pensamentos e sentimentos de mulheres que

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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Graduação em Psicologia
Isabella Nunes Monteiro
Karla Regyna Mangilli
PENSAMENTOS E SENTIMENTOS DE MULHERES
QUE PASSAM PELA MASTECTOMIA RADICAL.
LINS – SP
2015
ISABELLA NUNES MONTEIRO
KALA REGINA MANGILI
PENSAMENTOS E SENTIMENTOS DE MULHERES QUE
PASSAM PELA MASTECTOMIA RADICAL.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Formação de
Psicólogo, sob a orientação do Profº
Oscar Xavier de Aguiar e orientação
técnica da Profª Ma. Jovira Maria
Sarraceni.
LINS – SP
2015
Mangilli, Karla Regyna; Monteiro, Isabella Nunes
M243p
O pensamento e o sentimento de mulheres que passam pela mastectomia
radical / Karla Regyna Mangilli; Isabella Nunes Monteiro . - - Lins, 2015
79p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium –
UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia, 2015.
Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Oscar Xavier Aguiar
1. Mastectomia. 2. Cognitivo - Comportamental. 3. Câncer de mama. I Título.
CDU 159.9
Lista de Quadros
QUADRO 1: Associações de combate ao câncer.............................................39
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................13
CAPÍTULO I - IDEAL DE BELEZA ATRAVEZ DOS TEMPOS........................16
1
Pré-história..............................................................................................16
1.1
Mitologia Greco Romana e Egípcia.........................................................17
1.2
Idade Média.............................................................................................18
1.3
Renascimento..........................................................................................19
1.4
A construção de Beleza na Atualidade....................................................19
2
BELEZA NO CINEMA.............................................................................21
3
PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS............................................................24
4
BELEZA NO TRABALHO.......................................................................25
CAPÍTULO II - AS INTERFACES DO CÂNCER DE MAMA............................27
1
O CÂNCER, SUA HISTÓRIA, SEUS SIGNIFICADOS E
INTERPRETAÇÕES.........................................................................................27
2
CÂNCER DE MAMA.............................................................................30
2.1
Aspectos do cancêr de mama...............................................................31
3
TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA.............................................31
4
REPERCUSSÕES PSICOLOGICAS DO CÂNCER DE MAMA...........34
5
ASPECTOS GERAIS DA MUTILAÇÃO E MUTILAÇÃO DA MAM....35
6
FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA..........................35
7
CÂNCER DE MAMA E MORTE............................................................36
8
A MULHER MASTECTOMIZADA E A IMAGEM CORPORAL............38
9
ASSOCIAÇÕES DE COMBATE AO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
PAULO.............................................................................................................39
CAPÍTULO III – A PESQUISA.........................................................................45
1
INTRODUÇÃO......................................................................................45
1.1
Antecedentes cientificos e dados que justifiquem a pesquisa...............45
1.2
Descrição detalhada e ordenada do projeto de pesquisa......................46
2
RESULTADOS E ANÁLISES DAS RESPOSTAS................................47
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................54
CONCLUSÃO....................................................................................................55
REFERÊNCIAS.................................................................................................57
APÊNDICES......................................................................................................64
ANEXOS......................................................................................................................74
Cada um e todos são solicitados a construir seu corpo, conservar a forma, a beleza, a
fim de aniquilar os sinais de envelhecimento ou fragilidade, a ostentar a identidade do
individuo, seja pelos sinais de beleza, seja pelos sinais de feiúra.
Paiva , 2007
Dedicamos esse trabalho a todas as mulheres da Rede de Combate ao Câncer de
Promissão-SP, que nos emprestaram um pouco de suas experiências, onde foi
possível a realização do nosso trabalho.
Dedicamos ao nosso orientador, aos nossos pais.
Dedicamos à família que nos apoiou.
Isabella e Karla
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus pela sabedoria e oportunidade por
concluir este curso tão esperado! Por escutar minhas orações e me tornar uma
pessoa mais próxima de ti. Pois só o Senhor sabe das minhas angústias e medos
e em ti confio minha vida!
Agradeço a minha mãe pela paciência, pelo amor, incentivo, orações e
confiança, sendo amiga, conselheira, carinhosa e agüentar as dúvidas e
ansiedades, sendo pressionada por respostas imediatas.
Ao meu pai pela oportunidade de fazer a faculdade e pela confiança
depositada em mim.
Ao meu irmão pelas palavras amigas.
Agradeço a minhas filhas por serem companheiras e não me julgar pela
minha ausência, meu amor, meu companheiro e amigo por fazer parte da
minha vida.
A minha companheira de TCC pelo companheirismo, amizade, paciência
e confiança para que conseguíssemos chegar até o final!
AO Orientador Oscar Xavier de Aguiar pela ajuda e paciência em nos
orientar e aguentar nossas dúvidas e questionamentos.
A professora Jovira por nos ensinar e nos orientar no desenvolvimento
técnico do TCC.
Com amor
Isabella Nunes Monteiro
Agradecimentos
A Deus, que nos criou e foi criativo nesta tarefa. Seu fôlego de vida em
mіm me foi sustento е me deu coragem para questionar realidades е propor
sempre um novo mundo de possibilidades.
À minha família, por sua capacidade de acreditar e investir em mim.
Mãe, seu cuidado e dedicação foi que deram, em alguns momentos, а esperança
para seguir.
Agradeço ao mundo por mudar as coisas, por nunca fazê-las serem da
mesma forma, pois assim não teríamos о que pesquisar, o que descobrir е o que
fazer, pois através disto consegui concluir а minha monografia.
Meu amor, pessoa com quem amo partilhar а vida. Com você tenho me
sentido mais viva de verdade. Obrigado pelo carinho, а paciência е por sua
capacidade de me trazer paz na correria de cada semestre.
Agradeço minha parceira de TCC, pois sem a paciência, e as renuncias que
tivemos que fazer durante todo o processo de elaboração do trabalho, não
conseguiríamos concluir com êxito essa pesquisa tão satisfatória para nós, como
futuras profissionais e mulheres.
Agradeço meu professor e orientador, Oscar Xavier, pela paciência e carinho
que teve conosco. Agradeço também a orientadora Jovira Sarraceni pelo
aprendizado.
Com amor.
Karla Regyna Mangilli
RESUMO
O trabalho consiste primeiramente em uma revisão bibliográfica sobre a
beleza da mulher através dos tempos desde a pré-história passando pela
beleza no cinema até na atualidade, e informações teóricas sobre o câncer e
forma geral do câncer de mama, mastectomia e o tratamento. Posteriormente,
apresenta-se uma pesquisa cujo objetivo foi identificar os pensamentos e os
sentimentos de mulheres que passaram pelo câncer de mama e
conseqüentemente fizeram a mastectomia radical. A realização dessa pesquisa
ocorreu no segundo semestre de 2015, com 3 mulheres de 68 á 80 anos, o
local da pesquisa foi na rede do câncer da cidade de Promissão. A metodologia
consiste em um questionário com 14 questões sobre os sentimentos e
pensamentos das mulheres que passaram pela mastectomia radical. Os
resultados obtidos evidenciam que as mulheres, sentem medo da morte e de
sua aparência física, a doença causa muito sofrimento tanto para si quanto
para família, que as rotinas diárias mudam para algumas mulheres por conta
da mastectomia, e para outras passar pelo câncer não muda em nada sua
rotina. O medo da morte é o sentimento mais evidenciado nessa pesquisa, e
que falar de si mesmo é a parte mais difícil para essas mulheres. Percebeu-se
que as mulheres que fizeram a mastectomia há mais tempo sentiram mais
medo da doença, a que fez a cirurgia a pouco tempo não expressou medo
algum, notou-se também que as que tem filhos sentem mais medo da morte,
do que a que não tem. Os pensamentos que deram origem e esses
sentimentos estavam associados a reaparecimento da doença durante o
tratamento ocasionando também sentimentos ambivalentes de vida e morte. O
que torna a terapia comportamental cognitiva adequada ao atendimento
psicoterápico destes pacientes.
Palavras-chaves: Mastectomia, Cognitivo – Comportamental, Câncer de
mama
ABSTRACT
This study aimed to analyze a literature review on women’s beauty through the
ages, since beauty on movies to postmodern, and theoretical information about breast
cancer, mastectomy, and its treatment, and further presents a research to identify
thoughts and feelings of women with breast cancer and also had to go through
mastectomy. It occurred on the 2nd semester of 2015, with 3 women between 68 to 80
years old, and the research’s local was at Cancer Network in Promissão city. The
method consists in an interview with 14 questions about thoughts and feelings of
women who were treated with radical mastectomy. The results indicated that women
are afraid of death and about their physical appearance, showing that themselves and
their family suffers with the disease, because their daily routine changes. Fear of death
is the most evident feeling in this research, and talk about theirselves is the hardest
part for these women. We were able to realize that women who were longer treated
with mastectomy were afraid of the disease; the one who had to make a surgery in a
short time ago didn’t express fear. It was also possible to see that women who have
children is more afraid of death than that ones who don’t. The original thoughts and
feelings were associated to illness recurrence during a treatment, which causes
ambivalent feelings of life and death. It makes cognitive-behavioral therapy
appropriated in a psychotherapeutic treatment to these patients .
Keywords: Mastectomy. Cognitive-Behavioral. Breast Cancer.
INTRODUÇÃO
Na pré-história as mulheres corpulentas de seios fartos e ancas grandes
eram as preferidas pelos homens. (SANTOS, 2011)
Na Grécia o corpo nu, objeto de admiração e representação de saúde,
corpo saudável, bem proporcionado, admirado pela capacidade de fertilidade.
Durante a idade média por influencia da igreja o corpo ficou protegido e
escondido sob pesada vestimenta. Tal conduta foi rompida durante o
renascimento, através de maquiagem, roupas luxuosas e decotadas. (ESTER,
2010).
Ao longo dos últimos séculos a preocupação com o corpo perfeito vem
sendo atribuída às mulheres e que é na lógica do senso comum apresentar
elevada preocupação com a aparência, é “coisa de mulher”. Os cuidados com
a aparência de fato uma grande preocupação feminina, torna-se um processo
externo a elas. Na forma de expectativas sociais criados em torno da definição
do que é ser mulher, como interno na forma de uma demanda íntima emanada
pelos selves particulares. (CAMPOS, 2009)
Durante anos de 30 e 40, a moral continuava rígida, porém misturandose com hipóteses novas vindas de observação da vida moderna nas grandes
cidades cada vez mais industrializadas. Fatores que podem predispor ao
câncer começam a ser destacados como a ingestão de alimentos com produtos
químicos, fumo, excesso de trabalho, aumento das preocupações, estresse,
medicamentos, radiação solar. (INCA, 2015)
A noção moral do câncer como castigo e reparação do pecado, foi
substituída gradativamente pela noção de que a doença expressa o caráter do
paciente. Antes a doença era vista como conseqüência de condutas erradas de
vida, comportamentos e emoções desmedidos, agora estaria relacionada
justamente com a contenção do desejo e das emoções. O câncer tenderá
expressar duas vergonhas, ser anti-higiênico e maculado por experiências
julgadas viciosas, e a de ser considerado recalcado, frustrado, incapaz de
aceitar e expressar seus desejos. (TAVARES, TRAD, 2005)
Significados e interpretações acerca do câncer assim como as situações
em que estão associadas interferem no processo de enfrentamento, adaptação
e tratamento do câncer. (SILVA, 2008)
Câncer, doença caracterizada por crescimento desordenado de células e
tecidos. Ocorrendo em qualquer idade porem mais comum em pessoas com
mais de 40 anos, se a doença for descoberta precocemente e combatida, o
paciente canceroso poderá ter a vida estendida por mais tempo e alguns casos
até a cura. (BIZANTINA, CASTELO BRANCO, 2002)
Nas últimas décadas tem acontecido em todo o mundo, significativo
aumento do câncer de mama, seguido de mortalidade. O tratamento para o
câncer de mama deve ser ministrado por uma equipe multidisciplinar, visando o
tratamento integral da paciente. (BARROS,BARBOSA, GEBRIM, [s.d])
Técnicas cirúrgicas foram aprimoradas e a cirurgia de retirada do seio, a
mastectomia evoluiu, de um estado mais radical para um conservador,
considerando a fase em que o câncer foi diagnosticado. (AVELAR, SILVA,
2000)
O Câncer de mama e o seu tratamento representam um trauma
psicológico, já que a mama é um símbolo corpóreo da feminilidade. A
mastectomia
gera
na
auto–imagem da
mulher
alterações,
causando
sentimentos de medo, rejeição e inferioridade. A cirurgia afeta na vida sexual,
elas sentem-se envergonhadas, feias, mutiladas e repulsivas sexualmente.
