UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Graduação em Psicologia Isabella Nunes Monteiro Karla Regyna Mangilli PENSAMENTOS E SENTIMENTOS DE MULHERES QUE PASSAM PELA MASTECTOMIA RADICAL. LINS – SP 2015 ISABELLA NUNES MONTEIRO KALA REGINA MANGILI PENSAMENTOS E SENTIMENTOS DE MULHERES QUE PASSAM PELA MASTECTOMIA RADICAL. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Formação de Psicólogo, sob a orientação do Profº Oscar Xavier de Aguiar e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni. LINS – SP 2015 Mangilli, Karla Regyna; Monteiro, Isabella Nunes M243p O pensamento e o sentimento de mulheres que passam pela mastectomia radical / Karla Regyna Mangilli; Isabella Nunes Monteiro . - - Lins, 2015 79p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia, 2015. Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Oscar Xavier Aguiar 1. Mastectomia. 2. Cognitivo - Comportamental. 3. Câncer de mama. I Título. CDU 159.9 Lista de Quadros QUADRO 1: Associações de combate ao câncer.............................................39 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................................13 CAPÍTULO I - IDEAL DE BELEZA ATRAVEZ DOS TEMPOS........................16 1 Pré-história..............................................................................................16 1.1 Mitologia Greco Romana e Egípcia.........................................................17 1.2 Idade Média.............................................................................................18 1.3 Renascimento..........................................................................................19 1.4 A construção de Beleza na Atualidade....................................................19 2 BELEZA NO CINEMA.............................................................................21 3 PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS............................................................24 4 BELEZA NO TRABALHO.......................................................................25 CAPÍTULO II - AS INTERFACES DO CÂNCER DE MAMA............................27 1 O CÂNCER, SUA HISTÓRIA, SEUS SIGNIFICADOS E INTERPRETAÇÕES.........................................................................................27 2 CÂNCER DE MAMA.............................................................................30 2.1 Aspectos do cancêr de mama...............................................................31 3 TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA.............................................31 4 REPERCUSSÕES PSICOLOGICAS DO CÂNCER DE MAMA...........34 5 ASPECTOS GERAIS DA MUTILAÇÃO E MUTILAÇÃO DA MAM....35 6 FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA..........................35 7 CÂNCER DE MAMA E MORTE............................................................36 8 A MULHER MASTECTOMIZADA E A IMAGEM CORPORAL............38 9 ASSOCIAÇÕES DE COMBATE AO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO PAULO.............................................................................................................39 CAPÍTULO III – A PESQUISA.........................................................................45 1 INTRODUÇÃO......................................................................................45 1.1 Antecedentes cientificos e dados que justifiquem a pesquisa...............45 1.2 Descrição detalhada e ordenada do projeto de pesquisa......................46 2 RESULTADOS E ANÁLISES DAS RESPOSTAS................................47 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................54 CONCLUSÃO....................................................................................................55 REFERÊNCIAS.................................................................................................57 APÊNDICES......................................................................................................64 ANEXOS......................................................................................................................74 Cada um e todos são solicitados a construir seu corpo, conservar a forma, a beleza, a fim de aniquilar os sinais de envelhecimento ou fragilidade, a ostentar a identidade do individuo, seja pelos sinais de beleza, seja pelos sinais de feiúra. Paiva , 2007 Dedicamos esse trabalho a todas as mulheres da Rede de Combate ao Câncer de Promissão-SP, que nos emprestaram um pouco de suas experiências, onde foi possível a realização do nosso trabalho. Dedicamos ao nosso orientador, aos nossos pais. Dedicamos à família que nos apoiou. Isabella e Karla Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus pela sabedoria e oportunidade por concluir este curso tão esperado! Por escutar minhas orações e me tornar uma pessoa mais próxima de ti. Pois só o Senhor sabe das minhas angústias e medos e em ti confio minha vida! Agradeço a minha mãe pela paciência, pelo amor, incentivo, orações e confiança, sendo amiga, conselheira, carinhosa e agüentar as dúvidas e ansiedades, sendo pressionada por respostas imediatas. Ao meu pai pela oportunidade de fazer a faculdade e pela confiança depositada em mim. Ao meu irmão pelas palavras amigas. Agradeço a minhas filhas por serem companheiras e não me julgar pela minha ausência, meu amor, meu companheiro e amigo por fazer parte da minha vida. A minha companheira de TCC pelo companheirismo, amizade, paciência e confiança para que conseguíssemos chegar até o final! AO Orientador Oscar Xavier de Aguiar pela ajuda e paciência em nos orientar e aguentar nossas dúvidas e questionamentos. A professora Jovira por nos ensinar e nos orientar no desenvolvimento técnico do TCC. Com amor Isabella Nunes Monteiro Agradecimentos A Deus, que nos criou e foi criativo nesta tarefa. Seu fôlego de vida em mіm me foi sustento е me deu coragem para questionar realidades е propor sempre um novo mundo de possibilidades. À minha família, por sua capacidade de acreditar e investir em mim. Mãe, seu cuidado e dedicação foi que deram, em alguns momentos, а esperança para seguir. Agradeço ao mundo por mudar as coisas, por nunca fazê-las serem da mesma forma, pois assim não teríamos о que pesquisar, o que descobrir е o que fazer, pois através disto consegui concluir а minha monografia. Meu amor, pessoa com quem amo partilhar а vida. Com você tenho me sentido mais viva de verdade. Obrigado pelo carinho, а paciência е por sua capacidade de me trazer paz na correria de cada semestre. Agradeço minha parceira de TCC, pois sem a paciência, e as renuncias que tivemos que fazer durante todo o processo de elaboração do trabalho, não conseguiríamos concluir com êxito essa pesquisa tão satisfatória para nós, como futuras profissionais e mulheres. Agradeço meu professor e orientador, Oscar Xavier, pela paciência e carinho que teve conosco. Agradeço também a orientadora Jovira Sarraceni pelo aprendizado. Com amor. Karla Regyna Mangilli RESUMO O trabalho consiste primeiramente em uma revisão bibliográfica sobre a beleza da mulher através dos tempos desde a pré-história passando pela beleza no cinema até na atualidade, e informações teóricas sobre o câncer e forma geral do câncer de mama, mastectomia e o tratamento. Posteriormente, apresenta-se uma pesquisa cujo objetivo foi identificar os pensamentos e os sentimentos de mulheres que passaram pelo câncer de mama e conseqüentemente fizeram a mastectomia radical. A realização dessa pesquisa ocorreu no segundo semestre de 2015, com 3 mulheres de 68 á 80 anos, o local da pesquisa foi na rede do câncer da cidade de Promissão. A metodologia consiste em um questionário com 14 questões sobre os sentimentos e pensamentos das mulheres que passaram pela mastectomia radical. Os resultados obtidos evidenciam que as mulheres, sentem medo da morte e de sua aparência física, a doença causa muito sofrimento tanto para si quanto para família, que as rotinas diárias mudam para algumas mulheres por conta da mastectomia, e para outras passar pelo câncer não muda em nada sua rotina. O medo da morte é o sentimento mais evidenciado nessa pesquisa, e que falar de si mesmo é a parte mais difícil para essas mulheres. Percebeu-se que as mulheres que fizeram a mastectomia há mais tempo sentiram mais medo da doença, a que fez a cirurgia a pouco tempo não expressou medo algum, notou-se também que as que tem filhos sentem mais medo da morte, do que a que não tem. Os pensamentos que deram origem e esses sentimentos estavam associados a reaparecimento da doença durante o tratamento ocasionando também sentimentos ambivalentes de vida e morte. O que torna a terapia comportamental cognitiva adequada ao atendimento psicoterápico destes pacientes. Palavras-chaves: Mastectomia, Cognitivo – Comportamental, Câncer de mama ABSTRACT This study aimed to analyze a literature review on women’s beauty through the ages, since beauty on movies to postmodern, and theoretical information about breast cancer, mastectomy, and its treatment, and further presents a research to identify thoughts and feelings of women with breast cancer and also had to go through mastectomy. It occurred on the 2nd semester of 2015, with 3 women between 68 to 80 years old, and the research’s local was at Cancer Network in Promissão city. The method consists in an interview with 14 questions about thoughts and feelings of women who were treated with radical mastectomy. The results indicated that women are afraid of death and about their physical appearance, showing that themselves and their family suffers with the disease, because their daily routine changes. Fear of death is the most evident feeling in this research, and talk about theirselves is the hardest part for these women. We were able to realize that women who were longer treated with mastectomy were afraid of the disease; the one who had to make a surgery in a short time ago didn’t express fear. It was also possible to see that women who have children is more afraid of death than that ones who don’t. The original thoughts and feelings were associated to illness recurrence during a treatment, which causes ambivalent feelings of life and death. It makes cognitive-behavioral therapy appropriated in a psychotherapeutic treatment to these patients . Keywords: Mastectomy. Cognitive-Behavioral. Breast Cancer. INTRODUÇÃO Na pré-história as mulheres corpulentas de seios fartos e ancas grandes eram as preferidas pelos homens. (SANTOS, 2011) Na Grécia o corpo nu, objeto de admiração e representação de saúde, corpo saudável, bem proporcionado, admirado pela capacidade de fertilidade. Durante a idade média por influencia da igreja o corpo ficou protegido e escondido sob pesada vestimenta. Tal conduta foi rompida durante o renascimento, através de maquiagem, roupas luxuosas e decotadas. (ESTER, 2010). Ao longo dos últimos séculos a preocupação com o corpo perfeito vem sendo atribuída às mulheres e que é na lógica do senso comum apresentar elevada preocupação com a aparência, é “coisa de mulher”. Os cuidados com a aparência de fato uma grande preocupação feminina, torna-se um processo externo a elas. Na forma de expectativas sociais criados em torno da definição do que é ser mulher, como interno na forma de uma demanda íntima emanada pelos selves particulares. (CAMPOS, 2009) Durante anos de 30 e 40, a moral continuava rígida, porém misturandose com hipóteses novas vindas de observação da vida moderna nas grandes cidades cada vez mais industrializadas. Fatores que podem predispor ao câncer começam a ser destacados como a ingestão de alimentos com produtos químicos, fumo, excesso de