3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL A AULA DE ARTE-EDUCAÇÃO COMO ESPAÇO DE REFLEXÃO CULTURAL Wilson Sousa Oliveira 1 1 EDUCAÇÃO ARTÍSTICA E ARTE-EDUCAÇÃO: BREVE HISTÓRICO A disciplina Arte-educação passou a ser incorporada ao rol de conteúdos programáticos para o Ensino Fundamental e Médio no Brasil, a partir da Lei 9394/96. A disciplina que hoje recebe tal nome, se constitui num desdobramento da tão conhecida Educação Artística implantada a partir da Lei 5692/71. Havia um momento de crise para com essa disciplina. Desconfiava-se de que ela não correspondia aos anseios de um trabalho em arte que provocasse a reflexão e as discussões de questões que envolvessem arte e cultura no país, pois se inseria à grade curricular de forma a preencher espaços entre as demais disciplinas. Com isso, a Educação Artística não se constituía como uma disciplina, mas sim, encarada como uma “atividade educativa.” Fica evidente assim, a descaracterização e a consequente despotencialização a que era submetida uma disciplina com tanta força. O seu potencial era renegado. Essa primeira percepção da força, vitalidade e desempenhos que poderiam fazer desencadear com uma nova disciplina voltada para o campo das artes no Brasil, foi logo percebido “a partir de Congressos Nacionais e Internacionais sobre Arte e Educação, organizados pelas universidades e pela Organização Nacional dos Arte-educadores do Brasil – FAEB (criada em 1987).” (BRASIL, PCN,2000,p.47). Formam-se nesses espaços elos que começam a ganhar força as discussões sobre a importância, funções que pode ter a Arte e descobre-se o potencial que essa disciplina pode proporcionar no que diz respeito às produções dos alunos, criatividade e aguçamento do senso crítico. Percebe-se claramente que o movimento de criação da disciplina não se deu de forma isolada pensada a partir de movimento político partidarista ou algo de cima para baixo. Ao contrário, quem provoca no país a discussão Mestrado Pós-Crítica. Mestrando em Crítica Cultural pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Campus de Alagoinhas, Bahia. Bolsista CAPES. Linha de Pesquisa: Margens da Literatura. Orientador: Profº Drº- Osmar Moreira Santos. E-mail:[email protected] 1 ISBN 978-85-7395-210-0 3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL são grupos e entidades ligadas à área das artes, preocupadas com as discussões que envolvessem as manifestações culturais diversas no Brasil. Segundo Ana Mae Barbosa, Fora das universidades um movimento bastante ativo (Movimento Escolinhas de Arte) tentava desenvolver, desde 1948, a auto-expressão da criança e do adolescente através do ensino das artes. Em 1971 o "Movimento Escolinhas de Arte" estava difundido por todo o país com 32 Escolinhas, a maioria delas particulares, oferecendo cursos de artes para crianças e adolescentes e cursos de arte-educação para professores e artistas.(BARBOSA, 1989,p.01) Reitera ainda Ana Mae: “Naquele período não tínhamos cursos de arte-educação nas universidades, apenas cursos para preparar professores de desenho, principalmente desenho geométrico.” (BARBOSA, 1989,p.01). Assim, é nesse contexto e nessa intenção que se tenta revitalizar no Brasil o ensino através da arte. “Em grupo, lutou-se para que a Arte se tornasse presente nos currículos das escolas de Educação Básica no Brasil e fizesse parte da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 – Artigo 26,parágrafo 2 (BRASIL, PCN,2000,p.47). É com essa formatação que, enfim, a disciplina Arte-educação é introduzida nas escolas a partir dos anos 90. “Para ajudar no enfrentamento e superação dos problemas, que dificultam o ensino e aprendizagem de arte, foram organizados, a partir de 1982, as associações de Arte-educadores em diversos estados de nosso país, compostas por professores licenciados, educadores e artistas atuando em artes plásticas, música, teatro e dança.” ( BARBOSA, 1989,p.02) A necessidade de se ter uma disciplina que contextualizasse discussões diversas que envolvessem linguagem, signos, expressões culturais e arte era crescente e foi se revitalizando com as inquietações de artistas e educadores que compreenderam logo que a educação por meio do campo da Arte tem em si o potencial enriquecedor de espalhar novos olhares sobre o mundo. Então, “é na travessia dessas mútuas e múltiplas influências entre reelaborações imaginativas de arte e experiências com as realidades culturais em que vivem que os adolescentes, jovens e adultos da escola média vão desvelando o sentido cultural da Arte e de seu conhecimento para suas vidas.” Nesse sentido, cabe à escola revitalizar esse campo do conhecimento, rico por excelência, 3º Colóquio do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: um cosmopolitismo nos trópicos e 100 anos de Afrânio Coutinho : A crítica literária no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 233-246. 