(ROSSI, SANTOS, 2003)
A incidência do câncer de mama aumenta mais a partir dos 40 anos e a
mortalidade aumenta com a idade, no Brasil a população feminina abaixo de 40
anos, ocorrem menos de 20 óbitos a cada 100 mil mulheres, enquanto na faixa
dos
60
anos
o
risco
é
maior
que
o
dobro.
(ADAMI,
HUNTER,
TRICHOPOULOS, 2008)
A imagem corporal e o funcionamento sexual também foram incluídas à
atração sexual que seu parceiro tem. Estudos abordados nesta categoria
sugerem que a imagem corporal da mulher submetida aos tratamentos para o
câncer de mama é severamente afetada, e que, portanto, são necessário que
sejam elaboradas intervenções visando novas possibilidades de se lidar com o
próprio corpo e nas relações com os outros. (SANTOS, VIEIRA, 2011)
Embora não seja um recurso utilizado em todos os casos, a cirurgia de
remoção da massa tumoral é bastante frequente, acarretando uma mutilação
(parcial ou total) da mama. Procedimento este altamente invasivo e traz
repercussões emocionais importantes, danificando não somente a integridade
física, como também alterando a imagem psíquica que a mulher tem de si
mesma e de sua sexualidade. Esse evento é acompanhado, geralmente, de
vivências extremamente dolorosas relacionadas a uma sensação de perda
interna do próprio self, alterando a relação que a paciente estabelece com seu
corpo e sua mente. (ROSSI, SANTOS, 2003)
No capítulo I será apresentado o ideal de beleza através dos tempos, o
cinema, a moda e procedimentos estéticos. O capitulo II versará sob o câncer,
sua história e seus significados; câncer de mama, tratamento, morte e as
repercussões da mastectomia total. O III capítulo focará a pesquisa
desenvolvida pelas autoras.
CAPÍTULO I
IDEAL DE BELEZA ATRAVÉS DOS TEMPOS
1. PRÉ-HISTÓRIA
As sociedades primitivas são consideradas sociedades matricêntricas,
onde a mulher não dominava, mas a vida era centrada nela. A figura materna
responsável por conseguir parte da alimentação, para o sustento de seus
filhos, esposo, e todos que faziam parte da família. O feminino é entendido
como a personificação da natureza pela capacidade de gerar vida. Diversas
sociedades primitivas tinham o costume de colocar um recém-nascido no chão,
interpretado por alguns como uma atitude de voltá-lo a sua verdadeira mãe,
geradora de todas as coisas, a grande terra, o princípio de tudo, da natureza,
dos animais, dos homens e dos deuses. A representação da grande-mãe está
relacionada, muitas vezes a um deus-animal, normalmente um touro, mas há
representação da grande-deusa da fecundidade como uma vaca. (CABOT,
1997)
As mulheres com seios fartos e ancas bem definidas, mostravam que
eram bem alimentadas e capazes de gerar filhos sadios. Mulher de Willendorf,
provavelmente não pretende ser um retrato realista, mas uma idealização da
figura feminina. A vulva, seios e ventre são extremamente volumosos, de onde
se infere que tenha uma relação forte com o conceito de fertilidade, geradora
de filhos. Os braços, muito frágeis e quase imperceptíveis, dobram-se sobre os
seios e não têm uma face visível, sendo a cabeça coberta do que podem ser
rolos de tranças ou algum tipo de penteado ou acessório de cabeça. Apesar
de muita controvérsia sobre o nome que recebeu, pois o nome Vênus está
associado à elegância, formosura e à graciosidade, alguns sugerem que a
corpulência representa um elevado estatuto social numa sociedade caçadoracolectora e que, além da óbvia referência à fertilidade, a imagem podia ser
também um símbolo de segurança, de sucesso e de bem-estar. (SANTOS,
2011)
1.1 Mitologia Greco Romana e Egípcia
A bela Hera, deusa do casamento e do matrimonio, conhecida pelos
romanos como Juno. Pensa-se que seu nome é a forma feminina da palavra
herói, e que signifique Grande Senhora. (BOLEN, 1990)
Na mitologia grega Hera é a deusa dos deuses, regente do casamento.
Retratada como majestosa e solene, muitas vezes coroada, algumas vezes
ostentando em sua mão uma romã, símbolo da fertilidade, sangue e morte, um
substituto para as cápsulas da papoula de ópio. (BOLEN, 1990).
A deusa Deméter, presidia abundantes colheitas. Parte do nome
Deméter, méter, parece significar “mãe”, mas mão é totalmente claro que ao
que se refere o “de” ou a principio, “da”. Era venerada como uma deusa mãe,
especialmente como mãe do cereal e mãe da jovem Perséfone, a romana
Prosérpina. (BOLEN, 1990).
Afrodite deusa grega do amor e da beleza, a quem os romanos a
chamavam de Vênus, era a mais bela das deusas. Os poetas falavam da
beleza de seu rosto e de seu corpo. De seu cabelo dourado e seus olhos
brilhantes, pele suave e bonitos seios, que chamavam atenção pela perfeição
de seu corpo.Afrodite governa o prazer do amor e da beleza, da sexualidade e
da sensualidade das mulheres. (BOLEN, 1990)
A deusa egípcia Ísis, cultuada entre os gregos, mais também associada
a diversas outras divindades. Como deusa da fertilidade, associada à deusa
Deméter, deusa do amor, associada à Afrodite, deusa dos animais, assim
como Artêmis, modificando sua forma de representação. (FANTACUSSI, 2006)
No Egito homens e mulheres pintavam o rosto, pois acreditavam que
havia uma relação entre espiritualidade e aparência. A maquiagem tornou-se
parte do dia a dia, um ritual de cuidados e beleza. Usavam carvão, Curry,
açafrão e outros pós para se colorirem. (ESTER, 2010)
A expressão e a exibição de um corpo nu representavam a sua saúde e
os Gregos apreciavam a beleza de um corpo saudável e bem proporcionado. O
corpo era valorizado não apenas pela saúde, mas também pela capacidade
atlética e fertilidade. Para os gregos, cada idade tinha a sua própria beleza e o
estético, o físico e o intelecto como parte de uma busca para a perfeição,
sendo que o corpo belo era tão importante quanto uma mente brilhante. A
moral quanto ao corpo e ao sexo, estabelecia algumas normas de conduta para
evitar os excessos, que significavam a falta de controle do indivíduo sobre si
mesmo, prescrevendo o “bom uso” dos prazeres (bebida, comida, sexo).
(BARBOSA; MATOS; COSTA, 2011)
1.3 Idade Média
Na idade média ocorreu o Conselho de Nicéia que fortaleceu a igreja
Romana durante o reinado de Constantino. A Idade Média teve início com a
queda do Império Romano e o domínio do Cristianismo. A vaidade foi
condenada pela Igreja que passou a considerar como "hábitos pagãos" o
costume das termas, dos banhos e das massagens com óleos perfumados dos
romanos. Sendo alvo dessa nova ordem, as mulheres se cobriram com longas
e rodadas vestimentas e os cabelos ficaram escondidos sob toucados. Mesmo
assim tinham alguns toques de vaidade - os cabelos eram clareados com água
de lixívia (cinza do borralho colocada na água) e com o sol. As sobrancelhas
eram depiladas e a testa aumentada pela depilação da linha dos cabelos. As
faces eram beliscadas e os lábios mordidos para que ficassem rosados e
dessem um ar sadio. (ESTER, 2010)
Ainda na Idade Média o corpo serviu mais uma vez como instrumento de
consolidação das relações sociais, na guerra e na agricultura. A característica
essencialmente agrária da sociedade feudal justificava o poder da presença
corporal sobre a vida quotidiana; características físicas como a altura, a cor da
pele e peso corporal, associadas ao vínculo que o indivíduo mantinha com a
terra, eram determinantes na distribuição das funções sociais. (BARBOSA;
MATOS; COSTA, 2011)
1.4 Renascimento
Os decotes e a maquiagem foram usadas cada vez mais, vestimentas
luxuosas, e surgiram também as muches (moscas), pintas feitas de veludo,
aplicada sobre os seios e no rosto de homens e mulheres. (ESTER, 2010)
Na França, homens e mulheres voltaram a usar a maquiagem. Foi um
período caracterizado pelo exagero em muitas áreas: na pintura, na arquitetura,
no vestuário, nos penteados, na maquiagem. O empoamento (pó de arroz)
deixava rostos e cabelos inteiramente brancos; as perucas chegavam à altura
de 50 cm; sedas, rendas, cetim e as mouches estavam no seu apogeu. Os
decotes chegavam até os mamilos e o colo era aspergido com vinho tinto para
que ficasse mais rosado, trazendo sensualidade e elegância para homens e
mulheres. (ESTER, 2010)
O corpo é um produto mutável, portanto com significados diferentes em
função do momento histórico. Cada corpo, longe de ser apenas constituído por
leis fisiológicas, supostamente imutáveis, não escapa à história. Ou seja: não
se pode pensar o conceito de corpo apenas a partir dos aspectos biológicos:
dos seus ossos, dos seus músculos, órgãos, pele e sentidos. O corpo é
também a roupa e os acessórios que o adornam, as intervenções que nele se
operam, a imagem que dele se produz, as máquinas de guerra que nele se
acoplam como capacetes, armaduras, espadas e lanças. O corpo é mutável e
mutante não apenas pelos fatores fisiológicos que sobre ele se operam, mas
também pelos fatores sociais e culturais que a ele se atribui. (MENEZES,
ARAÚJO, 2011)
Segundo Moreno (2008) o olhar se torna mais agudo no séc XX, Louis
Alquier, em 1924, confirma a descoberta da celulite, grânulos de nodosidade
perceptíveis na mulher, a pele casca de laranja, nasce de um exercício distinto
do olhar nas mãos. O corpo passa a conter matérias invasivas e depósitos
linfáticos, a torturar, a tão sonhada busca de um corpo perfeito.
1.5 A construção da beleza na atualidade
O conceito de beleza não é estático, pois passa por transformações, ao
longo dos séculos, para compreender esse desenvolvimento sociocultural
pode-se conceituar o que venha ser a beleza feminina, sem nos apropriarmos
dos períodos da história, a qual a sociedade concebia tal conceito. Diante de
tais momentos históricos, pode-se construir uma linha do tempo, na qual às
mulheres eram vistas e classificadas quanto a sua beleza. Os aspectos
possibilitavam que elas fossem denominadas como belas ou feias e que faziam
para seus corpos serem considerados o padrão de beleza da época a qual
pertenciam. (SILVA, BAIA, 2014)
Em uma viagem ao longo dos séculos pode-se perceber que a beleza
feminina passa por várias transformações na qual o corpo se torna um
instrumento de sedução, valorizando ainda mais o processo de promoção das
aparências. Perfazendo várias formas, no sec XX a beleza, incide fortemente
sobre as mulheres, levando-as a perseguirem padrões inconstantes, e tem se
estruturado em torno da chamada estética da magreza, estabelecida desde os
anos 1960. Até os anos 1950, a figura feminina era a de um corpo voluptuoso,
cintura fina, seios projetados, rosto angelical.
O cinema foi um importantemeio de estabelecimento e difusão de
padrões de beleza e de moda. A partir dos anos 1960 é a moda e suas
passarelas que vai dirigir o processo de formatação e legitimação de padrões
estéticos. A figura de Twiggy inaugurou uma nova representação do feminino a
partir da estética da magreza, uma beleza que para uns é infantilizada e para
outros andrógena, baseada no corpo magro, retilíneo, seios pequenos, quadris
estreitos.
