1 TEMPOS E ESPAÇOS NAS COMUNIDADES RURAIS DO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBARLÂNDIA – UFU
INSTITUTO DE GEOGRAFIA – IG
LABORATÓRIO DE GEOGRAFIA AGRÁRIA – LAGEA
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II ENCONTRO DE GRUPOS DE PESQUISA
TEMPOS E ESPAÇOS NAS COMUNIDADES RURAIS DO ALTO E MÉDIO
SÃO FRANCISCO, MINAS GERAIS
João Cleps Junior1
Carlos Rodrigues Brandão2
Andréa Maria Narciso Rocha de Paula3
Cristiano Barbosa
Geisa Daise Gumiero Cleps
Jacqueline Araújo Correa Mendes
Luciene Rodrigues
Lucimar Magalhães de Albuquerque
Maria das Graças Campolina C. Gama
Rodrigo Herles dos Santos
Samuel do Carmo Lima
Sandra Regina Torres Dumont
Resumo
Este artigo objetiva apresentar as principais realizações da equipe constituída de estudantes
graduandos, mestrandos, doutorandos e profissionais graduados (mestres e doutores),
constituída em parte por docentes e pesquisadores ligados às instituições de ensino e
pesquisa. O trabalho reúne informações da produção acadêmica e realizações do grupo nas
regiões do Alto e Médio São Francisco, em Minas Gerais nos últimos cinco anos. A equipe
é formada por pesquisadores provenientes de diferentes áreas e sub-áreas das ciências
humanas e sociais: geógrafos, sociólogos, economistas, antropólogos e pedagogos. Grande
parte de seus integrantes tem produzido regularmente trabalhos científicos, seja em
projetos coletivos, seja em termos de pesquisa como de ensino de pós-graduação e na
organização de eventos científicos. A equipe que desenvolve a pesquisa tem como um de
seus propósitos a formação de um grupo integrado, multidisciplinar e pluri-teórico de
estudos teóricos sobre a realidade regional. O texto se inicia com a contextualização
teórico-metodológica das principais realizações em relação à Geografia Agrária e áreas
afins, buscando contemplar a dimensão teórica da pesquisa integrada. São elencados os
principais projetos de pesquisa e a produção coletiva e individual, no sentido de
caracterizar as principais atividades do grupo nos últimos anos.
1
Coordenador do Projeto “Tempos e Espaços nas Comunidades Rurais do Alto e Médio São Francisco,
Minas Gerais”, financiado pelo CNPq. Univ. Federal de Uberlândia. E-mail: [email protected].
2
Vice-Coordenador do projeto e Professor Visitante do Programa de Pós-Graduação em Geografia da
Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: [email protected].
3
Equipe participante do projeto.
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Palavras-chave: Natureza; espaço; cultura; agricultura; ambiente; Alto e Médio São
Francisco.
1. Introdução
O que é bem conhecido, justamente por ser bem
conhecido, não é conhecido.
(Hegel)
Qual o alcance atual, quais os limites e quais as áreas de fronteira da Geografia Agrária?
Em que, quando e como ela pode integrar de maneira fecunda em suas pesquisas e teorias,
os saberes de outros campos afins, dentro da própria Geografia, como a Geografia Cultural
e a Geografia do Meio Ambiente? Em que medida e em que termos, convivemos hoje em
dia com o fato de que mais do que nunca é difícil e pouco proveitoso praticar a Geografia
Agrária - ou qualquer outra, em verdade - sem fazê-la interagir em diálogo com outros
campos disciplinares afins como a Antropologia e a Sociologia, a Economia e a Ciência
Política, a Ecologia, e mesmo com domínios do conhecimento científico aparentemente
mais distantes? E bem sabemos que isto se torna ainda mais evidente quando este círculo
de convergências tem como o seu horizonte o meio ambiente.
Em que medida, entre quais limites e com quais áreas de fronteira, a Geografia Agrária em
suas diferentes vertentes e teorias, pode dar conta de maneira satisfatória das novas
questões sociais que a todo o momento surgem e se entretecem com antigas perguntas, nos
cenários rurais do País. Antigas e novas questões que pensam as relações entre a
tradicionalidade e a modernidade; os processos e efeitos de mudanças e transformações no
campo, entre reformas agrárias sempre parciais e incompletas, entre conflitos não
resolvidos e até mesmo crescentes, entre o avanço ilusoriamente exaltado do agronegócio e
a destruição de ambientes naturais e de cenários culturais de vidas e de comunidades.
Em que medida a Geografia Agrária pode somar-se ao trabalho de outros tantos campos
das ciências naturais e sociais, para lidar com os problemas que fazem aqui o foco de nossa
proposta: as relações entre sistemas e alternativas (dentro de sistemas) de produções
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agrícolas, pastoris e extrativistas, a reprodução ou transformação de modos tradicionais de
vida e a gestão do meio ambiente?
Enfim (mas não finalmente), até que ponto e com que graus de dúvidas e de certezas, estas
e outras antigas e novas questões desafiam a Geografia Agrária a um inevitável diálogo
não apenas com outros campos científicos do saber, mas com as novas integrações entre
diferentes teorias? Com uma abertura ao mesmo tempo franca e crítica aos chamados
“novos paradigmas”, ou “paradigmas emergentes”, como prefere Boaventura de Souza
Santos, um entre outros teóricos dos “novos tempos do pensar e praticar as ciências”, a
serem convocados ao diálogo multidisciplinar (mas ainda não transdisciplinar) e pluriteórico que pretendemos abrir como um dos objetivos de nossa pesquisa.