234 3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL capaz de provocações diversas que está em constante processo de trocas com todas as demais áreas do conhecimento humano. 2 A AULA DE ARTE-EDUCAÇÃO COMO ESPAÇO DE REFLEXÃO CULTURAL Pensar em arte e cultura no Brasil, é imediatamente nos reportarmos à ideia de um país marcadamente multicultural. Dessa forma, essa característica muito peculiar a nós, tem nos estudos culturais nas escolas brasileiras, uma grandiosa e rica fonte que por ela pode passar conhecimentos diversos, experiências múltiplas de vida, modos, fazeres diversos, enfim, expressões de mundos tão múltiplos que se tornam uma breve fotografia de como se compõe a malha cultural da nação. É inegável essa caracterização ao observarmos o redor do nosso dia a dia: as cores do nosso povo são múltiplas: cabelos, pele, tons, cores, vestimentas, músicas, danças, cantos, ritos, crenças, crendices, falares, comidas, iguarias...Então, é nesse farfalhar de multiplicidades que se insere e do qual emerge nosso estudante. Para as salas de aula toda essa carga de representações são levadas. Nesse sentido, o papel da escola, entre tantos, pensando numa educação de tom democrático que visa à dignidade do cidadão, cabe a ela o respeito e o devido tratamento a toda essa caracterização que, sem dúvidas emerge dos cantos mais recônditos de nossa formação social. Nossas salas estão multifacetadas de representações culturais constantemente. Nosso olhar não pode ser tomado pelo espírito da ingenuidade e querer conceber ou mesmo escamotear essa diversidade de valores. Não se pode negar direitos de expressões a quaisquer povos, entidades ou tribos. Pensando assim, não se deve fechar os olhos para as diversas manifestações culturais que povoam uma nação como o Brasil. Roberto Shwarz dá uma pista de por onde pode correr a implantação dos estudos culturais no Brasil: o fito é juntar-se a uma conversação teórica fluente que se desenvolve na academia em diversos lugares do mundo, e adicionar nossas peculiaridades latino-americanas ao coro pluralista que procura mapear um lugar de onde se possa falar em cultura em um mundo globalizado. (CEVASCO, 2003, p. 174) A esse respeito, o mundo globalizado quebrou definitivamente as fronteiras contribuindo pra que as manifestações culturais se alarguem, pois os povos estão em 3º Colóquio do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: um cosmopolitismo nos trópicos e 100 anos de Afrânio Coutinho : A crítica literária no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 233-246. 235 3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL constantes movimentos de ir e vim levando suas manifestações e ao mesmo tempo entrando em contato com outras pluralidades culturais. Esse constante processo contribui enormemente para o enriquecimento multicultural dos povos, das nações. Fazse lembrar aqui de identidades culturais, hibridismo e não mais pensar em purezas de manifestações. Segundo Kuper (2006), “toda cultura é multicultural: ‘todas as culturas são resultado de uma miscelânea, de empréstimos e misturas que ocorreram, embora em ritmos diferentes, desde os primórdios da humanidade.’ Não há como negar a evolução e as constantes trocas e intercambiações, desde há muito entre os povos. Decididamente, falar em cultura, em manifestações artísticas é reportarmos a todo instante às questões do multiculturalismo. Porém, seguindo a linha de pensamento de Kuper (2006), pensemos num multiculturalismo não o de diferença que É voltado para dentro, que atende aos próprios interesses e é inflado de orgulho acerca da importância de determinada cultura e de sua alegação de superioridade. Mas, o multiculturalismo crítico, que é voltado para fora e está organizado de modo a desafiar os preconceitos culturais da classe social dominante com o propósito de expor a parte vulnerável do discurso hegemônico. (KUPER, 2006, p. 294). Segundo o mesmo Kuper, esse multiculturalismo crítico é fortemente influenciado pelos estudos culturais, e nesse contexto, a questão multicultural acaba por abarcar “questões políticas de representação, sexualidade e gênero, raça e ideias sobre diferença.” Militar pelo campo do multiculturalismo é andar de mãos dadas com as