das de transformação.
c) As empresas automotivas empregam direta e indiretamente centenas de milhares de
trabalhadores, fato que justifica a designação "de carro-chefe" da nossa indústria.
d) É prioritário, na indústria de transporte, o investimento em ônibus e tratores, e não em
automóveis.
e) O processo de integração técnica e empresarial permite considerar a concentração geográfica
de empresas como a Ford, a General Motors e a Volkswagen na grande São Paulo, com exceção
significativa da Fiat em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.
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32. Observe a charge:
(Disponível em: http//:sosriosdobrasil.blogspot.com.br/2012_07_01_archive.html)
A charge apresenta uma crítica a um dos problemas urbanos no Brasil. Sobre a questão dos
impactos ambientais urbanos relacionados aos congestionamentos dos veículos nas cidades grandes
e médias, é INCORRETO afirmar:
a) O trânsito caótico e os transportes coletivos lotados, principalmente nos horários de pico, fazem
parte da rotina dos moradores das grandes e médias cidades brasileiras.
b) A questão dos transportes traz sérios prejuízos ambientais, sociais e econômicos à cidade e aos
seus habitantes.
c) O tempo perdido nos congestionamentos aumenta o nível de cansaço e estresse nos habitantes
da cidade.
d) A má qualidade do ar, decorrente da elevada emissão de poluentes, sobretudo dos veículos,
prejudica a qualidade de vida da população das grandes cidades.
e) As poucas áreas verdes existentes na cidade influenciam na adequada circulação dos veículos.
33. “A história das chamadas relações entre sociedade e natureza é, em todos os lugares habitados, a
da substituição de um meio natural, dado a uma determinada sociedade, por um meio cada vez
mais artificializado, isto é, sucessivamente instrumentalizado por essa mesma sociedade”.
(SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2004. p. 233)
Nesse sentido, o meio geográfico pode ser considerado o meio técnico-científico-informacional.
Quanto ao meio técnico-científico-informacional, é CORRETO afirmar:
a) A união entre técnica e ciência dar-se-á sob a égide do mercado, que se torna, graças à ciência e
à técnica, um mercado global, estabelecendo uma relação com o meio ambiente.
b) A união entre técnica e ciência dar-se-á sob a égide do mercado, que se torna, graças à ciência e
à técnica, um mercado global, não estabelecendo uma relação com o meio ambiente.
c) O período técnico-científico é uma aparente interação da ciência, da técnica e da mercadoria.
Essa união entre técnica e ciência dá-se sob a égide do mercado global. Ciência, tecnologia e
mercado global devem ser coadunados.
d) O meio técnico-científico é uma interação da ciência e da técnica, mas não da mercadoria, não
havendo, portanto, relação com o mercado global.
e) O período técnico-científico foi assim denominado a partir da década de 2000 e que se distingue
dos anteriores por manter uma profunda interação entre ciência e técnica, isto é, a
tecnociência.
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34. Leia os dois fragmentos abaixo. O primeiro, extraído de um texto jornalístico de enfoque ambiental,
e o segundo, extraído de um livro.
Fragmento I
Lambe-lambes espalhados por quatro cidades marcam 25 anos do assassinato de Chico Mendes Notícia - 21 - dez – 2013.
(©Greenpeace/Brunno Marchetti)
"Desde a madrugada deste sábado (21), os moradores de São Paulo, Belo Horizonte, Manaus e Campos
do Jordão estão se deparando com lambe-lambes com o rosto do líder seringueiro Chico Mendes,
espalhado por diversas regiões. Nos cartazes, a mensagem “Sempre presente”. (...) Vários pontos
emblemáticos e de alta rotatividade em São Paulo como a Avenida Paulista, Teatro Municipal, Ponte
Estaiada, Praça da Sé, Pátio do Colégio, cercanias de estações de metrô e centro velho, por exemplo,
estampam agora a homenagem a Chico Mendes."
(Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/25-anos-sem-chico-mendes/)
Fragmento II
“As denúncias internacionais a respeito dos desmatamentos na Amazônia foram estampadas em todos
os grandes jornais do mundo. Em 22 de dezembro de 1988, o líder seringueiro Chico Mendes foi
brutalmente assassinado, não sem antes de ter sido acusado pelos setores conservadores de estar a
serviço de agentes internacionais e contra o progresso de sua região.”
(GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Amazônia, Amazônias. São Paulo: Contexto, 2001. p. 63)
A partir da leitura dos dois textos informativos acima e considerando outros conhecimentos sobre a
Amazônia, analise as afirmativas a seguir.
I.
II.
III.
IV.
Após o assassinato de Chico Mendes, surgiu um novo debate dentro do movimento
ambientalista sobre a Amazônia, que coloca a floresta como objeto de preservação, e neste
contexto as populações tradicionais encontraram aliados para suas reivindicações.
Tratando-se da Amazônia e do caso de Chico Mendes que repercutiu internacionalmente, o
governo brasileiro criou condições de controle e defesa não somente do meio ambiente,
mas das populações tradicionais, eliminando os conflitos territoriais existentes.
São recorrentes os conflitos fundiários motivados pela ausência de titularidade da terra e
pela pressão da Reforma Agrária, bem como avanço da exploração de madeireira, da
pecuária, do incentivo governamental do agronegócio.
As causas históricas dos desmatamentos da floresta Amazônica não são resultados de
política de incentivos fiscais ou mesmo da política de colonização do passado, mas apenas
dos projetos de pavimentação de estradas, o que demonstram as imagens de satélites.
Conhecimentos Específicos » Geografia » Código 42 | 17
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Diante das afirmativas acima, está(ão) correta (s) as afirmativas:
a)
b)
c)
d)
e)
I apenas
I e II apenas
I e III apenas
I, II e III apenas
I, II, III e IV
35. "As grandes unidades ou macroformas do relevo brasileiro são geneticamente identificadas por
planaltos, depressões e planícies e são decorrentes de atividades tectônicas e climáticas que se
processam ao longo de milhões de anos."
(ROSS, Jurandyr Luciano Sanches. Novos Caminhos da Geografia. Ed. Contexto, 1999, p. 42)
Nesse sentido, considere as afirmativas sobre planaltos:
I. São terrenos que se constituem por superfícies topográficas irregulares.
II. Podem atingir altitudes de 2000 ou 3000 metros, caracterizando-se por relevos residuais
decorrentes de prolongados processos erosivos.
III. Constituem-se por conjunto de morros, colinas, serras, escarpas e chapadas.
IV. São sustentados por estruturas e rochas diversas, podendo ser ígneas, sedimentares ou
metamórficas.
Está CORRETO o que se afirma em:
a)
b)
c)
d)
e)
I apenas
I e II apenas
I e III apenas
III e IV apenas
I, II, III e IV
36. "A Geomorfologia tem um papel fundamental no diagnóstico e recuperação de áreas degradadas.
Essas áreas ocupam sempre alguma porção de uma encosta, o topo de uma chapada, o fundo de um
vale, a margem de um rio, parte de uma praia ou restinga, alguma falésia, enfim, alguma porção do
relevo terrestre que foi afetada por um dano ambiental, provocado pelo homem ou por causas
naturais."
(GUERRA, Antonio José Teixeira. Geomorfologia ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. p. 86)
Em relação ao trecho acima, é CORRETO afirmar:
a) A Geomorfologia, por se preocupar em compreender o relevo terrestre, palco onde os
processos de degradação ocorrem, não contribui para uma solução efetiva por despreparo
técnico.
b) A intervenção humana pouco tem afetado os danos ambientais em áreas degradadas.
c) A ação antrópica não provoca danos ambientais, pois essas áreas geográficas, por si só, são
frágeis.
d) O objeto das obras de recuperação é uma parte do relevo terrestre, que possui um ou mais de
um tipo de solo e/ou substrato rochoso e/ou formações rochosas superficiais, entre outros.
e) A degradação dessas áreas é resultante apenas da dinâmica da natureza, a exemplo da radiação
solar, da precipitação e da ação dos ventos.
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37. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulga:
"O Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF) 2014 visa a aumentar a visibilidade da
agricultura familiar e dos pequenos agricultores, focalizando a atenção mundial em seu importante
papel na erradicação da fome e pobreza, provisão de segurança alimentar e nutricional, melhora
dos meios de subsistência, gestão dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e para o
desenvolvimento sustentável, particularmente nas áreas rurais."