A mídia tem um papel importante expondo um tipo especifico de padrão
incluindo ainda as indústrias farmacêuticas, cosméticos tipo de beleza,
generalizando-se no imaginário social como a beleza ideal, convivendo
paralelamente com o modelo sensual, uma das características de nossa época
é sua lipofobia, sua obsessão pela magreza. (MOTA, 2006)
A beleza no universo da moda contemporânea tem seus ícones como a
modelo brasileira Gisele Bündchen é a Realidade atual da beleza, assim como
a moda, está relacionada a padrões de magreza impostos pela indústria, a fim
de atender as necessidades do fashion business por valorizar a roupa e, por
conseqüência, vender mais. A top Gisele Bündchen ilustra essa realidade, com
52kg e 1.80m, apesar de apresentar cor e saúde. (PASQUAL, 2012)
O preconceito radical atua na construção do conceito de belo, pois 2008,
a edição da revista VOUGUE, nº 359 de Julho foi a única do ano a ter uma
modelo negra na capa, e a primeira em toda a história da revista a estampar
uma modelo negra sozinha na capa, passados 33 anos de seu lançamento no
Brasil. A capa produzida com a inglesa Naommi Campbell, mesmo realizada
com uma negra, valorizou traços finos e cabelo liso da modelo. (MARTINS,
2013)
2 BELEZA NO CINEMA
Os padrões estéticos ao longo da história, sempre pressionaram as
mulheres em busca de um padrão de beleza. Tal padrão sofreu as influências
de sua época, porém foram mais significativas e popularizadas a partir do
evento das fotografias e cinema. Nas primeiras décadas do século XX, todas
sabiam que a fotografia, o cinema e a imprensa divulgavam padrões que
deviam ser seguidos, excluindo aquelas que deles não se aproximassem. Tipos
femininos criados por Clara Bow, Alice White, Colleen Moore incentivavam
imagens sobre “garotas modernas”, mistode alegria, mocidade, jazz e cocktails!
(CINEMA, BELEZA E COMPORTAMENTO, 2015)
ThedaBara, aliás "TheodosiaBurr Goodman", foi o primeiro símbolo
sexual da cinema. Sua beleza robusta, seus figurinos ou a falta deles, o
personagem "The Vamp" no filme "A FoolThereWas" (1915) e a nababesca e
erótica "Cleópatra" de 1917, infelizmente perdida a transformaram em
verdadeira divindade do cinema mudo. (SHIMIDIT, 2014).
Um controle mais rígido sobre a apresentação pessoal era exigido até
nos empregos ocupados por mulheres. A chamada “boa aparência” impunhase. Os bons casamentos, sobretudo dependiam dela. Olhos e boca, agora,
graças ao batom industrial, passam a ser o centro de todas as atenções.
ThedaBara e Greta Garbo seduziam com sua malícia singular; eram o símbolo
da mulher-mistério, das vamps. O aparato colocado a serviço da beleza
corporal, nessa época, feito de receitas de fabrico doméstico, de produtos
farmacêuticos ou de artifícios de maquilagem, pareciam prometer à mulher a
possibilidade de, em não sendo bela, tornar-se bela. (CINEMA, BELEZA E
COMPORTAMENTO, 2015).
A mulher dos anos 50 torna-se glamurosa e cheias de sensualidade, ser
bela era uma condição entre as jovens, aumentando então o consumo de
cosméticos, e assim o corpo da mulher torna mais sexy cheio de curvas, isso
aconteceu após a 2º guerra mundial. As jovens conheceram o rebolado cheio
de sensualidade e transcendental de Elvis Presley, tiraram o pôster do James
Dean do armário e grudaram na parede. (COELHO, 2014)
Marilyn Monroe ajudou a eternizar o "padrão de beleza" em seus filmes,
estabelecendo uma imagem icônica de símbolo sexual, que foi imitado e
atravessou décadas, imagem de um corpo cheio de curvas e quase sem
imperfeições. Nos anos 60, a pílula anticoncepcional, a vestimenta como
minissaia, mini blusas e decotes, os hippies, o socialismo de Mao Tsé-tung, e a
Guerra Fria; todos os eventos fizeram com que a mulher e sua liberdade
intelectual esexual ganhassem respeito e notoriedade, a mulher não era mais a
mesma, passou a ser vista como ícone de sensualidade e beleza.
No final da década, o reduto jovem mundial trocou Londres e Paris
cidades da moda da época, para São Francisco (EUA), berço do movimento
hippie, ajudando a definir a beleza da mulher. O cinema foi extremamente
importante, pois a “clássica” beleza de Marilyn Monroe, Brigitte Bardot, Jane
Birkin, Audrey Hepburn, Jacqueline Bisset, entre outras, a modelo inglesa
Twiggy tornou-se também o biotipo imitado pelas jovens da época. Foi o auge
da estética "lolita", que nos remete a Kubrick e seu tão famoso filme, com a
sexualização de looks quase infantis. Para manter o ideal de corpo
adolescente, as revistas femininas incentivavam as mulheres nas mais
diferentes dietas e exercícios, para manter-se em um corpo atlético, magro e
que chegue o mais perto da perfeição estabelecida pelos cinemas, revistas e
fotografias. (COELHO, 2014).
Sendo a fotografia do corpo quase perfeito de Brigitte Bardot impresso
na revista Elle de 1952, que tinha sido revelado por processos óptico-quimicos,
representava o apogeu da modernidade e da liberação sexual feminina.
(KESKE, 2002)
No final da década de 60 outro padrão de beleza sensual, agressiva:
Raquel Welch, conhecida pelo seu corpo sarado. A americana Marlyn Monroe
marcou os anos 50 com suas curvas acentuadas e coxas fartas, dentre outras
atrizes contemporâneas que fizeram parte do grande cinema Angelina Jolie,
Isabella Rossellini, Julie Christie, Ingrid Bergman, Grace Kelly. (PASQUAL,
2012)
O cinema brasileiro teve suas divas que seguiram o padrão de beleza
internacional apropriado ao momento histórico que viveu. Para tanto serão
citadas algumas das atrizes para ilustrar de forma coerente ao presente
estudo.Carmem Miranda foi uma cantora e atriz, a qual ficou conhecida
mundialmente por sua participação em programas de rádio e em filmes, final da
década de 1960. Entre 1942 e 1953 atuou em 13 filmes em Hollywood e nos
mais importantes programas de rádio, televisão, casas noturnas, cassinos e
teatros norte-americanos Carmen Miranda sempre foi identificada como a
artista de maior sucesso. (MACEDO, 2014)
Presença marcante no cinema nacional, Leila Diniz é um dos maiores
mitos brasileiros e símbolo sexual. Atriz que na TV encenava os dramalhões da
era Glória Magadam, poderosa escritora cubana, e brilhou no teatro revista,
escandalizava os puritanos, pois falava abertamente sobre sexo, citava um
palavrão entre uma fala e outra, e incomodava o regime militar por sua postura
libertária. (RIBEIRO, [s.d])
Uma das mais belas atrizes brasileira de todos os tempos, Odete Lara,
sempre foi sinônimo de talento. Atriz capaz de ir do tipo popular, como em
Arara vermelha, à sofisticada amante de Betty Faria em A estrela sobe,
passando pela cínica prostituta de luxo em Noite vazia. (RIBEIRO, [s.d])
Norma Bengel é uma das atrizes fundamentais no cinema brasileiro.
Vedete de sucesso, modelo e cantora, teve estréia apoteótica no cinema
fazendo cover de Brigitte Bardot e seduzindo Oscarito no clássico O homem do
sputinik, de Carlos Manga em 1959. Em 1962, na sua carreira e no cinema
nacional teve dois marcos, o primeiro nu frontal na historia do cinema, e a
prostituta Marli em o Pagador de promessas, de Anselmo Duarte. (RIBEIRO,
[s.d])
Atriz brasileira mais famosa em Hollywood depois de Carmem Miranda,
Sônia Braga é uma estrela essencialmente cinematográfica. Mesmo tendo sido
sucesso nas novelas, é no cinema que encontra o seu melhor veículo. É onde
mostrava mais seu talento, com estilo de interpretação espontânea, emotiva e
sensual, revolucionando a beleza com sua pele morena e tipo físico. (RIBEIRO,
[s.d])
Modelo de beleza da brasileira a atriz Sônia Braga: baixa, pele morena,
cabelos negros, longos e crespos, cintura fina, quadris largos, seios pequenos.
Esse modelo de corpo e beleza brasileiro sofreu um impacto norteeuropeizante ou albinizante, ou ainda ianque, com o sucesso de belas
mulheres encantadoras ancas femininas que possuíam, na cultura brasileira,
significados não apenas estéticos, mas, também, enobrecedores das mulheres
portadoras de tais formas. Dignas, virtuosas e dignificantes, protuberâncias do
corpo eram fundamentais na representação sobre a beleza brasileira. Vera
Fischer alta, alva, loira, cabelos lisos (arianamente lisos, como dizia Freyre),
com um corpo menos arredondado. (GOLDENBERG, 2006)
3 PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS
Entende-se que ao longo dos últimos séculos, a preocupação com a
estética corporal vem sendo atribuída às mulheres e que é na lógica do senso
comum lugar onde se formam mais livremente todos os mitos sociais
apresentar elevada preocupação com a aparência é coisa de mulher. O
resultado dessa atribuição historicamente acumulada é que os cuidados com a
aparência são de fato uma preocupação eminente feminina e, neste sentido,
em grande medida, por meio de sua agência esse mito continua a ser
reproduzido. Torna-se assim um processo externo a elas, na forma das
expectativas sociais criadas em torno da própria definição do que é ser mulher,
como interno, na forma de uma demanda íntima emanada pelos selves
particulares. (CAMPOS, 2009)
O botox é a toxina botulínica, um complexo protéiconeurotóxico,
produzido pela bactéria Clostridium botulinum, sua forma comercial é uma
injeção não cirúrgica que reduz ou elimina temporariamente as linhas de
expressão, rugas, pés de galinha, e pescoço. Usada em procedimentos
estéticos devido à constante busca pela perfeição. (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CIRURGIA PLÁSTICA, [s.d])
Outros
procedimentos
também
invasivos
referem-seàs
cirurgias
plásticas de embelezamento, no qual se destaca implante de próteses
mamárias, entre outros.
4 BELEZA NO TRABALHO
As atividades corporais, relacionadas ao embelezamento como um
aperfeiçoamento, exercícios físicos, uso de cosméticos e cirurgias plásticas,
estéticas assim como as intelectuais, criativas, afetivas e comunicativas
mobilizam os trabalhadores em termos de engenhosidade, gerenciamento,
tomada de iniciativa, investimento pessoal. Elas fomentam uma nova relação
que visa fazer emergir sentimentos de confiança, segurança e conforto,
associados aos padrões de beleza vigentes, valorizada pelas empresas, tal
foco ocorre predominantemente sobre a mulher. (GORZ, 2005; LAZZARATO E
NEGRI,2001).
O atual culto ao corpo ressalta um individualismo perverso que torna cada
indivíduo único e responsável pela forma física que possui (MISKOLCI, 2006).
Consequentemente a forma física de cada um estaria diretamente ligada a
capacidade individual de autocontrole ou gestão de si, uma característica
amplamente utilizada pela gestão como fator de sucesso profissional.
Além disso, a atenção crescente ao corpo vem demonstrando que o
culto tornou um estilo de vida. A promessa fascinante de um ganho
suplementar de saúde, juventude e beleza conquistou um espaço inédito nos
meios científicos e artísticos, na mídia, nas empresas e em todas as esferas do
cotidiano (COUTO, 2007).
CAPÍTULO II
AS INTERFACES DO CÂNCER DE MAMA
1
O
CÂNCER,
SUA
HISTÓRIA,
SEUS
SIGNIFICADOS
E
INTERPRETAÇÕES
Os significados e interpretações acerca do câncer e das situações em
que estão associadas interferem no processo de enfrentamento e na
adaptação das fases associadas ao desenvolvimento e tratamento do câncer.
