Untitled - Revista Pré

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Caro Professor:
A Pré-UNIVESP é uma publicação eletrônica, mensal e temática, com um dossiê baseado
em temas factuais e conteúdos distribuídos pela grade curricular do ensino médio e dos
vestibulares. São reportagens, artigos, infográficos, entrevistas, além de um blog com textos
sobre temas diversos. Nosso principal objetivo é oferecer um conteúdo relevante e em
linguagem acessível, que trata de assuntos de interesse dos principais vestibulares do país
(inclusive o da UNIVESP), dirigido a estudantes, a professores do ensino médio e a
vestibulandos.
Este plano de atividades multi e interdisciplinares, voltado para o uso pedagógico no
ensino médio, contempla os textos da edição atual, que tem como tema GÊNERO. Nosso
objetivo é incentivá-lo a utilizar a revista Pré-UNIVESP nas atividades escolares da sala de aula.
Ao final do plano de atividades, reunimos exercícios complementares, relacionados ou
não às abordagens da revista.
Para a produção dos planos de atividades, contamos com a assessoria de professores de
diversas áreas do ensino médio. Eles são publicados sempre na última semana do mês, no
fechamento da edição da revista. Esperamos que o trabalho escolar promova reflexão e
aprofundamento sobre os temas tratados, por meio da ação mediadora do professor, sem
prescindir de outros materiais fundamentalmente didáticos e das conexões entre as diversas
áreas do conhecimento.
Equipe Pré-UNIVESP
Proposta interdisciplinar Pré-UNIVESP
Edição 59
GÊNERO
Assessoria Pedagógica
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
Cristiane Imperador
Débora Romagnoli
Douglas Gouvêa
Eline Dias Moreira
Márcia Azevedo Coelho
Textos utilizados
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
Homem, mulher e (muitas) outras coisas mais, por Carolina Medeiros
Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos, por Patrícia Mariuzzo
Imagens da mulher na literatura: a identidade feminina em romances de José de
Alencar, por Patrícia Mariuzzo
Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas, por Guacira Lopes Lobo
Histórico da luta de LGBT no Brasil, por Regina Facchini
Mesmas habilidades, salários diferentes, por Meghie Rodrigues
Ilustrações
 Matheus Vigliar
 Charles Rubin
Disciplinas envolvidas
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
Arte
Língua Portuguesa
Literatura
Sociologia
Biologia
Matemática
Recursos

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
Textos impressos e virtuais
Computador com acesso à Internet
Papel sulfite
Lousa
Projetor
Celular
Texto introdutório
Neste plano de atividades, gênero é o tema central. Abordado sob os diferentes
olhares das disciplinas envolvidas, o plano da edição nº 59 proporciona a construção do
conhecimento interdisciplinar.
Partindo da leitura, análise e interpretação da reportagem “Homem, mulher e (muitas)
outras coisas mais”, de Carolina Medeiros, e do infográfico “Orientações sobre identidade de
gênero: conceitos e termos”, de Patrícia Mariuzzo, a disciplina de Língua Portuguesa propõe
uma reflexão não só a respeito do gênero social, mas também do gênero gramatical e
apresenta uma proposta de produção de texto que possibilita aos estudantes, através da
realização de uma pesquisa, integrar todo o conhecimento construído e chegar a conclusões
importantes que nortearão ações transformadoras.
Em Sociologia o tema central é pensado e debatido pelos alunos, a fim de que
construam instrumentos para uma melhor compreensão das realidades sociais, finalizando o
processo com a produção de textos que sintetizem propostas de soluções éticas para esses
conflitos da contemporaneidade.
A disciplina de Matemática trabalha com o conceito de porcentagem ao mostrar
situações do cotidiano em que o mesmo se faz presente. Para ilustrar a matemática na prática,
são utilizadas situações que envolvem a comparação entre as populações de brasileiras e
brasileiros trabalhadores com seus respectivos níveis salariais. É ressaltada, quantitativamente,
a invisibilidade do preconceito e o nível de paridade entre gêneros.
História da Arte aborda o tema gênero por meio da leitura de Arrufos, de Belmiro de
Almeida, uma das produções artísticas mais representativas da arte brasileira do século XIX. O
objetivo primordial da análise é possibilitar a reflexão sobre a ideologia de gênero presente na
obra e promover o debate sobre o quanto a visão social da mulher do XIX persiste na
contemporaneidade.
A reflexão e debates iniciados em Arte são aprofundados em Literatura, que retoma o
tema por meio da obra Senhora, de José de Alencar, e do texto “Imagens da mulher na
literatura: a identidade feminina em romances de José de Alencar”, de Patrícia Mariuzzo.
Sondagem

Inicie a aula entregando a cada aluno metade de uma folha e peça que ele complete
com algumas informações individuais.
1. Nome:
2. Idade:
3. Sexo:
4. Cor:

Assim que os alunos terminarem de preencher, solicite a dois representantes que
recolham as folhas e separem-nas, em grupos, de acordo com o item 3.

Peça aos representantes para anotarem, na lousa, a quantidade de grupos formados,
bem como o número de componentes de cada um deles.
 Professor, independentemente da opinião sexual de cada aluno, é provável que
sejam formados dois grupos: um dos alunos que pertencem ao sexo feminino e outro
com aqueles que pertencem ao sexo masculino.

Questione os estudantes se haveria a possibilidade de formarem mais grupos e quais
seriam. A partir das respostas apresentadas, comente que a lógica ocidental
tradicional apresenta uma divisão binária entre masculino e feminino, assim como
outras divisões relacionadas à cor: branco e negro etc.

Oriente os representantes que anotem na lousa, abaixo das palavras feminino e
masculino, outras relacionadas às características desses gêneros. Atente para o fato de
que poderão ser associados à palavra feminino termos como: frágil, rosa etc. e à
masculino, azul, másculo, viril etc.

Promova um debate, perguntando se os termos associados a feminino e masculino
relacionam-se a questões sociais ou biológicas. Peça que observem a dicotomia das
palavras escritas.
 Professor, destaque, por exemplo, que a virilidade é associada ao masculino e a
feminilidade, assim como fragilidade, ao feminino. Um homem não pode ter um
comportamento mais dócil/emotivo, que comumente será rotulado de efeminado.
Saliente que questões de gênero não podem ser respondidas a partir de divisões
binárias, nem associadas à questão da sexualidade, como acontece na língua
portuguesa.

Escute a opinião dos participantes e informe que, para aprofundar o debate, será
realizada a leitura e interpretação de dois textos apresentados na edição 58 da revista
Pré-Univesp.
Ampliando o conceito

Apresente o título do texto que será lido: “Homem, mulher e (muitas) outras coisas
mais”, e solicite aos alunos que façam inferências sobre o assunto que será tratado.

Projete o texto e oriente-os a realizarem uma leitura atenta para compreenderem do
que trata o artigo.

Questione se as informações apresentadas no texto lido condizem com as inferências.
 Professor, o título de um texto cria expectativas em relação a seu conteúdo, levando
o leitor a formular hipóteses sobre o que ele expressa e sobre o posicionamento de
quem o produziu. Entretanto, dependendo da experiência do próprio leitor e das
intenções do produtor do texto, nem sempre as hipóteses e inferências se confirmam.

