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GUITARRAS DE ELITE
MISSÕES
TRÍADES ABERTAS
| PARTE 1
FOTO DO
COLUNISTA
Caros Guitarristas de Elite!
A
s Tríades estão entre os principais pilares que contam a
história da Harmonia na Música.
Com sua herança nos intervalos - que
nada mais são do que a relação entre
duas notas musicais -, as tríades [relação
de 03 notas] aparecem logo em seguida
com uma regra básica: “a partir de uma
nota em específico - chamada Tônica ou
Fundamental -, sobrepõem-se, diatonicamente, dois intervalos consecutivos de
3ªs, sendo esses nomeados como a 3ª e a
5ª da tríade, respectivamente”. Essa “triangulação” tem um caráter sonoro bem
específico e tem sido usado à exaustão na
música feita no Ocidente.
Basicamente, temos 04 construções elementares de tríades:
Exemplo 01 |
FLAVIO MATEUS
Flávio Mateus é guitarrista, compositor e produtor musical.
Formação: Bacharelado em Música Popular (UNICAMP); Mestrado em Análise
Musical (UFMG).
É idealizador e editor da GUITARRAS DE ELITE.
1)
2)
3)
4)
TRÍADE MAIOR:
Tônica + 3ª maior + 3ª menor
TRÍADE MENOR:
Tônica + 3ª menor + 3ª maior
TRÍADE AUMENTADA:
Tônica + 3ª maior + 3ª maior
TRÍADE DIMINUTA:
Tônica + 3ª menor + 3ª menor
Como resultado intervalar, temos 04 “fórmulas” para as tríades - Ex. 01:
1)
2)
3)
4)
TRÍADE MAIOR:
Tônica - 3ª maior - 5ª justa
TRÍADE MENOR:
Tônica - 3ª menor - 5ª justa
TRÍADE AUMENTADA:
Tônica - 3ª maior - 5ª aumentada
TRÍADE DIMINUTA:
Tônica - 3ª menor - 5ª diminuta
Tríades Elementares
1) Tríade Maior
2) Tríade Menor
16 | GUITARRAS DE ELITE.com.br | OUTUBRO 2014
3) Tríade Aumentada
4) Tríade Diminuta
O Ex. 01 (anterior) também diz um pouco
a respeito da execução de duas ou mais
notas musicais, onde no 1° compasso temos a execução MELÓDICA [arpejada, no
caso] das tríades e, no 2° compasso, temos a execução das tríades na sua forma
HARMÔNICA:
EXECUÇÃO MELÓDICA: ato ou efeito de
tocar notas musicais de forma sucessiva
no tempo, uma após a outra. Ex.: linha
vocal solo.
EXECUÇÃO HARMÔNICA: ato ou efeito de tocar notas musicais de forma simultânea, todas ao mesmo tempo. Ex.:
blocos de acordes.
Aprofundando mais um pouco neste assunto, a teoria nos mostra desdobramentos importantes com relação à disposição
das notas dentro das tríades, pois apesar
de na sua concepção teórica essas serem
estudadas na disposição “fechada”, há que
se considerar que, na prática, é necessário
Exemplo 02 |
existir execuções alternativas, que gerem
interesse sonoro, seja MELÓDICO ou HARMÔNICO.
É neste processo que aparecem as “Tríades
Abertas”, que têm por finalidade dilatar
intervalos internos oriundos da disposição
“fechada” da tríade, superando-se o intervalo de 01 oitava entre a nota mais grave
e a mais aguda de uma mesma tríade. Na
guitarra moderna, os porta-vozes deste
som rico e “arejado” das “Tríades Abertas” são os mestres Eric Johnson e Steve
Morse, que serão nossa matéria-prima
para os exemplos musicais desta série.
A teoria para a montagem das “Tríades
Abertas” é muito simples, baseando-se
no princípio de oitavar (para baixo ou
para cima; na maior parte das vezes:
para cima) a “nota do meio” da tríade
“fechada” – Ex. 02 –, seja em seu estado
fundamental, seja em suas duas inversões
(as inversões serão abordadas nas próximas colunas):
Disposição Fechada e Aberta
Nesta 1ª etapa, nosso compromisso é em
com esmiuçar a execução das “Tríades
Abertas” em seu estado Fundamental, ou
seja, com a Tônica da tríade como nota
mais grave. É importante sublinhar que,
como conseqüência deste processo de “oitavação” de notas na guitarra, teremos
muitos saltos de cordas que, de início, irão
promover relativa dificuldade técnica para
ambas as mãos.