Estas perguntas são algumas de nossas questões de teor mais teórico. E elas ensejam aqui
uma primeira dimensão de nossa pesquisa.
Esta proposta de pesquisa integra uma equipe constituída de estudantes graduandos,
mestrandos, e doutorandos; profissionais graduados, mestres e doutores, quase todos
também docentes. Uma equipe formada por pessoas provenientes de diferentes áreas e subáreas das ciências humanas e sociais: geógrafos, sociólogos, economistas, antropólogos e
pedagogos. Grande parte de seus integrantes há anos tem produzido regularmente trabalhos
científicos em projetos coletivos, seja em termos de pesquisa como de ensino de pósgraduação e a organização de eventos científicos.
A equipe que desenvolve a pesquisa tem como um de seus propósitos a formação de um
grupo integrado, multidisciplinar e pluri-teórico de estudos teóricos que, ao longo de pelo
menos três anos, nos aproximem de boas respostas às perguntas que abrem esta
apresentação. Elas e outras que nasçam de diálogos entre nós e entre nós e os autores,
predominantemente da Geografia, da Antropologia, da Sociologia e da História que
selecionamos para o nosso programa de estudos.
Sabemos que esta nem sempre é a prática em projetos coletivos de pesquisa em que, na
prática, cada pessoa ou cada pequeno grupo realiza por sua conta a sua pesquisa,
encontrando raros e breves momentos de “colocar em comum” as suas idéias e
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descobertas. Em nossa pesquisa, uma seqüência tão intensa e sistemática quanto possível
de trocas vivenciais e virtuais de saberes teóricos
é um dos longos momentos de
integração das pesquisas empíricas e é um de nossos objetivos mais essenciais. Sabemos a
que perigos a frase de Hegel, escolhida aqui para nossa epígrafe, nos desafia. Mas assim
mesmo queremos realizar juntos um dos propósitos da própria ciência: tornar mais claras,
mais complexas, mas abrangentes, mais confiáveis e, sobretudo, mais partilhadas, algumas
zonas ainda obscuras de nossos saberes sobre nós mesmos, sobre o mundo em que
vivemos, e sobre o que estamos fazendo de nós e com ele hoje, agora.
Estamos também realizando na Bacia do Rio São Francisco, ao longo de duas grandes
áreas críticas, entre águas e terras que o rio conduz e atravessa um conjunto interativo e
integrado de pesquisas empíricas com o seu foco na Geografia Agrária. Será fácil ver que
elas são a mesma e uma outra face das perguntas antecedentes. Todas elas têm o que ver
com um tripé de “campo de questões”: a agrária, a agrícola, a comercialização e a
ambiental. E elas, sempre que possível, serão consideradas aqui, uma através das outras, e,
nunca, de maneira isolada. Todas elas têm algo a ver com as interações críticas e bem
atuais entre: estruturas agrárias de posse e uso da terra (suas estruturas, seus processos,
suas transformações); sistemas sócio-tecnológicos de produção (formas culturais
modernizadas ou tradicionais de trabalho agrícola, pastoril ou extrativista); de
comercialização solidária, percepções, significações e formas culturais de manejo do meio
ambiente na socialização da natureza.
Em que dimensões e através de diferentes formas de ocupação social de territórios, de
socialização da natureza em seu sentido mais amplo, e de padrões de percepção e manejo
concreto do meio ambiente, as ações de diferentes segmentos de atores do mundo rural
geram, consolidam e transformam sistemas de compreensão e de ações sobre o mundo
natural?
Em termos mais próximos de nossa pesquisa, perguntamos de que maneiras diversas as
diferentes práticas sociais de produção de bens primários através do trabalho com a terra –
agricultura, pastoreio, pesca, coleta vegetal, carvoaria – realizadas em escala camponesa e
através de trabalho em geral em escala familiar e segundo modelos técnicos tradicionais,
configuram:
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a) Formas próprias de percepção e de significação do meio ambiente em geral e, em
um sentido mais social, de territórios ambientais da vida cotidiana, como sistemas
culturais do que chamaremos aqui uma lógica da natureza;
b) Orientações de conduta social, sobretudo no contexto de práticas patrimoniais
produtivas, nas relações cultura/natureza ou sociedade/ambiente, como sistemas
culturais de uma ética do ambiente;
c) Padrões culturais de socialização da natureza e de manejo concreto do meio
ambiente, em quatro dimensões do saber/pensar/agir que aqui nos interessam mais
de perto, sempre nas interações entre práticas tradicionais camponesas e o meio
ambiente:
ƒ
técnicas do fazer, como as tecnologias diretas do trabalho produtivo, de que
são exemplos o arar um campo, o ordenhar uma vaca, ou o fazer um queijo
com o seu leite;
ƒ
técnicas do agir, como os sistemas patrimoniais de preceitos e princípios da
ação social produtiva, tais como os que estabelecem a gramática das
relações entre familiares, parentes e vizinhos camponeses no processo do
trabalho cotidiano;
ƒ
ideologias do trabalho, como os diferentes sistemas de fundamentos
legitimadores de percepções/compreensões das relações sociais da produção
(ideologia da prática econômica) e das relações sociais a elas associadas
ou delas derivadas, com foco sobre aqueles que embasam e legitimam os
relacionamentos entre sociedade e meio ambiente;
ƒ
visões de mundo, como sistemas mais amplos e integrativos do que
ideologias parciais e que as integram,
de que são bons exemplos às
religiões populares.