Divida os alunos em grupos, de até quatro alunos, para que façam os exercícios
propostos. As respostas deverão ser registradas e, posteriormente, compartilhadas
com os colegas.
1.
Definam o que é: gênero e identidade de gênero.
2.
Como o nosso gênero é constituído?
3.
Qual a diferença existente entre identidade de gênero e orientação sexual?
4.
Vocês conhecem outras opções de classificação de gêneros oferecidas? Enumere
algumas.
5.
Vocês concordam com a ideia apresentada pela psicóloga Jaqueline Gomes de
Jesus, da UFRJ, de que a questão de gênero é social? Ou acreditam ser uma
questão biológica? Justifiquem.
6.
Segundo a historiadora norte-americana, Joan Scott, a divisão binária, usada para
se referir às questões de gênero traz quais consequências?
7.
A partir de que momento os movimentos sociais, a respeito da questão de
gênero, ganham força? Pesquisem que movimentos são esses. Cite alguns deles.
 Professor, depois que os estudantes responderem à questão quatro, sugira que leiam
o texto “Entenda as 56 opções de gênero do Facebook”, para conhecerem novos
termos e suas definições. Para acessar o texto, basta clicar sobre o título, no próprio
artigo que está sendo interpretado. Para responderem à questão sete, os alunos
poderão ler o artigo “Histórico da luta de LGBT no Brasil”, também desta edição.

Instrua os alunos a compartilharem com a turma as respostas dos exercícios. Faça um
sorteio para definir qual grupo apresentará determinada resposta. Mesmo que um
grupo seja sorteado, deixe à vontade outros alunos que queiram complementar a ideia
exposta.

Peça aos estudantes que façam a leitura atenta do infográfico “Orientações sobre
identidade de gênero: conceitos e termos”, de Patrícia Mariuzzo, para continuar o
estudo.

Solicite que observem a definição de gênero apresentada no infográfico e questione-os
se foi a mesma apresentada no artigo “Homem, mulher e (muitas) outras coisas mais”.

Pergunte se gênero em língua portuguesa tem a mesma definição daquela
apresentada no infográfico.

Peça aos alunos que digam em quantos e em quais gêneros os substantivos da língua
portuguesa variam.
 Professor, partindo das respostas dos alunos, informe que a língua reflete a
construção cultural do povo que a nomeia e um mesmo substantivo difere, quanto ao
gênero, de uma língua para outra. Relembre que há formas de palavras que
atendem aos dois gêneros, os chamados substantivos comuns de dois gêneros, como
pianista, dentista etc. E casos em que há uma forma única invariável, como criança,
caso dos substantivos sobrecomuns.

Ainda em grupos, solicite que:
1. Pesquisem, em um dicionário virtual, o significado das palavras feminino e
masculino.
2. Observem se há um diferencial de pesos/poderes entre os dois termos.
3. Distingam gênero social de gênero gramatical.
4. Criem maneiras de conferir às palavras da língua um gênero não marcado.
 Professor, caso queira ampliar o conhecimento sobre a linguagem não binária, que
possibilita a utilização de marcadores para não marcar o gênero dos substantivos,
leia
o
artigo
disponível
em:
<
http://www.controversia.com.br/blog/2016/07/12/todxs-contra-x-lingua-osproblemas-e-as-solucoes-do-uso-dx-linguagem-neutrx/>.
5. Citem algumas palavras da língua portuguesa em que é possível encontrar a
exclusão de um gênero como no caso de alguns pronomes: todos, eles.
6. Reconheçam qual gênero gramatical é utilizado de forma genérica. Deem
exemplos.

Proponha aos estudantes que montem uma pequena apresentação em PowerPoint
para compartilharem com a turma as reflexões e respostas da atividade.
 Professor, informe aos alunos que em muitas línguas o gênero não marcado é o
masculino, termo também utilizado como genérico. Alguns exemplos podem ser
dados, como no caso das locuções verbais, em que é usada a forma masculina do
particípio (ela tinha falado), e o caso de “todos” que inclui homens e mulheres e
“todas” que só inclui as mulheres.

Depois da apresentação, solicite que conversem, com os colegas de grupo, sobre a
relação existente entre gênero, preconceito, cidadania e levantem argumentos e/ou
exemplos, dos textos lidos, que fundamentem a opinião.

Peça que escolham um representante para expor aos colegas o resultado da conversa
e os argumentos produzidos. Anotações podem ser realizadas para que nada seja
esquecido, mas deve-se evitar a leitura em voz alta, pois a fala espontânea é sempre
mais atrativa.
Ampliando o conceito I

Peça para que os alunos retomem o conceito de sexo definido no infográfico
“Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos”, de Patrícia Mariuzzo.

Questione-os sobre as características biológicas que diferenciam o sexo masculino do
feminino.

Liste na lousa as respostas dadas e separe as possíveis características nas seguintes
categorias: genética/biologia molecular (como por exemplo as diferenças entre
cromossomos sexuais, X e Y, e heranças sexuais), anatomia/biologia celular (diferenças
nos órgãos sexuais, caracteres sexuais secundários e gametas) e fisiologia (diferenças
hormonais).

Em seguida, divida a turma em três grandes grupos que correspondem às três
categorias listadas acima.

Solicite que cada grupo realize uma pesquisa, com auxílio de seus celulares, dos
tópicos listados. Abaixo segue um quadro com possíveis sugestões de tópicos que
podem ser pesquisados e discutidos pelos estudantes.
Genética/Biologia
Molecular
- Cromossomo X
- Cromossomo Y
- Gene SRY
- Heranças influenciadas
pelo sexo (Calvície)
- Heranças restritas ao sexo
(Hipertricose)
Biologia Celular/Anatomia
Fisiologia
- Gametas: espermatozoide
e óvulo
- Órgãos genitais
- Caracteres sexuais
secundários
- Dimorfismo sexual
- Hormônios sexuais:
testosterona, progesterona
e estrógeno
- Hormônio Luteinizante e
Folículo Estimulante
- Ciclo menstrual
 Professor, explique aos alunos que deverão pesquisar sobre os cromossomos sexuais
e sobre os diversos sistemas de determinação sexual: sistema XY, sistema XO e
sistema ZW. Com relação às heranças sexuais, oriente-os a trabalhar com os
conceitos gerais, sem a necessidade de entrar nos aspectos dos cálculos
probabilísticos. Esclareça ao grupo de Biologia Celular/Anatomia que deverá
justificar o porquê das diferenças entre caracteres sexuais secundários, como a
deposição de gordura diferenciada.

Cada grupo terá 15 minutos para apresentar as suas pesquisas para a sala e explicitar
as principais diferenças entre os sexos.

Posteriormente, cada aluno deverá criar um template que apresente o resumo das
comparações realizadas em sala entre sexo biológico feminino e masculino.

Após a apresentação, questione os alunos se existem casos em que o sexo biológico
não é determinado. Solicite que pesquisem, em duplas, casos de hermafroditismo e
pseudo-hermafroditismo. Deixe claro a pesquisa deve responder às seguintes
perguntas:
1. Qual a definição de indivíduo intersexual, hermafroditismo e pseudohermafroditismo?
2. Quais as possíveis alterações biológicas que um indivíduo intersexual
apresenta?
3. Quais as possíveis causas de hermafroditismo?
4. Na sua opinião, um indivíduo intersexual apresenta uma patologia?