trabalho, aumento das preocupações, estresse, medicamentos, radiação solar. (INCA, 2015) A noção moral do câncer como castigo e reparação do pecado, foi substituída gradativamente pela noção de que a doença expressa o caráter do paciente. Antes a doença era vista como conseqüência de condutas erradas de vida, comportamentos e emoções desmedidos, agora estaria relacionada justamente com a contenção do desejo e das emoções. O câncer tenderá expressar duas vergonhas, ser anti-higiênico e maculado por experiências julgadas viciosas, e a de ser considerado recalcado, frustrado, incapaz de aceitar e expressar seus desejos. (TAVARES, TRAD, 2005) Significados e interpretações acerca do câncer assim como as situações em que estão associadas interferem no processo de enfrentamento, adaptação e tratamento do câncer. (SILVA, 2008) Câncer, doença caracterizada por crescimento desordenado de células e tecidos. Ocorrendo em qualquer idade porem mais comum em pessoas com mais de 40 anos, se a doença for descoberta precocemente e combatida, o paciente canceroso poderá ter a vida estendida por mais tempo e alguns casos até a cura. (BIZANTINA, CASTELO BRANCO, 2002) Nas últimas décadas tem acontecido em todo o mundo, significativo aumento do câncer de mama, seguido de mortalidade. O tratamento para o câncer de mama deve ser ministrado por uma equipe multidisciplinar, visando o tratamento integral da paciente. (BARROS,BARBOSA, GEBRIM, [s.d]) Técnicas cirúrgicas foram aprimoradas e a cirurgia de retirada do seio, a mastectomia evoluiu, de um estado mais radical para um conservador, considerando a fase em que o câncer foi diagnosticado. (AVELAR, SILVA, 2000) O Câncer de mama e o seu tratamento representam um trauma psicológico, já que a mama é um símbolo corpóreo da feminilidade. A mastectomia gera na auto–imagem da mulher alterações, causando sentimentos de medo, rejeição e inferioridade. A cirurgia afeta na vida sexual, elas sentem-se envergonhadas, feias, mutiladas e repulsivas sexualmente. (ROSSI, SANTOS, 2003) A incidência do câncer de mama aumenta mais a partir dos 40 anos e a mortalidade aumenta com a idade, no Brasil a população feminina abaixo de 40 anos, ocorrem menos de 20 óbitos a cada 100 mil mulheres, enquanto na faixa dos 60 anos o risco é maior que o dobro. (ADAMI, HUNTER, TRICHOPOULOS, 2008) A imagem corporal e o funcionamento sexual também foram incluídas à atração sexual que seu parceiro tem. Estudos abordados nesta categoria sugerem que a imagem corporal da mulher submetida aos tratamentos para o câncer de mama é severamente afetada, e que, portanto, são necessário que sejam elaboradas intervenções visando novas possibilidades de se lidar com o próprio corpo e nas relações com os outros. (SANTOS, VIEIRA, 2011) Embora não seja um recurso utilizado em todos os casos, a cirurgia de remoção da massa tumoral é bastante frequente, acarretando uma mutilação (parcial ou total) da mama. Procedimento este altamente invasivo e traz repercussões emocionais importantes, danificando não somente a integridade física, como também alterando a imagem psíquica que a mulher tem de si mesma e de sua sexualidade. Esse evento é acompanhado, geralmente, de vivências extremamente dolorosas relacionadas a uma sensação de perda interna do próprio self, alterando a relação que a paciente estabelece com seu corpo e sua mente. (ROSSI, SANTOS, 2003) No capítulo I será apresentado o ideal de beleza através dos tempos, o cinema, a moda e procedimentos estéticos. O capitulo II versará sob o câncer, sua história e seus significados; câncer de mama, tratamento, morte e as repercussões da mastectomia total. O III capítulo focará a pesquisa desenvolvida pelas autoras. CAPÍTULO I IDEAL DE BELEZA ATRAVÉS DOS TEMPOS 1. PRÉ-HISTÓRIA As sociedades primitivas são consideradas sociedades matricêntricas, onde a mulher não dominava, mas a vida era centrada nela. A figura materna responsável por conseguir parte da alimentação, para o sustento de seus filhos, esposo, e todos que faziam parte da família. O feminino é entendido como a personificação da natureza pela capacidade de gerar vida. Diversas sociedades primitivas tinham o costume de colocar um recém-nascido no chão, interpretado por alguns como uma atitude de voltá-lo a sua verdadeira mãe, geradora de todas as coisas, a grande terra, o princípio de tudo, da natureza, dos animais, dos homens e dos deuses. A representação da grande-mãe está relacionada, muitas vezes a um deus-animal, normalmente um touro, mas há representação da grande-deusa da fecundidade como uma vaca. (CABOT, 1997) As mulheres com seios fartos e ancas bem definidas, mostravam que eram bem alimentadas e capazes de gerar filhos sadios. Mulher de Willendorf, provavelmente não pretende ser um retrato realista, mas uma idealização da figura feminina. A vulva, seios e ventre são extremamente volumosos, de onde se infere que tenha uma relação forte com o conceito de fertilidade, geradora de filhos. Os braços, muito frágeis e quase imperceptíveis, dobram-se sobre os seios e não têm uma face visível, sendo a cabeça coberta do que podem ser rolos de tranças ou algum tipo de penteado ou acessório de cabeça. Apesar de muita controvérsia sobre o nome que recebeu, pois o nome Vênus está associado à elegância, formosura e à graciosidade, alguns sugerem que a corpulência representa um elevado estatuto social numa sociedade caçadoracolectora e que, além da óbvia referência à fertilidade, a imagem podia ser também um símbolo de segurança, de sucesso e de bem-estar. (SANTOS, 2011) 1.1 Mitologia Greco Romana e Egípcia A bela Hera, deusa do casamento e do matrimonio, conhecida pelos romanos como Juno. Pensa-se que seu nome é a forma feminina da palavra herói, e que signifique Grande Senhora. (BOLEN, 1990) Na mitologia grega Hera é a deusa dos deuses, regente do casamento. Retratada como majestosa e solene, muitas vezes coroada, algumas vezes ostentando em sua mão uma romã, símbolo da fertilidade, sangue e morte, um substituto para as cápsulas da papoula de ópio. (BOLEN, 1990). A deusa Deméter, presidia abundantes colheitas. Parte do nome Deméter, méter, parece significar “mãe”, mas mão é totalmente claro que ao que se refere o “de” ou a principio, “da”. Era venerada como uma deusa mãe, especialmente como mãe do cereal e mãe da jovem Perséfone, a romana Prosérpina. (BOLEN, 1990). Afrodite deusa grega do amor e da beleza, a quem os romanos a chamavam de Vênus, era a mais bela das deusas. Os poetas falavam da beleza de seu rosto e de seu corpo. De seu cabelo dourado e seus olhos brilhantes, pele suave e bonitos seios, que chamavam atenção pela perfeição de seu corpo.Afrodite governa o prazer do amor e da beleza, da sexualidade e da sensualidade das mulheres. (BOLEN, 1990) A deusa egípcia Ísis, cultuada entre os gregos, mais também associada a diversas outras divindades. Como deusa da fertilidade, associada à deusa Deméter, deusa do amor, associada à Afrodite, deusa dos animais, assim como Artêmis, modificando sua forma de representação. (FANTACUSSI, 2006) No Egito homens e mulheres pintavam o rosto, pois acreditavam que havia uma relação entre espiritualidade e aparência. A maquiagem tornou-se parte do dia a dia, um ritual de cuidados e beleza. Usavam carvão, Curry, açafrão e outros pós para se colorirem. (ESTER, 2010) A expressão e a exibição de um corpo nu representavam a sua saúde e os Gregos apreciavam a beleza de um corpo saudável e bem proporcionado. O corpo era valorizado não apenas pela saúde, mas também pela capacidade atlética e fertilidade. Para os gregos, cada idade tinha a sua própria beleza e o estético, o físico e o intelecto como parte de uma busca para a perfeição, sendo que o corpo belo era tão importante quanto uma mente brilhante. A moral quanto ao corpo e ao sexo, estabelecia algumas normas de conduta para evitar os excessos, que significavam a falta de controle do indivíduo sobre si mesmo, prescrevendo o “bom uso” dos prazeres (bebida, comida, sexo). (BARBOSA; MATOS; COSTA, 2011) 1.3 Idade Média Na idade média ocorreu o Conselho de Nicéia que fortaleceu a igreja Romana durante o reinado de Constantino. A Idade Média teve início com a queda do Império Romano e o domínio do Cristianismo. A vaidade foi condenada pela Igreja que passou a considerar como "hábitos pagãos" o costume das termas, dos banhos e das massagens com óleos perfumados dos romanos. Sendo alvo dessa nova ordem, as mulheres se cobriram com longas e rodadas vestimentas e os cabelos ficaram escondidos sob toucados. Mesmo assim tinham alguns toques de vaidade - os cabelos eram clareados com água de lixívia (cinza do borralho colocada na água) e com o sol. As sobrancelhas eram depiladas e a testa aumentada pela depilação da linha dos cabelos. As faces eram beliscadas e os lábios mordidos para que ficassem rosados e dessem um ar sadio. (ESTER, 2010) Ainda na Idade Média o corpo serviu mais uma vez como instrumento de consolidação das relações sociais, na guerra e na agricultura. A característica essencialmente agrária da sociedade feudal justificava o poder da presença corporal sobre a vida quotidiana; características físicas como a altura, a cor da pele e peso corporal, associadas ao vínculo que o indivíduo mantinha com a terra, eram determinantes na distribuição das funções sociais. (BARBOSA; MATOS; COSTA, 2011) 1.4 Renascimento Os decotes e a maquiagem foram usadas cada vez mais, vestimentas luxuosas, e surgiram também as muches (moscas), pintas feitas de veludo, aplicada sobre os seios e no rosto de homens e mulheres. (ESTER, 2010) Na França, homens e mulheres voltaram a usar a maquiagem. Foi um período caracterizado pelo exagero em muitas áreas: na pintura, na arquitetura, no vestuário, nos penteados, na maquiagem. O empoamento (pó de arroz) deixava rostos e cabelos inteiramente brancos; as perucas chegavam à altura de 50 cm; sedas, rendas, cetim e as mouches estavam no seu apogeu. Os decotes chegavam até os mamilos e o colo era aspergido com vinho tinto para que ficasse mais rosado, trazendo sensualidade e elegância para homens e mulheres. (ESTER, 2010) O corpo é um produto mutável, portanto com significados diferentes em função do momento histórico. Cada corpo, longe de ser apenas constituído por leis fisiológicas, supostamente imutáveis, não escapa à história. Ou seja: não se pode pensar o conceito de corpo apenas a partir dos aspectos biológicos: dos seus ossos, dos seus músculos, órgãos, pele e sentidos. O corpo é também a roupa e os acessórios que o adornam, as intervenções que nele se operam, a imagem que dele se produz, as máquinas de guerra que nele se acoplam como capacetes, armaduras, espadas e lanças. O corpo é mutável e mutante não apenas pelos fatores fisiológicos que sobre ele se operam, mas também pelos fatores sociais e culturais que a ele se atribui. (MENEZES, ARAÚJO, 2011) Segundo Moreno (2008) o olhar se torna mais agudo no séc XX, Louis Alquier, em 1924, confirma a descoberta da celulite, grânulos de nodosidade perceptíveis na mulher, a pele casca de laranja, nasce de um exercício distinto do olhar nas mãos. O corpo passa a conter matérias invasivas e depósitos linfáticos, a torturar, a tão sonhada busca de um corpo perfeito. 