Pode-se assim afirmar que a relação da mulher com o câncer de mama e seu
tratamento é emblemática. (SILVA, 2008)
No século IV a.C. como foi descrito pelo Hipócrates em seu livro Doença
de mulheres, como mal que mina cotidianamente as energias e começa pela
interrupção da menstruação e culminando na morte, roubando o que foi
secularmente considerado a alma de toda mulher. (SILVA, 2008)
Século XIX, e nas primeiras décadas do séc. XX, o câncer era
considerado contagioso, associado a falta de limpeza, sujeira moral e física.
Imundice das cozinhas, sujeira nas fábricas, desordem nas ruas, povoadas de
animais, ratos, insetos por toda cidade, provocando toda sorte de doenças,
entre elas acreditava-se que o câncer estaria entre elas. A doença poderia ser
contagiosa entre os amantes dos excessos do prazer, principalmente no caso
das mulheres, em que o adoecimento era resultado de “pecados e vícios”, em
práticas sexuais. As práticas sexuais “monstruosas”, sexo oral, a causa
principal de neoplasias nas mulheres, nas homossexuais ou bissexuais. A
prática causaria a formação de nódulos cancerosos na cavidade bucal e trato
digestivos, que se espalhava por todo o organismo. O câncer era um castigo no
qual o doente poderia alcançar sua redenção, libertação dos pecados, caso
conseguisse suportar o sofrimentos causado pela doença. (SILVA, 2008)
O ideal higienista da época norteava as ações dos órgãos de saúde
pública, adotando como estratégia de intervenção sanitária para o câncer, a
tuberculose e a sífilis, o isolamento e a desinfecção minuciosa das residências
em caso de morte dos doentes. Essa idéia higienista, era adotada por vários
médicos em todo o mundo. No Brasil todas as informações referentes aos
casos da doença eram controladas e coordenadas pela Inspetoria de Lepra e
Doenças Venéreas.(SILVA, 2008)
Durante as décadas de 30 e 40, a argumentação moral continuava,
porém, misturando-se com hipóteses novas vindas de observação da vida
moderna nas grandes cidades que começam a se industrializar. Outros fatores
que podem predispor ao câncer começam a ser destacados, como a ingestão
de alimentos com produtos químicos, o hábito de fumar, o excesso de trabalho
e o aumento de preocupações cotidianas, estresse, produtos químicos
ingeridos (medicamentos) ou inalados, radiação solar. (INCA, 2015)
A partir de 1950, foram observados avanços significativos nos métodos
de diagnóstico e tratamento que assim foi possível ter um aumento do número
de sobreviventes e do tempo de vida dos pacientes. O acompanhamento
prolongado desses pacientes indicou a necessidade de proporcionar uma boa
qualidade de vida e a importância do estudo nas repercussões e adaptação
psicossociais dos pacientes e de suas famílias. (TAVARES, TRAD, 2005)
Algumas
áreas
da
medicina,
incorporando
os
conhecimentos
psicanalíticos, começaram a aceitar a possibilidade de participação de fatores
psíquicos
no
desenvolvimento
do
câncer.
Argumentos
morais
não
desaparecem por completo, mas fora atualizado através de uma ênfase na
sexualidade e na relação com o mundo interno. Agora, os indivíduos frígidos e
impotente, pervertidos sexualmente, ou doentes do sexo, segundo diversos
médicos, tornam-se presas fáceis do câncer. A construção social dos gêneros
evidencia que os indivíduos, frígidos e impotentes, pervertidos e doentes do
sexo são as mulheres. (SILVA, 2008)
A noção moral do câncer como castigo, e que repara o pecado, foi
gradativamente substituída, mas não completamente, pela noção de que a
doença expressa o caráter do paciente. Antes a doença era vista como uma
conseqüência da conduta desregrada do indivíduo, cujos comportamentos e
emoções eram desmedidos, agora a causa estaria relacionada justamente com
a contenção do desejo ou não-expressividade das emoções. O câncer tenderá
expressar, duas vergonhas: aquela de ser anti-higiênico e maculado por
experiências julgadas viciosas e aquela de ser considerado recalcado,
frustrado, incapaz de aceitar seus próprios desejos e expressá-los. (TAVARES,
TRAD, 2005)
É relativamente raro antes dos 35 anos de idade e acima desta faixa
etária a incidência do câncer cresce rápido e progressivamente. As estatísticas
indicam, aumento de sua freqüência tanto nos países desenvolvidos quanto
naqueles em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se 10 vezes mais, nas taxas de
incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional
de diversos continentes. No Brasil, é a primeira causa de morte por câncer nas
mulheres, principalmente entre 40 e 69 anos. Em países do Ocidente, entre
todas as causas de óbito, é a mais comum em mulheres com menos de 50
anos (INCA, 2015).
Nos anos 60 e 70, foi intensificada atenção aos fatores psicológicos. Os
fatores da esfera psíquica que são freqüentemente estudados e considerados
implicados na carcinogênese podem ser reunidos em dois grupos genéricos.
No primeiro os estados disfóricos (depressão, tristeza, infelicidade, abatimento,
desânimo, desesperança, desamparo, desapontamento) e de ansiedade,
juntamente com situações traumáticas envolvendo perdas e privações. No
segundo, fatores definidos por características de personalidade e de
enfrentamento da doença, que variam segundo os pressupostos teóricos
adotados. Nessa, o candidato ideal para desenvolver o câncer teria de
apresentar uma personalidade marcada pela passividade, pouca emotividade,
regularidade dos hábitos, baixa agressividade ou negação da hostilidade,
depressão e dificuldade na formação de vínculos afetivos.(TAVARES, TRAD,
2005)
Observa-se que no centro dos movimentos sociais da época, esperavase que a mulher devesse ter voz, ser agressiva, ativa na vida, inclusive para
evitar o câncer. Lutar contra o câncer, implicava em se auto-conhecer;
conhecer o próprio corpo, requeria que o doente falasse sobre as dificuldades
emocionais que estaria sentindo, expusesse sua vida e sua doença e
procurasse meios de fortalecimento e crescimento através da doença. A partir
da década de 1970 as experiências de mulheres com câncer forampublicitadas.
(SILVA, 2008)
Atualmente, mudanças nos significados e formas de enfrentar o câncer
contribuíram para desenvolver tratamentos mais eficazes, um aumento da
capacidade de cuidar da saúde e aumentar a qualidade de vida do doente.
Ainda persiste a idéia de que o caráter do enfermo é responsável pelo
desenvolvimento do câncer, mostrando-se punitiva e tendo a doença como um
castigo. (TAVARES, TRAD, 2005)
2
CÂNCER DE MAMA
Carcinogênese é um mecanismo que leva uma célula sã em transformar
em cancerosa. Quando formada uma célula cancerosa, não se detém em sua
multiplicação. Invadem os tecidos adjacentes por via circulatória ou linfática,
destruindo-os. Os tecidos neoplásticos que são os cancerosos apresenta uma
estrutura diferente da dos tecidos e órgãos de que se originou, com uma rápida
e ilimitada capacidade de se reproduzir, perturbando o funcionamento normal
dos órgãos. Daí serem essas formações neoplásticas chamadas de tumores
malignos. Amiúde aparecem focos cancerosos secundários em pontos do
corpo distante do núcleo original: são as metástases. (BIZANTINA, CASTELO
BRANCO, 2002)
Nas últimas décadas tem acontecido em todo o mundo, significativo
aumento do câncer de mama e da mortalidade ao câncer. Tudo indica que o
câncer de mama é o resultado da interação de fatores genéticos com estilo de
vida, hábitos reprodutivos e meio ambientes. Todos os cânceres de mama têm
origem genética. Acredita-se que de 90% à 95%, sejam esporádicos ou nãofamiliares e decorram de mutações somáticas que se verificam ao longo da
vida, e que 5% à 10%, sejam hereditários ou familiares, devido à herança de
uma mutação germinativa ao nascimento do individuo, que confere a estas
mulheres a suscetibilidade ao câncer de mama. (BARROS, BARBOSA,
GEBRIM, [s.d])
No Brasil estima-se 395 mil casos novos de câncer para o ano de 2015.
O Câncer de mama é o mais comum em mulheres e apresenta incidência
maior no sul do País, afeta mais de 70 a cada 100 mil mulheres. (INSTITUTO
NACIONAL DO CÂNCER, 2014)
2.1 Aspectos do câncer de mama
Diagnosticar o câncer de mama nos casos que estão evidentes não se
torna difícil, sem necessidade de grandes habilidades clinicas ou pericia
radiológica. Porém nos casos em que não se tem evidencia, identificar tem
maiores dificuldades, exemplos em casos em pacientes que surgem
precocemente. (FENTIMAM, 1993)
Para aliviar a carga de ansiedade que é inevitável, pois muitas vezes
pessoas próximas morrem de câncer, a paciente estabelece um vínculo de
confiança com o médico sabendo da história completa e todas as etapas desde
o diagnóstico. Isso ajudara, dando as indicações e o quanto ela quer saber
sobre sua situação. (FENTIMAM, 1993)
3 TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA
A mastectomia radical à Halsted foi a primeira a ser executada, há
muitos anos, e pelo seu resultado estético muito pobre, é raramente indicado
nos dias atuais e são muito raras. Pode estar indicada em casos de tumores
profundos, e muito grandes, com fixação em tecidos profundos, como o
músculo peitoral maior. Há remoção de toda a mama e dos músculos peitoral
maior e menor, alem de esvaziamento do conteúdo axilar.(AVELAR, SILVA,
2000)
Mastectomia radical modificada, inicialmente preconizada por Patey, em
1948, preserva músculo peitoral maior, reduzindo a mutilação. A mastectomia
radical modificada é indicada em muitos casos de câncer de mama e deve-se
ao tumor, o seu tamanho, e a época do diagnóstico para se optar pelo melhor
tratamento. Muitas vezes a relação entre o tumor e o tamanho do seio tem
relação com a escolha da cirurgia a ser feita. (AVELAR, SILVA, 2000)
A mastectomiasimples é a retirada apenas da mama, com o não
esvaziamento axilar, já que suas indicações estão restritas apenas aos casos
de tumores não-invasivos. Nos quais não ouve disseminação de células para a
corrente sanguínea. (AVELAR, SILVA, 2000)
O tratamento para o câncer de mama deve ser ministrado por uma
equipe multidisciplinar, visando o tratamento integral da paciente. As
modalidades terapêuticas utilizadas são: a cirurgia, que retiram os nódulos dos
seios, sendo a mastectomia total que retira todos os tecidos dos seios onde o
tumor pode crescer, e a tumorectomia, que retira os nódulos sem margens,
sem atingir outros tecidos.
A radioterapia para tratamento loco-regional e tratamento local, após a
cirurgia conservadora deve-se irradiar, a mama por completo, é um reforço na
área tumoral, todas as pacientes que foram submetidas a este tipo de cirurgia
devem passar por esse tratamento. A quimioterapia, um método que se utiliza
de compostos químicos, chamados quimioterápicos, para o tratamento de
doenças causadas por agentes biológicos, como câncer, leucemias, aplasias.