Promova uma roda de discussão e explique que, a partir das pesquisas realizadas, cada
dupla deverá responder à pergunta “d” justificando com dados e depoimentos.

Oriente-os a guardarem esse material de pesquisa para ser utilizado no debate sobre o
tema, aberto à toda a comunidade.
Ampliando o conceito II

Disponibilize para cada grupo o link da reportagem: “Mesmas habilidades, salários
diferentes”, de Meghie Rodrigues e solicite que leiam para responder, oralmente,
as seguintes questões:
 Professor, neste momento eles responderão verbalmente ao questionário somente
para iniciarem a reflexão, mas peça para que anotem as principais ideias, pois no
final do processo, elaborarão respostas por escrito, mais completas e definitivas.
1.
Qual a diferença entre os conceitos de sexo e de gênero, segundo o texto?
2.
A realidade apresentada no artigo não se refere somente ao Brasil. Por que é
uma questão mundial?
3.
Quais os fatores que poderiam explicar as discrepâncias nas diferenças
salariais entre homens e mulheres?
4.
Por que não chegamos, ainda, a uma situação ideal em termos de igualdade
de salários para homens e mulheres?
5.
Qual a perspectiva de chegarmos a uma situação ideal, em termos de
igualdade de salários para homens e mulheres, de acordo com o texto?

O texto trabalhado apresenta links/referências de dados estatísticos, reportagens,
estudos e tuítes que complementam as informações. Divida a turma em seis
grupos e sorteie um link adicional para cada grupo.

Oriente a lerem o conteúdo de cada link e produzirem um parágrafo de resumo do
texto com a opinião do grupo sobre o tema, ao final.
I.
Grupo A-Link: Linoca
II. Grupo B-Link: representante
III. Grupo C-Link: BBC Brasil (“Sem ministras, Brasil perde 22 posições em
ranking de igualdade de gênero”)
IV. Grupo D-Link: BBC Brasil (“Mulheres no poder”)
V. Grupo E-Link: BBC Brasil (“Dividendos da diversidade”)
VI. Grupo F-Link: BBC Brasil (‘Polêmica”)
 Releia o texto para os alunos e, a cada link/referência, peça que o grupo
responsável pela leitura do conteúdo selecionado apresente o seu parágrafo de
resumo.

Apresente o vídeo da campanha chamada: “The unfair menu”, da agência Agnelo
Comunicação, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jjqI3XzuqOM>

Após a apresentação, incentive a turma a expor as suas opiniões sobre o vídeo.

Depois, proponha o debate sobre a seguinte questão:
1. É justo as mulheres receberem em média 30 % a menos para desempenhar as
mesmas funções? E os homens pagarem mais 30% nas contas de consumo?

Após a discussão sobre o vídeo, apresente, por meio de projeção, os seguintes dados
aos estudantes:
 No mercado de trabalho, as mulheres ocupam apenas 5% dos postos de chefia
(Organização Internacional do Trabalho – OIT. Março e abril de 2014 (infográfico:
http://www.clicrbs.com.br/pdf/17265991.pdf).
 Segundo os dados da Pnad, que é feita anualmente, 90% das mulheres entre 16 e 60
anos responderam que realizavam algum trabalho doméstico semanalmente, contra
apenas 40% dos homens na mesma faixa etária. (PNAD, 2001 a 2012).
 As mulheres ocupam hoje baixos percentuais de vagas nos cargos eletivos no Brasil.
São 10% dos deputados federais e 14% dos senadores, apesar de serem metade da
população e da força de trabalho na economia. O percentual é idêntico nas
assembleias estaduais e menor nas câmaras de vereadores e nos poderes executivos
(fonte: http://www.tse.jus.br).
 As mulheres eram as principais responsáveis por 37,3% dos lares brasileiros em 2010
na pesquisa “Estatísticas de Gênero — Uma análise dos resultados do Censo
Demográfico 2010”. A proporção cresce para 39,3% quando considerados os
domicílios das áreas urbanas ante 24,8% nos das rurais (fonte: IBGE).
 Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que mais de 70% das pessoas
que vivem em situação de pobreza são mulheres. (A Anistia Internacional do Uruguai
foi quem divulgou o relatório, no dia 11 de março 2013).
 A violência contra as mulheres segue vitimando milhares de brasileiras
reiteradamente: 38,72% das mulheres em situação de violência sofrem agressões
diariamente; para 33,86%, a agressão é semanal. Esses dados foram divulgados no
Balanço dos atendimentos realizados de janeiro a outubro de 2015 pela Central de
Atendimento à Mulher – Ligue 180, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República (SPM-PR).

Apresente à classe a polêmica questão do ENEM de 2015, que trazia um trecho do
texto de Simone de Beauvoir:

Pergunte aos alunos se já ouviram falar da filósofa Simone de Beauvoir.

Explique que há outro texto na edição da revista que tratará da filósofa e do
movimento da qual se tornou uma representante.

Organize a turma em círculo e promova a leitura coletiva do artigo Gênero e
sexualidade: pedagogias contemporâneas, de Guacira Lopes Lobo.

Discuta com a turma sobre o conceito de gênero e de sexo presentes no texto.

Questione os estudantes sobre a opinião que possuem sobre a polêmica frase da
filósofa.

Apresente um trecho do documentário sobre Simone de Beauvoir, disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=MWwzt4tpuOU

Instrua-os a produzirem uma campanha publicitária em vídeo sobre o tema gênero.
Para a campanha, as meninas poderão escolher como slogan a própria afirmação
polêmica de Beauvoir, os meninos a mesma frase, fazendo as alterações necessárias,
ou poderão criar outro slogan que considerarem mais adequado para expressar
própria opinião sobre gênero x sexo.

Marque o dia para apresentação de todos os vídeos. Escolha os melhores e apresente
no dia do debate para toda a comunidade escolar.
Ampliando o conceito II

Releia o primeiro parágrafo do texto, retomando o seguinte trecho.
“O sérvio Marko Ivovic recebeu 30 mil dólares e a brasileira Natália
Pereira, metade do valor. A seleção vencedora da Liga Mundial levou
US$ 1 milhão pelo título – cinco vezes mais do que recebeu a seleção
premiada com o Grand Prix”.

Peça aos alunos que:
1. Transformem as seguintes informações do trecho: “metade do valor” e “cinco
vezes mais”, em linguagem decimal.
2. Calculem quanto recebeu cada esportista.
3. Expliquem, por meio de hipóteses, o que teria motivado a diferença de valores
entre as premiações.

Retome a leitura do seguinte trecho com a turma:
“A discrepância na remuneração entre homens e mulheres não se
restringe às premiações esportivas. Dados da última série anual da
Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), mostram que, em 2015, as brasileiras receberam
75,4% do salário dos brasileiros – ou 24,6% a menos, em média[...] Na
distribuição populacional, as brasileiras perfazem 52,2% da população
com mais de 14 anos, enquanto os brasileiros somam 47,8% desse
total”.

