realizar - Faculdade de Taquaritinga

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ANAIS
DO
2º CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA INTERUNIESP
Monte Alto - 2016
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APRESENTAÇÃO
Os Núcleos de Pesquisa e Extensão (NPE) das unidades de Araraquara, Ibitinga,
Jaú, Monte Alto e Taquaritinga, por meio de seus Coordenadores de Pesquisa e extensão,
Coordenadores de Curso e Diretores em conjunto, observando o necessário
desenvolvimento e aperfeiçoamento dos alunos em relação tanto à vida acadêmica quanto
à experimentação e troca de experiências, idealizou, por meio de uma comissão formada
com esse fim, o 2º Congresso de Iniciação Científica INTERUNIESP.
O referido congresso ocorreu nos dias 03 e 04 de Novembro de 2016, na cidade
de Monte Alto. A realização inédita deste evento inter unidades inteiramente dedicado à
pesquisa e extensão, sediado na Cidade de Monte Alto (FMA), reconhecidamente
mostrou-se como um marco institucional, no sentido da valorização da pesquisa e
extensão.
Dentre as quase incontáveis missões que idealizou essa comissão, duas principais
se destacaram dentre todas: o fortalecimento dos núcleos de pesquisa e extensão das
presentes unidades e, estimular a interação e o intercâmbio transversal entre professores,
pesquisadores e alunos, promovendo a troca de experiências e saberes entre os diversos
níveis de ensino e saber, com a promoção de eventos científicos como este.
O presente Congresso, contou com a participação de cinco unidades, como outrora
já salientado, contando com mais de 600 participantes, nos dois dias, oriundos de 11
diferentes cursos. Dentre os mais 600 alunos participantes, houveram aqueles
apresentaram trabalhos orais e pôsteres; entretanto, nem todos os foram selecionados para
integrarem esses primeiros registros por questões técnicas.
A Comissão Organizadora do 2º Congresso de Iniciação Científica InterUniesps
expressa seu agradecimento aos convidados, pesquisadores, artistas e funcionários, por
suas inestimáveis contribuições para o evento, à Secretaria de Lazer e Cultura da Cidade
de Monte Alto, que gentilmente cedeu o Centro Cívico para a realização do evento, aos
autores que submeteram trabalho, e a todos os participantes.
Coordenador da Comissão Organizadora
Jorge Luis Nassif Magalhães Serretti
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Organização do Evento e Conselho
Editorial
Profa. Débora Raquel da Costa Milani
Profa. Djenane Schieri Wagner Cunha
Pareceristas
Prof. Amauri Tadeu Barbosa Nogueira
Profa. Ana Cláudia C. de Camargo
Profa. Anna Claudia Martins Coelho
Profa. Flávia Petra Melara
Prof. Jorge Luis Nassif Magalhães
Serretti
Prof. Osmar Bueno de Morais
Profa. Paula Alvarinho Urbano Barroso
Prof. Tiago Massan
Profa. Valéria Fattore Mantovani
Prof. Débora Raquel da Costa Milani
Prof. Emil Silva
Profa. Flávia Luzia Lopes Bertaci
Profa. Flávia Petra Melara
Prof. Gerson Carlos Eduardo
Profa. Graciana Simei
Prof. Jorge Luis N. M. Serretti
Prof. Marcos Rogério da Cunha
Profa. Rita de Kássia Cândido
Profa. Rosa Maria Gutierrez
Prof. Tiago Massan
Profa. Vanessa Terra Pereira
Prof. Vera Lúcia Guimarães
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S488c SERRETTI, J.L.N.M, ( Org.)
2º Congresso de Iniciação Científica InterUniesp (2: 2016: Monte
Alto, SP) Anais [recurso eletrônico]. – Uniesp, 2016.
Disponível em: www.
1. Ensino Superior – Pesquisa – Brasil – Congressos 2.Administração
3.Direito 4.Pedagogia 5.Enfermagem 6. Letras 7.Ciências Biológicas
8.Farmácia 9.Fisioterapia 10.Nutrição I. UNIESP
CDD 001.4
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Sumário
AVALIAÇÃO DA DOR LOMBAR EM FUNCIONÁRIOS DA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO
(UPA) DA CIDADE DE TAQUARITINGA-SP ............................................................................... 6
A EFICÁCIA DOS MEDICAMENTOS DO COMPONENTE BÁSICO DA ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA PARA O TRATAMENTO DA EPILEPSIA ........................................................... 18
A IMPORTANCIA DO CONTRATO DE TRABALHO DE EXPERIÊNCIA ........................................... 30
REABILITAÇÃO DA MARCHA EM PORTADORES DE DOENÇA DE PARKINSON: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................................. 23
POSSÍVEIS TRATAMENTOS FISIOTERÁPICOS NA FIBROMIALGIA: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................................. 35
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA DOR ONCOLÓGICA ................................... 49
A IMPORTÂNCIA E A COLABORAÇÃO DA HIDROTERAPIA DURANTE O PERÍODO DA
GESTAÇÃO, UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 60
INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NA MICROCEFALIA ............................................................ 71
ÉTICA NA UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIA E REDES SOCIAIS NO AMBIENTE CORPORATIVO ....... 84
ESTUDO SOBRE OS EFEITOS DO EXERCÍCIO RESISTIDO EM PACIENTES COM DIFERENTES
FATORES DE RISCO – AVALIANDO AS RESPOSTAS PRESSÓRICAS........................................... 99
FAMÍLIA E APRENDIZAGENS: A LEITURA UMA INFLUÊNCIA PARA A FORMAÇÃO E
CONSTRUÇÃO DO SUJEITO LEITOR E HUMANISTA ...............................................................111
PREVENÇÃO E ORIENTAÇÃO FISIOTERÁPICA ÀS PESSOAS PORTADORAS DE OSTEOPOROSE
NA 3ª IDADE – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .....................................................................135
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA AO PACIENTE DOENTE CRÔNICO RENAL .................................149
AVALIAÇÃO COM PACIENTES PÓS – CIRÚRGICO DE LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR COM
PELO MENOS TRÊS ANOS DE CIRURGIA, ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE
VIDA SF 36 E O QUESTIONÁRIO DE LYSHOLM......................................................................167
SINTOMAS E TRATAMENTO DA HEPATITE C: LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO......................182
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA OSTEOARTROSE DE QUADRIL: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................................195
A IMPORTÂNCIA DE CONTAR HISTÓRIAS PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DAS
CRIANÇAS..........................................................................................................................209
EDUCAÇÃO INFANTIL E LUDICIDADE: CONSTRUINDO NOVOS CAMINHOS PARA A
APRENDIZAGEM .................................................................................................................221
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL NA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM UM
MUNICÍPIO DO INTERIOR PAULISTA TAQUARITINGA/SP. .....................................................231
AVALIAÇÃO DO CONTROLE DE ESTOQUE E DEMANDA MEDICAMENTOSA ATENDIDA EM UMA
DROGARIA DO MUNICÍPIO DE TAQUARITINGA: ESTUDO DE CASO ........................................248
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Avaliação da dor lombar em funcionários da Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) da cidade de Taquaritinga-SP
Beatriz Savazzi Coutinho¹
Gustavo Naxara Oscko²
Naiara Francieli Rinaldi³
RESUMO
INTRODUÇÃO- A dor lombar (dor na região póstero-inferior da coluna vertebral) é
a causa mais comum de incapacidade e invalidez nos dias de hoje sendo, um dos principais
motivos de consultas médicas, hospitalizações e intervenções cirúrgicas. Ocorre em diversas
idades, porém são mais evidentes em homens acima de 40 anos e mulheres entre 50 e 60 anos
de idade. No ambiente de trabalho é conhecida como lombalgia ocupacional e tem como fatores
causais mais comuns os posturais, mecânicos, traumáticos e psicossociais. MATERIAL E
MÉTODOS- Esse trabalho avaliou 40 funcionários, não médicos, dos três turnos, da Unidade
de Pronto Atendimento (UPA) da cidade de Taquaritinga–SP. O instrumento utilizado para
avaliação da prevalência de lombalgia foi o Questionário Roland-Morris de Incapacidade.
RESULTADOS E CONCLUSÃO- Média de idade dos avaliados foi 37,5 anos, sendo a maioria
mulheres (87,5%), avaliados nos três turnos de trabalho, diurno (60%), noturno (12,5%) e
ambos (27,5%). Outros dados sócio-demográficos foram coletados, como por exemplo, tempo
de serviço. Embora o escore não tenha classificado nenhum indivíduo como incapaz, a
frequência de respostas de algumas questões mostra que há certo grau de desconforto cabendo,
portanto, a elaboração de um plano de atuação. A comparação dos resultados com outros
estudos da literatura científica ficou prejudicada, pois esses estudos avaliaram pacientes
portadores de lombalgia.
PALAVRAS CHAVE: Lombalgia, Questionário, Roland-Morris.
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ABSTRACT
INTRODUCTION- The back pain (pain in the póstero-inferior region of the spine) is
the most commom cause of disability and invalidity in these days being one of the main reasons
for medical appointment, hospitalizations and surgical interventions. Occurs in several ages,
but is more evident in men over 40 years and women between 50 and 60 years of age. At work
environment is known as occupational low back pain and has as the most commom causal
factors postural, mechanical, traumatic and psychosocial. MATERIAL AND METHODS –
This research evaluated 40 non-medical employees from the three work shifts of the Emergency
Care Unit (UPA) in the city of Taquaritinga – SP. The instrument used for the evaluation of the
prevalence of low back pain was the Roland-Morris disability questionnaire. RESULTS AND
CONCLUSIONS – The mean age of the evaluated subjects was 37,5 years, with the majority
of women (87,5%) evaluated in the three work shifts, daytime (60%), night (12,5%) and both
(27,5%). Other socio-demographic data were collected, such as length of service. Although the
score has not classified any individual as unable, the frequency of answers to some questions
shows that there is some degree of discomfort being necessary, therefore, the elaboration of
performance plan. The comparison of results with other scientific literature research was
impaired, because these researches evaluated patients with low back pain.
KEY WORDS - Low back pain, questionnaire, Roland-Morris.
¹ Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga - FTGA.
[email protected]
² Prof. Me do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga - FTGA.
[email protected]
³ Graduanda em Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga– FTGA.
[email protected]
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INTRODUÇÃO
A dor lombar é a causa mais comum de incapacidade e invalidez nos dias de hoje. O
que tem sido um dos principais casos de consultas médicas, hospitalizações e intervenções
cirúrgicas.
Na maioria da população a lombalgia ocorre em diversas idades, porém são mais
evidentes em homens acima de 40 anos e mulheres entre 50 e 60 anos de idade. (JUNIOR;
GOLDENFUM; SIENA, 2010, p.583)
A lombalgia é definida como dor na região póstero inferior da coluna vertebral. Um dos
maiores problemas de saúde responsável pela incapacidade física, podendo gerar limitações,
principalmente para a vida profissional. (ABREU; RIBEIRO, 2010, p.149)
A lombalgia ocupacional, é uma das maiores causas isoladas de transtornos na saúde
relacionadas com o trabalho, podendo levar a incapacidade e em alguns casos mais graves à
invalidez prematura.
Os fatores causais mais comuns em ambientes de trabalho são os posturais, os
mecânicos, os traumáticos e os psicossociais. A idade, a fadiga e a postura são considerados
como fatores que contribuem para a elevada porcentagem de reincidência da dor lombar. O
trabalho sentado ou de pé por muitas horas, o trabalho com excesso de peso, o levantamento
contínuo de peso, a falta de exercícios físicos e alguns problemas psicológicos são alguns dos
principais fatores que levam à lombalgia. (JUNIOR; GOLDENFUM; SIENA, 2010, p.584).
Na maioria dos casos, acredita-se, que a lombalgia ocupacional se deve a pressões
incomuns sobre os músculos e os ligamentos que suportam a coluna vertebral. Tanto os esforços
dinâmicos, relacionados a utilização de escada, deslocamento, transporte de carga, quanto os
esforços estáticos, relacionados a posturas erradas, sustentação de cargas pesadas e com a
restrição dos movimentos, podem contribuir para futuras lesões nas articulações e nos discosintervertebrais.
Essa patologia não deve ser analisada apenas como uma questão médica e sim como
uma questão socioeconômica, pois ao acometer um indivíduo economicamente ativo, ele terá
que conviver com a invalidez e a incapacidade de poder realizar seu trabalho.
Assim acarretando na vida social do indivíduo que terá que trocar de trabalho, as vezes
nem conseguindo mais trabalhar, além de ter um gasto econômico grande com a sua patologia.
Apesar do tempo e os gastos serem grandes com pessoas com esse tipo de morbidade, é
necessário que ela seja tratada como um problema de saúde pública, sendo oferecido um
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tratamento adequado, e não apenas afastar essas pessoas de seus cargos. Dando a elas um
tratamento de reabilitação adequado para que possam retornar à suas vidas profissionais.
(ABREU; RIBEIRO, 2010, p.149)
É importante também pensar em um protocolo de prevenção para profissionais de áreas
que podem ter risco de lombalgia.
Assim devido à elevada prevalência da lombalgia ocupacional, nos dias de hoje, é
necessário que seja feito um estudo onde se obtenha os principais fatores de riscos e os
causadores dessa patologia. Podendo ser pensado futuramente em um protocolo de prevenção
e reabilitação para esses indivíduos, para proporcionar uma melhor qualidade de vida aos
trabalhadores e diminuir o número de pessoas acometidas.
MÉTODO
Para o desenvolvimento desse projeto de pesquisa foram avaliados funcionários (não
médicos), da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do município de Taquaritinga-SP. O
número de participantes de cada unidade será selecionado aleatoriamente e por amostragem
devendo compreender, no mínimo, 50% do total de funcionários. O instrumento utilizado para
avaliação da prevalência de lombalgia nessa população será o Questionário Roland-Morris de
Incapacidade, traduzido e validado para uso em língua portuguesa (MONTEIRO, et al., 2010).
Esse, por sua vez, contém 24 (vinte e quatro) frases de pessoas descrevendo a si mesmas
quando sentem dor nas costas. Os participantes convidados, que voluntariamente aceitarem
passar pelo teste, serão devidamente informados como o procedimento será realizado e, na
sequência, assinarão Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O questionário tem um
score próprio que classificará o resultado de cada teste. Os dados vão ser organizados e tratados
estatisticamente utilizando o software EXCEL da Microsoft. Esse projeto foi submetido e
aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Taquaritinga – CEP/FTGA.
DEFINIÇÃO LOMBALGIA OCUPACIONAL
De acordo com Vascelai (2009, p.1), “ Lombalgia é o conjunto de afecções dolorosas
que acometem a coluna lombar devido à presença de alguma anormalidade nessa região”.
É chamado de lombalgia, quadros de dores na região lombar, podendo ser associadas
ou não a dores ciáticas (lombociatalgia), dores que irradiam para glúteo, coxa, perna e/ou pé.
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A descrição da dor, como dor em peso, aperto, queimação ou em choque pode ajudar o
médico a diagnosticar a lombalgia.
Este fenôme-no doloroso atinge em média 80% da população mundial em alguma fase
de sua vida,1 sendo que sua prevalência aumenta com a idade, atingindo um pico durante a
sexta década de vida (ABREU; RIBEIRO,2010, p.148).
A lombalgia, é uma das causas mais comum de incapacidade em trabalhadores com
menos de 45 anos de idade, tem predileção por adultos jovens e é responsável por
aproximadamente ¼ dos casos de invalidez prematura (JUNIOR; GOLDENFUM; SIENA,
2010, p.583).
De acordo com Sato (2010, p.331), A lombalgia aguda é de alta prevalência na
população geral na maioria dos casos, há resolução espontânea. Após o resfriado comum, é a
causa mais prevalente de consulta médica, sendo que cerca de 80% das pessoas no mundo têm
ou terão ao menos um episódio ao longo da vida.
As atividades profissionais com grande sobrecarga física, somada a uma postura
inadequada, movimentos repetitivos, vibração, trabalhos em grande velocidade, estresse,
reforçam o aparecimento desta morbidade, expondo o trabalhador à dor, geralmente na região
lombar, já que também pode acometer as regiões lombossacral ou sacroilíaca, apresentando,
portanto, um caráter ocupacional (ABREU; RIBEIRO,2010, p.149).
A lombalgia é um problema frequente para grande parte dos trabalhadores braçais e, em
conseqüência, causa prejuízos econômicos e sociais, uma vez que esses trabalhadores formam
a porção produtiva da economia (DIAS; GODOY; ALMEIDA, 2003, p. 67)
A idade, a postura e a fadiga no trabalho são consideradas como fatores contribuintes
para a elevada percentagem de recidiva da dor lombar. O trabalho sentado por longas horas, o
trabalho pesado, o levantamento de peso, a falta de exercícios físicos e os problemas
psicológicos representam alguns dos principais fatores que contribuem para a cronicidade da
dor lombar (JUNIOR; GOLDENFUM; SIENA, 2010, p.584)
Portanto, indivíduos de diversos ramos laborais podem ser considerados como um grupo
suscetível para os riscos de dor lombar ocupacional, devido à precariedade das condições de
trabalho, que exigem posturas viciosas e a realização de movimentos repetitivos realizados de
forma inadequada, acarretando na sobrecarga, coluna vertebral, mais especificamente da região
lombar (PINTO et al,2010).
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ETIOLOGIA
De acordo com Junior (2010, p. 584), “Os fatores causais mais diretamente relacionados
com as lombalgias ocupacionais são os mecânicos, os posturais, os traumáticos e os
psicossociais”.
A busca de uma única causa ou até mesmo da causa principal da patologia pode se tornar
difícil, pois se trata de uma etiologia multifatorial.
As inadequações do ambiente de trabalho e as condições de funcionamento dos
equipamentos do local acabam gerando movimentações e posturas incorretas dos profissionais,
assim sendo os fatores de riscos mais encontrados nos ambientes profissionais.
Um dos fatores contribuintes para a lombalgia ocupacional são a idade, a postura e a
fadiga no trabalho. Já os fatores que contribuem para a cronicidade da dor lombar no trabalho
podem ser por trabalho muito pesado, ficar na mesma posição por muito tempo, ficar sentado
por longas horas, falta de atividade física, levantar muito peso por tempo indeterminado, entre
outros.
As principais causas das dores lombares estão associadas à tensão da musculatura
paravertebral decorrentes de posturas incomodas e da degeneração precoce dos discos
intervertebrais. (JUNIOR; GOLDENFUM; SIENA, 2010, p. 584).
SINTOMAS
O sintoma mais frequente da Lombalgia ocupacional é a dor, causadas principalmente
por traumas cônicos repetitivos. Geralmente essas dores tem início discreto, tendo aumento
progressivo da intensidade que piora com movimentos da região.
Permanecer muito tempo em uma determinada posição, seja ela em pé ou sentado,
pode provocar o aparecimento da dor.
Um grau de encurtamento da musculatura lombar pode aparecer em alguns casos.
Um fator extremamente limitante é a persistência dos sintomas, onde acaba afetando a
vida social, profissional e até afetivo da pessoa, podendo até ocasionar em problemas
emocionais.
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INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA
A dor lombar é uma condição que pode atingir até 65% das pessoas anualmente e até
84% das pessoas em algum momento da vida, apresentando uma prevalência pontual de
aproximadamente 11,9% na população mundial (NASCIMENTO; COSTA, 2015, p.1142).
Nos países desenvolvidos onde a demanda física no trabalho é menos intensa, a
prevalência da dor lombar é duas vezes maior, quando comparada à população dos países de
baixa renda, onde a exigência física laboral é maior.
A dor lombar é responsável por grandes índices de incapacidade e faltas ao trabalho,
gerando alto custo para a sociedade e para os sistemas de saúde nos países desenvolvidos.
A prevalência da lombalgia em um terço da população, demonstra associação com
atividades profissionais às quais exigem postura estática, movimentos repetitivos e
carregamento de peso. (ABREU; RIBEIRO, 2010, p.152).
ESTUDOS COM QUESTIONÁRIO ROLAND MORIS
No primeiro estudo foram entrevistados 311 participantes com dor crônica por mais de
3 meses, atendidos em clínicas de dor no setor público e privado. Os dados foram coletados nas
regiões sul e sudeste do Brasil (JUNIOR et al., 2010, p.30).
O questionário sócio-demográfico coletou informações referentes à idade, gênero,
estado civil, nível de educação, profissão e situação empregatícia. Os questionários foram
entregues para serem completados em casa e devolvidos no próximo atendimento. Havia mais
mulheres entre os participantes do que homens (74% versus 26%, respectivamente). A maioria
dos sujeitos estavam trabalhando, mas um percentual substancial (41%) estava afastada do
trabalho devido à dor. (JUNIOR et al., 2010, p.31).
Os resultados obtidos sugerem que existe uma associação entre aumento de níveis de
escolaridade e presença de incapacidade. Esse padrão também foi observado no tocante à
empregabilidade. Participantes que estão trabalhando apresentavam escores médios mais
reduzidos de incapacidade (JUNIOR et al., 2010, p.32).
No segundo estudo foram entrevistados 17 indivíduos portadores de lombalgia crônica,
residentes do município de Jequié- BA, cadastrados na clínica Escola de Fisioterapia
(MASCARENHAS, SANTOS, 2011, p. 205-206)
Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário semiestruturado contendo
informações sociodemográficas, comportamentais e de saúde (sexo, idade, escolaridade, prática
de atividade física, Índice de Massa Corpórea –IMC, e tempo de duração da dor)
(MASCARENHAS, SANTOS, 2011, p. 206).
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Verificou-se que 82,4% dos indivíduos eram do sexo feminino, 53% tinham idade entre
20 e 39 anos, e 64,7% possuíam o ensino médio (MASCARENHAS, SANTOS, 2011, p. 206).
Na mensuração da incapacidade funcional, a partir do questionário Roland-Morris, foi
observado que apenas 23,5% dos indivíduos foram classificados como portadores
de
incapacidade funcional devido à lombalgia (MASCARENHAS, SANTOS, 2011, p. 206).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O questionário trata-se de uma ferramenta importante não só para investigação como
para o tratamento de doentes com lombalgia. O questionário é de fácil aplicação, sendo
preenchido pelo avaliado. A sua cotação é simples, bastando somar um ponto por cada resposta
afirmativa.
O questionário Roland-Morris Brasil, específico para medir a incapacidade funcional
de pacientes com lombalgia, é composto de 24 questões relacionadas às atividades de vida
diária, dor e função. Para cada questão afirmativa é atribuído 1 ponto. O escore é a somatória
dos valores, podendo-se obter uma pontuação mínima de “0” e uma pontuação máxima de
“24”. Este questionário tem como ponto de corte o escore “14”, ou seja, os indivíduos
avaliados com um escore igual ou maior que “14” são classificados como incapacitados
funcionalmente.
Este questionário possui algumas frases que as pessoas usam para se
descreverem quando tem dor. A frase a ser assinalada deve descrever o que ela sente
nos dias de hoje.
Questionário de Incapacidade de Roland Morris
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Fico em casa a maior parte do tempo devido a minha coluna.
Eu mudo de posição freqüentemente para tentar aliviar minha coluna.
Eu ando mais lentamente do que o meu normal por causa de minha
coluna.
Por
causa de minhas costas não estou fazendo nenhum dos trabalhos
que fazia em minha casa.
Por causa de minhas costas, eu uso um corrimão para subir escadas.
Por causa de minhas costas, eu deito para descansar mais
freqüentemente.
Por causa de minhas costas, eu necessito de apoio para levantarme de
uma
cadeira.
Por causa
de minhas costas, eu tento arranjar pessoas para fazerem
coisas para mim.
eu me visto mais lentamente do que o usual, Por causa de minhas costas.
Eu fico de pé por períodos curtos, Por causa de minhas costas.
Por causa de minhas costas, eu procuro não me curvar ou agachar.
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Eu acho difícil sair de uma cadeira, Por causa de minhas costas.
Minhas costas doem a maior parte do tempo.
Eu acho difícil me virar na cama Por causa de minhas costas.
Meu apetite não é bom por causa de dor nas costas.
Tenho problemas para causar meias devido a dor nas minhas costas.
Só consigo andar distâncias curtas Por causa de minhas costas
Durmo pior de barriga para cima.
Devido a minha dor nas costas, preciso de ajuda para me vestir.
Eu fico sentado a maior parte do dia Por causa de minhas costas
Eu evito trabalhos pesados em casa Por causa de minhas costas
Devido a minha dor nas costas fico mais irritado e de mau humor com as
pessoas, do que normalmente.
Por causa de minhas costas, subo escadas mais devagar do que o usual.
Fico na cama a maior parte do tempo Por causa de minhas costas.
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
Dados sócio-demográficos coletados para a avaliação do Questionário de RolandMorris de Incapacidade na Unidade de Pronto Atendimento de Taquaritinga:
Total Funcionários
Média / Idade
Mulheres
Número
40
%
37,8
35
87,5
Homens
5
12,5
Diurno
Noturno
24
5
60,0
12,5
Diurno/Noturno
11
27,5
Foram avaliados um total de 40 funcionários (não médicos), independente se já tinham
um quadro de lombalgia instalada.
O questionário foi entregue e explicado para cada funcionário, pedindo para que cada
um assinalasse a questão que fazia parte do seu dia a dia, nos dias atuais.
A média de idade foi 37,5 anos, sendo a maioria mulheres (87,5%), avaliados nos três
turnos de trabalho, diurno (60%), noturno (12,5%) e ambos (27,5%).
Na mensuração da incapacidade funcional a partir do questionário de Roland -Morris,
não foram classificados indivíduos incapacitados na Unidade de Pronto Atendimento de
Taquaritinga em função da lombalgia, porém o número de questões assinaladas nos leva a uma
P á g i n a | 15
frequência de indivíduos com dor intensa.
Gráfico com as questões mais assinaladas na avaliação do questionário:
Resultados do Questionário
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
Questão 02
Questão 11
Questão 13
Questão 17
Questão 18
Questão 21
Os resultados foram comparados com outros estudos da literatura científica, porém ficou
prejudicado pois estes estudos avaliavam pacientes já portadores de lombalgia e o nosso estudo
avaliou profissionais da área da saúde (não médicos) no geral, não sendo necessário já ter o
quadro presente. Tendo como nosso objetivo levantar as principais causas da lombalgia
ocupacional no ambiente de trabalho para um futuro plano de atuação.
CONCLUSÃO
De modo geral foi observada uma frequência de indivíduos com dor intensa, no entanto o
score não classificou ninguém com incapacidade funcional em função da lombalgia.
Nesta perspectiva, a partir dos resultados apresentados no estudo, observou-se que algumas
questões obtiveram uma frequência nas respostas, mostrando que há um certo grau de desconforto nos
funcionários no horário de trabalho. Cabendo portanto um futuro plano de atuação para estes
indivíduos, para que não venha evoluir para um quadro de invalidez em função da lombalgia.
REFERÊNCIAS
ABREU, A.T.J.B; RIBEIRO,C.A.B. Prevalência de lombalgia em trabalhadores submetidos ao
programa de Reabilitação Profissional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), São Luís,
P á g i n a | 16
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A eficácia dos medicamentos do Componente Básico da Assistência
Farmacêutica para o tratamento da epilepsia
Anderson Luiz Alves
Polliana Cristina do Prado Januário da Silva
Priscila de Freitas Lima
RESUMO
A epilepsia é considerada a segunda causa mais frequente de distúrbio neurológico em adultos.
Trata-se de uma doença cerebral com diversas etiologias possíveis e caracterizada pela
recorrência de crises epilépticas não provocadas. O tratamento farmacológico da epilepsia com
drogas antiepilépticas geralmente é de longa duração para a grande maioria dos pacientes. É
muito relevante que os farmacêuticos que prestam serviço de dispensação e/ou atenção
farmacêutica reconheçam as características dos medicamentos e do tratamento para garantir
uma prestação de serviço de qualidade aos pacientes acometidos pela epilepsia. O presente
estudo objetivou avaliar, a partir da literatura, a eficácia dos medicamentos utilizados para
tratamento da epilepsia disponibilizados pelo Componente Básico da Assistência Farmacêutica
(CBAF), que são carbamazepina, fenitoína, fenobarbital e ácido valpróico. Adotou-se como
metodologia a revisão bibliográfica a partir de livros, teses acadêmicas, documentos do
Ministério da Saúde e bases de dados de publicações científicas. Foram incluídas publicações
em Português e Inglês. Os resultados encontrados apontam que os medicamentos para epilepsia
padronizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no CBAF são considerados de primeira
linha para crises parciais (carbamazepina e fenitoína) e generalizadas (ácido valproico), de
acordo com vários estudos. O fenobarbital é tido como um medicamento de segunda linha com
indicação principal para crises focais. Este medicamento pode ser utilizado quando os de
primeira linha mostram-se ineficazes ou não são tolerados pelos pacientes. Desta forma é
possível concluir que, através das políticas centrais da Assistência Farmacêutica, o SUS
disponibiliza gratuitamente para a população brasileira fármacos que, embora antigos, ainda
são tidos como altamente eficazes para o tratamento da epilepsia. O CBAF assegura acesso ao
tratamento desta doença tão prevalente em todo o mundo, particularmente em países em
desenvolvimento como o Brasil, tanto na sua forma parcial (mais comum em adultos) quanto
na sua forma generalizada.
Palavras-chave: Epilepsia, Antiepilépticos, Componente Básico da Assistência Farmacêutica.
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ABSTRACT
Epilepsy is considered the second most common cause of neurological disorder in adults. It is a
brain disease with several possible etiologies and characterized by recurrent unprovoked
seizures. Pharmacological treatment of epilepsy with antiepileptic drugs is usually long for
most patients. It is very important that pharmacists providing dispensing service and/or
pharmaceutical care may be able to recognize the characteristics of the drugs and treatment to
ensure the provision of quality service to patients suffering from epilepsy. This study aimed to
evaluate, from the literature, the effectiveness of drugs used to treat epilepsy provided by the
Basic Component of Pharmaceutical Care (Componente Básico da Assistência Farmacêutica CBAF), which are carbamazepine, phenytoin, phenobarbital and valproic acid. It was adopted
as the methodology a literature review from books, academic theses, Brazilian Ministry of
Health documents and scientific publications. Publications in Portuguese and English were
included. The results found show that the drugs for epilepsy standardized by the Brazilian
Public Health System (Sistema Único de Saúde – SUS) in CBAF are considered first-line
options for partial seizures (carbamazepine and phenytoin) and generalized seizures (valproic
acid), according to several studies. Phenobarbital is a second-line drug mainly indicated for
focal seizures. It can be used when the first-line options shown to be ineffective or are not
tolerated by the patients. Thus it can be concluded that, through the central policies of the
Pharmaceutical Care, SUS provides free drugs for the Brazilian population that, besides old,
are still regarded as highly effective for the treatment of epilepsy. The CBAF ensures access to
treatment of this prevalent disease worldwide, particularly in developing countries like Brazil,
both in its partial form (more common in adults) and in its generalized form.
Keywords: Epilepsy, Antiepileptic drugs, Basic Component of Pharmaceutical Care
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INTRODUÇÃO
A epilepsia é uma das doenças neurológicas crônicas mais comuns em todo o mundo.
Trata-se de um distúrbio cerebral causado por descargas elétricas anormais síncronas ou
excessivas dos neurônios, o que se reflete na geração de crises convulsivas, característica
essencial da epilepsia e aspecto fundamental para seu diagnóstico (FISHER et al., 2005;
ENGEL, 2006).
Dos 1% a 2% da população mundial que vive com epilepsia, cerca de 80% dos
pacientes reside em países em desenvolvimento (WHO, 2012).
A qualidade de vida das pessoas com epilepsia pode estar prejudicada por conta das
limitações impostas pela recorrência das convulsões. Embora seja um problema de saúde
pública, uma grande parcela da população não tem conhecimento sobre o que é epilepsia, seus
sintomas e tratamento. A falta destas informações levou a sociedade a excluir os indivíduos
com epilepsia em um determinado período histórico não muito distante. Ainda hoje, contudo, o
estigma permanece como um problema que prejudica o bem estar do paciente em sua vida
privada e na sociedade, levando frequentemente à discriminação destes indivíduos
(MARCHETTI, 2005).
O diagnóstico da epilepsia provoca um grande impacto na vida do paciente e dos
familiares. Por se tratar de uma doença crônica que muitas vezes é encarada como motivo de
receio, vergonha e limitações, muitos pacientes têm dificuldades em seguir corretamente o
tratamento, por mais que seja feito o esclarecimento sobre a importância de se tomar todas as
medicações adequadamente (BERGEN, 2003).
A diferenciação entre os tipos de epilepsia e respectivos tipos de crises é um fator
essencial para a escolha adequada e sucesso do tratamento, o qual tem como objetivo principal
o controle das crises (ARAIN, 2007; SANDER, 2003).
Além do tratamento farmacológico com drogas antiepilépticas (DAEs), os pacientes
com epilepsia podem também se beneficiar do tratamento cirúrgico, da dieta cetogênica, dentre
outras alternativas; contudo, a farmacoterapia continua sendo a opção mais vastamente
utilizada, com altas taxas de sucesso para mais de 70% dos pacientes. O principal objetivo do
tratamento medicamentoso é o controle total das crises com o uso de DAEs potencialmente
efetivas, sem efeitos indesejáveis ou com efeitos adversos que não interfiram na qualidade de
vida do paciente (CABOCLO,2004; PERUCCA; TOMSON, 2011). Atualmente há várias
opções de DAEs disponíveis comercialmente, sendo que cada uma apresenta suas vantagens
em termos de eficácia e/ou tolerabilidade.
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O tratamento eficaz da epilepsia está ligado à retirada de dúvidas do paciente e da
família sobre a doença e afirmar que é possível controlar as crises na maioria dos casos através
do tratamento correto seguindo os horários certos de tomar a medicação (GOMES; MOREIRA,
2007).
OBJETIVO
O presente estudo tem como objetivo geral realizar uma avaliação, a partir da
literatura científica publicada, acerca da eficácia dos medicamentos disponibilizados pelo
Componente Básico da Assistência Farmacêutica para o tratamento da epilepsia, ou seja,
carbamazepina, fenitoína, fenobarbital e ácido valpróico.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo descritivo. Esse tipo de estudo tem por
prioridade descrever as características ou fatos e fenômenos de determinada realidade.
A estratégia metodológica para este tipo de estudo se baseou em revisão bibliográfica
a partir de livros, teses acadêmicas, documentos do Ministério da Saúde e em bases de dados
de publicações científicas tais como Scielo e MEDLINE. Foram incluídas publicações em
Português e Inglês.
DESENVOLVIMENTO
Epilepsia e seu tratamento farmacológico
A epilepsia é uma doença crônica caracterizada pela recorrência de crises epilépticas
não provocadas que podem resultar de diversas etiologias (ENGEL, 2008). Uma crise
epiléptica é definida como um distúrbio paroxístico da atividade elétrica cerebral causada por
descargas súbitas, excessivas e hipersincrônicas dos neurônios. As crises e suas classificações
se baseiam na descrição clínica e nos achados de eletroencefalografia (EEG). Elas são
essencialmente divididas em crises parciais (ou focais) ou crises generalizadas. As crises
parciais apresentam evidências clínicas e/ou de EEG de um início local, enquanto as crises
generalizadas não apresentam evidências neste sentido, levando em consideração que as
manifestações clínicas e de EEG mostram envolvimento inicial simultâneo e generalizado de
ambos os hemisférios cerebrais. As crises parciais são subdivididas em crises parciais simples,
sem alteração da consciência, e crises parciais complexas, estas com alteração (perda) da
consciência. Há de se considerar também que uma crise pode se iniciar como parcial (simples
P á g i n a | 22
ou complexa) e evoluir para generalizada (FISHER et al., 2005).
A epilepsia incide principalmente sobre as faixas etárias extremas da vida, ou seja,
entre os primeiros meses após o nascimento e em pacientes idosos. Diferentes síndromes
epilépticas são diagnosticadas a partir da identificação de diferentes tipos de crises, do padrão
de recorrência destas, da idade do início dos sinais neurológicos ou clínicos associados, assim
como dos achados de EEG e da existência de história familiar positiva para crises epilépticas
(FISHER et al., 2005).
Mesmo não sendo viável para todos os casos, a prescrição de DAEs é o critério mais
utilizado para o tratamento da epilepsia (PERUCCA, 2004). Aproximadamente dois terços das
pessoas com epilepsia recém-diagnosticada obtêm controle de suas crises com a utilização de
uma ou duas DAEs (monoterapias sequenciais) (SANDER, 2003). A monoterapia mostra- se
mais vantajosa do que a politerapia especialmente porque evita as combinações de
medicamentos, e assim é mais fácil que o paciente siga corretamente e tolere melhor o
tratamento (PERUCCA, 2002). A prescrição de monoterapia deve ser a primeira opção para o
tratamento, já a politerapia só deve ser indicada como primeira opção para pacientes que
tenham diversos tipos de crises, em casos de síndromes severas ou em casos de epilepsia
refratária, ou seja, que não responde adequadamente ao tratamento corretamente escolhido e
adequadamente utilizado (MATTSON, 1999; PERUCCA, 2004).
O objetivo do tratamento da epilepsia é dar ao paciente qualidade de vida através do
controle das crises com a menor ocorrência possível de efeito adverso. A escolha de qual
fármaco será utilizado para o controle das crises não leva em conta só o fator eficácia, mas
também outros fatores tais como efeitos adversos, tolerabilidade individual, facilidade de
acesso e administração, assim como casos pertencentes a grupos específicos (idosos, recémnascidos, gestantes, hepatopatas, dentre outros). Desta forma, o tratamento medicamentoso da
epilepsia é individualizado e deve ser permanentemente acompanhado para que alcance seu
objetivo (ELGER, 2008).
Política Nacional de Assistência Farmacêutica e a Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais
O maior desafio da humanidade é tentar controlar, reduzir os efeitos ou até mesmo
eliminar os sofrimentos causados pelas enfermidades. A saúde de uma população não depende
apenas dos serviços de saúde pública ou privada ou simplesmente do uso dos medicamentos. O
importante e inegável é a sua contribuição e a importância do medicamento no cuidado à
P á g i n a | 23
saúde. Como uma ação de saúde pública e parte integrante do sistema de saúde, a Assistência
Farmacêutica é determinante para a resolubilidade da atenção e dos serviços em saúde e
envolve grandes volumes de recursos públicos, ações voltadas à promoção, proteção e
recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo
essencial. Essas ações envolvem a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos
e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação,
garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização,
na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da
população em geral (Resolução nº 338 de 06 de Maio de 2004).
O Sistema Único de Saúde
(SUS) engloba, dentre suas
atribuições
e
responsabilidades, o fornecimento de medicações específicas aos pacientes, além de
tratamentos em unidades básicas de saúde e centros hospitalares de alta complexidade. A
Assistência Farmacêutica foi incluída como parte da assistência terapêutica integral que deve
ser dirigida aos usuários do SUS. A Política Nacional de Medicamentos (PNM) foi concebida
em um contexto no qual era necessário reorganizar a forma de fornecimento de medicamentos
à população, em concordância com os princípios de descentralização das ações do SUS, a
promoção do uso racional de medicamentos, a otimização e eficácia do sistema logístico do
setor público e o desenvolvimento de iniciativas para melhorar o acesso aos medicamentos
(Portaria nº 3.916 de 30 de outubro de 1998). Com base na regulamentação da Relação de
Medicamentos Essenciais pela PNM, o SUS disponibiliza atualmente, via Componente Básico
da Assistência Farmacêutica, carbamazepina, fenobarbital, fenitoína e ácido valpróico,
fármacos que são de primeira escolha para o tratamento de diferentes tipos de epilepsia.
De acordo com a PNM, para o alcance do propósito nela estabelecido, os gestores do
SUS, nas três esferas de Governo, devem atuar em estreita parceria e na conformidade das
diretrizes fixadas, a saber: adoção de relação de medicamentos essenciais; regulamentação
sanitária de medicamentos; reorientação da assistência farmacêutica; promoção do uso racional
de medicamentos; desenvolvimento científico e tecnológico; promoção da produção de
medicamentos; desenvolvimento e capacitação de recursos humanos (Portaria nº 3.916 de 30
de outubro 1998).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Considerando-se os fármacos disponibilizados pelo Componente Básico da
Assistência Farmacêutica, as crises parciais ou focais têm como primeira opção de tratamento a
P á g i n a | 24
carbamazepina e fenitoína, e como segunda opção (em caso de ineficácia ou intolerância aos
efeitos adversos) o fenobarbital; já as crises generalizadas têm como primeira opção de
tratamento o ácido valproico. Independentemente do acesso a tais medicações (via SUS ou
não), estas estratégias de tratamento estão em acordo com o discutido e publicado no Consenso
de Especialistas Brasileiros para o Tratamento da Epilepsia (BETTING et al., 2003), assim
como permanecem em conformidade com os principais guias de tratamento publicados
mundialmente nos últimos anos (FRENCH et al., 2004; GLAUSER et al., 2006; NICE, 2004).
A carbamazepina é um dos anticonvulsivantes mais amplamente usados em todo o
mundo, sendo um derivado químico dos antidepressivos tricíclicos. Age através da inibição dos
canais de sódio e cálcio controlados por voltagem que levam à corrente de entrada necessária
para geração de um potencial de ação. Sua aplicabilidade clínica é principalmente para crises
parciais, sejam elas simples ou complexas, com ou sem generalização secundária (RANG et al,
2007).
A fenitoína foi o primeiro fármaco não sedativo no arsenal de DAEs com um amplo
espectro de ação. É eficaz no tratamento de crises parciais simples e complexas, com ou sem
generalização secundária, e de crises tônico-clônicas generalizadas primárias. Seu mecanismo
de ação dá-se pelo bloqueio dos canais de sódio dependentes de voltagem (RANG et al,2007).
A fenitoína é contraindicada para crises de ausência e mioclônicas, podendo ser efetiva nas
crises tônicas (próprias da síndrome de Lennox-Gastaut) (MULLER, 2006).
Embora seja melhor tolerada do que o fenobarbital e apresente eficácia comparada à
da carbamazepina, os efeitos a longo prazo da fenitoína, assim como sua cinética não linear e
estreito intervalo de referência para concentrações plasmáticas fazem deste fármaco uma opção
menos favorável do que a carbamazepina para controle de crises focais, todavia ainda seja
considerada primeira linha (PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS,
2013).
O fenobarbital foi um dos primeiros barbitúricos a serem lançados. É um fármaco
eficaz e de baixo custo, cuja eficácia deve-se à inibição neuronal em decorrência do aumento
da neurotransmissão gabaérgica. Seu principal mecanismo de ação é o prolongamento da
abertura dos canais de cloro consequente hiperpolarização da membrana pós-sináptica. O
fenobarbital também pode bloquear os canais de sódio e potássio, reduzir o influxo de cálcio
pré-sináptico e, provavelmente, reduzir as correntes mediadas pelo glutamato (RANG et al.
2012). O fenobarbital é indicado para crises focais e generalizadas de pacientes de qualquer
idade, inclusive recém nascidos em monoterapia ou em politerapia (NOLAN, 2013).
P á g i n a | 25
De acordo com o discutido por Tudur e colaboradores, embora o fenobarbital tenha
eficácia comparável à da carbamazepina na prevenção da recorrência de crises convulsivas
focais, sua baixa tolerabilidade justifica sua escolha como segunda opção (TUDUR SMITH;
MARSON; WILLIAMSON, 2003).
O ácido valproico tem como seus mecanismos de ação mais prováveis a redução na
frequência de disparos dos canais de sódio, ativação da condutância do potássio e,
possivelmente, ação direta sobre outros canais iônicos. É sabido que o ácido valproico tem um
efeito gabaérgico através da elevação dos níveis deste neurotransmissor por diversos
mecanismos: inibição da sua inativação, aumento da sua síntese, aumento da sua liberação e
inibição da sua recaptação (MARSON, 2007). O ácido valproico é a primeira opção para crises
generalizadas. Seu uso para crises focais apresenta eficácia limitada devido principalmente à
necessidade de doses significativamente maiores do que as usadas para crises generalizadas. O
tratamento com este fármacos geralmente é feito em monoterapia e terapia adjunta de pacientes
com mais de 10 anos de idade (MARSON, 2007).
CONCLUSÕES
A análise do conjunto dos dados obtidos no presente estudo permite as seguintes
conclusões:
 A epilepsia é uma doença cerebral crônica causada por diversas etiologias e
caracterizada pela recorrência de crises epilépticas não provocadas;
 Trata-se de um sério problema de saúde que acomete indivíduos de todas as
idades, raças e classes socioeconômicas;
 Dos 1% a 2% da população mundial que vive com epilepsia, cerca de 80% dos
pacientes reside em países em desenvolvimento;
 A diferenciação entre os tipos de epilepsia e respectivos tipos de crises é um
fator essencial para a escolha adequada e sucesso do tratamento, o qual tem como
objetivo principal o controle das crises com mínima ocorrência de efeitos adversos;
 O SUS engloba, dentre suas atribuições e responsabilidades, o fornecimento
de medicações específicas aos pacientes com epilepsia, sendo carbamazepina, fenitoína,
fenobarbital e ácido valproico os associados ao Componente Básico da Assistência
Farmacêutica;
 A carbamazepina é uma inibidora de canais de sódio com eficácia
P á g i n a | 26
comprovada, seja em monoterapia ou politerapias, para controle de crises epilépticas
focais;
 A fenitoína apresenta perfil de eficácia e aplicabilidade semelhantes aos
apresentados pela carbamazepina, sendo considerada também primeira linha no
tratamento de crises focais;
 Caso alguma das duas medicações mencionadas não faça o efeito desejado ou
cause muitos efeitos adversos, o fenobarbital mostra-se como uma opção viável para o
controle de crises parciais;
 O ácido valproico tem múltiplos mecanismos de ação e eficácia comprovada
para controle de crises generalizadas;
O fornecimento gratuito de medicações que apresentam eficácias comprovadas
assegura maior acesso ao tratamento, o que é extremamente importante em um país em
desenvolvimento como o Brasil.
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P á g i n a | 30
A IMPORTANCIA DO CONTRATO DE TRABALHO DE
EXPERIÊNCIA
Jhonatas Machado1
Natieli Pereira2
Mariana P. Mársico Azadinho3
RESUMO
O presente trabalho se propõe a apresentar o contrato de trabalho por prazo
determinado na modalidade de experiência, suas peculiaridades e sua importância nas
relações de emprego. Todo início de uma relação é uma incógnita, as pessoas integrantes dela
estão se conhecendo e na relação de emprego não é diferente. Por meio do contrato de
trabalho de experiência, que acontece por até noventa dias, tem-se um período de adaptação,
onde diversos fatores serão avaliados, como as aptidões do empregado para exercer a função
para a qual foi selecionado e a possibilidade dele de verificar se consegue se adaptar com as
condições de trabalho e estrutura hierárquica da organização, bem como se esta cumpre com
seus deveres. Esse contrato é importante para as partes refletirem sobre a relação de trabalho
que se inicia. Dessa maneira, o estudo se inicia com a evolução histórica do direito do
trabalho. Em seguida, é feito uma breve pesquisa sobre o contrato de trabalho, destacando sua
natureza, suas características, seus requisitos, suas condições e suas modalidades. Após, é
analisado o contrato de trabalho por prazo determinado, abordando especificamente o contrato
de experiência e a sua importância na prática de celebração destes contratos.
Palavras-chave: contrato de trabalho, contrato por prazo determinado, contrato de
experiência.
ABSTRACT
This study aims to present the employment contract for a specified period in the form
of experience, its peculiarities and its importance in employment relationships. Every
1
2
Aluno do curso de Administração da Faculdade de Taquaritinga – FTGA. [email protected]
Aluna do curso de Administração da Faculdade de Taquaritinga – FTGA. [email protected]
P á g i n a | 31
3
Orientadora, advogada e prof.ª especialista da Faculdade de Taquaritinga – FTGA. [email protected]
P á g i n a | 32
beginning of a relationship is unknown, the members of her people are meeting and the
employment relationship is no different. Through the experience of employment contract,
held for up to ninety days, there is a period of adjustment, where several factors will be
assessed as the employee's ability to perform the function for which it was selected, and the
possibility of it to check You can adapt to the working conditions and hierarchical structure of
the organization, and whether it complies with its duties. This agreement is important for the
parties to reflect on the working relationship that begins. Thus, the study begins with the
historical evolution of labor law. Then, a brief survey is made of the employment contract,
highlighting its nature, its characteristics, its requirements, its conditions and its modalities.
After the employment contract for a specified period is analyzed, specifically addressing the
experience of contract and its importance in the practice of concluding such contracts.
Keywords: employment contract, contract for a fixed term contract experience.
INTRODUÇÃO
Com a Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX, surgiu o chamado trabalho
formal, acompanhado da introdução de regras, cargos e remuneração pelos serviços prestados
pelos trabalhadores. Em seguida, surgiram os contratos de trabalho.
De acordo com Peixoto 4, o contrato de trabalho, realizado entre um empregado e um
empregador, distingue-se de vários outros contratos de natureza civil por haver
necessariamente a participação de uma pessoa física, como empregador. Conforme teoria
predominante, o trabalho tem natureza contratual e, desta forma, a existência do contrato
ocorrerá com a prestação de serviços pelo funcionário para com a empresa ou contratante,
seguida de remuneração, garantindo-se todo tipo de direito trabalhista que cabe às partes.
Portanto, o contrato de trabalho possui alguns requisitos e características que lhe são próprios.
Com relação à sua duração, o contrato de trabalho classifica-se em contrato por prazo
indeterminado, que é a regra, em razão do princípio da continuidade do contrato de trabalho, e
contrato por prazo determinado, cujos tipos são: contrato de experiência, contrato por obra
certa, contrato de trabalho temporário.
O contrato de experiência tem relevância no mundo jurídico, pois por meio dele é
possível o empregador verificar, durante esse período, se o empregado tem aptidão para
4
PEIXOTO, Sullivan. Análise das espécies caracterizadoras da relação contratual, 2012.
P á g i n a | 33
exercer a função para a qual foi contratado, como também o empregado verificar se consegue
se adaptar a forma de subordinação do empregador. 5
Assim, esse estudo científico visa demonstrar a evolução histórica do direito do
trabalho e analisar o contrato de trabalho, destacando sua natureza, suas características, seus
requisitos, suas condições e suas modalidades, bem como destacar o contrato de trabalho por
prazo determinado e suas peculiaridades, abordando especificamente o contrato de
experiência e a sua importância na prática de celebração destes contratos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Na elaboração deste trabalho, foi realizado um levantamento bibliográfico com base
na revisão bibliográfica e em artigos científicos disponíveis relacionados ao tema.
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO
É possível afirmar que trabalho é tão antigo quanto o homem. A partir do momento me
que este se fixou à terra e organizou-se o sistema de trocas, ele deixou de trabalhar sozinho ou
com a família para seu sustento próprio e surgiu a ideia de utilização do trabalho em benefício
de pessoa diversa do próprio trabalhador.6
Na antiguidade, surgiu a primeira forma de trabalho: a escravidão, onde o escravo era
considerado apenas uma coisa, somente tinha a obrigação de trabalhar e não possuía direito
algum.
Com o passar dos tempos, na época do feudalismo, surgiu a servidão, onde os
senhores feudais davam proteção militar e política aos seus servos, que não eram livres e
tinham a obrigação de prestar serviços nas terras dos senhores feudais e entregar a eles toda
sua produção em troca de tal proteção. Nessa época, o trabalho era considerado um castigo.
Após diversos acontecimentos na história, o homem foi evoluindo e passou a perceber
que era necessário dar ao trabalhador condições dignas para que desempenhasse um bom
trabalho. Com a Revolução Francesa de 1848, o trabalho tornou-se livre e o direito do
trabalho passou a ser reconhecido. O trabalho realizado por uma pessoa em proveito de outra
5
SAKAMOTO, Danilo Nogueira Real. A relação de emprego e o contrato de experiência.
PAULO, Vicente. ALEXANDRINO, Marcelo. Manual de Direito do Trabalho. 12 ed. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: Método, 2008. p. 1.
6
P á g i n a | 34
passou a ser decorrência não mais de relações de subordinação pessoal, mas de vinculação
contratual.
Com a Revolução Industrial, o trabalho passou a ser reconhecido como emprego e os
trabalhadores, de maneira geral, passaram a trabalhar por salários, bem como a lutar por
melhores salários e condições de trabalho.
Sérgio Pinto Martins7 afirma que o direito do trabalho, bem como o contrato de
trabalho, começou a se desenvolver com o surgimento da Revolução Industrial.
Com o surgimento da máquina a vapor, houve a instalação das indústrias
onde existisse carvão, como ocorreu na Inglaterra. (...). O trabalhador
prestava serviços em condições insalubres, sujeitos a incêndios, explosões,
intoxicação por gases, inundações, desmoronamentos, prestando serviços
por baixos salários e sujeito a várias horas de trabalho, além de oito.
Ocorriam muitos acidentes de trabalho, além de várias doenças decorrentes
dos gases, da poeira, do trabalho em local encharcado, principalmente a
tuberculose, a asma e a pneumonia. (...). Eram feitos contratos verbais
vitalícios ou então enquanto o trabalhador pudesse prestar serviços,
implicando verdadeira servidão. (...).8
Diante do cenário citado de abusos que vinham sendo cometidos pelos empregadores,
houve a necessidade de o Estado intervir nas relações de trabalho para proteger o trabalhador,
realizando o bem-estar social e melhorando as condições de trabalho. Assim, a lei passa a
estabelecer normas mínimas sobre condições de trabalho, que devem ser respeitadas pelo
empregador.
No Brasil, a primeira Constituição Federal a tratar especificamente do direito do
trabalho foi a de 1934. Em maio de 1943 foi editado o Decreto-lei nº 5.452, aprovando a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a qual reuniu as leis esparsas sobre vários assuntos
trabalhistas existentes na época, consolidando-as. Atualmente, a Constituição Federal trata
dos direitos trabalhistas nos artigos 7º a 11.
2. CONTRATO DE TRABALHO
Contrato é um acordo estabelecido entre duas ou mais pessoas para que seja
constituído, regulado ou extinto uma relação jurídica. Nas palavras de Orlando Gomes9,
7
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 23 ed. São Paulo: Atlas, 2007, p. 05.