(Disponível em: http://www.fao.org/family-farming-2014/home/pt/)
É CORRETO afirmar que a agricultura familiar no Brasil
a) foi priorizada pelos governos ao longo da história e o agronegócio foi relegado ao segundo
plano na formulação das políticas agrícolas.
b) esteve relegada a segundo plano na formulação das políticas agrícolas, resultando na expulsão
acelerada de pequenos proprietários e trabalhadores rurais do campo para as cidades.
c)
esteve na pauta prioritária no plano da formulação das políticas agrícolas, resultando na fixação
de pequenos proprietários e trabalhadores rurais no campo.
d) diminui as grandes desigualdades sociais e apresenta uma concentração de renda equilibrada.
e) reduziu ao longo da história a fome dos brasileiros através da modernização das técnicas e a
valorização das terras agricultáveis.
38. Observe o mapa e leia a citação logo em seguida:
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO DAS CHUVAS NO MUNDO
(Disponível em: http://www.citi.pt)
"O padrão de distribuição espacial das chuvas em escala planetária mantém uma forte inter-relação
com as correntes marítimas, as zonas de temperatura, os ventos oceânicos e a dinâmica de baixa
atmosfera. Esse padrão também está condicionado às variações das estações do ano."
(adaptado: MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil.
São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 73)
Conhecimentos Específicos » Geografia » Código 42 | 19
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De acordo com o mapa e a citação apresentada, as alternativas expressam corretamente o padrão
espacial de distribuição das chuvas, com EXCEÇÃO de:
a) Ao longo do Equador, onde os processos de evaporação são marcantes e as correntes oceânicas
quentes instabilizam o ar ao gerarem fortes movimentos convectivos, formam-se as principais
zonas de chuvas do globo.
b) Nas regiões tropicais, as áreas litorâneas orientais dos continentes são mais chuvosas que as
correspondentes ocidentais, pois para elas convergem os ventos quentes e úmidos procedentes
dos oceanos, instabilizados pelas correntes marítimas.
c) As zonas costeiras, onde predominam a atuação das correntes oceânicas frias (litoral ocidental
dos continentes) que estabilizam o ar ao resfriá-lo, mostram-se menos chuvosas que as
anteriores.
d) As zonas de altas latitudes caracterizam-se como chuvosas por constituírem-se em áreas de
temperaturas elevadas e baixa pressão atmosférica.
e) Sob a interferência das correntes oceânicas, as zonas subtropicais têm a distribuição das chuvas
também controlada pelos movimentos de subsidência (descida) gerados nos sistemas de altas
pressões tropicais, que registram chuvas mais reduzidas, notadamente nas regiões costeiras
ocidentais.
39. Observe o mapa abaixo:
(AB´ SÁBER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades
paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. p. 32-33.)
Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir das características climáticas,
botânicas, pedológicas, hidrológicas e fitogeográficas; com esses aspectos, é possível delimitar seis
regiões de domínio morfoclimático. Devido à extensão territorial do Brasil ser muito grande, iremos
nos defrontar com domínios muito diferenciados uns dos outros.
20 | Código 42 « Geografia « Conhecimentos Específicos
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Tendo o mapa apresentado como referência, esta classificação feita, segundo o geógrafo Aziz
Ab’Sáber (1970), dividiu o Brasil em seis domínios e sobre eles é CORRETO afirmar:
a) O domínio I, caracterizado por relevo acidentado, com movimentos de massa generalizados. Os
processos de intemperismo físico são os mais frequentes, motivo pelo qual as rochas da região
encontram-se geralmente em desagregação.
b) O domínio II, caracterizado com o seu clima semiárido, possui solo raso e pedregoso. O solo da
caatinga sofre muito intemperismo químico nos latossolos e pouca erosão nos litólicos e não há
influência de sais em solo, como: solonetz, solodizados, planossolos, solódicos e soonchacks.
c) Os domínios III e IV são caracterizados por vegetações do tipo araucárias e de campo. Assim, os
sistemas naturais situados nessa região são de fundamental importância para o
desenvolvimento do seu meio natural.
d) O domínio V caracteriza-se pelas formações de chapadas ou chapadões; a fauna e a flora ali
situada são de grande exuberância, com árvores herbáceas tortuosas de aspecto úmido devido à
composição do solo, rico em nutrientes e baixo teor de alumínio.
e) O domínio VI sofre grande influência fluvial, já que aí se encontra a maior bacia hidrográfica do
mundo – a Bacia Amazônica. A região apresenta duas estações flúvio-climáticas: a estação das
cheias dos rios e a estação da seca, nesta última, o processo pluviométrico diário é
interrompido.
40. O mapa abaixo destaca os únicos Biomas brasileiros considerados Hotspots de Biodiversidade: o
Cerrado e a Mata Atlântica.