Promova uma atividade a ser realizada com a utilização do Excel onde os dados
deverão aparecer em forma comparativa em um gráfico de colunas ou setores.

Os alunos podem trabalhar com os dados salariais em um gráfico e com a distribuição
populacional em outro.

Daí, conclui-se que há mais trabalhadoras que trabalhadores onde ainda eles têm os
maiores salários.
Ampliando o conceito III

Inicie a aula propondo para a turma a realização de um evento, aberto à comunidade
escolar, no qual terão a oportunidade de debater sobre o tema gênero, expondo toda
a reflexão realizada, por meio das atividades deste plano.

Explique que as atividades propostas, a partir desta etapa do plano, abarcarão o tema
por meio de expressões artísticas, especificamente, das Artes Plásticas e da Literatura.

Comente que as duas obras tratadas (o filme adaptado do romance Senhora e a obra
Arrufos) servirão como elemento disparador para o evento e que os artigos estudados,
associados aos conhecimentos prévios de cada participante fundamentarão o debate.

Após essas informações, divida a turma em grupos de quatro alunos e apresente a
imagem da obra Arrufos, de Belmiro de Almeida para toda a classe.
(A referência da obra foi propositalmente retirada) 1

Pergunte aos grupos se já conhecem a obra e se se lembram do título dela.

Caso nenhum aluno se lembre, comente que é intitulada Arrufos e que foi pintada por
Belmiro de Almeida.

Pergunte se sabem, ou podem supor, em que época a obra foi produzida. Peça que
justifiquem as respostas com os elementos da imagem.
1
Belmiro de Almeida (1858-1935)- Arrufos, 1887- Óleo sobre tela, 89 x 116 cm- Rio de Janeiro, RJ,
Museu Nacional de Belas Artes.

Comente, a partir das respostas dadas, sobre o artista e sua relação com a escola de
Belas Artes.
 Professor, é importante comentar que Belmiro de Almeida foi considerado inovador
no tratamento que deu ao tema e na técnica utilizada. Apesar disso, o
posicionamento dele frente aos personagens reforça a ideologia tradicional, como se
pode
perceber.
Uma
boa
fonte
de
consulta
sobre
o
artista
é
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa22617/belmiro-de-almeida.

Depois, proponha que cada grupo faça a leitura da imagem, respondendo, por escrito,
às seguintes questões:
1.
Que situação da vida privada a obra parece tratar?
2.
Nessa situação, as reações do homem e a da mulher seriam semelhantes?
Justifique sua resposta com elementos da imagem.
3.
Compare a expressão corporal das duas pessoas. Quem parece estar no
controle da situação? Por quê?
4.
No que concerne ao ambiente, o que o local revela sobre a condição social
do casal?
5.
Segundo Rafael Cardoso (2008), a obra de Almeida traça uma linha
imaginária, dividindo o quadro em dois ambientes, sendo um a
representação do lado da mulher e outro do homem. Observe a figura
abaixo e responda:
5.1 De que modo o lado da mulher dialoga com o seu estado emocional?
5.2 Que relação pode ser estabelecida entre os adornos do lado do homem e a
imagem de uma pessoa mais racional e “equilibrada”?
Ambiente A- Mulher
6.
7.
Ambiente B- Homem
Observe o jogo de claro e escuro e o posicionamento dos dois personagens
na tela. A partir dessas observações, responda em qual das pessoas repousa
o foco principal.
Segundo o Dicionário Aurélio (p. 200) o termo “arrufo” significa
“ressentimento passageiro entre pessoas que se querem bem” (FERREIRA,
2004, p. 200). Associe o significado do termo à reação do homem e à da
mulher; qual dos dois parece ter uma atitude mais pertinente à situação?
Justifique.
8.
Retome a resposta dada nas questões 6 e 7 e levante as seguintes hipóteses:
8.1 Qual seria a intenção do autor ao demonstrar a reação bem mais emotiva
da mulher diante de um “arrufo”?
8.2 Você diria que esse tipo de interpretação da mulher, perante uma
adversidade, foi e ainda é uma constante nas obras brasileiras de ficção?
8.3 E na sociedade brasileira? A mulher ainda é vista como um sexo mais frágil,
emotivo e o homem como o oposto disso?
8.4 É possível afirmar que a arte reflete um contexto social ou dita normas de
conduta, atuando como “um poderoso instrumento de instrução e
educação, fonte de inspiração de comportamentos (...)”? Justifique.
8.5 Você recorda de alguma obra do Romantismo brasileiro que apresente a
imagem de uma mulher forte e determinada?
 Professor, caso a turma já tenha lido o romance Senhora, de José de Alencar, retome
o enredo com os alunos e proponha a leitura e interpretação da reportagem Imagens
da mulher na literatura: a identidade feminina em romances de José de Alencar, de
Patrícia Mariuzzo, em Aprofundando o conceito II. Caso a leitura não tenha sido
feita, siga a sequência das atividades abaixo.
Ampliando o conceito III

Proponha à turma que leia o romance Senhora, de José de Alencar. Explique que cada
grupo ficará responsável por contar oralmente um dos capítulos e que, por isso,
deverá registrar de maneira ordenada a sua parte do enredo.

Sorteie os capítulos entre os grupos (poderá haver mais de um grupo com o mesmo
capítulo) e marque a data para a apresentação oral da obra.

No dia determinado, faça uma exposição sobre o autor, José de Alencar, no contexto
do Romantismo brasileiro.

Organize a contação oral do romance Senhora e organize para a aula subsequente a
exibição do filme Senhora, dirigida por Geraldo Vietri, em 1976.

Após assistirem ao filme, peça que cada grupo comente as impressões que teve da
adaptação cinematográfica em relação ao capítulo que recontou da obra literária.

Para finalizar esta etapa, pergunte aos alunos se reconhecem o amor, abordagem
recorrente no Romantismo, como tema central em Senhora. Comente que,
originalmente, o título Senhora era acompanhado do subtítulo “perfil de mulher”,
conforme edição da Expressão e Cultura, de 1974.
Aprofundando o conceito I

Peça a leitura individual da reportagem “Imagens da mulher na literatura: a identidade
feminina em romances de José de Alencar”.