Por último, a hormonioterapia para um tratamento sistêmico, manipulação do
sistema endócrino, sistema estabelecido para o tratamento de algumas
neoplasias malignas hormônios sensíveis, inicialmente utilizada no tratamento
de câncer de mama, passou a ser utilizada também no tratamento de
próstatas, carcinomas no endométrio, e tumores de tireóides.(BARROS,
BARBOSA, GEBRIM, [s.d])
Existem algumas cirurgias como as conservadoras: Tumorectomia
(exérese do tumor sem margens); Ressecção segmentar ou setorectomia
(exérese do tumor com margens). (BARROS, BARBOSA, GEBRIM, [s.d])
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de mama deve ser
abordado por uma equipe multidisciplinar visando o tratamento integral da
paciente. As modalidades terapêuticas disponíveis atualmente são as
cirúrgicas e a radioterápica para o tratamento loco-regional e a hormonioterapia
e a quimioterapia para o tratamento sistêmico. (BRASIL, 2004)
Existem diferentes tipos de cirurgia, cada uma delas irá depender do
caso clinico do paciente. estadiamento clinico e do tipo histológico, sendo
conservadora ressecção de um segmento da mama (engloba a setorectomia, a
tumorectomia alargada e a quadrantectomia), com retirada dos gânglios
axilares ou linfonodo sentinela, ou não conservadora. A mastectomia pode ser
simples ou total (retirada da mama com pele e complexo aréolopapilar);
mastectomia
com
preservação
de
um
ou
dois
músculos
peitorais
acompanhadas de linfadenectomia axilar (radial modificada);Mastectomia com
retirada
do
músculo
acompanhada
de
linfadenectomiaaxilar
(radical);
Mastectomia com reconstrução imediata; Mastectomia poupadora da pele.Os
tumores com diâmetros inferior a dois centímetros podem sertratados com
ressecção segmentar e de radioterapia complementar.Em 98% dos casos de
mastectomia simples é um tratamento curativo, mas certamente representa
procedimento excessivamente mutilante para considerável parcela dos casos.
(BRASIL, 2004)
Cirurgias
não
conservadoras
da
mama,
seguidas
ou
não
de
reconstrução mamaria, são indicadas quando é possível assegurar a obtenção
de margens livres, em função da extensão ou multietnicidade do tumor. A
linfadenectomia de nível I (base da axila) ou a dissecção do linfonodo sentinela
deve ser realizada em casos de comedonecrose ou alto grau histórico (GIII)
devido à possibilidade de microinvasão e envolvimento axilar. A mastectomia
deve indicada para os tumores iguais ou maiores que 3 centímetros, e as
técnicas mais empregadas são as que preservam os músculos além de
assegurarem resultados semelhantes à mastectomia radical, facilitam a
reconstrução e reduzem a morbidade. A opção pela técnica depende da idade
desse paciente e da interpretação do médico sobre as circunstancias clinicas.
Sempre que se indicar uma mastectomia em pacientes com boas condições
clinicas, devesse considerar a possibilidade de se realizar a reconstrução
mamaria imediata. (BRASIL, 2004)
As mulheres com indicação de mastectomia como tratamento primário
podem ser submetidas a quimioterapia neoadjuvante, seguida de tratamento
cirúrgico conservador, complementado por radioterapia. Para aqueles que
apresentar receptores hormonais positivos, a hormoneoterapia segundo o
Ministério da Saúde, também está recomendada.(BRASIL, 2004)
4
REPERCUSSÕES PSICOLÓGICAS DO CÂNCER DE MAMA
Os pacientes terminais passam por cinco estágios caracterizados por
atitudes especificas diante da morte e do morrer: choque e negação,ocorre
quando se toma conhecimento de que está próximo a morte e se recusa a
aceitar o diagnóstico; raiva: os pacientes sentem-se frustrados, irritados ou com
raiva por estarem doentes; barganha: é nessa fase que o paciente tenta
negociar sua cura com a equipe médica, com amigos e ate mesmo com forças
divinas, em troca de promessas; depressão: apresentam-se sinais típicos da
depressão, desesperança, ideação suicida, retraimento, retardo psicomotor, e
quanto ao corpo, como a antecipação á possível perda da vida; aceitação:
quando percebe a morte inevitável e aceita a experiência como universal.
(ROSSI, SANTOS, 2003)
Uma das primeiras manifestações psicológicas ao receber o diagnóstico
do câncer de mama é a negação seria como uma “defesa aparente” aplicada
por muitos de nós quando nos deparamos em situações de dificuldade. Na
mulher com câncer de mama este sentimento surge com mais intensidade,
visto que, ela se encontra vulnerável. (REGIS, SIMOES, 2005)
O Câncer de mama e o tratamento representam um trauma psicológico
para as mulheres, já que a mama é um símbolo corpóreo da feminilidade. A
mastectomia
gera
na
auto–imagem da
mulher
alterações,
causando
sentimentos de medo, rejeição e inferioridade. A cirurgia afeta na vida sexual,
uma vês que se sentem envergonhadas, mutiladas e repulsivas sexualmente.
(ROSSI, SANTOS, 2003)
5
ASPECTOS GERAIS DA MUTILAÇAO E MUTILAÇÃO DA MAMA
Embora não seja um recurso utilizado em todos os casos, a cirurgia de
remoção da massa tumoral é bastante freqüente, acarretando uma mutilação
(parcial ou total) da mama. Esse procedimento altamente invasivo traz
repercussões emocionais importantes, danificando não somente a integridade
física, como também alterando a imagem psíquica que a mulher tem de si
mesma e de sua sexualidade. Esse evento é acompanhado, geralmente, de
vivências extremamente dolorosas relacionadas a uma sensação de perda
interna do próprio self, alterando a relação que a paciente estabelece com seu
corpo e sua mente. (ROSSI, SANTOS, 2003)
6
FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA
Alguns fatores de risco são divididos entre etapas da vida da mulher
como, reprodutivos hormonais, nutricionais, familiares e hereditários, a idade
também é um fator de risco assim como a menopausa, a primeira menarca
antes dos 13 anos, mulheres que engravidam depois dos 30 anos.Alguns
estudos mostram que a mulher que usa por muito tempo o contraceptivo, o
risco é quase inexistente, apenas um pequeno aumento no risco ou quase
inexistentes.(CASTRO; IYEYASU, LOPES, 2008)
A história familiar do paciente com câncer de mama é importante para
sabermos a procedência do carcinoma, parentes de primeiro grau antes dos 50
anos de idade são fatores para uma predisposição ao câncer de mama pois
indicam uma genética associada à presença de mutações em determinados
genes. (ADAMI; HUNTER, TRICHOPOULOS, 2008)
Estima-se que uma em cada oito mulheres apresentara câncer de mama
no decorrer das décadas, comresultado da crescente exposição destas aos
fatores de risco, como por exemplo: mãe ou irmã com câncer de mama,
principalmente se ocorrer antes da menopausa, menarca precoce e
menopausa tardia, primeira gestação após os 30 anos. (BRITO; BEZERRA e
NERY, 2004, p. 161.)
A obesidade e o consumo de gorduras também podem aumentar o risco,
mas, dentre os fator nutricional o consumo de bebidas alcoólicas é o de mais
risco. (CASTRO; IYEYASU, LOPES, 2008).
7
CÂNCER DE MAMA E MORTE
Segundo Nunes(2009) considera doente terminal a pessoa que está na
fase final da vida, sendo sempre casuística a determinação desse período, em
uma acepção generalizada.Esse termo aplica-se ao paciente cuja doença não
responde a nenhum tratamento conhecido, encontrando-se num processo que
conduz a morte e não à formas de se inverter esse processo.
A mortalidade aumenta com a idade, no Brasil a população feminina
abaixo de 40 anos, ocorrem menos de 20 óbitos a cada 100 mil mulheres,
enquanto na faixa dos 60 anos o risco é maior que o dobro.(ADAMI, HUNTER,
TRICHOPOULOS, 2008)
O câncer é a maior causa de morte nas mulheres em todo o mundo,
cerca de 520 mil mortes/ano, segunda causa de morte nos países
desenvolvidos. (ONCOGUIA, 2014)
Para o Ministério da Saúde, no Brasil em 2008, a incidência do câncerde
mama, referente às mulheres, gira em torno de 49.400 casos novos, cerca de
53,93% dos casos, constitui-se na segunda neoplasia maligna do mundo.
(ARAÚJO, FERNANDES, 2008)
No Brasil, os altos índices de mortalidade podem ser explicados
parcialmente pelo fato de, aproximadamente, 60% dos tumores de mama
serem diagnosticado em estádios avançados. Uma das maiores dificuldades
encontradas e fator determinante para o diagnóstico tardio do câncer de mama
é o atraso para a investigação de lesões mamárias suspeitas. (BARROS,
UEMURA, MACEDO, 2012)
Relatos de mulheres que passaram pelo câncer de mama e tratamento,
dizem que a vida é maravilhosa e temem perdê-las, apesar de tudo o que se
passa. (AMBRÓSIO, SANTOS, 2011)
A vida é considerada um presente de Deus, e que permite aos seres
crescer, dar frutos, e morrer. Essa última etapa da vida muitos não
compreende, e procuram evitar. Talvez falte maturidade o suficiente para tratar
com a morte, outra etapa da vida que o homem passa. (ARAÚJO,
NASCIMENTO, 2004)
A mulher ao receber o diagnóstico do câncer de mama primeiramente
imaginaas modificações físicas que terá proveniente dos tratamentos,e o temor
da morte foram aspectos considerados propiciadores de mudanças nos modos
de mulheres com câncer de mama lidar com o próprio corpo e na relação com
as demais pessoas.Alguns estudos trouxeram relatos de mulheres que
passaram a fazer questionamentos acerca dos papéis sociais aspirados por
elas, como o profissional e materno, a cobrança social para retorno imediato da
vida aparentemente normal e o silenciamento do sofrimento após o término do
tratamento. Essas mulheres que passam por todo tratamento manifestam
sentimentos de inutilidade relacionados a efeitos colaterais da radioterapia e
quimioterapia, como a fadiga, além da limitação do cumprimento de atividades
anteriores devido ao linfedema.(SANTOS, VIEIRA, 2011)
Ainda que suscinto, o conhecimento de como o fenômeno da morte é
encarado por algumas religiões, doutrinas e crenças, possibilita reflexões que
achamos importantes para o enfrentamento da doença. Deve-se existir respeito
com a religião que o paciente segue, por mais estranha que seja. Esse
exercício é fundamental para o melhor relacionamento entre o paciente e a
equipe que o cerca. (SALLES, 2014)
8
A MULHER MASTECTOMIZADA E A IMAGEM CORPORAL
A qualidade de vida das mulheres mastectomizadas depende dos
aspectos sociais, psicológicos e fisiológicos, que afeta diretamente as emoções
pensamentos e o modo que as pessoas relacionam, pode se considerar um
fenômeno multidimensional. Entendemos que a imagem corporal envolve, além
da percepção e dos sentidos, as figurações e representações mentais que a
pessoa tem dos outros e de si mesma, além de emoções e ações advindas da
experiência do próprio corpo e do contato com a imagem corporal experiência
por outras pessoas; assim, a imagem corporal é uma construção dinâmica e
intercambiável.(SANTOS, VIEIRA, 2011)
Com relação a sexualidade é uma questão a ser considerada, pois
existem alterações que acontece devido ao tratamento, pelo câncer de mama e
que estão diretamente relacionados à imagem corporal. Portanto alguns
estudos
descreveram
uma
correlação
da
imagem
corporal
com
o
funcionamento sexual, uma vez que foram reportados resultados de menores
pontuações de imagem corporal relacionados a pior funcionamento sexual; o
oposto também foi verificado com melhores resultados de imagem corporal
associados a um funcionamento sexual positivo. Um estudo trouxe relatos de
mulheres que perceberam a perda do potencial de excitação e de estimulação
sexual pela remoção do seio.(SANTOS, VIEIRA, 2011)
Como é vista sua imagem corporal e o funcionamento sexual também
foram incluídas à atração sexualque seu parceiro tem, os estudos abordados
nesta categoria que a imagem corporal da mulher submetida aos tratamentos
para o câncer de mama é severamente afetada, e que, portanto, é necessário
que sejam elaboradas intervenções visando a novas possibilidades de se lidar
com o próprio corpo e nas relações com os outros.(SANTOS, VIEIRA, 2011)
O câncer de mama é a neoplasia maligna que atinge mais mulheres,
sendo um índice de morte elevado. Imagina-se o quanto é difícil a vida dessas
mulheres e para sua família ao descobrir o diagnóstico de câncer de mama.
Baseado no impacto do diagnóstico e na reação que é manifestado pelos
familiares dos pacientes quando descoberto o diagnóstico, a reação foi descrita
como um “choque”. Segundo o dicionário Aurélio, choque tem a definição como
um abalo emocional, outros autores definem como um sentimento de topor,
atordoamento, incompreensão, seguido por sofrimento e desespero. O choque
é utilizada por muitas famílias para referir ao impacto do diagnóstico. A
situação vivenciada provoca desequilíbrio emocional entre os familiares.