Idem., 2010, p. 06.
9
GOMES, Orlando. Contratos. 26 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 04
8
P á g i n a | 12
contrato é definido como uma espécie de negócio jurídico que se distingue, na formação, por
exigir a presença de pelo menos duas partes, sendo, portanto, bilateral ou plurilateral.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu artigo 442 define contrato de
trabalho: “Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à
relação de emprego”. 10
Importante destacar que, conforme o dispositivo legal citado acima, o contrato de
trabalho tem como elemento a relação de emprego, que se estabelece entre empregado e
empregador. A relação trabalho tem caráter genérico, referindo-se a toda relação jurídica
caracterizada por ter suas prestações em uma obrigação de fazer consubstanciada em trabalho
humano. Engloba, portanto, o a relação de emprego, o trabalho eventual, autônomo, avulso,
etc.
Assim, a relação trabalho é gênero do qual a relação de emprego é espécie, ou seja, a
relação de emprego sempre é uma relação de trabalho, mas nem toda relação de trabalho é
uma relação de emprego.
A CLT utiliza a expressão contrato individual de trabalho, pois foi elaborada em 1943,
quando existia o contrato coletivo de trabalho, hoje denominado convenção ou acordo
coletivo de trabalho.
Maurício Godinho Delgado11, afirma que contrato de trabalho é o acordo de vontades,
tácito ou expresso, pelo qual uma pessoa física coloca seus serviços à disposição de outrem, a
serem prestados com pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e subordinação ao
tomador.
2.1. Requisitos do contrato de trabalho
Os elementos identificadores da relação de emprego podem ser encontrados nos art. 2º
e 3º da (CLT).
O artigo 3º, caput, traz a definição de empregado: “Considera-se empregado toda
pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência
deste e mediante salário”.
10
11
12
Cabe a ele executar seu trabalho de acordo com as regras
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-Lei nº 5.442, de 01.mai.1943.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 4 ed. São Paulo : LTR, 2005, p. 489.
P á g i n a | 13
estabelecidas pelo empregador, visto que coloca sua mão de obra a disposição dele, o qual
dirige o trabalho dizendo o que e como fazer.
O artigo 2º, caput, por sua vez, define empregador: “Considera-se empregador a
empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço”.
13
Cabe a ele organizar, administrar ou
controlar o trabalho que deve ser feito como objetivo de melhorar administrar as empresas.
Assim, os elementos caracterizadores da relação de emprego e do contrato de trabalho
são: continuidade, subordinação, onerosidade, pessoalidade e alteridade:
a) Continuidade: o trabalho deve ser prestado de forma contínua, permanente; o
empregado deve comparecer à empresa repetidamente, por força do contrato de trabalho, em
horário pré-estabelecido pelo empregador. O indivíduo que presta serviços eventualmente não
pode ser considerado empregado.
b) Subordinação: o empregado, no exercício de suas funções, é subordinado ao
empregador, pois cumpre ordens deste; exerce sua atividade com dependência ao empregador,
por quem é dirigido.
c) Onerosidade: o empregado tem o dever de prestar seus serviços e, em contrapartida,
o empregador tem o dever de pagar-lhe um salário. O contrato de trabalho não é gratuito, ou
seja, o empregado recebe salário pelos serviços prestados ao empregador.
d) Pessoalidade: o contrato de trabalho é intuitu personae em relação ao empregado,
ou seja, é realizado com certa e determinada pessoa. Não pode o empregado fazer-se
substituir por outra pessoa. Ademais, o empregado somente pode ser pessoa física.
e) Alteridade: o empregado presta serviços por conta alheira, ou seja, por conta e risco
do empregador. Trata-se de uma proteção ao empregado, que não corre qualquer risco,
podendo participar dos lucros obtidos pela empresa, mas nunca participar dos prejuízos.
Cabe ressaltar que há um requisito do contrato de trabalho que não é essencial: a
exclusividade da prestação de serviços pelo empregado ao empregador. Isto é, o trabalhador
por ter mais de um emprego, visando ao aumento de sua renda mensal.
2.2. Características do contrato de trabalho
P á g i n a | 14
De acordo com Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino14, são características do contrato
de trabalho:
•
é bilateral, pois produz direitos e obrigações para ambos;
•
é oneroso, em que a remuneração é requisito essencial;
•
é comutativo, pois as prestações de ambas as partes apresentam
relativa equivalência, sendo conhecidas no momento da celebração do
ajuste;
•
é consensual, pois a lei não exige forma especial para sua celebração,
bastando a anuência das partes;
•
é um contrato de adesão, pois um dos contratantes, o empregado,
limita-se a aceitar as cláusulas e condições estabelecidas pelo empregador;
•
é pessoal (intuito personae), pois a pessoa do empregado é
considerada pelo empregador como elemento determinante da contratação,
não podendo aquele fazer-se substituir na prestação laboral sem o
consentimentos deste;
•
é de execução continuada, pois a execução do contrato não se exaure
numa única prestação, prolongando-se no tempo;
•
é subordinativo, pois o empregado está sujeito às ordens do
empregador ou empresário que assumiu os riscos do empreendimento.
2.3. Classificação do contrato de trabalho
O contrato de trabalho pode ser classificado de várias formas. Quanto à manifestação
de vontade ou à forma, o contrato de trabalho pode ser tácito ou expresso, verbal ou escrito.
Com relação ao prazo de duração, ele pode ser por prazo indeterminado ou por prazo
determinado. Tal classificação está prevista no artigo 443 da CLT: “O contrato individual de
trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo
determinado ou indeterminado”. 15
O ajuste expresso escrito ocorre quando há um contrato escrito de trabalho. Em regra,
não há necessidade de um documento solene para que a relação de emprego tenha existência
legal. Somente em alguns casos a lei exige o pacto escrito, como é o caso do contrato de atleta
profissional, o contrato de artistas e o contrato de aprendizagem. 16
14
PAULO, Vicente. ALEXANDRINO, Marcelo. Manual de Direito do Trabalho. 12 ed. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: Método, 2008. p. 38.
15
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-Lei nº 5.442, de 01.mai.1943.
16
PAULO, Vicente. ALEXANDRINO, Marcelo. Manual de Direito do Trabalho. 12 ed. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: Método, 2008. p. 40.
P á g i n a | 15
Já o ajuste expresso verbal ocorre quando há simples troca oral de palavras entre
empregado e empregador, que, por se tratar de acordo de vontades, produzirá efeitos jurídicos,
obrigando reciprocamente as partes.
O ajuste tácito é aquele em que não há palavras escritas ou verbais, ou seja, resulta da
prática reiterada, contínua, de prestação de serviços, sem que o empregador se manifeste
contrariamente.
Importante ressaltar que o contrato de trabalho, seja ele escrito, verbal ou tácito, deve
sempre ser registrado na carteira de trabalho do empregado.
No que diz respeito à duração do contrato de trabalho, temos o contrato por prazo
indeterminado e o contrato por prazo determinado. Considera-se contrato por prazo
indeterminado aquele que não tem termo final estabelecido pelas partes, as quais, por vontade,
não estipulam a sua duração, podendo findar-se a qualquer tempo, por iniciativa de uma delas.
Essa é a regra, ou seja, a forma comum, presumida sempre que houver dúvida, pois deve
vigorar o princípio da continuidade do trabalho.
Já o contrato por prazo determinado é aquele em que as partes acertam
antecipadamente a data final do ajuste laboral. Trata-se de exceção e aquele que alegar a
determinação do prazo deverá prová-la e caso haja o seu descumprimento, ele passará a ser
considerado por prazo indeterminado.
3. CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO
O contrato de trabalho por prazo determinado, também conhecido como contrato de
trabalho a termo, é aquele combinado para vigorar por um período determinado, cuja vigência
dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização
de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada, conforme estabelece o parágrafo
1º do artigo 443 da CLT: “Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho
cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda
da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada”. 17
A CLT estabelece no parágrafo 2º do artigo 44318 quais são as hipóteses em que o
contrato por prazo determinado será válido:
P á g i n a | 16
§ 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se
tratando:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a
predeterminação do prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório;
c) de contrato de experiência.
Nas palavras de Sérgio Pinto Martins19, o serviço de natureza transitória é aquele que é
breve, temporário, onde o serviço é transitório e não a atividade empresarial, como por
exemplo, contratar um empregado temporariamente para atender a um breve aumento de
produção em certo período do ano.
A segunda hipótese - atividades empresariais de caráter transitório – diz respeito à
empresa e não ao empregado ou serviço, como por exemplo, as empresa que funcionam em
determinadas épocas do ano, como a de venda de fogos nas festas juninas, a que produz
chocolates para Páscoa, a que fabrica panetones ou enfeites para o Natal.
A terceira e última hipótese prevista na lei é o contrato de experiência, o qual será
analisado no próximo tópico.
Com relação ao prazo máximo de duração do contrato, o artigo 445 da CLT prevê os
contratos por prazo determinado em geral não podem ultrapassar dois anos e o contrato de
experiência não pode ser superior a 90 (noventa) dias, podendo todos serem prorrogados uma
única vez dentre destes prazos (art. 451, CLT):
Art. 445 - O contrato de trabalho por prazo determinado não poderá
ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, observada a regra do art.
451.
Parágrafo único. O contrato de experiência não poderá exceder de 90
(noventa) dias.
Art. 451 - O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou
expressamente, for prorrogado mais de uma vez passará a vigorar
sem determinação de prazo. 20
Assim, é admitida a prorrogação do contrato por prazo determinado, mas o prazo não
poderá ultrapassar o limite legal de dois anos para os contratos em geral e de 90 dias para o
contrato de experiência. Em qualquer hipótese, havendo uma segunda prorrogação, ainda que
P á g i n a | 17
dentre de dois anos ou dos 90 dias, o contrato passará a ser considerado por prazo
indeterminado. 21
Deve-se ressaltar, ainda, que a CLT não permite novo contrato por prazo determinado
com o mesmo empregado antes de completar seis meses de conclusão do contrato
anteriormente estabelecido, exceto se a expiração dependeu da execução de serviços
especializados (necessidade de montagem de uma máquina, por técnico especializado, por
exemplo) ou da realização de certos acontecimentos (atividades de um hotel durante o verão,
por exemplo):
Art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que
suceder, dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo
determinado, salvo se a expiração deste dependeu da execução de
serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos.22
No que diz respeito às verbas rescisórias, como é de conhecimento das partes a
duração do contrato por prazo determinado, não há que se falar em indenização de aviso
prévio, salvo se no contrato tiver a cláusula permitindo às partes a rescisão imotivada antes do
termo final ajustado. Nesse caso, deverão ser aplicadas as regras do contrato por prazo
indeterminado, cabendo aqui o aviso prévio.
Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem
cláusula asseguratória do direito recíproco de rescisão antes de
expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido tal direito
por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos
contratos por prazo indeterminado. 23
A CLT assegura aos empregados admitidos por prazo determinado sem a cláusula
asseguratória prevista acima, despedidos sem justa causa antes do término final do contrato,
indenização no valor correspondente à metade da remuneração faltante até o fim do contrato
(art. 479).
24
Ou seja, se o empregado for dispensado sem justa causa antes do termo final do
contrato, deverá o empregado pagar-lhe pela metade a remuneração a que teria direito até o
término do contrato a título de indenização.
O mesmo ocorre se o empregado, sem justa causa, desligar-se da empresa antes do
termo combinado, nos contratos sem cláusula asseguratória, devendo indenizar o empregador
21
PAULO, Vicente. ALEXANDRINO, Marcelo. Manual de Direito do Trabalho. 12 ed. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: Método, 2008. p. 46.
22
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-Lei nº 5.442, de 01.mai.1943.
23
Idem.
24
PAULO, Vicente. ALEXANDRINO, Marcelo. Manual de Direito do Trabalho. 12 ed. Rio de Janeiro: Forense;
São Paulo: Método, 2008. p. 48.
P á g i n a | 18
dos prejuízos que lhe resultarem com no máximo metade da remuneração que ele teria até o
final do contrato (art. 480, CLT), devendo tais prejuízos serem comprovados.
3.1. Contrato de experiência
Nas palavras do doutrinador Sérgio Pinto Martins25, são encontradas várias definições
para o contrato de experiência: período de experiência, contrato de prova, pacto de prova,
pacto de experiência, contrato de experiência, mas a CLT usa a expressão contrato de
experiência (§ 2º do art. 443 e § único do art. 445).
De acordo com Maurício Godinho Delgado26, contrato de experiência é o acordo
bilateral firmado entre empregado e empregador, com prazo máximo de noventa dias, em que
as partes poderão aferir aspectos subjetivos, objetivos e circunstanciais relevantes à
continuidade ou extinção do vínculo empregatício.
Trata-se de uma modalidade de contrato de trabalho por prazo determinado que
proporciona a ambas as partes de conhecerem, isto é, o empregador terá a oportunidade de
observar, durante o período do pacto laboral, o desempenho funcional do empregado, a sua
adaptação, integração e aptidão para exercer a função que para ele será confiada; e o
empregado poderá verificar se conseguirá se adaptar à estrutura da empresa, ao empregador,
às funções e condições de trabalho a que estará subordinado.
O contrato de experiência está expressamente previsto na legislação trabalhista, no
artigo 443, parágrafo 2º, alínea “c” da CLT. Ele é válido para atividades de qualquer natureza,
podendo ser aplicado a qualquer trabalhador, pois tem como um de seus objetivos avaliar a
capacidade técnica do empregado no desempenho de sua função e se o mesmo tem facilidade
de se adaptar em suas novas atribuições.
Importante dizer que o contrato de experiência não se trata de um pré-contrato,
devendo ser registrado na CTPS, sendo o trabalhador considerado empregado a partir do
momento em que é celebrado o contrato.
Como visto, o contrato de experiência terá o prazo máximo de 90 dias (§ único do art.
445 da CLT). Caso esse prazo seja excedido por mais de 90 dias, o contrato passará a vigorar
como se fosse contrato por prazo indeterminado. Cabe dizer que o contrato de experiência
25
26
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 26 ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 118.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 4 ed. São Paulo: LTR, 2005, p. 541.
P á g i n a | 19
pode ser prorrogado uma única vez dentro do prazo de 90 dias. Portanto, em hipótese alguma,
pode exceder a 90 dias, seja na prorrogação (Súmula 188 do TST), seja por uma única
contratação. 27
Importante, ainda, lembrar que o empregado que cumprir o prazo do contrato de
experiência não poderá ser contratado novamente por prazo determinado antes de decorridos
6 meses do término do primeiro contrato (art. 452 da CLT).
No que diz respeito à rescisão antecipada, tanto o empregado como o empregador
podem rescindir o contrato de experiência antes do prazo acordado por ambos. O artigo 481,
da CLT prevê, no entanto, que haverá aviso prévio se houver cláusula recíproca de rescisão
antecipada no contrato.
Sendo assim, se não existir essa cláusula no contrato de experiência, o empregador que
dispensar o empregado, sem justa causa, antes do término do contrato de experiência deve
pagar a ele indenização igual à metade da remuneração que teria direito até o final do
contrato. Da mesma forma, se o empregado rescindir o contrato de experiência
antecipadamente, deverá indenizar o empregador dos prejuízos que resultarem desse fato em
até metade da remuneração que ele teria até o final do contrato, desde que comprovados.
RESULTADO E CONCLUSÃO
O contrato de trabalho é gênero do qual faz parte o contrato de emprego, relação típica
do trabalho subordinado entre empregado e empregador, em que se encontram presentes os
requisitos caracterizadores do pacto laboral, como continuidade, subordinação, onerosidade,
pessoalidade e alteridade. São características desse contrato a bilateralidade, a onerosidade, a
equivalência, a adesão, a pessoalidade, a execução continuada e a subordinação.
O artigo 443 da CLT classifica o contrato de trabalho em tácito, expresso, verbal ou
escrito, por prazo determinado ou indeterminado.
Considera-se contrato por prazo determinado aquele em que as partes estipulam
antecipadamente a data final do ajuste laboral. É exceção, suas hipóteses estão previstas na lei
e possui várias peculiaridades, inclusive no que diz respeito às verbas rescisórias.
Dentre as modalidades do contrato determinado encontra-se o contrato de experiência,
previsto na alínea “c”, § 2º do artigo 443 e § único do artigo 445 da CLT.
27
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 26 ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 119.
P á g i n a | 20
O contrato de experiência, que acontece dentro de noventa dias, tem grande
importância, pois é o período de adaptação, tanto do profissional com a empresa, como da
organização com seu mais novo colaborador. A sua finalidade é permitir a ambas as partes do
pacto laboral um conhecimento recíproco, para que verifiquem se os requisitos e pretensões
almejadas serão atendidos.
Diversos fatores são avaliados nesse período. O empregador irá observar a aptidão do
empregado para a função que lhe foi confiada, seu comportamento, seu comprometimento
com o trabalho, sua pontualidade, sua capacidade de trabalho em equipe e de relacionamento,
dentre outros. Já o empregado verificará sua adaptação às tarefas que terá que desempenhar, à
estrutura da empresa e ao empregador, as condições de trabalho a que estará subordinado,
dentre outros.
Sendo assim, o contrato de experiência é fundamental para evitar futuros problemas,
devendo ser utilizado de forma positiva tanto pela empresa como pelo empregado, os quais
têm a oportunidade de se conhecerem e refletirem sobre a relação de emprego que se inicia,
podendo o contrato de emprego manter-se por prazo indeterminado, garantindo a ambos um
bom relacionamento profissional.
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REABILITAÇÃO DA MARCHA EM PORTADORES DE
DOENÇA DE PARKINSON: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
ELIZANDRA AQUINO
SUELEN ANTONIO
Orientadora: Prof Juliana Aparecida Scalize
RESUMO
O estudo objetivou avaliar por meio de pesquisas realizadas as limitações do
parkinsoniano e abordar de uma forma clínica e social desenvolvendo técnicas com o
tratamento fisioterapêutico, buscando obter resultados significativos para o benefício da
marcha e equilíbrio por meio de diversas atividades terapêuticas proporcionando uma
maior amplitude na área da reabilitação. Medidas terapêuticas utilizadas pela
Fisioterapia que possibilita aos pacientes com doença de Parkinson manter a
independência para realização das atividades do dia-a-dia, melhorando a qualidade de
vida, são essenciais para minimizar algumas de suas complicações. O uso concomitante
do tratamento fisioterápico e de condicionamento aeróbio e fortalecimento muscular
resultou em melhoras nas medidas de desempenho funcional e de capacidade física de
indivíduos em fase leve a moderada de evolução da doença de Parkinson. O estudo foi
desenvolvido através de revisão da literatura.
Palavras-chave: Parkinson; Tratamento; Fisioterapia; Treino: Marcha.
ABSTRACT
By the research, this paper aims to avaliate the parkisoniano limitations and introduce it
in a clinic and social way, also developing tecnics wih phisycal terapy treatment and
looking for relevant results in order to have benefits about the progress and the
consistency of it by several therapy activities and providing an amplitude int the
reabilitation area. These therapeutic measures that are used by physiotherapy provide to
pacientes with Parkinson’s desease a support to realize by themselves daily activities as
well as their well-being, that is essencial for reduce some of the complications. The
simultaneous treatment physiotherapy, aerobic conditioning and muscle strangthening
has resulted on improvements about the functional performance measurement and
people’s physical ability in light to moderate stage of Parkinson’s desease progress. The
research was developed by literature review.
Keywords: Parkinson; Treatment; Physiotherapy; Training: Gait.1
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1 Graduando
do Curso de Fisioterapia [email protected]
Graduando do Curso de Fisioterapia [email protected]
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INTRODUÇÃO
A Doença de Parkinson (DP) é uma enfermidade crônica e progressiva do
sistema nervoso que acomete os núcleos da base, com a perda de neurônios da
substância negra, produtores de dopamina. (LIMONGI, 2001). A evolução da doença
apresenta tremores, instabilidade postural e pode causar vários sintomas como:
alterações sensoriais, distúrbios da fala, voz e deglutição, mudanças cognitivas,
predominância dos músculos flexores com alterações comportamentais, gastrintestinais
e cardiopulmonares. A sintomatologia pode estar associada a substância negra com a
morte dos neurônios dopaminérgicos. (GAMA, 2008).
O início é insidioso, com progressão lenta, o paciente parkinsoniano apresenta
menor motivação nas funções diárias, papéis e atividades, tornando o paciente
dependente e a depressão é comum nos indivíduos com DP. (O' SULLIVAN;
SCHMITZ, 2010, p.942)
A deambulação humana ou marcha, é um dos componentes da função motora
que é afetado na Doença de Parkinson, a intervenção fisioterapêutica visa restaurar ou
melhorar o estado de deambulação do paciente.
Para manter a qualidade de vida a terapia física é primordial para preservar a
função motora do parkinsoniano. Diferentes estudos envolve a reabilitação para a
melhora da qualidade de vida, com foco em estudos recentes que visa promover a
melhora dos sintomas.
O programa terapêutico engloba distintas modalidades de reabilitação, como a
fisioterapia aquática, o treino em esteira da marcha, o desempenho de dupla tarefa,
realidade virtual, exercício aeróbio e fortalecimento muscular.
Desse modo, o estudo foi feito por meio de uma revisão bibliográfica que visa
expor o tratamento que utilizam a Fisioterapia e assim pretende-se através desses
recursos verificarem a melhora da marcha e no desempenho motor dos pacientes
acometidos pela Doença de Parkinson, que implicam em vários benefícios ao paciente,
para contribuir na melhora da qualidade de vida a fim de garantir a maior dependência
possível.
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DOENÇA DE PARKINSON
Com aumento da expectativa de vida, várias patologias neurológicas com
quadro progressivo estão se intensificando na população, como a disfunção de
estruturas no sistema extrapiramidal associando a transtornos dos movimentos a
Doença de Parkinson (DP) é uma dessa patologia (GODEIRO, 2006).
A doença de parkinson foi descrita pela primeira vez por James Parkinson, em
1817, compõe-se de vários sinais e sintomas constituindo por desordens da
motricidade, sua patologia foi definida cerca de 100 anos depois, e o tratamento
sofreu uma revolução nos anos 60, com a introdução do fármaco levodopa.
(ANDRADE, 2003)
A síndrome de parkinson é um “grupo de distúrbios nos quais os sinais e
sintomas característicos do parkinsonismo como tremores, rigidez muscular, postura
em flexão, lentidão dos movimentos voluntários, comprometimento dos reflexos
posturais”. (STOKES, 2000, p. 180).
Uma “substância química (dopamina) é a que transmitem impulsos através de
sinapses de um neurônio para outro, há uma redução na concentração de dopamina
na sinapse, causando a degeneração de neurônios, os sintomas da doença se tornam
evidentes quando 80% ou mais dos neurônios dopaminérgicos se degeneram.
(STOKES, 2000).
A causa da doença de parkinson “não é conhecida e o tratamento é, portanto,
paliativo e sintomático, na maioria dos casos o parkinson surge em idade avançada, no
entanto, uma em sete pessoas tem o diagnóstico com menos 50 anos”. (COHEN, 2001)
Segundo Castro (2016) a grande maioria dos casos de Parkinson não são diretamente
herdada. Cerca de 15 a 25 por cento das pessoas com relatório de Parkinson têm um
parente com a doença. Em grandes estudos populacionais, os pesquisadores
descobriram que as pessoas com um primeiro grau afetado relativas, como um pai ou
irmão, tem uma chance 4-9 por cento maior de desenvolver doença de Parkinson, em
comparação com a população em geral.
A perda de neurônios dopaminérgicos na DP está incluída nas possíveis causas,
a toxicidade crônica em decorrência do envelhecimento normal as alterações na idade
no metabolismo oxidativo foram detectados níveis de enzimas reduzidos antioxidantes
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na substancia negra, sugerindo o comprometimento nos estágios final da doença.
P á g i n a | 28
(BARBOSA, SALLEM, 2005)
De acordo com Barbosa e Sallem (2005) “a síndrome parkinsoniana pode ser
identificada: em primário, secundário e atípico, a primária sendo relacionada a
patologia sem causa aparente ou hereditária, a forma secundária suspeita por indução
medicamentosa, infeções e distúrbios metabólicos, já o parkinsonismo atípico está
associado a patologias neurodegenerativas evoluindo para os sinais comuns da DP”.
As manifestações clínicas são principalmente motoras, como sintomas comuns:
distúrbios do equilíbrio como consequência um maior número de quedas, dor é um
sintoma comum, desaceleração generalizada, tremor, episódios de congelamento, sendo
resultado do comprometimento neurotransmissor dopamina, levando a progressão dos
sintomas podendo levar à depressão, ao isolamento social, transtornos psicóticos,
piorando a qualidade de vida do parkinsoniano. (BARBOSA, 2005)
Outras desordens “apresentam anormalidades nos déficits do aprendizado
processual, a postura do parkinsoniano normalmente é cifose com a cabeça
anteriorizada com inclinação para um dos lados, os braços geralmente flexionados no
tronco com ombros arqueados e ligeira flexão nos joelhões e nos quadris” (STOKES,
2000, p. 169).
A identificação do diagnóstico é baseada no início com a manifestação do
quadro clinico do parkinsoniano, porem necessita de uma avaliação completa, além de
exames laboratoriais e neurológicos, pois diagnostico pode ser dificultado.
(O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2010).
Segundo Mayo (2015) a levodopa, a medicação mais eficaz da doença de
Parkinson, é uma substância química natural que passa para o cérebro e é convertida em
dopamina , consiste no alivio de bradicinesia e rigidez priorizando a melhora nos
pacientes, entretanto a controvérsias quando um histórico de utilização de medicamento
prolongado, como uso da levodopa.
Com as evidencias de que os sintomas foram agravados, a terapia farmacológica
e a física passam a não ter mais efeitos esperados, sendo indicado o tratamento
cirúrgico. A cirurgia é realizada somente em pacientes que não apresentam respostas
diante do tratamento medicamentoso, sendo abordados princípios cirúrgicos como:
cirurgia ablativa, transplantes neurais e estimulação cerebral profunda. (OXTOBY;
WILLIAMS, 2000).
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Para Maio (2015) a estimulação cerebral profunda é mais frequentemente a
pessoas com doença de Parkinson avançada, eletrodos com implante para uma parte
específica do cérebro. Os eletrodos são conectados a um gerador implantado no peito,
perto de sua clavícula que envia impulsos elétricos para o cérebro e pode reduzir os o
tremor, a rigidez e melhorar a desaceleração do movimento.
FISIOTERAPIA NO PARKINSON
A fisioterapia é essencial para os portadores de doença Parkinson sendo indicada
desde seu diagnóstico, pois visa promover a melhora no quadro clínico do paciente,
minimizar as alterações decorrentes do processo degenerativo, direcionando a
desenvolver metas buscando a melhora da marcha e equilíbrio postural do
parkinsoniano e tornar o paciente mais dependente.
A avalição do nível de comprometimento e grau de função motora é determinada
através de uma minuciosa avaliação, no início e fim do tratamento, por meio da
anamnese, história patológica do paciente, além dos exames físicos, investigados pela
condição diferenciada de cada paciente, gravidade do problema, o estágio da doença, a
idade a fase, além de vários estudos sobre o diagnostico funcional do paciente, e
mensuração dos resultados obtidos. (OXTOBY; WILLIAMS, 2000).
A reabilitação consiste em exercícios que abrangem um grande número de
repetições para um desenvolvimento processual, aperfeiçoar os padrões de marcha
incluindo velocidade e consistência dos movimentos, como alvos visuais e auditivos
para estimulação da marcha, esses estímulos apresentam uma influência nos padrões de
estimulação da marcha e sincronismo dos passos.
HIDROTERAPIA
Um dos recursos utilizados na doença Parkinson é a fisioterapia aquática (FA),
com imersão do corpo em uma piscina aquecida acarreta o aumento do metabolismo e
aumento dos níveis de dopamina no sistema nervoso central, um balanço suave usado
para produzir relaxamento generalizado das tensões musculares, voltados para a
melhora da flexibidade e da mobilidade relacionando com treino de marcha.
(CAMARGO et al, 2004)
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Segundo indica Levi (2008) o meio líquido, devido às suas propriedades físicas e
sobrecarga natural, proporciona ao indivíduo que se exercita, uma sensação de
diminuição do peso corpóreo, livramento das articulações, bom funcionamento do
sistema termorregulador, melhor irrigação ativando veias, artérias e vasos capilares e
ainda, envolvimento da maioria dos grupos musculares.
Como indicam Monteiro et al (2013) pacientes portadores de DP
em
aquecimento na piscina composta por caminhadas, associada a coordenação postural,
com treino de dissociação de cintura escapular e pélvica, a realização de alongamentos
visando evitar o encurtamento das fibras musculares ,além de exercícios com uso da
resistência da agua, uso de cama elástica, exercícios associados
à
respiração,
priorizando a função cardiopulmonar dos pacientes, realizados dinâmicas grupais a fim
de estimular a memória e socialização grupais.
TREINO DE MARCHA
Para manter o seu centro de estabilidade é a realizado com a fisioterapia o
controle da postura do paciente, por meio de uma barra paralela trabalhamos a marcha
dos pacientes, e o equilíbrio para obter o efeito de treinamento da marcha além de
realizar marcha para frente, além de trabalhar andar para trás e o andar lateral,
resultando na melhora da mobilidade física e estabilidade postural ( HERBER ;
MICHAELSEN, 2011).
Uma das técnicas realizadas para melhora da função motora, sendo utilizada
com treino em esteira com carga com uso de cinto de segurança para evitar queda,
auxiliado de dispositivos o treinamento em esteira com sistema de suspensão, ao
realizar a caminhada pede-se ao paciente pronunciar uma letra do alfabeto, verificando
o aumento e largura dos passos (FILIPPIN, COSTA,2010).
Filippin e Costa (2010) indicam que o treino em esteira promove uma força dos
passos e larguras, e as repetições aprimoram a aprendizagem motora, aumento tempo de
equilíbrio, assim evitando menor número de quedas, causando uma mudança
significativa na marcha, com a pratica dessa caminhada promove uma melhora na
função motora e diminuir influencias negativas.
PISTAS VISUAIS
Para Dias et al (2005) as pistas visuais são marcadores no solo, oferecendo um
P á g i n a | 31
efeito benéfico uma vez que se torna muito eficaz na regulação do comprimento do
passo e melhora da cadência e da velocidade de marcha, melhorando a preparação dos
passos além de estímulos auditivos com intuito de contribuir na aprendizagem motora.
Para Rubinstein et al. (2012) as pistas visuais funcionam porque agem como
alvos moventes, ativando a via cerebelar visual-motora. Apenas em determinados
estímulos visuais são aparentemente eficazes para melhorar a marcha. As linhas
transversais funcionam. Além disso, as linhas devem ser separadas por uma largura
apropriada (uma polegada ou mais larga) e por uma cor que contraste com o assoalho, a
fim de se conseguir os melhores resultados, devem ser espaçadas no solo de acordo
com o comprimento aproximado do passo dos pacientes e deve-se orientá-los a pisarem
sobre elas.
JOGOS VIRTUAIS
O tratamento da doença de Parkinson, segundo Pompeu et al (2012) pode utilizar
realidade virtual, que pode promover maior interação das habilidades motoras e
cognitivas simultaneamente, o que é exigido pela maioria das atividades de vida diária
(AVD). Assim, contribuirá para maior independência nas AVDs em comparação com o
treino baseado apenas em estímulos motores. O tratamento com a realidade virtual pode
causar efeitos positivos na qualidade de vida, visto que esta sofre influências negativas
da progressão dos sintomas e da diminuição da independência funcional.
Um estudo feito em (2015) pela Universidade de São Paulo (USP) a fisioterapia
utiliza a realidade virtual como jogos de vídeo game como kinect, nintendo wii, para a
recuperação do equilíbrio e da mobilidade dos pacientes, esses jogos com intuito de
verificar os comportados dos pacientes com uma nova modalidade, os pacientes
testados capazes de realizar as atividades e obtendo melhora no desempenho virtual,
além disso essa terapia observa a melhora da resistência cardiopulmonar, da marcha e
do equilíbrio.
ALONGAMENTO E FORTALECIMENTO MUSCULAR
O tratamento inicial se inicia com alongamentos a fim de evitar o encurtamento
muscular, pois os pacientes parkinsonianos possui uma musculatura flexora, sendo
enfatizados movimentos extensores, abdutores e rotatórios, alongamentos ativo-
P á g i n a | 32
assistidos, atividades que favoreçam o fortalecimento muscular evidenciando a melhora
da postura e do equilibrio (SOUZA,2016).
Após os pacientes apresentarem uma melhora no quadro clinico, é iniciado o
programa de fortalecimento muscular, com repetições e um prolongamento tempo, com
utilização de halteres, tornozeleiras, não devendo ser realizado de forma excessiva, tudo
de acordo com limite de cada paciente, apresentando ganhos físicos e funcionais
(PAULA,2011).
CONCLUSÃO
A doença de Parkinson consiste em uma patalogia, de caráter crônicodegenerativa, que acarreta aos seus portadores transtornos de movimento, coordenação,
força muscular, além de reduzir a qualidade de vida e levar ao isolamento e depressão.
A revisão de literatura verificou os efeitos do tratamento fisioterápico em
portadores da doença de Parkinson.
Medidas terapêuticas utilizadas pela Fisioterapia como a hidroterapia, treino de
marcha e realidade virtual possibilita aos pacientes com doença de Parkinson manter a
independência para realização das atividades do dia-a-dia, melhorando a qualidade de
vida, são essenciais para minimizar algumas de suas complicações.
O uso concomitante do tratamento fisioterápico e de condicionamento aeróbio e
fortalecimento muscular resultou em melhoras nas medidas de desempenho funcional e
de capacidade física de indivíduos em fase leve a moderada de evolução da doença de
Parkinson.
Para finalizar deve-se indicar que o presente estudo não buscou ser determinante
nos resultados, e também esgotar o tema em questão. Ao contrário, busca incentivar
mais estudos acerca dos temas aqui discutidos.
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P á g i n a | 35
Possíveis tratamentos fisioterápicos na Fibromialgia: Uma revisão
bibliográfica
Edilaine Michele dos Santos1
Elen Beatriz Moreira2
Prof. Me. Walther Spinelli Filho3
Resumo
A fibromialgia é uma síndrome musculoesquelética, pode ser identificada em indivíduos
com dor crônica e difusa com mais de três meses de duração e caracterizada por dor em
pontos específicos quando realizado o exame físico. A população fibromiálgica é composta
em sua maioria por mulheres, com faixa etária entre 30 e 55 anos. O nível de dor é tão
intenso, que interfere nas atividades de vida diária e na qualidade de vida do paciente, que
apresenta fadiga generalizada, distúrbios do sono, rigidez matinal, sensação de dispnéia,
ansiedade, depressão e alteração da função cognitiva. Trata-se de uma doença de etiologia
desconhecida, sendo assim, a fisioterapia atua diminuindo os sintomas, reestabelecendo a
capacidade física, mantendo a funcionalidade e promovendo melhora na qualidade de vida.
O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de literaturas sobre os possíveis
tratamentos fisioterápicos que podem ser utilizados pelo fisioterapeuta na fibromialgia e os
benefícios de cada um. Neste estudo de revisão bibliográfica, foram realizadas pesquisas
em livros nacionais, monografias e artigos coletados em bibliotecas virtuais (Lilacs e
Scielo, Medline), com dados mais recentes sobre a Fibromialgia, abordando assuntos
como: descrição da doença, seus sintomas, formas de diagnóstico e possíveis tratamentos.
Palavras-chave:Fibromialgia- Fisioterapia- Tratamentos
Abstract
The Fibromyalgia is a musculoskeletal syndrome, can be identified in individuals with
chronic pain and diffuse with more than three months duration and characterized by pain at
specific points when physical examination was performed. The fibromyalgia population is
composed mainly of women, with age between 30 and 55 years. The level of pain is so
intense that interferes in daily life activities and in the quality of life of the patient, which
presents generalized fatigue, sleep disorders, morning stiffness, sensation of dyspnea,
anxiety, depression and amendment of the cognitive function. It is a disease of unknown
etiology, being thus, the physiotherapy acts by decreasing the symptoms, reestablishing
forms the physical capacity, keeping the functionality and promoting the improvement of
life quality. The objective of this work is to perform a review of literature about the possible
physiotherapeutic treatments that can be used by the physiotherapist in fibromyalgia and the
benefits of each. In this bibliographic review study, researchers were carried out in national
books, monographs and articles collected in virtual libraries (Lilacs, Scielo, Medline), with
more recent data on Fibromyalgia, approaching subjects such as: description of the disease,
its symptoms, diagnosis and possible treatments.
Keywords:Fibromyalgia- Physiotherapy- Treatments
1
Graduanda do curso de Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga FTGA. [email protected]
Graduanda do curso de Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga FTGA. [email protected]
3
Professor do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga FTGA, Fisioterapeuta – Fisioclinica S/S LTDA,
Fisioterapeuta concursado e responsável na Unidade Básica de Saúde em Cândido Rodrigues. Especialização em Fisioterapia
2
P á g i n a | 36
ortopédica e Traumatológica, especialização em R.P.G, mestrado em Engenharia de Produção.
P á g i n a | 37
Introdução
O termo fibromialgia foi criado para expor várias condições desta síndrome. “Fibro”
é derivado do latim, e significa ligamentos, tendões, tecido fibroso. O radical “mio”, que vem
do grego, significa tecido muscular. Ainda do grego, “algos” significa dor e “ia” uma
condição. Portanto, fibromialgia significa uma condição dolorosa originada nosmúsculos,
ligamentos e tendões (PRANDO, M.A.; ROGATTO, G.P, 2008).
A Fibromialgia é uma síndrome reumática não inflamatória, de causas
desconhecidas, que atinge na maioria dos casos a população feminina, caracterizada por dor
musculoesquelética, difusa e crônica, além da presença de tender points, que são na verdade,
múltiplos pontos anatômicos dolorosos a palpação. Também são associados a esta patologia
diversos sintomas, como fadiga e rigidez matinal, distúrbios do sono, problemas
gastrointestinais e psicológicos (MARQUES, 2002; CHIARELLO, 2005).
As dores costumam aumentar após a realização de atividade física, ou quando ocorre
exposição ao frio e à umidade (HEYMANN et al., 2010).
O nível de dor se torna tão intenso, que interfere nas atividades de vida diária, no
trabalho e na qualidade de vida dos pacientes portadores (ASSUMPÇÃO et al., 2002).
Fatores sociais, familiares, emocionais, aliados a uma característica de maior
resposta aos estímulos dolorosos, o baixo nível de condicionamento cardiovascular e
desempenho muscular são possíveis hipóteses para o surgimento desta patologia. (RIBERTO
M, PATO TR, 2004).
Por conta de sua etiologia desconhecida, na fibromialgia a terapia permanece voltada
às manifestações clínicas, através de bases farmacológicas e não farmacológicas. Os
tratamentos tem como objetivo o controle da dor, a melhora da qualidade do sono, os
cuidados com o equilíbrio emocional, a melhora do condicionamento físico e da fadiga e o
tratamento específico de desordens associadas (PROVENZA, 2004).
A fisioterapia atua no sentido de amenizar os sintomas, controlando a dor e
realizando a manutenção das habilidades funcionais dos pacientes. Além disso, outra meta da
fisioterapia deve ser o papel educativo, para que os ganhos obtidos no tratamento possam
permanecer em longo prazo e os pacientes consigam se tornar menos dependentes dos
cuidados de saúde. Incentivam-se estilos de vida mais participativos e funcionais que tornem
melhores tanto a parte física quanto a parte emocional do paciente (MARQUES et al, 2002).
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O diagnóstico da fibromialgia é exclusivamente clínico, devendo ser feito através de
uma boa anamnese e um exame físico preciso. Exames complementares possuem papel de
excluir outras doenças com o quadro clínico parecido da fibromialgia. (SCOTTON, 2000)
Síndrome da Fibromialgia
Inicialmente a fibromialgia recebeu outras nomenclaturas, como fibrosite,
fibromiosite, miofasceíte e reumatismo muscular. Preferiu-se o termo fibromialgia, pois o
processo inflamatório não é característico nesta doença. Utilizava-se como nomenclatura
fibromialgia primária, quando não havia outro distúrbio encontrado como causa da doença e
fibromialgia secundária quando era desencadeadapor determinadas patologias, reumáticas ou
não, como osteoartrose, lúpus e outras doenças do tecido conjuntivo, traumas, doenças
endócrinas, infecções ou doenças malignas. (CHIARELLO, 2005)
Por muitos anos a fibromialgia não foi aceita como uma doença distinta.
Conceituava-se em alguns momentos como distúrbio psicológico em outros como síndrome
dolorosa regional. Mostrando que para cada observador a doença tinha uma definição
diferente. (HAUN, 1999)
A fibromialgia manifesta-se predominantemente no público feminino em faixa etária
produtiva, no entanto, crianças, adolescentes e idosos também podem ser acometidos (SILVA
et al, 2005).
A incidência da fibromialgia na população adulta é em torno de 1%. Nos homens a
prevalência é de 0,5%, enquanto 2% das mulheres apresentam seus sintomas - cerca de 80%
dos casos são mulheres entre 35 e 55 anos, idade de plena atividade física, profissional e
social (MARTINEZ, 2006). Sua prevalência é alta e no Brasil é estimada em 2,5% (SENNA
et al, 2004).
Nos ambulatórios de ortopedia as queixas de dores musculoesqueléticas representam
26% dos novos casos atendidos, onde 55 a 88% apresentam os sintomas da fibromialgia
(SILVA,1997).
Dentre as principais hipóteses que tentam explicar a fisiopatologia da fibromialgia
estão: os distúrbios do processamento da dor; as disfunções neuroendócrinas; as alterações
imunológicas e as causas psicoemocionais. Contudo, as alterações em apenas um desses
fatores, não explicaria a quantidade de diferentes sintomas presentes na fibromialgia. Desse
modo, acredita-se que a manifestação e evolução dessa doença são dependentes da interação
entre os múltiplos fatores mencionados (CARVALHO et al, 2008).
P á g i n a | 39
Diagnóstico
Desde 1990 foi adotado como padrão pela comunidade científica internacional
especializada, o diagnóstico de fibromialgia, que exige pelo menos três meses consecutivos de
dor crônica e difusa e também à palpação, com cerca de 4 kg de pressão pela ponta do dedo,
nos „tender points‟ pré-definidos (FERREIRA, MARINO, CAVENAGHI, 2011).
O diagnóstico da fibromialgia é puramente clínico, baseado nos sintomas
apresentados e na pesquisa de 18 pontos específicos („tender points’), quando pelo menos 11
devem ser dolorosos na palpação, segundo critérios do Colégio Americano de Reumatologia
(LESLIE, 2010).
São eles:
- Inserção dos músculos occipitais
- Coluna cervical baixa (C5-C6)
- Músculo trapézio
- Borda medial da espinha da escápula
- Quadrantes externos superiores das nádegas
- Proeminências dos trocânteres maiores do fêmur
- Segunda junção costocondral
- Epicôndilo lateral do cotovelo
- Coxim adiposo medial do joelho (junto ao tendão da pata de ganso)
(WEIDEBACH, 2002)
Entre os questionários de avaliação de pacientes com Fibromialgia durante a
anamnese, destacam-se os Critérios de Avaliação da Fibromialgia do ACR (American College
of Rheumatology), o Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ), o Questionário de
Qualidade de Vida SF-36, Escala de Depressão de Beck (DBI), Escala de Ansiedade TraçoEstado, Escala Analógica Visual de Dor (EAV) e Questionário de Dor de McGill, por
fornecerem informações clínicas relevantes e serem de fácil aplicação ao paciente e baixo
custo (SANTOS LC; KRUEL LF, 2009).
O Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ) é um método de graduação
utilizado com a finalidade de pesquisa quanto para o acompanhamento da doença. É
composto por 19 questões, que avaliam capacidade funcional, status de trabalho, distúrbios
psicológicos, sintomas físicos e dolorosos. Quanto maior o impacto da doença, maior será o
escore encontrado no final da avaliação (MARQUES et al, 2006).
P á g i n a | 40
O Questionário de Vida SF-36 é composto de 36 itens de auto-resposta (com
finalidade de avaliar conceitos de saúde referentes à funcionalidade e ao bem-estar de cada
um), subdivididos em oito dimensões, cada um com a sua própria característica
(ABRUNHEIRO, 2005).
A Escala de depressão de Back (BDI) é um instrumento que avalia a depressão em
pacientes com doenças crônicas.Os indivíduos com dores crônicas têm alta incidência de depressão, e sua avaliação torna-se de grande importância para o sucesso do tratamento destes
pacientes (HARRIS, D‟EON; 2005).
A Escala de Ansiedade Traço-Estado é utilizada para verificar o traço de ansiedade
dos pacientes com fibromialgia. Este instrumento é constituído de 40 afirmações, divididas
em duas sub-escalas. A primeira avalia a ansiedade- estado (20 questões) e refere-se a um
estado emocional temporário caracterizado por sentimentos pessoais de tensão que podem
variar em intensidade ao longo do tempo. Já a segunda sub-escala avalia a ansiedade-traço (20
questões) e refere-se a uma disposição pessoal, relativamente estável, a responder com
ansiedade a situações estressantes e uma tendência de perceber um maior número de situações
como ameaçadoras (SANTOS et al, 2011).
A Escala Visual Analógica (EVA), deve ser mantido o contato visual do paciente
com a escala e ele deve ser capaz de mostrar ao examinador em que grau sua dor está. Pode
ser uma régua numérica com dez centímetros, dividida em dez espaços iguais, sendo
apresentada de forma simples, ou pode possuir um apelo visual com cores, mas é importante
que o paciente entenda que uma extremidade indica "sem dor" e que a outra indica "dor
máxima" (FORTUNATO, 2013).
O Questionário de Dor McGill, é umalista com 78 descritores organizados em quatro
grupos e 20 subgrupos (componentes da dor sensorial-discriminativa, afetiva-motivacional e
avaliativa) e apresenta importantes pontos de avaliação da dor presente (SANTOS et al,
2006).
Exames laboratoriais de rotina e de imagem são, em geral, normais, servindo apenas
para exclusão de outras patologias. Os estudos mostram que em portadores de fibromialgia
estes exames estão alterados na mesma proporção da população saudável (SCOTTON;
FRAGA, 2000).
O diagnóstico deve ser confirmado logo no início do tratamento, para que assim
possam ser esclarecidos ao paciente os sintomas que fazem parte da doença e os que não
fazem. A orientação ao paciente é muito importante para o controle ideal da fibromialgia.
Como parte inicial do tratamento, devem ser fornecidos aos pacientes informações básicas
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referentesa doença e suas opções de tratamento, orientando-os sobre controle da dor e
programas de autocontrole (BUCKHARDT et al, 2008).
Possíveis tratamentos
Entende-se que o tratamento dessa síndrome deve ser totalmente individualizado e
realizado por uma equipe multidisciplinar, contando com a participação do paciente e
baseando-se na combinação de tratamentos farmacológicos e não farmacológicos para uma
melhor qualidade do tratamento (MICHALSEN et al., 2013).
Para o tratamento dos indivíduos com fibromialgia, as intervenções escolhidas vão
depender da extensão e da gravidade dos sintomas, bem como da motivação, participação e
dos fatores psicossociais de cada indivíduo (Mannerkorpi & Iversen, 2003).
Para redução dos sintomas da fibromialgia podem ser utilizados alguns
tratamentos
como:
- Hidrocinesioterapia:
Essa terapia não farmacológica é utilizada em aproximadamente 75% dos pacientes
com fibromialgia(LANGHORST et al, 2009).
Os exercícios realizados na água são leves e realizados de acordo com o nível de dor
do paciente. A sessão deve possuir duração de uma hora e ocorrer ao menos três vezes na
semana. Sendo feitos exercícios de alongamento global, fortalecimento muscular de membros
superiores e inferiores e relaxamento (KAWAKAMI et al, 2014).
As propriedades físicas da água provocam efeitos no corpo, tais como a densidade
relativa, que diminui o impacto dos exercícios sobre as articulações; pressão hidrostática que
gera uma pressão sobre todos os sistemas corpóreos, como por exemplo, cardiovascular,
fazendo com que o sangue circule melhor; flutuação ou empuxo promove diminuição do peso
corporal facilitando os movimentos de maior amplitude; viscosidade proporciona resistência
aos exercícios, contribuindo para fortalecimento muscular; a temperatura, que gira em torno
de 33º a 35º, resultando em relaxamento muscular adequado, melhorando assim o sono
(BASTOS; OLIVEIRA, 2003).
A imersão na água permite movimentos lentos, com menor impacto no quadro
doloroso, tornando o tratamento mais agradável. O tratamento realizado em grupo auxilia no
combate à ansiedade e depressão, pois permite aos pacientes socializar, compartilhando dos
mesmos problemas e dificuldades (SEBBEN; WIBELINGER, 2014).
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- Alongamentos:
Exercícios de alongamento são aqueles exercícios de flexibilidade realizados a fim
de aumentar a amplitude de movimento de uma ou várias articulações, já que pacientes
fibromiálgicos apresentam, na maioria das vezes, limitação na amplitude de movimento
(ROUTI et al, 2000).
Esse ganho de comprimento muscular proporciona aumento da amplitude e liberdade
de movimento. Para desempenhar a maioria das tarefas cotidianas funcionais, assim como
atividades recreativas e ocupacionais, uma amplitude de movimento sem restrições previne a
dor, sendo importante para os pacientes com fibromialgia (ROSARIO et al, 2004)
Os alongamentos se mostram positivos, pois os pacientes que desenvolvem uma
postura antálgica tenderão a apresentar contraturas musculares e alterações posturais. Este
tratamento estaria atuando de forma a corrigir encurtamentos musculares, de tecido conectivo
e pele, uma vez que promove um deslizamento dos miofilamentos por meio de um
tensionamento passivo do músculo (BIENFAIT, 1999).
Estudos revelam que exercícios cinesioterapêuticos minimizam a dor, a fadiga e a
tensão muscular, melhorando níveis de depressão, ansiedade e estresse nos indivíduos
portadores de fibromialgia, quando executados de maneira regular e supervisionada (JONES;
LIPTAN, 2009).
- Eletrotermofototerapia:
O tratamento por meio da eletrotermofototerapia é utilizado como parte do programa
global de reabilitação, principalmente para alívio da dor (GÜR, 2006).
A TENS (estimulação elétrica nervosa transcutânea) é capaz de amenizar a dor em
pacientes com fibromialgia, trazendo como benefícios a vitalidade e melhora da saúde mental
de pacientes portadores (SILVA et al, 2008).
A TENS é muito utilizada em pacientes com fibromialgia como um recurso de
analgesia local, diminuindo a rigidez pela melhora da condição dolorosa, melhorando o
desempenho nas atividades de vida diária (GUSTAFSSON et al, 2002).
Outros recursos eletrotermofototerapêuticos como o ultrassom, o laser e o ondas
curtas têm sido usados como auxílio no tratamento da fibromialgia, nas clínicas de
fisioterapia. Entretanto, são necessários mais estudos, com o objetivo de se estabelecer a dose
ideal e de se compreender melhor os efeitos benefícios, efeitos fisiológicos, além dos efeitos
adversos vindos da utilização desses recursos (FERREIRA et al, 2011).
P á g i n a | 43
- Acupuntura:
Acupuntura é a inserção de agulhas com finalidades terapêuticas em pontos
específicos do corpo, os acupontos, que também podem ser estimulados com calor, pressão,
ultrassom, eletricidade e laser (MACIOCIA, 2007).
Seus efeitos neurobiológicos, que interferem sobre os neurotransmissores
relacionados à depressão e à dor, qualificam a técnica como adequada para o tratamento da
dor crônica (SANCHEZ et al, 2004).
Alguns estudos demonstram que a acupuntura estimula a liberação de endorfinas e
encefalinas, o que leva a uma resposta moduladora da dor, resultando em seu alívio
(FARGAS-BARBJAK et al, 1992).
Uma desvantagem da acupuntura é que só foram demonstrados efeitos sobre as dores
encontradas em fibromiálgicos, já em relação aos demais sintomas existem poucas evidências
disponíveis (TERRY et al., 2012).
- Terapia Manual:
A massagem terapêutica é uma técnica muito utilizada pelos pacientes com
fibromialgia, estudos realizados afirmam que quando associada a TENS, traz efeitos benéficos
na redução de alguns sintomas. Os principais benefícios são: o relaxamento, a melhora da dor,
a melhora no sono, bem estar geral, entretanto, tais benefícios parecem não perdurar por
longos períodos (TERRY et al., 2012).
Massagem é uma técnica terapêutica que requer a aplicação de sequências de
golpeamentos e técnicas de manipulação de tecidos (CASSAR, 2001).
A liberação miofascial, as terapias craniossacrais e a terapia dos pontos-gatilhos, são
exemplos de técnicas
especializadas para ajudar no alívio da dor na fibromialgia.
As auto-massagens são um procedimento simples que os pacientes podem aprender
facilmente a realizar, nos próprios músculos para tentar proporcionar redução da dor e
relaxamento (CHAITOW, 2002).
Os principais efeitos das terapias manuais são:aumento do fluxo sanguíneo
(mecânico),aumento da circulação linfática (mecânico), alívio da dor (fisiológico), remoção
dos produtos do catabolismo e metabolismo (fisiológico), facilitação da atividade muscular
(fisiológico), alívio da ansiedade e tensão (psicológico),relaxamento (psicológico),e sensação
de bem-estar (DE DOMENICO, 2008).
P á g i n a | 44
Conclusão
Por meio deste estudo, pode-se concluir que a Fibromialgia é uma doença reumática
não inflamatória, de causas ainda desconhecidas, que atinge na maioria dos casos a população
feminina, tendo como principal característica a dor musculoesquelética difusa e crônica, com
diversos pontos dolorosos à palpação espalhados por áreas do corpo, estes que recebem o
nome de “tender points”.