Após a leitura, os alunos devem reagrupar-se nas formações originais (grupos de até
quatro membros) para a discutirem o texto, a partir das seguintes questões:
Questões:
1. Releia o seguinte trecho:
“Na medida em que a literatura, especialmente a produzida com
o advento da modernidade, fez da identidade um tema, as
narrativas românticas podem ter reforçado os estereótipos de
feminilidade, contribuindo para definir a mulher nos mesmos
moldes propostos por outras práticas discursivas”.
1.1. Você concorda com a afirmação da pesquisadora sobre o papel da literatura,
especificamente do romance Senhora, no que concerne ao ato de reforçar estereótipos?
Justifique.
2. Segundo Fabiano Rodrigo da Silva Santos “o romance, desce à esfera comum da
vida. Os heróis são pessoas comuns e os temas buscam uma certa verossimilhança com a
vida cotidiana”. Essas características são perceptíveis no romance Senhora? E na obra
Arrufos, de Belmiro de Almeida, essas características também se encontram presentes?
Comprove.
3. Ainda segundo Santos, a personagem Aurélia elege ”(...) o amor como objeto
supremo de sua existência, (e com isso) confunde-se com o próprio destino, admitindo a
ideia de morrer por amor”. É possível afirmar que tal atitude, interpretada como emoção
“desmedida”, encontra-se presente também em Arrufos? Justifique.
4. Leia os seguintes trechos para responder à questão.
Trecho 1
“É o que se vê em uma terceira fase da vida da personagem, que
se inicia na noite de núpcias. “Nessa fase, o homem aos poucos
irá se elevar, terminando por se transformar no ideal desejado
pela heroína. A busca de Aurélia parece antifeminina, devido à
submissão imposta ao homem (que acontece quando ela faz
questão de lembrar a Seixas que ele fora comprado) ”.
Trecho 2
“Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o
nosso papel com perícia consumada. Podemos ter este orgulho,
que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de por
termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos
escarnecendo mutuamente, senhor. Entremos na realidade por
mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma
mulher traída: o senhor, um homem vendido.
- Vendido! Exclamou Seixas ferido dentro d’alma.
- Vendido, sim: não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou
milionária; precisava de um marido, traste indispensável ás
mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei.
Custou-me cem contos de réis, foi barato; não se fez valer”. (José
de Alencar).
5. Pela leitura dos trechos 1 e 2, pode-se concluir que a personagem Aurélia foge
aos padrões românticos do estereótipo da mulher submissa? Por quê?
6. Agora, leia os trechos 3 e 4, associe-os à resposta anterior e discuta com os seus
colegas se a valorização do amor, como é posto, reforça o papel submisso da mulher.
“-Oh! Ninguém o sabe melhor do que eu, que espécie de amor é
esse, que se usa na sociedade e que se compra e vende por uma
transação mercantil, chamada casamento! (...). O outro, aquele
que eu sonhei outrora, esse bem sei que não o dá todo o ouro do
mundo! Por ele, por um dia, por uma hora dessa bemaventurança, sacrificaria não só a riqueza, que nada vale, porém,
minha vida, e creio que minha alma!
Aurélia, no afogo destas palavras que lhe brotavam do seio
agitado, retirara a mão do braço de Seixas; ao terminar voltarase rapidamente para esconder a veemência do afeto que lhe
incendiara o olhar e as faces”.
7. É possível afirmar que a obra Arrufos, de Almeida, reforça ou questiona os
valores expressos em Senhora, de José de Alencar? Explique.
8. Releia o trecho do artigo intitulado “Entre o feminino e o feminista” e explique
uma possível intenção da autora na atribuição desse título. Você concorda com o ponto de
vista de Thiengo no que concerne à manutenção do papel da mulher em Senhora?
Explique.
9. Releia o seguinte trecho do artigo:
“A literatura é um lugar onde a ideologia é exposta”, afirma
Thiengo. Assim, uma leitura mais crítica do romance “Senhora”
pode ser um meio de vislumbrar o leque estreito de possibilidades
das mulheres contemporâneas de Aurélia, cativas de um papel
feminino que lhes reservava a submissão dentro do espaço
doméstico e a felicidade apenas pelo casamento. Um contexto
em que elas eram destinadas à maternidade, aos cuidados com a
casa e dos filhos. Até porque o questionamento é o princípio da
mudança.
10. Você acredita que o papel da mulher na sociedade brasileira contemporânea se
modificou ou permanece semelhante ao das protagonistas aqui tratadas de José de
Alencar e de Belmiro de Almeida?
11. Os críticos literários afirmam em unanimidade que as obras de ficção não têm
qualquer poder de modificação da estrutura social. Como você explicaria, portanto, o
provérbio português registrado por Charles Expilly (1935)?
“Uma mulher já é bastante instruída, quando lê corretamente as
suas orações e sabe escrever a receita da goiabada. Mais do que
isso seria um perigo para o lar”.
Obs.: Para responder a esta questão, associe à sua resposta a afirmação de
Thiengo de que “A literatura é um lugar onde a ideologia é exposta”.
 Professor, após o amplo debate sobre os artigos e obras que tratam do tema gênero,
os estudantes já estarão preparados para organizar o evento na escola, aberto à
comunidade escolar.

Oriente os alunos a selecionarem o dia e horário possível para a realização do debate
na escola. Explique que devem:
1. Combinar com a coordenação e direção a data e hora para o evento.
2. Elaborar o convite para a comunidade. Sugira que a obra Arrufos, de Belmiro de
Almeida esteja estampada no convite.
3. Selecionar entre a turma o apresentador do evento, o moderador do debate e
os debatedores do tema.
4. Definir as questões a serem debatidas.
 Professor, é interessante convidar um sociólogo para compor a mesa de debates.
REFERÊNCIA
CARDOSO, Rafael. Belmiro de Almeida [1858-1935]: Arrufos, 1887. In: ___A arte
brasileira em 25 quadros: 1790-1930. Rio de Janeiro: Record, 2008. p. 96-101.
Produção de texto

Divididos em grupos, os alunos realizarão uma pesquisa de percepção, com os
estudantes das outras séries do ensino médio, a respeito do conceito de gênero,
discutido e trabalhado, durante todo o plano, a partir das visões de diferentes
disciplinas e textos da revista Pré-Univesp.
 Professor, informe aos alunos que a pesquisa é o principal recurso para conseguir
informações sobre determinado assunto e ampliar conhecimentos, através da busca
de informações em várias fontes.

Para organização da atividade, eles deverão:
1. Discutir o assunto, bem como a finalidade da pesquisa.
2. Elaborar um plano de pesquisa, ou seja, um roteiro com as etapas.
3. Estabelecer prazos para cada etapa, conforme orientação do professor.
4. Dividir as tarefas entre os componentes do grupo.
5. Elaborar questões objetivas que farão parte do questionário.
6. Organizar as questões no Google Docs.
 Professor, oriente os alunos de que a primeira parte do questionário exige a
identificação de quem faz a pesquisa. Em seguida se exige a identificação do
entrevistado com nome, sexo, faixa etária e outros dados que o grupo considerar
importante. As questões deverão ser elaboradas a partir das atividades realizadas
durante o plano, contemplando o trabalho desenvolvido por todas disciplinas.

No dia combinado, com a utilização de computadores, o questionário será respondido
pelos alunos das outras séries.

Depois de respondido o questionário, os alunos deverão:
1. Analisar o gráfico gerado pelo Google Docs, bem como as porcentagens das
respostas.
2. Discutir os resultados da pesquisa.
3. Elaborar um texto final no qual serão apresentados os gráficos, as análises e
citações de trechos dos textos da Pré-Univesp que fundamentarão a análise.
 Professor, informe os alunos de que o levantamento de dados para a realização
da pesquisa, por meio de questionários, requer cuidado especial. Deve-se
considerar que não basta apenas coletar respostas sobre questões de interesse,
mas sim saber como analisá-las estatisticamente para validação dos resultados.

Quanto à estrutura, a pesquisa deverá apresentar capa, sumário, corpo da
pesquisa, incluindo os gráficos e referências bibliográficas.

No dia combinado com o professor, os trabalhos serão apresentados para os
colegas. Os estudantes deverão falar sobre as questões, suas análises e
articulações com os textos lidos. É necessário ensaio para que seja feita uma
excelente apresentação.