relações estabelecidas a partir operações com as diferenças. O heterogêneo é o substancial. É mola de sustentação do multiculturalismo. As produções culturais estão assim repletas dessas diferenciações. Lynn Mario(2004), comentando Bhabha vai dizer que “ no projeto pós-colonial, em oposição ao conceito dominante de cultura como algo estático, substantivo e essencialista, a cultura passa a ser vista como algo híbrido, produtivo, dinâmico, aberto em constante transformação.” (MARIO,2004,p.125). Não há como conceber uma hegemonia dominante de manifestações culturais que opere como única, absoluta, pura. Ao contrário, o que se mais percebe são os constantes processos de misturas presentes na formação dos diversos povos, nações que colocam em dúvida a existência de formas purificadas de expressões artísticas e culturais ao redor do mundo. Como reforço dessa noção constante de marcas de impurezas em se 3º Colóquio do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: um cosmopolitismo nos trópicos e 100 anos de Afrânio Coutinho : A crítica literária no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 233-246. 236 3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL falando em termos de culturas, Durval Muniz retrata bem ao dizer que “Na verdade nunca temos cultura: temos trajetórias culturais, fluxos culturais, relações culturais, redes culturais, conexões culturais, conflitos, lutas culturais.” (MUNIZ,2007,p.17). Tal colocação permite-nos concluir que conexões, trajetórias, fluxos são atos que fatalmente proporcionam uma constante ebulição a ponto de deixar povos e manifestações em constante processo de intercambiações culturais. É nesse sentido que pesquisadores e programas voltados para a área da pesquisa em cultura devem afinar seus sentidos e, seja na área da literatura, cultura ou mesmo antropologia, perceberem que a contemporaneidade traz laços que se devem antenar com todos esses movimentos culturais e seus variantes. A confluência de objetos de estudos verificada em várias áreas do conhecimento e a crescente diluição de fronteiras disciplinares permitem a relativização de saberes particularizados e fechados em uma única direção. Os estudos contemporâneos situados no campo das ciências humanas colocam-nos diante desse conflito, incitando-nos a não só nos interessarmos pela especificidade disciplinar como ampliarmos o olhar frente aos cruzamentos e afinidades transdisciplinares.(SOUZA, 2002,p.23) O multiculturalismo reinante no país, não nos permite mais trilhar por um caminho em que se ignore as diversas e múltiplas manifestações culturais de diversos grupos, comunidades, povos, cantos, cantigas, danças e questões folclóricas que envolvem uma série de ícones representativos. Como exemplo, pode-se citar as danças e as manifestações populares, nas quais o movimento/corpo/ritmo/forma é integrada à construção educativa do sujeito. As danças e manifestações populares fornecem elementos para aulas com grande ludicidade, alegria e prazer. (SEC – BAHIA,2005, p. 126). O olhar que a escola deve estender às manifestações artísticas deve passar pela visão que se deve ter de arte e a sua importância grandiosa para a promoção do homem como cidadão e sujeito de si. Essa visão de arte, sobretudo, além de valorizar o homem com toda sua carga de manifestações que lhes são próprias, cria no âmbito da educação formal, novos olhares, desperta novas atenções sobre a questão do ensino e convivências com as diversidades. 3º Colóquio do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: um cosmopolitismo nos trópicos e 100 anos de Afrânio Coutinho : A crítica literária no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 233-246. 237 3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL O estudo da Arte deve proporcionar à comunidade escolar, como um todo, a oportunidade de ser um construtor de cultura, respeitando-se as diferenças de gênero, de etnia, de classe social ou qualquer outra referência cultural e estética, percebendo-as como forma de dar significado ao mundo.” (SEC – BAHIA,2005, p. 127) Além disso, começa-se assim a atribuir funções múltiplas para o campo da Arte, pois “devemos reunir o máximo esforço para suprir os recursos necessários, tanto materiais quanto didático-pedagógicos, para que o ensino da Arte cumpra verdadeiramente sua missão de formar e educar.” Assim, ao campo de ensino e estudo da Arte se incorpora novos paradigmas. Dessa forma, a Arte, integrada ao currículo escolar, deixa de ser mero exercício de espontaneísmo e se insere na realidade cultural, assumindo