Estudos mostram que os episódios de dor tornam-se mais intensos após a prática de
exercícios físicos, exposição ao frio e umidade, fadiga e estresse, fazendo com que o
individuo tenha dificuldade na prática de suas atividades de vida diária e uma má qualidade de
vida. O diagnóstico desta patologia, é basicamente clínico e pode ser feito por meio de
anamnese e questionários próprios que devem ser respondidos pelo paciente, são de fácil
aplicabilidade, e avaliam as capacidades funcionais, status de trabalho, distúrbios
psicológicos, sintomas físicos e dolorosos do individuo, nestes casos, a solicitação de exames
complementares tem como função descartar outras patologias com quadro de sintomas
parecidos.
Por se tratar de uma doença de etiologia desconhecida, ainda não existe cura para
Fibromialgia, concluindo-se assim, que o objetivo principal dos tratamentos fisioterapêuticos
em indivíduos fibromiálgicos é o controle dos seus sintomas para que assim possa ser possível
uma melhor qualidade de vida e um retorno às atividades de vida diárias, sendo importante
também, o fisioterapeuta educar este paciente de forma que os ganhos obtidos através dos
tratamentos possam ser de longo prazo.
Os possíveis tratamentos fisioterapêuticos são prescritos levando em consideração a
gravidade dos sintomas de cada indivíduo, sendo os tratamentos mais encontrados nas
bibliografias pesquisadas intervenções como hidrocinesioterapia, alongamentos globais,
eletroterapia, acupuntura e terapias manuais, estas que tem por objetivo minimizar a dor, a
fadiga, melhorando os níveis de estresse, ansiedade e depressão dos portadores de
fibromialgia.
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Atuação da Fisioterapia no Tratamento da Dor Oncológica
Camila Gabriela Rodrigues1
Francieli Marly da Silva2
Mirlaine Rodrigues Martuchelli Checarone3
Gustavo Naxara Oscko4
RESUMO
O câncer é um processo patológico que começa quando uma célula anormal é
transformada por mutação genética do DNA celular. Essa célula anormal forma um
clone e começa a se proliferar de maneira anormal, ignorando os sinais de regulação do
crescimento no ambiente que circunda a célula. As células adquirem características
invasivas, e as alterações têm lugar nos tecidos circunvizinhos. Assim, o câncer não é
uma doença única com uma causa única e sim um grupo de doenças distintas com
diferentes causas, manifestações, tratamentos e prognósticos. A dor é um sintoma muito
comum que acomete de 60 a 80% dos pacientes com esta doença, sendo um fenômeno
individual, complexo e multifatorial. Para sua avaliação é preciso considerar os aspectos
físicos, emocionais, sociais e espirituais, uma vez que a sensação de dor de cada
indivíduo é muito subjetiva. O cuidado paliativo é um conjunto de atos
multidisciplinares que têm por objetivo efetuar o controle da dor e dos sintomas do
corpo, da mente, do espírito e do social que afligem o homem. O foco da atuação da
fisioterapia varia de acordo com a funcionalidade do paciente. A fisioterapia detém
métodos e recursos exclusivos que são imensamente úteis aos cuidados paliativos, e sua
atuação é significante para melhora dos sintomas e da qualidade de vida do paciente
oncológico.
Palavras- Chave: Fisioterapia. Oncologia. Cuidados Paliativos.
1Aluna
do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga- FTGA. [email protected]
2 Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga- FTGA. [email protected]
3 Aluna do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga- FTGA. [email protected]
4 Profº Me. Faculdade de Taquaritinga - FGTA. [email protected]
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ABSTRACT
Cancer is a disease process that starts when an abnormal cell is transformed by genetic
mutation in the cellular DNA. This abnormal cell forms a clone and begins to proliferate
abnormally, ignoring the growth regulation signals in the environment surrounding the
cell. The cells acquire invasive characteristics, and changes take place in the
surrounding tissues. So, cancer is not a single disease with a single cause but a group of
different diseases with different causes, manifestations, treatment and prognosis. Pain is
a common symptom that affects 60-80% of patients with this disease, being an
individual, complex and multifactorial. To review must consider the physical,
emotional, social and spiritual aspects, since the feeling of each individual pain is very
subjective. Palliative care is a set of multidisciplinary actions that aim to make the
control of pain and symptoms of body, mind, spirit and social afflicting man. The focus
of the role of physiotherapy varies according to the patient's functionality. Physical
therapy holds methods and unique features that are immensely helpful to palliative care,
and its performance is significant for improvement of symptoms and quality of life of
cancer patients.
Key-words: Physical Therapy. Oncology. Palliative care.
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INTRODUÇÃO
O termo neoplasia significa “novo crescimento”, porém câncer é o termo mais
comum a ser utilizado para tumores. Embora “tumor” derive de tumefação, que é
causada pela inflamação, atualmente o termo “tumor” pode ser utilizado como sinônimo
de câncer. (MARQUES; SILVA; AMARAL, 2011, p. 29).
Embora o Câncer afete a todos os grupos etários a maioria deles ocorre em
pessoas com mais de 65 anos. Sua incidência cresce anualmente em todo mundo, sendo
que, no Brasil, constitui a segunda maior causa de morte por doenças incidindo mais
nos homens, bem como em regiões e países industrializados. (SMELTZER; BARE,
2005, p. 336)
De todos os sintomas que um paciente com câncer apresenta, a dor é o mais
temido, constituindo o fator mais determinante de sofrimento relacionado a doença
mesmo quando comparado á expectativa de morte(RANGEL; TELLES,2012, p. 32)
A Sociedade Internacional para o Estudo da Dor define dor como uma experiência
emocional e sensorial desagradável, onde é descrita em termos de lesões reais ou
potenciais e teciduais. A dor é bastante pessoal e cada pessoa aprende a utilizar este
termo a partir de suas experiências prévias. (SAMPAIO; MOURA; RESENDE, 2005, p.
340).
Quando não há mais possibilidades de cura para esta doença de caráter muitas
vezes crônico e degenerativo, o tratamento é frequentemente direcionado aos cuidados
paliativos da dor. Segundo Silva e Sudigurky (2008), buscam a promoção da
humanização no fim da vida através dos cuidados paliativos, proporcione a morte com
dignidade, respeito à vida humana.
A Fisioterapia tem uma atuação importante e benéfica neste tratamento paliativo
e humanizado uma vez que dispõe de variadas técnicas que têm como objetivo prevenir
e aliviar a dor e os demais sintomas psicofísicos ocasionados pela fadiga. Com isso, é
possível otimizar também a independência funcional do paciente para que passem
menos tempo hospitalizados e mais tempo com a família e amigos. (COSTA,
AUGUSTO, 2008).
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DENIFIÇÃO DE CÂNCER
Os termos, neoplasia, CA ou câncer são utilizados para designar uma condição de
crescimento e desenvolvimento celular anormal. Médicos mais antigos observavam nas
biópsias dos tumores que eles eram semelhantes a um caranguejo por causa das
extensões de suas patas e por invasões dos tecidos vizinhos, onde se mantém agarrados.
(MARQUES; SILVA; AMARAL, 2011, p. 29).
O câncer é célula transformada por mutação genética do DNA celular. Essa
célula anormal começa a se proliferar, no ambiente que circunda. Os tecidos
circunvizinhos adquirem células características invasivas, que se infiltram nesses
tecidos, vasos sanguíneos e linfáticos que as transportam para outras áreas do corpo. É
chamado de metástase (câncer disseminado para outras partes do corpo). (SMELTZER;
BARE, 2005, p. 336 e 337).
As características de crescimento das células cancerígenas benignas ou malignas se
diferem em tamanho, velocidade, capacidade de metastizar e de destruição tissular.
(SMELTZER; BARE, 2005, p.337).
FISIOTERAPIA PRÉ E PÓS - OPERATÓRIA
O tratamento deve ser individualizado baseando-se na doença, no estado físico,
emocional do paciente, orientando sobre o processo do tratamento, evolução, avaliação,
exame físico, por meio de uma linguagem simples, para que o paciente entenda o que
será realizado. Essas informações que são passadas para o paciente contribuem para a
melhora do reconhecimento do seu próprio corpo, diminui a ansiedade, estimula o
paciente a ser mais colaborativo durante o tratamento. (FARIA, 2010).
A avaliação pré-operatória oferece uma reabilitação mais adequada. Ao realizar a
anamnese deve conter exames físicos, antecedentes pessoais e atividades de vida diária.
(AMARAL et al.,2011).
O exame físico deve verificar Pressão Arterial (PA); Frequência Respiratória
(FR); Frequência Cardíaca (FC); Força Muscular (FM); Alteração Postural;
Sensibilidade Tátil e Dolorosa, Mensurar a Circunferência dos Membros. (AMARAL et
al.,2011, p. 75).
Periodicamente é avaliada a função respiratória, se há presença de pneumonia ou
embolia pulmonar, função circulatória, se há presença de trombos, edema nos membros,
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funções intestinais e urinárias, se a infecção na ferida cirúrgica, dor, atentar sobre os
aspectos cicatriciais. Após a alta hospitalar, há um acompanhamento de uma equipe
multidisciplinar por aproximadamente 2anos; para evitar identificação de possíveis
complicações futuras. (AMARAL et al.,2011, p. 75-76 e 79).
A Fisioterapia visa intervir o avanço da independência do paciente, diminuindo a
dor , riscos de infecção, medicação. (FARIA, 2010, p.8).
Avaliação de sintomas cuidados paliativos, foi desenvolvido uma escala por
Edmonton no Canadá – ESAS, no qual habilita o paciente a referir o seu grau de dor.
Essa escala é numerada de 0 à 10, significando 0 a ausência e 10 a maior intensidade
dos sintomas.
O questionário deve ser breve, objetivo e prático para que não se torne cansativo,
e realizado todos os dias.
São avaliados também os sintomas subjetivos (cansaço, depressão, ansiedade e
bem-estar).
Essa escala foi traduzida para o português pela Dra. Isabel Gabiça Neto, de
Portugal e no Brasil sua validação está em andamento. (COSTA, AUGUSTO, 2008).
CUIDADOS PALIATIVOS
O cuidado paliativo é o atendimento humanizado aos pacientes que estão na reta
final de suas vidas e de seus familiares. A equipe multidisciplinar que atua de forma
integrada e complementar. (AMARAL et al.,2011).
Em 1.975 foi fundado o primeiro Hospice Americano e, em 1.982, uma lei
americana permitiu o Hospice Care. Neste mesmo ano, a OMS forma um grupo de
trabalho com o objetivo de criar estratégias para promover o alívio da dor e os cuidados
do tipo Hospice para doentes com câncer, passando a adotar o termo cuidados
paliativos. A primeira definição de cuidado paliativo foi feita em 1.986 e revisada em
2.2.
(AMARAL et al.,2011).
“Cuidado paliativo é a abordagem que promove melhora na qualidade de vida de
pacientes e seus familiares diante de problemas associados com doenças que ameaçam a
continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento, por meio de
identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de
natureza física, psicossocial e espiritual”. (AMARAL et al.,2011)..Promover o alívio da
dor e de outros sintomas estressantes,reafirmar a vida e aceitar a morte como um
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processo natural,integrar aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado, oferecer um
sistema de suporte que auxilie o paciente a viver tão ativamente quanto possível, até a
sua morte, não antecipar e nem postergar a morte, iniciar este atendimento o mais
precocemente possível e oferecer um sistema de suporte que auxilie a família e entes
queridos a se sentirem amparados durante todo o processo da doença. (SMELTZER;
BARE, 2005)
O cuidado paliativo é um conjunto de atos multidisciplinares que têm por objetivo
efetuar o controle dos sintomas do corpo, da mente, do espírito e do social que afligem
o homem na sua finitude. Discussão do prognóstico, explicação do tratamento e
veracidade constituem benefícios para o paciente e seus familiares, possibilitando a
participação ativa nas tomadas de decisões. (AMARAL et al.,2011).
O trabalho da fisioterapia tem por objetivo reintegrar o paciente ao convívio
domiciliar sempre que possível, instruindo o cuidador a atender suas necessidades e
evitar internações ou tratamentos exaustivos, estabelecer a maioria dos seus potenciais
diminuídos, incentivando-os a ajustar objetivos em curto prazo, aliviando seu
desconforto. (SMELTZER; BARE, 2005)
Em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu cuidados paliativos
como: cuidado com esses pacientes cuja doença não responde mais ao tratamento
curativo, ou seja, não vai existir a cura da doença. E os cuidados priorizam o controle
dos sintomas físicos, da dor, na parte psicológica, espiritual e social, buscando melhorar
a qualidade de vida dos pacientes terminais e de seus familiares. (SILVA;
SUDIGURSKY, 2008).
Há cinco princípios éticos que fundamentam os cuidados paliativos: Prevenção
(prever complicações e aconselhar a família); Efeito (os efeitos positivos devem ser
maiores que os efeitos negativos); Proporcionalidade terapêutica (adotar somente
medidas terapêuticas úteis); Não abandono (sempre ser solidário e acompanhar o
paciente e seus familiares); Princípios da veracidade (sempre dizer a verdade ao
paciente e sua família); (SILVA; SUDIGURSKY, 2008).
DOR ONCOLÓGICA
A dor é sempre subjetiva e cada pessoa aprende a utilizar este termo a partir de
suas experiências prévias. A Sociedade Internacional para o Estudo da Dor a define
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como experiência sensorial e emocional, que é descrita em termos de lesões teciduais
reais ou potenciais. (SAMPAIO; MOURA; RESENDE, 2005, p. 339).
E por isso é definida como individual, complexo e multifatorial onde em sua
avaliação é preciso considerar vários fatores entre eles: aspectos físicos, emocionais,
sociais e espirituais. E inclusive a sensação de dor para cada indivíduo é muito pessoal,
cada um com sua história, contexto e momento. (SAMPAIO; MOURA; RESENDE,
2005, p.340).
Devido às várias incapacidades relacionadas ao Câncer pode ocorrer grande
prejuízo funcional, anorexia, perda do convívio social, redução de atividades de vida
diária e profissional, lazer e confinamento ao leito. (SAMPAIO; MOURA; RESENDE,
2005, p. 340).
O uso de alguns medicamentos pode ocasionar a dor, devido a reação adversa de
alguns como, por exemplo, sulfato de vincrisistina, e vários outros quimioterápicos,
ocorrendo dores musculares e ósseas, principalmente na coluna e membros inferiores
sendo frequentes os distúrbios neuromusculares, pulmonar e sensorial.(RBM REVISTA
BRASILEIRA DE MEDICINA, 2010, p. 509-513)
Indivíduos com Câncer frequentemente experimentam algum tipo de dor ao longo
de seu tratamento clínico. Dor é um sintoma que permite algumas vezes, o diagnóstico e
a progressão da doença. A manifestação de dor nesses pacientes pode ser devido ao
próprio Câncer e as metástases se houver, sendo este a principal causa de dor nos
pacientes ou então específicos ao tratamento ou a outras causas referidas a doença;
como dor em virtudes de condições de alguma alteração. (MANUAL DE
ONCOLOGIA, 2008)
Por isso o controle adequado da dor deve ser a prioridade no cuidado com estes
pacientes, a dor oncológica as vezes, pode estar relacionada a vários fatores, ligadas a
três grandes grupos: dor ligada ou indiretamente ao tumor primário e suas metástases, as
introgenias que resulta de algum procedimento terapêutica ou pode ser por condições
não relacionadas com o Câncer.(MANUAL DE ONCOLOGIA, 2008)
CLASSIFICAÇÃO DA DOR
A dor pode ser classificada em aguda ou crônica. Dor aguda acontece na fase
inicial da doença ou pode ainda manifestar-se com a progressão do Câncer, ou ser
decorrente de diagnóstico e tratamentos terapêuticos, como exames,
cirurgia,
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quimioterapia e radioterapia. Já a dor crônica é relacionada a progressão da doença ou
consequência também de algum tipo de tratamento realizado.(MANUAL DE
ONCOLOGIA,2008).
Este tipo de dor ocorre várias incapacidades dentre elas nas atividades físicas, no
sono, no apetite, na convivência social e outras. (MANUAL DE ONCOLOGIA, 2008).
A dor mais comum é causada por invasão tecidual direta de tumores nos casos de
doenças ósseas, metastáticas, compressão de troncos nervosos, mucosas, vasos de
decúbitos. (Fairfield e Taycross, 1982).
E com isso a dor também pode ser classificada de acordo com a distribuição de
sintomas superficiais e profundos, referidos, localizados, generalizados, e ainda de
origem somática, neuropática, ou psicogênica, neuropática e visceral. (SAMPAIO;
MOURA RESENDE, 2005, p. 341).
RESULTADOS
Ao longo da pesquisa foi possível verificar que é fundamental proporcionar ao
paciente oncológico o bem estar, a melhora funcional, a qualidade de vida e o controle
da dor. Os tratamentos fisioterapêuticos mais eficazes na dor oncológica foram o TENS;
Cinesioterapia; Termoterapia; Massagem Terapêutica; Crioterapia; para melhor eficácia
no controle da dor oncológica.
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CONCLUSÃO
Durante esse trabalho, observamos que varia muito a utilização de recursos
fisioterapêuticos para cada paciente tanto no adulto como em crianças. Os aspectos
levados em consideração são o tipo, intensidade, causa e localização da dor. Dessa
forma a fisioterapia auxilia e orienta ensinando exercícios específicos, aplicando
recursos físicos para melhor controle da dor, aprimorando a funcionalidade nas
atividades de vida diária, no bem estar e, ainda, orientando familiares e cuidadores.
Especificamente no caso do tratamento em crianças além da abordagem já citada, o
grande diferencial é poder associar atividades lúdicas e ou música para assim facilitar a
relação fisioterapeuta/paciente o que, por sua vez, contribui para a melhora da qualidade
de vida desses pacientes.
P á g i n a | 58
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p. 335-384.
P á g i n a | 60
A importância e a colaboração da hidroterapia durante o período
da gestação, uma revisão bibliográfica
Camila Thaís Torezani¹
Caroline Stefany Barbosa Orellana²
Walther Spinelli Filho³
Resumo
Durante o período gestacional observam-se várias alterações fisiológicas e funcionais na
mulher. Algumas dessas alterações podem resultar em desconforto ou até mesmo dor na
gestante, causando-lhe limitações durante a execução de suas atividades de vida diária,
interferindo diretamente em sua qualidade de vida. O aumento dos sintomas dolorosos
desencadeia uma constante busca por medidas terapêuticas que possam amenizá-las. A
hidroterapia é um recurso terapêutico na qual a água é usada como meio para a realização de
exercícios, proporcionando conforto e relaxamento às gestantes, amenizando as modificações
fisiológicas e, em especial as musculoesqueléticas, prevenindo assim complicações nas etapas
finais da gestação.
Palavras-chave: gestação, fisioterapia, hidroterapia
Abstract
During the pregnancy period are observed several changes physiological alterations and
functional in woman. Some of these alterations can result in discomfort and pain in the
pregnant woman can triggered limitations during the performance of your activities in your
daily life interfered directly in your quality of life. The increase of painful symptoms trigger a
constantly search for a therapy measures which might lessen them. The hydrotherapy is a
therapeutic resource whom the water is used as way for a exercise realizations provide
comfort and relax in the pregnant woman, lessen the physiological modifications specially the
musculoskeletal avoided the complications in final stages of a pregnancy.
Descriptors: Pregnancy, Physiotherapy, Hydrotherapy.
¹Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga UNIESP- FTGA. [email protected]
²Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga UNIESP- FTGA. [email protected]
³Atualmente é Professor do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga – FTGA, Fisioterapeuta –
FISIOCLÍNICA S/S LTDA. Fisioterapeuta concursado e responsável na Unidade Básica de Saúde em Cândido
Rodrigues. Especialização em Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica ligada a Medicina do Esporte (2000).
Especialização em R.P.G (Reeducação Postural Global, 1997). Foi Coordenador do curso de Fisioterapia da
Faculdade de Taquaritinga – FTGA no período de 2007 a 2011. Mestrado em Engenharia de Produção (2013).
[email protected]
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Introdução
De acordo com Rezende (1998), a gravidez é estabelecida como sendo um episódio na
vida normal da mulher; teoricamente a mulher grávida deverá experimentar os reflexos de
maior sobrecarga imposta ao funcionamento dos órgãos.
Conhecer o corpo durante a gravidez, especialmente quando à morfologia e ao
funcionamento interno e externo dos órgãos envolvidos no processo de gestação e parto, é de
fundamental importância para o tratamento fisioterapêutico. Por isso, torna-se indispensável
que profissionais da área da saúde como os fisioterapeutas que trabalham diretamente com
gestantes tenham um conhecimento básico das estruturas pélvica, muscular e ligamentar, já
que o atendimento fisioterapêutico trabalha no exercício dessas funções e das estruturas
corporais. (BARACHO et al., 2012, p. 3)
As modificações na gravidez resultam de fatores como: mudanças hormonalmente
mediadas no colágeno e no músculo involuntário; aumento de volume total de sangue com o
fluxo sanguíneo aumentado para o útero, crescimento do feto resultando a consequente
ampliação e deslocamento do útero e também o aumento do peso e as mudanças adaptáveis no
centro de gravidade e postura (REZENDE apud ORLANDI, 2004).
Kisner e Colby (2005) apontam que as principais indicações para o exercício aquático
incluem: facilitar os exercícios de amplitude de movimento, facilitar atividade com descarga
de peso, prover acesso tridimensional ao paciente, facilitar os exercícios cardiovasculares,
minimizar o risco de lesões e favorecer o relaxamento ao paciente.
Os equipamentos para utilização da piscina para hidroterapia terão que ser os mais
adaptáveis possíveis para a gestante, como o vestuário, pisos e o ambiente que seja o mais
harmonioso possível, para que a gestante possa elaborar suas atividades dentro da piscina com
maior tranquilidade para ela e seu feto. Já a duração dos exercícios terá que ter no mínimo
entre 45 a 60 min de duração com intervalos de 5 a 7 min. (CAMPION, 2000; KATZ, 1999).
Segundo
Katz
(1999)
superaquecimento
da
água,
pois
as
mudanças
cardiorrespiratórias durante a gravidez reduzem a adaptabilidade da grávida ao calor. A
gestante corre um risco maior de se ferir com o superaquecimento em situações que a
exponham às altas temperaturas, como em exercícios físicos rigorosos na água quente. Além
disso, o bebê não possui um sistema de resfriamento, o feto não tem meios para dissipar o
calor. Especialmente no início da gestação, o desenvolvimento do bebê é afetado quando o
corpo da gestante é superaquecido.
P á g i n a | 62
Já Polden (2000) afirmam que, exercícios de grandes esforços são contraindicados em
gestantes devido à redistribuição seletiva do fluxo sanguíneo que sai dos órgãos esplâncnicos
e depois da placenta em direção aos músculos em atividade. Exercícios vigorosos podem
ocorrer em algumas mulheres que não estão acostumadas a atividades físicas a um parto
prematuro.
Anatomia
Stephenson e O’Connor (2004) afirmam que as alterações fisiológicas durante a vida
da mulher são numerosas, ocorrendo em todos os sistemas do corpo. As alterações mais
frequentes, no entanto, ocorrem durante e imediatamente após a gestação.
A pelve, formada pelas articulações sacro ilíacas e a sínfise púbica, resguarda e
protege o útero gravídico, e durante esta fase sofre modificações fisiológicas e anatômicas
importantes. A sínfise púbica, por exemplo, possui um disco inter púbico fibrocartilaginoso,
que se torna amolecida pelo hormônio da relaxina, correndo o risco de romper-se com
movimentos ousados ou exercícios abruptos (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000)
Segundo Polden & Mantle (2002) a pelve serve como um escudo que oferece proteção
aos importantes conteúdos pélvicos, além de servir como suporte para o tronco e constituir a
parte óssea do mecanismo pelo qual o peso corporal é transferido aos membros inferiores ao
deambular e, ás tuberosidades do ísquio, ao sentar. A pelve consiste de dois ossos ilíacos, o,
sacro e o cóccix; estes ossos articulam-se na sínfise púbica, e articulações sacro ilíacas direita
e esquerda, lombo sacral, e sacrococcígea para formar um anel ósseo.
Autores, como Baracho (2012), afirmam que, o assoalho pélvico tem como objetivo
sustentar os órgãos internos, principalmente o útero, a bexiga e o reto. Proporcionam ação
esfincteriana para uretra, a vagina e o reto, além de permitir a passagem do feto, na hora do
parto. O assoalho pélvico fecha a cavidade inferior, sendo limitado anteriormente pelo arco
púbico e posteriormente pelo cóccix; lateralmente limita-se pelos ramos e ísquios púbicos e
pelos ligamentos sacrotuberais existentes entre as tuberosidades isquiáticas e as margens
laterais do sacro e do cóccix.
O assoalho pélvico é um conjunto de partes moles que fecham a pelve, sendo formado
por músculos, ligamentos e fáscias têm a função sustentar e suspender os órgãos pélvicos
(útero, bexiga, ovários) e abdominais, regular excreção e função sexual. (LACERDA,2000).
De acordo com Oliveira (2006) durante a gestação, a musculatura do assoalho pélvico
sofre um prolongado teste de resistência ao sustentar, além dos órgãos pélvicos, o bebê, o
P á g i n a | 63
novo útero e todos os demais anexos embrionários (placenta, cordão umbilical, etc.).
Normalmente este aumento deve ser de 11 Kg, mas muitas vezes chega a orbitar os 20 Kg.
Para Barros (2006), o crescimento do útero inclina a pelve para frente e, somado à
redução do tônus da musculatura abdominal, exige que a coluna se realinhe, principalmente
no final da gestação.
O útero sofre alterações de forma, peso, tamanho, posição e consistência durante a
gravidez. Normalmente tem cerca de 7 cm de comprimento e pesa 50g. Aumenta cerca de 4
cm por mês, atingindo no final da gravidez cerca de 36cm e 1Kg. No colo do útero forma-se
um tampão mucoso (conhecido pelo nome de rolha de Schroeder), cuja finalidade é proteger a
cavidade uterina do meio externo. (GONZALEZ et al.,2010, p.113)
O períneo também se torna amolecido, elástico, para facilitar o canal do parto.
(GONZALEZ et al.,2010, p.113)
A genitália feminina externa se estende do púbis ao períneo e é formada pelo monte
púbico, grandes lábios, pequenos lábios, bulbo do vestíbulo, glândulas vestibulares e clitóris.
(BARACHO et al.,2012, p.4)
As mamas encontram-se aumentadas e dolorosas em razão do desenvolvimento e
preparo para a lactação. Pode ser observado o aumento da pigmentação da aréola e do
mamilo, presença de veias superficiais dilatadas e visíveis, por causa do aumento da
vascularização, presença de glândulas sebáceas salientes na aréola, ao redor do mamilo, cuja
função é a lubrificação, presença de colostro que pode estar presente desde os primeiros
meses de gestação até o quinto dia após o parto. (GONZALEZ et al.,2010, p.112)
Alterações posturais na gestação
O aumento da massa corpórea e das dimensões do corpo da gestante causam um
aumento da carga e um desequilíbrio no sistema osteomioarticular, modificando o seu centro
de gravidade e provocando uma maior oscilação no centro de força, que levam a um
equilíbrio instável e influenciam na biomecânica da postura (OKUNO, 2003).
Biomecanicamente, uma das principais causas dessas mudanças na estática e na dinâmica do esqueleto da gestante, é o constante crescimento do útero. Sua posição anteriorizada
dentro da cavidade abdominal, além do aumento do peso e do tamanho das mamas, são
fatores que contribuem para o deslocamento do centro de gravidade da mulher para cima e
para frente, podendo acentuar a lordose lombar, promover uma anteversão pélvica e,
consequentemente causar dor (MARTINS; SILVA, 2005).
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Para Aires (1999), devido à distensão abdominal e às mamas desenvolvidas, o centro
de gravidade se desloca para frente fazendo com que a mulher adote uma postura involuntária
com lordose da coluna e aumento da base de sustentação.
São aspectos da gestação normal a presença de abdome protuso, marcha gingada e
lordose exagerada, para compensar a lordose e manter a linha de visão a gestante aumenta a
flexão anterior da coluna cervical, além de andar curvada com abdução dos ombros. (ARTAL;
WISWELL; DRINKWATER, 1999).
Além da ação hormonal, as modificações corporais se intensificam com o crescimento
uterino que inicia um processo de expansão, ocasionando um aumento das curvaturas ósseas,
principalmente a lombar e o complexo ósseo do quadril. A coluna lombar sofre o impacto do
peso anterior desenvolvido pelo abdome que estará se expandindo, levando a uma desarmonia
das cadeias musculares (FREITAS, 2008). (Figura 4)
O centro de gravidade deslocar-se para cima e para frente, devido o alargamento do
útero, aumento das mamas e do peso da mãe e da criança; e em decorrência disto, o corpo 9
compensa com: anteriorização da cabeça; aumento das curvaturas da coluna lombar, dorsal e
cervical causando tensão da musculatura paravertebral, acompanhada de protrusão e rotação
interna dos ombros; hiperextensão de joelhos e sobrecarga de peso nos pés; aumento da base
de sustentação para dar equilíbrio e estabilidade (BARACHO, 2007, MANN et al, 2008,
FABRIN; CRODA; OLIVEIRA, 2010)
Alterações fisiológicas e hormonais na gestação
Conhecer os mecanismos de adaptações fisiológicas do organismo materno durante a
gestação é uma estratégia muito importante. As modificações fisiológicas envolvem todos os
sistemas temporariamente, mas o suficiente para criar situações biológicas, corporais,
mentais, espirituais e sociais que deve ser diferenciado entre o normal e o patológico.
(BARACHO et al.,2012, p.13)
No período gestacional ocorrem mudanças importantes em todas as funções do
organismo materno que deverá formar e nutrir o feto que no útero se desenvolve.
(CALDEYRO-BARCIA et al; 2004).
Durante a gravidez, a mulher sofre alterações fisiológicas como o aumento do peso
corporal, o aumento do tamanho do coração, mudança no centro de gravidade, aumento do
volume plasmático, anemia, aumento da frequência cardíaca, volume de ejeção, diminuição
da resistência vascular e periférica. (ROBERGS; ROBERGS, 2002).
P á g i n a | 65
Tortora e Gralowiski (2002) apontam que com a gravidez ocorre uma pressão sobre a
bexiga urinária, fato este que se dá devido ao aumento do útero, causando assim sintomas
urinários, como o aumento da frequência e urgência da micção e incontinência de esforço, o
aumento da capacidade de filtração renal, o que permite a eliminação mais rápida de resíduos
produzidos pelo feto.
Da descoberta da gravidez até o 3° mês, a fecundação do óvulo coloca o hormônio
HCG, que em dupla com a progesterona, desencadeia os sintomas característicos da gravidez:
enjoo e vômito, retenção de líquidos, dor nos seios, nas pernas e na barriga e manchas na pele.
Os hormônios também fazem o intestino trabalhar mais devagar e respondem pelas alterações
de humor. Nessa fase, o comum é engordar até meio quilo por mês. (TORTORA;
GRALOWISKI, 2002).
Do 4° ao 6° mês, enjoos e vômitos diminuem ou desaparecem, mas o inchaço nas
pernas e nos pés fica mais frequente, porque o crescimento da barriga dificulta a circulação do
sangue. O deslocamento do centro de gravidade do corpo leva ao desalinhamento da postura e
dores na lombar. Os ajustes hormonais que o corpo precisa fazer e o aumento do volume de
sangue no organismo faz o metabolismo ficar mais acelerado. Como consequência, a mulher
tem mais fome e mais cansaço. (TORTORA; GRALOWISKI, 2002).
Do 7° ao 9° mês, o bebê pressiona órgãos internos da mulher e ela sente uma série de
desconfortos como a falta de ar, azia e sensação de estômago cheio. O mais saudável é ganhar
até 1,5 quilo por mês, o saldo final deve ser entre 7 e 12 quilos a mais, ao longo dos nove
meses. (TORTORA; GRALOWISKI, 2002).
Chistófalo, Martins e Tumelero (2003) descrevem que as mulheres, no final da
gestação, tendem a inclinar o corpo mais para frente, para uma melhor postura de equilíbrio,
podendo ocasionar dores nas costas, devido ao esforço das fáscias musculares
De acordo com Fischer (2003), as alterações hormonais produzem mudanças no perfil
endócrino que ocorrem durante a gestação, quatro hormônios desempenham um papel
fundamental para a mãe e para o feto que são: a progesterona, o estrogênio, a gonadotrofina
coriônica e a somatomamotropina coriônica. Dois desses são os hormônios sexuais femininos,
estrogênio e progesterona, os quais são secretados pelo ovário, durante o ciclo menstrual
normal, passando a ser secretados em grandes quantidades pela placenta durante a gestação.
As funções do estrogênio são promover a proliferação de determinadas células, o
aumento da vagina, o desenvolvimento dos grandes e pequenos lábios, o crescimento de pelos
pubianos, o alargamento pélvico, o crescimento das mamas e de seus elementos glandulares,
além de deposição de tecido adiposo em áreas específicas femininas, tais como coxas e
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quadris. Ou seja, o estrogênio é responsável por desenvolver as características sexuais
femininas (FISCHER, 2003).
De acordo com Baracho (2012), a função da progesterona é a redução da tonicidade da
musculatura lisa em órgãos maternos levando a alterações no estômago, no cólon, bexiga, nos
ureteres e nos vasos sanguíneos, aumento da temperatura e gordura corpóreas. Na mama
associa-se as células alveolar e glandular, que produzem o leite.
Segundo Costil e Wilmore (2001) a gonadotrofina coriônica é um hormônio cuja
função é manter ativo o corpo lúteo durante o primeiro trimestre. Sem o corpo lúteo em
atividade, a secreção de progesterona e estrogênio seria afetada e assim o feto cessaria seu
desenvolvimento e seria eliminado dentro de poucos dias. Após o primeiro trimestre, a
remoção do corpo lúteo já não afeta mais a gravidez, uma vez que a placenta fica responsável
pela secreção de estrogênio e progesterona em quantidades muito elevadas. A concentração
máxima de gonadotrofina coriônica acontece aproximadamente na oitava semana que é,
justamente, o período essencial para impedir a evolução do corpo lúteo.
A somatomamotropina coriônica humana, por sua vez, é um hormônio responsável,
principalmente, pela nutrição adequada do feto, diminuindo, dessa forma, a utilização da
glicose pela mãe e tornando-a disponível em maior quantidade para o feto. Ocorre também
uma mobilização aumentada de ácidos graxos do tecido 11 adiposo materno, elevando a
utilização da mesma como fonte de energia em lugar da glicose. Outro efeito desse hormônio
é auxiliar o crescimento fetal, efeito esse semelhante ao do hormônio do crescimento, contudo
esse efeito é relativamente fraco. (COSTIL; WILMORE, 2001).
Conforme Batista (2003) é comum ocorrer aumento dos hormônios adrenais, o que,
provavelmente, pode contribuir para o surgimento de estrias róseas de pele. Níveis
aumentados de glicocorticoides, estrogênios e progesterona modificam o metabolismo da
glicose aumentando assim a necessidade de insulina.
Propriedades da água e exercícios indicados para gestante
Na flutuação um objeto imerso apresenta menor peso na água do que na terra, há uma
força oposta a gravidade atuando sobre o objeto. Essa força chamada de flutuação é igual a
uma força para cima gerada pelo volume de H²O deslocado. (RUOTI et al., p.19).
A pressão hidrostática é a pressão exercida sobre objetos em imersão, a
proporcionalidade entre profundidade e pressão permite a gestante realizar o exercício com
mais facilidade quando está mais perto da superfície. (KISNER;COLBY, 2005, p.259).
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A água a temperatura ambiente, e na maioria das variedades dos seus usos terapêuticos
comuns, é um líquido, todos esses líquidos compartilham uma propriedade que é a
viscosidade, que se refere a magnitude do atrito interno do líquido. (RUOTI et al., p.23).
Os movimentos realizados na água, reduz o estresse articular, diminuindo o impacto
sob as articulações e o risco de lesões, além de a flutuação fornecer suporte completo às
gestantes, ajuda a aumentar a amplitude dos movimentos sem a resistência do atrito,
auxiliando a movimentação. Os movimentos aquáticos promovem maior controle sobre a
frequência cardíaca da mãe e do feto, reduz as varizes, melhora o condicionamento físico,
aumenta a resistência muscular e a diurese, além de promover um melhor controle postural
que proporciona analgesia lombar. (VALLIM, 2005).
São recomendados, ainda, para as gestantes, os exercícios que incluem a combinação
de atividades aeróbicas envolvendo grandes grupamentos musculares e atividades que
desenvolvem força de determinados músculos. (CHISTOFALO et al., 2003).
Exercícios realizados sob supervisão, adequados para cada época e circunstância
gestacional, sendo realizados em ambientes apropriados e para mães motivadas, sem intuitos
de competição e/ou desempenho incentivado, são, sem dúvida, benéficos, tanto para mãe
quanto para o feto. (Marques e Silva, 1993).
O principal objetivo da hidroterapia para gestantes é promover exercícios que tragam
benefícios e sejam seguros, para estimular uma boa postura. Nas sessões serão incluídos
exercícios de aquecimento e alongamento dos principais grupos musculares, exercícios para
força e resistência muscular, uma sessão aeróbia, resfriamento e alongamentos e relaxamento.
(CAMPION et al.,2000, p.300).
Os exercícios de aquecimento foram planejados para mobilizar as articulações,
promover a circulação e o aquecimento dos músculos. Esses exercícios devem aumentar
gradualmente a frequência cardíaca e a taxa em que sua intensidade aumenta deve estar
engrenada ao próprio paciente. Alguns exercícios como levantamento dos calcanhares, dobrar
os joelhos, círculos com os ombros, levantamento dos joelhos, são exercícios de aquecimento.
(CAMPION et al.,2000, p.301).
Os exercícios de alongamentos são indicados para ajudar no equilíbrio da musculatura
dorso-lombar, abdominal e do assoalho pélvico, assim como exercícios respiratórios, por
favorecerem uma maior consciência corporal, levando ao relaxamento e auxiliando no parto.
(SANTOS et al., 2007).
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Conclusão
Pode-se concluir que através das propriedades físicas da água, o empuxo e a pressão
hidrostática, juntos, reduzem o peso corpóreo da gestante, auxiliam no retorno venoso e
condicionam o coração, diminuindo o risco de lesão musculoesquelético e os edemas
gravitacionais. Através das propriedades naturais da água aquecida relaxa e sustenta o peso
corporal.
Há diminuição das varizes, controle maior sobre a frequência cardíaca materna, um
aumento da diurese, diminuição da formação de edema, alivio sintomatológico doloroso,
como as lombalgias, a melhora da circulação de retorno venoso, tanto linfático quanto venosa,
reeducação postural, melhora do tônus muscular são alguns dos benefícios que a hidroterapia
pode oferecer na face gestacional. Entretanto as atividades exercidas no período pré-natal a
maioria dos autores citam que só poderão ser feitas após os 3 meses gestacional. Sendo
comprovado a eficiência da hidroterapia, sendo adequada a gestante no período especifico de
vida das mulheres gestantes.
Concluímos também que há muitos benefícios que a hidroterapia causa na mãe no
feto, que são de grande importância na hora do parto e no bem-estar da gestante. Além de
aliviar tensões do dia a dia, no controle de ganho de peso durante a gestação, na circulação, na
respiração, reduz o risco de lesões, melhora dores lombares entre vários outros benefícios. Os
exercícios pré-natais na água são fornecidos para proporcionar uma sensação de bem-estar e
nos momentos de desconforto. Tem benefícios também quando a gestante apresenta
lombalgia, pois diminui a dor, por meio da água aquecida que reduz a sensibilidade das
terminações nervosas sensitivas, promovendo um relaxamento muscular geral, reduzindo a
sensibilidade à dor, reduzindo espasmos musculares e consequentemente melhorando o
equilíbrio e postura.
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P á g i n a | 71
Intervenção da Fisioterapia na Microcefalia
Taís Caroline Escudeiro Seti1
Tânia Mara Estinati Araújo2
Gustavo Naxara Oscko3
Resumo
Este trabalho relata a atuação da fisioterapia nas crianças de zero a três anos de idade
acometidas pela microcefalia, por meio de revisão bibliográfica. Intervenções já estudadas
servirão de auxílio para fisioterapeutas como guia para o tratamento neurológico na população
estudada. A microcefalia é uma condição neurológica que se caracteriza por anormalidades no
crescimento do cérebro dentro da caixa craniana, acarretando disfunções neurológicas e
anormalidades no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Esta patologia apesar de
muito antiga, era até então pouco estudada, provavelmente devido à baixa incidência. Com a
mudança do quadro epidemiológico, o que se observa é a falta de profissionais habilitados
para tratar estas crianças, incluindo o fisioterapeuta. O intuito desse trabalho é fornecer
alternativas de tratamento aos profissionais
.
Palavras-chave: Microcefalia – Tratamento - Fisioterapia
Abstract
This work reports the performance of physical therapy in children from zero to three years of
age affected by microcephaly, through a bibliographic review. Interventions already studied
will serve as aids for physiotherapists as a guide for neurological treatment in the studied
population. Microcephaly is a neurological condition that is characterized by abnormalities in
brain growth within the cranial cavity, causing neurological dysfunctions and abnormalities in
the child's neuropsychomotor development. This pathology, although very old, was until then
little studied, probably due to the low incidence. With the change in the epidemiological
picture, what is observed is the lack of professionals qualified to treat these children,
including the physiotherapist. The purpose of this paper is to provide alternatives for
treatment to professionals.
Keywords: Microcephaly – Treatment – Physiotherapy
1
Graduando do Curso de Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga FTGA. [email protected]
Graduando do Curso de Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga FTGA. [email protected]
3
Professor Me. do Curso de Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga FTGA [email protected]
2
P á g i n a | 72
Introdução
Para Fonseca et al. (2006, p. 60), a microcefalia é definida como uma importante
diminuição da circunferência cefálica, sendo inferior ao percentil 5 ou 2 desvios-padrão
abaixo da média. Geralmente é detectada após 24 semanas, fazendo com que o diagnóstico
seja mais fácil com o avançar da gestação.
Nos últimos três anos cerca de 1,2 mil bebês (até 8% do total analisado) nasceram
com a patologia, uma média de 400 registros ao ano. Hoje, o Ministério da Saúde investiga
cerca de 3,8 mil casos suspeitos da doença destes, 462 já foram confirmados. (BRETAS,
2016)
Esta patologia decorre de uma produção baixa de neurônios durante a embriogênese,
que pode estar associada ou não a alterações estruturais. (EINA, 2016). Portadores de
microcefalia podem apresentar além da deformidade craniofacial, característica do transtorno,
déficit intelectual, atraso nas funções motoras e de fala, distorções faciais, nanismo ou baixa
estatura, hiperatividade, epilepsia, dificuldades de coordenação e equilíbrio, dentre outras
alterações neurológicas. (BRUNA,2015)
A microcefalia não apresenta tratamento, mas existem métodos para amenizar os
efeitos da sua ocorrência, no que diz respeito ao desenvolvimento neuropsicomotor da
criança, principalmente entre zero e três anos, que é o intervalo considerado de maior
importância para iniciar a estimulação precoce na criança diagnosticada com a patologia.
Como não é possível reverter o quadro da doença depois de instalado, o que se deve fazer é
utilizar terapias que venham melhorar a qualidade de vida da criança. (TECKLIN, 2002)
A Fisioterapia representa um papel importante na vida da criança com microcefalia,
pois atua de forma preventiva e interventiva por meio da estimulação precoce; da prescrição
de equipamentos auxiliares quando preciso; da integração sensorial; da terapia lúdica; da
tecnologia assistida; da orientação familiar e; por fim no que se diz respeito às orientações
para que a inclusão escolar aconteça. (TECKLIN, 2002)
Microcefalia
A microcefalia tem como definição “Perímetro Cefálico menor que 2 desvios-padrão
(DP) abaixo da média em relação à crianças do mesmo sexo e idade.” (HARRIS, 2013).
P á g i n a | 73
As criança com microcefalia geralmente apresentam alguns tipos de deficiência, incluindo
P á g i n a | 74
déficit intelectual e atraso no desenvolvimento neurológico. (VON DER HAGEN et al.,
2014). Entretanto, pode-se encontrar cérebros dentro desses padrões exibindo um QI normal.
(EINA, 2016)
Apesar da definição não ser padronizada, há consenso quanto a ocorrência de um
perímetro cefálico (PC) abaixo do padrão das curvas apropriadas para idade e gênero. Um PC
baixo indica, de modo geral, um cérebro pequeno. Cerca de 90% das microcefalias estão
associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar que podem ter o
desenvolvimento cognitivo normal. (Protocolo Epidemiológico Microcefalia)
Etiologia
A microcefalia decorre de uma produção baixa de neurônios durante a embriogênese,
que
pode
ou
não
estar
associada
a
alterações
estruturais. Pode
ser
por
causa genética ou insultos por infecção, toxicidade, problemas circulatórios, drogas, etc., que
ocorrem durante a gestação ou mesmo precocemente na vida pós-natal. Em geral está
associada a outras anormalidades cerebrais. (EINA, 2016)
Incidência
Nos últimos três anos, cerca de 1,2 mil bebês (até 8% do total analisado) nasceram
com a patologia – uma média de 400 registros ao ano.
Hoje, o Ministério da Saúde investiga cerca de 3,8 mil casos suspeitos da doença –
onde, 462 já confirmados.
Isso revela que o surto atual já é parte da realidade do brasileiro há um bom tempo.
(BRETAS, 2016)
Diagnóstico/Prognóstico
O diagnóstico da microcefalia intra-útero é feito quando a medida da circunferência
cefálica (CC) é inferior a 2 desvios padrões (DP) do limite inferior da curva de normalidade
para a idade gestacional, e o diagnóstico de microcefalia em bebês que nascem com perímetro
cefálico (PC) menor que o normal, que é habitualmente maior que 33 cm.(XIMENES, 2015)
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Tratamento multidisciplinar
O diagnóstico de microcefalia pode despertar nos pais uma série de emoções, como
medo, preocupação, tristeza e culpa, portanto é importante buscar ajuda de uma equipe
profissional de confiança. Os pais são orientados a procurar médicos, professores e terapeutas
de sua confiança. (GUERREIRO, 2013)
Fisioterapia na Microcefalia
Para que o fisioterapeuta possa atuar de maneira eficaz na população diagnosticada,
este deve ser capaz de reconhecer os processos do desenvolvimento neuropsicomotor da
criança, usando de modelos teóricos que possam embasar sua prática, apoiados em uma
formação apropriada para usarem das melhores estratégias de avaliação e tratamento para
minimizar as deficiências e promover o máximo de independência e qualidade de vida para
essas crianças (KANDEL et al., 2014).
A fisioterapia neurofuncional julga atualmente o sistema sensoriomotor como um
sistema de percepção/ação que explora ativamente o meio ambiente para satisfazer seus
próprios objetivos de forma dinâmica. (SHUMWAY-COOK; WOOLLACOTT, 2010).
Os processos de aprendizagem e controle motor, as avaliações e intervenções feitas
pelo fisioterapeuta neurofuncional, são baseados nos avanços da neurociência, no surgimento
de novas teorias do aprendizado e controle motor e na compreensão da neuroplasticidade. O
aprendizado motor, o controle motor e a neuroplasticidades são resultados da interação
indivíduo, ambiente e tarefa.
Desta maneira, a fisioterapia neurofuncional em pediatria é primordial para possibilitar
à criança a ganhar habilidades motoras e interação com o ambiente, prevenindo ainda
deformidades e contraturas que podem piorar seu quadro motor e comprometer outros
sistemas. Evidências na literatura mostram que a intervenção precoce, a prática, a repetição, a
motivação, a experiência e o ambiente enriquecido favorecem
o processo de
neuroplasticidade, isto é, às mudanças estruturais no sistema nervoso na organização e na
quantidade de conexões entre os neurônios (BASU, 2014; CARR; SHEPHERD, 2003).
Para uma boa intervenção precoce, deve-se considerar que os melhores instrumentos
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preditivos são idade-dependentes (CAMPBEL et al., 2008).
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Com base na avaliação, o fisioterapeuta deve ser capaz de identificar o principal
problema, e a partir daí traçar o seu diagnóstico, estabelecer metas e coletar dados para
determinar os resultados obtidos com a intervenção. De acordo com os dados coletados
durante a avaliação, é importante oferecer orientações aos cuidadores. Para relatar a evolução
do paciente, são recomendadas avaliações periódicas (CARR; SHEPHERD, 2003).
As estratégias de tratamento fisioterapêutico devem fazer com que a criança entenda a
terapia como tratamento, porém que não seja uma tortura para a mesma, e sim uma
motivação. Uma das maneiras de se alcançar isto, é usando de estratégias lúdicas, onde o
objetivo principal é fazer a criança repetir as tarefas propostas fornecendo vários tipos de
feedback como o conhecimento de resultado e de desempenho e não a deixando perder a
motivação (CARR; SHEPHERD, 2003).
Estimulação Precoce
É no período de 0 a 3 anos que o indivíduo é mais suscetível a transformações
provocadas pelo ambiente externo, por esse motivo, a plasticidade neural fundamenta e
justifica a intervenção precoce para bebês que mostram risco potencial de atrasos no
desenvolvimento neuropsicomotor. (LIMA; FONSECA, 2004)
O ponto de partida do tratamento são os eventos plásticos de reorganização que
ocorrem em decorrência de uma lesão cerebral, no qual os estímulos sensitivo-motores devem
ser conduzidos do mais simples até que alcancem, através do aumento progressivo no grau de
dificuldades, uma complexidade funcional maior. (FORMIGA; PEDRAZZANI; TUDELA,
2010, p.46)
Segundo Tudella et al, 2004, quando o tratamento é iniciado pecocemente, até o quinto
mês de idade, em crianças com diagnóstico de paralisia cerebral, há significamente mais
benefícios ao desenvolvimento neuromotor em comparação ao tratamento realizado após essa
idade.
Formiga, Pedrazzani e Tudela (2010), estabaleceram as principais metas de uma
programa de intervenção precoce, nas quais compreendem:
1. Por meio da estimulação em nível ambulatorial e também em seu ambiente natural,
aumentar o potencial de cada criança inserida no programa, estabelecendo o ritmo e a
P á g i n a | 78
velocidade dos estímulos, e apontando, na medida do possível, um perfil de reação.
2. Fortalecer a ajuda dos pais ou responsáveis, fazendo com que eles interajam com a
criança de forma a estabelecer mutualidade precoce na comunicação e afeto, prevenindo de
patologias emocionais e cinestésicas.
3. Fornecer um ambiente agradável para a realização das atividades que são
necessárias para o desenvolvimento da criança.
4. Orientar os pais e a comunidade sobre as possibilidades de acompanhamento desde
o período neonatal até a fase escolar.
5. Articular um modelo de atuação multiprofissional e interdisciplinar.
6. Dissipar informações encorajando e auxiliando a criação de novos programas de
estimulação precoce.
É por meio da abordagem proprioceptiva que irá ocorrer a estimulação das funções
motoras, visando proporcionar a sensação de onde se localizam as partes de seu próprio
corpo, no espaço, com maior diversidade de experiências sensitivas/motoras e favorecendo
praxias do sistema sensório motor oral e do próprio toque. (BARATA; BRANCO, 2010)
O estímulo deve ser iniciado o quanto antes, pois quanto mais tarde a estimulação,
mais defasado estará o seu desenvolvimento motor, em conjunto com a perda na área
sensorial, resultando na perda da noção do espaço, esquema corporal, percepção, que poderá
ajudar na falta de atenção ou dificuldades cognitivas. (Ministério da Saúde)
A meta principal da estimulação precoce é se beneficiar desse período crítico para
estimular a criança a ampliar suas competências, tendo como referência os marcos do
desenvolvimento típico e desta forma, diminuindo os efeitos negativos de uma história de
riscos. (PAINEIRAS, 2005)
Assim como o aprendizado, a recuperação da função pode ser caracterizada por uma
continuidade de mudanças funcionais a curto prazo que ocorrem no momento após a lesão,
para mudanças estruturais a longo prazo como o remapeamento do córtex sensorial ou motor.
O cérebro é mais plástico e receptivo a intervenções nas lesões cerebrais no início da
vida comparado a lesões na idade adulta (YANG et al., 2013).
P á g i n a | 79
Segundo KOLB et al., 2001, geralmente o cérebro é especialmente plástico após a
conclusão da migração neuronal durante os processos de crescimento e formação de sinapses
estão altamente ativos. HADDERS-ALGRA, 2001, diz que isso quer dizer que uma elevada
plasticidade pode ser esperada até 6 a 8 meses após o nascimento do bebê a termo. Segundo
YANG et al., 2013 e BASU, 2014, este período é essencial para uma recuperação funcional
mais próxima possível do normal, indicando que o quanto antes é a intervenção, melhor o
prognóstico.
Quando iniciados antes do 9º mês de vida, os programas terapêuticos apresentam
maiores ganhos nas habilidades motoras e pessoais comparados a programas iniciados mais
tardiamente (SHONKOFF; HAUSER-CRAM, 1987; SHARKEY et al., 1990).
O maior objetivo da estimulação precoce é desenvolver e potencializar, por meio de
exercícios, jogos, atividades, técnicas e demais recursos, as atividades do cérebro das
crianças, beneficiando seu lado intelectual, físico e afetivo. O estímulo precoce deve visar a
estimulação de atividades funcionais ou atividades onde a criança consiga ver algum objetivo
para o exercício praticado. Este tipo de atividade beneficia a motivação, a repetição e a
tranferência daquela atividade a outras situações do dia a dia da criança (CARR;
SHEPHERD, 2003).
O tipo de intervenção fisioterapêutica benéfica em crianças prematuras é diferente da
intervenção eficaz em crianças que tenham nascido a termo. Os bebês prematuras se
beneficiam mais de intervenções que imitem o ambiente intrauterino, já os bebês a termo, de
intervenções específicas por meio de tarefa orientada. Isto é, o tipo de intervenção e o grau de
maturação do SNC interferem no resultado motor da criança (BLAUW-HOSPERS;
HADDERS-ALGRA, 2005).