Os trabalhos poderão ser publicados no site da escola para que toda a comunidade
escolar tenha acesso aos resultados da pesquisa.

Depois de produzidos e publicados os textos, os alunos deverão pensar em
pequenas ações que poderão ser executadas no ambiente escolar para minimizar
possíveis problemas encontrados durante a análise da pesquisa, principalmente,
aqueles relacionados à discriminação.
Habilidades

Ler e relacionar diferentes artigos que tratam de um mesmo tema.

Analisar e comparar definições de um mesmo termo.

Relacionar o estudo dos substantivos a situações de uso da língua e a questões de
gênero gramatical.

Planejar e elaborar questões objetivas.

Analisar dados e construir tabelas e gráficos.

Estruturar texto a partir da análise de respostas.

Perceber o valor expressivo da variação de gênero dos substantivos.

Diferenciar sexo de gênero.

Entender as origens dos processos de exclusão na sociedade.

Compreender o processo de exclusão do gênero feminino no Brasil e no mundo.

Identificar registros de práticas de exclusão no tempo e no espaço.

Reconhecer a importância dos estudos de porcentagem que iniciam no ensino
fundamental II e adentram o ensino médio.

Compreender, através da linguagem matemática, que também se pode representar os
dados numéricos na forma percentual.

Reconhecer e analisar a importância da informação escrita na forma de porcentagem;

Identificar a importância do conceito na aplicação de situações cotidianas.

Relacionar a condição da mulher retratada na imagem com a condição atual, na
sociedade brasileira.

Ler, interpretar, analisar e debater sobre o romance Senhora, de Jose de Alencar.

Compreender o posicionamento do escritor e a assimilação da estética romântica em
sua obra.

Narrar oralmente um romance.

Comparar o romance com a sua adaptação cinematográfica.

Ler e analisar o texto “Imagens da mulher na literatura: a identidade feminina em
romances de José de Alencar”.

Debater sobre as afirmações apresentadas no texto, relacionando-as às obras Senhora
e Arrufos.

Comparar o posicionamento dos artistas do século XIX no que concerne à imagem da
mulher por meio de suas obras à realidade desse gênero na atualidade.

Reconhecer as diferenças genéticas, celulares, anatômicas e fisiológicas entre os sexos
biológicos.

Compreender a complexidade da sexualidade na espécie humana.