Com o intuito de ficarmos em forma mentalmente – com boa visualização –, e fisicamente – com boa execução técnica –,
é que seguem os próximos exemplos que
visitam o conceito de Campos Harmônicos da escala maior. Se você ainda não
tinha estudado o Campo Harmônico Maior,
chegou o momento!
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MISSÕES
CADERNO TÁTICO #01
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Exemplo 03 |
Tríades Abertas - Campo Harmônico de C maior
Exemplo 04 |
Tríades Abertas - Campo Harmônico de F maior
Exemplo 05 |
Tríades Abertas - Campo Harmônico de G maior
!
Os exemplos a seguir possuem referências
em ÁUDIO. Para o acompanhamento e estudo, observa-se que a guitarra foi gravada
no canal direito. Desta maneira, para praticar
os exemplos sem que você ouça a guitarra
Exemplo 06 |
original, jogue todo o “pan” para o lado esquerdo do seu sistema de som:
• Centro e Canal Direito você terá: Guitarra
+ Playback
• Canal Esquerdo: só Playback
Estudo 1: Tríades Abertas em C maior | AUDIO TRACK: 01
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Exemplo 07 |
Exemplo 08 |
Estudo 2: Tríades Abertas em F maior | AUDIO TRACK: 02
Estudo 3: Tríades Abertas em G maior | AUDIO TRACK: 03
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CADERNO TÁTICO #01
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Exemplo 09 |
Estudo 4: “Instantes em C maior” | AUDIO TRACK: 04
Abaixo, segue um estudo um pouco diferente
e que visita a execução das “Tríades Abertas” nas formas HARMÔNICA e MELÓDICA.
A tonalidade de C maior recebeu alguns
acordes que podem soar “estranhos” mas
estão aqui pra provocar ideias e novos
caminhos ao centro tonal. (Num futuro
não muito distante, conversaremos sobre
Exemplo 10 |
estes acordes...)
O compasso é 6/8 e recebe, em alguns
momentos, a figura rítmica “duína” - proporção 2:3 -, que traz uma dilatação rítmica bem particular desta fórmula de
compasso. Ouça, compreenda o efeito
sonoro e experimente em suas próprias
composições!
Transcrição INTRO “The Oz” - Steve Morse | AUDIO TRACK: 05
Para fecharmos, vamos de Steve Morse
nos riffs iniciais da música “The Oz”, do
disco Coast to Coast (1992), da Steve
Morse Band.
Este trecho está na tonalidade de Mi maior
e conta com as “Tríades Abertas” de A, B
e C#m nas cordas mais agudas, sempre
intercaladas com o baixo-pedal na nota Mi
20 | GUITARRAS DE ELITE.com.br | OUTUBRO 2014
- corda 6 solta -, que é uma marca registrada dos riffs do hard rock.
Além das “Tríades Abertas”, o trecho se alterna com uma série de tríades fechadas
nas cordas graves, o que faz deste riff um
estudo de composição bastante interessante, no tocante aos motivos melódicos
e relações de pergunta e resposta.
Nesta transcrição, eu me vali de nossos
estudos preliminares para aqui adotar
uma digitação “didática” das tríades abertas, garantindo que você toque algo que
já esteja familiarizado.
Ademais, ao final da página, inseri dois
compassos comparando duas digitações
possíveis, apresentando-lhes possibilidades na permuta entre as cordas “si” e
“sol” para a execução do intervalo de 5ª
em cada uma das “Tríades Abertas”.
Se esta 2ª opção lhes parecer confortável
e interessante, recomendo refazer o Ex.
04 desta Missão, que é de onde se originou as digitações desta música.
No mais, bons estudos e até o próximo
encontro! F.M.
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MISSÕES
CADERNO TÁTICO #01
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