Estas são algumas perguntas que nossa pesquisa integrada aborda e coloca em discussão.A
pesquisa é transdiciplinar no sentido em que envolverá uma abordagem tão integrada
quanto possível das ciências e suas especialidades compreendidas entre a Geografia
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(Agrária, Cultural e Ambiental), a Sociologia, a Antropologia, a Economia, a Ecologia e a
Pedagogia.
Em suas diversas fases e em seus diferentes momentos, a pesquisa incide sobre modos de
vida e trabalho de populações rurais, com foco sobre a memória social/ história oral, o
manejo sustentável do ambiente e a relação com os cenários naturais e sociais e com os
processos de trabalhos produtivos, bem como as práticas tradicionais em vias de
desaparecimento nos cenários de vida nas regiões do Alto e Médio São Francisco,
escolhidas para a pesquisa.
2. Relação homem natureza nos territórios do Alto e Médio São Francisco
Considerando conhecimento tradicional como o saber e o saber-fazer, a respeito do mundo
natural e sobrenatural, gerados no âmbito da sociedade não urbana/industrial e transmitidos
oralmente de geração em geração (DIEGUES, 2000, p. 30), as populações que habitam a
Serra da Canastra e o Norte de Minas, acumulam em suas histórias o “saber-viver” dos e
nos seus lugares, integrando seus hábitos aos ciclos naturais das vidas que os cercam, numa
interação homem-natureza. Nas duas áreas, situações distintas de introdução de novas
práticas de produção, ligadas à “modernidade”, à tecnologia e ao mercado, pressionam e
ameaçam suas práticas cotidianas e introduzem novos hábitos e novas formas de uso da
natureza. A incorporação do novo, as políticas públicas, as delimitações legais sobre o
ambiente, incorporadas através de modelos externos às realidades locais, são alguns dos
problemas enfrentados por essas populações, que perdem ou vêem transformados seus
territórios, suas práticas cotidianas e seus conhecimentos tradicionais.
Nossa pesquisa justifica-se na perspectiva que a ciência possa elevar-se a sabedoria quando
une os saberes acadêmico e popular em prol da qualidade da vida e de vida para as
comunidades estudadas ao longo do Rio São Francisco.
1 - Estudos teóricos integrados (oficinas, encontros, seminários, identificação de pesquisas
e pesquisadores, instituições públicas e não-governamentais) sobre as populações rurais
nas áreas delimitadas; 2 - Pesquisa empírica (levantamentos de dados primários e
secundários), mapeamento e sistematização para a elaboração de um catálogo de
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informações sobre os saberes tradicionais das práticas de vida e trabalho destas
populações: uso da terra, das águas e das plantas e animais (utilização e manejo dos
recursos naturais).
Os municípios e populações ribeirinhas no Alto e no Médio São Francisco, enfocados nesta
pesquisa, possuem processos históricos diferenciados de povoamento e desenvolvimento.
Mas encontram-se na singularidade entre a população que vive nas margens do rio e dele
dependem para a sua sobrevivência. Entre a Serra da Canastra e o Sertão Norte Mineiro
nasce e corre o “Velho Chico” e com ele vão se constituindo tradições, práticas comunais
de trabalho, credos, mitos, danças que fazem e caracterizam a cultura ribeirinha. Estas duas
regiões geograficamente diferentes das várias Minas encontram no rio o veio de
integração, de interação, de representação e de percepções (que fazem os) dos processos
socioeconômicos e culturais.
2.1. Caracterização das Áreas das Pesquisas Empíricas
As áreas da pesquisa compreendem um conjunto de localidades da Bacia do Alto e do
Médio São Francisco (Figura 1) e está delimitada basicamente por 6 municípios, a saber:
São Roque e Vargem Bonita, Três Marias (Alto São Francisco), Pirapora, Buritizeiro, São
Romão, e Ibiaí (Médio São Francisco).
As águas do São Francisco, considerado “Rio da Integração Nacional” sempre levaram vida
ao semi-árido brasileiro. Em sua bacia vivem 14 milhões de brasileiros. No seu curso de
2.700 quilômetros, 58% atravessam o Polígono das Secas, onde se situam os principais
municípios de abrangência deste Projeto, localizados no Médio São Francisco. As águas
fecundas do velho Chico sofrem com o desmatamento e a exploração inadequada dos
recursos naturais que geram a erosão, o fim da fertilidade dos solos, o assoreamento dos rios
e avança o processo de desertificação. Um processo de exaustão em que os povos do São
Francisco – povos do cerrado e da caatinga – continuam cada vez mais excluídos. São pais e
filhos que vendem sua força de trabalho nas carvoarias, agroindústrias e grandes projetos de
fruticultura irrigada e se vêem obrigados a se submeterem a outras formas de trabalho
escravo. Explorados por dias e horas intermináveis de atividades nas quais aspiram o pó de
carvão ou agrotóxicos, que vão atingindo os pulmões já tão frágeis. São famílias de
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trabalhadores rurais, bóias-frias que saem para o trabalho às 4h da manhã e retornam às 19h,
cansados da lida com a terra, do sol escaldante que marca no rosto a vida dura, que torna
menor a expectativa de vida. A necessidade de mobilização e organização das populações
ribeirinhas como sujeitos e não como meros objetos é a única alternativa em favor de uma
rede de solidariedade como forma de resistência à globalização econômica dominante que
mata por falta de saneamento, pela falta de água, saúde, de alimentos, de emprego e renda.
Os municípios do Médio São Francisco inseridos nessa pesquisa são ricos em biodiversidade
que levam o Estado a gerar novas fronteiras agrícolas e políticas públicas que beneficiam
poucos e que mantém em situação de miséria as populações locais, tendo nos conflitos de
terra e a precarização das relações de trabalho no campo.