1.5 A construção da beleza na atualidade O conceito de beleza não é estático, pois passa por transformações, ao longo dos séculos, para compreender esse desenvolvimento sociocultural pode-se conceituar o que venha ser a beleza feminina, sem nos apropriarmos dos períodos da história, a qual a sociedade concebia tal conceito. Diante de tais momentos históricos, pode-se construir uma linha do tempo, na qual às mulheres eram vistas e classificadas quanto a sua beleza. Os aspectos possibilitavam que elas fossem denominadas como belas ou feias e que faziam para seus corpos serem considerados o padrão de beleza da época a qual pertenciam. (SILVA, BAIA, 2014) Em uma viagem ao longo dos séculos pode-se perceber que a beleza feminina passa por várias transformações na qual o corpo se torna um instrumento de sedução, valorizando ainda mais o processo de promoção das aparências. Perfazendo várias formas, no sec XX a beleza, incide fortemente sobre as mulheres, levando-as a perseguirem padrões inconstantes, e tem se estruturado em torno da chamada estética da magreza, estabelecida desde os anos 1960. Até os anos 1950, a figura feminina era a de um corpo voluptuoso, cintura fina, seios projetados, rosto angelical. O cinema foi um importantemeio de estabelecimento e difusão de padrões de beleza e de moda. A partir dos anos 1960 é a moda e suas passarelas que vai dirigir o processo de formatação e legitimação de padrões estéticos. A figura de Twiggy inaugurou uma nova representação do feminino a partir da estética da magreza, uma beleza que para uns é infantilizada e para outros andrógena, baseada no corpo magro, retilíneo, seios pequenos, quadris estreitos. A mídia tem um papel importante expondo um tipo especifico de padrão incluindo ainda as indústrias farmacêuticas, cosméticos tipo de beleza, generalizando-se no imaginário social como a beleza ideal, convivendo paralelamente com o modelo sensual, uma das características de nossa época é sua lipofobia, sua obsessão pela magreza. (MOTA, 2006) A beleza no universo da moda contemporânea tem seus ícones como a modelo brasileira Gisele Bündchen é a Realidade atual da beleza, assim como a moda, está relacionada a padrões de magreza impostos pela indústria, a fim de atender as necessidades do fashion business por valorizar a roupa e, por conseqüência, vender mais. A top Gisele Bündchen ilustra essa realidade, com 52kg e 1.80m, apesar de apresentar cor e saúde. (PASQUAL, 2012) O preconceito radical atua na construção do conceito de belo, pois 2008, a edição da revista VOUGUE, nº 359 de Julho foi a única do ano a ter uma modelo negra na capa, e a primeira em toda a história da revista a estampar uma modelo negra sozinha na capa, passados 33 anos de seu lançamento no Brasil. A capa produzida com a inglesa Naommi Campbell, mesmo realizada com uma negra, valorizou traços finos e cabelo liso da modelo. (MARTINS, 2013) 2 BELEZA NO CINEMA Os padrões estéticos ao longo da história, sempre pressionaram as mulheres em busca de um padrão de beleza. Tal padrão sofreu as influências de sua época, porém foram mais significativas e popularizadas a partir do evento das fotografias e cinema. Nas primeiras décadas do século XX, todas sabiam que a fotografia, o cinema e a imprensa divulgavam padrões que deviam ser seguidos, excluindo aquelas que deles não se aproximassem. Tipos femininos criados por Clara Bow, Alice White, Colleen Moore incentivavam imagens sobre “garotas modernas”, mistode alegria, mocidade, jazz e cocktails! (CINEMA, BELEZA E COMPORTAMENTO, 2015) ThedaBara, aliás "TheodosiaBurr Goodman", foi o primeiro símbolo sexual da cinema. Sua beleza robusta, seus figurinos ou a falta deles, o personagem "The Vamp" no filme "A FoolThereWas" (1915) e a nababesca e erótica "Cleópatra" de 1917, infelizmente perdida a transformaram em verdadeira divindade do cinema mudo. (SHIMIDIT, 2014). Um controle mais rígido sobre a apresentação pessoal era exigido até nos empregos ocupados por mulheres. A chamada “boa aparência” impunhase. Os bons casamentos, sobretudo dependiam dela. Olhos e boca, agora, graças ao batom industrial, passam a ser o centro de todas as atenções. ThedaBara e Greta Garbo seduziam com sua malícia singular; eram o símbolo da mulher-mistério, das vamps. O aparato colocado a serviço da beleza corporal, nessa época, feito de receitas de fabrico doméstico, de produtos farmacêuticos ou de artifícios de maquilagem, pareciam prometer à mulher a possibilidade de, em não sendo bela, tornar-se bela. (CINEMA, BELEZA E COMPORTAMENTO, 2015). A mulher dos anos 50 torna-se glamurosa e cheias de sensualidade, ser bela era uma condição entre as jovens, aumentando então o consumo de cosméticos, e assim o corpo da mulher torna mais sexy cheio de curvas, isso aconteceu após a 2º guerra mundial. As jovens conheceram o rebolado cheio de sensualidade e transcendental de Elvis Presley, tiraram o pôster do James Dean do armário e grudaram na parede. (COELHO, 2014) Marilyn Monroe ajudou a eternizar o "padrão de beleza" em seus filmes, estabelecendo uma imagem icônica de símbolo sexual, que foi imitado e atravessou décadas, imagem de um corpo cheio de curvas e quase sem imperfeições. Nos anos 60, a pílula anticoncepcional, a vestimenta como minissaia, mini blusas e decotes, os hippies, o socialismo de Mao Tsé-tung, e a Guerra Fria; todos os eventos fizeram com que a mulher e sua liberdade intelectual esexual ganhassem respeito e notoriedade, a mulher não era mais a mesma, passou a ser vista como ícone de sensualidade e beleza. No final da década, o reduto jovem mundial trocou Londres e Paris cidades da moda da época, para São Francisco (EUA), berço do movimento hippie, ajudando a definir a beleza da mulher. O cinema foi extremamente importante, pois a “clássica” beleza de Marilyn Monroe, Brigitte Bardot, Jane Birkin, Audrey Hepburn, Jacqueline Bisset, entre outras, a modelo inglesa Twiggy tornou-se também o biotipo imitado pelas jovens da época. Foi o auge da estética "lolita", que nos remete a Kubrick e seu tão famoso filme, com a sexualização de looks quase infantis. Para manter o ideal de corpo adolescente, as revistas femininas incentivavam as mulheres nas mais diferentes dietas e exercícios, para manter-se em um corpo atlético, magro e que chegue o mais perto da perfeição estabelecida pelos cinemas, revistas e fotografias. (COELHO, 2014). Sendo a fotografia do corpo quase perfeito de Brigitte Bardot impresso na revista Elle de 1952, que tinha sido revelado por processos óptico-quimicos, representava o apogeu da modernidade e da liberação sexual feminina. (KESKE, 2002) No final da década de 60 outro padrão de beleza sensual, agressiva: Raquel Welch, conhecida pelo seu corpo sarado. A americana Marlyn Monroe marcou os anos 50 com suas curvas acentuadas e coxas fartas, dentre outras atrizes contemporâneas que fizeram parte do grande cinema Angelina Jolie, Isabella Rossellini, Julie Christie, Ingrid Bergman, Grace Kelly. (PASQUAL, 2012) O cinema brasileiro teve suas divas que seguiram o padrão de beleza internacional apropriado ao momento histórico que viveu. Para tanto serão citadas algumas das atrizes para ilustrar de forma coerente ao presente estudo.Carmem Miranda foi uma cantora e atriz, a qual ficou conhecida mundialmente por sua participação em programas de rádio e em filmes, final da década de 1960. Entre 1942 e 1953 atuou em 13 filmes em Hollywood e nos mais importantes programas de rádio, televisão, casas noturnas, cassinos e teatros norte-americanos Carmen Miranda sempre foi identificada como a artista de maior sucesso. (MACEDO, 2014) Presença marcante no cinema nacional, Leila Diniz é um dos maiores mitos brasileiros e símbolo sexual. Atriz que na TV encenava os dramalhões da era Glória Magadam, poderosa escritora cubana, e brilhou no teatro revista, escandalizava os puritanos, pois falava abertamente sobre sexo, citava um palavrão entre uma fala e outra, e incomodava o regime militar por sua postura libertária. (RIBEIRO, [s.d]) Uma das mais belas atrizes brasileira de todos os tempos, Odete Lara, sempre foi sinônimo de talento. Atriz capaz de ir do tipo popular, como em Arara vermelha, à sofisticada amante de Betty Faria em A estrela sobe, passando pela cínica prostituta de luxo em Noite vazia. (RIBEIRO, [s.d]) Norma Bengel é uma das atrizes fundamentais no cinema brasileiro. Vedete de sucesso, modelo e cantora, teve estréia apoteótica no cinema fazendo cover de Brigitte Bardot e seduzindo Oscarito no clássico O homem do sputinik, de Carlos Manga em 1959. Em 1962, na sua carreira e no cinema nacional teve dois marcos, o primeiro nu frontal na historia do cinema, e a prostituta Marli em o Pagador de promessas, de Anselmo Duarte. (RIBEIRO, [s.d]) Atriz brasileira mais famosa em Hollywood depois de Carmem Miranda, Sônia Braga é uma estrela essencialmente cinematográfica. Mesmo tendo sido sucesso nas novelas, é no cinema que encontra o seu melhor veículo. É onde mostrava mais seu talento, com estilo de interpretação espontânea, emotiva e sensual, revolucionando a beleza com sua pele morena e tipo físico. (RIBEIRO, [s.d]) Modelo de beleza da brasileira a atriz Sônia Braga: baixa, pele morena, cabelos negros, longos e crespos, cintura fina, quadris largos, seios pequenos. Esse modelo de corpo e beleza brasileiro sofreu um impacto norteeuropeizante ou albinizante, ou ainda ianque, com o sucesso de belas mulheres encantadoras ancas femininas que possuíam, na cultura brasileira, significados não apenas estéticos, mas, também, enobrecedores das mulheres portadoras de tais formas. Dignas, virtuosas e dignificantes, protuberâncias do corpo eram fundamentais na representação sobre a beleza brasileira. Vera Fischer alta, alva, loira, cabelos lisos (arianamente lisos, como dizia Freyre), com um corpo menos arredondado. (GOLDENBERG, 2006) 3 PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS Entende-se que ao longo dos últimos séculos, a preocupação com a estética corporal vem sendo atribuída às mulheres e que é na lógica do senso comum lugar onde se formam mais livremente todos os mitos sociais apresentar elevada preocupação com a aparência é coisa de mulher. O resultado dessa atribuição historicamente acumulada é que os cuidados com a aparência são de fato uma preocupação eminente feminina e, neste sentido, em grande medida, por meio de sua agência esse mito continua a ser reproduzido. Torna-se assim um processo externo a elas, na forma das expectativas sociais criadas em torno da própria definição do que é ser mulher, como interno, na forma de uma demanda íntima emanada pelos selves particulares. (CAMPOS, 2009) O botox é a toxina botulínica, um complexo protéiconeurotóxico, produzido pela bactéria Clostridium botulinum, sua forma comercial é uma injeção não cirúrgica que reduz ou elimina temporariamente as linhas de expressão, rugas, pés de galinha, e pescoço. Usada em procedimentos estéticos devido à constante busca pela perfeição. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA, [s.d]) Outros procedimentos também invasivos referem-seàs cirurgias plásticas de embelezamento, no qual se destaca implante de próteses mamárias, entre outros. 