Prescrição de Equipamentos Auxiliares
O fisioterapeuta é responsável pela indicação do uso de órteses para a manutenção do
alinhamento biomecânico, facilitando assim a execução de algumas tarefas motoras, além de
prevenir encurtamentos e deformidades futuras. É importante lembrar que o quanto antes
esses equipamentos forem usados e as intervenções fisioterapêuticas forem realizadas, melhor
será o prognóstico da criança. (ULRICH
et al., 2001)
P á g i n a | 80
Tecnologia Assistida
Por meio de testes e escalas de desenvolvimento padronizados, são detectados
precocemente alterações, levando a uma intervenção terapeutica mais rápida e eficaz. As
escalas de desenvolvimento fornecem valiosas informações sobre o npivel de operação da
criança ou sobre os marcos alcançados por ela. (FORMIGA; PEDRAZZANI; TUDELA,
2010) As avaliações são realizadas por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fisiatras e
nerologistas.
Os testes tem como principal contribuição quantificar e qualificar o desempenho
motor em diferentes domínios, e isso permite ao avaliador metas mais realísticas de
tratamento, nortear ações terapêuticas com eficiência e eficácia e demonstrar objetivamente
para a família os ganhos alcançados pela criança. (Ministério da Saúde)
Os principais aspectos avaliados são sinais neurológicos precoces anormais no período
neonatal; as aquisições motoras de crianças em diferentes faixas etárias; a qualidade do
movimento, controle e alinhamento postural, equilíbrio e coordenação e até o desempenho
funcional de crianças na realização das atividades de vida diária. (Ministério da Saúde)
Instrumentos mais utilizados para avaliação do desenvolvimento motor:

Test os Infant Motor Performance (Timp)
Avalia a postura e o movimento infantil, pode ser utilizado em recém-nascidos de 32
semanas
de
idade
gestacional
até
quatro
meses
de
idade
corrigidal.
<https://www.infantmotortest.com/>

Alberta Infant Motor Scales (Aims)
O objetivo do teste é avaliar as aquisições motoras de criança até os 18 meses de idade.

Motor Assesment os The Developmental Infant (Mai) (PIPER; DARRAH, 1994)
Avalia o desenvolvimento motor de crianças até um ano de idade, que mostram alto risco
para distúrbios motores, como contribuição para estabelecimento de base para intervenção
preoce.

General Movements (GM)
P á g i n a | 81
Proposta por Precchetl e Beintema, 1977, onde se constitui em um exame neurológico
utilizado para avaliação do RN, com o intuito de detectar precocemente sinais neurológicos
anormais no período neonatal.
Terapia Lúdica
Para que a criança obtenha outras habilidades motoras, é importante trabalhar os
componentes do movimento necessários para a tarefa que lhe foi designada. O fisioterapeuta
deve usar de estratégias que estimulem a execução da tarefa de maneira independente. O
fisioterapeuta deve ter flexibilidade para atender crianças na faixa etária de 0-3 anos. O uso de
equipamentos como rolos, bolas, bancos e espelhos pode ser bem vindos para aumentar o
feedback fornecido a criança e ajudá-la na realização da tarefa. O treinamento muscular pode
ser potencializado com o usado de resistência ao movimento, mudança nas características dos
objetivos utilizados para a realização da tarefa. (UYANIK et al., 2010)
Segundo CARR; SHEPHERD, 2003, o treinamento realizado com a criança deve ser o
mais semelhante possível à função almejada. Para SHUMWAY- COOK e WOOLLACOTT,
2003, é necessário que o treinamento da tarefa seja repetido várias vezes e com a maior
freqüência possível no mesmo atendimento, para que as mudanças plásticas geradas pela
intervenção ativa específica se consolidem. GOBBO e O’MARA, 2004, afirmam que o
ambiente deve ser enriquecido, estimulando e desafiando a criança para a execução da
atividade específica.
Segundo Formiga, Pedrazzani e Tudela, 2010, o contato da criança com o corpo do
fisioterapeuta é importante, das pessoas que estão ao seu redor, os brinquedos e brincadeiras,
dando a criança o apoio afetivo, a segurança e o equilíbrio de que lhe é necessário para
crescer em harmonia com o meio em que vive. Para que isso ocorre, é necessário observar que
a quantidade de estímulos utilizados deve estar estreitamente relacionada à capacidade, ao
interesse e às possibilidades de cada criança. A criança não deve ser forçada e nem cansada,
pois nessa relação é essencial ter reconhecimento de suas necessidades e da medida exata de
estímulos para suprí-las.
P á g i n a | 82
Orientação e Participação da Família
A família está diretamente ligada ao processo de recuperação funcional da criança, as
crianças que convivem em ambientes pouco estimulantes apresentam piora no seu prognóstico
funcional (FINNIE, 2000).
Algumas considerações
Este trabalho evidenciou que a importância da fisioterapia no tratamento da criança
com microcefalia se mostra mais eficaz quando a estimulação precoce é realizada entre 0 e 3
anos.
Além de todo conhecimento técnico necessário para que o tratamento seja realizado
com êxito, os responsáveis pelos pacientes deverão ser orientados pelo fisioterapeuta quanto a
inclusão social.
Referências
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EINA, 2016. Distúrbios de Desenvolvimento Embriológico, 2016. Disponível
em:<http://www.enscer.com.br/material/artigos/eina/deficiencias/micro.php>. Acesso em: 26
de abril 2016.
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http://www.minhavida.com.br/saude/temas/microcefalia>. Acesso em: 09 de março 2016.
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3 anos com Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor Decorrente da Microcefalia,
2016. Disponível em:<
http://www.saude.go.gov.br/public/media/ZgUINSpZiwmbr3/20066922000062091226.pdf>.
Acesso em: 10 de junho 2016.
P á g i n a | 83
Parecer sobre estimulação precoce e microcefalia, 2016. Disponível
em:<http://abrafin.org.br/wp-content/uploads/2015/02/PARECER-MICROCEFALIA.pdf>.
Acesso em: 10 de junho 2016.
PERNAMBUCO. Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. Secretaria Executiva de
Vigilância em Saúde. Protocolo Clínico e Epidemiológico para investigação de casos de
microcefalia no estado de Pernambuco. Versão N° 02. Pernambuco: Secretaria Estadual de
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TECKLIN, J.S. Fisioterapia Pediátrica - Tecklin. 3ª Edição.São Paulo: Artmed, 2002
XIMENES, Renato. Diagnóstico de microcefalia: informações importantes, 2015.
Disponível em:< http://cbr.org.br/diagnostico-de-microcefalia-informacoes-importantes/>.
Acesso em: 26 de abril 2016.
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ÉTICA NA UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIA E REDES
SOCIAIS NO AMBIENTE CORPORATIVO
Alessandra Matias da Silva1
Sara Mesquita Pinotti2
Orientador: Profº. Dr. Eduardo José Aloia3
RESUMO
Mídias como Facebook, twiter, blogs, entre outras se aperfeiçoaram e se tornaram
ferramentas úteis para as empresas que aderiram à essas tecnologias, devido ao fato de
economizarem tempo, dinheiro e auxiliarem na educação, no cotidiano e no trabalho das
pessoas e das organizações, o que proporciona o aumento da qualidade dos serviços ou
produtos oferecidos e como consequentemente agrada aos clientes. Este trabalho se propõe a
apresentar como as mídias sociais invadiram o cotidiano das pessoas e das corporações. Com
isto em mente, as redes sociais são apresentadas, mostrando como elas podem servir de
ferramentas para as empresas crescerem e se destacarem no competitivo mercado de trabalho,
suas vantagens e desvantagens, e as mudanças na forma de gestão e as análises de conteúdo
em redes sociais como instrumento de pesquisa.Qualidades importantes das mídias sociais
que apresentam diferenciais competitivos às empresas foram discutidos, especificamente
como elas otimizam tempo, possibilitam um atendimento mais eficiente, diminuem custos e
ainda possibilitam às empresas encontrarem clientes em potencial em qualquer lugar do
mundo.
Palavras-chave: mídias sociais, empresas, ferramentas.
1
Aluna do 8º Período do curso Superior de Administração da Faculdade de Taquaritinga.
[email protected]
2
Aluna do 8º Período do curso Superior de Administração da Faculdade de Taquaritinga.
[email protected]
3
Professor Doutor, do curso Superior de Administração da Faculdade de [email protected]
P á g i n a | 85
2
ABSTRACT
Media like Facebook, Twitter, Blogspot, Wordpress, among others, have improved
and become useful tools for companies that joined to this technologies, due to the fact that
save time, money and assist in education, daily life and work of people and organizations,
which provides increased quality of services or products offered and consequently appeals to
customers. This study aims to present how social media invaded the daily lives of individuals
and corporations. With this in mind, social networks are presented, showing how they can
serve as tools for companies to grow and excel in the competitive job market, their advantages
and disadvantages, and the changes in management and content analysis in networks social as
a research tool. Important qualities of social media that have competitive advantages
companies were discussed, specifically how they optimize time, enable a more efficient
service, reduce costs and enable companies to meet potential customers anywhere in the
world.
Key – words: social medias, companys, tools.
INTRODUÇÃO
A evolução do mundo tecnológico exige que as corporações adotem várias mídias
que até então eram utilizadas apenas para uso pessoal. Isso as ajuda a melhorar seu contato
com os clientes, a promover negócios e a publicidade se tornou praticamente gratuita. Hoje
em dia, a empresa que não se “digitalizar” vai se tornar obsoleta.
Além disso, esse avanço da tecnologia possibilitou o envio e o acesso imediato de
informações. Acontecimentos sociais, crises políticas, racismo, preconceito de todas as
espécies e opiniões que podem gerar prejuízo ou que denigrem a imagem de outras pessoas
são a todo o momento objeto de postagem nas mais variadas redes sociais.
As redes sociais como facebook, twiter, instagram, entre outras, possibilitam uma
conexão de 24 horas na vida das pessoas, ocupando mentes e tempos, assim como todas as
opiniões sobre quaisquer assuntos são imediatamente divulgadas.
Não só opiniões são divulgadas, mas também qualquer fato ou ato são divulgados,
como um acidente, o almoço de alguém, ou a ida ao banho, o famoso “partiu banho”. Dessa
forma a vida das pessoas resta quase totalmente exposta.
P á g i n a | 86
3
Essas informações ainda que pareçam inúteis ou inofensivas podem ser usadas a
favor ou contra quem as emitem? As empresas separam vida e opiniões pessoais da vida
profissional?
O mercado profissional está cada vez mais competitivo e as empresas mais exigentes,
com capacidade de observar os atos de qualquer candidato por meio das redes sociais.
METODOLOGIA
Na elaboração deste trabalho foi utilizada revisão bibliográfica disponível
relacionada ao tema. Também foram utilizadas imagens para ilustração.
1. AS MUDANÇAS E TRANSFORMAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES
Segundo Chiavenato (2010, p. 2-34), as organizações para que não se tornem
obsoletas devem acompanhar a ágil e intensa mudança que ocorre no mundo tecnológico,
econômico e social.
As mudanças organizacionais podem ser classificadas como: A Era Industrial
Clássica, a Era Industrial Neoclássica e a Era da Informação.
A primeira se desenvolveu a partir da industrialização, fase na qual as pessoas eram
consideradas recursos de produção, juntamente com outros recursos como máquinas, capital
etc. A segunda, surgiu à partir da década de 1950, época em que surgiu o departamento de
Recursos Humanos, e se estendeu até a década de 1990, tornando o modelo estruturalista
baseado na velocidade do progresso com abertura de comércios e indústrias,modelo na qual
os funcionários foram considerados como recurso funcional.
E a terceira, a “Era da Informação” se iniciou na década de 1990. Nessa época houve
uma mudança na arte da tecnologia, incluindo a modernização dos aparelhos telefônicos,
televisões e computadores cada vez mais diversificados, exigindo que a equipe produza seus
serviços em tempo real e com destaque diante de um mercado competitivo. (CHIAVENATO,
2010, p. 34-38).
Nesta última concepção, as pessoas deixam de ser simples recursos (humanos), para
se tornarem seres dotados de inteligência, capacidade, criatividade,
conhecimento,
P á g i n a | 87
4
habilidades, personalidades que não só compõem uma estrutura organizacional, mas
caracterizam a inovação em um processo global de reestruturações mercadológicas.
1.1 A Gestão na Era da Informação
Chiavenato (2010, p. 37-40) menciona a era da informação como a explosiva
expansão das tecnologias. Com aparelhos cada vez mais evoluídos, as informações cruzam os
continentes em milésimos de segundos. Surge então as organizações virtuais, que não são
limitadas pelo tempo, espaço ou distância, ou seja, as pessoas podem trabalhar em qualquer
lugar ou em casa por exemplo, em tempo real. Os gerentes devem buscar conhecimento e
inovações para poder liderar na era digital.
As pessoas agora são parceiras da organização, com colaboração ativa e eficaz no
propósito e crescimento da empresa e acompanhamento da ágil mudança da tecnologia,
garantindo destaque da concorrência com inteligência, habilidades, conhecimentos e
capacidades para desenvolver tecnologias que podem ajudar no crescimento sustentável das
empresas.
2. O IMPACTO DAS TECNOLOGIAS NO COTIDIANO
2.1 A influência das Tecnologias de Informação na vida das pessoas
Barbosa; Silva (2010, p. 02) afirmam que as tecnologias estão evoluindo muito
rápido, causando impacto nas nossas vidas e tornando-a dependentes dela. É difícil encontrar
pessoas que ainda não tenham tido acesso à internet, independente da classe social.
Citando algumas evoluções temos os aparelhos eletrônicos que utilizamos no dia-adia, a máquina fotográfica, as máquinas de lavar louças, ou roupas, o forno micro-ondas.
Esses aparelhos possuem várias funções que podem ser controladas facilmente, apenas com
botões digitais.
Os jogos eletrônicos com imagem em 3D, de impressionantemente semelhança com
P á g i n a | 88
o real e difícil a percepção de erros, os aparelhos de TV digital, os carros completamente
automatizados com função de voz e comando (BARBOSA; SILVA, 2010, p.02).
Na área da saúde vimos a crescente tecnologia nos aparelhos para exames e
diagnósticos em alta definição e até para realizar cirurgias a laser sem a necessidade de
incisão cirúrgica.
As contas mensais como as de energia elétrica, água, cartão de crédito ou qualquer
outro boleto que podem ser impressos, acessados em casa ou em qualquer lugar e podem ser
pagos em bancos, casas lotéricas, pelo caixa eletrônico de qualquer agência bancária, ou até
mesmo pelo celular (BARBOSA; SILVA, 2010).
Figura 1: Pagamento de contas pelo celular
Fonte:Oliveto, 2015.www.oimparcial.com.br
Qualquer objeto pode ser observado em forma de tamanho, cor, material, etc., e
comprados de qualquer aparelho eletrônico como computador, tablet, ou celular, em qualquer
lugar do mundo, bem como a realização das compras podem ser feitas sem sair de casa ou até
mesmo no período de trabalho, e chegam ao endereço desejado.(BARBOSA; SILVA,2010)
2.2 A influência das Tecnologias de Informação na educação
Na educação a tecnologia criou mais conteúdos didáticos como: e-books, artigos,
jornais, conteúdos de concursos públicos com ampla quantidade de materiais, vídeos,
exploração de atividades virtuais, e muitas atividades que podem ser assinadas mensalmente e
adquiridas pela internet (BARBOSA; SILVA,2010, p. 03).
Ensinam ainda Barbosa; Silva (2010), que um curso superior pode ser realizado
P á g i n a | 89
desde a inscrição até a realização de suas aulas à distância e em tempo real através de vídeo-
P á g i n a | 90
aulas. “A Organização das Nações Unidas (ONU) acaba de criar uma universidade on-line de
ensino a distância em escala mundial: a University of the People.”
2.3 A influência das Tecnologias de Informação no trabalho
Pedimos licença para mais uma vez mencionar a avassaladora presença das mídias
virtuais na vida de muita, muita gente.
A popularidade das mídias sociais tem se espalhado como fogo incontrolável
nos últimos anos. Assim como fogo pode causar pânico por causa de seus
movimentos caóticos e aleatórios, os efeitos ondulatórios dessa tecnologia
estão surpreendendo muitos líderes organizacionais” (JUE; MARR;
KASSOTAKIS, 2011, p. 03).
Como exemplo, daremos o caso da Emergent Solutions, Inc.4. Nesta empresa, as
mídias sociais têm papel importante, como relata a diretora administrativa Chris CavanaughSimmons:
Precisamente um ano atrás, as circunstâncias me forçavam a olhar para as
mídias sociais. Um conhecido me disse que eu deveria explorar os sites de
relacionamento social e as wikis e também recomendou que eu aprendesse
mais sobre elas. A primeira coisa que me inspirou foi o fato de as metas da
Emergent Solutions combinarem perfeitamente com os princípios de uma
wiki: estar aberto, trabalhar conjuntamente, compartilhar e agir globalmente.
Aí eu de fato me interessei em quais eram as possibilidades a ser exploradas.
(JUE et al, 2011, p. 139/140).
O uso das mídias sociais otimizou os processos internos da empresa, influindo até no
tempo em que seus funcionários precisavam permanecer na empresa e tornou o atendimento
ao cliente muito mais rápido, eficiente e com nível de qualidade mais alto. (JUE et at., 2011,
p. 141).
4
A Emergent Solutions, Inc., é uma empresa global líder em consultoria de desenvolvimento sediada em Palo
Alto, Califórnia.
P á g i n a | 91
3. MÍDIAS VIRTUAIS
As comunidades virtuais têm transformado o acesso a comunicação, podendo as
pessoas ter acesso às conversações em qualquer lugar, por exemplo, no trabalho, dentro do
ônibus, nas ruas, ou em qualquer outro lugar, na forma de textos, imagens vídeos, através de
aparelhos eletrônicos.(BARBOSA; SILVA,2010, p.03).
Nas empresas, as redes sociais são utilizadas como meio de comunicação de
marketing, para divulgação e vendas de seus produtos ou serviços.
3.1 Conceitos Básicos
Para Goulart (2014, p. 14), as mídias sociais surgiram das ferramentas vindas da
Web 2.0, que é um programa de aperfeiçoamento de sistemas existentes no surgimento da
web nos anos 90. A Web 2.0 se caracteriza por desenvolver programas de relacionamentos
entre as pessoas e troca de conteúdo entre elas.
Mídias, segundo o dicionário Michaelis (2009), significam “um veículo de
comunicação de divulgação de informações e propagandas, podendo ser por meio de jornais,
revistas, televisão, celulares, computadores”. É um instrumento de agrupamento de pessoas de
forma individual ou coletiva, podendo ser por meio de um site ou comunidades
virtuais.(GOULART,2014, p.15).
As mídias sociais possuem diversas características, como a de participação de
qualquer pessoa de qualquer classe social, desde que tenha acesso a um aparelho eletrônico
com internet; O acesso (limitado) à páginas de outras pessoas, à conversação, que pode ser
unidirecional ou multidirecional, ou seja, as conversas podem ser diretamente a uma única
pessoa, ou a um grupo de pessoas, as comunidades são criadas por interesse pessoal ou por
grupos como de colaboração mútua, e por fim, a facilidade da conectividade entre diversas
mídias sociais.(GOULART,2014, p.15).
3.2 Tipos de Mídias Sociais
As mídias sociais, conforme já citado antes, são páginas ou ambientes on-line de
interação e agrupamento de pessoas, e divulgação de marketing e propagandas, tantos
P á g i n a | 92
pessoais como empresariais. Elas podem ser classificadas de acordo com sua finalidade ou
funções a elas associadas. Para Goulart (2014, p. 16-18), elas podem ser classificadas como:
3.2.1 Redes sociais virtuais:
São redes on-line que permitem a criação de páginas pessoais ou grupais, e que
podem compartilhar conteúdos profissionais ou para familiares, podendo ser optativo o
compartilhamento de modo privativo ou público, como por exemplo, o Facebook e o
MySpace.
3.2.2 Blogs:
Os blogs são como “jornais ou revistas on-line”, na qual qualquer pessoa ou empresa
pode publicar as suas recentes informações, e os leitores podem comentar sobre o assunto,
Blogspot e o Wordpress.
3.2.3 Wiks:
Os Wikis são sites construídos para a editoração de conteúdos geralmente
educativos.Os textos são adicionados pelo dono do site mas podem ser modificados por
qualquer leitor para completa formação dos conteúdos, como por exemplo a Wikipedia.
3.2.4 Podcads:
São sites para a disponibilização de conteúdos em áudio como por exemplo rádios,
que são gravados e podem ser ouvidos em momentos diversos, como a CBN.
3.2.5 Fóruns:
É uma área de conversações on-line para disponibilidade discussões de qualquer
finalidade.
3.2.6 Comunidades de conteúdo:
São ambientes on-line destinados à inserção de conteúdo específico. Esses sistemas
podem ser públicos, ou privativos, com acesso somente as pessoas integrantes do grupo.
3.2.7 Microblogs:
É uma combinação de redes sociais virtuais e blogs, como o Twiter, destinado a
adolescentes, para postarem suas atividades pessoais, as mensagens são curtas e podem ser
integrados em sistema de telefonia móvel.
P á g i n a | 93
Figura 2: Mídias Sociais
9
Fonte: Silva, 2015. http://www.e-commercebrasil.org/
3.3 Vantagens
Esclarece Goulart (2014, p. 21-22) que a grande quantidade de informações que são
depositadas nas mídias pelos usuários, podem trazer vantagens para muitos e para as
empresas.
Uma das vantagens é a liberdade de se comunicar. Essa comunicação pode ser
formal ou informal, mas sendo um marketing feito de forma criativa e de
fácil
convencimento, pode favorecer o aumento significativo de lucro e da rentabilidade favorável.
As vantagens de criar páginas na web é poder divulgar as informações com conteúdo
importantes, atrair pessoas a procedimentos que garantem bons resultados. Não precisa ser um
especialista em informática para conseguir criar páginas para divulgação de seus projetos e
suas vendas, uma ideia logo cria repercussão e sugestões nas mídias.(GOULART,2014, p.
22).
O ato de contribuição pode ser feito de diversos níveis e objetivos, por exemplo, as
pessoas se utilizam de comunidades virtuais para a coleta de opiniões, idéias e como uma
forma de ajudar grupos ou pessoas que demonstrem necessidades. Já as empresas demonstram
participação de inclusão e responsabilidade social para com a humanidade e o meio ambiente.
Compartilhar postagens é um tipo de interação que traz satisfação, um sentimento de
realização, mesmo quando é algo somente para mostrar para os outros usuários. Informações,
propagandas e marketing são gratuitamente publicados. (GOULART,2014, p. 23).
P á g i n a | 94
10
A colaboração entre grupos de ajudar uns aos outros, as ações em conjunto ajuda na
disseminação dos projetos de marketing das empresas, favorecendo a ligeira propagação de
seus novos produtos e de suas novas tecnologias.
3.4 Desvantagens
Assevera Goulart (2014, p. 23) que, em meio a tantas vantagens de se utilizar as
mídias sociais, elas têm possibilitado uma grande abertura de divulgação de informações
pessoais ou coletivas. Quando mal utilizada, ela pode trazer malefícios que podem durar uma
vida toda, por exemplo: uma pessoa que posta suas fotos indecorosas entre amigos ou para o
público, difamando a própria vida, pode ser impossibilitada de garantir um emprego por um
bom tempo principalmente dentro das empresas de sua cidade.
Já uma empresa que tem um de seus líderes ou um funcionário agindo de forma
corrupta e tal fato é demonstrado pelas redes, manchará o nome da empresa, e levará grande
quantidade de tempo para restituí-lo.
Lembrar que os funcionários são usuários das mídias e que podem utilizar de críticas
e comentários negativos em caso de desentendimento na empresa, proporcionando também
riscos relativos à privacidade e a segurança dos dados dela.(JUE et al., 2011, p. 216-217).
4. Atuação das Organizações nas mídias sociais
Assegura Goulart (2014, p. 55) que com a facilidade para abrir páginas nas mídias
sociais, na maioria das vezes de forma gratuita, esse meio de comunicação abriu as portas
para novas estratégias virtuais na utilização da comunicação organizacional, favorecendo a
aproximação das pessoas, ao divulgar suas fotos, histórias e promover eventos.
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado (Ibramerc)
(PORTAL HSM, 2010) corrobora essa questão do baixo investimento ao
afirmar que 40% das empresas entrevistadas contam com apoio de seus
funcionários na gestão da presença em mídias sociais, e que 25% destacam
um colaborador exclusivamente para tal atividade. Apenas 11% optam por
terceirizar o monitoramento e a atualização dos perfis nas tecnologias
sociais.(GOULART, 2014,p. 55).
P á g i n a | 95
11
As organizações, devem promover novidades a todo o momento levando em
consideração a constante briga pela concorrência e o poder de convencimento para ter os
clientes cada vez mais fidelizados. Outro grande desafio é a busca pelo desenvolvimento de
aplicativos que garantem a facilidade de acesso aos sites das empresas nos dispositivos
móveis, o objetivo é aumentar o número de visitas e de vendas que tragam um resultado
satisfatório em uma loja de e-commerce, ou mesmo estabelecimentos comerciais que
divulgam constantemente suas informações.(GOULART,2014, p. 57-68).
4.1 Oportunidades para pequenas empresas
Redes sociais como Facebook por exemplo, por si só oferecem a possibilidade de
divulgação de produtos e serviços, microempreendedores ainda que não tenham
estabelecimento físico podem iniciar uma página simples no facebook, exemplo disso, é a
página https://www.facebook.com/cachorradacom-807184352742458/. Esta página permite
ao empreendedor divulgar e vender seus produtos, combinar por exemplo ponto de
entrega,isto tudo sem um ponto físico. Costa, citado por Goulart (2013, p. 68) afirma que em
2013 “as fanpages” pertencentes as pequenas e médias empresas somavam 15 milhões.
Figura 3: cachorrada.com
Fonte: Pinotti, 2016. https://www.facebook.com
P á g i n a | 96
12
Além das páginas comuns oferecidas por esta rede social, ela ainda cedia desde o
final de 2012 uma consultoria chamada “Rota de Sucesso” para as empresas que investiram
mais de 50 reais por dia. Esta consultoria ajuda os empresários a “criarem uma página,
arquitetarem campanhas e otimizarem resultados”.
Já em 2014 em parceria com o Sebrae o facebook promoveu um curso online a fim
de garantir a inclusão digital dos micro e pequenos empreendedores, mostrando as
oportunidades do meio digital a esses empreendedores. (GOULART,2014, p.68).
5. Análise de conteúdo em Redes Sociais Virtuais
As redes sociais têm dominado a participação tecnológica em todos os ambientes,
desde os que possuem uma prevalência em uso de tecnologia, software e sites para uso
empresarial, ou uma pessoa que não possui um mínimo de conhecimento sobre informática,
mas apenas tem a vontade ou a necessidade de conversar com familiares e amigos em uma
rede social.(GOULART,2014, p.107).
A comunicação nessas redes, contém valiosas informações que esclarecem um
comportamento que pode causar polêmica, processos, danos a outrem, ou mobilizar uma
sociedade a uma necessidade que surgira por uma simples postagem.(GOULART,2014,
p.108)
As empresas possuem acesso a páginas de qualquer pessoa. Através de diversas redes
sociais é possível conhecer a índole e o caráter, principalmente do candidato que se ofereceu
para trabalhar em determinada empresa, fazendo desde já uma avaliação do perfil deste
candidato, excluindo-o talvez, por não ter agradado em suas postagens, o Gestor de Recursos
Humanos.
5.1 Análise de Redes Sociais como instrumento de pesquisa
Para que as redes sociais sirvam de instrumento de pesquisa, pode-se observar alguns
quesitos que facilita a análise de conteúdo de cada usuário, obtendo assim, as informações
desejadas, por exemplo (GOULART,2014, p. 129):
 Se o usuário apresenta dados verdadeiros;
P á g i n a | 97
13
 Se ele permanece constantemente online, indica que não possui uma
ocupação, ou que tem afazeres, mas que permanece “desatento” o tempo todo
conectado nas redes;
 As fotos do perfil são apresentadas de forma ultrajada, podendo causar
até incômodo ao visitador;
 As postagens apresentam assuntos e conteúdo que trazem benefícios
para a sociedade ou para si mesmo, ou se mostram discriminação, desrespeito e
imagens indecorosas,
 Se criam páginas de “ajuda ao próximo” e serviços sociais com
arrecadação de donativos.
Essas e outras podem garantir ou não vagas de emprego no competitivo mercado de
trabalho.
5.2 Como as organizações continuarão a usar as mídias sociais
Sustenta Jue et al.(2011, p. 189-190), que as mídias sociais têm deixado de ser
apenas canais de comunicação para ter grande valor na evolução das organizações e na
contribuição de novos desafios, sendo que na próxima década, será requisito básico no
crescimento de uma empresa e de sua sustentabilidade econômica. Muitas empresas, se
adequarão no processo de implementação de ferramentas que facilitará o agrupamento de
várias comunidades sociais, agregando valor em seu status.
Terá poder na diversidade de línguas, fuso horário, diminuindo custo de viagem,
agilidade de entrega, maior visualização e caracterização dos produtos a serem vendidos, e
aprendizado com diferentes pessoas de diversas etnias.
As organizações terão que omitir o modelo de trabalho convencional que é de 8
horas diárias de trabalho controlado, para se adequar à nova estrutura organizacional mais
liberal e mais lucrativa, trazendo mais eficiência na produtividade.(JUE et al., 2011, p. 191192).
Será constantemente compartilhado conhecimento entre as experiências de grupos e
pessoas, que ajudará a definir novas perspectivas de mercado.(JUE et al., 2011, p. 193).
P á g i n a | 98
14
Conclusão
Quando surgiram as primeiras mídias sociais, as empresas passaram por
transformações consideráveis. Elas “invadiram” o mundo e tornaram-se presentes em todas as
áreas: doméstica, pública e empresarial.
O número de mídias sociais aumentou escandalosamente tornando-se uma
ferramenta importantíssima para as empresas. Elas otimizam tempo, possibilitam um
atendimento mais eficiente, diminuem custos e ainda viabilizam às empresas encontrarem
clientes em potencial em qualquer lugar do mundo.
Noutra via elas podem ser um ponto negativo no momento da contratação, pois, as
empresas comumente observam o perfil de seus candidatos e a depender de suas publicações a
empresa pode entender que o candidato não se encaixa no perfil desejado.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Simone Diniz Junqueira; DA SILVA, Bruno Santana. Interação
Humano-Computador. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 3ª ed, tot. rev. e atual. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2010.
GOULART, Elias E. Mídias Sociais - Uma Contribuição de Análise. Volume 5.
Porto Alegre: ediPUCRS, 2014.
JUE, Artur L, MARR, Jackie Alcade e KASSOTAKIS, Mary Ellen. Mídias sociais
nas empresas: colaboração, inovação, competitividade e resultados. São Paulo: Évora 2011.
P á g i n a | 99
ESTUDO SOBRE OS EFEITOS DO EXERCÍCIO
RESISTIDO EM PACIENTES COM DIFERENTES
FATORES DE RISCO – AVALIANDO AS RESPOSTAS
PRESSÓRICAS.
DAIANA PEREIRA DOS SANTOS QUEIROZ ¹
GREICE CRISTINA GONÇALVES ²
JULIANA APARECIDA SCALIZE ³
Resumo: Nas suas atuações profissionais na área de fisioterapia, tais profissionais
descobrem, invariavelmente, a presença de indivíduos com fatores de risco diversos e
que precisam realizar atividades físicas. Seja este exercício realizado com orientação
médica ou a fim de melhorar o condicionamento físico e a boa forma nas academias. No
sentido de se utilizar um treino resistido adequado, de forma que estes indivíduos
consigam, assim, superar ou manter sob controle as doenças relacionadas aos diversos
fatores de risco estudados nesta revisão devemos buscar o máximo de segurança na hora
de orientá-los. Entre os fatores de risco abordados no presente estudo destacam-se a
Hipertensão Arterial Sistêmica, que é popularmente conhecida como pressão alta;
também, o Tabagismo, o Sedentarismo, e outras doenças e fatores relacionados. Sendo
que o presente estudo apresenta uma pesquisa de levantamento bibliográfico,
especificamente se tratando de revisão de literatura científica, de metodologia
qualitativa acadêmica, onde para conseguir atingir os objetivos da pesquisa, foi feita
assim a análise histórica crítica dos malefícios e benefícios de exercícios resistidos para
determinados grupos de pacientes. De maneira que com este estudo, se espera responder
aos profissionais de fisioterapia se de fato os exercícios resistidos auxiliam
beneficamente como tratamento para hipertensos e demais fatores de risco pretende-se
ainda observar se com auxilio de tal método pode se cuidar com maior presteza e
seguridade das pessoas que apresentam tais quadros ao realizarem atividades físicas
resistidas.
Palavras-Chave: Exercícios Físicos Resistidos, Fatores de Risco, Saúde, Fisioterapia.
2º Congresso de Iniciação Científica INTERUNIESP 2016 – Araraquara, Ibitinga, Jaú, Monte Alto e Taquaritinga.
¹ Faculdade de Taquaritinga/Graduando em Fisioterapia
[email protected]
² Faculdade de Taquaritinga/Graduando em Fisioterapia
[email protected]
³ Faculdade de Taquaritinga/Orientadora
[email protected]
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Abstract:: In its professional performance in the area of physical therapy, such
professionals discover, in their daily routines, invariably, the presence of people with
several risk factors that need to perform physical activities, be it performed under
medical supervision or to fitness in sense of using a resistance training on measurement;
so that these individuals are able to thus overcome or keep under control the diseases
related to the various risk factors studied in this review and case study. Among the risk
factors addressed in this study include the Hypertension, which is popularly known as
high blood pressure; Also, Tobacco, the sedentary lifestyle, and other diseases and
related factors. Since the present study presents a literature survey, specifically when it
comes to scientific literature review, academic qualitative methodology, where in order
to accomplish the research objectives, and was made the historical critical analysis of
the harms and benefits of resistance training certain groups of patients. So that with this
present study, it is expected to respond to the fact of physical therapy professionals
resistance exercises help being beneficial as a treatment for hypertension and other risk
factors and with the aid of such a method can take care of with greater promptness of
people who have such frames when performing resisted physical activities.
Keywords: Physical Exercises resistance, Risk Factors, Health, Physiotherapy.
Introdução
Vivemos uma era onde as pessoas vivem apressadas, com tempo restrito e com
o ritmo de vida cada vez mais frenético, assim a alimentação e a saúde são deixadas em
segundo plano.
A má alimentação regada a “fast foods” e o sedentarismo são consequências
desse estilo de vida que cedo ou tarde acarretam danos á saúde, danos estes que muitas
vezes acabam se tornando fatais.
O principal prejuízo à saúde causado por esses abusos são as doenças
cardiovasculares, desencadeadas por alguns fatores resultantes desta combinação
perigosa. Problemas como hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, alcoolismo,
2º Congresso de Iniciação Científica INTERUNIESP 2016 – Araraquara, Ibitinga, Jaú, Monte Alto e Taquaritinga.
¹ Faculdade de Taquaritinga/Graduando em Fisioterapia
[email protected]
² Faculdade de Taquaritinga/Graduando em Fisioterapia
[email protected]
³ Faculdade de Taquaritinga/Orientadora
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estresse são algumas das causas de doenças cardiovasculares, todas elas ou a maioria
podem ser causadas por este estilo de vida.
Segundo a OMS (s/d) apud Portal Brasil (2014) as principais causas de mortes
prematuras no mundo são as doenças crônicas não transmissíveis, entre elas estão às
cardiopatias, o diabetes e a hipertensão, essas agravadas pelo estilo de vida sedentário, o
consumo do tabaco, o consumo nocivo do álcool, e dietas pouco saudáveis, que vem a
contribuir para que as doenças – consequência desses hábitos – se tornem caso de saúde
pública; e com isto, causando grande locomoção mundial a ponto de a OMS criar a
implantação de ação mundial para a prevenção de doenças crônicas. Este plano
apresenta metas de ação para prevenção e controle dessas doenças e seus fatores de
risco.
A prática de atividades físicas regulares é recomendada para controlar a
hipertensão, redução de peso, controle da diabetes, e por isso se tem estudado a prática
de exercício resistido e seus efeitos de controle e prevenção a estas doenças; Como
também são estudados os seus resultados a curto, médio e longo prazo em grupos de
risco em potencial. Em algum estudo já foi atestado que o exercício resistido tem efeito
hipotensivo (Siqueira; Kemper, 2011). Mas poucos estudos avaliaram os efeitos do
exercício resistido em indivíduos com diferentes fatores de risco, além da hipertensão,
como por exemplo, o hipertenso fumante.
Diante desta constatação fica claro a necessidade e a importância desse estudo,
que tem por objetivo acompanhar indivíduos pré-selecionados para participarem de um
programa de exercício resistido onde vamos analisar o comportamento da pressão
arterial em indivíduos hipertensos, hipertensos fumantes e em normotensos. E ainda
avaliar e comparar a resposta da pressão arterial nestes diferentes grupos de pacientes.
Metodologia
Para alcançar os objetivos da pesquisa, foi feito um estudo qualitativo de cunho
bibliográfico para comprovação cientifica dos efeitos dos exercícios resistidos em
cardiopatas. Análise histórica crítica dos benefícios e malefícios dos exercícios
resistidos para determinado grupo de pacientes.
E avaliar quantificando os resultados obtidos durante a aplicação da pesquisa.
2º Congresso de Iniciação Científica INTERUNIESP 2016 – Araraquara, Ibitinga, Jaú, Monte Alto e Taquaritinga.
¹ Faculdade de Taquaritinga/Graduando em Fisioterapia
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² Faculdade de Taquaritinga/Graduando em Fisioterapia
³ Faculdade de Taquaritinga/Orientadora
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[email protected]
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Os participantes não poderiam ser portadores de deficiências
físicas,
apresentar limitação de movimentos ou ter qualquer problema de saúde que os
impedissem ou colocassem sua vida em risco, por último não podiam apresentar
nenhuma contra indicação aos exercícios.
Todos os voluntários foram devidamente informados sobre os detalhes da
pesquisa, e só foram incluídos na mesma após lerem e assinarem um termo de
consentimento livre e esclarecido.
A pesquisa foi desenvolvida através da aplicação de uma ficha avaliativa e
posteriormente um protocolo de exercício resistido, em um grupo de indivíduos
previamente selecionados, classificados e escolhidos de acordo com a idade, sexo e
fatores de risco pré-estabelecidos.
1. Materiais e métodos
Participaram da pesquisa 6 indivíduos, 3 homens e 3 mulheres, todos eles com
faixa etária entre 40 a 55 anos de idade.
Esse estudo foi realizado em um período de trinta dias, em dias alternados,
totalizando 16 sessões. Cada sessão tinha uma duração de 45 minutos, onde foram
realizadas três series de 15 repetições cada de cada exercício (relacionados na Tabela
II), com intervalo de descanso de 30 segundos entre as séries.
Inicialmente os pacientes foram submetidos a uma avaliação, previamente
elaborada, para a realização desta pesquisa, e depois se iniciou à aplicação do protocolo
de tratamento, também elaborado pelas autoras, para a realização do trabalho. A pressão
arterial foi aferida no início e imediatamente ao final de cada sessão.
Os exercícios realizados foram flexão, extensão, adução, e abdução de membros
inferiores e superiores com os pacientes em pé e em decúbito dorsal. Foram utilizamos
faixas elásticas (theraband 1) com diferentes graus de força especificadas pelas suas
respectivas cores (amarela e azul), halteres de 2 kg e bola suíça.
Sobre a coleta de dados, ela foi realizada individualmente, sendo feita antes e
depois de cada sessão.
1
Faixas elásticas Therabands são definidas como faixas elásticas de esforços físicos; e tem as cores:
amarela que representam esforços de ½ kg; e azul que representam esforços de 1 kg.
P á g i n a | 104
Resultados e Discussão
Visto que a hipertensão arterial atinge um grande número de pessoas, resultando
em um comprometimento grave de saúde, surge a necessidade de buscar um tratamento
mais seguro, eficaz e aprimorado para esse tipo de paciente. Também despertou o
interesse por esse tema pelo fato de não haver um número importante de pesquisa
relacionado o que causa um significativo déficit quando se fala neste assunto.
A HAS é a hipertensão arterial sistêmica, onde se observa um valor pressórico
das artérias de 140 x 90 mm/Hg, mesmo em pessoas que estejam descansadas e
tranquilas.
A hipertensão arterial é considerada um dos principais fatores de risco de
morbidade e mortalidade cardiovasculares, seu alto custo social é responsável por cerca
de 40% dos casos de aposentadoria precoce e de absenteísmo no trabalho em nosso
meio. Devido à magnitude do problema, tem sido constante a preocupação mundial em
ampliar e aperfeiçoar os métodos para diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial.
Assim, diante das novas aquisições científicas e tecnológicas, tornou-se necessária a
revisão dos conceitos e indicações clínico terapêuticas, constantes do documento do II
Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial, produzido em 1994.
Segundo as pesquisas de Boing; Boing (2007) apud Neves (2010, p. 7) a
hipertensão arterial sistêmica (HAS) configura-se como um dos agravos crônicos mais
comuns; e, são a que tem, como repercussões clínicas, as mais graves observadas e
estima-se que em todo mundo, 7,1 milhões de pessoas morram anualmente por causa de
pressão sanguínea elevada e que 45% da carga de doença no mundo seja causadas pela
HAS. Boing (2007) também diz que no Brasil, as doenças do aparelho circulatório são
as principais causas de óbitos a décadas. Quanto à hipertensão, estudos de base
populacional apontam prevalência nas cidades brasileiras variando entre 22% e 44%
(adotando-se como critério pressão ≥ 140/90mmhg) (BOING; BOING, 2007 apud
NEVES, 2010, p. 7-8).
Realizar a medição destas variáveis é fundamental, como bem observam as
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2007), onde afirmam que “em cada
consulta, deverão ser realizadas pelo menos três medidas, com intervalo de um minuto
dentre elas, sendo a média das duas últimas considerada a pressão arterial do
indivíduo”. As diretrizes também ditam que caso as pressões sistólicas e/ou diastólicas
obtidas apresentem diferença maior que 4 mmHg entre elas, deverão ser realizadas
P á g i n a | 105
novas medidas até que se obtenham medidas com diferença inferior ou igual a 4 mmHg,
utilizando-se a média das duas últimas medidas como a pressão arterial do indivíduo .
A tabela 1 fornece maiores detalhes sobre como proceder com as
medições de Pressão Arterial Sistólica e Diastólica.
Tabela 1: Recomendações para seguimento (prazos máximos para reavaliação)*
Fonte: V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2007, p. e33.
A hipertensão arterial pode ser em função de escolhas de estilo de
vida, incluindo tabagismo, atividade física reduzida, estresse e dieta (p.ex.,
ingestão de sal) (Marilyn Moffat Donna Frownfelter et. al., 2008, p.05).
No mundo, pelo menos um terço da população é fumante ativo, o que
equivale à cifra estupenda de um bilhão e cem milhões de pessoas que
fumam. Atualmente, são ceifadas vidas de aproximadamente três milhões e
quinhentas mil pessoas por ano, cerca de uma a cada dez segundos, todas
causadas diretamente pelo uso do fumo. Com previsão catastrófica da
Organização Mundial de Saúde, em 2020 o número de mortes saltará para 10
milhões, sendo a maioria, 70%, nos países pobres e em desenvolvimento,
como o nosso. Serão, portanto, duzentos milhões de seres humanos que
perderão suas vidas para o grande vilão da humanidade, o tabagismo,
simplesmente porque fumam ou estão perto de quem fuma, muitas dessas
pessoas são crianças e adolescentes (TORRES, 2005).
A partir de 1960, surgiram os primeiros relatórios científicos que relacionaram o
cigarro ao adoecimento do fumante. Atualmente, existem inúmeros trabalhos
comprovando os malefícios do tabagismo à saúde do fumante e do não fumante exposto
à fumaça do cigarro. Apesar dos males que o hábito de fumar provoca, a nicotina é uma
das drogas mais consumidas no mundo (DENARC - PR, 2011).
Nota-se assim, que pessoas com HAS e que sejam fumantes, estão duplamente
P á g i n a | 106
em risco.
É deste modo que o I Consenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular (1997)
afirmava que é importante que as pessoas como HAS ou tabagismo
façam,
regularmente, atividades físicas, resistidas ou não.
Os exercícios físicos sempre são uma recomendação médica; isto se deve ao fato
de notada correlação entre uma menor incidência de doenças crônicas não
transmissíveis em indivíduos praticantes de atividades físicas regulares.
O exercício físico, de acordo com Moraes et. al. (2007); Fountoulakis et. al.
(2003), apud Nogueira et. al. (2012) consiste em participar de uma atividade física
planejada, organizada e que se repete, a fim de melhorar a aptidão física e a saúde de
seus participantes podendo propiciar benefícios agudos e crônicos. Dentre eles
destacam-se a melhora no condicionamento físico; a diminuição da perda de massa
óssea e muscular; o aumento da força, coordenação e equilíbrio; a redução da
incapacidade funcional, da intensidade dos pensamentos negativos e das doenças
físicas; e a promoção da melhoria do bem-estar e do humor, além da redução da pressão
arterial (PA) pós-exercício em relação aos níveis pré-exercício.
Segundo a Sociedade de Cardiologia Brasileira (2006) o interesse científico
tem se voltado para a análise dos efeitos cardiovasculares de um outro tipo de exercício
físico, o exercício resistido e, principalmente, para seus efeitos sobre a pressão arterial.
Conforme recomendação citada acima foi desenvolvido um estudo para analisar
o efeito hipotensor do exercício resistido sobre a PA em pacientes onde foi elaborado
um protocolo de exercícios que fosse efetivo para avaliar a resposta pressórica
conforme o termino (término) no período de estudo.
A tabela 2 indica a forma que foram realizados os exercícios resistidos nos
pacientes.
O protocolo de exercícios foi realizado durante 30 dias em dias alternados
totalizando 16 dias de tratamento, cada exercício foi realizado em três séries de 15,
com intervalos de 05 segundos entre as series, e de 30 segundos cada exercício. Antes
de iniciar cada sessão foi aferida a pressão artéria e realizado alongamento global para
aquecimento da musculatura, os exercícios realizados foram de flexão e extensão,
adução-abdução de cotovelo e ombro, elevação e flexão e extensão de quadril ambos
com bola suíça, agachamento em pé com apoio dorsal, abdominal com flexão e
extensão de joelhos alternados usando bola suíça e flexão e extensão de joelho com
theraband.
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Tabela 2: Estudos para analisar o efeito do exercício resistido sobre a PA.
AMOSTRAGEM
PROTOCOLO DE
EXERCÍCIOS
APLICADOS EM
TODOS PACIENTES
PARAMETRO
S
MENSURADO
S
HOMEM
NORMOTENS
O
PA INICIAL
PA FINAL
HOMEM
HIPERTENS
O
PA INICIAL
PA FINAL
HOMEM
FUMANTE
E
HIPERTENSO
MUHER
NORMOTENS
A
Exercícios
resistidos em
dias alternados
com duração
de 30 dias
totalizando 16
sessões de 45
minutos de
duração e 3
series de 15
repetições cada
exercícios.
PA INICIA
PA FINAL
PA INICIAL
PA FINAL
MULHER
HIPERTENS
A
PA INICIAL
PA FINAL
MULHER
FUMANTE
PA INICIAL
PA FINAL
E
HIPERTENSA
RESULTADOS APÓS O
ESTUDO
CONCLUIDO
PA se manteve inicialmente,
vindo a ter redução após a
quinta sessão assim se
estabilizando em uma PA
menor dentro
normal.da PA
Ocorreu
uma do
redução
que inicialmente estava alta
notou-se que após a sétima
sessão paciente apresentava
PA reduzida dentro dos
parâmetros
normais
PA
constantemente
alta
oscilava durante as sessões e
houve uma redução mínima
inicialmente, após a décima
primeira
sessão
a
PA
estabilizou-se dentro do limite
dos
parâmetros
para
hipertensos.
PA
manteve-se
estável
durante as sessões iniciais
tendo uma pequena redução
no decorrer das sessões
PA inicialmente alta oscilando
nas primeiras sessões logo
após a quarta sessão PA se
manteve estável dentro dos
parâmetros
de
pacientes
normotensos.
PA
inicialmente
alta
e
conforme andamento das
sessões
houve
redução,
porém
continuando
hipertensa.sessõ
Somentepacient
nas
quatro
ultimas
nos e
apresent
es
ou
PA
limite
normais.
s
Fonte: Próprios Autores
Utilizamos de comando verbal, para que os pacientes entendessem como
deveria ser realizado o exercício.
Conforme foram realizados os exercícios inicialmente observamos que a PA da
paciente hipertensa feminina oscilou, de forma que a PA apresentada antes do início do
tratamento apresentava-se alta e reduzia após os exercícios mais na próxima sessão a
P á g i n a | 108
PA estava novamente elevada. Mas após a quarta sessão, notamos que a paciente
apresentava a PA final da sessão anterior, ou seja, a paciente manteve seus valores
pressóricos e teve sua pressão arterial reduzida apenas nas últimas sessões. Chegando
ao fim do tratamento com a PA diminuída e estabilizada. Já o paciente hipertenso
masculino se encontrava durante as aferições iniciais de cada atendimento com a PA
elevada e após cada sessão a pressão tinha uma pequena redução mais permanecia
ainda acima ou no valor limite do considerado PA normal, logo após a sétima sessão,
foi observado que a PA inicial do paciente reduziu, e sua PA final mostrou efeitos
hipotensores dos exercícios, paciente finalizou o tratamento com a PA estabilizada e
dentro dos parâmetros para se categorizado como normotenso.
Os pacientes fumantes, tanto feminino quanto masculino mantiveram a PA
elevada tendo diminuições após os atendimentos, mais essas diminuições não foram
suficientes para reduzir a PA ao considerado normal nas sessões iniciais, somente no
decorrer da pesquisa nas sessões finais foi possível notar que a PA dos pacientes
diminuiu mais manteve se no valor limite para ser considerado “normal”.
Os pacientes normotensos de ambos os sexos apresentaram PA normais sempre
em 120/80mmhg e 120/90mmhg nas aferições iniciais, em seguida aos exercícios foi
notado que a PA final diminuía ou mantinha-se. Na quinta sessão houve algumas
alterações na PA dos pacientes que veio a reduzir e se manteve estável não sofrendo
alterações nas sessões seguintes. Ambos os pacientes depois das primeiras sessões,
mantiveram a PA estáveis e normais.
Conclusão
Após os fatos, dados colhidos e analisados cuidadosamente, podemos notar que
veridicamente os exercícios resistidos tem influência sobre a PA.
A prática de exercícios resistidos supervisionado feitos em dias alternados com
uma carga baixa a moderada dividida em três séries de quinze surte efeito muito
relevante no sistema cardiovascular, esse efeito acontece não somente no hipertenso,
mais também no normotenso e em pacientes que tenham algum agravante como o
cigarro.
Os principais achados desse estudo foram:

A Pressão arterial de pacientes hipertenso diminui com exercícios resistidos,
mais a frequência do exercício influencia diretamente sobre a redução da PA,
pois mesmo que a resposta aguda seja hipotensora é necessária uma resposta
P á g i n a | 109
crônica ao exercício para que a pressão se estabilize e continue dentro dos
parâmetros pressóricos.

Em pacientes hipertenso fumante de ambos os gêneros a resposta ao exercício é
mais lenta, e a resposta aguda ao exercício mostra alterações, mas essas não são
tão significativas quanto do hipertenso não fumante, que começaram a sentir o
efeito dos exercícios nas primeiras sessões.

O paciente normotenso também sofre alteração na PA, sendo esses efeitos
imediatos, na forma de resposta aguda. Já a resposta crônica permitiu que a PA
ficasse estável.

Pode- se observar ainda que não houve diferença em relação aos gêneros.
Durante o decorrer do estudo os pacientes relataram que estavam sentindo-se
melhores, com menos cansaço e com mais disposição, além de sentirem uma melhora
drástica na redução de dores e sintomas de doenças pré-existentes. Esses sintomas ou
consequências da prática de exercícios somente se mantem se o paciente continuar com
os exercícios regularmente.
Assim podemos concluir que os exercícios resistidos podem ser utilizados em
pacientes hipertensos, desde que isso aconteça de forma correta e com acompanhamento
profissional. Porém, sugerimos que novas pesquisas sejam feitas.
Referência Bibliográfica
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TORRES, Blancard Santos. Tabagismo: O que você precisa saber. Recife (PE): Ed.
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e
P á g i n a | 111
Família e aprendizagens: a leitura uma influência para a
formação e construção do sujeito leitor e humanista
Gerson Carlos Eduardo¹
Cláudia Camila Ferreira²
Adaiane Claudiene de Sousa Alves³
Resumo: O presente artigo tem por objetivo abordar e refletir acerca do processo de
leitura e sua contribuição para a formação e construção de um sujeito leitor e mais
humanista, ou seja, refletir sobre o desenvolvimento de potencialidades humanas e seus
valores e competências humanas, tendo a família como a primeira instituição
responsável e norteadora no processo educacional do sujeito. Assim, o contexto
discursivo pauta-se numa constante interação por parte da família, valorizando a
importância da aprendizagem em relação à leitura imbuída da literatura oralizada ou
escrita. Pauta-se também o olhar sobre a escola como instituição com papel
sistematizador no processo de ensino-aprendizagem, sendo que, ambas precisam
caminhar com um direcionamento em parceria, em conjunto para realizar e alcançar o
propósito a que se pretende. A família pode ser o exemplo com seu modelo de estrutura
segura ao preparo e incentivo e contato com a criança no seu âmbito de conhecimento, e
da própria bagagem cultural, que sem dúvida precisa ser balizada e valorizada, tanto no
contexto familiar, quanto na escola. Dessa forma, poder-se-á refletir e tentar
compreender um pouco mais acerca dessa temática que, tem sido preocupação de
grande parte dos educadores e pesquisadores da área educacional.
Palavras-chave: Leitura. Família. Escola. Aprendizagem. Formação. Sujeito.