Desenvolver um cartaz de divulgação científica para a comunidade.
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
1. (Fatec 2016). Leia o fragmento da obra Senhora, de José de Alencar.
Quando Seixas achava-se ainda sob o império desta nova contrariedade, apareceu na sala a
Aurélia Camargo, que chegara naquele instante. Sua entrada foi como sempre um
deslumbramento; todos os olhos voltaram-se para ela; pela numerosa e brilhante sociedade ali
reunida passou o frêmito das fortes sensações. Parecia que o baile se ajoelhava para recebê-la
com o fervor da adoração. Seixas afastou-se. Essa mulher humilhava-o. Desde a noite de sua
chegada que sofrera a desagradável impressão. Refugiava-se na indiferença, esforçava-se por
combater com o desdém a funesta influência, mas não o conseguia. A presença de Aurélia, sua
esplêndida beleza, era uma obsessão que o oprimia. Quando, como agora, a tirava da vista
fugindo-lhe, não podia arrancá-la da lembrança, nem escapar à admiração que ela causava e
que o perseguia nos elogios proferidos a cada passo em torno de si. No Cassino, Seixas tivera
um reduto onde abrigar-se dessa cruel fascinação.
<http://tinyurl.com/ou5m65d> Acesso em: 17.09.2015. Adaptado.
É correto afirmar que essa obra pertence ao
a) Romantismo, pois ela critica os valores burgueses, exalta a natureza e a vida simples do
campo, denunciando a corrupção e a hipocrisia na sociedade fluminense do século XX.
b) Romantismo, pois ela enaltece a fragilidade da mulher e exprime de forma contida os
sentimentos das personagens, situando-as no contexto da sociedade paulista do século XX.
c) Romantismo, pois ela exalta a figura feminina, expõe, de maneira exacerbada, os
sentimentos das personagens, tendo como pano de fundo os costumes da sociedade
fluminense do século XIX.
d) Modernismo, pois ela idealiza a mulher e a juventude e trata da infelicidade dos amores não
correspondidos, inserindo as personagens na sociedade fluminense do século XX.
e) Modernismo, pois ela se opõe ao exagero na expressão dos sentimentos e ao papel de
submissão destinado às mulheres, retratando o cotidiano da sociedade paulista do século
XX.
2. (UPF 2016). Em Senhora, de José de Alencar, pode-se observar que o autor emprega, de
modo recorrente ao longo da narrativa, uma linguagem ___________ para sustentar certo
grau de ___________ diante do tema central do romance, o casamento por dinheiro.
Assinale a alternativa cujas informações preenchem corretamente as lacunas do enunciado.
a) jurídica / hermetismo.
b) jornalística / imparcialidade.
c) metafórica / idealização.
d) jornalística / sensacionalismo.
e) metafórica / realismo.
3. (ITA 2015). No romance Senhora, José de Alencar mostra que
a) o dinheiro e a ambição impedem a realização do amor entre Aurélia e Seixas.
b) Aurélia, moça de origem pobre, conquistou o amor de Seixas só porque enriqueceu.
c) o amor de Aurélia teve força suficiente para regenerar o caráter de Seixas.
d) Seixas se regenerou moralmente por si mesmo, independentemente de Aurélia.
e) o meio social corrompeu de uma vez por todas o caráter de Seixas.
4. (Enem PPL 2015). Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento
da corte como brilhante meteoro e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que
produzira seu fulgor? Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade.
Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade
do dia. Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade,
sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua
companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na
sociedade. Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os
escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa
emancipação feminina. Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não
declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como
entendesse. Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade era
desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer maior influência em sua
vontade, do que a velha parenta.
ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006.
O romance Senhora, de José de Alencar, foi publicado em 1875. No fragmento transcrito, a
presença de D. Firmina Mascarenhas como “parenta” de Aurélia Camargo assimila práticas e
convenções sociais inseridas no contexto do Romantismo, pois
a) o trabalho ficcional do narrador desvaloriza a mulher ao retratar a condição feminina na
sociedade brasileira da época.
b) O trabalho ficcional do narrador mascara os hábitos no enredo de seu romance.
c) as características da sociedade em que Aurélia vivia são remodeladas na imaginação do
narrador romântico.
d) o narrador evidencia o cerceamento sexista à autoridade da mulher, financeiramente
independente.
e) o narrador incorporou em sua ficção hábitos muito avançados para a sociedade daquele
período histórico.
5. (Enem 2013). Para aumentar as vendas no início do ano, uma loja de departamentos
remarcou os preços de seus produtos 20% abaixo do preço original. Quando chegam ao caixa,
os clientes que possuem o cartão fidelidade da loja têm direito a um desconto adicional de
10% sobre o valor total de suas compras. Um cliente deseja comprar um produto que custava
R$50,00 antes da remarcação de preços. Ele não possui o cartão fidelidade da loja. Caso esse
cliente possuísse o cartão fidelidade da loja, a economia adicional que obteria ao efetuar a
compra, em reais, seria de
a) 15,00
b) 14,00
c) 10,00
d) 5,00
e) 4,00
6. (Enem 2014). De acordo com a ONU, da água utilizada diariamente,
 25% são para tomar banho, lavar as mãos e escovar os dentes.
 33% são utilizadas em descarga de banheiro.
 27% são utilizadas para cozinhar e beber.
 15% são para demais atividades.
No Brasil, o consumo de água por pessoa chega, em média, a 200 litros por dia. O quadro
mostra sugestões de consumo moderado de água por pessoa, em algumas atividades.
Atividade
Consumo total de água na atividade (em litros)
Tomar banho
24,0
Dar descarga
18,0
Lavar as mãos
3,2
Escovar os dentes
2,4
Beber e cozinhar
22,0
Se cada brasileiro adotar o consumo de água indicado no quadro, mantendo o mesmo
consumo nas demais atividades, então economizará diariamente, em média, em litros de água,
a) 30,0
b) 69,6
c) 100,4
d) 130,4
e) 170,0
7. (Enem 2013).
TEXTO I
Ela acorda tarde depois de ter ido ao teatro e à dança; ela lê romances, além de desperdiçar o
tempo a olhar para a rua da sua janela ou da sua varanda; passa horas no toucador a arrumar
o seu complicado penteado; um número igual de horas praticando piano e mais outras na sua
aula de francês ou de dança.
Comentário do Padre Lopes da Gama acerca dos costumes femininos
(1839) apud SILVA, T. V. Z. Mulheres, cultura e literatura brasileira. Ipotasi –
Revista de Estudos Literários. Juiz de Fora, v. 2. n. 2, 1998.
TEXTO II
As janelas e portas gradeadas com treliças não eram cadeias confessas, positivas; mas eram,
pelo aspecto e pelo seu destino, grandes gaiolas, onde os pais e maridos zelavam, sonegadas à
sociedade, as filhas e as esposas.
MACEDO, J. M. Memórias da Rua do Ouvidor (1878). Disponível em:
www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 maio 2013 (adaptado).
A representação social do feminino comum aos dois textos é o(a):
a) ampliação do espaço de entretenimento, voltado às distintas classes sociais.
b) acesso aos produtos de beleza, decorrência da abertura dos portos.
c) submissão de gênero, apoiada pela concepção patriarcal de família.
d) proteção da honra, mediada pela disputa masculina em relação às damas da corte.
e) valorização do casamento cristão, respaldado pelos interesses vinculados à herança.
8. (UFG 2014). Leia o texto e analise a figura a seguir.
Em 1991, a renda média das brasileiras correspondia a 63% do rendimento masculino. Em
2000, chegou a 71%. As conquistas comprovam dedicação, mas também necessidade. As
pesquisas revelam que quase 30% delas apresentam em seus currículos mais de dez anos de
escolaridade, contra 20% dos profissionais masculinos.
PROBST, Elisiana Renata. “A evolução da mulher no mercado de
trabalho”. Revista do Instituto Catarinense de Pós-Graduação. Disponível em:
<www.icpg.com.br>. Acesso em: 4 abr. 2014
Tendo em vista o texto e o implícito no discurso iconográfico, percebe-se:
a) as diferenças na valorização da força de trabalho entre os gêneros e a ampliação das
demandas das mulheres na luta pelo reconhecimento social.
b) a queda da taxa de fecundidade, elevando a renda feminina, e os tabus da adequação a
padrões de beleza vigentes.
c) a alteração do perfil das trabalhadoras que se tornam mais velhas, casadas e mães e a
participação das mulheres no movimento feminista.
d) a classificação do trabalho doméstico contabilizado como atividade econômica e a
continuidade de modelos familiares tradicionais.
e) as diferenças da jornada de trabalho entre os gêneros e a influência da mídia estabelecendo
um padrão de corpo feminino.
9. (Unioeste 2016). No dia 22 de junho de 2015, a Assembleia Legislativa do Paraná colocou
como pauta de discussão o debate sobre a “ideologia de gênero” nas escolas do Paraná. Sabese que o conceito de gênero é fundamental para a compreensão das desigualdades entre
homens e mulheres e coloca em xeque as atribuições relacionais que a sociedade constrói para
homens e mulheres.
Dada a repercussão do tema e a relevância da temática, é CORRETO afirmar sobre questões de
gênero.
a) O debate sobre gênero na educação interessa apenas aos homens e para as pessoas que só
têm atração sexual por pessoas do sexo oposto.
b) Nas concepções sobre gênero, o sexo biológico corresponde a uma identidade cultural que
se mantém inalterada até o final da vida.
c) A identidade de gênero é determinada biologicamente e não pode ser modificada pela
cultura, pelo meio social, pela educação nem por todas as relações sociais que fazem parte da