4 BELEZA NO TRABALHO As atividades corporais, relacionadas ao embelezamento como um aperfeiçoamento, exercícios físicos, uso de cosméticos e cirurgias plásticas, estéticas assim como as intelectuais, criativas, afetivas e comunicativas mobilizam os trabalhadores em termos de engenhosidade, gerenciamento, tomada de iniciativa, investimento pessoal. Elas fomentam uma nova relação que visa fazer emergir sentimentos de confiança, segurança e conforto, associados aos padrões de beleza vigentes, valorizada pelas empresas, tal foco ocorre predominantemente sobre a mulher. (GORZ, 2005; LAZZARATO E NEGRI,2001). O atual culto ao corpo ressalta um individualismo perverso que torna cada indivíduo único e responsável pela forma física que possui (MISKOLCI, 2006). Consequentemente a forma física de cada um estaria diretamente ligada a capacidade individual de autocontrole ou gestão de si, uma característica amplamente utilizada pela gestão como fator de sucesso profissional. Além disso, a atenção crescente ao corpo vem demonstrando que o culto tornou um estilo de vida. A promessa fascinante de um ganho suplementar de saúde, juventude e beleza conquistou um espaço inédito nos meios científicos e artísticos, na mídia, nas empresas e em todas as esferas do cotidiano (COUTO, 2007). CAPÍTULO II AS INTERFACES DO CÂNCER DE MAMA 1 O CÂNCER, SUA HISTÓRIA, SEUS SIGNIFICADOS E INTERPRETAÇÕES Os significados e interpretações acerca do câncer e das situações em que estão associadas interferem no processo de enfrentamento e na adaptação das fases associadas ao desenvolvimento e tratamento do câncer. Pode-se assim afirmar que a relação da mulher com o câncer de mama e seu tratamento é emblemática. (SILVA, 2008) No século IV a.C. como foi descrito pelo Hipócrates em seu livro Doença de mulheres, como mal que mina cotidianamente as energias e começa pela interrupção da menstruação e culminando na morte, roubando o que foi secularmente considerado a alma de toda mulher. (SILVA, 2008) Século XIX, e nas primeiras décadas do séc. XX, o câncer era considerado contagioso, associado a falta de limpeza, sujeira moral e física. Imundice das cozinhas, sujeira nas fábricas, desordem nas ruas, povoadas de animais, ratos, insetos por toda cidade, provocando toda sorte de doenças, entre elas acreditava-se que o câncer estaria entre elas. A doença poderia ser contagiosa entre os amantes dos excessos do prazer, principalmente no caso das mulheres, em que o adoecimento era resultado de “pecados e vícios”, em práticas sexuais. As práticas sexuais “monstruosas”, sexo oral, a causa principal de neoplasias nas mulheres, nas homossexuais ou bissexuais. A prática causaria a formação de nódulos cancerosos na cavidade bucal e trato digestivos, que se espalhava por todo o organismo. O câncer era um castigo no qual o doente poderia alcançar sua redenção, libertação dos pecados, caso conseguisse suportar o sofrimentos causado pela doença. (SILVA, 2008) O ideal higienista da época norteava as ações dos órgãos de saúde pública, adotando como estratégia de intervenção sanitária para o câncer, a tuberculose e a sífilis, o isolamento e a desinfecção minuciosa das residências em caso de morte dos doentes. Essa idéia higienista, era adotada por vários médicos em todo o mundo. No Brasil todas as informações referentes aos casos da doença eram controladas e coordenadas pela Inspetoria de Lepra e Doenças Venéreas.(SILVA, 2008) Durante as décadas de 30 e 40, a argumentação moral continuava, porém, misturando-se com hipóteses novas vindas de observação da vida moderna nas grandes cidades que começam a se industrializar. Outros fatores que podem predispor ao câncer começam a ser destacados, como a ingestão de alimentos com produtos químicos, o hábito de fumar, o excesso de trabalho e o aumento de preocupações cotidianas, estresse, produtos químicos ingeridos (medicamentos) ou inalados, radiação solar. (INCA, 2015) A partir de 1950, foram observados avanços significativos nos métodos de diagnóstico e tratamento que assim foi possível ter um aumento do número de sobreviventes e do tempo de vida dos pacientes. O acompanhamento prolongado desses pacientes indicou a necessidade de proporcionar uma boa qualidade de vida e a importância do estudo nas repercussões e adaptação psicossociais dos pacientes e de suas famílias. (TAVARES, TRAD, 2005) Algumas áreas da medicina, incorporando os conhecimentos psicanalíticos, começaram a aceitar a possibilidade de participação de fatores psíquicos no desenvolvimento do câncer. Argumentos morais não desaparecem por completo, mas fora atualizado através de uma ênfase na sexualidade e na relação com o mundo interno. Agora, os indivíduos frígidos e impotente, pervertidos sexualmente, ou doentes do sexo, segundo diversos médicos, tornam-se presas fáceis do câncer. A construção social dos gêneros evidencia que os indivíduos, frígidos e impotentes, pervertidos e doentes do sexo são as mulheres. (SILVA, 2008) A noção moral do câncer como castigo, e que repara o pecado, foi gradativamente substituída, mas não completamente, pela noção de que a doença expressa o caráter do paciente. Antes a doença era vista como uma conseqüência da conduta desregrada do indivíduo, cujos comportamentos e emoções eram desmedidos, agora a causa estaria relacionada justamente com a contenção do desejo ou não-expressividade das emoções. O câncer tenderá expressar, duas vergonhas: aquela de ser anti-higiênico e maculado por experiências julgadas viciosas e aquela de ser considerado recalcado, frustrado, incapaz de aceitar seus próprios desejos e expressá-los. (TAVARES, TRAD, 2005) É relativamente raro antes dos 35 anos de idade e acima desta faixa etária a incidência do câncer cresce rápido e progressivamente. As estatísticas indicam, aumento de sua freqüência tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se 10 vezes mais, nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes. No Brasil, é a primeira causa de morte por câncer nas mulheres, principalmente entre 40 e 69 anos. Em países do Ocidente, entre todas as causas de óbito, é a mais comum em mulheres com menos de 50 anos (INCA, 2015). Nos anos 60 e 70, foi intensificada atenção aos fatores psicológicos. Os fatores da esfera psíquica que são freqüentemente estudados e considerados implicados na carcinogênese podem ser reunidos em dois grupos genéricos. No primeiro os estados disfóricos (depressão, tristeza, infelicidade, abatimento, desânimo, desesperança, desamparo, desapontamento) e de ansiedade, juntamente com situações traumáticas envolvendo perdas e privações. No segundo, fatores definidos por características de personalidade e de enfrentamento da doença, que variam segundo os pressupostos teóricos adotados. Nessa, o candidato ideal para desenvolver o câncer teria de apresentar uma personalidade marcada pela passividade, pouca emotividade, regularidade dos hábitos, baixa agressividade ou negação da hostilidade, depressão e dificuldade na formação de vínculos afetivos.(TAVARES, TRAD, 2005) Observa-se que no centro dos movimentos sociais da época, esperavase que a mulher devesse ter voz, ser agressiva, ativa na vida, inclusive para evitar o câncer. Lutar contra o câncer, implicava em se auto-conhecer; conhecer o próprio corpo, requeria que o doente falasse sobre as dificuldades emocionais que estaria sentindo, expusesse sua vida e sua doença e procurasse meios de fortalecimento e crescimento através da doença. A partir da década de 1970 as experiências de mulheres com câncer forampublicitadas. (SILVA, 2008) Atualmente, mudanças nos significados e formas de enfrentar o câncer contribuíram para desenvolver tratamentos mais eficazes, um aumento da capacidade de cuidar da saúde e aumentar a qualidade de vida do doente. Ainda persiste a idéia de que o caráter do enfermo é responsável pelo desenvolvimento do câncer, mostrando-se punitiva e tendo a doença como um castigo. (TAVARES, TRAD, 2005) 2 CÂNCER DE MAMA Carcinogênese é um mecanismo que leva uma célula sã em transformar em cancerosa. Quando formada uma célula cancerosa, não se detém em sua multiplicação. Invadem os tecidos adjacentes por via circulatória ou linfática, destruindo-os. Os tecidos neoplásticos que são os cancerosos apresenta uma estrutura diferente da dos tecidos e órgãos de que se originou, com uma rápida e ilimitada capacidade de se reproduzir, perturbando o funcionamento normal dos órgãos. Daí serem essas formações neoplásticas chamadas de tumores malignos. Amiúde aparecem focos cancerosos secundários em pontos do corpo distante do núcleo original: são as metástases. (BIZANTINA, CASTELO BRANCO, 2002) Nas últimas décadas tem acontecido em todo o mundo, significativo aumento do câncer de mama e da mortalidade ao câncer. Tudo indica que o câncer de mama é o resultado da interação de fatores genéticos com estilo de vida, hábitos reprodutivos e meio ambientes. Todos os cânceres de mama têm origem genética. Acredita-se que de 90% à 95%, sejam esporádicos ou nãofamiliares e decorram de mutações somáticas que se verificam ao longo da vida, e que 5% à 10%, sejam hereditários ou familiares, devido à herança de uma mutação germinativa ao nascimento do individuo, que confere a estas mulheres a suscetibilidade ao câncer de mama. (BARROS, BARBOSA, GEBRIM, [s.d]) No Brasil estima-se 395 mil casos novos de câncer para o ano de 2015. O Câncer de mama é o mais comum em mulheres e apresenta incidência maior no sul do País, afeta mais de 70 a cada 100 mil mulheres. (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2014) 2.1 Aspectos do câncer de mama Diagnosticar o câncer de mama nos casos que estão evidentes não se torna difícil, sem necessidade de grandes habilidades clinicas ou pericia radiológica. Porém nos casos em que não se tem evidencia, identificar tem maiores dificuldades, exemplos em casos em pacientes que surgem precocemente. (FENTIMAM, 1993) Para aliviar a carga de ansiedade que é inevitável, pois muitas vezes pessoas próximas morrem de câncer, a paciente estabelece um vínculo de confiança com o médico sabendo da história completa e todas as etapas desde o diagnóstico. Isso ajudara, dando as indicações e o quanto ela quer saber sobre sua situação. (FENTIMAM, 1993) 3 TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA A mastectomia radical à Halsted foi a primeira a ser executada, há muitos anos, e pelo seu resultado estético muito pobre, é raramente indicado nos dias atuais e são muito raras. Pode estar indicada em casos de tumores profundos, e muito grandes, com fixação em tecidos profundos, como o músculo peitoral maior. Há remoção de toda a mama e dos músculos peitoral maior e menor, alem de esvaziamento do conteúdo axilar.(AVELAR, SILVA, 2000) Mastectomia radical modificada, inicialmente preconizada por Patey, em 1948, preserva músculo peitoral maior, reduzindo a mutilação. A mastectomia radical modificada é indicada em muitos casos de câncer de mama e deve-se ao tumor, o seu tamanho, e a época do diagnóstico para se optar pelo melhor tratamento. Muitas vezes a relação entre o tumor e o tamanho do seio tem relação com a escolha da cirurgia a ser feita. (AVELAR, SILVA, 2000) A mastectomiasimples é a retirada apenas da mama, com o não esvaziamento axilar, já que suas indicações estão restritas apenas aos casos de tumores não-invasivos. Nos quais não ouve disseminação de células para a corrente sanguínea. (AVELAR, SILVA, 2000) O tratamento para o câncer de mama deve ser ministrado por uma equipe multidisciplinar, visando o tratamento integral da paciente. As modalidades terapêuticas utilizadas são: a cirurgia, que retiram os nódulos dos seios, sendo a mastectomia total que retira todos os tecidos dos seios onde o tumor pode crescer, e a tumorectomia, que retira os nódulos sem margens, sem atingir outros tecidos. A radioterapia para tratamento loco-regional e tratamento local, após a cirurgia conservadora deve-se irradiar, a mama por completo, é um reforço na área tumoral, todas as pacientes que foram submetidas a este tipo de cirurgia devem passar por esse tratamento. A quimioterapia, um método que se utiliza de compostos químicos, chamados quimioterápicos, para o tratamento de doenças causadas por agentes biológicos, como câncer, leucemias, aplasias. Por último, a hormonioterapia para um tratamento sistêmico, manipulação do sistema endócrino, sistema estabelecido para o tratamento de algumas neoplasias malignas hormônios sensíveis, inicialmente utilizada no tratamento de câncer de mama, passou a ser utilizada também no tratamento de próstatas, carcinomas no endométrio, e tumores de tireóides.