Abstract: The purpose of this paper is to discuss and reflect about the process of
reading and its contribution to the formation and construction of a reader and more
humanized subject; in other words, to reflect about the development of human potentials
and their values and skills, having family as the first responsible and guiding institution
of the subject’s educational process. So, discursive context is based on a constant
interaction of the family, emphasizing the importance of reading learning associated
with oral or written literature. School is also considered as institution with systematizing
role in the teaching and learning process, and both (family and school) must develop
activities together to achive and accomplish their goals. Family can be the example with
its safe structure for the preparation, encouragement and contact between child in her
field of knowledge and the cultural background, that needs to be guided and valued,
both in the family and school context. Thus, it will be possible to reflect and try to
understand a little more about this theme that has been important to most educators and
educational researchers.
Keywords: Reading. Family. School. Learning. Formation. Subject.
¹Mestre em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade de Marília UNIMAR. PósGraduado (lato senso) em Crítica Literária pela Universidade Estadual Paulista UNESP/Araraquara. Pós-Graduação
em Formação Pedagógica de Docente da Educação Profissional em Nível Superior e Básico pelo Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo IFSP. Graduado em Letras pela Faculdade de Educação São Luís.
Docente da FTGA - Faculdade de Taquaritinga/SP – IES Integrante do grupo UNIESP – e-mail para contato:
[email protected]
²Aluna do curso de Pedagogia da FTGA – Faculdade de Taquaritinga/SP – IES Integrante do grupo UNIESP – e-mail
para contato: [email protected]
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³Aluna do curso de Pedagogia da FTGA – Faculdade de Taquaritinga/SP – IES Integrante do grupo UNIESP – e-mail
para contato: [email protected]
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A leitura é uma necessidade cada vez maior e constante em nossas vidas. É de
suma relevância que se tenha em mente a sua importância e seus benefícios. Sendo a
ferramenta capaz de moldar e transformar o mundo, ela é o caminho para ampliação de
conhecimentos, construção na interação social e aquisições ligadas ao comportamento
humano, tendo função transformadora e enriquecedora do saber.
É imprescindível que se crie e oportunize as crianças a terem esse contato e
acesso a esse mundo tão vasto da leitura, criando assim cidadãos críticos, autônomos e
reflexivos. Cidadãos esses capazes de pensar, interagir, demonstrar sentimentos e
sensações, de compreender por meio da percepção da realidade que os rodeia, o
significado humanista de que pouco se tem tido afirmação nas últimas décadas.
Neste contexto, a relação familiar se torna imprescindível no processo de
interestimulação e mediação dando suporte necessário para o seguimento da criança no
contato com a leitura.
O trecho a seguir retirado dos Parâmetros Curriculares Nacionais destaca:
A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de
compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de
seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe
sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair informação,
decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma
atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e
verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses
procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido,
permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão,
avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições
feitas. (BRASIL, 1997, p. 69-70).
Sendo a maneira mais eficaz de se adquirir conhecimento e contribuir para que o
sujeito trace, escreva a sua própria história, a leitura deve ser tanto para a proposta de
formar leitores quanto para transformar o espaço na constituição do sujeito, em sua
formação e no processo de socialização. Desse modo, a aprendizagem da leitura e da
escrita que tem sido preocupação de inúmeros educadores e pesquisadores, é uma tarefa
ou situação que deve se iniciar cedo e ser prolongada para toda a vida, sendo
compreendida como um processo contínuo e duradouro.
Quando há esse comprometimento por parte da família enquanto geradora e
gerenciadora das ações e comportamento da criança, juntamente com o vínculo da
escola, a probabilidade de preparar e formar leitores, com certeza será bem maior e bem
mais fácil de se trabalhar, com os dois polos envolvidos: família e escola.
Ainda sobre esta temática, os PCNs de Língua Portuguesa pressupõe:
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A leitura, como prática social, é sempre um meio, nunca um fim. Ler é
resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal. Fora da escola,
não se lê só para aprender a ler, não se lê de uma única forma, não se
decodifica palavra por palavra, não se responde a perguntas de
verificação do entendimento preenchendo fichas exaustivas, não se faz
desenho sobre o que mais gostou e raramente se lê em voz alta. Isso
não significa que na escola não se possa eventualmente responder a
perguntas sobre a leitura, de vez em quando desenhar o que o texto
lido sugere, ou ler em voz alta quando necessário. No entanto, uma
prática constante de leitura não significa a repetição infindável dessas
atividades escolares (BRASIL, 1997, p. 43).
Quando pensamos em leitura supostamente se faz a associação à escrita, sendo
esta o resultado influenciado daquela. Portanto, tanto a escrita quanto à leitura são dois
fatores imprescindíveis na vida humana. É por meio da aprendizagem destes fatores que
se amplia o conhecimento de mundo e se acessa às diversas formas de comunicação
necessárias na vida em sociedade. Outro ponto importante que pode ser interpretado e
verificamos na citação acima, é o processo de leitura se deslocando em pontos
diferentes, isto é, a leitura não precisa se prender estaticamente à instituição
convencional escola, com algumas obras da literatura as quais são impostas no currículo
escolar, não necessariamente; ela vai sim ser trabalhada, redirecionada, ampliada dentro
da escola, e isso precisa ser dirigido, porém, a instituição escola não pode ser vista
como uma máquina de reprodução repetitiva nesse processo. Essas reflexões são
importantes para termos uma base até mesmo de investigação de como está sendo
organizado, feito e direcionado o processo de leitura do aluno.
Fora do espaço escolar, o aluno vivencia uma realidade que pode ler, vislumbrar
e agregar em seu conhecimento, é o conhecimento de mundo dele, do que a sociedade
propõe, elabora, recria, descria e nos farta com uma avassaladora intensificação de
informações, que são refletidas e observadas, argumentadas, num processo de
construção de mundo, de valores, com suas culturas diversas, linguagens, produções,
eis, as leituras que se sobressaem, voltam para o contexto familiar se fundem, se
apreendem em suas necessidades e interesses edificando, estabelecendo modelos,
tecendo significados que vão fortalecendo a individuação desse sujeito na sociedade.
O sujeito, que ainda não sabe ler e escrever, ele está em fase de aproximação
com o mundo; ao ouvir estórias, causos, fatos ocorridos, tudo e o que lhe é contado,
pode ser o diferencial para a sua compreensão de mundo quando transmitidos e
absorvidos por meio de vozes, gestos, cores, sons, imagens, desenhos, símbolos que são
formas de linguagens e leituras, as quais podem ser decodificadas, interpretadas. De
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fato, não somente a escrita, mas também todas essas formas de comunicação e a própria
leitura associada à literatura, fazem parte da formação do indivíduo, em seu meio de
interação social. Segundo Radino (2011), através da oralidade é possível despertar na
criança a construção de um imaginário, dessa forma, inserindo-a no mundo cultural,
metafórico e simbólico, utilizando como recurso a literatura infantil.
Radino (2011), também comenta sobre a ilustração que faz parte de um código e
transmite uma mensagem, tanto quanto o código escrito. Ler imagens introduz a criança
em um processo cultural. Portanto, as crianças gostam de livros com mais imagens,
ilustrações que vão chamar a atenção delas.
A leitura está intrinsicamente vinculada à literatura, seja a literatura oralizada ou
não; e é por meio da literatura e aqui falamos da literatura infantil, que a criança começa
a descobrir o mundo, a se interagir com situações as quais podem estar atreladas à
realidade ou as possíveis situações da realidade. Unem-se sonhos e realidades, num
contexto em que o sujeito viaja, divaga, reflete, interpreta, pode apreciar ou ter repulsa
de inúmeras descobertas, é quando ele começa a atuar e por em evidência as suas
potencialidades humanas e suas competências.
Família: A primeira escola
A família é a base norteadora no processo educacional, e é de suma importância
que trabalhe em parceria com a escola em prol da criança. Quando o estímulo da leitura
parte de dentro do convívio familiar, a criança tende a se sentir mais preparada para os
estudos, para o trabalho escolar, o futuro e para a vida. Ler um livro, contar histórias e
causos leva a criança a sentir o gosto, interesse e prazer da leitura, colaborando assim na
formação do mesmo.
Não há uma idade apropriada para se introduzir a leitura, pois nenhuma criança é
igual a outra, tudo depende dos estímulos e reforços que elas recebem. A escola e a
família são parceiras nessa caminhada, assim sendo, os pais não devem depositar toda
responsabilidade na escola, devem ser ativos e participativos para que a aprendizagem
aconteça. Para tanto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no art. 2º (LDB 9.394/96), afirma que:
[...] a educação é dever da família e do estado inspirada nos princípios
de liberdade e nos ideais de solidariedade humana tem por finalidade
o pleno desenvolvimento do educando. Seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1996).
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A família é a base norteadora no processo educacional, e é de suma importância
que trabalhe em parceria com a escola em prol da criança. Pois, a escola e a família são
parceiras nessa caminhada, de modo que, os pais não devem depositar toda
responsabilidade na escola, mas devem ser ativos e participativos na aprendizagem da
criança. Inventar, ler, envolve a criança dando oportunidades de conhecerem o mundo
da leitura. Em parceria com a escola, devem ser mediadores nesse processo levando e
interagindo com diversos tipos de textos, contribuindo para que se tornem leitores ativos
e reflexivos.
Através dessa mediação feita em família, cria-se não somente o hábito de ler,
mas, também contribui, sobretudo, para a escrita, explorando a capacidade intelectual e
cognitiva e afetiva dos mesmos. É preciso haver a inter-relação constante e permanente
com o meio familiar e social, num processo que vem a ser dialético.
Família e escola formam uma dupla e devem trabalhar como tal, tendo em
comum os mesmos propósitos e objetivos, traçando as mesmas metas para o
desenvolvimento de cidadãos críticos, reflexivos e conscientes. Assim, a educação
acontecerá dentro, fora e junto à escola, potencializando e fazendo com que a criança se
descubra e desenvolva na realidade em que vive. Os pais devem ter o comprometimento
de estarem próximos, atuantes no ensino para com as crianças, afinal são eles os
responsáveis e irão contribuir para o aprendizado, a partida para a educação futura.
Eles são os responsáveis por moldar a mente de seus filhos desde os primeiros
anos de vida. A partir dessas colocações podemos dizer que é na infância que se deve
apresentar aos pequenos, o mundo da alfabetização e da leitura, tendo o seio familiar
como o primeiro ambiente alfabetizador e a família como a base estrutural, para que
haja a possibilidade de se construir com
êxito
o
processo educacional.
A respeito desse levantamento Ellen G. White no livro Conselho ao Pais,
Professores e Estudantes, enfatiza:
É no lar que a educação da criança deve ter início. Ali está a primeira
escola dela. Ali, tendo seus pais como instrutores, a criança terá que
aprender as lições que devem guiá-la por toda a vida-lições de
respeito, obediência, reverência e domínio próprio. (WHITE, 2007,
p.107).
Os pais devem induzir a criança a descobertas, devendo ter uma postura de
instrução, guiar e mostrar o caminho certo e nunca realizar ou propor respostas prontas,
e incentivar apoio à busca de novos conhecimentos, pois, elogios são necessários, mas
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correção adequada também. Na Bíblia Sagrada (1993) no livro de Provérbios
encontramos a seguinte colocação que pode servir como orientação: “Educa a criança
no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.”
(Provérbios 22:6, p. 452).
Essa orientação diz respeito a ensinar a criança não somente para o caminho do
bem, mas também podemos utilizá-la com relação à aprendizagem, pois, se desde
pequenas colocarmos a leitura e a literatura como algo rotineiro e prazeroso, quando
adulto a leitura se tornará um hábito. A família deve manter sempre uma parceria e um
convívio com a escola, pois são situações indispensáveis para o desenvolvimento das
crianças. Ações como verificar o caderno diariamente, organizar regras em casa para
leitura, atividade, ou seja, que a criança perceba e vá absorvendo o comprometimento
pautado no seio familiar; participar de reuniões, conversar com os professores sobre o
desempenho da criança, o comportamento dentre outros, podem parecer coisas simples,
porém, são essas atitudes com a participação dos pais em relação à vida escolar de seus
filhos que favorecerá e contribuirá para a formação de um sujeito leitor, reflexivo, mais
crítico e com competências para exercer a cidadania e o convívio dentro desse sistema
pluricultural em que vivemos.
Funayama (2008, p. 80) corrobora:
Através de seu envolvimento, os pais fornecem os recursos
emocionais essenciais ao desenvolvimento de um senso de
competência, tanto quanto recursos mais concretos, como, por
exemplo, um local apropriado para fazer a lição de casa. Exemplos
simples de vida quotidiana ilustram o envolvimento dos pais: ler para
uma criança e ouvir sua leitura quando ela solicita; promover e
compartilhar atividades no final de semana.
Sabe-se que aquelas crianças cujos pais leem contos, comentam suas leituras e
fatos culturais e falam sobre a linguagem, até mesmo causos, lendas, inventa estórias,
observam imagens, quadros, e fazem destes uma leitura, têm em geral, melhores
resultados escolares e até mesmo comportamento que difere daqueles em que ocorre
essa falta.
Ambiente alfabetizador: escola segunda família
O ambiente alfabetizador direciona a aprendizagem, a partir do qual a criança
consegue sozinha adquirir novos conhecimentos. Sendo um espaço bem estruturado
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pode auxiliar nos métodos de alfabetização, quanto maior a influência e as
características alfabetizadoras maiores as possibilidades de o aluno se entregar ao
processo de alfabetização, ou seja, dando-lhes oportunidades de participar, interagir e de
descobrir o que está ao seu redor.
Teberosky (2016, p. 74), afirma:
Um ambiente alfabetizador é aquele em que há uma cultura letrada,
com livros, textos digitais ou em papel, um mundo de escritos que
circulam socialmente. A comunidade que usa a todo momento esses
escritos, que faz circular as ideias que eles contêm, é chamada
alfabetizadora.
Esse ambiente pode ser a família, a escola, como também a comunidade, a
sociedade em que a criança está inserida, portanto, cada uma tem o seu
desenvolvimento de acordo com o estímulo que recebe.
Se no ambiente familiar e na sociedade ela não teve oportunidades de se inserir
em uma cultura letrada, acesso a livros e ao mundo da escrita, ao chegar à escola terá
mais dificuldades que outra criança que desde pequena foi estimula através da leitura,
por exemplo. Cabe então ao professor proporcionar esse ambiente que Teberosky
(2016) define como o educador deve elaborar um lugar agradável aos olhos dos
pequenos, que desperte curiosidades e que proporcione um mundo de escrita ao redor
deles, dando assim oportunidades iguais a todos.
Nesse ambiente o professor deve ser apenas o mediador, sempre pensando no
conhecimento prévio que cada aluno traz consigo, avaliando a continuidade da
aprendizagem. Como forma de organização, podemos descrever que a principal
caraterística é ter materiais ao alcance das crianças, em que não precisem de ajuda para
interagir com espaço. Diversos tipos de livros, alfabetos móveis, revistas, jogos de
alfabetização, imagens, são algumas ideias e exemplos.
É extremamente importante que os alunos tenham a oportunidade de levar livros
escolhidos por eles, para casa, onde poderão dividir com os pais o prazer da leitura e
esses terão a oportunidade de auxilia-los. E também o incentivo de levar um livro que
ele goste para a escola a fim de que haja uma interação e uma amostragem de leitura.
Uma forma de realizar essa atividade e despertar o interesse é criar a "maleta de
leitura", "mala viajante" ou "sacola de leitura" onde a criança possa levar os livros
escolhidos por ele com maior facilidade. Podendo ser essa maleta toda enfeitada
“divertida” para atrair a atenção dos pequenos, e que ela possa ir e vir sempre com
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novidades. Junto a essa pasta pode se agregar um caderno de registros, ou seja, após a
leitura dos pais e com ajuda deles, o aluno escreva, desenhe o que entendeu e se gostou
do livro, ou se não gostou, que parte mais lhe chamou a atenção dentre outras situações.
Em sala de aula o(a) professor(a) pode trabalhar
esses
registros
através
de uma roda de conversa, explanar as várias “viagens” da leitura feita pelos alunos.
Outro procedimento que auxilia os educadores é a leitura compartilhada, ou seja,
aquela leitura em que os alunos também possuem um livro, ou conte uma estória que já
tenha ouvido. Deve-se pedir para que leiam da forma deles as palavras e a imagens,
realizar perguntas e permitir que os alunos também discutam sobre os textos lidos,
apenas auxiliando nessa interação como forma de incentivar o começo da leitura.
Despertar algum sentido nessa prática implica estímulos, cabendo aos
envolvidos adequarem a realidade, a qualidade e a idade da criança, pois culturalmente
a criança está provida de uma bagagem que vem do seu meio familiar e comunitário,
com suas representações e valores.
Ao ingressar na escola, seja qual for sua idade, a criança traz consigo
as marcas de seu meio cultural. Inserida em um meio familiar e
comunitário, ela carrega consigo conjuntos de representações
simbólicas que lhe foram transmitidas por seus pais, avós e amigos. A
cultura é um fenômeno humano, organizada em códigos simbólicos de
relações e valores tais como: tradições, religiões, leis, política, ética,
artes, etc (Jean, 1990b). A criança em idade pré-escolar adquire a
maior parte de seus conhecimentos através da transmissão oral. Os
adultos com quem convive são os que a introduzem no uso da palavra.
“(...) A língua é o instrumento necessário e privilegiado de toda a
relação educativa e, ..., é em grande parte pela língua que se revela a
cultura inicial, para não dizer primitiva, de toda a criança” (RADINO,
2001, p. 74)
Assim, o processo de construção de leitores, possibilitando a constituição de um
sujeito mais preparado, desenvolvido e atuante na sociedade, dar-se-á com a interação e
integração da criança com o meio, e o respeito mútuo neste preparo, que envolve um
comprometimento por parte dos envolvidos “família-criança-escola”.
A escola deve providenciar, garantir e descobrir meios de quando e como criar um
ambiente propício à leitura para que essa prática seja efetiva e contínua, abrindo novos
rumos e olhares atentos a essa prática. Todos devem se unir para o procedimento da
criança e para o seu progredimento, fazendo da leitura um hábito benéfico e eficaz,
estimulando a inteligência e cooperando para a inserção dos indivíduos na sociedade em
que estamos vivendo.
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Durante análises e leitura, elaboramos um quadro para uma apreciação visual
neste contexto, para um olhar e uma compreensão prévia:
Figura 1: Interação
criança
leitura
escola
família
Fonte: Os autores
Assim como os pais, também é fundamental que a escola garanta aos seus
alunos, o contato com os livros desde pequeninos. O professor em sala de aula deve
apresentar diversas obras literárias para que possam ter contato e aprimorar o
conhecimento, aprendam a manusear, a buscar informações, com isso as crianças tem
uma grande probabilidade de se tornarem leitores assíduos, transformando e
enriquecendo e aprimorando a sua escrita.
Toda escola, particular ou pública, deve fornecer uma educação de qualidade
incentivando a leitura, pois dessa forma a população se torna mais informada e crítica
Num mundo contemporâneo, onde a tecnologia passou a ser a nossa maior concorrente,
onde o digital é mais presente que o manual (livros) na vida das crianças, é desafiador
para os docentes, mas não impossível, trabalhar com a leitura, por isso é de grande valor
que tenham o contato físico com os livros. Quanto mais cedo esse contato acontecer,
melhor será, pois mais cedo formaremos aprendizes e formadores
de
opiniões.
Meirelles (2010) relata que o início do ensino fundamental é essencial para os
alunos desenvolverem autonomia e continuarem seu percurso para se tornar leitores.
Nessa etapa, o melhor é estimular a troca de livros e de opiniões, sobre o que se lê.
Torna-se importante o desenvolvimento na criança para o hábito leitor, e que
elas possam compreender e entender o que está sendo lido. Para isso é necessário que
elas tenham a disposição livros de diversos contextos, assim desenvolverem habilidades
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e autonomia tornando-se leitores fluentes. A disponibilidade de livros a elas ajuda no
processo de alfabetização, uma vez que não é necessário estarem completamente
alfabetizadas para conhecerem o mundo da leitura, é de suma importância que tenham
acesso desde cedo, que se permitam, toquem e sintam-se livres para esse manuseio.
Na sala de aula a proposta é que o educador procure sempre ler livros para as crianças
e também que as mesmas possam ler e compartilhar a leitura em rodas de
conversas, podendo trocar experiências de livros já lidos com os colegas aguçando
assim o interesse das outras. O professor deve ser o mediador responsável em levar a
seus alunos, diversas informações e conteúdo e fazer com que a criança
reflita,
proporcionando atividades múltiplas e lúdicas explorando o interesse dos mesmos.
A criança já vem para escola com uma bagagem própria de informações e
conhecimentos individuais, com sua cultura, cabe então ao professor a explorar esses
conhecimentos para que haja harmonia e entendimento do aluno, desenvolvendo
habilidades e uma boa aprendizagem, respeitando sempre o que a criança traz de casa e
levando-a a outras explorações.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais da língua portuguesa:
Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê;
que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos
implícitos; que estabeleça relações entre o texto que lê e outros textos já lidos;
que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga
justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos.
Um leitor competente só pode constituir-se mediante uma prática constante de
leitura de textos de fato, a partir de um trabalho que deve se organizar em torno
da diversidade de textos que circulam socialmente. Esse trabalho pode envolver
todos os alunos, inclusive aqueles que ainda não sabem ler convencionalmente.
(BRASIL, 1997, p. 41).
Diante do exposto torna-se necessário a motivação da leitura, tendo a escola, a
função de criar um ambiente estimulador, prazeroso para a continuidade fora do
contexto escolar. Escola tem de ter intenção de garantir fluidez, levando as perspectivas
que o aluno necessita, produzindo significados positivos em relação à proposta.
Brasil (1997, p. 43) ainda relata:
Para tornar os alunos bons leitores — para desenvolver, muito mais do
que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura —, a
escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprender a ler (e também
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ler para aprender) requer esforço. Precisará fazê-los achar que a leitura é
algo interessante e desafiador, algo que, conquistado plenamente, dará
autonomia e independência. Precisará torná-los confiantes, condição
para poderem se desafiar a “aprender fazendo”. Uma prática de leitura
que não desperte e cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica
eficiente.
O professor em sala de aula deve ser um modelo leitor, tendo em vista que esse é um
dos meios mais considerável para a aprendizagem. Com apoio da escola, o mesmo tem que
oferecer recursos de leitura para exercer as capacidades dos alunos, ênfatizando o
aprimoramento dos envolvidos.
A importância e influência da leitura na formação e construção do
sujeito leitor
O mundo da leitura enriquece o sujeito para o convívio social, o conhecimento e
a informação. Um livro, um jornal ou coisa semelhante tem o poder de transformar o
mundo e de modificar essa realidade. Sendo um processo contínuo, deve-se incentivar o
sujeito a buscar e expandir novos horizontes, proporcionando oportunidades e meios
para essa descoberta. Cada leitura deve se tornar um aprendizado e não mais uma na
lista, mostrar a criança/sujeito que a leitura é algo essencial, inestendível e necessário
para toda a vida e mediante disso, o enriquecimento do vocabulário, a forma de
escrever, falar e até mesmo de agir e pensar serão notavelmente o suporte para a
diferenciação até mesmo profissional, pois quanto mais se le, mais se aprende.
De acordo com Bamberger (1975), o desenvolvimento de interesses e hábitos
permanentes de leitura é um processo constante, que principia no lar, aperfeiçoa-se
sistematicamente na escola e continua pela vida afora.
Diante a afirmação percebe-se o quanto é necessário o estímulo tanto por parte
da família, como por parte da escola nesse processo. Ambos têm de ter o
comprometimento de serem os orientadores para a formação dessas crianças, que estão
inseridas nesse mundo tecnológico, onde o digital tornou mais acessível que o manual.
Ler é essencial para o crescimento e o amadurecimento do indivíduo, levando-o
a e expansão e aquisição de conhecimentos. Um indivíduo bem informado saberá
compreender os problemas e soluções, saberá cumprir seus deveres e cobrar seus
direitos. Ao se escutar uma leitura lida pela criança, deve primordialmente elogiá-la
para elevar a sua autoestima, contribuindo sempre para que a criança progrida. O
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caminho na formação de leitores é longo, mas não impossível. Caberá à família e à escola,
contribuírem para que a criança trilhe nesse caminho. A criança geralmente é um espelho dos
pais, por isso é importante que o exemplo venha deles.
Levar a leitura como hábito divertido, possibilita o próprio conhecimento, fazendo com
que esse momento se torne frequente e um momento de prazer e não de martírio, por isso, os
livros devem ser vistos e apresentados como “bons amigos” que nos acompanharam a vida
toda, podendo nos levar a imaginações, a várias sensações, emoções, dentre outras.
Lembrando que não existe uma idade certa para apresentá-los a uma criança, quanto mais
cedo terem o contato, melhor será para a criança.
Segundo Viveiros (2014) destaca:
A criança que lê, possui mais conhecimento do mundo, requisito
básico para o desenvolvimento de uma melhor interpretação textual,
habilidade fundamental no contexto escolar. Sem a leitura, o
desempenho nas demais disciplinas estudadas na
escola é
comprometida.
Sendo assim, constatamos que a leitura é a base norteadora no processo ensino
aprendizagem, sendo uma das ferramentas capaz de fazer com que a criança busque novos
horizontes. A leitura deve ser dinâmica oportunizando análises, compreensões e reflexões. Ler
envolve uma série de estratégias que deve ser observadas e praticadas pela escola e, sobretudo
pelos pais, introduzindo a criança ao convívio social, para que ela se torne um sujeito capaz,
mais humanista no convívio sociocultural e no que diz respeito a agir em plenitude com as
possibilidades de realizações social e profissional e também como cidadão.
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Prevenção e orientação fisioterápica às pessoas portadoras de
osteoporose na 3ª idade – uma revisão bibliográfica
Daiane Cristina Clemente¹
Priscila de Oliveira Santos Pinheiro²
Walther Spinelli Filho³
Resumo
Envelhecer é um processo manifestado por um declínio das funções de diversos órgãos,
observa-se alterações funcionais ou estruturais que vão evoluindo para falta da capacidade
física, mental e social. Este declínio traz a ocorrência de várias doenças como a osteoporose e
deformidades ósseas. A osteoporose é uma doença osteometabólica com redução da massa
óssea e deteriorização da micro-arquitetura, levando ao enfraquecimento ósseo tornando-os
vulneráveis à fraturas. É uma doença silenciosa, assintomática, lenta e progressiva,
geralmente diagnosticada após ocorrerem fraturas espontâneas nos ossos do punho, quadril,
coluna vertebral e colo do fêmur. É preciso que se tenha um diagnóstico precoce, e através de
um exame chamado densitometria óssea é possível medir o nível da densidade óssea. A
fisioterapia tem papel fundamental na prevenção, orientação e tratamento destes idosos,
incentivando à prática de exercícios físicos, melhorando a qualidade de vida, evitando assim o
aumento dos fatores de risco como quedas, deformidades ósseas, fraturas e dependências por
invalidez.
Palavras-chave: Osteoporose. Idosos. Exercício físico. Qualidade de vida.
¹ Acadêmica em Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga UNIESP - FTGA. [email protected]
² Acadêmica em Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga UNIESP - FTGA. [email protected]
³ Atualmente é Professor do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga – FTGA, Fisioterapeuta FISIOCLINICA S/S LTDA. Fisioterapeuta Concursado e Responsável na Unidade Básica de Saúde em Cândido
Rodrigues. Especialização em Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica ligada a Medicina do Esporte (2000),
Especialização em R.P.G. (Reeducação Postural Global, 1997). Foi Coordenador do Curso de Fisioterapia da
Faculdade de Taquaritinga – FTGA no período de 2007 a 2011. Mestrado em Engenharia de Produção (2013).
[email protected]
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Abstract
Aging its a process manifested by a decline of functions of several parts of the body. Its
observed functional or structural changes which go evolving to the lack of physical, mental
and social capacity. This decline brings the occurrence of many diseases like osteoporosis and
osseous deformities. Osteoporosis is an osteometabolic disease that causes reduction of
osseous mass and deterioration of the micro-architecture, leading to bones weakening making
them vulnerable to fractures. Is a silent, asymptomatic, slow and progressive disease, usually
diagnosed after spontaneous fractures in the wrist, hip, spine and femur bones. Its necessary to
have an early diagnosis through an examination called osseous densiometry that is possible to
measure the level of bones density. Physiotherapy plays a fundamental role in the prevention,
orientation and treatment of these elderly people, encouraging the practice of physical
exercises, improving life quality, avoiding the increasing of the risk factors such as falls,
osseous deformities, fractures and disability dependencies.
Key-Words: Osteoporosis. Elderly. Physical exercises. Life quality.
Introdução
A osteoporose tem a característica dos ossos comprometidos, com o aumento de
fraturas, dor, deformidades e a incapacidade física, é uma doença silenciosa muitas vezes só é
descoberta logo após uma fratura. (Freitas et al Gorzoni 2013 p. 839-843).
Com o avanço da idade a osteoporose é mais comum, sendo assim ocorre à perda ou o
afinamento do tecido ósseo que deixa os ossos mais fracos e quebradiços. Devido à baixa
produção de hormônios sexuais, os ossos se tornam mais finos e porosos. A falta
de
atividades físicas é um sério fator de risco para a osteoporose. O tabagismo, tratamento com
corticosteróides, artrite reumatóide, hipertireoidismo e falência renal crônica, também podem
influenciar o desenvolvimento da osteoporose. (Steve Parker, 2012 p. 48)
A osteoporose tipo I ou pós-menopausa acomete pessoas com idade igual ou menor
que 65 anos, onde vai acontecer o remodelamento ósseo em maior quantidade, com perda
relativa de osso trabecular e ocorrem também fraturas vertebrais e do antebraço distal. As
mulheres nesta fase da vida são muito mais afetadas que os homens. Esta perda óssea esta
associada ao declínio agudo da produção ovariana de estrogênios, hormônio que por sua vez
faz a proteção dos ossos. Esta perda óssea tem longa durabilidade e após os 70 anos de idade
ela pode aumentar. (Moreira; Pinheiro; Neto, 2009 p. 260-277).
A osteoporose tipo II ou senil atinge pessoas com idade igual ou maior que 65 anos, o
remodelamento ósseo é bem lento, com perda relativa de osso cortical e ocorrem também
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fraturas do fêmur proximal. Devido à perda de massa óssea, a perda de equilíbrio, a
diminuição da visão, audição e os riscos ambientes como iluminações inadequadas, calçadas
irregulares que provocam as quedas, podem até levar os idosos a óbito. Entre as quedas temos
5% que resultam em fraturas leves e de 5% a 10% que resultam em fraturas mais graves. Pela
faixa etária temos 32% de 65 a 74 anos, 35% de 75 a 84 anos e 51% acima de 85 anos.
(Moreira; Pinheiro; Neto, 2009 p. 277).
Metodologia
Foram realizados levantamentos bibliográficos utilizando livros, revistas, artigos científicos
em formato impresso ou eletrônico a fim de reunir e aprofundar o conhecimento sobre o tema
proposto. Iniciou-se a leitura desses dados levando em consideração temas que abordassem a
prevenção e orientação fisioterápica em osteoporose e a utilização de exercícios físicos para a
terceira idade como prevenção e tratamento.
Envelhecimento
Estudos revelam que o envelhecimento no Brasil segundo as pesquisas do IBGE
(2013), estima-se que a população de 65 anos ou mais passe de 14,9 milhões (7,4% do total)
em 2013, para 58,4 milhões em 2060 equivalente à 26,7% da população total do país.
(Ruzene, 2014 p. 11)
Paschoal (1996) relata que envelhecimento vem de vários fatores, biológicos, sociais,
econômicos, funcionais e cronológicos. Biologicamente o envelhecimento não começa aos 60
anos e sim logo após o nascimento; socialmente, o envelhecimento vai depender do momento
histórico e da cultura; intelectualmente, fala-se que a pessoa esta envelhecendo quando
acontece perda de memória, falta de atenção, perca de orientação e concentração;
economicamente, a pessoa envelhece quando começa a receber a aposentadoria;
funcionalmente quando o idoso não consegue mais, realizar as atividades diárias e depende de
outra pessoa para realizá-las; cronologicamente a pessoa se torna idoso aos 60 ou 65 anos de
idade. (Silva, 2009 p. 23).
O envelhecimento ocorre com perda das funções de diversos órgãos do corpo. Tudo se
inicia sem que a pessoa perceba, mas com o tempo vão aumentando, levando a alterações
funcionais e estruturais. Com 30 anos de idade, acontece perda de 1% da função orgânica,
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mas tudo depende de pessoa para pessoa e de organismo para organismo. (Papaléo Netto apud
Driusso; Chiarello, 2007 p. 2).
Vários fatores estão contribuindo para que a taxa de mortalidade de idosos esteja
diminuindo como mudanças favoráveis no estilo de vida e alimentação, combate ao fumo,
realização de exercícios físicos antes dos 60 anos ou até mesmo quando atingem esta idade,
entre outras coisas que permitem uma melhor qualidade de vida e uma expectativa de vida
maior. (Wenger apud Driusso; Chiarello, 2007 p. 3).
Um ponto importante é saber diferenciar senescência e senilescência. Senescência ou
envelhecimento primário (fisiológico) acontece com todo mundo processo natural do
envelhecimento. Senilescência é o envelhecimento secundário (patológico) geralmente
acompanhado por doenças crônicas degenerativas que acarretam danos à saúde como a
osteoporose, osteoartrose, doenças cardiovasculares, demências, canceres entre outras
patologias. (Birrem; Schaie; et al Silva 2009, p. 26).
Osteoporose
Osteoporose é uma doença osteometabólica que pode evoluir e é caracterizada pela
baixa densidade óssea e pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, levando assim
ao aumento da fragilidade óssea, com maior risco da fratura após mínimos traumas. (Szejnfeld
2010, p. 417).
É uma doença sistêmica do esqueleto, se caracteriza pela redução da massa óssea,
levando ao aumento da fragilidade e maior risco de fraturas, ocorre à diminuição da
estabilidade dos ossos. (Dölken, 2008, p.497).
A osteoporose é silenciosa, assintomática, lenta e progressiva, as principais fraturas
que ocorrem são, ossos do punho, do quadril e da coluna vertebral. (Rebelatto; Morelli, 2007,
p. 300).
A manifestação da perda de massa óssea é de etiologia muito complexa, multifatorial,
pois inclui fatores como: etnia, idade avançada, hereditariedade, sexo, sedentarismo,
tabagismo e fatores nutricionais. (Dias; Leite; Venhoven, 2006, p. 32-37).
Os ossos servem para proteger os órgãos, além de sustentar e estruturar o corpo ajuda
no movimento e serve de alavanca para o sistema muscular, são depósitos de cálcio e sais
minerais. Eles são compostos por duas camadas macroscópicas: osso cortical (mais duro e
P á g i n a | 139
externo) e o osso trabecular (mais interno e esponjoso), e mais vulnerável à osteoporose.
(Rebelatto; Morelli, 2007, p. 301).
Na infância, na adolescência e no início da fase adulta, a quantidade de osso que vai
sendo depositado é maior do que a quantidade de osso que vai ser removido, com isso o
esqueleto cresce, os ossos ficam maiores, mais densos e fortes. Na osteoporose ocorre o
oposto, os ossos ficam mais fracos, levando à diminuição da massa óssea e menor resistência.
(Szejnfeld, 2010, p. 418).
Osteoporose Tipo I - Osteoporose Primária, Osteoporose Pós-menopáusica.
Esse tipo é encontrado nas mulheres pós-menopáusicas é caracterizada por acentuada
reabsorção óssea. A diminuição de níveis de estradiol (hormônio) aumenta a frequência do
ciclo de remodelagem dos ossos. O aumento das células de osteoclastos destrói as trabéculas
ósseas, podendo levar a fraturas cominutivas e o colapso de vértebras ao pegar peso ou na
rotação do tronco inclinando para frente. A baixa de estradiol faz com que a força muscular
também diminua, agravando assim a reabsorção óssea de fator mecânico. (Dölken, 2008, p.
500).
Osteoporose Tipo II - Osteoporose Secundária, Osteoporose Senil.
Essa forma manifesta em homens e mulheres a partir dos 65 anos, sua característica é
o baixo índice de neoformação óssea. A osteoporose primária se difere da osteoporose
secundária não pelo aumento da atividade dos osteclastos e sim pela redução da atividade
osteoblástica. Afeta todo o esqueleto levando a fratura dos ossos mais solicitados como
corpos vertebrais, colo do fêmur, costelas e úmero distal e subcapital. (Dölken, 2008, p. 501).
Entre 65 a 75 anos as mulheres apresentam um misto de osteoporose, devido à
deficiência de estrógenos (pós-menopausa) para a osteoporose senil. Com o avanço da idade
observam-se frequentemente fraturas dos ossos longos, principalmente do fêmur proximal,
além do colapso de corpos vertebrais e das fraturas por compressão. Além da deficiência
hormonal em homens e mulheres, existe também a falta de atividade física, carência de cálcio
e vitamina D, a falta de vitamina D torna insuficiente a absorção do cálcio alimentar, e
aumenta a eliminação do cálcio pelas fezes e urina. (Dölken, 2008, p. 501).
P á g i n a | 140
Osteoporose Gravídica
Essa é uma forma de osteoporose encontrada em 0,4/100.000 mulheres jovens, alguns
casos não são registrados. (Hellmeyer et al, 2004, p. 502).
Na osteoporose gravídica as mulheres apresentam diminuição comprovada da
densidade óssea durante a gestação. (Dölken, 2008, p. 502).
Quadro clínico da osteoporose
A primeira manifestação se dá por fraturas e são frequentes nas vértebras, terço distal
do rádio, fêmur, úmero e nos pequenos ossos periféricos (metatarsos). Nas vértebras as
fraturas se apresentam com dores agudas e pode ser acompanhada por raquialgia. (Szejnfeld,
2010, p. 418).
Com o surgimento de uma ou mais vértebras fraturadas, começam a surgir
deformidades esqueléticas que são características da osteoporose como: acentuação da cifose
dorsal (corcunda da viúva), acentuação da lordose cervical e retificação da lordose lombar.
Isso facilita a ocorrência de infecções das vias aéreas superiores e constipação intestinal
crônica. Nas fraturas de quadril, 12% dos pacientes morrem 3 meses depois da fratura, 50%
morrem após 1 ano e os demais 50% se recuperam mas podem perdem a liberdade de
movimento, e se tornam dependentes de sua família e do estado. (Szejnfeld, 2010, p. 418419).
Fatores de risco para osteoporose
Alguns fatores de risco para osteoporose e fraturas podem ser divididos em:
modificáveis, não modificáveis e entre outras condições. (Szejnfeld, 2010, p.419).
Quadro 39.1
FATORES DE RISCO PARA OSTEOPOROSE
Não-Modificáveis
Modificáveis
Outras Condições
Sexo
Níveis hormonais
Medicamentos
Idade
Dieta
Doenças osteopenizantes
História familiar
Atividade física
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Tamanho dos ossos
Álcool
Etnia
Tabagismo
Fonte: Guia de Reumatologia, SATO, Emília Inoue, pag. 419, 2ª Ed., São Paulo, Manole,
2010.
Diagnóstico da osteoporose
O exame mais seguro e confiável ainda é a Densitometria Óssea, um teste simples e
não invasivo podendo ser realizado inclusive por gestantes, é um método quantitativo que
identifica os vários estágios da doença, baseia-se na imagem dos ossos da coluna lombar, do
colo do fêmur, do corpo todo ou de regiões específicas é registrado em peso por unidade de
superfície e é baseado no enfraquecimento de um raio de fótons ou de raios X pela
hidroxiapatita do osso. O exame radiológico é capaz de revelar a diminuição do número de
trabéculas, diminuição acentuada da altura do corpo da vértebra seus contornos e lâminas.
(Dölken, 2008, p. 503-504).
A radiografia de coluna lombar é de suma importância, pois avalia alterações
degenerativas como: osteofitose e calcificação da aorta. Com o paciente de perfil pode ser
observado fraturas de vértebras, diminuição maior que 20% entre a altura vertebral (anterior
média e posterior). A resistência óssea parece estar determinada pelo número e pela espessura
das trabéculas e pontes que formam entre si. (Lemos; Nakaoka; Kashiwabara, 2013, p. 45-48).
Ultrassonografia quantitativa, Tomografia Computadorizada, Cintilografia Óssea
também são utilizados para diagnóstico da osteoporose. (Dölken, 2008, p. 505).
Exames Subsidiários: são realizados em laboratórios, recomenda-se hemograma,
provas de atividade inflamatória, eletroforese de proteínas, cálcio, fósforo, fosfatasse alcalina
e cálcio na urina 24 horas. Pode ser pedida também a dosagem de (TSH), (LH), (FSH), (GH),
cortisol plasmático, anticorpo antigliadina são feitos se houver suspeita das doenças
relacionadas. (Szejnfeld, 2010, p. 421).
Tratamento
O tratamento para osteoporose consiste basicamente em medidas gerais (dieta,
atividade física, suplementação de cálcio, vitamina D) e medicamentosas (raloxifeno,
P á g i n a | 142
calcitocina, ranelato de estrôncio, teriparatida PTH), os bifosfanatos, alendronato, risedronato,
ibandronato, zoledronato e a Terapia Hormonal. (Szejnfeld, 2010, p. 422 - 423).
Durante os estudos foi observado falta de conhecimento em relação à dieta com a
osteoporose, 70% dos idosos desconheciam a informação e os poucos pacientes que
receberam orientações 66,7% foram por consultas ao médico, 20,8% pelos meios de
comunicação e 12,5% por revistas e folhetos. (Carvalho; Fonseca; Pedrosa, 2004, p 719-725).
Um procedimento que vem sendo utilizado como tratamento é a Vertebroplastia (inserção de
material resistente matacrilato, em vértebras fraturadas) é indicado para melhora de dor em
pacientes que não respondem ao tratamento clínico convencional depois de três meses. Entre
24 à 48hs já é possível observar alívio sintomático da dor torácica ou lombar. É um
procedimento guiado por tomografia computadorizada, altamente especializada e de alto
custo, é bem tolerado e previne a perda de altura e deformidade vertebral (cifose),
característica da osteoporose. (Szejnfeld, 2010, p. 426).
A terapia medicamentosa tem papel importante na prevenção e no tratamento da
osteoporose como: Cálcio, este é obtido do leite e seus derivados, verduras escuras (couve,
espinafre), ou mesmo por suplementos. (Lemos; Nakaoka; Kashiwabara, 2013, p. 45-48).
Alguns medicamentos utilizados são:
Calcitonina é utilizada na prevenção da osteoporose e também produz certa analgesia
em casos de fratura, é indicada para indivíduos que não podem fazer uso dos bisfosfanatos.
(Dias; Leite; Venhoven, 2006, p. 32-37).
Bisfosfanatos são indicados para aumentar a densidade mineral óssea podendo reduzir
fraturas de coluna, quadril e punho em até 50%, ele não deve ser ingerido com outros
alimentos o indicado é que seja ingerido em jejum. (Dias; Leite; Venhoven, 2006, p. 32-37).
O alendronato pode ser ingerido 10 mg ao dia ou 70 mg por semana, esta é a forma de
maior comercialização, o risedronato em pacientes mulheres com osteoporose acima de 80
anos obteve 81% na diminuição de novas fraturas vertebrais, mas não reduziu as fraturas de
quadril, o ibandronato sódico é recomendado por doses mensais de 150 mg, sua eficácia são
para fraturas vertebrais, já o ranelato de estrôncio tem maior eficácia na diminuição do risco
das fraturas vertebrais e não vertebrais, o decanoato de nandrolona mostrou sua eficácia no
aumento de massa óssea e melhorando o equilíbrio, enquanto que o raloxifeno atua inibindo
e fazendo a reabsorção óssea reduzindo fraturas vertebrais. (Lemos; Nakaoka; Kashiwabara,
2013, p. 45-48).
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Zoledronato este é utilizado na prevenção e no tratamento da osteoporose com uma
dose de 5 mg ao ano, seu sucesso foi na redução de fraturas vertebrais, é usado por via
endovenosa, ibandronato serve para prevenção e no tratamento da osteoporose sendo ingerido
150 mg, assim como os demais bisfosfanatos deve ser ingerido 30 minutos do café da manhã
com água, risedronato, serve para prevenção e tratamento da osteoporose, este reduz as
fraturas de coluna em 60 % , o alendronato também tem ação na prevenção e no tratamento da
osteoporose alguns pacientes observaram aumento da massa óssea, ele também reduz a perda
da massa óssea no antebraço e reduz fraturas no geral em 50%, o ranelato de estrôncio este
reduz fraturas de quadril e atua no aumento e na formação e na redução da reabsorção óssea.
(Szejnfeld, 2010, p. 424-426).
Terapia por reposição de hormônios é indicada para a prevenção da osteoporose e é
ideal para mulheres na menopausa, mas é contraindicada a pacientes que já tiveram histórico
de coagulação sanguínea e câncer de mama. (Dias; Leite; Venhoven, 2006, p. 32-37).
A teriparatida ou hormônio da paratireóide (PTH) é um medicamento indicado para
reverter alterações causadas pela osteoporose, atua direto estimulando a formação óssea
ativando os osteoblastos, mulheres na menopausa tiveram bastante resultado, também
ganharam densidade óssea na coluna e no fêmur. (Szejnfeld, 2010, p. 425-426).
O hormônio da paratireóide quando produzido de forma natural pelo nosso organismo
promove reabsorção óssea, na forma injetável ele estimula a formação de massa óssea,
aumenta a absorção de cálcio pelo intestino e pode ser utilizada por homens e mulheres com
osteoporose grave. (Dias; Leite; Venhoven, 2006, p. 32-37).
Tratamento fisioterápico
Uma anamnese minuciosa deve ser seguida, o exame fisioterápico deve observar
dores, anomalias em relação à postura e ao biótipo, musculatura, encurtamentos, mobilidade,
coordenação e força muscular. (Dölken, 2008, p. 506-508).
A prescrição de exercícios físicos depende da existência ou não de fraturas e se a
osteoporose já se instalou ou se o paciente tem grande risco para osteoporose, pois o objetivo
do exercício é reduzir a dor, melhorar força muscular, prevenir a perda de massa óssea,
melhorar coordenação, melhorar postura, manter mobilidade articular, atingir treinamento
cardiorrespiratório. (Dias; Leite; Venhoven, 2006, p. 32-37).
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O principal objetivo é o alivio das dores e das estruturas sobrecarregadas em
consequência da postura errada, preservar e aumentar a tolerância aos movimentos para obter
melhor correção possível da postura. O aumento da mobilidade promove a formação de tecido
ósseo e previne deformidades dos corpos vertebrais, aumenta a habilidade motora e treina a
maneira de cair prevenindo queda e ocorrência de fraturas. (Dölken, 2008, p. 511).
Combatendo à dor: Aplicar calor ou frio sobre as tendinopatias, utilizar da
eletroterapia como tens, ultrassom, micro-ondas são algumas possibilidades de tratamento no
alivio da dor. Posicionamento relaxante, confortável como: decúbito dorsal com degrau, tendo
proteção suficiente de ombro e nuca por uma almofada, decúbito lateral com um travesseiro
entre membros inferiores e mobilizações de todos os segmentos da coluna vertebral sem
elevações, alongamentos com cautela, correção da postura, exercícios de hidroterapia,
caminhar na piscina ou em locais planos, treinar coordenação motora, fortalecer musculatura,
se possível realizar alguns exercícios ao ar livre com exposição ao sol por 30 minutos diários,
isso vai ajudar na produção de vitamina D. (Dölken, 2008, p. 511).
O programa de reabilitação destina-se ao aumento da flexibilidade, o equilíbrio e o
fortalecimento devem ajudar a prevenir as quedas. O fisioterapeuta deve estar sempre atendo
aos sinais e sintomas associados, pois algumas medicações têm implicações para o terapeuta,
como por exemplo, a administração de estrógenos está associada ao aparecimento de êmbolos
sanguíneos, acidente vascular cerebral, aumento da pressão arterial, súbitas alterações de
coordenação, visão respiração e muitos outros, dificultando em alguns momentos a realização
da terapia. (Oliveira, 2007, p. 308).
Um fator muito importante no início e durante a terapia é combater o medo que o
paciente tem de se movimentar, é preciso fazer utilizações de brincadeiras que melhorem a
sensibilidade e a capacidade de perceber sinais provenientes do próprio corpo e do ambiente.
O paciente deve dedicar-se com regularidade à pratica de esportes e vencer seu receio de
movimentar-se, o exercício equilibra os efeitos terapêuticos de diversos medicamentos, reduz
fraturas, quedas, e tem efeitos psicossociais desenvolvendo autoconfiança, alegria,
redescoberta dos próprios recursos, diversão entre outros, sempre com vigilância de um
profissional. (Dölken, 2008, p. 512)
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Prevenção e orientação aos idosos portadores de osteoporose
O fisioterapeuta faz uma atuação muito importante que é orientar seus pacientes a fim
de prevenir acidentes e também para o sucesso de seu tratamento, manter o paciente
esclarecido dos riscos é fundamental. (Dölken, 2008, p. 504).
Para segurança do idoso, é possível melhorar as observações gerais do ambiente, como
deixar um espaço amplo para o idoso caminhar, retirar móveis com quinas vivas, deixar
sempre um copo com água na cabeceira da cama, deixar o caminho iluminado à noite, do lado
externo da casa nos jardins eliminar as irregularidades do piso, orientar o idoso a tomar suas
medicações corretamente. (Borges; Morelli; Rebellato, 2007, p. 183).
Realizamos exercícios de coordenação, equilíbrio e treino de força por serem muito
eficientes no equilíbrio dinâmico e estático. Estudos mostram que exercícios aeróbicos tem
efeito na prevenção da osteoporose quando combinados aos exercícios de força e de alta
resistência acompanhados pela ingestão de cálcio e vitamina D. (Santos; Borges, 2010, p.
292-297).
Possibilidades de intervenção clínica
No Treino de Marcha o idoso pode caminhar em barras paralelas ou local amplo, fazer
dissociação de cinturas escapular e pélvica, mudar direção, andar para frente e para trás, subir
e descer escadas se possível, pode colocar obstáculos durante a marcha para ele se desviar ou
passar por cima. No Treino de Força pode ser feito idêntico ao domicílio com utilização de
faixas elásticas, exercícios de levantar e sentar da cadeira e até aparelhos de musculação.
Treino de Equilíbrio pode se utilizar exercícios específicos e os propostos para domicílio,
pode caminhar sobre uma linha demarcada ao chão com um pé a frente do outro diminuindo a
base de sustentação, pular obstáculos, fazer dupla tarefa como carrega um copo com água
enquanto caminha ou caminhar batendo uma bola no chão e para os Treinos de Propriocepção
melhorar as funções articulares do idoso para terem a capacidade de suportar as demandas
diárias e esse treinamento tem que ser o mais funcional possível, elaborar situações do dia-adia como fazer movimentos que realiza ao cozinhar, lavar louças, estender cama ou roupas o
varal, utilizar o balançinho (plataforma móvel), prancha de equilíbrio entre outros. (Borges;
Rebellato; Morelli, 2007, p. 184-186).
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Resultado
O fisioterapeuta faz uma atuação muito importante que é de orientar seus pacientes a
fim de prevenir acidentes e para o sucesso de seu tratamento esclarecer o paciente a cerca dos
riscos é fundamental, a educação sobre a doença ajuda na prevenção e no tratamento, pois o
idoso consegue compreender de forma clara e objetiva o que esta se passando com ele
colaborando de forma positiva no seu tratamento.
A prevenção é a melhor orientação, porém muitas vezes essas informações passam
despercebidas pelos idosos a qual só vão à procura de um médico ou fisioterapeuta, logo após
as fraturas.
É importante ressaltar sobre a dieta, pois deve ser uma dieta balanceada para a
complementação das devidas vitaminas, essa dieta deve ser acompanhada por um profissional
da área (nutricionista).
Sendo assim nunca é tarde, mesmo após os 60 anos podemos conseguir alguns
benefícios com uma boa alimentação, exercícios físicos, exposição ao sol e acompanhamento
médico.
Conclusão
Através desta revisão concluímos que o exercício físico tem papel fundamental na
prevenção e no tratamento da osteoporose, pois atua de forma específica, melhorando o tônus
muscular, o equilíbrio, a coordenação e assim prevenindo quedas e possíveis lesões que
acometem os idosos.
Nunca será tarde para se cuidar, basta ter o apoio da família, fazer algumas adaptações,
como não usar tapetes em casa, mas caso seja necessário o uso de tapete que seja
antiderrapante, colocar proteção nas quinas dos moveis, para evitar fraturas no quadril,
colocar barras principalmente nos banheiros, para evitar as quedas, quando sair para caminhar
tomar muito cuidado, pois as calçadas são irregulares, uma dieta balanceada e o exercício
físico, mesmo iniciado após os 60 anos trará bons resultados.
Entretanto, é importante salientar que muitos estudos ainda são necessários, a fim de
encontrar formas cada vez mais eficazes de tratamento. Para isto, é preciso que sejam
realizadas pesquisas sérias, com metodologia adequada e resultados comprovados, para que os
protocolos e técnicas sejam cientificamente comprovados.
P á g i n a | 147
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Assistência Farmacêutica ao paciente doente crônico renal
Amanda Letícia de Souza1
Graciana Aparecida Simei Bento da Silva2
Resumo
A doença renal crônica representa nos dias de hoje um importante problema de saúde pública
no Brasil, pois a maioria dos brasileiros sofre de problemas renais e nem todos são
diagnosticados, alguns acabam indo até a óbito, já outros, realizam diálise e poucos
conseguem transplante renal. O tratamento da doença crônica renal tem como objetivo
retardar a doença, ou mesmo incentivar o rim a voltar a funcionar, a não adesão ao tratamento
farmacológico dificulta o processo, sendo assim, o profissional farmacêutico tem a função de
auxiliar o paciente durante o tratamento, orientando e aumentando a adesão do paciente ao
tratamento. Este trabalho de conclusão de curso tem o objetivo de descrever como é o rim e
suas funções, focando na doença renal crônica e seus tratamentos, visando a parte da
assistência. Conclui-se que com a evolução, a tecnologia e a correria do dia a dia, as pessoas
alimentam-se de maneira não saudáveis e descuidam-se de sua saúde, talvez por falta de
conhecimento. Ao decorrer do trabalho ficou claro, que o farmacêutico acaba não sendo
excluído na equipe multiprofissional responsável pelo tratamento do paciente crônico. Enfim,
pode-se concluir que a assistência farmacêutica tanto ao doente renal crônico como a qualquer
outra doença é muito importante para a adesão do paciente ao tratamento e consequentemente
para seu sucesso, melhorando a qualidade de vida do paciente crônico.