(BERVIAN, GIRARDON-PERLINI, 2006)
As alterações na mama ocasionadas com a retirada da mesma ou parte
dela causa um desequilíbrio da região que foi retirada e na distribuição
corporal, além de percebida visualmente também é sentida como um vazio ou
mesmo uma dor fantasma e tais como a manutenção da sensação corporal.
Mulheres que fizeram a reconstrução mamária afirmaram não ter reconhecido o
seio reconstituído como parte integrante de seu corpo, necessitando de um
tempo de adaptação, mesmo para aquelas mulheres que realizaram a
reconstrução imediata, uma vez que estas relataram sentimentos de
anormalidade ante o novo seio.(SANTOS, VIEIRA, 2011)
9 ASSOCIAÇÕES DE COMBATE AO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
PAULO
O estado de São Paulo disponibiliza algumas associações de combate
ao câncer, algumas são formadas por voluntários, onde a renda vem de
doações.
Quadro 1: Associações de combate ao câncer
(continua)
Associação
Cidade
VCA – Voluntariado de Combate ao Câncer de Americana
Americana
Núcleo de Prevenção ao Câncer de Americana – Americana
Americana
LACCA – Liga Araraquarense de Combate ao Câncer
Araraquara
AVCC – Associação Voluntária de Combate ao Câncer
Barretos
ABCC – Associação Bauruense de Combate ao Câncer
Bauru
BOTUCCAM – Botucatu no Combate ao Câncer de Mama
Botucatu
ABCC – Associação Bragantina de Combate ao Câncer
Bragança
Paulista
(Continua)
Associação
Cidades
CASA GE – Casa de Apoio ao Paciente Oncológico
Caçapava
NOVEL – Núcleo de Voluntários Eduardo Lani
Campinas
NUVOHC – Núcleo de Voluntários do Hospital de Clínicas da Campinas
UNICAMP
Núcleo
do
Voluntário,
Alojamento
do
Centro
Infantil
de Campinas
Investigações Hematológicas
APACC – Associação de Pais e Amigos da Criança com Câncer Campinas
e Hemopatias
AEBDR – Associação Evangélica Beneficente David Rowe
Campinas
Rede Feminina de Combate ao Câncer
Diadema
CVSF – Centro de Voluntários da Saúde de Franca
Franca
Liga Voluntária de Combate ao Câncer
Indaiatuba
Rede Feminina de Combate ao Câncer
Indaiatuba
Rede de Voluntários de Combate ao Câncer de Itatiba
Itatiba
Fundação Dr. Amaral Carvalho
Jaú
Entidade de Assistência Social Ana Marcelina Carvalho
Jaú
Rede Feminina de Combate ao Câncer Norma Della Serra
Jundiaí
GRENDACC – Grupo em Defesa da Criança com Câncer
Limeira
ALICC – Associação Limeirense de Combate ao Câncer
Limeira
Laranjal
AMA – Associação Mão Amiga
Paulista
Grupo Mariliense de Apoio ao Doente com Câncer
Marília
Grupo de Apoio a Crianças com Câncer e Hemopatias
Marília
ACC – Associação de Combate ao Câncer
Marília
Associação Paulista Feminina de Combate ao Câncer de Matão
Matão
Rede Voluntária Feminina de Combate ao Câncer
Mauá
Rede Feminina de Combate ao Câncer QuiomarPinhero Franco
Mogi
Cruzes
das
(continua)
Associação
Cidade
Grupo Vida Plena – Centro de Reabilitação e Promoção
Nova
Odessa
Ouro Verde
GAPAC – Grupo de Apoio a Pacientes com Câncer – Ouro Verde
Associação Viva a Vida
Piracicaba
Grupo de Voluntário da Santa Casa de Piracicaba
Piracicaba
Estrela da Mama – Grupo de Apoio no Combate ao Câncer de Praia
Mama
Grande
Presidente
Rede Feminina de Combate ao Câncer de Presidente Prudente
Prudente
RCCR – Rede de Combate ao Câncer de Rancharia
Rancharia
Ribeirão
GVAI – Grupo de Voluntário Arco – Íris
Preto
GACEON – Grupo de Apoio ao Instituto Ribeirão Pretano da Ribeirão
Beneficência Portuguesa
Preto
ABRACCIA – Associação Brasileira de Combate ao Câncer Ribeirão
Infantil e Adulto
Preto
Rede Rio – Clarense de Combate ao Câncer Carmem Prudente
Rio Claro
GACC – Lute Pela Vida, Grupo de Apoio à Criança com Câncer
Rio Claro
Viva Melhor – Associação de Mulheres Mastequitomizadas de Santo André
Santo André
Associação Projeto Crescer do ABC
Santo André
As Tulipas
Santos
Institutos NEO Mama
Santos
GASSA – Grupo de Ação Social Santo Antonio
Santos
(continua)
Associação
Cidade
Associação Santa Isabel de Combate ao Câncer
Santos
São
AVCC – Associação das Voluntárias de Combate ao Câncer de Bernardo do
são Bernardo do Campo
Campo
São
Rede Feminina de Combate ao Câncer
Caetano do
Sul
Rede Feminina São – Clarense de Combate ao câncer
São Carlos
São José do
Projeto Renascer – Grupo de Apoio de Combate ao Câncer de Rio Preto
mama
São José do
CAPACC – Casa de Apoio ao Paciente Adulto com Câncer
Rio Preto
São José do
AMICC – Associação dos Amigos da Criança com Câncer
Rio Preto
São
HAROMA – Voluntários do Hospital Antoninho da Rocha Marmos
José
dos
Campos
GACC – Grupo de Apoio a Criança com Câncer de São José dos São
Campos
José
dos
Campos
São
Casa Recomeço
José
dos
Campos
Fundação Comunidade da Graça
São Paulo
VOMAT – Associação de Voluntários do Hospital e Maternidade São Paulo
Leonor Mendes de Barro
(continua)
Associação
Cidade
Universo – União Sul, Sudeste e Centro Oeste das Instituições São Paulo
de Assistência a Criança e Adolescentes com Câncer
TUCCA – Associação para criança e adolescentes com Tumor São Paulo
Cerebral
Rede Voluntário de Combate ao Câncer Carmem Prudente
São Paulo
Projeto Felicidade – Gente Ajudando Gente
São Paulo
NAPACAN – Núcleo de Apoio ao Paciente com Câncer
São Paulo
GRAACC – Grupo de Apoio ao Adolescente e a Criança com São Paulo
Câncer
Departamento de Voluntários do Einstein
São Paulo
Centro de Apoio a Criança Carente com Câncer CandidaBermejo São Paulo
Camargo
CACCC – Centro de Apoio a Criança Carente com Câncer
São Paulo
Casa de Apoio a Criança e Senhoras com Câncer – Renascer São Paulo
com Jesus
Casa Assistencial Amor e Esperança
São Paulo
AVOHSPE – Associações dos Voluntários do Hospital Servidor São Paulo
Público Estadual
AVOHC – Associação das Voluntárias do Hospital das Clinicas
São Paulo
AVICAVC – Associação dos Voluntários do Instituto do Câncer São Paulo
Arnaldo Vieira de Carvalho
Associação Pró-Hope Casa de Apoio a Criança com Câncer
São Paulo
APFCC – Associação Paulista Feminina de Combate ao Câncer
São Paulo
AHPAS – Associação Helena Piccardi de Andrade Silva
São Paulo
AFU – Associação Feminina Unificada
São Paulo
(continua)
Associação
Cidade
ABRAPRECI – Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de São Paulo
Intestino
ABRALE – Associação Brasileira de Linfomas e Leucemia
São Paulo
ABADOC – Associação Beneficente de Amparo a Doentes com São Paulo
Câncer
AACC – Associação de Apoio à Criança com Câncer
São Paulo
Amor Eterno – Casa Assistencial Maria Helena Paulina
São Paulo
ASCCI – Ação Solidária Contra o Câncer Infantil
São Paulo
Instituto Se Toque
São Paulo
Voluntariado Santa Marcelina
São Paulo
GRATHI – Grupo de Assistência ao Tratamento e Hospedagem São Paulo
Infantil
ABOS – Associação Beneficente Oncológica de Sorocaba
Sorocaba
GPACI – Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil dos Sorocaba
Hospitais Sarina Rolin Caracante
Assistência ao Câncer Infantil dos Hospitais Sarina Rolin Sorocaba
Caracante
Rede Feminina de Combate ao Câncer = Esther Fidalgo Leite Suzano
Rondinelli
CAJEC – Casa de Apoio a Criança com Câncer José Eduardo Taboão
Cavichio
Serra
Casa Recomeço
Taubaté
Rede Voluntária de Combate ao Câncer de Tupã e Região
Tupã
Fonte: adaptado de: rede feminina de combate ao câncer do estado de São
Paulo, 2015.
CAPÍTULO III
A PESQUISA
da
1 INTRODUÇÃO
1.1
Metodologia
Hipótese: As mudanças vivenciadas são dolorosas, decorrem da mutilação, a
mulher sente-se menos mulher pela retirada da mama, pensando que não
serão mães em função do tratamento, ou que serão menos bonita, sofrendo
preconceito e construindo uma auto imagem negativa de si, afetando o seu
funcionamento psíquico.
1.2
Antecedentes científicos e dados que justifiquem a pesquisa:
Relevância Social, pois o cuidar envolve atos humanos em assistir o
indivíduo, o grupo ou á comunidade, os quais são seres, racionais, dotados de
sentimentos e fundamentados em conhecimentos.
relacionamento
interpessoal
originado
no
sentido
“O cuidar envolve
de
confiança
e
desenvolvimento com base em valores humanos e conhecimento científico”.
(SCHULZE, 1997, p. 157)
Por ser um tema de extrema importância, pois, é uma das doenças que
cada vez mais cresce entre as mulheres, e que elas passam por um sentimento
forte de perda, e diversos estágios, desde a negação, aceitação, revolta,
depressão. E que necessitam de um acompanhamento multidisciplinar como
psicólogos,
fisioterapeutas,
médicos,
enfermeiros,
sobre
tudo
uma
compreensão da família para com essa mulher, pois, a partir do descobrimento
do câncer até a pós-cirurgia de mastectomia total, a vida delas não será mais
como era antes, com vigor, e sem o fantasma da mutilação que hoje as
acompanham.
Após a mastectomia radical, as mulheres sentem dificuldades em aceitar
o novo corpo?
1.3
Descrição detalhada e ordenada do projeto de pesquisa.
Tipo de Pesquisa: Pesquisa de campo - A pesquisa de campo
caracteriza-se pelas investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou
documental, realiza-se coleta de dados junto a pessoas, com o recurso de
diferentes tipos de pesquisa. (FONSECA, 2002).
Abordagem: Cognitivo – comportamental – O modelo da terapia
cognitiva baseia-se na visão de que estados estressantes como depressão,
ansiedade e raiva freqüentemente são mantidos ou exacerbados por maneiras
de pensar exageradas ou tendenciosas. O papel do terapeuta é ajudar o
paciente a reconhecer seu estilo idiossincrático de pensamento e a modificá-lo
pela aplicação da evidencia e da lógica. Portanto, a terapia cognitiva origina-se
de uma linha antiga e respeitada de modelos baseados na razão, como os
diálogos socráticos fundamentados na lógica e o método aristotélico de coleta
e categorização de informações sobre o mundo real. O modelo cognitivo-que
enfatiza o papel central da cognição na emoção e do processamento
esquemático como fator determinante no processamento da informação –
reflete a revolução cognitiva ocorrida no campo da psicologia na década de
1970. (LEAHY, 1996).
Sujeito: 3 Mulheres que passaram por mastectomia radical, sem
restrição quanto a idade.
Local: Rede do câncer da cidade de Promissão – SP.