Os municípios do Alto São Francisco possuem os melhores índices de qualidade de vida
(Tabela 1). Porém, as populações locais também têm como um dos principais problemas a
terra, o escoamento da produção e a necessidade de proteção das práticas tradicionais de
trabalho. São pequenos produtores, trabalhadores rurais que vivem da terra, mas que
possuem dificuldades de inserção no mercado de comercialização dos produtos.
FIGURA 1: Localização da Bacia do Rio São Francisco
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Tabela 1 - Principais Indicadores de Desenvolvimento Humano (IDH) – Alto e Médio São
Francisco, em 2000.
INDICADORES DE
DENVOLVIMENTO
HUMANO
Minas
Gerais
Alto São Francisco
Médio São Francisco
São Roque
Vargem Bonita
Pirapora
Buritizeiro
São Romão
Ibiaí
IDH Municipal
0,773
0,776
0,672
0,758
0,659
0,649
0,687
IDH Educação
0,850
0,785
0,826
0,879
0,777
0,764
0,757
14,8
13,3
14,9
13,3
26,0
31,3
32,6
0,711
0,699
0,666
0,655
0,548
0,546
0,523
276,6
256,2
210,8
197,1
104,0
102,8
89,5
29,8
20,0
21,6
41,4
60,3
70,4
70,4
27,8
18
22,1
30,4
49,7
53,0
23,5
70,5
73,9
72,3
69,4
64,2
63,3
71,8
2,2
2,0
2,3
2,2
2,8
3,2
3,0
•
Taxa de
Analfabetismo
IDH Renda
•
Renda per capita
média (R$ 2000)
•
Proporção de
pobres (%)
Mortalidade até 1 ano de
idade (por 1000 nascidos
vivos)
Esperança de vida ao nascer
(anos)
Taxa de fecundidade total
(filhos por mulher)
ACESSO A SERVIÇOS BÁSICOS
Água encanada
89,5
84,9
94,7
91,4
67,3
61,1
59,1
Energia elétrica
95,6
86,9
95,0
97,2
88,4
76,7
82,4
Coleta de lixo – somente
domicílios urbanos
92,2
94,7
95,3
95,0
78,8
76,1
36,4
ACESSO A BENS DE CONSUMO
Geladeira
83,6
77,4
85,7
83,9
66,0
48,1
47,0
Televisão
88,5
80,5
88,1
90,0
73,7
60,1
56,3
Telefone
40,3
12,1
15,1
40,2
8,0
15,6
12,2
9,2
1,7
2,1
6,2
0,8
0,8
0,2
Computador
Fonte: FJP - Atlas do Desenvolvimento, 2000.
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5. Principais Realizações e Experiências do Grupo no Tema e nas Áreas de Pesquisas
O projeto é integrado por Pesquisadores e Estudantes de Graduação e Pós-Graduação do
Laboratório de Geografia Agrária (LAGEA), do Instituto de Geografia da Universidade
Federal de Uberlândia, coordenado pelo Professor Dr. João Cleps Jr. Além da equipe do
LAGEA, colaboram no referido projeto, pesquisadores e estudantes dos cursos de
Geografia: UFU/UNIMONTES, Sociologia: UFU, Antropologia: UFSCar, de alunos da
Pós-Graduação Lato Sensu: Redes Solidárias de Educação e Ação Social da
UNIMONTES.
Neste intercâmbio entre os pesquisadores professores, graduados, acadêmicos de PósGraduação e de Graduação da equipe, podem ser listadas algumas realizações nos últimos
anos, a saber:
I) Organização de Eventos Científicos
Nome
Instituição
Período
I Encontro Regional dos Povos do Cerrado
UNIMONTES/Pirapora
2003
II Encontro dos Povos do Cerrado de Pirapora
UNIMONTES/Pirapora
2004
IV Semana da Educação: A Valorização do
Educador
UNIMONTES/Pirapora
2001
V Semana da Educação: Cultura e Diversidade
Humana
UNIMONTES/Pirapora
2002
VI Semana da Educação: Educação e Geografia
UNIMONTES/Pirapora
2003
II Simpósio Regional de Geografia: Perspectivas
para o Cerrado no Século XXI
UFU/IG
2003
III Simpósio Regional de Geografia
UFU/IG
2004
Jornada João Guimarães Rosa: Caminhos e
Travessias nos Sertões
UFU/IG
2005
Projeto Cultura Viva: Resgatando, Retomando e
Percebendo a Cultura Ribeirinha
MINISTÉRIO DA CULTURA/
GRAAL/ UNIMONTES
2005
Manifestação do Rio São Francisco
GRAAL, UNIMONTES/UFU
2006
Encontro Nacional de Reforma Agrária
UFU
2006
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II) Trabalhos publicados pela equipe relacionados com a temática e área de pesquisa:
1) Livro: Memória Sertão: Cenários, cenas, pessoas e gestos nos sertões de João
Guimarães Rosa e de Manuelzão. São Paulo: Cone Sul - UNIUBE, 1998.
2) Livro: São Francisco, Meu Destino: lendas e contos de rio e de beira de rio seguido
de cantorio, falatório gestuário em uma cena e um ato/ Carlos Rodrigues Brandão.
Campinas-SP, Mercado de Letras, 2002.
3) Livro: Cerrado em Perspectiva(s) / Luciene Rodrigues; Cláudia Maia (orgs.).
Montes Claros: Ed. UNIMONTES, 2003.
4) Livro: Gestão Ambiental da Bacia do Rio Araguari/MG: rumo ao desenvolvimento
sustentável/ Samuel do Carmo Lima et al. (org.). Uberlândia: Edufu, 2004.