(Disponível em: www.padogeo.com)
A definição sobre os Hotspots da Biodiversidade passou por inúmeras alterações e recebeu críticas
sobre os critérios utilizados para a delimitação de áreas. O critério mais recente utilizado para
definir uma área como Hotspot de Biodiversidade é:
a) Deve ter perdido, pelo menos, 90% do seu habitat original e conter, pelo menos, 1.000 espécies
de plantas endêmicas.
b) Deve ter perdido, pelo menos, 70% do seu habitat original e conter, pelo menos, 1.500 espécies
de plantas vasculares (>0,5% do total do planeta) como endêmicas.
c) Deve ter perdido, pelo menos, 50% do seu habitat original e conter, pelo menos, 500 espécies
endêmicas.
d) Deve ter perdido, pelo menos, 95% do seu habitat original e conter, pelo menos, 1000 espécies
de plantas vasculares (>0,3% do total do planeta) como endêmicas.
e) Deve ter perdido, pelo menos, 60% do seu habitat original e conter, pelo menos, 800 espécies
de plantas vasculares (>0,2% do total do planeta) como endêmicas.
Conhecimentos Específicos » Geografia » Código 42 | 21
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41. "O Corredor de Biodiversidade é formado por uma rede de parques, reservas e áreas privadas de
uso menos intensivo, na qual um planejamento integrado das ações de conservação pode garantir a
sobrevivência do maior número de espécies e o equilíbrio dos ecossistemas."
(Disponível em: http://www.conservation.org.br/como/index.php?id=10)
Sobre o Corredor de Biodiversidade, é CORRETO afirmar:
a) O corredor pode se estender por centenas de quilômetros e atravessar fronteiras nacionais para
incluir áreas protegidas, habitats naturais remanescentes e suas comunidades ecológicas.
b) A implantação de corredores de biodiversidade é a principal estratégia empregada pelos órgãos
para resolver a degradação ambiental, haja vista que a ação antrópica pouco contribui para a
degradação desses ambientes.
c) O desmatamento não provocou uma intensa fragmentação dos habitats, isto é, as florestas
tornaram-se ilhas de vegetação, cercadas por cidades ou áreas agrícolas.
d) A implementação de um corredor de biodiversidade não necessita de planejamento regional,
pois esta atividade demanda um tempo que poderia atrapalhar a recuperação dessas áreas.
e) O Corredor da Biodiversidade depende de uma decisão política e não da participação da
população, pois os interesses são apenas dos que detêm o capital, ou seja, as grandes empresas.
42. As massas de ar, mais especificamente aquelas que atuam em território brasileiro, exercem um
papel importante no comportamento das temperaturas. Assim, considere os mapas abaixo:
(Disponível em: http://geografalando.blogspot.com)
Em relação aos mapas acima, está CORRETO o que se afirma em:
a) A massa Equatorial continental (mEc) (1) é considerada quente e seca e exerce uma grande
influência ao contribuir para a formação de áreas de baixas umidades pluviométricas.
b) A massa Polar atlântica (mPa) (5), no inverno, ganha força e atravessa o território brasileiro,
provocando quedas em temperaturas e produzindo o fenômeno da “friagem”, caracterizado por
quedas bruscas nas temperaturas na parte ao sul da Floresta Amazônica.
c) A massa Tropical atlântica (mTa) (4) caracteriza-se por ser quente e úmida, por isso pouco
interfere na distribuição das chuvas na porção litorânea, uma vez que trata-se de uma área
muito quente que não favorece a formação da umidade.
d) A massa Equatorial atlântica (mEa) (2) caracteriza-se por ser quente e seca, por atravessar uma
área de elevadas temperaturas, provocando baixos índices pluviométricos.
e) A massa Tropical continental (mTc) (3) caracteriza-se por ser quente e úmida e exerce grande
influência ao longo de todo o litoral brasileiro através da formação dos ventos alísios.