um fazer artístico contextualizado com seu tempo histórico-social e seu espaço político-geográfico, numa perspectiva de incentivar a formação de um ser humano crítico, sensível e consciente de sua cidadania. (SEC – BAHIA,2005, p. 127) Claro que, em certo momento, a escola precisa de iniciativas que quebrem ou rompam com certas visões até antiquadas sobre a questão do ensino da disciplina Arteeducação. “[...] A arte-educação é epistemologia da arte e, portanto, é a investigação dos modos como se aprende arte na escola de 1° grau, 2° grau, na universidade e na intimidade dos ateliers.” (LEÃO, 1991, p. 02). Nessa visão, o campo de estudo e ensino da Arte se expande, Devido à natureza plural que a Arte tem, é possível conceber o seu ensino a partir de qualquer uma de suas linguagens, tais como a música, as artes visuais, a dança ou o teatro, entre outras, como forma de Expressão pessoal! Existe todo um conteúdo mais amplo a ser conhecido e analisado pelo estudante e que compõe a história da arte e da cultura universal ou das civilizações. (SEC – BAHIA, 2005, p. 128). Imagina-se, então, uma disciplina na escola em que consegue travar relações com todos os campos do conhecimento. Assim é que é a Arte-educação. Ela não se constitui como um campo isolado, uma ilha dentro da grade curricular entre as demais disciplinas. “Diretores de escola, coordenadores e professores devem estar preparados 3º Colóquio do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: um cosmopolitismo nos trópicos e 100 anos de Afrânio Coutinho : A crítica literária no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 233-246. 238 3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL para entender a arte como ramo do conhecimento em mesmo pé de igualdade que as outras disciplinas dos currículos escolares.” (LEÃO, 199, p. 03). Essa valorização da disciplina Arte-educação nas escolas deve partir justamente de uma nova e mais ampla concepção do ensino dela nas escolas, que vai aí está inserido qualquer coisa pensado acerca da finalidade, objetivos e funções da Arte para a vida dos estudantes, da escola e, enfim, da comunidade em que ela se encontra inserida. A atual legislação educacional brasileira reconhece a importância da arte na formação e desenvolvimento de crianças e jovens. Ela visa a destacar os aspectos essenciais da criação e percepção estética dos alunos e o modo de tratar a apropriação de conteúdos imprescindíveis para a cultura do cidadão contemporâneo. As oportunidades de aprendizagem de arte mobilizam a expressão e a comunicação pessoal e ampliam a formação do estudante como cidadão, principalmente por intensificar as relações dos indivíduos tanto com seu mundo interior como com o exterior. (ZANIN,p.03). E a esse respeito a Professora Lúcia Gouvêa Pimentel vai dizer que “O estudo desse campo supõe considerá-lo tão importante quanto cada um dos outros campos do conhecimento humano, não sendo ferramenta para outras áreas, mas co-agente da construção de saberes em sua abrangência possível.” (PIMENTEL, p.156). Arte-educação é força viva que leva à reflexão, oportuniza à comunidade escolar as diversas formas de se expressar; a aula de Arte torna-se, nesse sentido, como um espaço democrático que por ela pode fazer transitar todos os elos que compõem a malha cultural de um lugar, uma região, um estado. A escola jamais poderá ignorar esses aspectos. A concepção de arte no espaço implica numa expansão do conceito de cultura, ou seja, toda e qualquer produção e as maneiras de conceber e organizar a vida social são levadas em consideração. Cada grupo inserido nestes processos configura-se pelos seus valores e sentidos, e são atores na construção e transmissão dos mesmos. (LEÃO, 199, p. 03) Sabe-se que a nova LDB (Lei 9394/96) é quem já vai impulsionar o sentido do ensino de Arte nas escolas tentando já ali destacar o sentido do ensino de Arte nas escolas por razões culturais: 3º Colóquio do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: um cosmopolitismo nos trópicos e 100 anos de Afrânio Coutinho : A crítica literária no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 233-246. 