LASERTERAPIA NA SÍNDROME DO IMPACTO SUBACROMIAL LOW POWER LASER THERAPY IN IMPIMGMENT SYNDROME * ** * ** Ralph Fernado Rosas Marcos Balsini Prates Professor do Curso de Fisioterapia _UNISUL Acadêmico do Curso de Fisioterapia _UNISUL Contato: Email: [email protected] ou [email protected] Telefone: 8801 5089 RESUMO A dor no ombro é uma freqüente queixa encontrada em hospitais e clínicas fisioterapêuticas. Uma das principais patologias que causam esta sintomatologia é a Síndrome do Impacto Subacromial. Esta patologia possui etiologia multifatorial e pode atingir pessoas de todas as faixas etárias, etnias e sexo. O presente trabalho propôs a utilização da terapia laser de baixa potência no tratamento conservador desta moléstia. A terapia laser proporcionaria um processo mais rápido e eficaz de regeneração dos tendões acometidos. O experimento foi realizado em pacientes mulheres com média de idade de 52,5 anos, com diagnóstico médico de síndrome do impacto subacromial. As pacientes foram divididas em dois grupos, um recebeu tratamento proposto por Lech, Valenzuela e Severo (2000) e ao outro grupo foi acrescentado terapia laser de baixa potência. Ao final de dez sessões de tratamento foram comparados os dados com relação a dor, dificuldade de realizar AVD’s, presença de dor que comprometia o sono, força muscular e amplitude de movimento. A análise estatística foi realizada através do teste de Wilcoxon com significância de 10% e não demonstrou diferença da resposta ao tratamento entre os dois grupos. Considerou-se que a laserterapia não influenciou significativamente a intervenção fisioterapêutica na síndrome do impacto, nesta amostra. ABSTRACT The shoulder pain is a frequent complains at most hospitals and physiotherapy clinics. The most common disease that reflects this symptomatology is known as Impingment Syndrome (SIS). This disease has a multifactorial etiology and can affect people of all ages, race and sex. The current study proposed the use of a Low Power Laser Therapy (LPLT) for the conservative (external use only) treatment of the disease. The laser therapy would provide a faster and more efficient regeneration process of the injured tendons. The study was performed on 10 female patients of 52.5 age average, divided in two groups of five, diagnosed with SIS disease. The first group was subjected to the treatment proposed by Lech, Valenzuela and Severo (2000) and LPLT was added on the treatment of the second group. At the end of ten sessions of treatment, collected data related was used to compare functional activity, night pain, muscle strength, general pain and rate of motion. The statistical analysis of the results was developed using the Wilcoxon Test with α=10% and it did not present differences on the treatment’s response between the two groups. In this study, the LPLT did not significatively affect the physiotherapy treatment of the SIS. INTRODUÇÃO Uma das patologias mais comuns na prática diária de um fisioterapeuta é a síndrome do impacto subacromial. Esta síndrome está relacionada a lesões no manguito rotador e produz um quadro clínico de dor no ombro e diminuição dos movimentos dessa articulação. Sabe-se que as lesões no manguito rotador podem acometer pacientes em todas as faixas etárias, sem predileção por sexo ou raça. A degeneração, dentre as outras causas desta patologia, parece ser o denominador comum destas lesões pois as roturas do manguito rotador são vistas quase que somente em pacientes de meia idade e idosos, sendo que estes já possuem fisiologicamente uma diminuição na eficácia do processo cicatricial. O tratamento desta moléstia é preferencialmente conservador e a terapia laser de baixa potência pode incrementar a proposta terapêutica. A implementação da laserterapia no tratamento conservador da síndrome do impacto subacromial teria seu foco de ação sobre o processo degenerativo. A capacidade de regeneração afetada nos pacientes acometidos por esta síndrome seria compensada pela ação reparadora do laser de baixa potência. A terapia laser de baixa potência pode ser considerada a melhor ferramenta, dentro dos recursos físicos existentes, no que se refere à estimulação do processo cicatricial (VEÇOSO, 1993). Com base nos achados literários faz-se importante a realização desta pesquisa para o aprofundamento do conhecimento sobre este recurso eletroterapêutico e sua ação nesta síndrome tão comum em nosso meio. Realizado tratamento controle em dois grupos de pacientes acometidos pela síndrome do impacto subacromial, ocorrerá uma resposta diferente ao tratamento no quadro clínico do paciente se for inserido em um dos grupos a laserterapia de baixa potência? MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa foi caracterizada como uma pesquisa experimental, composta por um