(BARROS, BARBOSA, GEBRIM, [s.d]) Existem algumas cirurgias como as conservadoras: Tumorectomia (exérese do tumor sem margens); Ressecção segmentar ou setorectomia (exérese do tumor com margens). (BARROS, BARBOSA, GEBRIM, [s.d]) De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de mama deve ser abordado por uma equipe multidisciplinar visando o tratamento integral da paciente. As modalidades terapêuticas disponíveis atualmente são as cirúrgicas e a radioterápica para o tratamento loco-regional e a hormonioterapia e a quimioterapia para o tratamento sistêmico. (BRASIL, 2004) Existem diferentes tipos de cirurgia, cada uma delas irá depender do caso clinico do paciente. estadiamento clinico e do tipo histológico, sendo conservadora ressecção de um segmento da mama (engloba a setorectomia, a tumorectomia alargada e a quadrantectomia), com retirada dos gânglios axilares ou linfonodo sentinela, ou não conservadora. A mastectomia pode ser simples ou total (retirada da mama com pele e complexo aréolopapilar); mastectomia com preservação de um ou dois músculos peitorais acompanhadas de linfadenectomia axilar (radial modificada);Mastectomia com retirada do músculo acompanhada de linfadenectomiaaxilar (radical); Mastectomia com reconstrução imediata; Mastectomia poupadora da pele.Os tumores com diâmetros inferior a dois centímetros podem sertratados com ressecção segmentar e de radioterapia complementar.Em 98% dos casos de mastectomia simples é um tratamento curativo, mas certamente representa procedimento excessivamente mutilante para considerável parcela dos casos. (BRASIL, 2004) Cirurgias não conservadoras da mama, seguidas ou não de reconstrução mamaria, são indicadas quando é possível assegurar a obtenção de margens livres, em função da extensão ou multietnicidade do tumor. A linfadenectomia de nível I (base da axila) ou a dissecção do linfonodo sentinela deve ser realizada em casos de comedonecrose ou alto grau histórico (GIII) devido à possibilidade de microinvasão e envolvimento axilar. A mastectomia deve indicada para os tumores iguais ou maiores que 3 centímetros, e as técnicas mais empregadas são as que preservam os músculos além de assegurarem resultados semelhantes à mastectomia radical, facilitam a reconstrução e reduzem a morbidade. A opção pela técnica depende da idade desse paciente e da interpretação do médico sobre as circunstancias clinicas. Sempre que se indicar uma mastectomia em pacientes com boas condições clinicas, devesse considerar a possibilidade de se realizar a reconstrução mamaria imediata. (BRASIL, 2004) As mulheres com indicação de mastectomia como tratamento primário podem ser submetidas a quimioterapia neoadjuvante, seguida de tratamento cirúrgico conservador, complementado por radioterapia. Para aqueles que apresentar receptores hormonais positivos, a hormoneoterapia segundo o Ministério da Saúde, também está recomendada.(BRASIL, 2004) 4 REPERCUSSÕES PSICOLÓGICAS DO CÂNCER DE MAMA Os pacientes terminais passam por cinco estágios caracterizados por atitudes especificas diante da morte e do morrer: choque e negação,ocorre quando se toma conhecimento de que está próximo a morte e se recusa a aceitar o diagnóstico; raiva: os pacientes sentem-se frustrados, irritados ou com raiva por estarem doentes; barganha: é nessa fase que o paciente tenta negociar sua cura com a equipe médica, com amigos e ate mesmo com forças divinas, em troca de promessas; depressão: apresentam-se sinais típicos da depressão, desesperança, ideação suicida, retraimento, retardo psicomotor, e quanto ao corpo, como a antecipação á possível perda da vida; aceitação: quando percebe a morte inevitável e aceita a experiência como universal. (ROSSI, SANTOS, 2003) Uma das primeiras manifestações psicológicas ao receber o diagnóstico do câncer de mama é a negação seria como uma “defesa aparente” aplicada por muitos de nós quando nos deparamos em situações de dificuldade. Na mulher com câncer de mama este sentimento surge com mais intensidade, visto que, ela se encontra vulnerável. (REGIS, SIMOES, 2005) O Câncer de mama e o tratamento representam um trauma psicológico para as mulheres, já que a mama é um símbolo corpóreo da feminilidade. A mastectomia gera na auto–imagem da mulher alterações, causando sentimentos de medo, rejeição e inferioridade. A cirurgia afeta na vida sexual, uma vês que se sentem envergonhadas, mutiladas e repulsivas sexualmente. (ROSSI, SANTOS, 2003) 5 ASPECTOS GERAIS DA MUTILAÇAO E MUTILAÇÃO DA MAMA Embora não seja um recurso utilizado em todos os casos, a cirurgia de remoção da massa tumoral é bastante freqüente, acarretando uma mutilação (parcial ou total) da mama. Esse procedimento altamente invasivo traz repercussões emocionais importantes, danificando não somente a integridade física, como também alterando a imagem psíquica que a mulher tem de si mesma e de sua sexualidade. Esse evento é acompanhado, geralmente, de vivências extremamente dolorosas relacionadas a uma sensação de perda interna do próprio self, alterando a relação que a paciente estabelece com seu corpo e sua mente. (ROSSI, SANTOS, 2003) 6 FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA Alguns fatores de risco são divididos entre etapas da vida da mulher como, reprodutivos hormonais, nutricionais, familiares e hereditários, a idade também é um fator de risco assim como a menopausa, a primeira menarca antes dos 13 anos, mulheres que engravidam depois dos 30 anos.Alguns estudos mostram que a mulher que usa por muito tempo o contraceptivo, o risco é quase inexistente, apenas um pequeno aumento no risco ou quase inexistentes.(CASTRO; IYEYASU, LOPES, 2008) A história familiar do paciente com câncer de mama é importante para sabermos a procedência do carcinoma, parentes de primeiro grau antes dos 50 anos de idade são fatores para uma predisposição ao câncer de mama pois indicam uma genética associada à presença de mutações em determinados genes. (ADAMI; HUNTER, TRICHOPOULOS, 2008) Estima-se que uma em cada oito mulheres apresentara câncer de mama no decorrer das décadas, comresultado da crescente exposição destas aos fatores de risco, como por exemplo: mãe ou irmã com câncer de mama, principalmente se ocorrer antes da menopausa, menarca precoce e menopausa tardia, primeira gestação após os 30 anos. (BRITO; BEZERRA e NERY, 2004, p. 161.) A obesidade e o consumo de gorduras também podem aumentar o risco, mas, dentre os fator nutricional o consumo de bebidas alcoólicas é o de mais risco. (CASTRO; IYEYASU, LOPES, 2008). 7 CÂNCER DE MAMA E MORTE Segundo Nunes(2009) considera doente terminal a pessoa que está na fase final da vida, sendo sempre casuística a determinação desse período, em uma acepção generalizada.Esse termo aplica-se ao paciente cuja doença não responde a nenhum tratamento conhecido, encontrando-se num processo que conduz a morte e não à formas de se inverter esse processo. A mortalidade aumenta com a idade, no Brasil a população feminina abaixo de 40 anos, ocorrem menos de 20 óbitos a cada 100 mil mulheres, enquanto na faixa dos 60 anos o risco é maior que o dobro.(ADAMI, HUNTER, TRICHOPOULOS, 2008) O câncer é a maior causa de morte nas mulheres em todo o mundo, cerca de 520 mil mortes/ano, segunda causa de morte nos países desenvolvidos. (ONCOGUIA, 2014) Para o Ministério da Saúde, no Brasil em 2008, a incidência do câncerde mama, referente às mulheres, gira em torno de 49.400 casos novos, cerca de 53,93% dos casos, constitui-se na segunda neoplasia maligna do mundo. (ARAÚJO, FERNANDES, 2008) No Brasil, os altos índices de mortalidade podem ser explicados parcialmente pelo fato de, aproximadamente, 60% dos tumores de mama serem diagnosticado em estádios avançados. Uma das maiores dificuldades encontradas e fator determinante para o diagnóstico tardio do câncer de mama é o atraso para a investigação de lesões mamárias suspeitas. (BARROS, UEMURA, MACEDO, 2012) Relatos de mulheres que passaram pelo câncer de mama e tratamento, dizem que a vida é maravilhosa e temem perdê-las, apesar de tudo o que se passa. (AMBRÓSIO, SANTOS, 2011) A vida é considerada um presente de Deus, e que permite aos seres crescer, dar frutos, e morrer. Essa última etapa da vida muitos não compreende, e procuram evitar. Talvez falte maturidade o suficiente para tratar com a morte, outra etapa da vida que o homem passa. (ARAÚJO, NASCIMENTO, 2004) A mulher ao receber o diagnóstico do câncer de mama primeiramente imaginaas modificações físicas que terá proveniente dos tratamentos,e o temor da morte foram aspectos considerados propiciadores de mudanças nos modos de mulheres com câncer de mama lidar com o próprio corpo e na relação com as demais pessoas.Alguns estudos trouxeram relatos de mulheres que passaram a fazer questionamentos acerca dos papéis sociais aspirados por elas, como o profissional e materno, a cobrança social para retorno imediato da vida aparentemente normal e o silenciamento do sofrimento após o término do tratamento. Essas mulheres que passam por todo tratamento manifestam sentimentos de inutilidade relacionados a efeitos colaterais da radioterapia e quimioterapia, como a fadiga, além da limitação do cumprimento de atividades anteriores devido ao linfedema.(SANTOS, VIEIRA, 2011) Ainda que suscinto, o conhecimento de como o fenômeno da morte é encarado por algumas religiões, doutrinas e crenças, possibilita reflexões que achamos importantes para o enfrentamento da doença. Deve-se existir respeito com a religião que o paciente segue, por mais estranha que seja. Esse exercício é fundamental para o melhor relacionamento entre o paciente e a equipe que o cerca. (SALLES, 2014) 8 A MULHER MASTECTOMIZADA E A IMAGEM CORPORAL A qualidade de vida das mulheres mastectomizadas depende dos aspectos sociais, psicológicos e fisiológicos, que afeta diretamente as emoções pensamentos e o modo que as pessoas relacionam, pode se considerar um fenômeno multidimensional. Entendemos que a imagem corporal envolve, além da percepção e dos sentidos, as figurações e representações mentais que a pessoa tem dos outros e de si mesma, além de emoções e ações advindas da experiência do próprio corpo e do contato com a imagem corporal experiência por outras pessoas; assim, a imagem corporal é uma construção dinâmica e intercambiável.(SANTOS, VIEIRA, 2011) Com relação a sexualidade é uma questão a ser considerada, pois existem alterações que acontece devido ao tratamento, pelo câncer de mama e que estão diretamente relacionados à imagem corporal. Portanto alguns estudos descreveram uma correlação da imagem corporal com o funcionamento sexual, uma vez que foram reportados resultados de menores pontuações de imagem corporal relacionados a pior funcionamento sexual; o oposto também foi verificado com melhores resultados de imagem corporal associados a um funcionamento sexual positivo. Um estudo trouxe relatos de mulheres que perceberam a perda do potencial de excitação e de estimulação sexual pela remoção do seio.(SANTOS, VIEIRA, 2011) Como é vista sua imagem corporal e o funcionamento sexual também foram incluídas à atração sexualque seu parceiro tem, os estudos abordados nesta categoria que a imagem corporal da mulher submetida aos tratamentos para o câncer de mama é severamente afetada, e que, portanto, é necessário que sejam elaboradas intervenções visando a novas possibilidades de se lidar com o próprio corpo e nas relações com os outros.