239 3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL § 2º. O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. (LDB, Art. 26) Claro que essa obrigatoriedade ainda não se reverteu em importância. a Professora Lúcia Gouvêa Pimentel ratifica esse posicionamento ao destacar que “Nesse novo espaço que começou a ser assumido pela sociedade civil, é promulgada a Lei de Diretrizes e Bases Nacional (LDB – Lei 9.394. de 20 de dezembro 1996), com uma nova concepção de educação:” A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos Movimentos Sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (p.163) Cabe que órgãos designados a cuidar da educação do país, secretarias, escolas, educadores, comunidades, pais, alunos, se despertem para atitudes que revitalizem o sentido e a grande importância para os aspectos de ensino de Arte nas escolas e que não permita que as aulas sejam meros espaços a serem preenchidos demonstrando essa falta de importância a esse campo tão rico do conhecimento. Assim, é importante ressaltarmos que a presença da arte no currículo tem como pressuposto oferecer oportunidade aos alunos de desenvolver o pensamento artístico e estético, como mais um modo de se relacionar com o mundo. Nem melhor, nem pior, mas tão importante quanto os outros campos de conhecimento quando se propõe a uma formação integral, complexa e sintonizada com as questões da contemporaneidade. ( MACEDO, p.162) Ultimamente, é crescente a preocupação de estudiosos, professores e pesquisadores com os aspectos positivos que rondam a importância da disciplina Arteeducação nas escolas. Infelizmente essa nova forma de apreensão e de conceituação dos novos parâmetros que envolvem o ensino de Arte nas escolas, sua relevância ainda não contemplou a todos os envolvidos no processo de ensino. É nesse sentido que a aula de Arte-educação ainda não se configura como potência. As más interpretações e as incompreensões ainda são fortemente reinantes, embora pesquisadores dêem destaques, conclamando todos para uma tomada de novas posturas, destacando esse campo do 3º Colóquio do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: um cosmopolitismo nos trópicos e 100 anos de Afrânio Coutinho : A crítica literária no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 233-246. 240 3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL conhecimento, muitos ainda não se sentiram tocados. “Por meio da Arte é possível desenvolver a percepção e a imaginação, apreender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade crítica, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada”. (BARBOSA, 2003, p.18) Talvez ainda se demorará muito tempo para que tais relevâncias quanto ao ensino de Arte nas escolas brasileiras assim configure. Temos ainda aulas marcadas pelo forte improviso e marcante improviso. Carência de materiais didáticos, Professores com outra formação lecionando para a disciplina, pequeno número de aulas, alunos desmotivados etc...enfim, todo esse rol se constitui no agravante da descaracterização que ronda a disciplina Arte-educação. Arte, enquanto área de conhecimento, além de ser um modo de pensar, de chegar a produções inusitadas e estéticas, de propor novas formas de ver o mundo e de apresentá-las com registros diferenciados, é também uma construção humana que envolve relações com os contextos cultural, sócio-econômico, histórico, político etc.(PIMENTEL, p.182) Sabemos da tentativa de revitalizar nas escolas a competência e importância que a disciplina Arte-educação deve ganhar. O PCN em Arte e outros documentos do governo tem tentado dá outra configuração para os objetivos, sentidos e tem destacado importâncias a respeito do ensino de Arte nas escolas. “conhecer Arte no Ensino Médio significa os alunos apropriarem-se de saberes culturais e estéticos inseridos nas práticas de produção e apreciação artísticas, fundamentais para a formação e o desempenho social do cidadão.” (PCN – Arte, 2000,p.46) A esse respeito, num artigo publicado há pouco tempo a Educadora Maura 22 Penna , refletindo acerca desse documento, chama-nos atenção percebendo uma outra realidade ao dizer que: 2 Professora do Departamento de Artes da UFPB, lecionando no curso de Educação Artística e no Mestrado em Educação. Coordenadora do Grupo Integrado de Pesquisa em Ensino das Artes. Graduada em Música e em Educação Artística pela UNB. Mestre em Ciências Sociais pela UFPB. Doutora em Lingüística pela UFPE. 3º Colóquio do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: um cosmopolitismo nos trópicos e 100 anos de Afrânio Coutinho : A crítica literária no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 233-246. 241 3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL No entanto, há certamente um grande descompasso entre a realidade das escolas e essa renovação pretendida pelas instâncias regulamentadoras e pelos trabalhos acadêmicos, até porque os Parâmetros são bastante recentes: os PCN para as 5a a 8a séries completaram 2 anos de seu lançamento oficial no Palácio do Planalto em outubro de 2000 – e não chegaram de imediato a todas as escolas do país.