6) Livro: Debaixo da Lona: tendências e desafios regionais da luta pela posse da terra e
da reforma agrária no Brasil/ Antonio Maurílio de Alencar Feitosa; Janete Aparecida
Gomes Zuba e João Cleps Jr. (orgs.). Goiânia, Ed. da UCG, 2006.
7) Capítulo de livro: “Vidas Secas: Sertanejos Migrantes e a Dinâmica do Mercado de
Trabalho no Norte de Minas Gerais” / Andréa Maria Narciso Rocha de Paula; João
Cleps Jr. In: Cerrado em perspectiva(s)/ Luciene Rodrigues; Cláudia Maia (orgs.).
Montes Claros: Ed. UNIMONTES, 2003.
8) Capítulo de Livro: “Gestão dos recursos hídricos em Minas Gerais: o comitê da
bacia hidrográfica do Rio Araguari” / João Cleps Jr. et al. In. Gestão ambiental da
bacia do Rio Araguari/MG: rumo ao desenvolvimento sustentável/ Samuel do Carmo
Lima et al. [org.]. Uberlândia: Edufu, 2004.
9) Capítulo de Livro: “Agricultura, Meio Ambiente e Sustentabilidade do Cerrado
Brasileiro” / João Cleps Junior. In: José Graziano da Silva (org.). Uberlândia: Edufu,
1997.
III) Teses, Dissertações e Monografias em andamento
A capacitação profissional e a produção científica relacionada com as áreas da pesquisa
vêm sendo estimuladas e realizadas pelos membros da equipe do projeto, a saber:
1) Título: “Geografia do Grande Sertão: Cultura e Miséria na primeira margem do Rio”
Discente: Andréa Maria Narciso Rocha de Paula
Instituição: UFU / IG - Programa de Pós-Graduação em Geografia.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Rodrigues Brandão
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2) Título: “Água, Vereda, Veredeiro: a agricultura e a degradação ambiental nas
cabeceiras do Rio Formoso, em Buritizeiro-MG”
Instituição: UFU / IG – Programa de Pós-Graduação em Geografia.
Discente: Maria das Graças Campolina Cunha Gama
Orientador: Prof. Dr. Samuel do Carmo Lima
3) Título: “São Francisco – Caminho Geral do Sertão: cenários de vida e trabalho de
pescadores tradicionais em Pirapora e Buritizeiro, Norte de Minas Gerais”
Instituição: UFU / IG – Programa de Pós-Graduação em Geografia.
Discente: Sandra Regina Torres Dumont
Orientador: Prof. Dr. Carlos Rodrigues Brandão
4) Título: “Solidariedade e Ambiente: o trabalho cooperativo na preservação do cerrado
no Entorno do Rio São Francisco do Município de Buritizeiro, em Minas Gerais”
Instituição: UFU / IG – Programa de Pós-Graduação em Geografia.
Discente: Lucimar Magalhães de Albuquerque
Orientador: Prof. Dr. Carlos Rodrigues Brandão
5) Título: Aqui Vivo, Aqui Faço o Meu Lugar: Um estudo comparativo sobre percepções
e manejo do ambiente entre pequenos agricultores tradicionais e acampados do MST
no Médio São Francisco - Norte de Minas Gerais
Instituição: UFU / IG – Programa de Pós-Graduação em Geografia.
Discente: Rodrigo Herles dos Santos
Orientador: Prof. Dr. Carlos Rodrigues Brandão
6) Título: Ponto de Tecer e Vidas Ribeirinhas: identidade e prática profissional de professores
ao longo do Rio São Francisco
Instituição: UFU / IG – Programa de Pós-Graduação em Geografia.
Discente: Jacqueline Araújo
Orientador: Prof. Dr. Carlos Rodrigues Brandão
7) Título: “Pontecialidades e limites para a construção de um projeto de desenvolvimento
territorial sustentável: o caso dos produtores da Serra da Canastra, Minas Gerais”
Instituição: UFU / IG – Programa de Pós-Graduação em Geografia.
Discente: Cristiano Barbosa
Orientador: Prof. Dr. João Cleps Jr.
8) Título: “A Gestão das Águas pelas Comunidades Rurais nas Nascentes do Riachão,
Montes Claros – MG”
Instituição: UFU / IG – Programa de Pós-Graduação em Geografia.
Discente: Priscilla Caíres Santana Afonso
Orientador: Prof. Dr. João Cleps Jr.
9) Título: “A Nova Dinâmica da Luta pela Terra, Reforma Agrária e Sustentabilidade dos
Assentamentos Rurais no Norte de Minas Gerais”
Instituição: UFU / IG – Programa de Pós-Graduação em Geografia.
Discente: Antonio Maurílio de Alencar Feitosa
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Orientador: Prof. Dr. João Cleps Jr.
IV) Outras Atividades:
1) Curso de Pós-Graduação em Redes Solidárias de Educação e Ação Social/
UNIMONTES (em andamento)
2) Seminário de Pesquisa: A Construção Social da Pesquisa / UNIMONTES – 2005.
3) Projeto de Extensão: SABERES DE RAIZES, CIRANDA DE OFICIOS: Uma
pesquisa-intervenção sobre modos de vida, trabalho e memórias com e entre as
comunidades tradicionais no médio São Francisco. Instituição – Universidade
Federal de Uberlândia/UFU – 2005/2006
4. Metodologia(s) Utilizadas as Pesquisas
A metodologia a ser adotada nesta pesquisada é baseada na "pesquisa participante"
(BRANDÃO, 1999), no que se poderia chamar de pesquisa com intervenção, que mantém
uma postura crítica, concebendo e fazendo ciência a partir de uma perspectiva políticosocial. Trata-se de um processo sistêmico, com visão holística, em que a sustentabilidade
esteja assentada em uma arquitetura de engajamento das comunidades, em uma perspectiva
de esforço continuado, como uma jornada infinita, devidamente instrumentalizada.