(SANTOS, VIEIRA, 2011) O câncer de mama é a neoplasia maligna que atinge mais mulheres, sendo um índice de morte elevado. Imagina-se o quanto é difícil a vida dessas mulheres e para sua família ao descobrir o diagnóstico de câncer de mama. Baseado no impacto do diagnóstico e na reação que é manifestado pelos familiares dos pacientes quando descoberto o diagnóstico, a reação foi descrita como um “choque”. Segundo o dicionário Aurélio, choque tem a definição como um abalo emocional, outros autores definem como um sentimento de topor, atordoamento, incompreensão, seguido por sofrimento e desespero. O choque é utilizada por muitas famílias para referir ao impacto do diagnóstico. A situação vivenciada provoca desequilíbrio emocional entre os familiares. (BERVIAN, GIRARDON-PERLINI, 2006) As alterações na mama ocasionadas com a retirada da mesma ou parte dela causa um desequilíbrio da região que foi retirada e na distribuição corporal, além de percebida visualmente também é sentida como um vazio ou mesmo uma dor fantasma e tais como a manutenção da sensação corporal. Mulheres que fizeram a reconstrução mamária afirmaram não ter reconhecido o seio reconstituído como parte integrante de seu corpo, necessitando de um tempo de adaptação, mesmo para aquelas mulheres que realizaram a reconstrução imediata, uma vez que estas relataram sentimentos de anormalidade ante o novo seio.(SANTOS, VIEIRA, 2011) 9 ASSOCIAÇÕES DE COMBATE AO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO PAULO O estado de São Paulo disponibiliza algumas associações de combate ao câncer, algumas são formadas por voluntários, onde a renda vem de doações. Quadro 1: Associações de combate ao câncer (continua) Associação Cidade VCA – Voluntariado de Combate ao Câncer de Americana Americana Núcleo de Prevenção ao Câncer de Americana – Americana Americana LACCA – Liga Araraquarense de Combate ao Câncer Araraquara AVCC – Associação Voluntária de Combate ao Câncer Barretos ABCC – Associação Bauruense de Combate ao Câncer Bauru BOTUCCAM – Botucatu no Combate ao Câncer de Mama Botucatu ABCC – Associação Bragantina de Combate ao Câncer Bragança Paulista (Continua) Associação Cidades CASA GE – Casa de Apoio ao Paciente Oncológico Caçapava NOVEL – Núcleo de Voluntários Eduardo Lani Campinas NUVOHC – Núcleo de Voluntários do Hospital de Clínicas da Campinas UNICAMP Núcleo do Voluntário, Alojamento do Centro Infantil de Campinas Investigações Hematológicas APACC – Associação de Pais e Amigos da Criança com Câncer Campinas e Hemopatias AEBDR – Associação Evangélica Beneficente David Rowe Campinas Rede Feminina de Combate ao Câncer Diadema CVSF – Centro de Voluntários da Saúde de Franca Franca Liga Voluntária de Combate ao Câncer Indaiatuba Rede Feminina de Combate ao Câncer Indaiatuba Rede de Voluntários de Combate ao Câncer de Itatiba Itatiba Fundação Dr. Amaral Carvalho Jaú Entidade de Assistência Social Ana Marcelina Carvalho Jaú Rede Feminina de Combate ao Câncer Norma Della Serra Jundiaí GRENDACC – Grupo em Defesa da Criança com Câncer Limeira ALICC – Associação Limeirense de Combate ao Câncer Limeira Laranjal AMA – Associação Mão Amiga Paulista Grupo Mariliense de Apoio ao Doente com Câncer Marília Grupo de Apoio a Crianças com Câncer e Hemopatias Marília ACC – Associação de Combate ao Câncer Marília Associação Paulista Feminina de Combate ao Câncer de Matão Matão Rede Voluntária Feminina de Combate ao Câncer Mauá Rede Feminina de Combate ao Câncer QuiomarPinhero Franco Mogi Cruzes das (continua) Associação Cidade Grupo Vida Plena – Centro de Reabilitação e Promoção Nova Odessa Ouro Verde GAPAC – Grupo de Apoio a Pacientes com Câncer – Ouro Verde Associação Viva a Vida Piracicaba Grupo de Voluntário da Santa Casa de Piracicaba Piracicaba Estrela da Mama – Grupo de Apoio no Combate ao Câncer de Praia Mama Grande Presidente Rede Feminina de Combate ao Câncer de Presidente Prudente Prudente RCCR – Rede de Combate ao Câncer de Rancharia Rancharia Ribeirão GVAI – Grupo de Voluntário Arco – Íris Preto GACEON – Grupo de Apoio ao Instituto Ribeirão Pretano da Ribeirão Beneficência Portuguesa Preto ABRACCIA – Associação Brasileira de Combate ao Câncer Ribeirão Infantil e Adulto Preto Rede Rio – Clarense de Combate ao Câncer Carmem Prudente Rio Claro GACC – Lute Pela Vida, Grupo de Apoio à Criança com Câncer Rio Claro Viva Melhor – Associação de Mulheres Mastequitomizadas de Santo André Santo André Associação Projeto Crescer do ABC Santo André As Tulipas Santos Institutos NEO Mama Santos GASSA – Grupo de Ação Social Santo Antonio Santos (continua) Associação Cidade Associação Santa Isabel de Combate ao Câncer Santos São AVCC – Associação das Voluntárias de Combate ao Câncer de Bernardo do são Bernardo do Campo Campo São Rede Feminina de Combate ao Câncer Caetano do Sul Rede Feminina São – Clarense de Combate ao câncer São Carlos São José do Projeto Renascer – Grupo de Apoio de Combate ao Câncer de Rio Preto mama São José do CAPACC – Casa de Apoio ao Paciente Adulto com Câncer Rio Preto São José do AMICC – Associação dos Amigos da Criança com Câncer Rio Preto São HAROMA – Voluntários do Hospital Antoninho da Rocha Marmos José dos Campos GACC – Grupo de Apoio a Criança com Câncer de São José dos São Campos José dos Campos São Casa Recomeço José dos Campos Fundação Comunidade da Graça São Paulo VOMAT – Associação de Voluntários do Hospital e Maternidade São Paulo Leonor Mendes de Barro (continua) Associação Cidade Universo – União Sul, Sudeste e Centro Oeste das Instituições São Paulo de Assistência a Criança e Adolescentes com Câncer TUCCA – Associação para criança e adolescentes com Tumor São Paulo Cerebral Rede Voluntário de Combate ao Câncer Carmem Prudente São Paulo Projeto Felicidade – Gente Ajudando Gente São Paulo NAPACAN – Núcleo de Apoio ao Paciente com Câncer São Paulo GRAACC – Grupo de Apoio ao Adolescente e a Criança com São Paulo Câncer Departamento de Voluntários do Einstein São Paulo Centro de Apoio a Criança Carente com Câncer CandidaBermejo São Paulo Camargo CACCC – Centro de Apoio a Criança Carente com Câncer São Paulo Casa de Apoio a Criança e Senhoras com Câncer – Renascer São Paulo com Jesus Casa Assistencial Amor e Esperança São Paulo AVOHSPE – Associações dos Voluntários do Hospital Servidor São Paulo Público Estadual AVOHC – Associação das Voluntárias do Hospital das Clinicas São Paulo AVICAVC – Associação dos Voluntários do Instituto do Câncer São Paulo Arnaldo Vieira de Carvalho Associação Pró-Hope Casa de Apoio a Criança com Câncer São Paulo APFCC – Associação Paulista Feminina de Combate ao Câncer São Paulo AHPAS – Associação Helena Piccardi de Andrade Silva São Paulo AFU – Associação Feminina Unificada São Paulo (continua) Associação Cidade ABRAPRECI – Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de São Paulo Intestino ABRALE – Associação Brasileira de Linfomas e Leucemia São Paulo ABADOC – Associação Beneficente de Amparo a Doentes com São Paulo Câncer AACC – Associação de Apoio à Criança com Câncer São Paulo Amor Eterno – Casa Assistencial Maria Helena Paulina São Paulo ASCCI – Ação Solidária Contra o Câncer Infantil São Paulo Instituto Se Toque São Paulo Voluntariado Santa Marcelina São Paulo GRATHI – Grupo de Assistência ao Tratamento e Hospedagem São Paulo Infantil ABOS – Associação Beneficente Oncológica de Sorocaba Sorocaba GPACI – Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil dos Sorocaba Hospitais Sarina Rolin Caracante Assistência ao Câncer Infantil dos Hospitais Sarina Rolin Sorocaba Caracante Rede Feminina de Combate ao Câncer = Esther Fidalgo Leite Suzano Rondinelli CAJEC – Casa de Apoio a Criança com Câncer José Eduardo Taboão Cavichio Serra Casa Recomeço Taubaté Rede Voluntária de Combate ao Câncer de Tupã e Região Tupã Fonte: adaptado de: rede feminina de combate ao câncer do estado de São Paulo, 2015. CAPÍTULO III A PESQUISA da 1 INTRODUÇÃO 1.1 Metodologia Hipótese: As mudanças vivenciadas são dolorosas, decorrem da mutilação, a mulher sente-se menos mulher pela retirada da mama, pensando que não serão mães em função do tratamento, ou que serão menos bonita, sofrendo preconceito e construindo uma auto imagem negativa de si, afetando o seu funcionamento psíquico. 1.2 Antecedentes científicos e dados que justifiquem a pesquisa: Relevância Social, pois o cuidar envolve atos humanos em assistir o indivíduo, o grupo ou á comunidade, os quais são seres, racionais, dotados de sentimentos e fundamentados em conhecimentos. relacionamento interpessoal originado no sentido “O cuidar envolve de confiança e desenvolvimento com base em valores humanos e conhecimento científico”. (SCHULZE, 1997, p. 157) Por ser um tema de extrema importância, pois, é uma das doenças que cada vez mais cresce entre as mulheres, e que elas passam por um sentimento forte de perda, e diversos estágios, desde a negação, aceitação, revolta, depressão. E que necessitam de um acompanhamento multidisciplinar como psicólogos, fisioterapeutas, médicos, enfermeiros, sobre tudo uma compreensão da família para com essa mulher, pois, a partir do descobrimento do câncer até a pós-cirurgia de mastectomia total, a vida delas não será mais como era antes, com vigor, e sem o fantasma da mutilação que hoje as acompanham. Após a mastectomia radical, as mulheres sentem dificuldades em aceitar o novo corpo? 1.3 Descrição detalhada e ordenada do projeto de pesquisa. Tipo de Pesquisa: Pesquisa de campo - A pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, realiza-se coleta de dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa. (FONSECA, 2002). Abordagem: Cognitivo – comportamental – O modelo da terapia cognitiva baseia-se na visão de que estados estressantes como depressão, ansiedade e raiva freqüentemente são mantidos ou exacerbados por maneiras de pensar exageradas ou tendenciosas. O papel do terapeuta é ajudar o paciente a reconhecer seu estilo idiossincrático de pensamento e a modificá-lo pela aplicação da evidencia e da lógica. Portanto, a terapia cognitiva origina-se de uma linha antiga e respeitada de modelos baseados na razão, como os diálogos socráticos fundamentados na lógica e o método aristotélico de coleta e categorização de informações sobre o mundo real. O modelo cognitivo-que enfatiza o papel central da cognição na emoção e do processamento esquemático como fator determinante no processamento da informação – reflete a revolução cognitiva ocorrida no campo da psicologia na década de 1970. (LEAHY, 1996). Sujeito: 3 Mulheres que passaram por mastectomia radical, sem restrição quanto a idade. Local: Rede do câncer da cidade de Promissão – SP. Instrumento: um questionário composto por duas partes, informes pessoais com questões referentes a idade, escolaridade, estado civil e cirurgia realizada. A segunda parte do instrumento foi composto por 14 questões focando os seguintes temas, visão da paciente em relação ao diagnóstico, cirurgia e seus principais pensamentos e sentimentos; quanto a vida familiar as questões referiram-se a reação dos parentes, mudança na rotina e nos sentimentos; quanto a vida conjugal a questão procurou conhecer se o sujeito apresentou dificuldades sexuais após a cirurgia; outro aspecto focado no instrumento foram as preocupações e os medos do sujeito; as duas ultimas questões referiram-se aos pensamentos ao responder esse questionário. Procedimento: na primeira etapa, a rede do câncer fez contato telefônicos, com mulheres mastectomizadas e explicaram a pesquisa. No segundo momento as que concordaram assinaram o termo de consentimento e a seguir foi aplicado o questionário. Desta forma foi obtido informes adequados evitando o viés do pesquisador. O projeto foi encaminhado ao comitê de ética e pesquisa e aprovado no dia 29/06/2015, número do parecer 1.130.161. 