vida dos indivíduos.
d) A compreensão da temática de gênero perpassa um sistema de relações de poder, baseadas
em um conjunto de papéis, identidade, comportamentos e estereótipos atribuídos a mulheres
e homens.
e) As relações de gênero não estão ligadas a contextos de relações de poder e desigualdade,
ao contrário das relações travadas entre as classes sociais e os grupos étnicos.
10. (UEL 2016). Leia o texto a seguir.
Inevitavelmente, nós consideramos a sociedade um lugar de
conspiração, que engole o irmão que muitas de nós temos razões de respeitar na
vida privada, e impõe em seu lugar um macho monstruoso, de voz tonitruante, de
pulso rude, que, de forma pueril, inscreve no chão signos em giz, místicas linhas de
demarcação, entre as quais os seres humanos ficam fixados, rígidos, separados,
artificiais. Lugares em que, ornado de ouro ou de púrpura, enfeitado de plumas
como um selvagem, ele realiza seus ritos místicos e usufrui dos prazeres suspeitos
do poder e da dominação, enquanto nós, “suas” mulheres, nos vemos fechadas na
casa da família, sem que nos seja dado participar de nenhuma das numerosas
sociedades de que se compõe a sociedade.
(WOOLF, V. Trois Guinées. Paris: Éditions des Femmes, 1997. p.200.
apud Bourdieu, P. A Dominação Masculina. 2.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2002. p.4.)
Em sua obra, Virginia Woolf reflete sobre a condição social das mulheres. Tal condição foi
historicamente abordada com base no pensamento binário, a exemplo da díade
masculino/feminino, também presente na oposição entre ordem e caos, o que pode ser
encontrado em diferentes culturas e no pensamento científico. O binarismo, no entanto, é
uma forma de racionalização da vida social criticada por diferentes correntes teóricas.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre as críticas ao pensamento binário aplicado às
explicações das relações sociais de gênero, considere as afirmativas a seguir.
I. Nesse trecho, Virginia Woolf invoca o paradigma do construtivismo social e entende que os
posicionamentos sociais das mulheres e dos homens são fruto de forças sociais que tendem a
transcender as vontades individuais e a gerar opressões.
II. Para Virginia Woolf, as separações entre o mundo dos homens e o mundo das mulheres são
intransponíveis, havendo correspondência real entre as representações sociais e as práticas
dos sujeitos empreendidas na experiência concreta.
III. As evidências de que diferentes sociedades atribuem posição de domínio ao masculino
fornecem a comprovação de que os valores culturais são determinados pelas diferenças
biológicas entre os sexos, o que se expressa em uma cultura universal.
IV. Pelos exemplos históricos conhecidos, os esquemas binários de representação do
masculino e do feminino produzem hierarquias entre esses dois termos, de modo a reservar
um status superior aos atributos classificados como masculinos.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
11. (FGV 2014). Leia a notícia a seguir.
“Uma equipe de investigadores da Escócia estudou três galináceos ginandromorfos, ou seja,
com características de ambos os sexos. A figura mostra um dos galináceos estudados, batizado
de Sam, cujo lado esquerdo do corpo apresenta a penugem esbranquiçada e os músculos bem
desenvolvidos, como observado em galos. Já no lado direito do corpo, as penas são castanhas
e os músculos mais delgados, como é normal nas galinhas. No caso dos galináceos, a
determinação sexual ocorre pelo sistema ZW”.
Admitindo-se que Sam apresente perfeita diferenciação cromossômica nas células dos lados
direito e esquerdo do corpo, e uma gônada de cada lado, é correto afirmar que a gônada do
lado
a) esquerdo produz espermatozoides, constituídos pelo cromossomo Z, ou pelo cromossomo
W.
b) esquerdo produz óvulos, constituídos apenas pelo cromossomo Z.
c) direito produz espermatozoides, constituídos apenas pelo cromossomo W.
d) direito produz óvulos, constituídos pelo cromossomo Z, ou pelo cromossomo W.
e) direito produz óvulos, constituídos apenas pelo cromossomo W.
12. (Cefet MG 2014). Analise a sequência de maturação celular representada a seguir:
O órgão no qual esse processo ocorre é a (o)
a) próstata.
b) testículo.
c) tuba uterina.
d) canal vaginal.
e) ducto deferente.
13. (UERJ 2013). A pílula anticoncepcional contém os hormônios estrogênio e progesterona,
que agem sobre a hipófise alterando os níveis de liberação dos seguintes hormônios: folículo
estimulante (FSH) e luteinizante (LH). No gráfico abaixo, são mostradas as variações das
concentrações de FSH e de LH durante um ciclo menstrual de 28 dias de uma mulher que não
usa anticoncepcionais.
Considere agora uma mulher que utilize esse método anticoncepcional na prescrição usual:
uma pílula por dia ao longo de 28 dias.
Os valores sanguíneos dos hormônios FSH e LH, durante o ciclo menstrual dessa mulher, estão
apresentados em:
a)
b)
c)
d)
14. (Mackenzie 2013).
A respeito do esquema acima, assinale a alternativa correta.
a) A parede interna do órgão B é descamada durante o período de ovulação.
b) Estrógeno e progesterona são hormônios produzidos em A e agem em C.
c) Se em uma cirurgia o órgão B for removido, a mulher não menstruará mais.
d) A laqueadura é uma cirurgia em que é feita a remoção do canal indicado em D.
e) A produção de gametas e a fecundação são eventos que ocorrem em A.
15. (UFF 2012) Os hormônios atuam em rede na integração de diferentes órgãos e sistemas
fisiológicos de um indivíduo. O estrogênio, por exemplo, além de determinar as características
sexuais também induz o amadurecimento dos órgãos genitais e promove o ímpeto sexual. Esse
hormônio é produzido principalmente pelo (a)
a) hipófise.
b) útero.
c) testículo.
d) próstata.
e) ovário.
16. (UEMA 2016). Um dos fenômenos sociais de destaque nos estudos sociológicos são as
instituições sociais. Conceituadas como “toda forma ou estrutura social estabelecida,
constituída, sedimentada na sociedade e com caráter normativo – ou seja, ela define regras e
exerce formas de controle social”. Por isso, mudanças nas instituições sociais geralmente
envolvem disputas entre conservadores e progressistas.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática,
2008.
A situação que tem gerado disputa ideológica na sociedade brasileira tanto no discurso de
senso comum como nas instâncias de poder, em virtude do processo de mudança na
formatação da instituição social denominada de família, é
a) a comemoração ao divórcio.
b) o casamento religioso entre viúvos.
c) a união estável para os casais idosos.
d) a adoção de crianças por casais do mesmo sexo.
e) a perda da guarda dos filhos por abandono de incapaz.
17. (UFU 2016). A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) liberou nesta quarta-feira (25) o
uso de todos os banheiros da instituição por qualquer pessoa, conforme o gênero com que se
identifica. A iniciativa se deu pela adoção da campanha “Libera meu xixi”, voltada ao combate
da transfobia em espaços públicos. Nos próximos dias, banheiros de todo o campus receberão
uma placa com a frase “Aqui você é livre para usar o banheiro correspondente ao gênero com
que se identifica”.
Disponível em: <http://www.ufjf.br/secom/2015/11/25/libera-meuxixi-ufjf-lanca-campanha-em-prol-do-respeito-a-diversidade/>.
Para se entender as motivações para o desenvolvimento de uma política pública como a
descrita, é necessário saber que:
a) O sexo determina a conduta social dos indivíduos.
b) Não há uma definição biológica para o conceito de sexo.
c) O gênero é uma construção social.
d) As diferenças de gênero são definidas geneticamente.
18. (UNISC 2016). Carole Vance no texto Antropologia (Re)descobre a Sexualidade afirma que
as abordagens construtivistas: [...] partilham a necessidade de problematizar os termos e o
campo de estudos — no mínimo, todas as abordagens adotam a visão de que atos sexuais
fisicamente idênticos podem ter importância social e significado subjetivo variáveis,
dependendo de como são definidos e compreendidos em diferentes culturas e períodos
históricos. Assim como um ato sexual não traz em si um significado social universal, a relação
entre atos sexuais e significados sexuais também não é fixa, o que torna sua transposição a
partir da época e do local do observador um grande risco. Na verdade, as culturas geram
categorias, esquemas e rótulos diferentes para estruturar as experiências sexuais e afetivas.
Essas construções não só influenciam a subjetividade e o comportamento individual, mas
também organizam e dão significado à experiência sexual coletiva através, por exemplo, do
impacto das identidades, definições, ideologias e regulações sexuais.
VANCE, Carole. A Antropologia (Re)descobre a Sexualidade. Revista
Physis, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, 1995, p. 7-32.
Com base no trecho leia as afirmativas a seguir:
I. As definições de sexualidade são extensivas a toda a história e a todas as culturas porque os
significados atribuídos à sexualidade são fixos e universais.
II. A existência de atos sexuais idênticos indica que o peso da cultura na influência dos
comportamentos e das subjetividades é limitado porque há algo inato que condiciona a
organização da expressão da sexualidade.
III. Os significados sobre a sexualidade variam em contextos históricos e culturais, pois os
grupos sociais produzem categorias, esquemas e rótulos diferentes para estruturar as
experiências sexuais e afetivas.
19.Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa III está correta.
b) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
c) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
d) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
Gabarito
1- C
2-C
3- C
4- D
5- E
6-C
7-C
8-A
9-D
10-B
11 –D
12 - B
13 - C
14 - B
15 - E
16- D
17- C
18- A
19- A
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