grupo controle positivo e um grupo experimental. Os grupos realizaram pré- teste e pós-teste, suas medidas foram comparadas estatisticamente e foram extraídas as conclusões. O objetivo desta pesquisa foi analisar a eficácia da laserterapia de baixa potência no tratamento da síndrome do impacto subacromial. Foram comparadas as evoluções do quadro clínico dos pacientes controles em relação aos pacientes experimentais nos seguintes tópicos: amplitude de movimento, severidade da dor, presença de dor que comprometa o sono, força muscular e realização das atividades da vida diária (AVD’s). A população desta pesquisa foi composta por mulheres com patologias do ombro que estavam na lista de espera da Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul no período de março a novembro do ano de 2004. Para serem incluídas na amostra as mulheres precisaram possuir as seguintes características: idade entre 40 e 60 anos, não possuir patologia associada relevante para a pesquisa, não ser tabagista, ser sedentária e assinar o termo de consentimento espontaneamente. O sorteio do tratamento foi realizado somente com a primeira paciente, o tratamento sorteado (controle) foi realizado nas pacientes de número impar (ordem de chegada) e o experimental nas de número par. Ao ser incluída na amostra, a paciente sujeitou-se a uma avaliação fisioterapêutica padrão. O sintoma de dor foi quantificado pela escala adaptada de McGill de 10 cm (anexo B) a qual é composta por um traço horizontal de dez centímetros propriamente ditos sendo que o centímetro zero indica ausência de dor e o centímetro dez a pior dor possível, a paciente marcou com um traço vertical o local em que estava a sua dor no momento da avaliação. Foi realizada na paciente a verificação da amplitude de movimento do ombro durante os movimentos de flexão, extensão, abdução, rotação interna e rotação externa, utilizando para mensuração da amplitude o goniômetro e seguindo o protocolo proposto por Knudson e Morrison (2001). De acordo com Gross, Fetto e Rosen (2000) foram realizados os teste especiais para o manguito rotador os testes são: Teste de Hawkins, Teste de Yocum, Teste de Apley e o Teste Palm-up. A força muscular foi testada de acordo com Kendall, McCreary e Provance (1995) para todos os músculos do manguito rotador e para o bíceps braquial. A paciente utilizou a escala adaptada de McGill modificada de 10 cm para AVD’s, na qual o centímetro zero significa sem dificuldade e o dez dificuldade total (anexo D) para quantificar a dificuldade da realização das atividades da vida diária, foi bem frisado para a paciente que a escala não era para demonstrar a dor durante as atividades mas sim a dificuldade geral que ela possui para realizá-las. Após a avaliação a paciente foi submetida a 10 sessões de fisioterapia e mais uma sessão para a reavaliação. Todas as sessões foram realizadas nas dependências da Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul Tubarão - SC. O tratamento controle seguiu uma adaptação do modelo de Lech, Valenzuela Neto e Severo (2000) e se constituiu de terapia miofascial específica com a paciente em decúbito ventral, ultrasom contínuo com freqüência de 1,0 Mhz e dosagem de 1,5 w/cm² por cinco minutos na região subacromial com a paciente sentada em uma cadeira, exercícios de alongamento em rotação externa em plano de escápula e em adução horizontal a 30 graus de flexão, exercícios de fortalecimento para os músculos do manguito rotador (RE e RI), exercícios de fortalecimento para o complexo do ombro com movimento de abdução a 45° do plano frontal utilizando os dois membros superiores e crioterapia. O tratamento experimental foi constituído pelos mesmos procedimentos citados acima somados a radiação laser arsenieto de gálio na região da tuberosidade maior do úmero, tuberosidade menor do úmero e sulco biciptal com o tempo calculado automaticamente pelo aparelho e intensidade de 6 J/cm² de acordo com Veçoso (1993), a paciente estava sentada. Decorridas as dez sessões de tratamento a paciente foi submetida à reavaliação, a qual foi composta por todos os dados citados na avaliação e pela inclusão do protocolo de avaliação de resultados de Guimarães (1995) (anexo C). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados que serão analisados neste capítulo foram colhidos, pelo autor, de uma amostra composta de dez pacientes mulheres, com média de idade de 52,5 anos (± 6,9 anos) sendo a mínima 41 anos e a máxima 64 anos; diagnóstico médico de síndrome do impacto subacromial; não fumantes; sedentárias; sem patologias associadas que poderiam influir nos resultados da pesquisa e que faziam uso de anti-inflamatório não esteróides por via oral. A dor foi mensurada através da Escala Analógica Visual de McGill modificada de 10 cm. O grupo controle apresentou uma média de melhora em relação à dor de 37,2% já no grupo experimental esta média foi de 43,4%. As tabelas 1 e 2 mostram os valores individuais encontrados no grupo controle e experimental respectivamente. Tabela 1- Resultados individuais da Escala de McGill modificada de 10cm, em centímetros (grupo controle). ANTES DEPOIS Paciente 1............................... 