2 RESULTADOS E ANÁLISES DAS RESPOSTAS O número de sujeitos que concordaram em participar do estudo, foram de 3 mulheres, e foram convidadas 10. As repostas passam a serem descritas de forma com que o sujeito respondeu, em algumas questões o número de respostas é menor devido a não resposta do pesquisado. Informes pessoais Idade Estado Civil Filhos 68 Casada Sim 80 Solteira Não 69 Viúva Sim Análise das questões 1. Ao receber o diagnóstico de câncer mamário, descreva o que você pensou, sentiu e como comportou-se. A – fiquei apreensiva, não muito nervosa, aceitei e confiei na minha espiritualidade. B- aceitei o diagnóstico, não tive medo, foi tudo normal. C- na hora levei um choque, depois pensei na morte esperando angustiada. Diante do diagnóstico do câncer de mama, a mulher se depara com sentimentos variados, por ex; angústia, dor, sofrimento, culpa, sendo sentimentos constantes na mulher desde o diagnóstico até a cura. (DEITOS, GASPARY, 1997) Destaca-se ainda que as preocupações sobre a ameaça a saúde e a vida, medo de desfiguração, angustia e invalidez associado ao tratamento, são comuns para as mulheres que enfrentam o câncer de mama. (HARRIS, LIPPMAN, MORROW, 2002) A fé ou crença religiosa proporciona às mulheres com câncer, sentimento de paz, para viver com maior otimismo. O enfrentamento do câncer de mama tem resultados desafiadores para o paciente, portanto ele busca algo para esse enfrentamento. A Religião é vista como estratégia valorizada, para lidar com a doença. (AQUINO, ZAGO, 2007) 2. Mediante a informação da necessidade mastectomia total, quais seus principais pensamentos e sentimentos. Citar três de cada; Pensamentos. Sentimentos. A – fiquei nervosa e confiante B – que está tudo bem, pensamento positivo, está tudo certo. C- medo de ficar defeituosa, apesar dos filhos criados, me senti incomodada com as pessoas que olhavam. A representação do corpo apresenta importante papel na construção da autoimagem e consciência do corpo, a relação que a pessoa estabelece com o próprio corpo, é um elemento constitutivo e essencial da individualidade, não há relações parecidas, são únicas. (ALMEIDA, MAMEDE, PANOBIANCO, PRADO, CLAPIS, 2001) Considerando a simbolização social e individual da mama feminina, o câncer promove uma ruptura de identidade pela retirada da mama, mesmo quando parcialmente. Quando diante de um diagnóstico de câncer, o sentimento de desespero é encontrado como modo de extravasar as emoções e decepções. (PINHO, CAMPOS, FERNANDES, LOBO, 2007) 3. Há quanto tempo você realizou a mastectomiatotal? Ou outra cirurgia da mama? A – fazem 27 anos e só fiz um seio. B – 1 ano, e faço tratamento ainda. C- Há 25 anos, fiz mastectomia radical. 4. Quais os principais sentimentos e pensamentos após a mastectomia total? Ou outra cirurgia da mama? Citar para cada categoria os três mais significativos. Pensamentos. Sentimentos A – após a cirurgia fiquei com medos, pois os noticiários era que o câncer ramificaria para outros órgãos. Muito medo. B – não tive pensamentos ruins, de ficar feio e nada parecido. Normal C- será que vou morrer, será que vou ficar boa. Sofrimento. O câncer de mama apresenta diferentes situações de ameaça, como aquelas que podem ser relacionadas à integridade psicossocial, à incerteza do sucesso do tratamento, à possibilidade da recorrência, à morte, a não cura da doença, o aparecimento da doença em outro órgão. (ALMEIDA, et.al, 2001) 5. Como foi a reação das pessoas com quem convive. Citar o grau de parentesco e a reação. A – meu esposo ficou muito preocupado ao ponto de fazer um cateterismo, a família também ficou comovida e preocupada. B – irmã mais velha, deu apoio e não demonstramos medo C- minha mãe teve uma reação maior, por que ela era velhinha já, e minha filha do meio que ficou bastante preocupada e foi ela que acompanhou todo procedimento. O marido, filhos e os pais são as pessoas que, mais sofrem e passam por momentos de muita angústia. Constituem-se ao mesmo tempo nas pessoas mais importantes e que têm implicações diretas no tratamento da mulher com câncer. (COBERLLINI, 2001) A família é vista pelas mulheres como ponto de partida para o sustentáculo emocional, físico e financeiro. Com esse suporte a mulher ganha estímulo e força para garantir um ajustamento saudável à nova condição de saúde, sendo a família nesse momento o acolhimento e reconhecimento dentro do núcleo familiar da paciente com câncer, sendo assim, um componente essencial à sua recuperação. (SILVA, MAMEDE, 1998) Normalmente, a experiência do câncer ocorre dentro de um contexto familiar, desencadeando mudanças como um todo na família, de forma que familiares, em maior ou menor grau, são afetados pelas situações decorrentes da doença. (SALCI, MARCON, 2010) 6. O que mudou na sua rotina? A – não mudou nada B – continuo fazendo as mesmas coisas. C- sim na rotina da casa. O paciente oncológico, se vê frente a experiência do câncer, confronta com alterações em sua vida, que definitivamente muda sua identidade social, ele passa de pessoa saudável e trabalhadora, á doente e incapacitado para atividades, ficando dependente da família, que essa assume papel de cuidador. Assim tanto o paciente quanto a família, buscam reestruturação de sua existência em função de enfermidades, conseqüentes dificuldades que surgem. (MUNIZ, ZAGO, SCHWARTZ, 2009) 7. O que mudou em seus sentimentos? A – nada, tudo normal B – preocupada com outras doenças C- não mudou nada. De acordo com Zecchin (2004) em alguns casos as mulheres conseguem lidar com a doença, com a perda e fazer uma reorganização em sua vida. Outras podem encontrar nesta experiência uma porta de entrada para manterse na dor, exigir um momento a dor ou ficar com eventuais ganhos secundários que a doença pode lhe trazer; como é possível também produzir uma desorganização patológica, no sentido do desinvestimento total, que pode ser mortal. Em alguns casos fica claro as mudanças desde o diagnostico até a retirada da mama, as mudanças mais visíveis foram: tomar ciência da realidade, a partir do acontecimento do corpo, a vivencia de fragmentação que impõe este acontecimento no corpo. 8. Quem apoiou você durante o processo da mastectomia? A – a família e amigos B – irmã C- minha filha do meio e meu marido, na época, pois hoje sou viúva. Segundo Penna (2004), o acompanhamento da família perante o paciente é importante, pois tem uma enorme influencia sobre o curso da doença, e é crucial para que ele possa utilizar seus recursos de adaptação da forma mais eficaz dentro de suas possibilidades e limitações individuais. A visão sobre a doença pode influenciar diretamente no tratamento a ser seguido e seus efeitos. 9. O medo é inevitável, cite pelo menos três medos que teve, identificando com a situação? A – medo de não ter a cura, após a retirada do seio B – não tive medo, nem da morte C- medo da morte do tratamento não dar certo, de deixar os filhos. A experiência da perda é passível de ser elaborada, enlutada, porém, o desamparo é traumático, ele pode perpetuar a dor e ser um empurrão para destinos poucos desejáveis. Também temos que reconhecer que, como analistas, estamos “entre”, já que não se trata de uma análise propriamente dita, tão pouco de uma situação de acomodação dos conflitos. A angustia, o medo, a dor podem se manifestar de formas muitas diversas; “estou com dor” pode expressar a dor física quanto a dor psíquica; a angustia por exemplo, pode apresentar-se na forma de recusa de adesão ao tratamento.(ZECCHIN, 2004) 10. Teve alguém que se afastou de você? A – não, pelo contrário B – não, mas até telefonaram pra saber como estava C- não. O preconceito que existe ao redor do câncer de mama é algo que inviabiliza grande parte das elaborações das mulheres acerca do câncer. O afastamento de algumas pessoas e as situações de constrangimento, que começam a ser freqüentes, normalmente estão relacionados à não aceitação das pessoas. (ALMEIDA, MAMEDE, PANOBIANCO, CLAPIS, 2001) 11. Você teve alguma dificuldade sexual? Citar as principais. A – não, meu marido aceitou bem a doença B – não. C –não. Não existe um padrão de reações do conjugue em relação à vida sexual após a mastectomia e o câncer. Alguns se afastam, outros tornam-se mais afetivos, sendo importante lembrar que muitas mulheres temem a rejeição pelo parceiro, deve-se a associação por tais mulheres entre sexualidade e genitalidade, o que leva a pensar que a mastectomia provoque um distanciamento do parceiro. (DUARTE, ANDRADE, 2003) 12. O que mais a preocupa hoje? A – mais a febrite no braço esquerdo. B – não tem muita preocupação em relação a outras doenças. C -tive um pouco de preocupação de voltar em outro órgão, ou problema de voltar. Essas crenças intermediárias são compostas por atitudes, regras e suposições, influenciam a visão do paciente sobre a situação, o que, por sua vez, influencia como ele pensa, sente, e se comporta. (BECK, 1997) 13. Cite três pensamentos ao responder essas questões? A – satisfação, ajuda e bem estar. B – pensamento positivo, por terem interesse sobre o assunto C- bom, respondi numa boa. Avaliação realista e a modificação do pensamento produzem uma melhora no humor e no comportamento. A melhora duradoura resulta da modificação das crenças disfuncionais básicas do paciente. (BECK, 1997) 14. O silencio machuca, pois esconde palavras que gostaríamos de dizer, tem alguma coisa que gostaria de dizer? A – só agradecer a Deus pelo restabelecimento da saúde. B – nada a dizer. C- não falo dos meus medos para a família, da doença voltar. O conhecimento de como o fenômeno da morte é encarado por algumas religiões e crenças, possibilita algumas reflexões importantes para quem lida com a situação da doença. (NUNES, 2009) Espiritualidade é um sistema de crenças que foca elementos intocáveis e que transmitem vitalidade. Para melhorar a qualidade de vida da pessoa, tal crença pode mobilizar energias extremamente positivas e ainda ser compreendida através de um sentido de vida, não se limitando a tipos específicos de crença ou prática religiosa. (SAAD, MASIERO& BATTISTELLA, 2001). Para Solomon (2003), espiritualidade envolve um conjunto de práticas e rituais, não apenas prece, cultos, meditações, de modo que é também experimentar o mundo, a vida, interagir com outras pessoas. Por ser de mensuração complexa a questão da espiritualidade é ampla e visa o bem estar espiritual, que também se pode entender como a percepção subjetiva de cada individuo e sua crença. (VOLCAN, 2003). Identificado a espiritualidade como fator de proteção, relacionando-a as atitudes positivas, de um indivíduo idoso com câncer, lhes dá maior confiança para o enfrentamento da doença. (FEHRING, MILLER& SHAW, 1997). PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Contatou com a rede do câncer da cidade de Promissão, a fim de desenvolver um trabalho preventivo, antecedendo a retirada da mama das mulheres portadoras de câncer. O foco dos atendimentos serão voltados para os pensamentos, sentimentos e crenças geradoras de desconforto psíquico ou disfuncionais acarretando auto grau de sofrimento a mulher. Esta atividade será desenvolvida em grupo aberto seguido para atendimento psicoterápico individual, os encontros serão semanais. Após a realização da cirurgia a paciente deverá retornar ao grupo para continuar o processo. As orientações deverão ser estendidas aos familiares a fim de trabalhar seus pensamentos, sentimentos e as crenças desadaptativas. CONCLUSÃO A apreciação dos dados desta pesquisa, sobre os sentimentos e experiências vivenciados por mulheres portadoras do câncer de mama, mostra uma necessidade