Palavras-chave: Assistência Farmacêutica, Doença Renal Crônica, Rim.
ABSTRACT
Chronic kidney disease is nowadays an important public health problem in Brazil because
most Brazilians suffer from kidney problems and not all are diagnosed, some end up going to
the death, while others, perform dialysis and few can kidney transplant . Treatment of chronic
kidney disease aims to slow the disease, or even encourage kidney to return to work, nonadherence to drug treatment complicates the process, therefore, the pharmacist has the
function of assisting the patient during treatment, directing and increasing patient adherence
to treatment. This course conclusion work aims to describe how the kidney and its functions,
focusing on chronic kidney disease and its treatments, aimed at part of the assistance. It is
concluded that the evolution in technology and the rush of everyday life, people feed on
unhealthy way and neglect to their health, perhaps for lack of knowledge. In the course of the
work it became clear that the pharmacist does not end up being excluded in the
multidisciplinary team responsible for the treatment of chronic patients. Finally, it can be
concluded that the pharmaceutical care both chronic kidney disease as any other disease is
very important for the patient's adherence to treatment and consequently to its success,
improving the quality of life of chronic patients.
Key-words: Pharmaceutical Care , Chronic Kidney Disease , Kidney.
1
Graduanda do curso de Farmácia – FTGA, email: [email protected].
Farmacêutica pela FHO, Especialista em Bioquímica e Homeopatia, Licenciada em Física, Pedagoga e Mestre
em Engenharia de Produção, email: [email protected].
2
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INTRODUÇÃO
A doença renal crônica representa nos dias de hoje um importante problema de saúde
pública no Brasil (MOREIRA et al, 2005). Uma grande maioria dos brasileiros sofre de
problemas renais e nem todos são diagnosticados. Várias pessoas vão a óbito por ano. Outros
fazem diálise, são poucos os que conseguem transplante renal, e os que foram transplantados
seguem em acompanhamento. A grande maioria dos doentes crônicos renais sofrem de
diabetes e/ou hipertensão ou ambos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA,
2016.).
O tratamento da doença crônica renal tem como objetivo retardar a doença, ou mesmo
incentivar o rim a voltar a funcionar, a não adesão ao tratamento farmacológico dificulta o
processo. São vários os motivos que levam o paciente a não fazer uso do medicamento entre
eles esta a falta de informação que depende dos profissionais e a resistência do paciente em
aderir (MOREIRA et al, 2005).
O regime terapêutico da DRC (dieta, ingestão de líquidos, medicamentos e terapia
dialítica) apresenta taxas elevadas quando não aderido corretamente. Fatores como: idade,
gênero, tabagismo, duração da HD e comorbidades determinam o processo da má adesão. A
percepção do paciente de melhora de saúde, a negação de realizar tratamento prolongado, bem
como a complexidade terapêutica e a confusão das orientações também alteram a adesão à
terapia (MOREIRA et al, 2008).
O profissional farmacêutico tem como dever prestar orientação necessária a estes
pacientes, fazendo parte da equipe no processo de racionalizar sobre os medicamentos,
fazendo com que os mesmos tenha total eficácia, evitando problemas que possam ocorrer
devido à grande quantidade de fármacos utilizados. Muitas vezes o paciente com insuficiência
renal crônica se encontra desmotivado à adesão terapêutica, devido ao fato de conviver com
uma doença incurável que o submete a tratamentos longos e dolorosos, além de questões
sociais que acabam limitando-o de uma rotina comum, podendo ocorrer o afastamento de
amigos, a perda do emprego, a dependência da previdência social, a impossibilidade de
passeios devido à rotina das sessões de hemodiálise entre outros (MOREIRA et al, 2008).
Este estudo tem como objetivo esclarecer o que vem a ser a doença renal crônica, os
tratamentos existentes e o papel do profissional farmacêutico.
Justificativa
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O que levou a desenvolver esse projeto foi perceber a falta de informação que a
maioria das pessoas tem sobre o respectivo assunto Doença renal crônica e sobre como o
farmacêutico pode estar dando assistência, sendo que como podemos ver, a grande parte da
população acredita que o dever do farmacêutico seja apenas dispensar medicamentos,
esquecendo toda a parte da assistência em si.
Segundo o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica (2002), pagina 16:
“Um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência
Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades,
compromissos e co-responsabilidades na prevenção de doenças, promoção e
recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do
farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de
resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida.
Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as
suas especificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de
saúde”
Baseada nessa definição, esse projeto estará analisando a função do farmacêutico ao
paciente portador de DCR, enfatizando a atenção farmacêutica.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa “aplicada”, quem tem como tema: Assistência Farmacêutica
ao Doente Crônico Renal, sendo classificada como descritiva, por utilizar artigos colhidos, e
através deles ter base para conseguir realizar um levantamento de assistência/atenção
farmacêutica e inserir ela no que se diz respeito à DCR.
O projeto foi realizado através de pesquisas bibliográficas constituídos em artigos e
livros direcionados ao titulo escolhido. Diante dos dados colhidos, a pesquisa terá como
objetivo esclarecer o trabalho do profissional farmacêutico quando se diz respeito a DCR.
Sistema Renal: Anatomia do Rim
O corpo possui vários órgãos que são responsáveis pela filtração do sangue, entre eles
se encontra os rins, eles medem cerca de 10 cm de comprimento, são na forma de um grão de
feijão, na cor marrom avermelhada (AMABIS, et al 2010).
Os dois rins possuem três camadas cada, formando uma capa de proteção, as camadas
são: Fáscia renal, mais externa, a cápsula adiposa, mais intermediaria e a capsula fibrosa, mais
interna, ainda mais abaixo da cápsula fibrosa, possui uma camada que é chamada de córtex
renal, no córtex fica os néfrons que são responsáveis pela filtração do sangue (LAURENCE,
2000).
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E ainda os rins possuem uma porção central, onde se encontra a medula renal, na
medula fica os ductos papilares que coletam a urina formada nos néfrons. Os ductos drenam
P á g i n a | 153
para estruturas chamadas cálices renais menor e maior. O cálice renal menor recebe urina dos
ductos papilares de uma papila renal e a transporta até um cálice renal maior. Do cálice renal
maior, a urina drena para a grande cavidade chamada pelve renal e depois para fora, pelo
ureter, até a bexiga urinária. O hilo renal se expande em uma cavidade, no rim, chamada seio
renal (AMABIS et al, 2010).
Figura 1 - Fisiologia do rim
Fonte: http://fisiorenal.blogspot.com.br/2009/06/nefron.html
Néfrons
O néfron possui uma região onde ocorre a filtração do sangue, que é formado pelo
glomérulo e pela cápsula renal. O glomérulo é composto por capilares sanguíneos enovelados,
que se originam da artéria renal (LAURENCE, 2000).
Na filtração o sangue reabsorve as proteínas do plasma e células sanguíneas, enquanto:
uréia, glicose, sais minerais e água são filtrados e passam do sangue para a cápsula renal. Na
cápsula renal surgem os túbulos nefricos que são: Túbulo contorcido proximal, alça nefrica, e
túbulo contorcido distal. E então existe um grupo de capilares sanguíneos que se unem e vão
para as veias renais (AMABI et al, 2010).
P á g i n a | 154
Figura 2 - Fisiologia do Néfron
Fonte:
http://ulbra-to.br/morfologia/2011/08/17/Sistema-Urinario
Compostos Nitogenados
O sangue é constituído por diversos metabólitos, e quando passado pelo rim, esses
metabólitos, conhecidos como compostos nitrogenados, são reabsorvidos ou excretado na
urina, como ocorre com a maioria dos compostos (SANTOS et al, 2012).
O quadro abaixo estará mostrando quais são os compostos nitrogenados e quais suas
ações e onde são sintetizadas no organismo:
P á g i n a | 155
Quadro 1: Compostos Nitrogenados
Composto
Albumina
Local a ser sintetizada
Sintetizada no fígado
Funçã
o
Transportadora de Calcio, ácidos
graxos livres, aminoácidos, entre
outros.
Regula pH sanguineo, atuando como
Acido Úrico
Provém da metabolização ânion.
das
purinas
proteínas,
que
que
são
alguns
alimentos possuem, como:
carne, feijão ou marisco.
Creatinina
A creatinina é produzida Utilizada
através do metabolismo da função
como
de
suplemento,
aumentar
a
tem
força
e
creatina que se origina no resistência muscular.
fígado e pâncreas.
Uréia
Sintetizada no fígado, a Mantém o equilíbrio hidroeletrolitico.
partir da amônia, que é
proveniente da síntese de
Fonte: Próprio autor
proteína.
Função Renal
O corpo possui dois rins localizados na parte dorsal do abdome, aos quais tem as
funções de: filtrar, reabsorver, homeostase, funções endocrinológica e metabólica. Porém sua
principal função é através dos glomérulos filtrar grandes quantidades do plasma passando
para os túbulos que reabsorvem o que o organismo necessita na quantidade ideal e excretando
através da urina o excesso de eletrólitos, que já não são mais necessários e que venha a gerar
doenças ao organismo (DUARTE et al, 2011).
Como dito, o rim tem também a função de produzir hormônios como a Eritropoetina,
que é responsável por estimular a medula óssea na produção de hemácias. Pacientes que são
DCR, possuem deficiência desse hormônio, sendo necessário ser feita a recomposição através
de fármaco chamado Eritropoetina, conhecida como Hemax (FERMI, 2011).
E por ultimo detém a função de controla o metabolismo ósseo, é de extrema
importância que a manutenção da quantidade de cálcio no sangue seja conforme o normal,
P á g i n a | 156
porém sabemos que o cálcio tem pouca absorção pelo trato intestinal pelo fato de ser
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insolúvel, sendo assim existe a vitamina D que faz com que aumente a absorção do cálcio no
trato intestinal, mas para tanto a vitamina D deve ser convertida primeiramente no fígado e
depois nos rins, por uma substância que tem por nome diidroxicolecalciferol, sendo ela que
irá aumentar a absorção do cálcio no organismo (DUARTE et al, 2011).
DOENÇA CRÔNICA RENAL
A doença crônica renal, trata-se de uma lesão renal, que é acometida por varias
doenças como por exemplo: Diabetes Mellitus e a Hipertensão, que são as mais conhecidas e
citadas. Essas doenças se não tratadas corretamente, gera perda progressiva e irreversível das
funções renais (ROMÃO, 2010).
O que diferencia a DRC da IRC, é o fato de na doença renal crônica os rins funcionam
parcialmente, já a insuficiência renal crônica, os rins não funcionam (ROMÃO, 2010).
Segundo DUARTE e outros (2011) a DRC utiliza os seguintes critérios:

Se a lesão durar 3 meses ou mais, sendo definida por anormalidades na
estrutura ou funções dos rins, incluindo alterações no exame de sangue e urina,
entre outros;

FG <60ml/min/1,73m² mantendo esse valor por 3 meses ou mais, podendo ter
ou não lesão.
Baseado nesses critérios citados, a DRC é definida como lesão renal, como dito antes
ou também como diminuição na função do rim por um período igual ou maior que 3 meses.
Alguns pacientes por serem portadores de certas doenças tem uma probabilidade
maior de obter a DRC, sendo eles: Hispertensão, Diabéticos, Idos, Pacientes com Doença
Cardiovascular (DCV) e Pacientes em uso de medicações nefro-tóxicas. Essas doenças são
classificadas como grupo de risco, pois alteram de alguma forma as funções renais, podendo
ou não causar lesão, mesmo que não seja ao adquirir essas doenças, com o passar do tempo
pode surgir alterações ao pouco e gerando assim a DRC (BASTOS et al, 2010).
Portanto, a DRC pode ser diagnosticada sem ter uma causa, neste caso, é estimado
que seja decorrente a proteína de baixo peso molecular, para detectar a DRC nesta forma é
realizada a avaliação de proteinúria, onde irá avaliar as proteínas excretadas, revelando se há
lesão renal, baseado nos resultados (BASTOS et al, 2010). A figura a seguir descreve como
acontece a avaliação:
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Figura 3 - Avaliação através de proteinúria
Fonte: BASTOS et al, 2010.
Tratamento
Tendo em conta que, a doença renal crônica, é uma doença que tem evolução lenta, é
de extrema importância que o paciente queira aderir ao tratamento, para que aja uma
esperança de cura ou mesmo para que não evolua para uma insuficiência renal crônica. Para
isso, há uma forte influencia e apoio da família e dos profissionais da saúde para com o
paciente, já que o mesmo de acordo de como visualiza sua patologia terá dificuldade em
aceitar tanto a patologia quanto o tratamento em si, sendo normal negar o tratamento, a dieta e
tudo o que for lhe imposto no principio (MALDANER et al, 2008).
Para a DCR, não existe tratamento farmacológico, porém como já mencionado antes a
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Diabetes e a Hipertensão são as principais causa da doença renal crônica, e para retardar sua
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evolução é passado o tratamento e a dieta dessas causas, mas se não obtiver resultados
benéficos, o paciente é encaminhado para o tratamento através da hemodiálise ou diálise
peritoneal (MARTINS et al, 2005).
Hemodiálise, é um procedimento onde o sangue é filtrado utilizando uma máquina,
onde tem as toxinas e o excesso de liquido retirado, e assim substituindo a função dos rins,
que não funcionam parcialmente ou não funcionam. O sangue sai do paciente, através de um
cateter ou uma fistula que é a junção de uma artéria e uma veia, e é exposto a uma solução de
diálise que é chamado de dialisato, que possui a mesma concentração do plasma considerado
normal, através de ultra-filtração as moléculas de água, as toxinas e os solutos presentes no
sangue e no dialisato passam pela membrana semipermeável, o que gera a filtração (FERMI,
2011). Segue uma imagem demonstrando o procedimento:
Figura 4 - Demonstração do processo que ocorre na HD
Fonte: Retirado de http://www.gamba.epm.br/pub/irc/irc.htm
Além da hemodiálise, existe também diálise peritoneal, onde a transferência dos
líquidos ocorre através da membrana peritônio. Através de um cateter implantado na cavidade
abdominal, onde através dele ocorrera a troca entre dialisato e solução. A diálise peritoneal
funciona utilizando três fases, sendo elas: infusão, permanência e drenagem (FERMI, 2011).
Segue imagem demonstrando:
P á g i n a | 161
Figura 5 - Demonstração de Diálise Peritoneal
Fonte Retirada de: http://www.gamba.epm.br/pub/irc/irc.htm
Terapia Nutricional
Além dos tratamentos que os pacientes são encaminhados, e o fármacos para controlar
as doenças que causaram a DRC, existe também a terapia nutricional, que tem o papel de
diminuir os nutrientes a serem ingeridos, para assim contribuir com que eles não adquirirem o
acumulo de compostos nitrogenados tóxicos, que alterará os exames, e também a quantidade
de liquido ingerido (AQUIMO et al, 2009).
Contudo, mesmo tendo uma dieta hipoproteica, e a mesma tendo muito beneficio, tem
que se ter a atenção redobrada para não baixar o valor energético, fazendo com que o paciente
fique desnutrido, por isso o paciente possui um acompanhamento mensal com o nutricionista
(AQUIMO et al, 2009).
Assistência farmacêutica
Com o passar do tempo, as mudanças tecnológicas, o farmacêutico passou a ser visto
apenas como vendedor, existem vários artigos onde autores tentam redefinir a relação entre o
P á g i n a | 162
farmacêutico e o paciente, porem se pode ver que ainda nos dias atuais não houve muitas
P á g i n a | 163
mudanças. O farmacêutico, através de sua graduação, possui capacidade total para realizar um
acompanhamento fármaco-terapêutico de qualidade (PEREIRA et al, 2008).
Segundo IVAMA e outros (2002), assistência farmacêutica significa:
“Conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico, e outros profissionais de
saúde, voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto no nível
individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o
acesso e o seu uso racional. Envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de
medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição,
distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços,
acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de
resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população”( IVAMA,
NOBLAT, CASTRO, OLIVEIRA, JARAMILLO E RECH, 2002, pg 15).
Ou seja, não é apenas entregar o medicamento ao paciente, mas também garantir, que
o medicamento tenha o efeito e a qualidade desejada, e que o paciente/cliente não automedique, visando a melhoria e o acompanhamento de sua saúde.
Através da assistência juntamente com o aconselhamento farmacêutico, o paciente e o
farmacêutico cria um elo, onde há troca de informações da parte do paciente e orientação da
parte do farmacêutico, sobre o medicamento como sobre a doença e como o medicamento irá
agir na doença. Gerando benefícios ao paciente e dando maior conhecimento na área de
assistência ao farmacêutico (SILVA et al, 2008).
Segundo, MOREIRA e outros 2005, o motivo de os pacientes portadores de DRC, não
fazerem o tratamento com medicamento correto, ou na posologia correta, é porque não houve
nenhum profissional que o informasse como tomar corretamente.
DISCUSSÕES E RESULTADOS
Baseado nas informações colhidas, pode-se ver que a DRC é uma doença que acomete
boa parte da população, e que quando a causa dessa doença são outras doenças existem
medicamentos disponíveis para retardar a evolução da DRC, porem o que está faltando, é
espaço para o farmacêutico agir, pois capacidade ele tem, para dar assistência, informar ao
paciente sobre a doença e tratamento, e acompanhar a evolução ou até mesmo encorajar o
paciente no tratamento.
É notável que o enfoque no farmacêutico tenha sido todos esses anos apenas na parte
de balcão, manipulação ou como químico, assim como é notável que o farmacêutico em si,
não tenha feito alteração no modo de agir, ou seja ao vender, ao fazer a dispensação
incrementar a assistência, para assim estar criando uma nova visão sobre si.
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CONCLUSÃO
Conclui-se que com a evolução, a tecnologia e a correria do dia a dia, as pessoas
alimentam-se de maneira não saudáveis e descuidam-se de sua saúde, talvez por falta de
conhecimento. A equipe de saúde preocupada em cuidar da patologia pode estar esquecendo
de cuidar do paciente, da prevenção de doenças e da orientação correta sobre a patologia
Ao adquirir uma doença crônica, o choque sempre é grande, mas torna-se maior ao
saber que terá que viver fazendo tratamento até o resto de sua vida, passando mais tempo em
uma clínica de hemodiálise do que em casa com a família. Torna-se então, necessário o apoio
da família e também o incentivo da equipe de profissionais da saúde, alertando o paciente do
que poderá ocorrer se não aderir ao tratamento.
Porém, mesmo após o paciente ter aderido ao tratamento, é de extrema importância o
acompanhamento e estar sempre relembrando, o que é, o que acontece e como fazer, tanto no
tratamento dialítico como no tratamento com os medicamentos que ele continuará ou
começará a tomar.
Ao decorrer do trabalho ficou claro, que o farmacêutico acaba não sendo excluído na
equipe multiprofissional responsável pelo tratamento do paciente crônico. Enfim, pode-se
concluir que a assistência farmacêutica tanto ao doente renal crônico como a qualquer outra
doença é muito importante para a adesão do paciente ao tratamento e consequentemente para
seu sucesso, melhorando a qualidade de vida do paciente crônico.
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P á g i n a | 167
AVALIAÇÃO COM PACIENTES PÓS – CIRÚRGICO DE
LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR COM PELO MENOS
TRÊS ANOS DE CIRURGIA, ATRAVÉS DO QUESTIONÁRIO
DE QUALIDADE DE VIDA SF 36 E O QUESTIONÁRIO DE
LYSHOLM.
Beatriz Lopes Batista Mendes1
Raquel Lima Jorge2
Walther Spnelli Filho³
Resumo
Lesões no joelho são bastantes comuns em indivíduos jovens ativos e o ligamento cruzado
anterior é um dos ligamentos mais acometidos. As lesões, na maioria das vezes, ocorrem
devido aos desequilíbrios musculares levando à instabilidade articular. O Tratamento
Cirúrgico é uma opção eficaz nesses casos. Uma maneira objetiva de avaliar a condição
funcional no pós-operatório destes indivíduos, bem como sua repercussão em aspectos de
qualidade de vida, é utilizar questionários específicos consagrados na literatura. O objetivo
deste trabalho é avaliar a condição funcional dos pacientes submetidos à ligamentoplastia do
ligamento cruzado anterior, com pelo menos três anos de pós-operatório, através do
questionário Lysholm e verificar aspectos de qualidade de vida relacionados à saúde através
do Questionário Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36).
Participaram desse estudo vinte e cinco pacientes selecionados a partir de consulta prévia a
prontuários médicos. Os resultados obtidos estão organizados em formato de tabela e gráficos
a partir de scores específicos. O tratamento fisioterapêutico é iniciado após a cirurgia, visando
devolver a capacidade funcional, realizando-se exercícios terapêuticos específicos e
integrando novamente os pacientes às suas atividades de vida diária e desportiva. Para este
estudo, em pacientes que atenderam os pré-requisitos citados acima, observou-se que a grande
maioria teve seus aspectos funcionais conservados e não apresentaram dificuldades nas suas
atividades de vida diária. Conclui-se que a fisioterapia é de extrema importância no processo
de reabilitação, tendo como objetivo principal proporcionar o retorno dos pacientes às suas
atividades cotidianas e desportivas.
Palavras-Chave: Fisioterapia - Ligamento Cruzado Anterior - Qualidade de vida - Aspecto
Funcional.
1
Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga UNIESP- FTGA. [email protected]
² Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga UNIESP- FTGA. [email protected]
³ Atualmente é Professor do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga - FTGA, Fisioterapeuta FISIOCLINICA S/S LTDA. Fisioterapeuta Concursado e Responsável na Unidade Básica de Saúde em Cândido
Rodrigues. Especialização em Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica ligada a Medicina do Esporte (2000),
Especialização em R.P.G. (Reeducação Postural Global, 1997). Foi Coordenador do curso de Fisioterapia da
Faculdade de Taquaritinga - FTGA no período de 2007 a 2011. Mestrado em Engenharia de Produção (2013).
[email protected]
P á g i n a | 168
ABSTRACT
Knee injuries are quite common in active young individuals and the anterior cruciate ligament
is one of the most affected ligaments. The lesions, most of the time, occur due to muscle
imbalances leading to joint instability. Surgical Treatment is an effective option in these
cases. An objective way of evaluating the postoperative functional status of these individuals,
as well as its repercussion on aspects of quality of life, is to use specific questionnaires
established in the literature. The objective of this study was to evaluate the functional status of
patients submitted to anterior cruciate ligament ligamentplasty with at least three years
postoperative using the Lysholm questionnaire and to verify aspects of health-related quality
of life through the Medical Outcomes Study Questionnaire 36 -Item Short-Form Health
Survey (SF-36). Twenty-five patients selected from prior consultation with medical records
participated in this study. The results obtained are organized in table format and graphs from
specific scores. Physiotherapy treatment is started after surgery, aiming at restoring functional
capacity, performing specific therapeutic exercises and integrating patients into their daily and
sports activities. For this study, in patients who met the prerequisites cited above, it was
observed that the great majority had their functional aspects conserved and did not present
difficulties in their activities of daily living. It is concluded that physiotherapy is extremely
important in the rehabilitation process, with the main objective of providing the patients'
return to their daily activities and sports.
Keywords: Physiotherapy - Anterior Cruciate Ligament - Quality of life - Functional Aspect.
Introdução
O Joelho é a maior articulação do corpo Humano, sendo de suma importância para
realização das atividades de vida diária como locomoção, posição bípede, estabilização.
(BECKER, DOLKEN, 2007, p. 178).
Sua principal função é dar mobilidade e estabilidade para a realização das atividades
de vida diária, como também para pratica de atividades esportivas. A articulação do joelho é
considerada a mais complexa da anatomia Humana, sendo também a articulação mais
suscetível a lesões, por conta de suas restrições que contribuem para altos índices de lesões
ligamentares como Ligamento Cruzado Anterior (LCA). (ELLENBECKER apud SAVOLLI,
2005, p. 15).
Para um bom desempenho funcional do joelho é necessário um equilíbrio ótimo entre
estabilizadores estáticos e dinâmicos de tecidos moles e componentes ósseos e cartilaginosos
(ELLENBECKER apud SAVOLLI, 2005, p. 15). Dessa forma observa-se que o LCA
funciona juntamente com outras estruturas anatômicas em torno do joelho, tendo um
importante papel nos segmentos proprioceptivos dos mecanorreceptores. (GODINHO et. al.,
2014, p. 614).
P á g i n a | 169
Quando se fala em estabilidade para a realização de movimentos é de grande
importância os ligamentos capsulares, intra e extracapsulares, que são responsáveis por
estabilizar a articulação para realização do movimento. (BECKER, DOLKEN, 2007, p. 178).
O Ligamento Cruzado Anterior está localizado no centro da articulação sendo
classificados como estrutura Extra sinovial apesar de ser intra-articular. (CASTRO apud
MADRUGA, 2004, p. 20).
A lesão do ligamento ocorre com maior incidência em jovens entre 20 e 40 anos,
tendo como mecanismo de lesão esporte de contato, mas podem ocorrer em indivíduos de
qualquer idade. Sendo que a forma mais comum de se levar a lesões deste ligamento é um
golpe lateral, levando então a uma força em valgo sobre a articulação. (KISNER, COLBY,
2009, p. 756).
O diagnóstico do LCA deve ser baseado na combinação de exames clínicos onde o
paciente é questionado sobre o mecanismo de lesão, tipo de trauma, intensidade, localização e
duração de dor. No Exame Físico deve constar a inspeção, palpação e teste especiais como:
Gaveta anterior, Teste de Lachman, Pivot Shift e Jerk Test Teste de Gaveta Anterior. E
através dos exames de imagens (Ex: Radiologia e Ressonância Magnética, tomografia
computadorizada e artroscopia. (CAMANHA, LASMAR&LASMAR, 2002, CASTRO et al.,
2003 Apud MADRUGA, 2004, p. 21).
Quando falamos em tratamento da lesão do LCA pode ser dividido em cirúrgico e
conservador. Sendo o tratamento conservador pouco utilizado, mas deve ser considerado
principalmente para os pacientes idosos. (MADRUGA, 2004, p. 21).
Já o tratamento cirúrgico é predominante em relação ao tratamento conservador,
devido à facilidade de diagnóstico de lesões do LCA e eventuais lesões associadas. Com a
lesão diagnosticada evoluem-se a episódios repetidos de falseio, levando ao afrouxamento dos
restritores secundários, lesões meniscais e condrais, terminando com a degeneração precoce
da articulação. (NUNES et al., 2003 apud MADRUGA, 2004, p. 21).
A cirurgia de reconstrução do LCA é uma das mais realizadas na área Ortopédica e
de maior incidência afetando principalmente jovens. Estima-se que sejam realizados entre
75.000 e 100.000 procedimentos anuais nos EUA. (VIEIRA, et al.; 2013, p. 161).
Anatomia do Joelho
O joelho é classificado como uma articulação completa e complexa há todo momento
está exposta à ação do peso corporal. Para sua estabilidade depende-se da relação entre a sua
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anatomia óssea, atividade muscular e ligamentar. O joelho possui dois graus de movimento,
sendo eles no plano sagital (flexão-extensão) e no plano transversal (rotação com o joelho a
90º) (ASTON, 1998 apud CASTRO; VIEIRA, 2012, p. 01).
A articulação do joelho desempenha um papel fundamental na locomoção, ao fazer a
flexão e extensão, levando uma diminuição do impacto dos pés ao solo. (PARDINE, 2002
apud SOUZA, JORDÃO, GONÇALVES, 2015, p. 49). Essa articulação é caracterizada como
um gínglimo ou articulação em dobradiça (entre o fêmur e a tíbia) e plana (entre o fêmur e a
patela). Os ossos da articulação do joelho são envolvidos por ligamentos, tendões e
meniscos.(SOUZA et al., 2014, p. 315).
Sua formação óssea é composta por: fêmur (região distal) com seus dois côndilos a
tíbia (região proximal) com seus dois platôs tibial e um grande osso sesamóide localizado
dentro do tendão do músculo quadríceps femural, denominado a patela. Essas estruturas
ósseas formam duas articulações: tibiofemoral e patelafemoral, se apresentam em capsulas
articulares, a grande quantidade dessa capsula levam a formação de bursas (exemplo:
suprapatelar, subpoplítea e bursa do músculo gastrocnêmio). (KISNER, COLBY, 2009, p.
720).
Ligamento Cruzado Anterior
O LCA encontra-se localizado no centro da articulação sendo classificada extra
sinovial e intra-articular, tem sua origem na porção póstero-lateral do intercôndilo femoral e
insere-se anteriormente a espinha da tíbia. (SOARES, 2005, p. 19).
É uma das estruturas mais importante e fundamental do joelho, sendo responsável
por impedir a instabilidade anterior e rotação interna da tíbia. Sendo a estrutura que mais sofre
lesão no joelho, principalmente em indivíduos jovens e ativos, as lesões na maioria das vezes
ocorrem devido à instabilidade articular que o indivíduo pode apresentar. (OLIVEIRA et al.,
2012, p. 193).
Este ligamento é constituído por resistentes cordões de tecidos conjuntivos e está
localizado no interior da cápsula articular do joelho, entre os côndilos fêmurais, mas fora da
cavidade sinovial da articulação. Apresenta dois feixes importantes, o feixe ântero-medial e
póstero-lateral. Sendo que o primeiro tem como origem face posterior do fêmur com inserção
na face lateral da tíbia, este feixe é considerado mais resistente do que o feixe ântero-medial.
O feixe ântero-medial tem sua origem na parte anterior do fêmur com inserção medial a tíbia.
A junção desses dois feixes apresenta um formato espiral que é responsável pela rotação tíbio-
P á g i n a | 171
femoral durante a realização de todos os movimentos do joelho. (CHRISTOVAM, MEJIA,
2000, p. 03).
Com a realização de movimento da articulação do joelho, o feixe ântero-medial
encontra-se isométrico, ficando mais tenso durante a flexão. De forma contrária o feixe
pôstero-lateral encontra-se mais tenso na extensão, frouxo a 20º de flexão e com a flexão
máxima reassumi seu estado de tensão. Na extensão, impede a translação anterior da tíbia e na
flexão possibilita que a tíbia rode internamente, mesmo com o estado de contração do
músculo quadríceps. Este mecanismo trabalha como suporte de sustentação de peso, no joelho
em extensão e proporciona o movimento durante a flexão. Com a flexão do joelho há um
aumento da rotação interna. (ALMEIDA, 2013, p. 05).
O principal objetivo do LCA é impedir o deslocamento anterior da tíbia e à rotação
medial do joelho, quando apresenta ruptura deste ligamento a tíbia desloca-se para
anteriormente ao fêmur, denominado gaveta anterior. Este ligamento tem a função de evitar o
movimento de gaveta anterior, atuando como estabilizador primário, e secundariamente limita
a rotação tibial e em um mínimo grau de angulação varo-valgo (joelho em extensão). Não
apresenta ação restritiva durante a translação da tíbia. (IEBRA, 2011, p. 08).
Mecanismos de Lesão
Como citado a cima, o LCA é uma estrutura de grande importância para o joelho,
impedindo uma instabilidade anterior e rotação interna da tíbia. Sendo essa estrutura
considerada a mais lesionada, em casos de ruptura total. Essas lesões acometem
principalmente indivíduos jovens e ativos e tem como característica principal a instabilidade
articular. (ARLIANI et al., 2012, p. 192).
Segundo Daniel et al, em estudos realizados no hospital de San Diego em pesquisa
com a população, obtiveram uma margem de 0,24 lesão do LCA a cada 1.000 indivíduos
saudáveis ao ano. (FATARELLI, ALMEIDA, NASCIMENTO, 2004, p. 198).
O mecanismo de lesão pode ser divido em lesões associadas e isoladas. As lesões
associadas se caracterizam por um trauma em valgo, flexão e rotação externa e seguido por
uma força crescente, ocorrendo a lesão do ligamento cruzado medial (LCM) e do LCA e
desinserção do menisco medial, podendo estar associada com uma lesão na musculatura da
pata de ganso, que tenta impedir o valgo. Quando há uma hiperextensão maior que 30º, leva
primeiramente a lesão do ligamento cruzado posterior (LCP) e depois do LCA. (DIONÍSIO,
PINI, 1996, p. 52).
P á g i n a | 172
Uma força exercida diretamente e posteriormente contra a parte superior da tíbia
leva há um deslocamento anterior no momento em que o joelho está fletido, ocorrendo uma
lesão do LCA com a associação de uma lesão do LCP e da cápsula articular. (DIONÍSIO,
PINI, 1996, p. 52).
A respeito das lesões isoladas, essas ocorrem a partir de movimentos forçados de
flexão, varo, rotação interna, provocando um enrolamento dos ligamentos cruzados, nesse
momento há uma abertura do compartimento lateral onde o côndilo interno do fêmur realiza
uma pressão ao LCA ocasionando uma lesão. (DIONÍSIO, PINI, 1996, p. 53).
Quando o joelho é estendido e ocorre uma rotação interna da tíbia, pode predispor
uma ruptura isolada do LCA, já que os feixes póstero-lateral e ântero-medial deste ligamento
encontram-se tensos durante a realização deste movimento. (DIONÍSIO, PINI, 1996, p. 53).
Segundo, Peterson e Renstrom, 2002, as lesões ligamentares podem ser organizadas
em três graus, dependendo da gravidade da lesão:
Grau 1: um pequeno estiramento, com um leve edema, e não apresenta perda da
estabilidade. Neste grau o indivíduo consegue deambular e o ligamento encontra-se íntegro;
Grau 2: apresenta um estiramento com lesão parcial do ligamento;
Grau 3: ruptura total do ligamento, com dilaceração da cápsula e com uma possível
lesão meniscal, classificada como uma grave lesão.
Portanto a ruptura do LCA pode estar relacionada com várias outras lesões, sendo as
mais corriqueiras as lesões do menisco e lesões condrais, essas poderão apresentar-se no
estado agudo proporcionado pelo trauma ou de forma crônica decorrente da instabilidade
devido à lesão do LCA. Com essas lesões associadas pode-se levar a uma progressão na
degeneração da cartilagem articular, provocando sinais e sintomas como: dor, edema e a perda
de mobilidade do membro. (ROCHA et al, 2007, p. 105).
Tratamento
Para o tratamento da lesão do LCA é necessário saber qual é o tipo de lesão, já que
podemos encontrar um ligamento estirado, uma ruptura do ligamento parcial ou completa. O
médico poderá optar para um tratamento conservador ou cirúrgico. Além de saber o tipo de
lesão, é de suma importância uma anamnese completa, contendo a idade do paciente, a
extensão das lesões associadas, a disponibilidade para participar de um programa de
reabilitação e qual é o estilo de vida do paciente, quais são as suas atividades de vida diária, a
sua profissão. (PINHEIRO, 2016, p. 325).
P á g i n a | 173
A fisioterapia tem um papel importante no tratamento conservador, com objetivo de
analgesia, estabilização dinâmico do joelho, ganho de força muscular, treino proprioceptivo,
pode-se utilizar órteses para a proteção do joelho em casos de instabilidades, e buscar
mudanças no estilo de vida do paciente, orientando, por exemplo, que ele realize exercícios
físicos com uma menor carga sobre o joelho. Este tratamento conservador é escolhido pelo
médico em casos de: ruptura parcial e/ou completa sem instabilidade; pacientes que possuem
um estilo de vida sedentário ou que trabalham com serviços manuais leves, e em crianças por
conter as placas de crescimentos ainda não consolidadas. (PINHEIRO, 2016, p. 325).
Quando a opção do tratamento conservador é descartada pelo médico, será indicado
o tratamento cirúrgico, sendo essa indicação realizada em 50% dos casos. O principal objetivo
é a reconstrução do ligamento lesado, com colocação de enxertos no local do LCA.
(BONANÇA, 2014, p. 16). O tratamento cirúrgico visa ainda uma reconstrução ligamentar
mais próxima de um joelho “normal”, devolvendo o máximo de funcionalidade. (WOJTYS,
2006, p. 238).
Questionário SF-36 (Medical Outcomes Study 36 - Item Short-Form Health
Survey).
O SF-36 (Medical Outcomes Study 36 - Item Short-Form Health Survey) é um
instrumento genérico para realizar avaliação de qualidade de vida, de fácil manuseio e
compreensão, inicialmente criado na língua inglesa, traduzido e validado na língua portuguesa
por CICONELLI et al., 1999 (Brasil-SF-36) . Sendo esse questionário considerado
multidimensional composto por 36 itens, divididos em oito domínios: capacidade funcional
(CF -10 questões), aspectos físicos (AF- 04 questões), dor (DOR - 02 questões), estado geral
da saúde (EGS – 05 questões), vitalidade (VIT – 04 questões), aspectos sociais (AS – 02
questões), aspectos emocionais (AE – 03 questões) e saúde mental (SM – 05 questões).
Esses oito domínios podem ser separados em dois aspectos gerais. O aspecto Saúde
Física com 21 questões é composto pela CF, AF, DOR, EGS. O aspecto Saúde Mental com 14
questões é composto pela VIT, AS, AE e SM. (OSCKO, 2007, p. 41).
Há ainda nesse questionário uma questão que compara as condições de saúde atual e
as de um ano atrás. Porém essa questão não participa da análise geral do questionário. O SF36 apresenta um escore final de 0 a 100, onde zero corresponde a um pior estado geral de
saúde e cem a um melhor estado de saúde (CICONELLI, 2003).
P á g i n a | 174
Questionário de Lysholm
A escala de Lysholm Knee Scoring Scale teve sua publicação em 1985 em língua
inglesa e foi traduzida para a língua portuguesa por Maria Stella Peccin et al., sendo validada
na publicação cientifica da revista Acta Ortopédica Brasileira em junho de 2006. Essa escala
tem como o principal objetivo a avaliação dos resultados das lesões do Ligamento Cruzado
Anterior, com especial atenção na instabilidade articular. É distribuído em oito questões,
sendo divididas em: claudicação, necessidade de auxilio para caminhar, travamento,
instabilidade, dor, edema, dificuldade para subir escadas e agachar. O resultado final é
apresentado em um quadro de pontuação sendo: 95 a 100 Excelente, 84 a 94 Bom, 65 a 83
Regular, menor que 64 pontos é considerado Ruim. É uma escala capaz de descobrir
alterações durante o processo cirúrgico e pós-cirúrgico. (RIBAS, LIMA, p. 477).
Matérias e Métodos
Para este estudo avaliamos 25 pacientes com pelo menos três anos de pós-operatório
do ligamento cruzado anterior. Estes indivíduos foram selecionados a partir de prontuários
médicos fornecidos de forma sigilosa pelo cirurgião responsável.
Os questionários foram aplicados após os pacientes serem devidamente contatados,
bem como orientados quanto aos objetivos do trabalho.
Para avaliação funcional utilizamos o questionário de Lysholm que foi aplicado
através de entrevistas presenciais realizadas no domicilio dos pacientes. Outro aspecto
pesquisado foi à qualidade de vida relacionada à saúde. O Medical Outcomes Study 36-Item
Short-Form Health Survey (SF-36) foi o instrumento de escolha.
Ambos os questionários produzem um score e os resultados obtidos estão
organizados em forma de tabela e gráficos.
Resultados
Através do Questionário de Lysholm que avalia a condição funcional. Dos vinte
cincos pacientes submetidos nesse estudo, observou-se que 52% (13) demonstram estarem
excelentes, 32% (8) bom e 8% (2) regular e 8% (2) ruim.
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Questionário de Lysholm
8% 8%
52%
32%
Excelente
Bom
Ruim
Regular
Figura 1: Representação gráfica da comparação das médias dos scores obtidas através do
Questionário de Lysholm.
O Medical Outcomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36) avaliou a
qualidade de vida desses pacientes, e os resultados foram divididos em três grupos de idade
(22 a 29 anos, 30 a 38 anos, 40 a 64 anos) e comparados entre si, por meio da média dos
scores estabelecida em cada domínio desse questionário.
Capacidade Funcional
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
22 a 29 anos
30 a 39 anos
40 a 64 anos
P á g i n a | 176
Figura 2: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36
do domínio CF, com a comparação entre os grupos de idade.
Dor
80
70
60
50
40
30
20
10
0
22 a 29 anos
30 a 38 anos
40 a 64 anos
Figura 3: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36
do domínio DOR, com a comparação entre os grupos de idade.
Limitação por Aspecto Físico
88
87
86
85
84
83
82
81
80
79
22 a 29 anos
30 a 38 anos
40 a 64 anos
Figura 4: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36
do domínio AF, com a comparação entre os grupos de idade.
P á g i n a | 177
Estado Geral de Saúde
80
70
60
50
40
30
20
10
0
22 a 29 anos
30 a 38 anos
40 a 64 anos
Figura 5: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36
do domínio EGS, com a comparação entre os grupos de idade.
Vitalidade
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
22 a 29 anos
30 a 38 anos
40 a 64 anos
Figura 6: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36
do domínio VIT, com a comparação entre os grupos de idade.
P á g i n a | 178
Aspectos Sociais
90
88
86
84
82
80
78
76
22 a 29 anos
30 a 38 anos
40 a 64 anso
Figura 7: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36
do domínio AS, com a comparação entre os grupos de idade.
Aspecto Emocional
90
85
80
75
70
65
22 a 29 anos
30 a 38 anos
40 a 64 anos
Figura 8: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36
do domínio AE, com a comparação entre os grupos de idade.
P á g i n a | 179
Saúde Mental
84
82
80
78
76
74
72
70
68
66
22 a 29 anos
30 a 38 anos
40 a 64 anos
Figura 9: Representação gráfica das médias dos scores obtidas através do Questionário SF-36
do domínio SM, com a comparação entre os grupos de idade.
Conclusões
Conclui-se que os pacientes submetidos nesse estudo, realizaram a ligamentoplastia
sendo o principal objetivo a reconstrução do ligamento lesado, devolvendo o máximo de
funcionalidade. Estudos demonstram que a fisioterapia é de extrema importância no processo
de reabilitação, proporcionando ao paciente o retorno em suas atividades de vida diária e
desportivas. O que podemos analisar nesse caso é que todos esses pacientes que passaram
pelo processo de cirurgia e reabilitação retomaram sua funcionalidade, sendo que 52% dos
pacientes consideram-se excelentes em sua condição funcional através da aplicação do
Questionário de Lyslhom.
Em relação aos dados obtidos pelo Questionário de Qualidade de Vida SF-36
observa-se que jovens entre 30 e 39 anos apresentam um maior índice (94,58%) de ganho
capacidade funcional e estado geral de saúde (78,5%) comparado com os pacientes entre 22 a
29 anos com capacidade funcional (89,28%) e estado geral de saúde (64,28%) e o grupo de 40
a 64 anos com capacidade funcional (70,83%) e estado geral de saúde (69,83%). No domínio
DOR observamos que a média é melhor nas idades entre 22-29 anos (63,14%) e 40 a 64 anos
(63%) comparados ao grupo de 30-38 anos que apresentam uma média de 76,16%. O domínio
de aspecto físico observou que o grupo com 40 a 64 anos teve uma média maior (87,5%)
comparada aos demais grupos, ou seja, provavelmente devido a idade esses pacientes tem
P á g i n a | 180
mais limitação em suas atividades de vida diária. Logo a frente aparece o grupo de 30-38 anos
(85,41%) e o de 22 a 29 anos (82,14%).
No domínio vitalidade o percentual é maior no grupo de 40 a 64 anos (81,66%),
seguido pelo grupo de 30 a 38 anos (75%) e o de 22 a 29 anos (66,42%). No aspecto social o
grupo de 30 a 38 anos tem uma média maior (89,58%) do que o de 22 a 29 anos (82,14%) e o
de 40 a 64 anos (80,75%). Nos últimos dois domínios o aspecto emocional no grupo de 22 a
29 anos tem uma média maior (85,71%), os de 30 a 38 anos (80,55%) e os de 40 a 64 anos
(72,22) e na saúde mental o grupo de 40 a 64 anos (82,66%), 30 a 38 anos (82,33%) e o de 22
a 29 anos (72,57%).
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P á g i n a | 182
Sintomas e Tratamento da Hepatite C: Levantamento
Bibliográfico
Carina Luana Santos da Costa
Carolina de Oliveira Nery
Priscila de Freitas Lima
RESUMO
Segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia, a hepatite C é um problema de saúde pública
de grandes proporções, com impactos sérios não apenas para o indivíduo acometido, mas
também para o sistema de saúde. Reconhecer como é feito o diagnóstico, quais são os sintomas
e tratamentos possíveis, assim como seus prognósticos, é de extrema importância para os
profissionais da saúde, uma vez que se trata de uma doença crônica altamente prevalente.
Especialmente no caso dos farmacêuticos, compreender os protocolos de tratamento para
hepatite C, assim como os aspectos farmacológicos dos medicamentos disponíveis, é essencial
para a prestação de um serviço de qualidade à comunidade. Neste contexto, o objetivo do
presente trabalho foi analisar, a partir da literatura científica, a sintomatologia e abordagem
farmacoterapêutica adotada para tratamento da hepatite C, via Sistema Único de Saúde. Foi
realizado um levantamento a partir de livros, artigos científicos, documentos técnicos do
Ministério da Saúde, teses e dissertações. Partiu-se de bases de publicações como Scielo e
MEDLINE, e foram incluídos trabalhos em Português e em Inglês. Os dados encontrados
apontam que o tratamento atual da hepatite C tem como função erradicar o vírus, com a
finalidade de aumentar a expectativa e a qualidade de vida do paciente, reduzindo a incidência
de complicações da doença hepática crônica (cirrose e carcinoma hepatocelular) e diminuindo
a transmissibilidade da doença. No Brasil há a disponibilidade do interferon convencional e da
ribavirina. Com a evolução das pesquisas, novos medicamentos com ação antiviral foram
incorporados ao tratamento da hepatite C, os quais incluem sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir,
que causam menos efeitos colaterais. Conclui-se ser necessário buscar cada vez mais
conhecimentos para uma formação coerente que possibilite avanços e orientações claras, de
forma a reduzir a ocorrência da hepatite C ao longo dos anos, bem como possibilitar à população
maior conscientização para que se atente para cada manifestação da hepatite C. É de extrema
importância que os profissionais da saúde sejam capazes de converter as limitações da
população em práticas de prevenção.
Palavras-chave: Hepatite C, Vírus da Hepatite C, Antivirais.
P á g i n a | 183
ABSTRACT
According to the Brazilian Society of Hepatology, hepatitis C is a major public health problem
of major proportions, with serious impacts not only for the individual affected, but also for the
health system. Recognize how the diagnosis is made, what are the symptoms and possible
treatments, as well as their prognosis is extremely important for health professionals, since it is
a highly prevalent chronic disease. Especially in the case of pharmacists, understanding the
treatment protocols for hepatitis C as well as the pharmacological aspects of the drugs available
is essential for providing a high quality service to the community. In this context, the aim of
this study was to analyze, based on the scientific literature, the symptoms and
pharmacotherapeutic approach adopted for the treatment of hepatitis C, via the Brazilian Public
Health System (Sistema Único de Saúde – SUS). A literature search was conducted based on
books, scientific papers, technical documents from the Brazilian Health Ministry and academic
thesis and dissertations. Publication databases such as Scielo and Medline were evaluated, and
publications in English and Portuguese were included. The data found suggest that the current
treatment for hepatitis c has the purpose to eradicate the virus in order to increase the patient
expectancy and quality of life, reducing the incidence of the complications attributed to the
chronic liver disease and reducing the transmission. In Brazil the conventional interferon and
ribavirin are available. As the researches evolved, new drugs with antiviral action were
incorporated into the treatment of hepatitis C, including sofosbuvir, daclatasvir and simeprevir,
which has fewer side effects. It can be concluded that it is necessary to search for more
knowledge in order to allow a significant progress and to provide clear orientations to reduce
the occurrence of hepatitis c, eventually giving to the community a broader understanding
towards the clinical manifestations of the hepatitis c. It is extremely important that the health
professionals are able to convert limitations into prevention practices.
Keywords: Hepatitis C, Hepatitis C Virus, Antiretrovirals.
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INTRODUÇÃO
A hepatite pode ser definida como uma inflamação do fígado causada por agentes
infecciosos ou tóxicos. Isso ocorre, em parte, porque praticamente qualquer agressão ao fígado
pode destruir o hepatócito e recrutar células inflamatórias, mas porque também doenças
inflamatórias representam condições crônicas de longa duração, conforme dados da Aliança
Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (ADOTE C, 2014).
Entre os distúrbios inflamatórios, a hepatite viral é a mais frequente e as suas formas
agudas e crônicas se diferenciam pela duração e pelo padrão da lesão celular. As hepatites virais
podem ser classificadas de acordo com o vírus hepatotrópico que as causam (A, B, C, D ou E)
(KUMAR; ABBAS; ASTER, 2013).
A hepatite C é uma doença viral causada pelo Vírus da Hepatite C (VHC), que inflama
o fígado sem despertar sintomas, fazendo com que muitas pessoas desconheçam que têm
hepatite C, às vezes descobrindo a doença quando vai doar sangue ou realizar exames de rotina,
ou quando a doença do fígado já se encontra em estágio muito avançado, algumas décadas
depois da contaminação (FERRARINI, 2014).
A transmissão da hepatite C ocorre através do contato com sangue contaminado, em
casos de transfusão de sangue, ou de acidentes com material contaminado, entre profissionais
da saúde, ou ainda quando se compartilha instrumentos para injetar drogas. No caso de mãe
para filho é rara a transmissão dessa doença, com cerca de 5% de chance de acontecer,
ocorrendo no momento do parto. Em relação à transmissão por contato sexual, esta ainda não
foi totalmente comprovada em estudos, conforme dados da Organização Mundial da Saúde
(OMS) (VARALDO, 2003).
A hepatite C apresenta-se em duas formas clínicas: a aguda e a crônica, sendo a forma
crônica a mais comum, pois, devido a doença ser assintomática em sua primeira fase, grande
parte das pessoas se encontra infectada com o vírus. Porém, conforme a doença for avançando
e infeccionando ainda mais o fígado, podem ocorrer os seguintes sintomas: dor e inchaço
abdominais; sangramento no esôfago ou estômago; coceira; icterícia; urina escura; perda de
apetite; náusea (FERRARINI, 2014).
A pessoa que contrai o VHC está apta a desenvolver cirrose, insuficiência hepática ou
carcinoma hepatocelular. A hepatite C é responsável por 70% das hepatites crônicas, 40% dos
casos de cirrose e 60% dos carcinomas hepatocelulares, se apresentando com a primeira causa
de transplante de fígado em todo o mundo (COSTA, 2016, p. 1).
A hepatite C apresenta elevada taxa de cronicidade, com uma gradativa evolução e se
caracterizando por uma doença de grande potencial fatal, participando como a doença de maior
P á g i n a | 185
número de óbitos entre todos os tipos de hepatite (FOCACCIA, 2007 apud RODRIGUES
NETO et al., 2012).
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), estima que há no mundo em média 400
milhões de pessoas infectadas pelo VHC, esse número acredita-se que é 10 vezes maior que o
de pessoas contaminadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) (HEPATITE..., 2016).
O Sistema Único de Saúde (SUS) tratou 15.821 de casos de hepatite C no ano de 2015
no Brasil e já fez o cadastro de 11 mil pessoas como potenciais pacientes do tratamento, de
acordo com os critérios de classificação estabelecidos pela OMS (BRASIL, 2015B).
O tratamento de hepatite C deve ser iniciado em pacientes com nível sérico elevado de
alanina aminotransferase (ALT) e com evidência de atividade inflamatória no exame de biópsia
hepática. O principal medicamento usado para a hepatite C é o interferon (IFN) alfa, mais
conhecido como IFN convencional, ele tem o potencial de inibir a carga viral após 48 horas de
tratamento (BRASIL, 2014B).
De acordo com Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), além do
IFN existem outros medicamentos usados para o tratamento da hepatite C, tais como
alfaepoetina, alfainterferona 2b, alfapeginterona 2a, alfapeginterferona 2b, boceprevir,
filgrastim, ribavirina e telaprevir (BRASIL, 2014A).
OBJETIVO
O presente estudo tem o objetivo de analisar criticamente a sintomatologia e
abordagem farmacoterapêutica adotada para tratamento da hepatite C, via SUS.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma pesquisa qualitativa (levantamento bibliográfico) a partir de livros,
artigos científicos e técnicos do Ministério da Saúde, assim como teses e dissertações. Partiuse de bases de dados como Scielo e MEDLINE, e foram incluídos trabalhos em Português e em
Inglês.
DESENVOLVIMENTO
A palavra hepatite significa inflamação no fígado e existem vários tipos de hepatite,
como as não virais, causadas por agentes tóxicos, como substâncias químicas ou drogas, álcool,
medicamentos ou alguma anormalidade no sistema biológico, e que não são contagiosas. As
hepatites virais se classificam por letra do alfabeto; as hepatite A, B e C são consideradas as
P á g i n a | 186
mais preocupantes para a população em geral, e as hepatites D, G e TT são potencialmente
relevantes especialmente para gestantes, pois podem causar aborto (ADOTE, 2014).
No mundo todo a hepatite C leva à morte cerca de 350 mil a 700 mil pessoas
anualmente. No Brasil, o SUS já confirmou 120 mil casos, dentre os quais 100 mil foram
tratados. Porém, anualmente surgem aproximadamente 10 mil novos casos (BRASIL, 2015A).
Existem vários veículos de contaminação da hepatite C, dentre eles destacam-se os seguintes:
a via parental (transfusão de sangue ou de seus derivados); transmissão sexual; aleitamento
materno; parto; secreção vaginal; contaminação em ambiente hospitalar (incluindo
risco associado diretamente aos profissionais da saúde) (ADOTE C, 2014).