Instrumento: um questionário composto por duas partes, informes
pessoais com questões referentes a idade, escolaridade, estado civil e cirurgia
realizada. A segunda parte do instrumento foi composto por 14 questões
focando os seguintes temas, visão da paciente em relação ao diagnóstico,
cirurgia e seus principais pensamentos e sentimentos; quanto a vida familiar as
questões referiram-se a reação dos parentes, mudança na rotina e nos
sentimentos; quanto a vida conjugal a questão procurou conhecer se o sujeito
apresentou dificuldades sexuais após a cirurgia; outro aspecto focado no
instrumento foram as preocupações e os medos do sujeito; as duas ultimas
questões referiram-se aos pensamentos ao responder esse questionário.
Procedimento: na primeira etapa, a rede do câncer fez contato
telefônicos, com mulheres mastectomizadas e explicaram a pesquisa. No
segundo momento as que concordaram assinaram o termo de consentimento e
a seguir foi aplicado o questionário. Desta forma foi obtido informes adequados
evitando o viés do pesquisador.
O projeto foi encaminhado ao comitê de ética e pesquisa e aprovado no
dia 29/06/2015, número do parecer 1.130.161.
2 RESULTADOS E ANÁLISES DAS RESPOSTAS
O número de sujeitos que concordaram em participar do estudo, foram
de 3 mulheres, e foram convidadas 10. As repostas passam a serem descritas
de forma com que o sujeito respondeu, em algumas questões o número de
respostas é menor devido a não resposta do pesquisado.
Informes pessoais
Idade
Estado Civil
Filhos
68
Casada
Sim
80
Solteira
Não
69
Viúva
Sim
Análise das questões
1. Ao receber o diagnóstico de câncer mamário, descreva o que você
pensou, sentiu e como comportou-se.
A – fiquei apreensiva, não muito nervosa, aceitei e confiei na minha
espiritualidade.
B- aceitei o diagnóstico, não tive medo, foi tudo normal.
C- na hora levei um choque, depois pensei na morte esperando
angustiada.
Diante do diagnóstico do câncer de mama, a mulher se depara com
sentimentos variados, por ex; angústia, dor, sofrimento, culpa, sendo
sentimentos constantes na mulher desde o diagnóstico até a cura. (DEITOS,
GASPARY, 1997)
Destaca-se ainda que as preocupações sobre a ameaça a saúde e a
vida, medo de desfiguração, angustia e invalidez associado ao tratamento, são
comuns para as mulheres que enfrentam o câncer de mama. (HARRIS,
LIPPMAN, MORROW, 2002)
A fé ou crença religiosa proporciona às mulheres com câncer,
sentimento de paz, para viver com maior otimismo. O enfrentamento do câncer
de mama tem resultados desafiadores para o paciente, portanto ele busca algo
para esse enfrentamento. A Religião é vista como estratégia valorizada, para
lidar com a doença. (AQUINO, ZAGO, 2007)
2. Mediante a informação da necessidade mastectomia total, quais seus
principais pensamentos e sentimentos. Citar três de cada; Pensamentos.
Sentimentos.
A – fiquei nervosa e confiante
B – que está tudo bem, pensamento positivo, está tudo certo.
C- medo de ficar defeituosa, apesar dos filhos criados, me senti
incomodada com as pessoas que olhavam.
A representação do corpo apresenta importante papel na construção da
autoimagem e consciência do corpo, a relação que a pessoa estabelece com o
próprio corpo, é um elemento constitutivo e essencial da individualidade, não
há relações parecidas, são únicas. (ALMEIDA, MAMEDE, PANOBIANCO,
PRADO, CLAPIS, 2001)
Considerando a simbolização social e individual da mama feminina, o
câncer promove uma ruptura de identidade pela retirada da mama, mesmo
quando parcialmente. Quando diante de um diagnóstico de câncer, o
sentimento de desespero é encontrado como modo de extravasar as emoções
e decepções. (PINHO, CAMPOS, FERNANDES, LOBO, 2007)
3. Há quanto tempo você realizou a mastectomiatotal? Ou outra cirurgia da
mama?
A – fazem 27 anos e só fiz um seio.
B – 1 ano, e faço tratamento ainda.
C- Há 25 anos, fiz mastectomia radical.
4. Quais os principais sentimentos e pensamentos após a mastectomia
total? Ou outra cirurgia da mama? Citar para cada categoria os três mais
significativos. Pensamentos. Sentimentos
A – após a cirurgia fiquei com medos, pois os noticiários era que o
câncer ramificaria para outros órgãos. Muito medo.
B – não tive pensamentos ruins, de ficar feio e nada parecido. Normal
C- será que vou morrer, será que vou ficar boa. Sofrimento.
O câncer de mama apresenta diferentes situações de ameaça, como
aquelas que podem ser relacionadas à integridade psicossocial, à incerteza do
sucesso do tratamento, à possibilidade da recorrência, à morte, a não cura da
doença, o aparecimento da doença em outro órgão. (ALMEIDA, et.al, 2001)
5. Como foi a reação das pessoas com quem convive. Citar o grau de
parentesco e a reação.
A – meu esposo ficou muito preocupado ao ponto de fazer um
cateterismo, a família também ficou comovida e preocupada.
B – irmã mais velha, deu apoio e não demonstramos medo
C- minha mãe teve uma reação maior, por que ela era velhinha já, e
minha filha do meio que ficou bastante preocupada e foi ela que acompanhou
todo procedimento.
O marido, filhos e os pais são as pessoas que, mais sofrem e passam
por momentos de muita angústia. Constituem-se ao mesmo tempo nas
pessoas mais importantes e que têm implicações diretas no tratamento da
mulher com câncer. (COBERLLINI, 2001)
A família é vista pelas mulheres como ponto de partida para o
sustentáculo emocional, físico e financeiro. Com esse suporte a mulher ganha
estímulo e força para garantir um ajustamento saudável à nova condição de
saúde, sendo a família nesse momento o acolhimento e reconhecimento dentro
do núcleo familiar da paciente com câncer, sendo assim, um componente
essencial à sua recuperação. (SILVA, MAMEDE, 1998)
Normalmente, a experiência do câncer ocorre dentro de um contexto
familiar, desencadeando mudanças como um todo na família, de forma que
familiares, em maior ou menor grau, são afetados pelas situações decorrentes
da doença. (SALCI, MARCON, 2010)
6. O que mudou na sua rotina?
A – não mudou nada
B – continuo fazendo as mesmas coisas.
C- sim na rotina da casa.
O paciente oncológico, se vê frente a experiência do câncer, confronta
com alterações em sua vida, que definitivamente muda sua identidade social,
ele passa de pessoa saudável e trabalhadora, á doente e incapacitado para
atividades, ficando dependente da família, que essa assume papel de cuidador.
Assim tanto o paciente quanto a família, buscam reestruturação de sua
existência em função de enfermidades, conseqüentes dificuldades que surgem.
(MUNIZ, ZAGO, SCHWARTZ, 2009)
7. O que mudou em seus sentimentos?
A – nada, tudo normal
B – preocupada com outras doenças
C- não mudou nada.
De acordo com Zecchin (2004) em alguns casos as mulheres conseguem
lidar com a doença, com a perda e fazer uma reorganização em sua vida.
Outras podem encontrar nesta experiência uma porta de entrada para manterse na dor, exigir um momento a dor ou ficar com eventuais ganhos secundários
que a doença pode lhe trazer; como é possível também produzir uma
desorganização patológica, no sentido do desinvestimento total, que pode ser
mortal. Em alguns casos fica claro as mudanças desde o diagnostico até a
retirada da mama, as mudanças mais visíveis foram: tomar ciência da
realidade, a partir do acontecimento do corpo, a vivencia de fragmentação que
impõe este acontecimento no corpo.
8. Quem apoiou você durante o processo da mastectomia?
A – a família e amigos
B – irmã
C- minha filha do meio e meu marido, na época, pois hoje sou viúva.
Segundo Penna (2004), o acompanhamento da família perante o
paciente é importante, pois tem uma enorme influencia sobre o curso da
doença, e é crucial para que ele possa utilizar seus recursos de adaptação da
forma mais eficaz dentro de suas possibilidades e limitações individuais. A
visão sobre a doença pode influenciar diretamente no tratamento a ser seguido
e seus efeitos.
9. O medo é inevitável, cite pelo menos três medos que teve, identificando
com a situação?
A – medo de não ter a cura, após a retirada do seio
B – não tive medo, nem da morte
C- medo da morte do tratamento não dar certo, de deixar os filhos.
A experiência da perda é passível de ser elaborada, enlutada, porém, o
desamparo é traumático, ele pode perpetuar a dor e ser um empurrão para
destinos poucos desejáveis. Também temos que reconhecer que, como
analistas, estamos “entre”, já que não se trata de uma análise propriamente
dita, tão pouco de uma situação de acomodação dos conflitos. A angustia, o
medo, a dor podem se manifestar de formas muitas diversas; “estou com dor”
pode expressar a dor física quanto a dor psíquica; a angustia por exemplo,
pode apresentar-se na forma de recusa de adesão ao tratamento.(ZECCHIN,
2004)
10. Teve alguém que se afastou de você?
A – não, pelo contrário
B – não, mas até telefonaram pra saber como estava
C- não.
O preconceito que existe ao redor do câncer de mama é algo que
inviabiliza grande parte das elaborações das mulheres acerca do câncer. O
afastamento de algumas pessoas e as situações de constrangimento, que
começam a ser freqüentes, normalmente estão relacionados à não
aceitação das pessoas. (ALMEIDA, MAMEDE, PANOBIANCO, CLAPIS, 2001)
11. Você teve alguma dificuldade sexual? Citar as principais.
A – não, meu marido aceitou bem a doença
B – não.
C –não.
Não existe um padrão de reações do conjugue em relação à vida sexual
após a mastectomia e o câncer. Alguns se afastam, outros tornam-se mais
afetivos, sendo importante lembrar que muitas mulheres temem a rejeição pelo
parceiro, deve-se a associação por tais mulheres entre sexualidade e
genitalidade, o que leva a pensar que a mastectomia provoque um
distanciamento do parceiro. (DUARTE, ANDRADE, 2003)
12. O que mais a preocupa hoje?
A – mais a febrite no braço esquerdo.
B – não tem muita preocupação em relação a outras doenças.
C -tive um pouco de preocupação de voltar em outro órgão, ou problema
de voltar.
Essas crenças intermediárias são compostas por atitudes, regras e
suposições, influenciam a visão do paciente sobre a situação, o que, por sua
vez, influencia como ele pensa, sente, e se comporta. (BECK, 1997)
13. Cite três pensamentos ao responder essas questões?
A – satisfação, ajuda e bem estar.
B – pensamento positivo, por terem interesse sobre o assunto
C- bom, respondi numa boa.
Avaliação realista e a modificação do pensamento produzem uma
melhora no humor e no comportamento. A melhora duradoura resulta da
modificação das crenças disfuncionais básicas do paciente. (BECK, 1997)
14. O silencio machuca, pois esconde palavras que gostaríamos de dizer,
tem alguma coisa que gostaria de dizer?
A – só agradecer a Deus pelo restabelecimento da saúde.
B – nada a dizer.
C- não falo dos meus medos para a família, da doença voltar.
O conhecimento de como o fenômeno da morte é encarado por algumas
religiões e crenças, possibilita algumas reflexões importantes para quem lida
com a situação da doença. (NUNES, 2009)
Espiritualidade é um sistema de crenças que foca elementos intocáveis
e que transmitem vitalidade. Para melhorar a qualidade de vida da pessoa, tal
crença pode mobilizar energias extremamente positivas e ainda ser
compreendida através de um sentido de vida, não se limitando a tipos
específicos de crença ou prática religiosa. (SAAD, MASIERO& BATTISTELLA,
2001).
Para Solomon (2003), espiritualidade envolve um conjunto de práticas e
rituais, não apenas prece, cultos, meditações, de modo que é também
experimentar o mundo, a vida, interagir com outras pessoas.
Por ser de mensuração complexa a questão da espiritualidade é ampla e
visa o bem estar espiritual, que também se pode entender como a percepção
subjetiva de cada individuo e sua crença. (VOLCAN, 2003).
Identificado a espiritualidade como fator de proteção, relacionando-a as
atitudes positivas, de um indivíduo idoso com câncer, lhes dá maior confiança
para o enfrentamento da doença. (FEHRING, MILLER& SHAW, 1997).