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43. Observe o mapa com a classificação climática proposta por Arthur Strahler (1951):
(Disponível em: profwladimir.blogspot.com)
A diversidade climática brasileira é uma das principais características que levam em conta a sua
localização com a maior porção do seu território na zona tropical caracterizado pelo predomínio de
temperaturas e umidades elevadas nesta porção. Com base na classificação climática informada no
mapa acima, assinale a alternativa INCORRETA:
a) No Brasil, o clima equatorial – quente e úmido e de baixa amplitude térmica - é típico da região
amazônica, na qual se desenvolve a floresta Amazônica – a maior da zona intertropical do globo
e a que apresenta maior biodiversidade.
b) O clima tropical litorâneo acompanha toda uma estreita faixa de terra localizada junto à costa
atlântica, estendendo-se aproximadamente de São Paulo ao Rio Grande do Norte.
c) O clima tropical é típico de toda a região Centro-Oeste, considerando que apenas os estados
desta região possuem este tipo climático, caracterizado pelas altas temperaturas, marcado por
duas estações bem definidas: verão quente e seco e inverno frio e úmido.
d) O clima semiárido caracteriza-se por ser o menos úmido do Brasil, cujo índice de chuva anual
varia entre 300 e 800 mm, correspondendo praticamente ao sertão nordestino, que é uma das
regiões semiáridas mais habitadas do mundo.
e) O clima subtropical é típico da região Sul do país. A maior latitude e atuação mais intensa da
massa Polar atlântica (mPa) na região são fatores que determinam um clima que apresenta
temperaturas muito baixas durante o inverno.
Conhecimentos Específicos » Geografia » Código 42 | 23
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44. Leia a charge abaixo e considere a citação logo em seguida:
(Disponível em: vivenciandoeensinando.blogspot.com)
"Estudos realizados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) indicam que existem atualmente no
Brasil pelo menos 680 mil pessoas morando em áreas consideradas de risco alto ou muito alto de
deslizamento de terra ou inundações."
(Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-07-02/brasil-tem-680-mil-pessoas-morando-em-areas-de-risco)
A respeito das áreas de risco no Brasil, é CORRETO afirmar:
a) Há uma participação da população em conjunto com as autoridades competentes em
apresentar soluções para reduzir esse número que não para de crescer. Assim, todos estão
fazendo a sua parte para acabar com esse dilema populacional.
b) As áreas de risco representam um problema localizado que não atinge uma boa parcela
populacional brasileira. Portanto, pode ser contornado com a retirada das famílias que vivem
nessas áreas em longo prazo.
c) A situação mais crítica é na região Sudeste, em função da maior concentração populacional e da
pressão da população, que levam à ocupação de encostas e morros que não deveriam estar
ocupados por oferecer riscos de desabamento e deslizamentos de terra.
d) Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo têm procurado resolver essa problemática, haja vista
que foram feitos estudos e tomadas providências, objetivando uma solução rápida.
e) A retirada da vegetação dessas áreas não representa um grande problema, pois muros de
contenção são construídos, impedindo o desmoronamento dos sedimentos.
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45. "Após a Revolução Industrial, em virtude da degradação dos recursos naturais e da qualidade de
vida das populações, a sociedade começa a ter uma preocupação maior com o meio ambiente,
criando assim, a necessidade de estudos cada vez mais detalhados sobre a qualidade do ar e o clima
urbano. Dessa forma, iniciam-se as preocupações com a formação das ilhas de calor e o desconforto
térmico nessas áreas."
(BEZERRA, Maria Izabelly Lima & SANTOS, Joel Silva dos & AGUIAR, Ávilla Pessoa. Ilhas de calor: importância da vegetação na
amenização climática em João Pessoa\PB. In: Revista Brasileira de Geografia Física v.06, n.05 (2013) 1499-1516)
Em relação à citação acima, está CORRETO o que se afirma em:
a) A formação do clima urbano não se relaciona diretamente com as diversas formas de uso e
cobertura do solo nem com o calor antropogênico emitido pelas chaminés das fábricas e pelos
veículos.
b) A cobertura vegetal exerce papel imprescindível na amenização climática local, influenciando
diretamente nas condições de conforto térmico local e na qualidade do ar.
c) O balanço de energia não altera os elementos do clima urbano, tais como: temperatura,
umidade relativa do ar, precipitação e direção dos ventos nas áreas urbanas, obedecendo
apenas sua dinâmica natural.
d) Os diferentes padrões de refletividade ou de albedos não são altamente dependentes dos
materiais empregados na construção civil. Percebe-se que, dependendo do albedo, menos
radiação será absorvida e menos calor será emitido pela superfície.
e) A arborização pouco influencia no comportamento das temperaturas no espaço urbano, pois as
áreas bastante arborizadas não interferem nas condições ambientais normais do meio urbano.