Salientamos ainda sua característica de produzir conhecimentos a partir da participação e
da cooperação de todos os envolvidos na situação pesquisada. Pesquisa investigativa para
conhecimento da realidade das comunidades, (recursos humanos e naturais, conhecimentos
populares, conhecimento dos territórios, aspectos sociais, econômicos e culturais), além de
levantamentos de demandas das populações. Nessa fase serão usados diversos
instrumentos de coleta de informações: observações participantes, aplicação de entrevistas
e questionários, aplicação de metodologias diagnósticas diferenciadas (diagnóstico rápido
participativo, mapeamento bioregional, censo comunitário), levantamento bibliográfico
sobre as áreas pesquisadas e registro documental.
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Uma das preocupações metodológicas da pesquisa é compreender como a "intervenção
participante" pode servir de modelo para outras ações de intervenção, que mude a realidade
local. A proposta deve considerar o planejamento sistêmico, integrado e participativo. A
participação da comunidade com suas organizações, a articulação das instituições, dos
planos, programas e projetos deverão ser os elementos que orientarão a sinergia das
diretrizes em todas as dimensões.
Ainda poderíamos definir o escopo metodológico da pesquisa, como uma pesquisa social
com base empírica que é concebida e realizada em “estreita associação com uma ação ou
com a resolução de um problema coletivo e, no qual, os pesquisadores e os participantes
representativos da situação ou problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo" (THIOLLENT, 1980). Compreendemos a investigação científica como
práxis, ou seja, um encontro indissociável entre teoria e prática em um processo de açãoreflexão e ação permanente para a geração de conhecimentos como trabalho coletivo onde
as relações entre os grupos sociais envolvidos são horizontais.
A metodologia empregada para a coleta de informações - indicadores- de avaliação sobre
alcance das metas almejadas será a de entrevistas semi-estruturadas com lideranças,
comunitários de base, além da observação direta das atividades relacionadas aos modos de
produção, eventos culturais tradicionais, e comercialização dos produtos dos povos
ribeirinhos, além da aplicação de metodologias de diagnóstico e avaliação participativa.
Nossa intervenção pretende ser o desvelamento, o diagnóstico e a descrição da realidade
junto e com as populações dos municípios da pesquisa. As visitas a campo, a observação
participante, bem como as técnicas participativas de coletas de dados implicam em
promover a sistematização de informações sobre práticas tradicionais de trabalho, manejo
dos recursos naturais sempre voltados para a lógica da natureza e a ética do ambiente.
A compreensão das redes de relações dos universos do simbólico, cultural,
socioeconômico e da natureza entre os homens e com o meio será sempre nosso caminho
nas polissemias dos saberes e na integração dos pesquisadores e pesquisados e na relação
contínua entre sujeitos de categorias diversas, mas portadores de conhecimentos múltiplos
e plurais. Todo esse trabalho de sensibilização, motivação para a participação da
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comunidade na gestão, constitui-se na base que vai contribuir na sustentabilidade da
qualidade ambiental e de vida nos assentamentos humanos do meio rural.
5. Referências
BACHELARD, G. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
BRANDÃO, C. R. O afeto da terra. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1999, 175p.
(Coleção Pesquisas).
__________. Diário de campo – A Antropologia como Alegoria. São Paulo: Brasiliense,
1982.
__________. Memória sertão. Cenários, cenas, pessoas e gestos nos sertões de João
Guimarães Rosa e de Manuelzão. São Paulo: Cone Sul/UNIUBE, 1998.
__________. Partilha da vida. São Paulo: Geic/Cabral editora, 1995, 273p.
__________. (org.). Pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1999.
__________. Plantar, colher, comer. Rio de Janeiro: Graal, 1981.
__________. Repensando a pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1999.
CHAYANOV, A. V. La organização de la unidade econômica campesina. Buenos
Aires: Ediciones Nueva Vision, 1974.
CLAVAL, P. A Geografia Cultural. Trad. Luiz Fugazzola Pimenta. 2ª ed. Florianópolis:
UFSC, 2001.
CLEPS, G. D. G. Estratégias de Reprodução do Capital e as Novas Espacialidades
Urbanas: O comércio de auto-serviço em Uberlândia (MG). Rio Claro: UNESP, 2005.
317p. Tese (doutorado em Geografia) – IGCE, UNESP, 2005.
COSTA, L. F. C. C. et alli (orgs.). Mundo rural e tempo presente. Rio de Janeiro:
Mauad, 1999.
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DIEGUES, A. C. O Mito moderno da natureza intocada. 5a ed. São Paulo: Hucitec,
2004.
________. (org.) Etnoconservação: novos rumos para a proteção da natureza nos
trópicos. 2a. ed. São Paulo: Hucitec, 2000.
DEAN, W. A Ferro e Fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica Brasileira.
Trad. Cid Knipel Moreira. 5ª ed. São Paulo: Cia das Letras, 2004.
DE PAULA, A. M. N. R. Integração dos migrantes no mercado de trabalho em
Montes Claros, Norte de Minas Gerais: a esperança de melhoria de vida. (Dissertação de
Mestrado, Geografia). Univ. Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2003.