(PENNA, p.01) Porém, observa-se, claramente, que, com o passar dos anos, não muita coisa tem mudado desde a divulgação dos parâmetros. É evidente que os efeitos e mudanças esperadas e sugeridos por esses documentos ainda não se cristalizaram. Nota-se um fosso enorme entre o sugerido e a realidade vivenciada pela maioria das escolas, principalmente no que diz respeito no ensino de Arte. Logo, os próprios produtores do PCN- Arte já demonstram no documento essa preocupação. Observando a nossa história de ensino e aprendizagem de Arte na Escola Média, nota-se um certo descaso de muitos educadores e organizadores escolares, principalmente no que se referem à compreensão da Arte como um conhecimento humano sensívelcognitivo, voltado para um fazer e apreciar artísticos e estéticos e para uma reflexão sobre sua história e contextos na sociedade humana. (PCN – Arte, 2000,p.46) Acerca desse tema, o Professor Raimundo Matos, retomando as palavras de Ana Mae Barbosa, destaca: Eliminemos a designação arte-educação e passemos a falar diretamente de ensino da arte e aprendizagem da arte sem eufemismos, ensino que tem de ser conceitualmente revisto na escola fundamental, nas universidades, nas escolas profissionalizantes, nos museus, nos centros culturais a ser previsto nos projetos de politécnica que se anunciam. Isso tem interferido na presença, com qualidade, da disciplina Arte no mesmo patamar de igualdade com a s demais disciplinas da educação escolar (1991: 6-7). É notório como que o convite, os alertas, os chamativos e as freqüentes tentativas de despertamento para a importância e relevância que esse campo do conhecimento ganha a cada instante, a cada dia, em depoimentos, palavras, colocações de pesquisadores, Professores e outros que já descobriram o valor do ensino de Arte nas escolas. No entanto, percebemos como que muita coisa ainda se encontra adormecida, 3º Colóquio do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: um cosmopolitismo nos trópicos e 100 anos de Afrânio Coutinho : A crítica literária no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 233-246. 242 3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL hibernando nos campos do desleixo, do descrédito e da falta de compromisso até, por parte daqueles que deveriam zelar pelas manifestações artísticas e culturais e pela formação humana do cidadão. É sabido que há longas datas esse proceder-se se normatizou entre docentes e discentes nas instituições de ensino pelo país inteiro, na comunidade em geral, pois A maioria vivenciou, em sua trajetória escolar na educação básica, a arte dentro da concepção, que já deveria estar superada, de aulas simplesmente relaxantes e vinculadas quase que exclusivamente às habilidades manuais, à artesania, ao fazer. Ou seja, os desvios na compreensão do ensino de arte, não raramente confundido com „atividades‟, também se relacionam com a nossa memória, com a nossa experiência como alunos. .(PIMENTEL, p.182) Conscientizados somos das complexidades que envolvem o ensino de Arte. Creio que o ensino de arte nas escolas pode propiciar e fazer desencadear nos educadores e educando mudanças múltiplas nas formas de ser e estar no mundo. A Arte tem em si esse potencial de fazer, instigar, provocar formas outras de propiciar leituras a ponto de provocar a sensação de que, a todo e qualquer momento, dois mais dois, poderão ser cinco. E tem esse potencial de fazer deslocamentos, descentrar-se a todo instante, além de perambular pelos campos de desmontamento e desmantelamento nas concepções de signos, esvaziamento total, nesse constante processo de refazer-se. A Professora Juliana Gouthier Macedo comentando um artigo da Professora Lúcia Govêa Pimentel realça dizendo que Também é sempre bom lembrar que a arte na escola não é para descobrir talentos ou formar artistas. Se isto acontecer, ótimo. Mas, muito mais, precisamos nos pautar em ampliar este conhecimento que é um modo de ver o mundo, e como nos diz Ana Mae Barbosa, “arte não tem certo e errado, tem o mais ou menos adequado, o mais ou menos significativo, o mais ou menos inventivo” (PIMENTEL, p.182). É nesse contexto (e outros) que se instaura o ensino e a concepção de Arte. A Arte que está em tudo, em todos, nas formas, no pensar, no fazer, no falar, nas relações diversas, está nos campos, nos cantos, no batuque, nas cores, nas roupas, nas estrelas, nos cabelos, nas universidades e nas mesas de bares, no supermercado, nos órgãos 3º Colóquio do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: um cosmopolitismo nos trópicos e 100 anos de Afrânio Coutinho : A crítica literária no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 233-246. 