O vírus que causa a hepatite C tem Ácido Ribonucleico (RNA) como seu material
genético, distinto dos vírus causadores dos demais tipos de hepatites. O VHC se hospeda em
uma célula do fígado e, da mesma forma que os demais vírus, toma emprestadas as estruturas
que produzem proteínas das células normais, em razão de que sozinho é incapaz de produzir
proteínas virais em grande quantidade (VARALDO, 2003).
Este vírus apresenta variações, dentre as quais 6 são as mais importantes (1 a 6) e
ainda se subdividem em mais de 50 subtipos (1a, 1b, 2a e outros). O RNA desses genótipos
chega a apresentar 30 a 50% de diferença, e subdividi-los é importante em razão de que cada
subtipo apresenta peculiaridades em relação à agressividade e resposta ao tratamento. Por
exemplo, os genótipos 1 e 4 são mais resistentes ao tratamento com IFN, enquanto que os
genótipos 2 e 3 apresentam melhores respostas. Por outro lado, estas variações confundem o
sistema imunológico e tornam muito mais difícil a produção de vacinas, além de outras
complicações (GONÇALVES JORGE, 2003).
Granato e Alberto (2008) analisaram, no ano de 2008, a distribuição da variação dos
genótipos do VHC na população brasileira a partir de 233 amostras consecutivas de pacientes
infectados por esse vírus. Os resultados mostraram a seguinte prevalência dos principais
genótipos do VHC: 1b - 45,6%; 3a - 32,5%; 1a - 15,8%; outros subtipos - 6,1%.
Conforme Gonçalves Jorge (2003), o vírus C se apresenta em maior quantidade no
sangue infectado do que o vírus B na hepatite B e o sangue infectado com o vírus C não
apresenta antígenos da hepatite B. Considera-se que na hepatite C, da mesma forma que na
hepatite B, o sistema imunológico do próprio hospedeiro seja o principal mecanismo de
destruição de células do fígado, embora também seja provável que ocorra destruição direta pelo
vírus.
É grande o impacto da hepatite C na saúde pública do Brasil e do mundo, pois essa
doença pode levar o paciente a ocorrência de fibrose hepática, cirrose e
carcinoma
P á g i n a | 187
hepatocelular, podendo ainda alcançar fases tão avançadas, ocasionando o óbito (LAGE, 2011;
RODRIGUES NETO et al., 2012; BRASIL, 2015A; COSTA, 2016).
Conforme estimativas do Ministério da Saúde, a infecção causada pelo VHC ocorre
em todos os continentes, e cerca de 170 milhões de indivíduos se encontram ou já se
encontraram infectados. Nos países mais desenvolvidos o transplante hepático é o
procedimento mais indicado para casos de cirrose por VHC (CORRÊA, 2004).
Por isso é de grande importância que sejam esclarecidos à população, através de
campanhas educativas governamentais, os agentes que causam a hepatite C, bem como as
características da doença, de forma a proporcionar maior conhecimento e reduzir os casos da
evolução da doença e dos óbitos, podendo aumentar a qualidade de vida dos portadores
(FERREIRA; SILVEIRA, 2004; CORREA, 2004; BRASIL, 2008; RODRIGUES NETO et al.,
2016).
Quando alguns cuidados passaram a ser tomados, como a triagem realizada em pessoas
que vão doar sangue, foram reduzidos os casos de infecção por via parenteral. Por isso são
importantes campanhas educativas nesse sentido (FERREIRA; SILVEIRA, 2004). Ainda,
dentre as medidas preventivas destacam-se muito cuidado no manuseamento de objetos que
possam conter sangue, como seringas de injetar drogas lícitas e ilícitas, aparelhos de barbear,
tesouras, alicates de unhas e cutículas, escovas de dente, entre outros, os quais nunca devem ser
compartilhados (GONÇALVES JORGE, 2003; BRASIL, 2008).
Existem aproximadamente cerca de 10 a 30% de pessoas que tem o HIV e também
estão coinfectados com o VHC, esse dado ainda é maior quando se trata de pessoas que fazem
o uso de drogas injetáveis, que chega a 75%. Pessoas infectadas com esses dois vírus tem um
risco maior de progressão para cirrose, insuficiência hepática e câncer, piorando o prognóstico
em razão da maior morbidade e mortalidade. (BRASIL, 2015B).
Quanto ao diagnóstico da hepatite C, este normalmente é realizado quando a doença
já se encontra em sua fase crônica, por ser assintomática no início. Porém, quando os sintomas,
depois de alguns anos, começam a evoluir, o diagnóstico específico ocorre após teste sorológico
de rotina, por meio do exame chamado Anti-VHC, o qual indica exposição ao vírus, mas não
distingue doença ativa e contato anterior com o vírus e o reagente por mais de seis meses, e
HCV-RNA detectável (positivo), ou seja, marcador direto da infecção ativa por VHC (BRASIL,
2011).
P á g i n a | 188
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Claramente, a saúde no Brasil enfrenta muitos desafios, especialmente no que se refere
ao tratamento de doenças transmissíveis, como é o caso da hepatite C, o que exige muito mais
responsabilidade e atitude por parte das autoridades no sentido de prevenir, controlar e curar a
doença (COSTA, 2016).
A hepatite C é uma doença que não apresenta sintomas em seu estágio inicial, podendo
ser descoberta em casos de doação de sangue ou algum exame específico, podendo já se
encontrar em fase bem avançada de inflamação, muitas vezes irreversível, tendo como único
recurso disponível o transplante de fígado. É gradativa a evolução desta doença, em grande
parte dos casos, durando até décadas, enquanto que em outros casos pode ser tão rápida que
leva o portador à óbito, uma vez que já existe o comprometimento total do fígado (BRASIL,
2008).
Caso a hepatite C não seja tratada quando descoberta, pode levar a uma cirrose hepática
em 20 ou 30 anos, desde o início da infecção, e também para o câncer de fígado dentro de 6 a
10 anos (DUNCAN; SCHMIDT; GIUGLIANI, 2004). Reconhece-se que, em geral, a hepatite
C evolui da seguinte maneira: exposição € infecção € recuperação ou cronicidade € fibrose
progressiva do fígado € cirrose e/ou carcinoma hepatocelular € morte por doenças do fígado
ou transplante (MARCELIN, 1999; DUNCAN; SCHMIDT; GIUGLIANI, 2004; THOMSON;
FINCH, 2005; BRASIL, 2008). Isto ocorre porque o fígado tenta reparar as suas células
agredidas e tem capacidade para fazê-lo. Contudo, quando esta agressão se torna constante,
perdurando por um longo período, esse processo de reparação acaba por substituir o tecido das
células hepáticas com o tecido cicatricial, o qual impede que as células hepáticas executem suas
funções. Desta forma, quando o fígado é constantemente agredido, pode ser cicatrizado em suas áreas
significativas, processo este que recebe a denominação de cirrose (DUNCAN; SCHMIDT;
GIUGLIANI, 2004).
O objetivo do tratamento da hepatite C é a erradicação do vírus com a finalidade de
aumentar a expectativa e a qualidade de vida do paciente, reduzindo a incidência de
complicações da doença hepática crônica e diminuindo as chances de transmissão do VHC. O
tratamento pretende evitar os desfechos primários da progressão da infecção, como cirrose,
carcinoma hepatocelular e óbito (THE EUROPEAN ASSOCIATION FOR THE STUDY OF
THE LIVER, 2015 apud BRASIL, 2015B, p. 19).
O tratamento das formas crônicas de hepatite C se baseava na combinação de IFN ou
interferon peguilado (PEG-IFN) com ribavirina, aplicados durante um período de 48 a 72
semanas, conforme o genótipo diagnosticado. O PEG-IFN tem uma molécula
de
P á g i n a | 189
polietilenoglicol que se junta à molécula do interferon, assim o tornando maior e com mais
dificuldade em ser metabolizado, permanecendo mais tempo na corrente sanguínea (PARANÁ
et al., 2009).
No Brasil há a disponibilidade do IFN convencional e da ribavirina, produzidos no
país, bem como o PEG-IFN alfa produzido por diferentes companhias farmacêuticas
(SHEPHERD et al., 2004 apud GARCIA et al., 2012).
Em relação ao mecanismo de ação, sabe-se que assim que o IFN se liga à molécula
receptora na superfície da célula específica, a célula recebe a mensagem para produzir proteínas
antivirais. Esse processo leva à produção de 24 proteínas que acabam por inibir a penetração
do vírus. Possivelmente há outros mecanismos que contribuem para o efeito terapêutico final
do fármaco. Já o mecanismo de ação da ribavirina não está completamente claro, mas
supostamente está relacionando com a alteração dos reservatórios de nucleotídeos celulares, o
que inibe a síntese do RNA mensageiro viral (ACOSTA; FLEXNER, 2012).
A partir do ano de 2015, o Brasil passou a importar outros medicamentos para tratar a
hepatite C via SUS, como o daclatasvir, simeprevir ou sofosbuvir, indicados para pacientes
cujos exames mostrem resultados de fibrose hepática avançada (THE EUROPEAN
ASSOCIATION FOR THE STUDY OF THE LIVER, 2015 apud BRASIL, 2015A).
Estes novos tratamentos correspondem a uma taxa de cura de 90%, com duração do
tratamento de 12 a 24 semanas, sendo administrados por via oral. Antes deste novo tratamento,
a cura da hepatite C era por meio de um composto do medicamento IFN, cuja taxa de cura era
de cerca de 50%, com duração de tratamento de 48 a 52 semanas e administração por via oral
e injeção subcutânea (BRASIL, 2015B).
A medicina tem avançado muito, especialmente na assistência à hepatite C, no sentido
de segurança, posologia, custo, abrangência de pacientes tratados e efetividade dos fármacos
disponibilizados. Diante disso, o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para
Hepatite C e Coinfecções (BRASIL, 2015B), optou por cessar o uso de medicamentos de ação
direta de primeira geração, como o boceprevir e telaprevir, ressaltando a garantia do tratamento
com esses medicamentos aos pacientes com Protocolo prévio, porém, adicionando ao arsenal
terapêutico do SUS os três referidos medicamentos: o sofosbuvir, que consiste em um
semelhante nucleotídeo inibidor da polimerase do VHC; o simeprevir, que inibe a protease de
segunda geração e o daclatasvir, que inibe a NS5A. O genoma do VHC codifica uma única
poliproteína precursora que depois de processada dá origem a dez proteínas virais, sendo a
NS5A uma dessas proteínas virais não estruturais, associada com a resposta ao tratamento
baseado em IFN (OLIVA, 2012).
P á g i n a | 190
A atuação desses novos medicamentos é direta no VHC, de modo a impedir que ele se
replique. Constituem o que há de mais avançado, atualmente, no tratamento da hepatite C
crônica (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2014; THE EUROPEAN ASSOCIATION
FOR THE STUDY OF THE LIVER, 2015 apud BRASIL, 2015B).
O tratamento com IFN apresenta muitos efeitos colaterais, que incluem cefaleia, dores
musculares, febre, perda de apetite, cansaço, depressão, perda de peso, além da diminuição dos
glóbulos brancos, plaquetas e anemia, e somente 40 a 50% dos pacientes apresentam a não
detecção do vírus em 12 semanas após o término do tratamento (BRASIL, 2015B).
De acordo com o discutido por Oliva (2012), o sofosbuvir, que entra na lista dos novos
medicamentos para VHC preconizados pelo SUS, é melhor tolerado. Ele associado com o IFN
e a ribavirina apresentaram taxa de cura entre 80 a 98%, além de reduzir o tempo de tratamento
para 1 semana. Sofosbuvir e ribavirina sem o IFN apresentaram respostas de 64 a 100%. O
simeprevir deve ser combinado com o IFN e a ribavirina, apresentando assim taxas de cura
entre 68% e 86%, mas os efeitos colaterais foram parecidos com os do IFN e ribavirina.
A hepatite C atinge proporções quase que epidêmicas no Brasil, acometendo cerca de
2 milhões de brasileiros, sendo que somente 25% possuem conhecimento de que são portadores
do VHC e menos de 5% já foram favorecidos com a cura. Esse elevado número de portadores
se reflete em muitas vidas perdidas e custos muito altos de assistência médica e, se nada for
feito, até o ano de 2030 serão mais de 95% dos casos de carcinoma hepatocelular e de cirrose
relacionados à hepatite C, gerando maior necessidade de transplantes de fígado e resultando em
maior número de óbitos (WESSLER, 2009; RODRIGUES NETO et al., 2012). Estima-se que
com a nova terapia abraçada pelo SUS (sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir), mais de 80% da
população infectada será tratada (BRASIL, 2015A).
Além dos medicamentos, o SUS também incorporou um novo exame, o qual avalia o
quanto o fígado do paciente está danificado com hepatite C. É o exame Elastografia Hepática
Ultrassônica, que tornará bem mais fácil diagnosticar os portadores que usarão os novos
medicamentos. Esses avanços mostram que a meta é oferecer, a cada dia, melhor assistência
aos portadores de hepatite C (BRASIL, 2015B).
Como políticas públicas voltadas para o tratamento da hepatite C no Brasil, existe um
esforço muito grande nesse sentido, principalmente a partir dos novos medicamentos. Existe
um acordo realizado entre a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e o consórcio BMK, integrado
pelas empresas Blanver Farmoquímica, Microbiológica Química e Farmacêutica e Karin
Bruning, para a produção do medicamento sofosbuvir no Brasil, a um preço bem acessível, para
P á g i n a | 191
tratar a hepatite C, o qual será distribuído no SUS, além de outros medicamentos antivirais
(GANDRA, 2016).
Segundo o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), AIDS e
Hepatites Virais, o tratamento da hepatite c em pacientes com HIV é ainda mais complicado,
pois o sistema imunológico está mais sensível, ou seja, não é raro que haja má resposta ao
tratamento, comprometendo o processo de adesão e agravando os efeitos colaterais. Isso pode
levar a uma evolução mais rápida para a cirrose, insuficiência hepática e câncer de fígado.
Pacientes com o HIV e VHC têm grandes chances de ter toxicidade hepática causada pela
combinação dos vários antivirais utilizados para tratar ambas as condições (SILVA; BARONE,
2004).
CONCLUSÕES
O objetivo do presente trabalho foi analisar criticamente a sintomatologia e abordagem
farmacoterapêutica adotada para tratamento da hepatite C via SUS.
Pode-se afirmar que esse objetivo foi alcançado, uma vez que se conheceu um pouco
mais a respeito da hepatite C, uma disfunção causada no fígado pelos efeitos diretos e indiretos
do VHC. A hepatite C pode ser contraída por sangue infectado, em transfusão de sangue, uso
coletivo de instrumentos perfurocortantes, como seringas, aparelhos de barbear e alicates de
cutículas. As consequências desta doença podem ser complicadas, podendo levar a uma cirrose,
câncer de fígado e óbito.
Conheceu-se também, por meio da literatura pesquisada, que novos medicamentos
foram incorporados ao SUS para o tratamento da hepatite C. São eles: o sofosbuvir, o
daclatasvir e o simeprevir, com os quais cerca de 30 mil tratamentos poderão ser realizados,
considerando que, com o tratamento anterior, de IFN associado a outros fármacos, 15.821
pessoas já haviam sido tratadas no ano de 2015.
Este foi, sem dúvida, um grande avanço no tratamento da hepatite C, pois representa
uma grande mudança de paradigmas, em razão de que o Brasil consegue sair de um esquema de
tratamento já avançado, constituído pelo IFN e ribavirina e caminhar para um novo tratamento,
agora oral, com uma excepcional tolerância e de grande eficácia.
A realização desse trabalho foi muito construtiva, pelos conhecimentos que
proporcionou. Porém, é um assunto que deve ser mais estudado, em razão de se tratar de um
problema de saúde pública, ficando aqui a sugestão para que novos estudos sejam feitos no
sentido de verificar a real eficácia dos novos tratamentos conforme eles forem sendo cada vez
mais utilizados pela população brasileira.
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Tratamento fisioterapêutico na osteoartrose de quadril: Uma revisão
bibliográfica
Nathanael de Oliveira Benatti
Orientador: Prof. Me. Walther Spinelli Filho
Resumo
A osteoartrose é uma doença degenerativa caracterizada pela destruição da cartilagem hialina e
do osso subcondral, essa destruição é causada pelo desequilíbrio entre a solicitação a resistência
do tecido cartilaginoso. Atinge em média cerca de 16% da população brasileira e pode ser
considerada uma doença reumática. A osteoartrose se subdivide em primária, que pode ser
devido a fatores hereditários, fatores genéticos e hormonais, já na secundária pode estar
associado a traumas, fraturas e doenças inflamatórias, acometendo 80% dos indivíduos com
idade acima de 70 anos. Sua característica é dor na região com um aumento nas atividades do
dia a dia e diminuição dessa dor no repouso, rigidez que acomete no início do dia e melhora
com a movimentação da articulação, perda de força e de amplitude de movimento. A
fisioterapia propõe um tratamento voltado na função sintomatológica apresentada pelo
paciente, usando aparelhos para diminuir a dor, promover condicionamento físico, respostas
rápidas a exercícios de baixa intensidade, visando sempre devolver a autonomia e a
independência do paciente para que ele volte às rotinas do seu dia a dia sem dor, sem
complicações e com qualidade de vida.
Palavras-chave: Osteoartrose. Fisioterapia. Exercícios.
Abstract
Osteoarthritis is a degenerative disease characterized by destruction of articular cartilage and
subchondral bone, this destruction is caused link imbalance between the request resistance of
the cartilaginous tissue. M reaches average about 16% of the population and can be considered
a rheumatic disease. Osteoarthritis is divided into primary that may be due to hereditary factors,
genetic and hormonal factors, as in the secondary may be associated with trauma, fractures,
inflammatory diseases, affecting 80% of individuals over the age of 70 years. Its characteristic
is pain in the region with an increase in day-to-day and decrease that pain at rest, rigidity that
occurs at the beginning of the day and improves with movement of the joint, loss of strength
and range of motion. Physical therapy offers a focused treatment in the clinical function
presented by the patient, using devices to reduce pain, promote physical fitness, quick
responses to low-intensity exercise, always seeking to return the autonomy and independence
of the patient so that he comes back to routines their day to day without pain, without
complications and with quality of life.
Keywords: Osteoarthritis. Physiotherapy. Exercises.12
1
2
Graduando do curso de Fisioterapia pela Faculdade de Taquaritinga FTGA. [email protected]
Professor do curso de Fisioterapia da Faculdade de Taquaritinga FTGA, Fisioterapeuta – Fisioclinica S/S LTDA,
Fisioterapeuta concursado e responsável na Unidade Básica de Saúde em Cândido Rodrigues. Especialização em
P á g i n a | 196
Fisioterapia ortopédica e Traumatológica, especialização em R.P.G, mestrado em Engenharia de Produção.
P á g i n a | 197
Introdução
A osteoartrose (OA) é definida por consequentes alterações
bioquímicas,
moleculares e histológicas que ocorrem na cartilagem articular e no osso subcondral,
ocasionando uma falha dos condrócitos em sintetizar a matriz extracelular. No início, trata-se
de uma degeneração não-inflamatória levando a formação de osso subcondral na superfície
articular e nas margens articulares. (REBELATO; MORELLI, 2007, p. 282)
A osteoartrose de quadril vem ao longo dos anos, sendo um problema crescente na
região do ocidente e sua principal causa é a mobilidade e inabilidade principalmente entre
pessoas idosas. Além da dor e do seu desconforto, a osteoartrose tem conseqüências
econômicas muito importantes. (DANI; AZEVEDO, 2006, p. 38).
A osteoartrose é uma doença que se caracteriza pela degeneração progressiva da
cartilagem e conseqüentemente sua destruição, devido ao desequilíbrio entre a solicitação e
resistência do tecido cartilaginoso, assim podendo progredir até a incapacidade física do
paciente. (BECKER; DOLKEN, 2008, p. 366).
Pressupõe que o conceito característico de doença degenerativa consiste de uma
anormalidade na cartilagem hialina que determina sua sintomatologia de intensidade variável
e possível comprometimento da função do quadril. (SILVA, 2008, p. 01).
Pode ser primário na cartilagem articular o processo degenerativo ou degradativo,
podendo ser secundário com diferentes causas, sendo elas: Doença hereditária, doença
endócrinas, desarranjos articulares e doenças inflamatórias. (SILVA, 2008, p. 01).
É caracterizado as alterações profundas na superfície articular na degeneração cartilaginosa.
Fissuras, fibrilações e erosão são eventos que podem de certa forma estar presente. Devido a essas
mudanças, ocorrem alterações na atividade biossintética dos condrócitos e na sua composição
bioquímica. (DANI; AZEVEDO, 2006, p. 38).
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Osteoartrose de Quadril
De caráter degenerativo a osteoartrose de quadril é composta pela degeneração da
cartilagem articular. Com a idade e o peso como fatores agravantes dessa patologia que
acomete ambos os sexos. (WIBELINGER, 2009 p. 62).
Também conhecida como coxoartrose é uma das formas que causam mais dores e
incapacidades para os pacientes. Com três padrões de acometimento sendo eles; súpero-lateral
que é o mais comum, o médio e o axial. É variável a localização da dor, sendo ela na região
glútea, inguinal, face anterior da coxa e no joelho, com redução da amplitude de movimento e
rigidez articular no quadril. (SILVA, 2008 p. 05).
A osteoartrose de quadril pode ser definida e caracterizada como dor localizada na
região da articulação, que aumenta na atividade física e alivia no repouso, rigidez articular
principalmente de manhã, formação de edemas e deformidades, instabilidade articular e
insegurança, limitação funcional, perda de força muscular e perda de amplitude de
movimento. (DE ROSIS; MASSABKI; KAIRALLA, 2010 p. 102).
Pode ser considerada como doença reumática que está associada à idade, atingindo
cerca de 16% da população brasileira. (MIOTTO et al, 2013 p. 03).
Na articulação, primeiramente se observa um comprometimento da abdução do
quadril antes do acometimento da flexão e rotação do quadril. Com o passar do tempo, o
movimento mais acometido se torna a rotação interna, e que pode ser notado crepitações
audíveis em alguns casos. A atrofia muscular da coxa e dos glúteos pode ser observada e
ainda sendo possível detectar o sinal de Trendelenburg que é fraqueza do glúteo médio. No
decorrer da doença, se observa o encurtamento do membro acometido, compensações na
articulação e na marcha e perda de equilíbrio. (SILVA, 2008 p. 05).
As deformidades que ocorrem na articulação do quadril são devidas de processos
inflamatórios como a necrose asséptica, tumores e fraturas, sendo essas afecções possíveis
causadoras de artrose da articulação. (BECKER; DOLKEN, 2008, p. 430).
Sua etiologia não é muito bem conhecida, mas podem estar relacionados com micro
traumas repetitivos cargas excessivas na mesma articulação em suas atividades diárias, e
também aos fatores hereditários, metabólicos e endócrinos, que pode causar a participação do
estrógeno em desordem no corpo. (MARQUES et al, 1998 p. 84).
Existem na osteoartrose de quadril fatores de risco que possam contribuir para seu
aparecimento ou agravamento, sendo eles; a obesidade, excesso de esforço articular, lesões
periarticulares e riscos ocupacionais. (MARX et al, 2006 p. 254).
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Osteoartrose primária é considerada como causa desconhecida, os fatores
hereditários podem estar relacionados juntos com fatores genéticos e hormonais,
principalmente em mulheres perto ou no período da menopausa. (WIBELINGER, 2009 p.
62).
Ocorre também uma predisposição genética denominada poligênica, e também a
fatores ambientais. Essa mutação ocorre no procolágeno tipo II responsável pelo colágeno
tipo II. (SILVA, 2008 p. 22).
Pode também estar relacionados com a osteoartrose, de quadril fatores nutricionais
como agentes antioxidantes que são os condroprotetores, e pode se notar em pacientes cuja
quantidade de vitamina D é extremamente baixa. Esse paciente com vitamina D abaixo do
normal tem três vezes mais chances de adquirir a doença. (SILVA, 2008 p. 22).
Já a secundária estão relacionadas a traumas, fraturas, doenças inflamatórias,
hematológicas e outras. Acomete 80% dos indivíduos acima de 70 anos, esses indivíduos já
começam a sentir e apresentar os primeiros sintomas. (WIBELINGER, 2009 p. 62).
Pode estar relacionada com necrose avascular, atrite séptica, artrite reumatóide e
artropatia. (REBELATO; MORELLI, 2007, p. 282)
Mas a sua principal ocorrência da doença é a mecânica, que ocorre devido a micro
traumatismos constante na articulação causando o desgaste precoce da superfície
cartilaginosa, com isso acontece um processo de degeneração alterando a estabilidade e
autonomia da articulação lesada. (WIBELINGER, 2009 p. 62).
A dor é o sintoma principal na osteoartrose, ela aparece com mais freqüência na
evolução da patologia aparecendo quando se usa pouco a articulação ou até mesmo em seu
repouso. (WIBELINGER, 2009 p. 62).
Essa dor com o decorrer do tempo e da evolução se divide em três estágios, sendo
eles; estágio I, quando a dor se manifesta de manhã e desaparece aos poucos quando se
movimenta a articulação, o paciente relata dor no período do dia ou quando a articulação fica
parada na mesma posição por um tempo; estágio II, a dor se agrava e o trajeto sem dor
diminui e nesse momento se instala os mecanismos de claudicação, tornando mais difícil ao
paciente as mudanças de posição como levantar e sentar, o paciente se torna incapaz de ficar
de pé por muito tempo; estágio III, nessa fase não ocorre intervalos sem dor, elas se
manifestam inclusive em repouso, fazendo o paciente trocar várias vezes de posição.
(BECKER; DOLKEN, 2008, p. 430).
Por ser uma doença que causa incapacidade ao paciente, a osteoartrose gera um
grande impacto econômico. Os pacientes apresentam cerca de 30% a 40% da procura por
P á g i n a | 200
assistência. Ela causa incapacidade laborativa em 15% da população adulta do Brasil e no
mundo, e representa 7,5% de afastamentos pela previdência social. (REBELATO; MORELLI,
2007, p. 283).
Após os 35 anos, 50% das pessoas poderão apresentar alterações articulares
degenerativas que se diz respeito à osteoartrose. (REBELATO; MORELLI, 2007, p. 283).
Sua prevalência aumenta com a idade do paciente, não observa aos 40 anos de idade
e é mais freqüente após os 60 e 75 anos. Desses resultados, 85% apresentam evidencias
radiográficas da enfermidade. (REBELATO; MORELLI, 2007, p. 282).
Fisioterapia na Osteoartrose de Quadril
O fisioterapeuta tem um papel importante na diminuição do impacto dos sintomas na
vida do paciente, usando abordagens terapêuticas para melhorar a capacidade funcional e
ajudar na manutenção da sua qualidade de vida. (BERLATO; TOKUMOTO; OLIVEIRA,
2009 p.18).
O diagnóstico realizado pelo fisioterapeuta em doenças reumatológicas tem suas
especialidades, e é muito importante que o profissional fisioterapeuta tenha em mãos o
diagnostico médico, para depois elaborar um diagnostico funcional do paciente, identificando
as disfunções na anamnese, e assim identificar o quadro clinico do paciente. O diagnóstico
cinesiológico funcional possibilita um melhor prognostico do paciente. (UNIVERSIDADE
FEDERAL DE JUIZ DE FORA, 2009 p.04).
Cinesioterapia
A mobilização da articulação afetada é muito importante para realização de
movimento ideal sem dor, mantendo a extensibilidade da articulação ou aumentando se
estiver com restrições periarticulares. (AMARAL; CERDEIRA; VIDOTTO, 2009 p.05).
A mobilização proporciona a circulação do fluido sinovial, nutrindo as superfícies
articulares, diminuindo a dor na articulação devido à estimulação dos receptores articulares.
Para os pacientes com osteoartrose, a mobilização é muito importante, pois o paciente
apresenta diminuição da amplitude de movimento, com isso, causa encurtamentos, contraturas
em músculos e estreitamentos capsulares ocasionando em uma dificuldade no movimento.
(AMARAL; CERDEIRA; VIDOTTO, 2009 p.05).
P á g i n a | 201
Além da mobilização o alongamento aumenta a mobilidade dos tecidos moles e
conseqüentemente ocorre uma melhora da amplitude da articulação. Estruturas que estão
encurtadas se tornam hipomóveis com o tempo, causada pela imobilização prolongada e
traumas dos tecidos que pode resultar em inflamação e dor. O alongamento nos casos de
inflamação deve ser controlado, pois ocorre uma diminuição de força tênsil do músculo em
50%. Os alongamentos são realizados nos isquiostibiais, tríceps sural, piriforme, glúteos,
quadrado lombar, paravertebrais, quadríceps, iliopsoas, adutores e abdutores do membro
inferior. (AMARAL; CERDEIRA; VIDOTTO, 2009 p.05).
Ocorre na osteoartrose a diminuição da força muscular e a endurance, e com isso
ocorre diminuição da capacidade funcional e da capacidade aeróbica. Estudos apontam que os
exercícios físicos melhoram e mantém a mobilidade, força e a funcionalidade do músculo ou
estruturas musculares, pois aumentam a densidade óssea, diminuem a dor e melhoram a
biomecânica da estrutura afetada. (MARQUES; KONDO, 1998 p. 85).
Um dos principais recursos da fisioterapia é o exercício físico e é muito utilizado
para restaurar e recuperar a força muscular. (OLIVEIRA, et al, 2008 p.02).
No começo do tratamento usando a cinesioterapia recomenda-se realizar exercícios
isométricos, pois são toleráveis para o paciente que esta com receio de dor e inflamação, e
porque são de mínima probabilidade de causar alguma inflamação, e se forem feitos em
ângulos articulares causam menos dor. (AMARAL; CERDEIRA; VIDOTTO, 2009 p.05).
“O impacto dos exercícios é avaliado principalmente nos aspectos de dor e função.”
(RICCI; COIMBRA, 2006 p. 04).
Após os exercícios isométricos são implantado os exercícios isotônicos, se a
inflamação e a dor estiverem controladas. Os exercícios isotônicos são exercícios superiores
aos isométricos e aumentam o ganho de força muscular, endurance, capacidade aeróbica e
habilidades funcionais. (MARQUES; KONDO, 1998 p. 85).
Os objetivos nessa fase são traçados para reduzir o quadro álgico, melhorar a
mobilidade, diminuir o edema, ganhar amplitude articular, força e resistência muscular,
estimulação da propriocepção e consciência corporal e evitar enfermidades. (AMARAL;
CERDEIRA; VIDOTTO, 2009 p.05).
Acupuntura
A agulha é colocada nos pontos chamados de Qi, causando dormência ou
formigamento. A acupuntura na osteoartrose de quadril obteve um bom resultado melhorando
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a dor em 8 semanas de aplicação, classificando 4 pontos em uma escala de 0 a 20.
(MANHEIMER, et al, 2010 p. 02).
A analgesia através da acupuntura mostrou melhora em curto prazo da dor do
quadril. A função física em oito semanas foi satisfatória com o uso das agulhas, em 26
semanas o resultado foi ainda melhor, ocasionando em uma melhora significativa da dor e na
função do quadril. (MANHEIMER, et al, 2010 p. 02).
A acupuntura na osteoartrose reduz o uso de analgésicos no tratamento, diminuindo a
dor e com um programa fisioterápico associado, ajuda na melhora e recuperação do paciente.
(RICCI; COIMBRA, 2006 p. 04).
Método Bad Ragaz
As propriedades físicas da água proporcionam um meio excelente para exercícios. A
água possui a flutuação, viscosidade, densidade relativa, pressão hidrostática, tensão
superficial, calor especifico e refração. (ROCHA, 2010 p. 29).
A temperatura da água fica em torno de 33º a 36º, essa temperatura aumenta a
densidade do colágeno, diminui espasmos musculares, alivia a dor, diminui a rigidez
muscular, aumenta a circulação sanguínea, facilita a diminuição dos processos inflamatórios,
edema e exsudatos, relaxando e provocando várias sensações benéficas para a articulação e o
corpo. (OLIVEIRA; SOUSA, 2009 p. 05).
Com a água aquecida, o quadril tem uma melhor mobilidade, proporcionando a
diminuição do quadro álgico e espasmos. A água proporciona uma resistência dinâmica
fazendo com que os exercícios de fortalecimento de grandes grupos musculares e o treino de
marcha sejam eficazes para evolução no tratamento de osteoartrose de quadril. (ROCHA,
2010 p. 33).
Vários autores relatam que a água transfere ou retém calor devido a um mecanismo
de condução. O terapeuta se posiciona para proporcionar sustentação para o paciente, desse
modo, possibilita que o terapeuta oriente e com isso aumente a amplitude de movimento
durante o exercício. (OLIVEIRA; SOUSA, 2009 p. 05).
O terapeuta usa o método de Bad Ragaz para o tratamento das perdas de força
muscular, ajuda o paciente a realizar movimentos eficazes, fortalecendo a estrutura do quadril
e coluna lombar. O terapeuta fica fixo em um ponto e trabalha ao redor do paciente de forma
isométrica, usando as bóias nas posições de supino, bruços e de lado, movimento em cadeia
fechada, movimentos retos e diagonais. (OLIVEIRA; SOUSA, 2009 p. 05).
P á g i n a | 203
Kinesio Taping
A utilização da bandagem proporciona inúmeros benefícios como; melhora da
propriocepção, realinhamento de tecido facial devido à normalização da tensão muscular,
aumento do espaço intersticial, melhora da circulação sanguínea e linfática, correção da
função muscular melhorando a amplitude de movimento e diminuição da dor. (FREITAS
apud KASE, 2016 p. 03).
A aplicação da bandagem vai depender do tipo de tratamento ou estrutura muscular
está envolvida, coloca-se a partir da inserção até a origem do músculo, para inibir a ação do
músculo, já para músculos fracos, aplica-se da origem muscular até a inserção, isso faz com
que aumente a contração e ativação do músculo. (FREITAS; MARCHETTI, 2016 p. 03).
Quando aplicado a bandagem no glúteo máximo, quadríceps e tensor da fascia lata,
obteve um aumento da contração muscular e da força dos músculos, ajudando na recuperação
da musculatura em torno do quadril. (FREITAS; MARCHETTI, 2016 p. 04).
O uso da bandagem elástica afeta o desempenho da força e atividade muscular, dá
estabilidade para articulação, ajuda no equilíbrio e descarga de peso. Ela sozinha não faz todo
o tratamento, mas pode ser associada com os demais tratamentos proposto pela fisioterapia
para obter uma resposta mais rápida e eficiente. (FREITAS; MARCHETTI, 2016 p. 04).
Ambiente Virtual
Criando um ambiente virtual, pode-se estimular a execução de movimentos de flexão do
quadril, com o joelho fletido no plano frontal, eixo transverso com rotação interna e externa de
quadril. (SCHAFFER; SILVA, 2014 p. 941).
O aparelho usado para esse ambiente é o Kinect, que faz a captura de imagens em três fluxos
de dados, a imagem colorida, a tridimensional e o som, esses fluxos permitem que o sistema detecte o
corpo humano e outros objetos. Esse sistema é ajustado automaticamente para o paciente sendo à
distância do objeto virtual em relação ao quadril e a mesma entre joelho e quadril. (SCHAFFER;
SILVA, 2014 p. 942).
Quando começa o jogo, uma bola virtual é colocada na altura do quadril, e quando se inicia
os movimentos de flexão, rotação externa com flexão do joelho e abdução, para ir em direção a bola, é
calculado o ângulo do movimento, a quantidade de exercícios realizados e depois gera uma pontuação
que são salvos em um banco de dados. (SCHAFFER; SILVA, 2014 p. 941).
P á g i n a | 204
É realizada uma série de exercícios com movimentos monitorados de extensão e flexão do
quadril com o joelho flexionado no plano frontal, e o objetivo é acertar a bola virtual, o aparelho
mostra a quantidade e o ângulo de flexão do joelho. (SCHAFFER; SILVA, 2014 p. 943).
O ambiente virtual ajuda no tratamento fisioterápico de forma lúdica e amigável, gerando
motivação para o paciente para realizar os movimentos do quadril, com um ambiente descontraído
com um fundo de praia ou gramado, o aparelho possibilita que o fisioterapeuta possa acompanhar o
processo e as respostas da reabilitação sensório motora de seus paciente, nada mais é que mais uma
ferramenta da fisioterapia para complementar o tratamento. (SCHAFFER; SILVA, 2014 p. 944).
Crioterapia e Eletroterapia
Outros recursos usados na fisioterapia além dos exercícios são o calor da eletroterapia e o
frio da crioterapia. O frio é mais indicado em casos de dor, inflamação e espasmos musculares por ser
um excelente analgésico, pois atua nas terminações nervosas diminuindo a velocidade da condução
nervosa, e estimulação competitiva de fibras amielínicas agindo na via de mecanismo de comporta.
(MARQUES; KONDO, 1998 p. 86).
O frio age nos processos inflamatórios reduzindo a hiperemia e o edema devido a sua ação
vasoconstritora, o músculo com o frio reduz a velocidade de disparo de fibras do fuso muscular, e com
isso diminui os espasmos musculares. (MARQUES; KONDO, 1998 p. 86).
O uso do calor também alivia a dor, aumentando a sua extensibilidade do colágeno do tecido
e diminuição da rigidez muscular. Há diversas controvérsias no uso da eletroterapia, no entanto,
autores referem que alguns sistemas enzimáticos podem ser desligados com o uso do calor.
(MARQUES; KONDO, 1998 p. 86).
Podem ser utilizadas para analgesia e para diminuição da inflamação aparelhos como o
microondas, a corrente galvânica, ultrassom, ondas curtas e o TENS (estimulação elétrica
transcutânea). (MARQUES; KONDO, 1998 p. 86).
O uso do ultrassom promove vasodilatação, aumento da permeabilidade celular, melhora o
retorno venoso, melhora o metabolismo local e sua capacidade de regeneração celular, diminui rigidez,
aumenta a flexibilidade dos tecidos ricos em colágenos. (AMARAL; CERDEIRA. VIDOTTO, 2009 p.
05).
Pode ser usada também para estimulação muscular melhorando a perfumasse e
aprimoramento muscular. Os impulsos elétricos percorrem na fibra nervosa com o papel de potencial
de ação até o terminal axonal, na sinapse do músculo, resultando em contração muscular idêntica a
contração fisiológica. (NELSON; HAYES; CURRIER, 2003 p. 145 e 146).
O uso do aparelho TENS (estimulação elétrica transcutânea) para alívio da dor pode ser
associado no tratamento, pois evidências mostram que a corrente elétrica quando aplicada
P á g i n a | 205
externamente, realiza uma reparação tecidual e conseqüentemente o alívio da dor. (NELSON;
HAYES; CURRIER, 2003 p. 304).
Conclusão
A fisioterapia tem um papel importante para melhora das afecções causadas pela
osteoartrose de quadril, tendo como objetivo o reconhecimento precoce e promovendo
estratégias para incrementar e melhorar o quadro clínico do paciente, melhorando os sintomas
e restaurando a função. Dentro dessas estratégias a fisioterapia propõe a manutenção da
amplitude articular, aumento de força muscular, alívio da dor e prevenção de perda de
trofismo, minimizando a progressão da doença, prevenindo limitações articulares e
consequentemente prevenindo deformidades articulares. Com isso, devolve ao paciente
autonomia para realizar as atividades de seu cotidiano sem dor e com mais prazer.
Conclui-se nessa revisão que com o uso do protocolo conservador da fisioterapia na
osteoartrose de quadril, combinado com técnicas atuais como Bad Ragaz, Kinesio Taping,
Acupuntura e Ambiente Virtual, obtém vários resultados positivos para o alívio da dor, ganho
de amplitude de movimento e força muscular, garantindo ao paciente um atendimento atual e
completo para melhora da sua patologia.
Entretanto, é importante salientar que muitos estudos ainda são necessários, a fim de
encontrar formas cada vez mais eficazes de tratamento. Para isto, é preciso que sejam
realizadas pesquisas sérias, com metodologia adequada e resultados comprovados, para que os
protocolos e técnicas sejam cientificamente comprovados.
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P á g i n a | 209
A importância de contar histórias para o desenvolvimento
integral das crianças
Débora Ferreira da Costa de Macedo1
Irene Ferreira do Nascimento2
Débora Raquel da Costa Milani3
Resumo
Esta pesquisa discorreu sobre a importância da contação de histórias para o
desenvolvimento integral das crianças. Verificou-se que o conhecimento e a postura que
o contador de histórias deve ter para que, em posse dos recursos que a literatura infantil
oferece, saber desenvolver o momento de contação de histórias para estimular o futuro
leitor a encantar-se pela leitura. Utilizamos a metodologia da Pesquisa Bibliográfica. Ao
longo da pesquisa foi possível perceber que a escola, enquanto instituição responsável
pela formação cultural das novas gerações e espaço privilegiado para
o
desenvolvimento da competência leitora tem sido questionada quanto ao seu papel no
processo de preparação de futuros leitores. A leitura e a contação de história para cativar
o leitor precisam estar associadas ao prazer, ao interesse e à motivação. Contar história
contribui para o desenvolvimento em todos os aspectos: social, mental, moral ou físico,
proporcionando maior desenvolvimento perceptivo do aluno. A escola, como espaço do
saber precisa incluir práticas que possibilitem ao aluno, apreender a linguagem por meio
da diversidade de textos que circulam socialmente e, consequentemente, das
peculiaridades do gênero aos quais correspondem, criando condições para o
desenvolvimento da capacidade de ler, segundo as necessidades pessoais do estudante,
relacionadas às ações efetivas do cotidiano, à transmissão e busca de informação e ao
exercício da reflexão.
Palavras-chave: Contação. Histórias. Crianças.
Abstract
This research discussed the importance of storytelling for training and integral
development of children. It was found that the knowledge and attitude that the
storyteller must have for that in possession of resources that offers children's literature,
know the time to develop storytelling to stimulate future reader to delight yourself by
reading. We used the methodology of bibliographical research. During the research it
was revealed that the school as an institution responsible for the cultural education of
the new generations and privileged space for the development of reading competence
and writer has been questioned about his role in the preparation of future readers
process. Reading and storytelling to captivate the reader need to be associated with
pleasure, the interest and motivation. Storytelling contributes to the development in all
aspects: social, mental, moral or physical, providing greater perceptual development of
1
Aluna do curso de Pedagogia Faculdade de Taquaritinga UNIESP-FTGA. [email protected]
Aluna do curso de Pedagogia Faculdade de Taquaritinga UNIESP-FTGA. [email protected]
3
Doutora em Educação Escolar pela Faculdade de Ciências e Letras - Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”- UNESP. Professora da Faculdade de Taquaritinga UNIESP- FTGA. Professora da
2
P á g i n a | 210
Faculdade Anhanguera- Matão. Professora do Programa de Mestrado em Educação Sexual- UNESP
Araraquara. [email protected]
P á g i n a | 211
the student. The school, as a space of knowledge must include practices that allow the
student learn the language through the diversity of texts circulating socially and
consequently of the genre peculiarities which correspond, creating conditions for the
development of the ability to read, according to the student's personal needs, related to
the actual everyday actions, transmission and search for information and the exercise of
reflection.
Keywords: Storytelling. Stories. Children.
Introdução
É da natureza do ser humano contar histórias e estamos o tempo todo as
contando: no ônibus na volta da escola, no trabalho, quando nos reunimos para jantar.
Contamos como foi o dia, o que fizemos o que vimos o que experimentamos.
Conforme Giroux (1997), a leitura é uma prática social de alcance político,
porque, através dela, o sujeito-leitor interage com o mundo, enriquecendo sua bagagem
cultural, para nele também atuar, exercendo a sua cidadania. Pela prática da leitura, o
ser humano cria possibilidades de mergulhar em dimensões espaço-temporais diferentes
das suas e, portanto, vivenciar experiências inéditas, as quais transformam,
progressivamente, a sua maneira de compreender a sua realidade e tudo o que a envolve.
Ao ouvir uma história as crianças vivenciam situações, seus medos, alegrias, tristezas,
bem como problemas e conflitos dessa história, contribuem para a formação de sua
personalidade. Através da narração oral a criança é convidada a recriar as ideias
lançadas pelo narrador para acompanhar, compreender e ressignificar as histórias que
está ouvindo.
Oliveira (1996, p. 27), afirma que:
A literatura infantil deveria estar presente na vida da criança como
está o leite em sua mamadeira. Ambos contribuem para o seu
desenvolvimento. Um, para o desenvolvimento biológico: outro, para
o psicológico, nas suas dimensões afetivas e intelectuais. A literatura
infantil tem uma magia e um encantamento capazes de despertar no
leitor todo um potencial criativo. É uma força capaz de transformar a
realidade quando trabalhada adequadamente com o educando.
As palavras referendadas acima pela autora enfatizam a importância da
Literatura Infantil na vida das crianças como leitores iniciantes, não apenas de maneira
escrita nos livros, mas também de forma oral através da contação de histórias.
P á g i n a | 212
Nesse sentido, um dos principais resultados que o estudo evidencia é o
conhecimento e a postura que o contador de histórias deve ter para que, envolto dos
recursos que a literatura infantil oferece saber desenvolver o momento de contação de
histórias que estimule o futuro leitor a apaixonar-se pela leitura. Para que isso ocorra, o
contador de histórias não pode meramente escolher uma história aleatoriamente e contála aos pequenos. Pelo contrário, o contador de histórias deve preparar o enredo que irá
contar, ensaiá-lo, gostar da história que vai contar, cuidar da tonalidade da voz, ser
expressivo, elencar quais recursos poderá utilizar preparar o espaço ideal para que essa
contação ocorra com sucesso e de maneira correta. Para que a criança
seja
coparticipante da história narrada contribuindo assim para melhor formação do leitor.
Literatura infantil e formação humana
Segundo Zilberman & Moysés (2005, p.15): “A literatura, e em especial a
infantil, tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em transformação: a de
servir como agente de formação, seja no espontâneo convívio leitor/livro, seja no
diálogo leitor/texto”.
De acordo com Cândido (1995), a arte literária, assim como a vida, manifesta-se
num constante movimento dialético, um ir e vir que nos fornece oportunidade de
explicarmos a realidade a partir dos contrários.
A leitura literária é entendida por muitos estudiosos como prática escolar
fundamental. Na concepção de Lajolo (1993, p.106):
É a literatura, como linguagem e instituição, que se confiam os
diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e
comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute,
simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso, a
literatura é importante no currículo escolar: o cidadão para exercer
plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária,
alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que
nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos.
A fim de descrever sobre a contribuição da literatura infantil na formação do
futuro leitor, é necessário conhecer as origens, como eram as primeiras narrativas, como
esta passou a ser criada para o público infantil até chegar aos dias atuais com diversos
livros de literatura para crianças.
P á g i n a | 213
De acordo com Coelho (2009), o ser humano começou usar inteligência para
organizar as formas no seu cotidiano ele teve o estímulo de registrar em algo durável
suas experiências deixou registradas suas ações e ideias por meio da escrita.
Cavernas descobertas por arqueólogos entre 12 e 15 mil anos atrás revela de
maneira bem clara, esse impulso que levou o homem a se expressar de forma artística
suas experiências de vida. O homem pré- histórico procurando uma forma de se
comunicar ou marcar sua presença no mundo através da escrita, usava vários suportes
extraídos da natureza como: pedras, tábuas, argilas, peles de animais, cortes das árvores,
junco, chifres, e tantos outros.
Com o auxílio do buril o “escritor” fazia riscos para transmitir seus
pensamentos aos outros a partir desta escrita, a humanidade foi conseguindo reorganizar
o sistema da escrita e foi evoluindo até chegar ao modo atual que todos conhecemos, na
forma de livros, com páginas e corpo verbal, sendo acessível aos leitores.
Nesse sentido o homem buscava comunicar-se desde os tempos primitivos, e
continua buscando contemporaneamente.
A Arte de Contar História
A arte de contar história se faz presente desde a antiguidade. Contavam-se
histórias para diversão, ensino, relembrar ou apenas para passar o tempo. A contação de
histórias faz parte de um processo cultural dos povos, cada geração contava histórias de
sua cultura para geração seguinte, esse modo de transmissão de conhecimento é
chamado de tradição oral.
Alguns contadores cantam ou narram suas histórias em forma de poesia, ritmo e
rimas, a exemplo desses, temos na literatura de cordel, o tradicional do nordeste
brasileiro.
O cordelista, ou cantador de histórias, vai inventando seus versos e cantando de
forma rimada e cadenciada, depois as histórias são impressas e os livretos pendurados
num cordão, para serem vendidos. Daí seu nome, literatura de cordel. Para atrair
compradores, o vendedor vai cantando as histórias muitas vezes acompanhado de uma
viola. Um dos principais cordelistas e difusor da literatura de cordel foi o paraibano
Leandro Gomes de Barros, o primeiro poeta a publicar histórias versadas no Brasil, ao
redor de 1893, no Recife. Barros foi um poeta popular e sua obra é conhecida e recitada
P á g i n a | 214
pelos sertanejos. É considerado pelos cordelistas do Nordeste Rei da Poesia Sertaneja.
(ESCOLA BRITÂNICA, 2016).
Em alguns povos todos podiam passar as histórias adiante em outros somente
contadores especiais tinham essa tarefa tão importante, esses, porém tinham que ter uma
boa memoria, e encontravam maneiras especiais de interpreta-las.
Na África ocidental, os Griôs são os mestres da arte das palavras. Os Griôs
dizem que representam a memória dos homens. Eles são narradores, cantores e músicos
responsáveis pela transmissão oral das tradições de seu povo. (ESCOLA BRITÂNICA
2016).
Os Griôs são treinados desde a infância no ofício da palavra oral, eles se
apropriam e transmitem crenças, lendas, lições de vida, segredos, e saberes, e tem o
compromisso com aquilo que dizem.
Segundo Vansina (2010, p. 139):
Nas sociedades africanas reconhece-se a fala não apenas como uma
forma de comunicação cotidiana, mas também como uma forma de
preservação da sabedoria, por meio daquilo que chamamos de tradição
oral. A tradição, nesse caso, é entendida como um testemunho
transmitido verbalmente de uma geração à outra. Na maioria das
civilizações africanas, a palavra tem um poder misterioso, pois
palavras criam coisas [...] Inspirados pela tradição africana, no Brasil,
há pessoas que são denominadas e consideradas griôs. São pessoas
que trabalham com a cultura, arte e educação popular, reconhecidas
pela própria comunidade como mestres das artes, da cura, líderes
religiosos de tradição oral, músicos que sabem tocar instrumentos
tradicionais, contadores de histórias de suas comunidades que
socializam as raízes dos povos a que pertencem, são também cantores
e poetas. Pessoas que, por meio da oralidade, das experiências vividas
e da corporeidade, desenvolvem uma pedagogia que valoriza o poder
das palavras.
A escola, enquanto instituição responsável pela formação cultural das novas
gerações e espaço privilegiado para o desenvolvimento da competência leitora e
escritora tem sido questionada quanto ao seu papel no processo de preparação de futuros
leitores.
A leitura e a contação de história para cativar o leitor precisam estar associadas
ao prazer, ao interesse e à motivação. É certo que a criança e o jovem leem não por
reconhecerem a importância da leitura, mas sim por motivações e interesses diversos
que vêm ao encontro de necessidades intrinsecamente humanas:
autoafirmação, entretenimento.
fantasia,
P á g i n a | 215
A escola, como espaço institucional de acesso ao conhecimento, precisa incluir
práticas que possibilitem ao aluno, apreender a linguagem por meio da diversidade de
textos que circulam socialmente e, consequentemente, das peculiaridades do gênero aos
quais correspondem, criando condições para o desenvolvimento da capacidade de ler,
segundo as necessidades pessoais do estudante, relacionadas às ações efetivas do
cotidiano, à transmissão e busca de informação e ao exercício da reflexão.
Para Machado (2011) uma criança aprende a gostar de histórias, inicialmente
pela voz do adulto, que enquanto leitor e possuidor de repertórios de textos ficcionais e
poéticos é aquele que apresenta à criança não só as narrativas e os poemas, mas também
seus suportes, seus portadores de textos (livros, telas, suplementos de jornais, folhetos
etc.). A autora afirma ainda que grande parte das crianças só tem acesso a livros de
literatura quando ingressa na escola, dessa forma, é de suma importante propiciados
espaços de leitura para que condições que possibilitem o contato com os livros,
preparando o caminho para a leitura literária.
As histórias são fundamentais para a formação da criança, principalmente no
início da escolaridade, para tal atividade deve haver planejamento e haver envolvimento
do contador, para que a história seja bem conduzida.
Para Cavalcanti (2009), o leitor infantil pode ser muito facilmente envolvido
pelo momento de ouvir a história, desde que este momento seja bem conduzido.
Pensando nisso, para narrar à história de forma sedutora, prazerosa e envolvente o
contador, no caso o professor precisa ser apaixonado pelo mundo do faz-de-conta, pois
estar comprometido afetivamente com a narrativa é ponto principal, isso porque a
história precisa ser contada com sentimento e partilha. Para o autor, o bom contador de
história é alguém que possui a virtude natural para fazer da palavra o canto mágico das
narrativas. Dessa forma, podemos dizer que a história leva a criança para um passado
misterioso, o instiga para o futuro onde se pode viajar pelas galáxias, ou seja, é possível
ir até onde sua imaginação chegar.
As primeiras produções infantis foram realizadas por professores e pedagogos
no final do século XVII e durante o século XVIII. Coelho (2000) afirma que estudar a
história é escolher a melhor forma ou recurso mais adequado de apresentá-la. A
contação de história é atividade própria de incentivo à imaginação e o trâmite entre o
fictício e o real. Ao preparar uma história para ser contada, tornamos a experiência do
narrador e de cada personagem como nossa e ampliamos nossa experiência por meio da
P á g i n a | 216
narrativa do autor. Os fatos, as cenas e os contextos são do plano imaginário, mas os
sentimentos e as emoções transcendem e se materializam na vida real.