FEITOSA, A.M. de A.; ZUBA, J. A. G.; CLEPS JR., J. (Orgs.). Debaixo da Lona:
tendências e desafios regionais da luta pela posse da terra e da reforma agrária no Brasil.
Goiânia, Ed. da UCG, 2006.
FERNANDES, B. M.; SILVA, A. A.; GIRARDI, E. P. DATALUTA – Banco de Dados da
Luta pela Terra: uma experiência de pesquisa e extensão no estudo da territorialização da
luta pela terra. Terra Livre, São Paulo, 2004.
__________. Questão agrária, pesquisa e MST. São Paulo: Cortez, 2001.
FERREIRA, D. A. de O. Mundo rural e geografia: Geografia Agrária no Brasil –19301990. São Paulo: Editora UNESP, 2002.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estatística e Informações. Perfil demográfico
do estado de Minas Gerais 2000. Belo Horizonte, 2003.
GUIMARÃES ROSA, J. Grande sertão: veredas. 33ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1986. CORBIN, Alain. O Território do Vazio: a praia e o imaginário ocidental. Trad. Paulo
Neves. São Paulo: Cia das Letras, 1989.
___________. Correspondências com o tradutor italiano. ed. limitada. São Paulo:
Instituto Cultural Ítalo Brasileiro, 1981.
HARVEY, D. A condição pós-moderna: Uma pesquisa sobre as origens da mudança
cultural. Trad. Adail Ubirajara Sobral. Maria Estela Gonçalves, 9a. ed. São Paulo: Loyola,
2000.
MARTINS, J. S. O cativeiro da terra. 7ª ed. São Paulo: Hucitec, 1998.
MARX, K. O Capital. In: Metamorfose do sobre-lucro em renda fundiária. São Paulo:
Abril Cultural, 1984. V.3, Tomo 2 (Coleção Os Economistas).
MOSCOVICI, S. Sociedade contra a Natureza. Trad. Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis:
Vozes, 1975.
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OLIVEIRA, A.U.; MARQUES, M. I. M. O campo no século XXI: território de vida, de
luta e de construção da justiça social. São Paulo: Ed. Casa Amarela/Paz e Terra, 2004.
SANTOS, B. S. A Crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. 3ª
ed. São Paulo: Cortez, 2001.
_______. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. 5a ed. São
Paulo: Cortez, 1999.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo razão e emoção. São Paulo: Hucitec,
1996.
THIOLLENT, M. Crítica metodológica, investigação social e enquete operária. São
Paulo: Polis,1980.
TUAN, Yi-Fu. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Trad. Lívia de Oliveira,
São Paulo: DIFEL, 1983.
WOORTMANN, E.; WOORTMANN, K. O trabalho da terra: a lógica e a simbólica da
lavoura camponesa. Brasília: Ed. Universidade Brasília, 1997.
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10. Anexos - Resumos dos Sub-Projetos da Pesquisa
1) SUB-PROJETO: Os Processos de Produção Familiar na Serra da Canastra: modos de
vida, percepções e manejo ambiental – os produtores de queijo Canastra.
•
Integrantes da Pesquisa: Cristiano Barbosa, João Marcos Alem; Mariana Magalhães Pinto
Côrtes e João Cleps Jr.
•
Objetivo: Analisar a produção do queijo canastra; O manejo sustentável da propriedade;
atuação do terceiro setor; os arranjos institucionais e interações corpo ambiente.
•
Delimitação Geográfica: Serra da Canastra (São Roque de Minas, Vargem Bonita).
2) SUB-PROJETO: Ciclos de Água e Vidas: As vozes do rio nas percepções ambientais dos
atores sociais das beiras do São Francisco em Pirapora e Buritizeiro, norte de Minas Gerais.
•
Integrantes da Pesquisa: Joycelaine Aparecida de Oliveira e Carlos R. Brandão.
•
Objetivo: Estudar como as diferentes categorias de pessoas, percebem,falam,
cantam,dançam,escrevem,sentem o rio através de memórias, gestos, ações e olhares da vida
cotidiana.
•
Delimitação Geográfica: Pirapora e Buritizeiro/MG.
3) SUB-PROJETO: Pirapora, um Lugar Vivido e Sentido: estudo sobre as relações ruralurbano no Município de Pirapora, a partir da década de 1960.
•
Integrantes da Pesquisa: Temízia Lopes Lessa, Andréa Maria N. Rocha de Paula e João Cleps
Jr.
•
Objetivo: Estudar a evolução e a estrutura dos processos que formaram a cidade de Pirapora,
compreendendo as transformações ocorridas em função da urbanização e industrialização,
analisando as resultantes decorrentes desses processos a partir de um enfoque sócio-econômico
e das relações espaciais.
•
Delimitação Geográfica: Pirapora/MG.
4) SUB-PROJETO: As Veredas e o Mel: Um estudo sobre a renda, o emprego e a
sustentabilidade através da apicultura no município de Buritizeiro, Norte de Minas Gerais.
•
Integrantes da Pesquisa: Ana Paola Ramos e Samuel do Carmo Lima.
•
Objetivo: Estudar a apicultura como alternativa de geração de renda e desenvolvimento
sustentável no município de Buritizeiro no norte de Minas Gerais.
•
Delimitação Geográfica: Buritizeiro/MG.
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5) SUB-PROJETO: Ponto de Tecer e Vidas Ribeirinhas: identidade e prática profissional de
professores ao longo do Rio São Francisco
•
Integrantes da Pesquisa: Jacqueline Araújo e Carlos R. Brandão.
•
Objetivo: Analisar as influências da globalização nas representações sociais de professores ao
longo do rio São Francisco e a construção de sua identidade cultural na pós-modernidade.