da abordagem do câncer não somente como uma doença, mas que abrange também a área emocional e familiar, social da vida da paciente. A difícil surpresa de descobrir-se em uma realidade de conviver com uma doença estigmatizante, com um turbilhão de sentimentos dolorosos como temor da morte e enfrentamento de preconceitos sobre a doença, as mudanças na dinâmica familiar, com o sofrimento compartilhado por todos os membros, inclusive os filhos. Quanto a mastectomia total o medo da alteração corporal foi decorrente do pensamento de ficar defeituosa e de que as pessoas iriam perceber a falta da mama. Após cirurgia, os pensamentos do sujeito da amostra mudaram, tornando-se ambivalentes como “será que vou morrer, ou sobreviver”, e o sentimento foi de medo e sofrimento decorrente de um possível retorno da doença, associado ao pensamento de estar curada, mas o medo permanece como constante durante todo o processo de tratamento pós cirúrgico. Os sujeitos relataram não apresentar dificuldades sexuais, contando com compreensão e colaboração do parceiro. A terapia comportamental cognitivo com seu caráter diretivo, focal, favorece a identificação e modificação dos pensamentos, ocasionando sentimentos mais realistas e menos disfuncionais. O terapeuta busca de uma variedade de formas, produzir mudanças cognitiva, mudanças no pensamento e no sistema de crenças do paciente, visando promover mudança emocional e comportamental. Os relatos apresentados deixaram transparecer que o câncer de mama surge com um significado de ameaça à vida e à integridade física e emocional das mulheres. Portanto, ao receber o diagnóstico de câncer de mama, a mulher passa a vivenciar a expectativa de um futuro incerto, de um caminho de dificuldades, que vem acompanhado do medo da morte e mutilação. A mulher convive com sentimentos intensos e contraditórios, nos quais medo, raiva, incerteza e até mesmo a aceitação passam a fazer parte do seu cotidiano. Uma das causas de morte é o atraso no diagnóstico. Em alguns casos as mulheres conseguem lidar com a doença, com a perda e fazer uma reorganização em sua vida. Outras podem encontrar nesta experiência uma porta de entrada para manter-se na dor, exigir um momento à dor ou ficar em eventuais ganhos secundários que a doença pode lhe trazer, portanto se faz necessário o comportamento pré e pós cirúrgico, por equipe multidisciplinar composta inclusive por psicólogo, para acompanhamento psicoterápico das mulheres. Pesquisas relacionadas ao câncer e principalmente o câncer de mama para as mulheres com as sensações eliciadas por circunstâncias exteriores e interiores geram respostas emocionais de desconforto no sujeito e no total de 10 sujeitos convocados e confirmados apenas 3 compareceram a aplicação do instrumento função de amostra reduzida esse estudo poderá haver uma Inexatidão e/ou prevaricação nessa pesquisa e com tudo sugerimos que façam a aplicação do instrumento em amostragens mais numerosa de sujeito afim de conhecer melhor a realidade das mulheres que realizaram a mastectomia radical. 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II - Questões 1) Ao receber o diagnóstico de câncer mamário, descreva o que você pensou, sentiu e como comportou-se. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________. 2) Mediante a informação da necessidade mastectomia total, quais seus principais pensamentos e sentimentos. Citar três de cada; Pensamentos:____________________________________________________ ______. Sentimentos:_____________________________________________________ ______. 3) A quanto tempo você realizou a mastectomia total ? _______________________________________________________________ ______. 4) Quais os principais sentimentos e pensamentos após a mastectomia total? Citar para cada categoria os três mais significativos. Pensamentos:____________________________________________________ ______. Sentimentos:_____________________________________________________ ______. 5) como foi a reação das pessoas com quem convive. Citar o grau de parentesco e a reação. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________. 6) O que mudou na sua rotina? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________. 7) O que mudou em seus sentimentos? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________. 8) Quem apoiou você durante o processo da mastectomia? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________. 9) O medo é inevitável, cite pelo menos três medos que teve, identificando com a situação? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________. 10) Teve alguém que se afastou de você ? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________. 11) Você teve alguma dificuldade sexual? Citar as principais. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________. 12) O que mais a preocupa hoje? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________. 13) Cite três pensamentos ao responder essas questões ? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________. 14) O silencio machuca, pois esconde palavras que gostaríamos de dizer, tem alguma coisa que gostaria de dizer? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________. APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO (Resolução nº 466 de 12/12/12 – CNS) TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL 1. Nome do Paciente: Documento de Identidade nº Endereço: Telefone: Sexo: Data de Nascimento: Cidade: U.F. Data de Nascimento: Cidade: U.F. CEP: 1. Responsável Legal: Documento de Identidade nº Sexo: Endereço: Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.): II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA 1. Título do protocolo de pesquisa: O Pensamento e o sentimento de mulheres que passam pela mastectomia. 2. Pesquisador responsável: Oscar Xavier Aguiar Cargo/função: Professor Inscr.Cons.Regional: Unidade ou Departamento do Solicitante: / Orientador 3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo). SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO MAIOR 4. Justificativa e os objetivos da pesquisa: Avaliar o que mais as afetam, conhecer quais as conseqüência para a sua auto imagem, vida familiar e conjugal. Por ser um tema de extrema importância, pois, é uma das doenças que cada vez mais esta crescendo entre as mulheres, e que elas passam por um sentimento forte de perda, e diversos estágios, desde a negação, aceitação, revolta, depressão. E que necessitam de um acompanhamento multidisciplinar como psicólogos, fisioterapeutas, médicos, enfermeiros, sobre tudo uma compreensão da família para com essa mulher, pois, a partir do descobrimento do câncer até a pós-cirurgia de mastectomia total, a vida delas não será mais como era antes, com vigor, e sem o fantasma da mutilação que hoje as acompanham. 5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais: Coleta de dados através de um questionário, onde não terá identificação. 6. Desconfortos e riscos esperados: Os riscos que possivelmente terão, será o sofrimento emocional decorrente da retirada da mama. Tomaremos as devidas providencias de ter sigilo nas informações obtidas, o local que será feito as entrevistas, será um local que é confiável para elas, um local que elas se sentem à vontade. 7. Benefícios que poderão ser obtidos: O fato de ter com quem conversar, através da entrevista e do questionário faz a mulher sentir e reviver a dor de ter passado por essa experiência, a dor tem que ser sentida para ser esquecida. 8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: NÃO SE APLICA 9. Duração da pesquisa: 3 meses 10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de pesquisa em / / III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL 1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo. 2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento. 3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade. 4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa. 5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos decorrentes da pesquisa. Observações complementares. IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido (a) pelo pesquisador responsável e assistentes, conforme registro nos itens 1 a 5 do inciso IV da Resolução 466, de 12/12/12, consinto em participar, na qualidade de participante da pesquisa, do Projeto de Pesquisa (colocar o nome do projeto de pesquisa). ________________________________ Assinatura Promissão, / / . ____________________________________ Testemunha Nome .....:Endereço.: Telefone .:R.G. ....... ANEXOS ANEXO A –Aprovação do projeto pelo comitê de ética e pesquisa ANEXO B – Termo de responsabilidade e compromisso do(os) pesquisador(es) responsável(is) DECLARAÇÃO TERMO DE COMPROMISSO PESQUISADOR RESPONSÁVEL Eu, Oscar Xavier de Aguiar, lotado no curso de _Psicologia_ do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO de Lins – S. P, pesquisador responsável pelo Projeto de Pesquisa intitulada “O pensamento e o sentimento de mulheres que passam pela mastectomia radical”, declaro estar ciente e que cumprirei os termos da Resolução 466, de 12/12/12, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde em todas as fases da Pesquisa. Lins, 07 de __Abril___ de _2015__ ________________________________________________ Oscar Xavier de Aguiar Orientador (pesquisador responsável) CPF_034 885 438-20_ Curso de _Psicologia Instituição ____Unisalesiano de Lins_ ANEXO C- Termo de responsabilidade do(s) pesquisador(es) e/ou colaborador(es) DECLARAÇÃO TERMO DE COMPROMISSO PESQUISADOR ASSISTENTE Eu, Karla Regyna Mangilli, graduandodo curso de _Psicologia_do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO de Lins – S. P, pesquisador assistente do Projeto de Pesquisa intitulada“O pensamento e o sentimento de mulheres que passam pela mastectomia radical” declaro estar ciente e que cumprirei os termos da Resolução 466, de 12/12/12, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde em todas as fases da Pesquisa. Lins, 07 de _Abril__ de 2015 ______________________________________ Karla Regyna Mangilli pesquisador assistente CPF___389.610.218.42___ Curso de _______Psicologia_____ Instituição __Unisalesiano de Lins___ ANEXO D- Termo de responsabilidade do(s) pesquisador(es) e/ou colaborador(es) DECLARAÇÃO TERMO DE COMPROMISSO PESQUISADOR ASSISTENTE Eu, Isabella Nunes Monteiro, graduandodo curso de _Psicologia_do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO de Lins – S. P, pesquisador assistente do Projeto de Pesquisa intitulada“O pensamento e o sentimento de mulheres que passam pela mastectomia radical” declaro estar ciente e que cumprirei os termos da Resolução 466, de 12/12/12, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde em todas as fases da Pesquisa. Lins, 07 de _Abril__ de 2015 _______________________________________ Isabella Nunes Monteiro - pesquisador assistente CPF006 872 991-01__ Curso de Psicologia Instituição ___Unisalesiano de Lins____ ANEXO E- Termo de responsabilidade do(s) pesquisador(es) e/ou colaborador(es) DECLARAÇÃO TERMO DE COMPROMISSO DA(S) INSTITUIÇÃO (ÕES) LOCAL DE COLETA Eu, Regina Stela Schimidt (Presidente) da Rede de Combante ao Câncer de Promissão CNPJ: 03.033.310/0001-09 declaro estar ciente e que cumprirei os termos da Resolução 466, de 12/12/12, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde e que instituição acima identificada apresenta oferece condições para realização do projeto de pesquisa “O pensamento e o sentimento de mulheres que passam pela mastectomia radical”. Lins, 07 de Abril de 2015 ___________________________________ Assinatura Regina Stela Schimidt Presidente CPF: 398.133.128-15