46. “O retorno do país ao regime de garantias democráticas (em 1945), interrompido pelos dez anos de
ditadura de Vargas, propiciou uma grande mobilização de massas camponesas na maioria dos
Estados brasileiros.”
(MORAIS, Clodomiro Santos de. História das ligas camponesas no Brasil. (Org.) João Pedro Stedile. São Paulo:
Expressão Popular, 2002. p. 11-14)
Em relação aos movimentos e organizações de trabalhadores agrícolas do Brasil, no período de 1945
a 1947, é CORRETO afirmar que:
a) A desorganização de trabalhadores rurais não somente abarcava os assalariados agrícolas de
áreas da agricultura comercial, mas também penetravam em setores camponeses,
especialmente os pequenos arrendatários, parceiros e posseiros localizados em quase todos os
estados brasileiros.
b) As organizações atuavam segundo as táticas ditadas pelo Partido Comunista, que propugnava
uma política de acumulação de forças (militares e de eleitores), sob a palavra de ordem de uma
unitária e disciplinada aliança operário-camponesa.
c) Não havia nenhuma dependência política dos movimentos operários das cidades e do campo.
d) Não havia preponderância operária entre os dirigentes intermediários do partido, mesmo
porque não havia interlocução com a política e os trabalhadores rurais.
e) A organização de trabalhadores rurais se desarticulava com os trabalhadores urbanos e
comerciais que penetravam o espaço urbano crescente.
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47. Leia a citação a seguir:
“A Liga Camponesa de Sapé iria ser o centro de todo o movimento camponês na Paraíba,
disseminando-se rapidamente por outros municípios da Zona da Mata e do Agreste. Sapé se
constituiu no centro de irradiação do movimento na Paraíba. A partir daí foram sendo criadas ligas
em outros municípios do estado.”
(MOREIRA, Emília de e TARGINO, Ivan. As ligas camponesas na Paraíba. Ruris, v, 5, n. 1, Março de 2011)
Sobre as ligas camponesas na Paraíba é CORRETO afirmar:
a) A primeira liga fundada na Paraíba foi a de Sapé, a partir da liderança de João Pedro Teixeira.
b) A primeira liga fundada na Paraíba foi a de Sapé, a partir da liderança de Margarida Maria Alves.
c) A Associação Paraibana de Imprensa (API) não desempenhou papel importante na sustentação
da luta camponesa.
d) A Associação Paraibana de Imprensa (API) desempenhou papel importante na sustentação da
luta camponesa, mas não se empenhou em favor dos trabalhadores rurais.
e) As agressões físicas e assassinatos de lideranças e de camponeses não foram outros
mecanismos utilizados pelo latifúndio para desarticular, pela força, o movimento das ligas
camponesas.
48. “Na primeira década do século XXI, mudanças na conjuntura do mercado de petróleo e na política
energética brasileira através do estímulo à agroenergia com destaque para a produção do etanol,
bem como o aumento do preço do açúcar no mercado internacional, têm sido responsáveis por
novas mudanças na organização da atividade canavieira com repercussões significativas sobre o
espaço agrário da Zona da Mata paraibana.”
(MOREIRA, Emília de e TARGINO, Ivan. Espaço capital e trabalho no campo paraibano. Revista da ANPEGE, v. 7, n. 1,
número especial, p. 147-160, out. 2011)
Considerando o processo de modernização da agricultura paraibana, especialmente na Zona da
Mata, é INCORRETO afirmar que:
a) Tem havido melhoria das condições de trabalho, materializada na erradicação do trabalho
infantil nas usinas.
b) Houve uma retomada da produção de cana de açúcar nessa região com um aumento da área
plantada e da quantidade produzida. Tal expansão tem sido alimentada, também, pela
penetração dessa cultura em áreas de assentamento.
c) Ocorreu uma incorporação do discurso de proteção ambiental pelos usineiros. As usinas estão
criando áreas de reflorestamento e utilizando o vinhoto como fertilizante para diminuir os
impactos ambientais do processo produtivo. Contudo, a utilização de fertilizantes químicos e de
agrotóxicos permanece inalterada.
d) Existe uma melhoria das condições de trabalho, materializada: na distribuição de equipamentos
de proteção aos trabalhadores; na extinção dos precários alojamentos no interior das
propriedades; na substituição dos gaiolões por ônibus para o transporte dos trabalhadores.
e) Há uma inalterabilidade no sistema de contratação de trabalhadores com a erradicação do
antigo sistema de agenciadores, responsáveis pelo recrutamento e pagamento dos
trabalhadores.