7,1 5,8 Paciente 2............................... 8,6 2,2 Paciente 3............................... 8,5 4,7 Paciente 4............................... 6,4 2,0 Paciente 5............................... 2,7 0 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. Tabela 2 – Resultados individuais da Escala de McGill modificada de 10cm, em centímetros (grupo experimental). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 5,5 1,8 Paciente 2................................ 4,0 0,7 Paciente 3................................ 8,5 0,3 Paciente 4................................ 4,1 0,6 Paciente 5................................ 5,0 2,0 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. Convém ressaltar que os pacientes dos dois grupos apresentaram melhora em relação à dor. Entretanto, na análise estatística pelo Teste de Wilcoxon para amostras independentes, com uma significância de 10%, obteve-se a aceitação da hipótese nula, significando que não houve diferença estatística antes e depois do tratamento fisioterapêutico entre os grupos. Portanto, para esta amostra, não há indício que a implementação da laserterapia foi efetiva. A dor no ombro é a terceira maior causa de procura ao clínico perdendo somente para a dor lombar e a dor cervical (BROADHURST, 2004). Os trabalhos citados a seguir procuram relacionar a terapia laser de baixa potência com o alívio da dor, causada por distúrbios articulares e desordens de tecidos moles. Um estudo realizado por Giordano e Giordano (2000) utilizou a terapia laser de baixa potência (AS-GA) associada a termoterapia profunda (OC) e corrente analgésica (TENS) em 21 pacientes com síndrome do impacto e observou persistência da dor de moderada a grave, que inicialmente atingia 100% dos pacientes, em apenas 14,3% da amostra. Outro estudo, retrospectivo, foi realizado na Itália por Tricca e Gambini (1997) utilizando a laserterapia na síndrome do impacto em 68 pacientes divididos em grupo controle e placebo, detectou uma melhora significativa da sensação dolorosa referida pelo paciente (escala visualanáloga) quando comparado o grupo controle com o placebo. O alívio da dor, através da laserterapia, foi relatado em diversas outras patologias como lombalgias (BASFORD; SHEFFIELD; HARMSEN, 1999), epicondilites (TROMBOJACA et al, 1998; VASSELIEN et al, 2000) e disfunção temporomandibular (SERAFIM, TEODOROSKI, 2003). Dois estudos realizados com grandes amostras (n = 372 e n = 243) de diversas patologias de origem traumática e reumatológica mostraram eficiente redução da dor e até mesmo desaparecimento da mesma com a implementação da laserterapia (TAM, 1994; SIMUNOVIC, 1996). Outro estudo de meta-análise realizado por Chukuka et al (2004) concluiu que a laserterapia é uma ferramenta de alto efeito terapêutico para o alívio da dor. Entretanto alguns estudos relatam que a utilização da laserterapia não é eficiente no alívio da dor. Em um estudo realizado na Dinamarca por Krasheninnikoff et al (1993) em 36 pacientes com epicondilite lateral, divididos em grupo laser e placebo, não foi encontrada diferença significativa para o alívio da dor entre os dois grupos. Cabe aos pesquisadores realizar um maior número de experimentos e que estes tenham uma melhor qualidade científica para esta dúvida sobre a terapia laser ser elucidada. Pacientes acometidos pela síndrome do impacto provavelmente têm um grau de dificuldade nas realizações das atividades diárias. Atividades da vida diária são as tarefas de desempenho ocupacional que o indivíduo realiza diariamente. Não se resume somente aos autocuidados de vestir-se, alimentar-se, arrumar-se, tomar banho e pentear-se, mas engloba também as habilidades de virar-se na cama, sentar-se, mover-se e transferir-se de um lugar à outro (PFEIFER, 2003). Neste estudo a dificuldade na realização das atividades diárias foi mensurada através da Escala de McGill adaptada de 10 cm para AVD’s. A média de melhora em relação a realização das AVD’s foi de 47,4% no grupo controle e de 42,8% no grupo experimental. As Tabelas 3 e 4 mostram os dados individuais do grupo controle e experimental respectivamente. Tabela 3 – Dados individuais da Escala de McGill modificada de 10cm para AVD’s, em centímetros (grupo controle). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 8,9 4,4 Paciente 2................................ 10 1,6 Paciente 3................................ 