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Contatou com a rede do câncer da cidade de Promissão, a fim de
desenvolver um trabalho preventivo, antecedendo a retirada da mama das
mulheres portadoras de câncer. O foco dos atendimentos serão voltados para
os pensamentos, sentimentos e crenças geradoras de desconforto psíquico ou
disfuncionais acarretando auto grau de sofrimento a mulher. Esta atividade
será desenvolvida em grupo aberto seguido para atendimento psicoterápico
individual, os encontros serão semanais. Após a realização da cirurgia a
paciente deverá retornar ao grupo para continuar o processo. As orientações
deverão ser estendidas aos familiares a fim de trabalhar seus pensamentos,
sentimentos e as crenças desadaptativas.
CONCLUSÃO
A apreciação dos dados desta pesquisa, sobre os sentimentos e
experiências vivenciados por mulheres portadoras do câncer de mama, mostra
uma necessidade da abordagem do câncer não somente como uma doença,
mas que abrange também a área emocional e familiar, social da vida da
paciente.
A difícil surpresa de descobrir-se em uma realidade de conviver com
uma doença estigmatizante, com um turbilhão de sentimentos dolorosos como
temor da morte e enfrentamento de preconceitos sobre a doença, as mudanças
na dinâmica familiar, com o sofrimento compartilhado por todos os membros,
inclusive os filhos.
Quanto a mastectomia total o medo da alteração corporal foi decorrente
do pensamento de ficar defeituosa e de que as pessoas iriam perceber a falta
da mama. Após cirurgia, os pensamentos do sujeito da amostra mudaram,
tornando-se ambivalentes como “será que vou morrer, ou sobreviver”, e o
sentimento foi de medo e sofrimento decorrente de um possível retorno da
doença, associado ao pensamento de estar curada, mas o medo permanece
como constante durante todo o processo de tratamento pós cirúrgico. Os
sujeitos relataram não apresentar dificuldades sexuais, contando com
compreensão e colaboração do parceiro. A terapia comportamental cognitivo
com seu caráter diretivo, focal, favorece a identificação e modificação dos
pensamentos, ocasionando sentimentos mais realistas e menos disfuncionais.
O terapeuta busca de uma variedade de formas, produzir mudanças cognitiva,
mudanças no pensamento e no sistema de crenças do paciente, visando
promover mudança emocional e comportamental.
Os relatos apresentados deixaram transparecer que o câncer de mama
surge com um significado de ameaça à vida e à integridade física e emocional
das mulheres. Portanto, ao receber o diagnóstico de câncer de mama, a mulher
passa a vivenciar a expectativa de um futuro incerto, de um caminho de
dificuldades, que vem acompanhado do medo da morte e mutilação. A mulher
convive com sentimentos intensos e contraditórios, nos quais medo, raiva,
incerteza e até mesmo a aceitação passam a fazer parte do seu cotidiano. Uma
das causas de morte é o atraso no diagnóstico.
Em alguns casos as mulheres conseguem lidar com a doença, com a
perda e fazer uma reorganização em sua vida. Outras podem encontrar nesta
experiência uma porta de entrada para manter-se na dor, exigir um momento à
dor ou ficar em eventuais ganhos secundários que a doença pode lhe trazer,
portanto se faz necessário o comportamento pré e pós cirúrgico, por equipe
multidisciplinar composta inclusive por psicólogo, para acompanhamento
psicoterápico das mulheres.
Pesquisas relacionadas ao câncer e principalmente o câncer de mama
para as mulheres com as sensações eliciadas por circunstâncias exteriores e
interiores geram respostas emocionais de desconforto no sujeito e no total de
10 sujeitos convocados e confirmados apenas 3 compareceram a aplicação do
instrumento função de amostra reduzida esse estudo poderá haver uma
Inexatidão e/ou prevaricação nessa pesquisa e com tudo sugerimos que façam
a aplicação do instrumento em amostragens mais numerosa de sujeito afim de
conhecer melhor a realidade das mulheres que realizaram a mastectomia
radical.
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APÊNDICES
APÊNDICE A - Questionário
I - Informes Pessoais
Idade:____________________.
Data:___/___/___.
Escolaridade:__________________________.
Estado civil Solteira ( ) Casada ( ) Morando com o parceiro ( ) Separada ( )
Viúva ( )
Filhos:____________________.
II - Questões
1) Ao receber o diagnóstico de câncer mamário, descreva o que você pensou,
sentiu e como comportou-se.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________.
2) Mediante a informação da necessidade mastectomia total, quais seus
principais pensamentos e sentimentos. Citar três de cada;
Pensamentos:____________________________________________________
______.
Sentimentos:_____________________________________________________
______.
3) A quanto tempo você realizou a mastectomia total ?
_______________________________________________________________
______.
4) Quais os principais sentimentos e pensamentos após a mastectomia total?
Citar para cada categoria os três mais significativos.
Pensamentos:____________________________________________________
______.
Sentimentos:_____________________________________________________
______.
5)
como foi a reação das pessoas com quem convive. Citar o grau de
parentesco
e
a
reação.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________.
6) O que mudou na sua rotina?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________.
7) O que mudou em seus sentimentos?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________.
8) Quem apoiou você durante o processo da mastectomia?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________.
9) O medo é inevitável, cite pelo menos três medos que teve, identificando
com a situação?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________.
10) Teve alguém que se afastou de você ?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________.
11) Você teve alguma dificuldade sexual? Citar as principais.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________.
12) O que mais a preocupa hoje?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________.
13) Cite três pensamentos ao responder essas questões ?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________.
14) O silencio machuca, pois esconde palavras que gostaríamos de dizer, tem
alguma coisa que gostaria de dizer?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_____________________.
APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO
(Resolução nº 466 de 12/12/12 – CNS)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL
1. Nome do Paciente:
Documento de Identidade nº
Endereço:
Telefone:
Sexo:
Data de Nascimento:
Cidade:
U.F.
Data de Nascimento:
Cidade:
U.F.
CEP:
1. Responsável Legal:
Documento de Identidade nº
Sexo:
Endereço:
Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.):
II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1.
Título do protocolo de pesquisa: O Pensamento e o sentimento de mulheres que passam pela
mastectomia.
2. Pesquisador responsável: Oscar Xavier Aguiar
Cargo/função: Professor Inscr.Cons.Regional:
Unidade ou Departamento do Solicitante:
/ Orientador
3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência
imediata ou tardia do estudo).
SEM RISCO
RISCO MÍNIMO
RISCO MÉDIO
RISCO MAIOR
4. Justificativa e os objetivos da pesquisa:
Avaliar o que mais as afetam, conhecer quais as conseqüência para a sua auto imagem, vida familiar e
conjugal.
Por ser um tema de extrema importância, pois, é uma das doenças que cada vez mais esta crescendo entre
as mulheres, e que elas passam por um sentimento forte de perda, e diversos estágios, desde a negação,
aceitação, revolta, depressão. E que necessitam de um acompanhamento multidisciplinar como psicólogos,
fisioterapeutas, médicos, enfermeiros, sobre tudo uma compreensão da família para com essa mulher, pois,
a partir do descobrimento do câncer até a pós-cirurgia de mastectomia total, a vida delas não será mais
como era antes, com vigor, e sem o fantasma da mutilação que hoje as acompanham.
5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos
procedimentos que são experimentais:
Coleta de dados através de um questionário, onde não terá identificação.
6. Desconfortos e riscos esperados:
Os riscos que possivelmente terão, será o sofrimento emocional decorrente da retirada da mama.
Tomaremos as devidas providencias de ter sigilo nas informações obtidas, o local que será feito as
entrevistas, será um local que é confiável para elas, um local que elas se sentem à vontade.
7. Benefícios que poderão ser obtidos:
O fato de ter com quem conversar, através da entrevista e do questionário faz a mulher sentir e reviver a
dor de ter passado por essa experiência, a dor tem que ser sentida para ser esquecida.
8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: NÃO SE APLICA
9. Duração da pesquisa: 3 meses
10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de pesquisa em
/
/
III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU
REPRESENTANTE LEGAL
1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida
acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o
tratamento do indivíduo.
2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de
participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento.
3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá
confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade.
4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas durante o
estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa.
5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos
decorrentes da pesquisa.
Observações complementares.
IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido (a) pelo pesquisador
responsável e assistentes, conforme registro nos itens 1 a 5 do inciso IV da
Resolução 466, de 12/12/12, consinto em participar, na qualidade de
participante da pesquisa, do Projeto de Pesquisa (colocar o nome do projeto de
pesquisa).
________________________________
Assinatura
Promissão, /
/
.
____________________________________
Testemunha
Nome .....:Endereço.:
Telefone .:R.G. .......
ANEXOS
ANEXO A –Aprovação do projeto pelo comitê de ética e pesquisa
ANEXO B – Termo de responsabilidade e compromisso do(os) pesquisador(es)
responsável(is)
DECLARAÇÃO
TERMO DE COMPROMISSO
PESQUISADOR RESPONSÁVEL
Eu, Oscar Xavier de Aguiar, lotado no curso de _Psicologia_ do Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO de Lins – S. P, pesquisador responsável
pelo Projeto de Pesquisa intitulada “O pensamento e o sentimento de mulheres que
passam pela mastectomia radical”, declaro estar ciente e que cumprirei os termos da
Resolução 466, de 12/12/12, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde em
todas as fases da Pesquisa.
Lins, 07 de __Abril___ de _2015__
________________________________________________
Oscar Xavier de Aguiar Orientador (pesquisador responsável)
CPF_034 885 438-20_
Curso de _Psicologia
Instituição ____Unisalesiano de Lins_
ANEXO C- Termo de responsabilidade do(s) pesquisador(es) e/ou
colaborador(es)
DECLARAÇÃO
TERMO DE COMPROMISSO
PESQUISADOR ASSISTENTE
Eu, Karla Regyna Mangilli, graduandodo curso de _Psicologia_do Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO de Lins – S. P,
pesquisador assistente do Projeto de Pesquisa intitulada“O pensamento e o
sentimento de mulheres que passam pela mastectomia radical” declaro estar
ciente e que cumprirei os termos da Resolução 466, de 12/12/12, do Conselho
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde em todas as fases da Pesquisa.
Lins, 07 de _Abril__ de 2015
______________________________________
Karla Regyna Mangilli pesquisador assistente
CPF___389.610.218.42___
Curso de _______Psicologia_____
Instituição __Unisalesiano de Lins___
ANEXO D- Termo de responsabilidade do(s) pesquisador(es) e/ou
colaborador(es)
DECLARAÇÃO
TERMO DE COMPROMISSO
PESQUISADOR ASSISTENTE
Eu, Isabella Nunes Monteiro, graduandodo curso de _Psicologia_do Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO de Lins – S. P,
pesquisador assistente do Projeto de Pesquisa intitulada“O pensamento e o
sentimento de mulheres que passam pela mastectomia radical” declaro estar
ciente e que cumprirei os termos da Resolução 466, de 12/12/12, do Conselho
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde em todas as fases da Pesquisa.
Lins, 07 de _Abril__ de 2015
_______________________________________
Isabella Nunes Monteiro - pesquisador assistente
CPF006 872 991-01__
Curso de Psicologia
Instituição ___Unisalesiano de Lins____
ANEXO E- Termo de responsabilidade do(s) pesquisador(es) e/ou
colaborador(es)
DECLARAÇÃO
TERMO DE COMPROMISSO DA(S) INSTITUIÇÃO (ÕES)
LOCAL DE COLETA
Eu, Regina Stela Schimidt (Presidente) da Rede de Combante ao Câncer de
Promissão CNPJ: 03.033.310/0001-09 declaro estar ciente e que cumprirei os
termos da Resolução 466, de 12/12/12, do Conselho Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde e que
instituição acima identificada apresenta oferece
condições para realização do projeto de pesquisa “O pensamento e o
sentimento de mulheres que passam pela mastectomia radical”.
Lins, 07 de Abril de 2015
___________________________________
Assinatura
Regina Stela Schimidt
Presidente
CPF: 398.133.128-15
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