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49. Considere o mapa abaixo e a citação logo em seguida:
(Disponível em: www.baixarmapas.com.br)
"O Brejo Paraibano, subunidade espacial fortemente individualizada dentro do Agreste, corresponde
a um "brejo de altitude" de encosta voltada para a ação dos ventos. Localizada no rebordo úmido
oriental da Borborema, esta unidade espacial distingue-se pelas favoráveis condições naturais nela
encontradas (clima úmido, solo férteis, hidrografia perene), as quais permitiram que a ocupação e a
organização do seu espaço agrário tivessem como suporte a atividade agrícola."
(MOREIRA, Emília de Rodat Fernandes. Processo de Ocupação do Espaço Agrário Paraibano. Textos UFPB. NDIHR. n0 24. Set/1990)
As alternativas abaixo apresentam peculiaridades inseridas na microrregião do Brejo Paraibano,
EXCETO:
a) Sua área úmida e seus solos férteis tornam esta microrregião propícia para o desenvolvimento
de uma agricultura diversificada.
b) A produção do algodão, que teve início na região no começo do século XIX, já em 1817, se
tornou a base econômica de todo o Brejo. Com o declínio da atividade algodoeira, outras a
sucederam, originando os ciclos da cana-de-açúcar, do café e do sisal.
c) O Senhor de Engenho do Brejo era a figura mais importante da aristocracia rural, nascida com a
atividade açucareira, e possuía a mesma importância do Senhor de Engenho do Litoral, pois
ambos eram proprietários de grandes extensões de terras – os latifúndios.
d) A cana-de-açúcar desenvolvida no Brejo paraibano se destinava para atender à demanda das
ocupações das terras coloniais do Nordeste brasileiro, os sertões, e não para atender à
produção de açúcar para exportação.
e) A rapadura produzida no Brejo era vendida para os Sertões do Estado da Paraíba e do Rio
Grande do Norte. Os sertanejos vinham ao Brejo com comboios de burros que serviam para
transportar a rapadura.
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50. O Cariri paraibano encontra-se localizado no centro-sul do estado da Paraíba, distanciando-se de
180 a pouco mais de 300km de João Pessoa (capital), perfazendo um vasto território com área de
11.192,01km², o que equivale a pouco mais de 20% do estado em questão, conforme destacado no
mapa abaixo.
(SOUZA, Bartolomeu Israel de; SUERTEGARAY, Dirce Maria Antunes; LIMA, Eduardo Rodrigues Viana de. Desertificação e seus efeitos na
vegetação e solos do Cariri Paraibano. Mercator - Revista de Geografia da UFC, ano 08, número 16, 2009. p. 219)
Embora no estado do Ceará exista outra região também conhecida como Cariri, as diferenças entre
essas duas são marcantes, pois, enquanto na Paraíba esta se constitui num conjunto de terras de
seca extrema, no estado vizinho domina uma umidade relativamente elevada para os padrões do
interior nordestino. Dentre outros aspectos que caracterizam o Cariri paraibano é INCORRETO
afirmar:
a) Do ponto de vista geomorfológico, os processos erosivos que atuaram nos Cariris Velhos,
determinando as suas formas de relevo, proporcionaram a elaboração de extensas superfícies
aplainadas presentes na área central do Planalto da Borborema.
b) O Planalto da Borborema, nessa região, caracteriza-se pelo predomínio de um relevo
semicolinoso. Entretanto, em sua porção sudeste, esse planalto encontra-se muito dissecado
pelos formadores da bacia hidrográfica do rio Paraíba.
c) Quanto ao aspecto climático, o elemento natural que mais chama atenção no Cariri,
destacando-se, particularmente, a pequena quantidade de chuvas que ocorre na região, o que
acaba influenciando o processo de desertificação que vem se estabelecendo em seu território.
d) A localização dessa região exerce papel fundamental na compreensão dos baixos índices
pluviométricos aí dominantes. O Cariri está situado no fim do percurso dos fluxos úmidos que
direcionam para o semiárido nordestino e em situação de sotavento, fazendo parte da diagonal
mais seca do Brasil.
e) O Lajedo de Pai Mateus tem aumentado seu ritmo turístico, utilizando sua paisagem natural
repleta de cactos, bromélias e canyons. Sua localização privilegiada no município de Taperoá
possui ainda inscrições rupestres feitas por índios que habitaram a região há três mil anos.
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