5,4 6,1 Paciente 4................................ 7,5 1,0 Paciente 5................................ 5,5 0,5 Tabela 4 – Dados individuais da Escala de McGill modificada de 10cm para AVD’s, em centímetros (grupo experimental). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 7,6 1,9 Paciente 2................................ 3,5 1,7 Paciente 3................................ 9,6 1,3 Paciente 4................................ 4,3 1,7 Paciente 5................................ 5,2 2,2 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. A análise estatística realizada pelo Teste de Wilcoxon, com significância de 10% não indicou que a inclusão do laser no protocolo adaptado apresentou maior efetividade terapêutica, em relação à dificuldade na realização das atividades diárias. A amplitude de movimento articular está intimamente ligada à realização das atividades diárias, ou seja, para ter eficiência durante estas atividades é imprescindível a manutenção do movimento articular. A mensuração da amplitude de movimento foi realizada através da goniometria para os movimentos de abdução, flexão, extensão, rotação interna e rotação externa. Observou-se melhora na goniometria de todos os movimentos e em todos os pacientes. O grupo controle e experimental, no dia da avaliação, apresentavam perda de 57,8% e 46% do movimento de abdução, respectivamente, segundo Knudson e Morrison (2001). Após o tratamento esta perda mostrava-se em 39,9% no grupo controle e 30,5% no grupo experimental. As Tabelas 5 e 6 exibem os dados individuais de cada grupo. Tabela 5 – Medidas individuais do movimento de abdução em graus (grupo controle). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 65 105 Paciente 2................................ 60 90 Paciente 3................................ 100 110 Paciente 4................................ 70 100 Paciente 5................................ 90 135 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. Tabela 6 – Medidas individuais do movimento de abdução em graus (grupo experimental). ANTES DEPOIS Paciente 1 ............................... 80 110 Paciente 2................................ 80 115 Paciente 3................................ 75 140 Paciente 4................................ 160 160 Paciente 5................................ 90 100 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. No movimento de flexão o grupo controle e experimental apresentavam perda de 49,9% e 47,1% da amplitude respectivamente, segundo Knudson e Morrison (2001). Após o tratamento esta perda estava em 36% no grupo controle e 24,4% no grupo experimental. As Tabelas 7 e 8 mostram os valores individuais de cada grupo. Tabela 7 – Medidas individuais do movimento de flexão em graus (grupo controle). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 75 110 Paciente 2................................ 80 95 Paciente 3................................ 90 100 Paciente 4................................ 90 140 Paciente 5................................ 115 130 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. Tabela 8 – Medidas individuais do movimento de flexão em graus (grupo experimental). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 100 135 Paciente 2................................ 80 140 Paciente 3................................ 60 140 Paciente 4................................ 160 160 Paciente 5................................ 75 105 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. No movimento de extensão o grupo controle e experimental apresentam inicialmente perda de 24,4% e 17,5% respectivamente, segundo Knudson e Morrison (2001). Após o tratamento esta perda passou a ser de 0% no grupo controle e 2,5% no grupo experimental. As tabelas 9 e 10 mostram os dados individuais de cada grupo. Tabela 9 – Medidas individuais do movimento de extensão em graus (grupo controle). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 30 40 Paciente 2................................ 25 40 Paciente 3................................ 40 40 Paciente 4................................ 40 40 Paciente 5................................ 35 40 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. Tabela 10 – Medidas individuais do movimento de extensão em graus (grupo experimental). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 40 40 Paciente 2................................ 30 40 Paciente 3................................ 20 35 Paciente 4................................ 40 40 Paciente 5................................ 35 40 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. O movimento de rotação interna apresentava-se inicialmente com perda de 53,7% no grupo controle e 54,9% no grupo experimental, segundo Knudson e Morrison (2001), após tratamento estas medidas eram de 22,5% no controle e 25% no experimental. As Tabelas 11 e 12 mostram valores individuais de cada grupo. Tabela 11 – Medidas individuais do movimento de R.I. em graus (grupo controle). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 30 50 Paciente 2................................ 25 40 Paciente 3................................ 30 80 Paciente 4................................ 70 80 Paciente 5................................ 30 60 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. Tabela 12 – Medidas individuais do movimento de R.I. em graus (grupo experimental). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 10 60 Paciente 2................................ 25 40 Paciente 3................................ 40 70 Paciente 4................................ 70 70 Paciente 5................................ 35 60 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. O movimento de rotação externa apresentava perda de 37,7% no grupo controle e 31% no grupo experimental, segundo Knudson e Morrison (2001) e após tratamento estas medidas foram 11% no grupo controle e 8,8% no grupo experimental. As tabelas 13 e 14 mostram os dados individuais de cada grupo. Tabela 13 – Medidas individuais do movimento de R.E. em graus (grupo controle). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 60 80 Paciente 2................................ 50 55 Paciente 3................................ 40 85 Paciente 4................................ 60 90 Paciente 5................................ 70 90 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. Tabela 14 – Medidas individuais do movimento de R.E. em graus (grupo experimental). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 30 70 Paciente 2................................ 80 90 Paciente 3................................ 60 80 Paciente 4................................ 90 90 Paciente 5................................ 50 80 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. Não foi possível avaliar estatisticamente os dados da goniometria com o Teste de Wilcoxon, pois em um indivíduo não houve variação entre o antes e o depois, conforme Triola (1999). Alguns trabalhos mostram a eficiência da laserterapia na melhora da amplitude de movimento articular e facilitação nas realizações das atividades funcionais. Giordano e Giordano (2000) utilizaram a terapia laser de baixa potência (AS-GA) associada a termoterapia profunda (OC) e corrente analgésica (TENS) em 21 pacientes com síndrome do impacto e observou uma melhora significativa no arco de movimento, principalmente na abdução, que apresentava uma perda média de 51,6° antes do tratamento, passando, após, a uma perda média de 7,6°. Serafim e Teodoroski (2003) utilizaram o laser AS-GA no tratamento da disfunção temporomandibular (n=3) e observaram melhora da amplitude e maior facilidade na mastigação. Trombojaca et al (1998) utilizaram a laserterapia no tratamento de epicondilites medial e lateral (n=324) e observaram uma melhora da atividade funcional em 82% dos casos agudos e 66% dos casos crônicos. O grau de força muscular foi avaliado através de testes manuais e os músculos avaliados foram: supra-espinhal, infra-espinhal e redondo menor, subescapular e bíceps braquial. Houve ganho de força muscular na maioria dos indivíduos. As tabelas 15 a 24 mostram as variações individuais de cada grupo em resposta ao tratamento. Tabela 15 – Força muscular do supra-espinhal (grupo controle). ANTES Paciente 1................................ 3 Paciente 2................................ 3 Paciente 3 ............................... 4 Paciente 4................................ 4 Paciente 5................................ 4 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. Tabela 16 – Força muscular do supra-espinhal (grupo experimental). ANTES Paciente 1................................ 3 Paciente 2................................ 3 Paciente 3................................ 3 Paciente 4................................ 5 Paciente 5................................ 3 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. DEPOIS 4 4 5 5 5 DEPOIS 5 5 4 5 4 Tabela 17 – Força do músculo subescapular (grupo controle). ANTES Paciente 1................................ 3 Paciente 2................................ 3 Paciente 3................................ 4 Paciente 4................................ 4 Paciente 5................................ 3 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. DEPOIS 4 4 5 5 5 Tabela 18 – Força do músculo subescapular (grupo experimental). ANTES Paciente 1................................ 3 Paciente 2................................ 3 Paciente 3................................ 4 Paciente 4................................ 5 Paciente 5................................ 