243 3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL públicos, no rádio, na Tv, nas páginas de relacionamentos, no nosso dia a dia, nas nossas mesas, nas prateleiras; está ainda no choro, na gargalhada, nos olhares, enfim... mas querem ignorá-la nas escolas, nos espaços educativas, local mais propício para discuti-la, para remoldurá-la e deixá-la fluir dando novos sentidos, ampliando novos horizontes, provocando, (re)fazendo os jeitos, os homens, os atos, a vida... 3 CONCLUSÃO Desde a implantação da disciplina Arte-educação no currículo das escolas brasileiras nota-se um certo avanço no que diz respeito a tão importante campo do conhecimento. Porém, ainda são geradas muitas expectativas de mudanças no tocante ao que está por acontecer. Sabemos que a inserção de uma disciplina por intermédio de uma lei, isso não se traduz em garantias de eficácia. Ainda, há muito por se fazer. As limitações para se lidarem com a disciplina Arte-educação nas escolas são grandiosas. Há muito por se vencer. O primeiro e grande desafio ainda é fazer valer, e despertar em todos ligados à área da educação, o sentimento do valor, da função e da importância de tão rica disciplina para formação do homem, do cidadão. É necessário urgência no tratamento de diversos aspectos que envolvem a Arte-educação no Brasil. Por sua riqueza, por sua abrangência, pelo raio de relações que ela pode travar com outras áreas do conhecimento, ela se torna grandiosa para a humanidade. Nesse sentido, tal disciplina tem a potência de reunir em si os diversos valores de marcas multiculturais presentes na sociedade brasileira. A compreensão de que a manifestação artística é multifacetada, não possuindo valores hierárquicos condicionados ao seu caráter mais erudito e popular, tem sido de grande importância para que se vislumbre, para a arte-educação, novos caminhos mais afinados com as realidades socioculturais das diferentes comunidades. (OSINSKI, 2002, p.115). Essa é uma das grandes marcas do que pode abarcar a disciplina Arte-educação: está presente, possibilitando que no interior das escolas todas as classes, todas as vozes tenham vez. Assim, é imensurável o valor do espaço propiciado pelas aulas dessa disciplina. Nela, pode-se fazer transitar todas as discussões inerentes às mais diversas 3º Colóquio do Grupo de Estudos Literários Contemporâneos: um cosmopolitismo nos trópicos e 100 anos de Afrânio Coutinho : A crítica literária no Brasil, 3., 2012, Feira de Santana. Anais. Feira de Santana: Uefs, 2012, p. 233-246. 244 3º COLÓQUIO DO GRUPO DE ESTUDOS LITERÁRIOS CONTEMPORÂNEOS: UM COSMOPOLITISMO NOS TRÓPICOS e 100 ANOS DE AFRÂNIO COUTINHO (1911-2011): A CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL manifestações culturais. Pelo viés da Arte, é possível fazer que outros mundos se vislumbrem, que outras invenções são possíveis e que a vida pode, sim, ser (re)inventada a cada dia, a cada instante. RESUMO O presente trabalho tem por pretensão analisar o ensino da disciplina Arte-educação, instituída pela lei 9394/96, e discutir o seu espaço no contexto escolar, não como mera disciplina em meio a tantas outras, mas como momento que oportuniza reflexões múltiplas de diversas expressões culturais e artísticas, de caráter libertário. Pretende-se, ainda, destacar a importância do ensino de arte nas escolas, por considerar que essa disciplina ganha fundamental importância, quando propicia a reflexão sobre os fazeres e expressões artísticas, contribui para a elevação do espírito criativo, instiga a imaginação e, como arte, tem em si, a potência de poder (re)ssignificar o mundo, atribuir novos valores e significados. Pretendo lançar mão das ideias de educadoras como Ana Mae Barbosa e outros como suporte teórico para este trabalho. Barbosa (1991, p.03), afirma que "como a matemática, a história e as ciências, a arte tem domínio, uma linguagem e uma história. Se constitui, portanto, num campo de estudos específicos e não apenas em meia atividade [...]”. PALAVRAS-CHAVE: Arte. Cultura. Educação. REFERÊNCIAS BAHIA. Secretaria da Educação e da Cultura. Departamento de Ensino. Orientações Curriculares Estaduais para o Ensino Médio: Área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. 3. Arte. Salvador: 2005. BRASIL. 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