•
Delimitação Geográfica: São Romão, Ibiaí, Pirapora e Buritizeiro/MG.
6) SUB-PROJETO: Água,Vereda,Veredeiro e Agricultura nas Cabeceiras do Rio Formoso,
em Buritizeiro-MG
•
Integrantes da Pesquisa: Maria das Graças C. C. Gama, Samuel do Carmo Lima.
•
Objetivos: Analisar as transformações sócio-ambientais ocorridas nas cabeceiras do rio
Famoso, relacionadas ás comunidades tradicionais de agricultura familiar e ás políticas
públicas que ordenaram o desenvolvimento da região pela introdução de práticas capitalistas.
•
Delimitação Geográfica: Buritizeiro/MG.
7) SUB-PROJETO: Aqui Vivo, Aqui Faço o Meu Lugar: Um estudo comparativo sobre
percepções e manejo do ambiente entre pequenos agricultores tradicionais e acampados do
MST no Médio São Francisco - Norte de Minas Gerais
•
Integrantes da Pesquisa: Rodrigo Herles dos Santos e Carlos Rodrigues Brandão.
•
Objetivo: Estudar como agricultores tradicionais e assentados percebem, relacionam-se e
representam o lugar.
•
Delimitação Geográfica: Pirapora e Lassance/MG.
8) SUB-PROJETO: São Francisco - Caminho Geral do Sertão: cenários de vida e trabalho de
pescadores tradicionais em Pirapora e Buritizeiro, Norte de Minas Gerais
•
Integrantes da Pesquisa: Sandra Regina Torres Dumont, Samuel C. Lima e Carlos R. Brandão.
•
Objetivo geral: Descrever e analisar dimensões dos modos de vida e trabalho de pescadores
tradicionais em Pirapora e Buritizeiro - Norte de Minas Gerais.
•
Delimitação Geográfica: Buritizeiro/MG.
9) SUB-PROJETO: Geografia do Grande Sertão: cultura e miséria na primeira margem do
rio São Francisco
•
Integrantes da Pesquisa: Andréa Maria N. Rocha de Paula, João Cleps Jr. e Carlos R. Brandão.
•
Objetivo: Analisar através da migração pelo rio e as novas migrações, quais as modificações
nas relações e interações nos modos de vida e trabalho dos errantes em suas praticas
socioespaciais.
•
Delimitação Geográfica: Pirapora, Buritizeiro e Três Marias/MG.
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10) SUB-PROJETO: Terra, Homem, Trabalho: os movimentos de trabalhadores rurais
sem-terra no Norte de Minas
•
Integrantes da Pesquisa: Antônio Maurílio Feitosa e João Cleps Jr.
•
Objetivo: Analisar o processo geo-antropológico de luta pela terra: um estudo de caso sobre a
produção orgânica no acampamento da Prata em Pirapora, Norte de Minas Gerais.
•
Delimitação Geográfica: Médio São Francisco, Norte de Minas.
11) SUB-PROJETO: Beira Vida, Beira Rio: modos de vida, imagens, memórias e devaneios
de pessoas de ontem ao longo do Rio São Francisco.
•
Integrantes da Pesquisa: Carlos Rodrigues Brandão e Luciene Rodrigues.
•
Objetivo: Dar voz e imagem a pessoas que viveram vidas no rio São Francisco ou da sua beira,
e que hoje, retiradas aposentadas, esquecidas e envelhecidas vivem de lembrar quem foram, o
que viveram e como eram o seus lugares de vida,trabalho e memória (trabalhar com os últimos
remanescentes).
•
Delimitação Geográfica: Rio São Francisco/Pirapora.
12) SUB-PROJETO: As Redes de Comércio Solidário no Alto e Médio São Francisco.
•
Integrante da Pesquisa: Geisa Daise Gumiero Cleps e João Cleps Jr.
•
Objetivo: Identificar e caracterizar as principais redes de comércio solidário que atuam no
Médio e Alto São Francisco.
•
Delimitação da Área de Pesquisa: Municípios nas regiões do Médio e Alto São Francisco, com
foco em Pirapora, Buritizeiro no Norte de Minas e Três Marias e São Roque de Minas no Alto
São Francisco.
13) ) SUB-PROJETO: Solidariedade E Ambiente: O Trabalho Cooperativo na preservação
do Cerrado No Entorno Do Rio São Francisco Do Município De Buritizeiro, Em Minas
Gerais.
•
Integrantes da Pesquisa: Carlos Rodrigues Brandão, Arlete e Lucimar Magalhães de
Albuquerque.
•
Objetivo: Conhecer as percepções da relação entre espaço, conservação ambiental e
trabalho das mulheres da Vila Maria, no município de Buritizeiro, buscando refletir como elas
interferem no cotidiano, através da revitalização de antigas e da proposta de novas formas de
trabalho cooperativo e solidário.
•
Delimitação Geográfica: Rio São Francisco/Buritizeiro.
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______________________________________
Observações: além de compreenderem propostas multidisciplinares dos pesquisadores da equipe,
os sub-projetos envolvem também pesquisas de dissertação de mestrado e tese de doutorado com os
respectivos orientadores.
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FIGURA 2: QUADRO-RESUMO DA PESQUISA
Bacia do São Francisco
Sertão do Norte de Minas
Serra da Canastra
Municípios:
São Roque de Minas, Vargem Bonita, Três Marias (ALTO SÃO FRANCISCO)
Pirapora, Buritizeiro, São Romão e Ibiaí (MÉDIO SÃO FRANCISCO)
NATUREZA
CULTURA
MEIO AMBIENTE
TRABALHO
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