3 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. DEPOIS 5 5 5 5 4 Tabela 19 – Força dos músculos infra-espinhal e redondo menor (grupo controle). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 3 4 Paciente 2 ............................... 3 4 Paciente 3................................ 4 5 Paciente 4................................ 4 5 Paciente 5 ............................... 4 5 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. Tabela 20 – Força dos músculos infra-espinhal e redondo menor (grupo experimental). ANTES DEPOIS Paciente 1................................ 3 5 Paciente 2................................ 3 5 Paciente 3................................ 4 5 Paciente 4................................ 5 5 Paciente 5................................ 3 5 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. Tabela 21 – Força muscular do bíceps braquial (grupo controle). ANTES Paciente 1 ............................... 4 Paciente 2................................ 5 Paciente 3................................ 4 Paciente 4................................ 5 Paciente 5................................ 5 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. DEPOIS 5 5 5 5 5 Tabela 22 - Força muscular do bíceps braquial (grupo experimental). ANTES Paciente 1................................ 3 Paciente 2................................ 3 Paciente 3 ............................... 5 Paciente 4................................ 5 Paciente 5................................ 4 FONTE: dados colhidos pelo autor, 2004. DEPOIS 5 5 5 5 5 Não foi possível avaliar o grau de força muscular com o Teste de Wilcoxon, pois em um indivíduo não houve variação entre o antes e o depois, conforme Triola (1999). A força muscular não foi encontrada como parâmetro de comparação e verificação da eficácia da terapia laser de baixa potência. A dor noturna estava presente em 100% dos pacientes dos dois grupos, após o tratamento a presença desta dor foi de 40% (2 pacientes) no grupo controle e 0% no grupo experimental. A dor que compromete o sono não é relatada em muitos estudos, porém Giordano e Giordano (2000) já citados anteriormente observaram que o comprometimento do sono, presente em 67,6% dos pacientes antes do tratamento, manteve-se em 33,3% dos pacientes. A classificação dos resultados foi feita utilizando o Protocolo de Avaliação de Resultados de Guimarães (1995) (anexo C) e foi a seguinte: no grupo controle 2 pacientes (40%) obtiveram resultado regular e 3 pacientes (60%) resultado bom; no grupo experimental 4 pacientes (80%) apresentaram resultado bom e 1 paciente (20%) apresentou resultado regular. Muitos estudos histológicos são publicados a fim de comprovar os reais efeitos da laserterapia e seu potencial terapêutico no tratamento de diversas patologias. Os estudos em sua maioria in vivo (animais e humanos), corroboram a tese de que o laser de baixa intensidade age sobre a síntese e remodelação do colágeno, número de fibroblastos, vasodilatação, sistema linfático, efeito antibacteriano e imunológico (RIGAU apud MAZZER et al, 2003). Um estudo realizado por Tillander et al em 2001 teve o objetivo de investigar alterações histológica no tendão do supra-espinhal de ratos quando os mesmos eram induzidos a uma bursite subacromial através de uma injeção de carrageenan, foi encontrado nos tendões infiltração de macrófagos, desarranjo das fibras de colágeno e metaplasia fibrocartilaginosa e ,em alguns casos, metaplasia óssea. De acordo com estes achados histológicos a laserterapia mostra-se uma ferramenta de utilização favorável no tratamento da síndrome do impacto subacromial. CONCLUSÃO Através deste trabalho procurou-se analisar a eficácia da laserterapia de baixa potência no tratamento da síndrome do impacto subacromial. O tratamento foi realizado acrescentando ao grupo experimental o laser de arsenieto de gálio. Após a análise e discussão dos dados foi possível observar que não houve diferença estatística entre os dois grupos de tratamento, apesar de ter sido observado melhora no quadro clínico dos pacientes no tocante à dor, dificuldade na realização das AVD’s, goniometria, força muscular e dor noturna, nesta amostra. REFERÊNCIAS BASFORD, J. et al. Laser therapy: a randomized, controlled trial of the effects of low-intensity nd: yag laser irradiation on musculoskeletal back pain. Arch. Phys. Med. Rehabil., v. 80, n. 6, p. 647652, 1999. BAXTER, D. Laserterapia de baixa intensidade. In:___. KITHEN, S.; AZIN,S. Eletroterapia de Clayton. São Paulo: Manole, 1996. cap. 13, p. 191-210. BIENFAIT, M. As bases da fisiologia da terapia manual. São Paulo: Summus, 2000. BROADHURST, N. et al. How do Australian manage gps manage shoulder dysfunction. Australian family physician, v. 33, n. 9, 2004. CHAITOW, L. 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