A capacidade de imaginar permite que o ser humano crie uma habilidade de
entendimento e compreensão de história ficcional, que apenas é entendida dentro da
narrativa. As histórias nos transmitem informações, abordagens e emoções.
Um dos contos de fadas mais apreciados pelas crianças é o da Bela Adormecida.
Antes era uma história destinada aos adultos, o conto foi adaptado e alguns elementos
foram modificados e retirados e, assim se tornou um conto infantil. Na versão original a
encantadora Bela Adormecida, depois de furar o dedo numa agulha dorme por cem
anos, até que um dia surge um príncipe que a beija e ela desperta. Eles se apaixonam, se
casam e vivem felizes para sempre. A contação de história pode e deve ser usada como
metodologia para o desenvolvimento, dos alunos e de sua personalidade, melhorando de
maneira significativa o desempenho escolar.
Acredita-se que é estimulando as crianças a imaginar, criar, envolver-se, que se
dá um grande passo para o enriquecimento e desenvolvimento da personalidade, por
isso é de suma importância o conto. A contação de história pode interferir positivamente
para a aprendizagem significativa, pois a fantasia e a imaginação antecedem a leitura.
Utiliza-se da leitura através da contação de histórias, como metodologia para o
desenvolvimento dos alunos e melhoria de seu desempenho escolar, respondendo a
necessidades afetivas e intelectuais pelo contato com o conteúdo simbólico das leituras.
Podem ser contadas as histórias que os pais gostam ou que tenham atração e
valor para as crianças. Os escritores mais famosos dos contos de fadas infantis são os
irmãos Grimm- Jacob e Wilhem Grimm- que fizeram e fazem sucesso até hoje com suas
histórias e seus contos. Nascidos na Alemanha dedicaram sua vida ao registro das
fábulas infantis. A fábula é uma narração, vem do latim e significa falar. O gênero
fábula apresenta características marcantes, trata-se de pequenas narrações, em que as
personagens protagonistas geralmente são animais que representam sentimentos e
emoções humanas. Mesmo assemelhando-se às histórias infantis, as fábulas foram
criadas inicialmente para serem contadas a adultos, com o objetivo de aconselhá-los e
distraí-los. A fábula é uma narração alegórica cujos personagens são animais, que
ensinam uma lição. De caráter mitológico, ficção, drama, enredo, poemas ou romance.
Contém afirmações de falas imaginárias sem interação deliberada de enganar, mas sim
de promover uma crença na realidade dos acontecimentos. A fábula seria, portanto uma
narração em prosa e destinada a dar relevo à ideia abstrata, permitindo dessa forma
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apresentar de maneira agradável uma verdade que de outra maneira se tornaria mais
difícil de ser assimilada.
A fábula é um gênero e assim como outras narrativas registra as experiências e o
modo de vida dos povos. Seu objetivo é trazer reflexões quanto a valores, amizades,
respeito, diferenças, companheirismo, dentre outros. A moral contida nas fábulas é uma
mensagem animada e colorida. Uma história contém moral quando desperta valor
positivo no homem. Transmite a crítica ou o conhecimento da forma interpessoal. A
fábula resume uma ação e sua reação, é seguida do discurso que levará o leitor a refletir.
Quando se conta uma história, deve-se ter em mente que aquele momento será
de grande valia para a criança, pois através desses contos será formado um banco de
dados de imagens que será utilizado nas situações interativas vividas por
ela.
(CAIADO, 2016).
Para que objetivos sejam alcançados exige do professor diversas estratégias
como: entonação de voz postura corporal ritmo e gestos fazendo com que a criança se
envolva neste momento. As histórias devem ser contadas diariamente, os livros devem
ser bem ilustrados, com linguagem simples, podendo contá-las em locais diferenciados
desde salas de aulas, pátios ou jardins. Não deve existir um horário estipulado para o
momento da história, deve acontecer de acordo com a necessidade e até mesmo de
forma surpreendente para o aluno. Conforme uma situação ocorrida no ambiente, o
professor poderá utilizar certa história que encaixe naquele instante, de forma que venha
contribuir na resolução e amadurecimento da criança.
O contador de histórias precisa considerar alguns pontos importantes: as
histórias podem ser lidas ou contadas; o contador deve preocupar-se com a entonação de
voz e a postura corporal; é necessário ter sensibilidade; considerar as diversas
possibilidades do multiculturalismo; considerar as diversas possibilidades de frases para
começar e terminar um conto; lembrar a sequência da história e atrair a curiosidade das
crianças.
Preparar o ambiente, considerar as idades, falar com clareza, começar e finalizar
as histórias; direcionar uma por dia é fundamental para uma boa contação; é essencial
que, no final seja feita uma avaliação de todo o processo; Ao ouvir uma história as
crianças e o leitor em geral vivenciam nos planos psicológicos, ações os problemas, os
conflitos dessa história. Essa vivência por empréstimo, a experimentação de modelos de
ações e soluções apresentadas nas histórias fazem aumentar consideravelmente o
repertório de conhecimento da criança, sobre si e sobre o mundo e tudo isso
a
P á g i n a | 218
Percebemos, dessa forma, o quanto é importante à leitura infantil no desenvolvimento
da criança.
Portanto, o contar história para crianças é uma forma de desenvolvimento de
seu potencial crítico, levando-as a questionar, duvidar, pensar sobre o significado que
cada história tem.
A contação de história é uma atividade primordial do ser humano, tanto no
sentido de educar, como no sentido de recreação. No sentido de educar verifica-se que
as brincadeiras acompanham as crianças desde a pré-escola e penetram nas instituições
infantis devendo estas ser estimuladas pelo educador. Uma história bem contada com
emoção abre para as crianças, possibilidades de relação entre seu mundo de fantasia e
sonhos e a realidade à sua volta. Cabe ao professor ajudar na construção da autoestima
de cada criança, transmitindo a ela uma imagem positiva de si própria, apoiando-a
sempre que for necessário, buscando que a criança adquira autonomia.
Na primeira infância o que mais encanta os bebês são os sons, os gestos, a
linguagem falada pelos adultos, por isso é que as crianças passam um bom tempo com a
olhar fixamente ao rosto do adulto que fala e expressa o que diz, por isso sabendo-se
desse encantamento que a leitura de histórias para os pequenos produz, uma boa
contação deve ser apresentada como atividade diária nas salas de aula.
É válido ressaltar que ainda existe na sociedade pouco incentivo e interesse pela
leitura e isso gera uma problemática na formação
da criança. Segundo Souza (1998, p.
25) “o desinteresse pela leitura é um grave problema, pois a falta de informação leva à
preguiça mental e conduz a humanidade ao caos social e cultural”.
De acordo com Abramovich (1995, p.17), é preciso:
Ler histórias, contar histórias para crianças, sempre, sempre [...] É
poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelas personagens,
com a ideia do conto ou com o jeito de escrever dum autor e, então,
poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de
brincadeira, de divertimento. É também suscitar o imaginário, é ter a
curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar
outras ideias para solucionar questões (como as personagens fizeram).
É uma possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, dos
impasses, das soluções que todos vivemos e atravessamos - dum jeito
ou de outro - através dos problemas que vão sendo defrontados,
enfrentados (ou não), resolvidos (ou não) pelas personagens de cada
história (cada uma a seu modo). É a cada vez ir se identificando com
outra personagem (cada qual no momento que corresponde àquele que
está sendo vivido pela criança). E, assim, esclarecer melhor as
próprias dificuldades ou encontrar um caminho para a resolução delas.
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A prática da leitura, da contação de história sob essa perspectiva, é um exercício
de cidadania, pois demanda um leitor ativo, crítico, cooperativo e competente que não
se limita a decodificar a palavra, mas que busca dialogar com o texto, estabelecendo
relações, preenchendo, assim, as suas lacunas.
Algumas Considerações
Com a pesquisa realizada foi possível verificar que contar história contribui
muito para o desenvolvimento da criança em todos os aspectos: social, mental, moral ou
físico, proporcionando maior desenvolvimento perceptivo do aluno. As histórias devem
ser contadas em todos os lugares, em casa, na escola, em grupos de amigos, etc.
No âmbito da instituição escolar, a literatura é usada com as mais diversas
finalidades. Considerando essa função formativa, o objetivo da contação de histórias e
da educação literária é, em primeiro lugar, o de contribuir para a formação integral da
pessoa, uma formação que está associada à construção da sociabilidade e realizada
através da confrontação com textos que explicitam a forma em que as gerações
anteriores e as contemporâneas abordaram e abordam, respectivamente, avaliação da
atividade humana através da linguagem. Também é possível que o aluno enfrente seus
medos, as adversidades; que deixe a imaginação fluir e consiga bons relacionamentos
interpessoais. Sem contar, que poderá apreciar as diversas possibilidades dos recursos
da linguagem e desenvolver melhor as capacidades comunicativas.
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P á g i n a | 220
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Cadernos CEDES. São Paulo: Cortez & CEDES, (44), 2005.
escrever.
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Educação infantil e ludicidade: construindo novos caminhos
para a aprendizagem
Vanessa Daiana Pires1
Débora Raquel da Costa Milani2
Resumo
Na educação infantil ocorre o primeiro contato formal da criança com a educação e é comum
encontrar os elementos lúdicos neste local. Sendo assim, é necessário que o professor
compreenda a importância do lúdico no processo ensino-aprendizagem não o utilizando
somente nos períodos de recreação. Por ser o primeiro contato que a criança tem com o
mundo escolar a Educação Infantil está repleta de brincadeiras e jogos que podem ser
utilizados com enfoque didático dentro da sala de aula. Sua utilização pode ajudar no
desenvolvimento social, psicológico e no aprendizado das crianças. Com esta pesquisa
pretendemos: verificar como a ludicidade é utilizada no processo de ensino aprendizagem na
educação infantil. Utilizamos a metodologia da Pesquisa Bibliográfica. Ao longo da pesquisa
foi possível perceber que o lúdico além de ser uma atividade livre, exterior a vida e capaz de
absorver o jogador, é um dos meios pelos quais os professores e alunos podem construir o
conhecimento, sendo necessário que eles consigam interagir. A sua utilização parece estar
crescendo devido ao olhar que os educadores estão construindo em relação à forma de
utilização das atividades lúdicas, como jogos, brincadeiras e brinquedos.
Palavras-chave: Educação Infantil- Ludicidade - Ensino-aprendizagem.
Abstract
In early childhood education is the first formal contact between children and education and it
is common to find the playful elements in this site. Therefore, it is necessary that the teacher
understands the importance of playfulness in the learning process not using only during
periods of recreation. As the first contact that the child has with the school world Early
Childhood Education is full of fun and games that can be used with a didactic approach in the
classroom. Its use can help in the social, psychological and learning of children. With this
research we aim to: check how the playfulness is used in the process of teaching and learning
in early childhood education. We used the methodology of bibliographical research. During
the research it was revealed that the playful and is a free activity, outdoor life and capable of
absorbing the player is one of the ways in which teachers and students can construct
knowledge, being necessary that they are able to interact. Their use seems to be growing
because of the look that educators are building on the form of use of recreational activities,
such as games, games and toys.
Keywords: Education Infantil- Playfulness - Teaching-learning.
1
2
Pedagoga pela Faculdade de Taquaritinga - FTGA. [email protected]
Doutora em Educação Escolar pela Faculdade de Ciências e Letras - Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”- UNESP. Professora da Faculdade de Taquaritinga UNIESP- FTGA. Professora da Faculdade
Anhanguera- Matão. Professora do Programa de Mestrado em Educação Sexual- UNESP Araraquara.
[email protected]
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Introdução
Na educação infantil ocorre o primeiro contato formal da criança com a educação e é
comum encontrar os elementos lúdicos neste local. Sendo assim, é necessário que o professor
compreenda a importância da ludicidade no processo ensino-aprendizagem.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº
9.394/96), a Educação Infantil faz parte da Educação Básica e tem por objetivo o
desenvolvimento integral da criança. A educação infantil contempla o trabalho nas creches
para as faixas etárias de 0 a 3 anos e para as classes de educação infantil as crianças de 4 a 6
anos em suas atividades de educar e cuidar, deve orientar – se pelas diretrizes traduzidas nas
“propostas curriculares e nos projetos pedagógicos” das instituições de ensino. O sucesso da
proposta envolve o desempenho dos educadores com formação no mínimo de nível médio e
do professor que deve ser formado em nível superior, com horários adequados de trabalho,
calendários e férias, e outros fatores que envolvem a educação com qualidade, dentre eles, um
determinado número de crianças por adulto, uma proposta pedagógica que atenda os objetivos
estabelecidos, desenvolvendo uma progressiva e prazerosa articulação das atividades.
Por ser o primeiro contato que a criança tem com o mundo escolar a Educação Infantil
está repleta de brincadeiras e jogos que podem ser utilizados com enfoque didático dentro da
sala de aula como, por exemplo, os jogos didáticos e os jogos educativos. Sua utilização pode
ajudar no desenvolvimento social, psicológico e no aprendizado das crianças.
Cada criança é singular e as experiências lúdicas, os estímulos, as atividades
reflexivas, as interações sociais contribuem para seu desenvolvimento e aprendizagem.
Devemos respeitar os limites das crianças. Cabe a família e especificamente a Educação
Infantil criar ambientes que contribuam para o crescimento da criança nessa fase da infância.
A orientação deve fazer parte do processo para ajuda-la a aprender a ter uma vida feliz, a
aprendizagem deve estar a serviço da vida.
A Educação Infantil, que representa a primeira infância, é um momento
imprescindível no processo de escolarização da criança, onde terá contato com a
aprendizagem de múltiplas linguagens da cultura, inclusive: jogos, brinquedos e brincadeiras.
Portanto cabe dizer que na Educação Infantil há possibilidades de criação de condições para
que a criança reflita e construa saberes. Essa cultura contribui de modo significativo para o
seu desenvolvimento integral.
P á g i n a | 223
O lúdico
O lúdico envolvia tanto os adultos como as crianças, mas estas também tinham seus
próprios jogos que ocorriam em determinados momentos sem a interferência dos adultos.
Conforme Friedmann (1998, p.29), a brincadeira era um “elemento da cultura do riso, do
carnaval e do folclore” e “um fenômeno social”. Pode-se entender que o lúdico também é um
elemento da cultura e deste modo precisa ser visto “como produto e como processo”
(MARCELLINO, 1989, p. 29) desta cultura. Com o passar do tempo, a brincadeira,
desenvolvida nos momentos lúdicos, se tornou individual e foi transformada ou abandonada,
tendo também o abandono por parte dos adultos ocorrendo, assim, a segregação das crianças
em relação aos adultos. Deste modo, adultos e crianças não compartilhavam mais o momento
lúdico e as crianças ficaram como “detentoras” da ação de brincar.
O lúdico é estudado por vários autores e para a maioria deles é uma atividade que está
associada ao prazer e a vida. Olivier (2003, p.21) comenta que o lúdico tem como objetivo a
vivência prazerosa, é realizado sem motivo, é espontâneo; privilegia a criatividade devido à
sua ligação com o prazer, não tem regras pré-estabelecidas e seu local de manifestação é o
lazer, e o lazer “tem no prazer uma das suas características fundamentais”.
De acordo com Silva (2007, p.7), o lúdico é definido como “qualquer atividade em
que existe uma concentração espontânea de energias com finalidade de obter prazer da qual os
indivíduos participam com envolvimento profundo e não por obrigação”. Sendo assim, a
relação do lúdico com o lazer é estabelecida porque ambos possuem uma atitude voluntária.
Huizinga (2004, p.16) relaciona o lúdico com o jogo; essa relação ocorre porque o
jogo é uma atividade livre, “não-séria”, é exterior a vida habitual, tem a capacidade de
absorver o jogador, não está ligada a interesses materiais, é praticado em tempo e local
determinado, segue regras e possui uma ordem. O lúdico possui as seguintes características:
“ordem, tensão, movimento, mudança, solenidade, ritmo e entusiasmo”.
O lúdico está relacionado com a vida e desta forma está relacionado com o
desenvolvimento do ser humano, principalmente no período da infância. No caso do
desenvolvimento infantil (o psicológico, o físico, o social e o cognitivo) seu alicerce está no
lúdico. Por meio do lúdico a criança consegue se expressar.
Sempre houve a utilização de jogos e brincadeiras na escola, principalmente na
educação infantil, para que a criança se desenvolva e aprenda. E, com base nisto, é possível
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afirmar que por meio da atividade lúdica pode ocorrer a integração entre o desenvolvimento
da criança e o desenvolvimento educacional.
O jogo
Silva (2007) afirma que o conceito de jogo está mais relacionado com o lúdico; assim
como o lúdico, o jogo faz parte da história da humanidade e é por meio dele que nos
desenvolvemos. Marcellino (1989) também acredita que o lúdico ajuda na formação do ser
humano e que essa formação servirá para torná-lo participante da cultura da sociedade e não
somente um indivíduo.
De acordo com Huizinga (2004, p.16), o jogo está presente em tudo que nos cerca; é
um fenômeno cultural e não biológico. O autor caracteriza o jogo da seguinte maneira:
Atividade livre, que se não for voluntária e existir ordens teremos uma
“Imitação forçada” do jogo; “não-Séria”, mas ele pode ocorrer na seriedade;
exterior a vida habitual; absorve o jogador intensamente e totalmente, ele é
fascinante e excitante; atividade desligada de interesses materiais, ele se
realiza na satisfação da sua realização; é praticado dentro de limites espaciais
e temporais próprios; segue determinadas regras; “fazer de conta”; possui
ordem e cria ordem; ajuda na formação de grupos sociais.
O jogo é uma relação dialética entre a realidade e a fantasia, e o seu conteúdo e
significado dependem do local de realização.
Huizinga (2004. p.21) caracteriza os jogos infantis como atividades realizadas na
seriedade, porque a partir do momento em que as crianças começam a brincar se transportam
para um mundo de fantasia, no qual elas interpretam uma realidade que por ser realizada
intensamente acaba se tornando uma atividade séria. Entretanto, as crianças sabem que essa
realidade é um jogo e é por isso que ele é caracterizado como sério. Com base nisso, o autor
afirma que “os jogos infantis possuem a qualidade lúdica em sua própria essência, e na forma
mais pura dessa qualidade”.
O jogo pode ser utilizado na escola como uma proposta pedagógica, pois como afirma
Oliveira (2002) o jogo é visto como um recurso que auxilia no desenvolvimento e
aprendizagem da criança, por meio de conteúdos e habilidades que devem ser trabalhados, e
que o jogo de faz-de-conta auxilia na autonomia e criatividade da criança, podendo ser usado
para dar sentido às atividades que são realizadas.
P á g i n a | 225
Brinquedo
O brinquedo, no senso comum, é definido como objeto utilizado na brincadeira, mas
para Kishimoto (1998) é um objeto que dá suporte e orienta a brincadeira, tem uma atribuição
lúdica e pode ser usado como recurso de ensino ou como material pedagógico. Para
Vygotsky, referendado por Reis (2010) é um meio utilizado para satisfazer desejos das
crianças que não podem ser realizados imediatamente. Deste modo, o brinquedo contribui,
juntamente com a brincadeira, para o desenvolvimento e construção dos saberes da criança.
Marcellino (1989, p.26) define brinquedo como um objeto cuja utilização é marcada “pelo
exercício individual e pela gratuidade” e é por meio dele que a criança se expressa; assim
como a brincadeira ele também é um instrumento do brincar.
Outra concepção de brinquedo é a de Brougère, a qual Volpato (2002, p.224) nos
apresenta. Para o autor, o brinquedo além de orientar a brincadeira também lhe traz conteúdo
e matéria. Só podemos brincar com aquilo que temos “e a criatividade, tal como a evocamos,
permite, justamente, ultrapassar esse ambiente, sempre particular e limitado”. Os brinquedos
eram utilizados tanto pelas crianças como pelos adultos e eram produzidos por pessoas
diferentes, ou seja, não existia uma loja especializada em brinquedos.
Contudo, com o passar do tempo, essa forma de produção individual foi substituída
pela especialização dos brinquedos. Segundo Volpato (2002, p.220), “com o desenvolvimento
do capitalismo, o brinquedo passou a ser comercializado com fins lucrativos. A partir daí os
objetivos do brinquedo começam a se afastar da sua origem”.
O autor ainda, traz a ideia, de que o brinquedo está inserido na sociedade e, assim, ele
suporta as funções sociais e isso confere sua razão de ser, existir. O adulto acabou
apoderando-se do brinquedo e o transformando em pura comercialização e o tornou um
artifício para mostrar para crianças as regras e conduta dos adultos. Assim, o brinquedo se
tornou algo planejado pelos adultos para as crianças.
Além dos tipos de brinquedos que conhecemos também existe o brinquedo educativo;
ele teve sua origem no renascimento e ganhou força no século XX devido à expansão da
Educação Infantil.
Brincadeira
A brincadeira está intimamente entrelaçada com a ação de brincar. Essa ação está
relacionada ao jogo porque ao brincarmos e jogarmos nos divertimos. As brincadeiras são
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caracterizadas como atividades livres, têm um enfoque individual, segundo Winicott (apud
Marcellino, 1989), e possuem um fim em si mesmo. Por isso as brincadeiras “são organizadas
apenas por recreação e divertimento”, sendo consideradas atividades lúdicas (VITAL, 2003,
p. 39).
Para Rosa (2002, p.40) a brincadeira é “como uma atividade separada e independente
da criança que brinca”. A autora relaciona esse sentido da brincadeira com o sentido de
brincar, de Winnicott, que atribui à palavra brincar a uma experiência das formas de viver.
A brincadeira é um “recurso que ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa; o
brinquedo educativo encontra-se exemplificado no quebra-cabeça, nos brinquedos de
tabuleiro” (VITAL, 2003, p.41).
Oliveira (2002, p.231) também faz a relação do brincar com o desenvolvimento. A
autora comenta que ao brincar a criança se desenvolve, pois, seus processos psicológicos são
acionados e desenvolvidos. Para ela a “brincadeira infantil beneficia-se de suportes externos
para sua realização: rituais interativos, objetos e brinquedos”.
Por meio da brincadeira as crianças conseguem expressar seus sentimentos, suas
facilidades, dificuldades, vivências.
O jogo na educação
“O brincar é uma das formas privilegiadas de as crianças se expressarem, se
relacionarem, descobrirem, explorarem, conhecerem e darem significado ao mundo, bem
como de construírem sua própria subjetividade, constituindo-se como sujeitos humanos em
determinada cultura. É, portanto, uma das linguagens da criança e, como as demais, aprendida
social e culturalmente.” (FARIA & SALLES, 2007, p. 70).
Rosa (2002) afirma que brincar e aprender apresentam diferenças; contudo, eles não
são opostos, existem na escola e cada um tem o seu lugar. O que não sabemos é até que ponto
o professor-educador, carregando todo peso da austeridade associada ao seu trabalho, se
permite brincar. Ou seja, não sabemos até onde para o professor é possível ensinar brincando.
A autora ainda apresenta um estudo realizado por Caspari (com contribuições de Winnicott)
no qual a aprendizagem apresenta-se “como um estágio posterior do brincar compartilhado,
mas com uma exigência muito maior da criança em levar em conta a realidade externa”
(ROSA, 2002, p. 60).
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Outros autores também fazem a relação entre o brincar e a aprendizagem, como por
exemplo, Vital (2003). Para a autora o brincar envolve a utilização do jogo, da brincadeira e
do brinquedo e é o modo mais eficiente para a aprendizagem porque ao brincarmos
desenvolvemos a habilidade de aprender a pensar.
Kishimoto (1998, p.17) afirma que a “expansão dos jogos na área da educação dar-seá (...) estimulada pelo crescimento da rede de ensino infantil e pela discussão sobre as
relações entre o jogo e a educação”.
Como vimos, as atividades lúdicas são importantes na aprendizagem. Para Kishimoto
(1998) o jogo se realiza pelos brinquedos, é auxiliador na ação docente e ajuda na
aprendizagem de conceitos, noções e habilidades. Para a autora, quando o brinquedo é
utilizado como material pedagógico ele deixa de realizar sua função lúdica. Essa ideia é
corroborada por Marcellino (1989) quando este afirma que ao funcionalizarmos o brinquedo o
lúdico é morto e desta forma o jogo acaba virando puro entretenimento. Para os autores,
quando o jogo é utilizado para realizar uma atividade escolar que tem como foco adquirir
conhecimento e habilidades, ele perde sua característica de ser uma ação livre, deixando de
ser o jogo propriamente dito e passando a ser um instrumento pedagógico.
Este instrumento pedagógico, mencionado por Kishimoto, receberá o nome de Jogo
Educativo e seu início, segundo Rabecq-Maillard referendado por Kishimoto, (1998, p.15)
ocorre “quando o jogo deixa de ser objeto de reprovação oficial, e incorpora-se no cotidiano
de jovens, não como diversão, mas como tendência natural do ser humano”. Quando o jogo
educativo é utilizado na sala de aula pode ocorrer um desvirtuamento da prioridade do
processo de brincar porque existe a priorização do produto ao invés da aprendizagem de
noções e habilidades, causando um desequilíbrio entre as funções que esse jogo possui. O
jogo educativo apresenta duas funções: a lúdica, que implica na escolha voluntária do jogo e a
educativa, sendo que o jogo é colocado como algo que auxilia na aprendizagem e na
compreensão do mundo. O jogo educativo ocorre pela união das características da educação e
do jogo, sendo necessário o equilíbrio entre a liberdade característica do jogo e o objetivo de
ensinar conteúdos da educação. Quando ocorre o desequilíbrio entre essas características o
brinquedo utilizado no jogo deixa de ser brinquedo para se tornar um material pedagógico ou
didático e isso acaba interferindo na aprendizagem, uma vez que as características principais
se perdem.
P á g i n a | 228
Com base nesses aspectos, percebemos que o jogo educativo nada mais é do que o
jogo utilizado para ensinar fornecendo um suporte para o trabalho pedagógico.
As diferenças entre o jogo educativo e o jogo didático, trazidas por Kishimoto (1998,
p.22), são que o jogo educativo, ao contrário do didático, é mais dinâmico, aberto a
exploração é “utilizado como material ou situação que exige ações orientadas com vistas à
aquisição ou treino de conteúdos específicos ou de habilidades intelectuais”. Alguns exemplos
de jogos que podemos utilizar como jogos educativos são: os de regras, os de construção, os
tradicionais infantis e os de faz-de-conta.
Quando a atividade lúdica é considerada na escola as propostas que a envolve “são
carregadas pelo adjetivo “educativo”, que perdem as possibilidades de realização do
brinquedo, da alegria, da espontaneidade, da festa”.
(MARCELLINO,
1989 p.
85).
Podemos perceber que o jogo educativo é um recurso que pode ser bastante produtivo;
contudo, não adianta possuir o melhor jogo educativo se o professor não souber estimular as
crianças, tornar a sua utilização significativa e participar dos jogos e brincadeiras propostos.
Para o jogo ser realmente eficiente o professor tem que construir novos caminhos, participar
durante o desenvolvimento da atividade lúdica, sendo que deve ocorrer à mediação entre a
atividade lúdica e o aprendizado que ela trará. Sendo que esta mediação pode ser realizada por
meio de sujeitos (como o professor, a mãe ou um amigo), de objetos e artefatos,
por que a mediação é importante para os processos educativos.
Como no ambiente escolar o professor é o encarregado da aprendizagem das crianças
será ele quem fará o convite para a realização das atividades lúdicas e quem irá promover “as
condições de sustentação da experiência lúdica que está na origem do processo de conhecer”
(ROSA, 2002, p. 104), ou seja, o professor agirá como mediador enquanto a criança estiver
realizando uma atividade lúdica.
Kishimoto (2001) afirma que a utilização do brinquedo pode ser de dois tipos: o
primeiro é aquele utilizado de forma livre, onde o professor valoriza a socialização das
crianças; e o outro é aquele no qual ocorre a valorização da escolarização e aquisição de
conteúdo, que a autora chama de brincar dirigido e jogo educativo.
Faria e Salles (2007) afirmam algo parecido às ideias de Kishimoto quando
exemplificam as ideias que professores da Educação Infantil apresentam em relação ao
brincar na escola. Para alguns profissionais, o brincar é apenas uma estratégia para ensinar os
conteúdos; outros professores utilizam-se do brincar como o tempo livre dado as crianças para
P á g i n a | 229
“brincarem” juntas. Assim como existem profissionais que não conseguem compreender o
brincar na educação, também existem aqueles que utilizam-se deste recurso para ensinar.
Leite (2010) nos traz a ideia de Friedmann de atividade lúdica dirigida no qual o
professor ajuda no desenvolvimento da criança e escolhe atividades (jogos e brincadeiras) que
tragam algum conteúdo importante para as crianças. A autora ainda comenta que o professor
tem que orientar a criança para que ela possa ter independência ao realizar a atividade; não
somente orientar, mas também deve observar como as crianças realizam as atividades, por
meio da utilização da ludicidade.
Rosa (2002, p.57) comenta que se nem o aluno nem o Professor tiverem a capacidade
de brincar não haverá um “espaço potencial”, não haverá a comunicação necessária para o
desenvolvimento da aprendizagem. Com essa ideia podemos perceber que não adianta o
professor não saber usar o material, do mesmo modo que não adianta saber utilizar sem que
exista a interação necessária com seus alunos para desenvolver o trabalho adequado. Será por
meio do auxílio do professor que a brincadeira, que traz um “não-saber”, vai se converter em
um saber que fará sentido em determinado momento para a criança.
Algumas considerações
Ao longo do referencial teórico foi possível perceber que o lúdico além de ser uma
atividade livre, exterior a vida e capaz de absorver o jogador, é um dos meios pelos quais os
professores e alunos podem construir o conhecimento, sendo necessário que eles consigam
interagir entre si. A sua utilização parece estar crescendo devido ao olhar que os educadores
estão construindo em relação à forma de utilização das atividades lúdicas, como jogos,
brincadeiras e brinquedos.
A escola é um local de criação e por isso, a importância da utilização da ludicidade.
Daí a necessidade dos educadores estarem com olhar atento e perspicaz para a realização de
atividades que de fato ajudem no desenvolvimento integral da s crianças.
As atividades lúdicas são bastante importantes na aprendizagem. O lúdico está
relacionado com a vida e desta forma está relacionado com o desenvolvimento do ser
humano, principalmente no período da infância. No caso do desenvolvimento infantil (o
psicológico, o físico, o social e o cognitivo) seu alicerce está no lúdico.
P á g i n a | 230
As pesquisas sobre a utilização do lúdico no processo de ensino-aprendizagem na
Educação Infantil devem continuar ocorrendo e ficar acessível aos professores que estão
lecionando porque desta forma eles terão informações novas que ajudarão na aplicação das
atividades lúdicas no processo de aprendizagem.
Referências
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www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso em 09 de abr. de 2011.
FARIA, Vitória & SALLES, Fátima. Currículo na Educação Infantil. Diálogo com os
demais elementos da Proposta Pedagógica. (Percursos). São Paulo: Editora Scipione, 2007, p.
70 – 76.
FRIEDMANN, Adriana. A evolução do brincar. IN: FRIEDMANN, Adriana [et al.]. 4. ed.,
São Paulo: Edições Sociais: Abrinq, 1998, p. 27-35.
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens – O jogo como elemento da cultura. São Paulo:
Perspectiva, 5. ed., 2004, p. 3-31.
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infantis.
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2001.
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Disponível
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www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151797022001000200003&lng=pt&nrm=
iso. Acesso em 18 Set. de 2011.
LEITE, Ana Maria. Caixa de brinquedos e brincadeiras: uma aliada na construção de
atitude lúdica para a ressignificação da prática pedagógica do movimento na educação
infantil. São Paulo, 2010. Disponível em: www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39133/tde08122010-101232/pt-br.php. Acesso em 18 de Set. de 2011.
MARCELLINO, Nelson Carvalho. Pedagogia da Animação. São Paulo: Papirus, 1989.
MELLO, Miriam Moreira de. O lúdico e o Processo de Humanização. In: MARCELLINO,
Nelson Carvalho (org.). Lúdico, educação e educação física. Ijuí: Ed. Unijui, 2003, 2 ed.
OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo:
Cortez, 2002.
P á g i n a | 231
Planejamento Estratégico Situacional na Assistência Farmacêutica
em um Município do Interior Paulista Taquaritinga/SP.
Camilla Santos1
Silvana Cardoso Neves2
Graciana Aparecida Simei Bento da Silva3
Resumo
O sistema único de saúde (SUS) necessita de ferramentas capazes de garantir qualidade no
atendimento e acessibilidade do usuário, deste a sua criação passou por grandes avanços,
favorecendo a população o direito ao acesso a todos os níveis de atenção, sendo o principal a
assistência farmacêutica, apresentando-se como uma área importante e de grande impacto no
SUS, na medida em que o medicamento é a principal fonte de intervenção das doenças e
agravos que acometem a população. Para a organização deste trabalho foi realizado
inicialmente um estudo descritivo afim de levantar causas da possível falta de medicamento
em um município do interior paulista com o objetivo de Identificar problemas decorrentes da
falta de medicamentos, identificar as causas e consequências do problema escolhido através
de uma importante ferramenta de gestão e ainda descrever os problemas evidenciados pela
ausência de medicamento no município em estudo. Desta forma, para se ter um resultado
significativo para a resolução de tal problema foi utilizada uma ferramenta de intervenção
importante e necessária o plano estratégico situacional, onde este método busca interferir
diretamente na causa e na realidade do problema, proporcionando qualidade no serviço
prestado a população.
Palavras-chaves: Sistema único de saúde, Plano estratégico situacional, Assistência
farmacêutica
Abstract
The Unified Health System (SUS) NEED to be able to ensure quality of service and User
Accessibility tools, this YOUR Creation been great advances, favoring the population the
right to access to all levels of care, being the first one Pharmaceutical care, Presenting itself as
an important area of great impact on SUS Measure in the que Drugs and the main source of
Intervention of Diseases and Injuries que affect the population. For this Labor Organization
was Held initially hum descriptive study in order to Raise Causes Possible lack of medicines
in hum Municipality of São Paulo with the objective to identify problems arising from lack of
medicines, identified as causes and consequences of the chosen problem through Important
One Management tool and STILL tHE describe problems evidenced by the lack of medicines
no municipality in study. Thus, paragraph have hum significant result paragraph the
resolution of this problem was used An important intervention tool and needed the Situational
Strategic Plan, where this search method directly affect the cause and the Problem of Reality,
providing Quality of Services Provided to Population .
Keywords: Health System, Situational Strategic Plan, Pharmaceutical Care
1
Graduanda do curso de Farmácia – FTGA, email: [email protected].
Graduanda do curso de Farmácia - FTGA; Email: [email protected].
3
Farmacêutica pela FHO, Especialista em Bioquímica e Homeopatia, Licenciada em Física, Pedagoga e Mestre
em Engenharia de Produção, email: [email protected].
2
P á g i n a | 232
Introdução
Planejamento estratégico situacional na assistência farmacêutica em um município o
interior paulista. A assistência farmacêutica em seu âmbito prioriza o uso adequado de
medicamento, visando a uma vida mais saudável, observando-se, a partir desta assistência, de
acordo com relatos, vários fatores relacionados ao uso inadequado de medicamentos
(SANTOS,2014).
O sistema único de saúde (SUS) sofreu grandes transformações ao longo do tempo,
entre estas prioriza-se o desabastecimento de medicamento, acarretando vários problemas
para as farmácias e gerando influencia direta na qualidade da assistência farmacêutica
(REIS,PERINI 2008).
A disponibilidade e dispensação
de
qualquer
medicação
que
deve
seguir
orientação médica com critérios de especificações em sua prescrição, onde se observa a
posologia especificas. Neste sentido, visa o uso correto de medicamentos e que encontra a
farmácia em suas funções principais, salientado ainda, que este serviço é de extrema
importância para assegurar a funcionalidade, eficácia e segurança dos medicamentos e em
consequência disto a efetivação do tratamento proposto. (ANACELTO et al, 2006;
ALBUQUERQUE et al, 2012; COSTA et al, 2008). São vários os motivos relacionados a
falta de medicamento podendo classificar como diretamente e indiretamente, atua na parte
direta toda parte de logística farmacêutica , já a indireta é vista no controle alfandegário ,
fiscal e sanitário (REIS,PERINI 2008).
No Brasil foi elaborado uma Política Nacional de Medicamentos (PNM), a fim de
enfatizar o uso racional de medicamentos e em consequência a melhora da saúde. A PNM tem
como norte o fortalecimento dos princípios propostas constitucionais envoltas no SUS, tendo
como principio “garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, a
promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais”
(BRASIL, 2001).
Em contrapartida, uma ausência no planejamento efetivo, no que se refere à assistência
dos serviços farmacêuticos, que podem acarretar grandes desperdícios de dinheiro, e tendo em
vista que cada vez mais há uma crescente na demanda de medicamentos, neste sentido, as
atitudes de gerenciamento e o planejamento estratégico da área são imprescindíveis,
abrangendo além de planejamento como já foi dito, execução, acompanhamento, avaliação de
resultados, bem como o replanejamento a partir dos resultados destas avaliações e assim
replanejar (MARIN et al, 2003).
P á g i n a | 233
Neste prognóstico, o presente trabalho será pautado na analise das vivencias e
desenvolvimento do plano estratégico para a resolução de problemas relacionados à falta de
medicamentos nas farmácias públicas em um município do interior paulista, com foco na
ferramenta do Plano Estratégico Situacional.
Justificativa
A assistência farmacêutica apresenta-se como uma área importante e de grande
impacto no SUS, na medida em que o medicamento é a principal fonte de intervenção das
doenças e agravos que acometem a população.
A insatisfação da população quanto aos serviços da saúde publica é percebida dia a
dia, sendo que os problemas crescem descontroladamente, dando ênfase a grande falta de
medicamentos nas unidades básicas de saúde, gerando sérios danos e agravos a saúde da
população.
Desta forma, para se ter um resultado significativo para a resolução de tal problema é
importante se ter uma ferramenta de planejamento na assistência farmacêutica, para que se
possam realizar intervenções importantes e necessárias para solucionar o problema.
Metodologia
Para a organização deste trabalho foi realizado inicialmente um estudo descritivo afim
de levantar causas da possível falta de medicamento em um município do interior paulista,
utilizando- se da ferramenta do planejamento estratégico situacional na assistência
farmacêutica para a resolução de tal problema (BARROS E LEHFELD, 2007; PEROVANO,
2014).
Ao que se refere à organização estratégica e plano organizacional que serão
organizados para proporcionar alternativas de soluções da situação problema é caracterizado
pelo direcionamento de ações que possibilitem definição de responsáveis, limites de prazos,
os norteadores de indicadores tanto para o monitoramento quanto para a avaliação. (VEBER;
LACERDA; CALVO, 2011).
Sistema Único de Saúde e Assistência Farmacêutica
O país passou por inúmeras transformações ao longo do tempo, evidenciado a
implantação do sistema único de saúde (SUS) no
sistema publico.Neste sentido a política de
P á g i n a | 234
saúde no Brasil em buscando o acesso ao medicamento, integridade na atenção,igualdade
(OLIVEIRA,2010).
O SUS é visto como uma política do estado, enfatizando o direito a saúde sendo dever
do estado. Foi instituído em 1988 pelo congresso nacional, onde este visa à qualidade da
assistência farmacêutica (TEIXEIRA,2011).
A assistência farmacêutica é uma área de grande dimensão, dividida em subáreas
diferentes, mas que se complementam, sendo uma área voltada para tecnologia de gestão, ou
seja, acesso ao medicamento e a outra voltada a tecnologia do uso racional de medicamento,
salientando que a atenção farmacêutica é uma particularidade da tecnologia do uso adequado
do medicamento e privativa do farmacêutico (ARAUJO et al, 2008; SANTOS,2014). No
entanto o histórico da assistência farmacêutica no país apresenta uma grande defasagem,
principalmente no que se diz respeito ao acesso ao medicamento e a qualidade do serviço
prestado a população (GOMES,2012).
Política nacional de medicamento
Após o surgimento da política nacional de medicamento no ano de 1988, foi atribuída
a assistência farmacêutica sua responsabilidade e importância dentro do sistema único de
saúde, que vai deste a distribuição do medicamento ate seu uso adequado, ressaltando que a
assistência farmacêutica é responsável pela segurança, qualidade e eficácia do medicamento,
garantindo o bem estar do paciente (OLIVEIRA et al,2010). Portanto a (PNM) passa a
conduzir a reforma do setor saúde, sendo que a mesma ocorreu se forma democrática e
participativa, estando voltada aos princípios do SUS, colaborando no crescimento do país,
desenvolvendo metas e ações definidas para o ministério da saúde (GOMES,2012).
A maneira como a assistência farmacêutica foi introduzida no SUS após todas estas
transformações destaca sua importância no setor da saúde. Mas para que estas políticas sejam
realizadas com êxito é preciso a garantia de recursos para exercer as ações propostas,
salientando ainda que a gestão deve ser de qualidade (VIEIRA,2010).
Falta de medicamento no sistema único de saúde
A população tem consciência de que a saúde é um direito, sendo esta o dever do
estado, porém o que as pessoas vivenciam ao ir atrás dos seus direito é descaso e transtorno
no sistema público de saúde (GUERRA,2014).
P á g i n a | 235
Mesmo com o grande desenvolvimento do sistema único de saúde (SUS), os
municípios brasileiros cometem grandes falhas, a população tem graves problemas para a
garantia dos medicamentos considerados essências, uma vez que, o país se encontra
desestruturado na politica de medicamento, sendo freqüentes pessoas a procura do poder
judiciário para lutar pelo direito ao medicamento (VIEIRA, ZUCCHI,2007; VIEIRA, 2010).
A judicialização tornou-se uma prática recorrente devido à falta de medicamentos no
sistema público, devendo a esta uma forma de assegurar acessibilidade e qualidade do serviço
de saúde , visto que a mesma gera muitos gastos aos municípios e estados
(CHIEFFI,BARATA,2009; RAMOS, 2012).
Desta forma, o planejamento estratégico situacional é uma ferramenta de grande
importância para auxiliar na resolução da falta de medicamento e conseqüentemente diminuir
a judicialização.
Planejamento Estratégico Situacional (PES)
O método visa resolver problema e objetiva principalmente resolver os casos mais
difíceis e de complicada resolução, e ainda para os que não têm solução normativa como os
bens estruturados. Evidenciando que tais problemas são identificados nos diversos setores
existentes. Desta forma suas causas não se prendem apenas em seu interior, em seu setor e
área, se estende por toda parte, tendo em vista que para resolução do mesmo dependem
também de recursos exta-setorial e a participação das pessoas envolvidas no problema
(ARTMANN,2000).
Para Matus (1993), defende que um tipo de calculo que antecede e gerencia a ação
com a intenção de instaurar um futuro e não ato de previsão. Neste sentido o PES tem como
função acompanhar permanentemente a realidade, ou seja, avalia as decisões e verifica se os
resultados obtidos estão acompanhando aquilo que foi projetado e esperado.
Já para a atuação em instituições o trabalho com o PES, demanda a necessidade de se
estabelecer uma relação direta com “missão”, pois através desta analise pode-se considerar e
analisar o papel desta empresa junto à sociedade, no que se refere a produtos e serviços, que
são produzidos ou oferecidos para os clientes ou usuários (TANCREDI; BARRIOS;
FERREIRA, 2002; VEBER, LACERDA; CALVO, 2011).
De acordo com Toni (2004), a analise, identificação do local, visualização e a
participação social
e
de outros autores
e analises estratégicas
são
fundamentais
P á g i n a | 236
diferenciadores do PES em relação e comparação a outros sistemas ou métodos de
planejamento.
Tendo como foco deste trabalho e ainda sobre a realidade dos serviços de saúde é
definida por questões complexas, que exigem o trabalho e o posicionamento de diferentes
atores, que inclui cidadãos que buscam por direitos. E nesta busca encontra-se o setor de
medicamentos, assim as assistências farmacêuticas devem deter um planejamento abrangente
participativo, para que seja eficaz o enfrentamento dos problemas observados nesta pesquisa,
seguindo a realização de quatro momentos (ARTMANN, 2012; ARTMANN, 2000).
O PES prevê quatro momentos (Matus, 1993, 1994) que atuam na constância desta
organização no processamento técnico-político da resolução de problemas, destacado pelos os
seguintes momentos: explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional.
Momento explicativo: selecionando e compreendendo o problema
É neste momento que entra a seleção das analises dos problemas relevantes para o ator
que esta em contato direto com o problema em que pretende intervir. Assim, selecionados os
problemas, eles passam por uma descrição de indicadores ou descritores que melhores o
definem com maior clareza. Quando os descritores são elaborados de forma eficiente, são
importantes ferramentas para avaliar os impactos do plano (ARTMANN, 2000).
Vale salientar que nem sempre é possível usar apenas os descritores quantitativos.
Muitas das vezes é preciso apenas com descritores qualitativos. Assim, os descritores, como
são propostos não explica o problema, mas sim o caracteriza expressa os “sintomas” que os
definem (MATUS,1987).
Ainda segundo Matus,(1987), problemas estratégicos estão sempre entrelaçados e
relacionados com outros problemas, pois as causas podem ser semeadoras de vários
problemas, podendo também estar presentes e ser de mérito de diferentes setores. Por este
motivo, há a importância intersetorial. Assim, dentre as várias causas dos problemas estão
aquelas que são pontos críticos de intervenção, chamados de nos críticos, dos quais devem ser
elaboradas as propostas de ação. Para a seleção destes pontos críticos, devem ser observados e
feitos as seguintes perguntas, sobre a causa dos problemas (MATUS,1994a):
A. A intervenção sobre esta causa trará um impacto representativo sobre os descritores do
problema, no sentido de modificá-los positivamente.
B. A causa constitui-se num centro prático de ação, ou seja, há possibilidade de
intervenção direta sobre este nó causal (mesmo que não seja pelo ator que explica).
P á g i n a | 237
C.
É oportuno politicamente intervir (MATUS,1994a).
O Momento normativo: as propostas de ação em diferentes cenários
É neste momento que se desenha os planos de intervenção sobre o problema, ou seja, é
agora que se define a situação objetivada, as operações/ações que concretas e contextualizadas
que visam os resultados, moldados pelos nós críticos (ARTMANN, 2000; MATUS, 1993).
Para cada nó critico, diagramado na etapa anterior deve ser fomentada uma ou mais
operações para as propostas de intervenção. As operações devem ser elucidadas de forma
sintética e expressar uma proposta de intervenção, com verbos que enfatizem ações concretas.
Ou seja, para cada operação será detalhada em ações, onde expõe maior precisão para os
conteúdos. Para elaborar as ações devem ser pautadas e direcionadas pelos nós críticos
(MATUS,1994b).
Na seqüência, cada ação deve ter produtos e resultados determinados, os responsáveis
pelas ações, recursos, tempo de realização, no contexto definido no plano (MATUS,1994b).
O momento estratégico: construindo a viabilidade do plano
Nesta etapa esta a analise da viabilidade do plano, mesmo apesar de uma pré- analise
ter sido realizada na etapa anterior, agora faz se necessário uma analise mais profundo e a
impetração de simulação de variações possíveis. Salientando ainda que, é importantíssimo
uma analise da viabilidade muito bem feita, com situações onde o ator, não possa controlar
todos os recursos e requisitos para a realização do plano (MATUS,1994b; MATUS,1993).
O momento tático operacional: a gestão o plano
Assim que elaborado o (flexível e adaptável à conjuntura), e depois de feita todas as
etapas para os planejamentos, sobretudo a viabilidade, é chegada a hora de colocar o plano em
ação, a sua implementação. Salientando ainda que, na estruturação do PES, o que diz sobre o
planejamento e a gestão são indissociáveis, ou seja, o plano é um compromisso de atitudes e
ações que são vinculadas a um resultado, meta e que o enfrentamento de problemas que
devem traduzir novas situações que buscam melhorar a situação inicial.(MATUS,1994 a-b).
P á g i n a | 238
Resultado e discussão
A aplicação da ferramenta, plano operativo (PO) seguiu com o desenvolvimento dos
quatros momentos do planejamento estratégico situacional, iniciando-se com a identificação
dos problemas.
Neste momento foi realizada inicialmente a explicação da ferramenta aos participantes
e posteriormente, a definição e a realização de uma pesquisa com atores do sistema único de
saúde no município em estudo, onde foram elencados e priorizados os problemas de acordo
com sua magnitude, governabilidade e urgência, e posteriormente seus descritores.
Após apontar os descritores iniciou-se a realização da fase II do Momento Explicativo
com a elaboração da Espinha de Peixe, onde foram elencadas as causas e conseqüências do
problema priorizado, feito o levantamento das causas e chegando a causa convergente,
realizou-se a mesma conduta para as conseqüências e conseqüências convergentes, como
mostra a figura a seguir:
Figura 4.2 Espinha de peixe
Falta de um planejamento eficaz
Falta de organização
Por quê
ocorre?
Falta de
planejamento
Atraso
do dose
certa
Falta de um
controle de
estoque efetivo
incorreto
Falta do
medicamen
to no
mercado
2,84% receitas
não atendidas
por falta de
medicamentos
Falta de
medicamentos
Expectativa
de vida
menor
Atraso no
processo de
Ausência de
interessados no
licitação
processo
licitatório
7,95% itens
em falta da
REMUME
Agravamento
da saúde do
paciente
O
que
gera?
Atraso no
repasse
financeiro
Super lotação
de hospitais
Redução do
número de falta
de medicamentos
Uso incorreto
do
medicamento
Gera aumento
de gasto com
hospitalização
Serviços de assistência
farmacêuticadeficitário
e ineficiente
Cancelamento e
adiamento de
procedimentos
cirurgicos
Usuário
insatisfeito
Falta de adesão
ao tratamento
Aumento dos Risco à Saúde do Paciente
Fonte: próprio autor
A partir deste momento foi desenvolvido o momento normativo fase I a causa
convergente “Falta de um planejamento eficaz” e a conseqüência convergente “Aumento dos
riscos a saúde do paciente” iniciou-se a execução da fase I do momento normativo com a
definição objetivo geral: desenvolver um planejamento capaz de diminuir a falta de
P á g i n a | 239
medicamentos, assegurando a saúde do paciente.
P á g i n a | 240
Assim também foi feito para defini-la os objetivos específicos do plano operativo,
partindo das causas e conseqüência secundaria foram definidos os objetivos específicos para
os quais foram estabelecidas operações e ações. Os objetivos específicos, as operações e
ações necessárias podem ser vistas no quadro a seguir:
Quadro 4.3 Objetivos, ações e operações.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
OPERAÇÕES
Desenvolver
um
planejamento
para
solucionar o problema em
vigor:
falta
de
medicamento.
Organização no processo
de licitação dos
medicamentos, visando
comprometimento com a
farmácia.
Melhoria
do controle
de estoque, para
melhor atendimento
do paciente
Fonte: próprio
autor
AÇÕES
Conhecer a causa do problema.
Elaborar o projeto
Promover reuniões
com os envolvidos
no processo
licitatório.
Dispensação
correta de acordo
com a posologia
prescrita.
Desenvolver um plano capaz de
resolver o problema
Promover palestras com funcionários
palestras com os usuários do serviço de
saúde.
Agendar sala e reunião
Elaborar convite
Providenciar coffe break
Palestra sobre o uso racional de
medicamento
Cortes nas quantidades
excedidas de medicamentos
Estabelecido as operações e ações do plano operativo, a próxima etapa foi analisar a
viabilidade e facibilidade por meio da matriz momento estratégico, sendo ele um diferencial
do planejamento estratégico situacional, pois traz a reflexão das situações descritas no
momento normativo, mas que por algum motivo não estão em condições de serem
executadas, construir mecanismos para viabilizar estas ações e operações são importantes
para que o plano torne-se exeqüível assim, para cada objetivo especifico foi realizado a
analise estratégica referente ao problema” falta de medicamento” em busca da imagemobjetivo” diminuir a falta de medicamento” como mostra a matriz a seguir:
Quadro 4.4 Matriz do momento estratégico
OBJETIVO
Desenvolver um planejamento capaz de solucionar o problema..
ESPECÍFICO 1 :
OPERAÇOES
ANÁLISE DE VIABILIDADE
ANÁLISE
(Poder)
FACTIBILIDADE
AÇÕES
Conhecer a
causa do
DE
Recurso
Recursos
s
necessári
Déficit
ATIVIDADE
ESTRATÉGICA
Decidir
Executar
Manter
Sim
Sim
Sim
existent
Sim
e
os
Sim
-
-
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
-
-
problema.
DesenvolviDesenvolver
um
mento
planejament
o.
P á g i n a | 241
planejamento
Promover
capaz
de
palestras com
o
os funcionários
solucionar
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
-
-
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
-
-
problema.
Promover
palestra com a
OBJETIVO
ESPECÍFICO 2 :
OPERAÇÕES
população.
Organização do processo licitatório do medicamento.
do
ANÁLISE
(Poder)
FACTIBILIDADE
AÇÕES
Elaborar
convites
Agendar sala de
Organização
ANÁLISE DE VIABILIDADE
reunião
processo licitatório
Agendar
do medicamento
material
multimídia
Providencia
r “coffe
DE
Déficit
ATIVIDADE
ESTRATÉGICA
Recurso
Recursos
s
necessári
existent
Sim
os
Sim
-
Parcerias
Sim
es
Sim
Sim
-
-
Sim
Sim
Sim
Sim
-
-
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
-
-
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
-
-
Decidir
Executar
Manter
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
break”
Elaborar lista de
presença
OBJETIVO
Melhoria do estoque para melhor atender a necessidade do paciente.
ESPECÍFICO 3:
OPERAÇÕES
AÇÕES
ANÁLISE DE VIABILIDADE
ANÁLISE
(Poder)
FACTIBILIDADE
na
Melhoria
do
estoque
para
melhor atender a
necessidade
paciente.
do
Déficit
ATIVIDADE
ESTRATÉGICA
Não
Recurso
s
existent
es
Não
Recurso
s
necessári
os
Não
-
-
Não
Não
Não
Não
-
-
Não
Não
Não
Não
-
-
Decidir
Executar
Manter
Sim
Não
Não
Não
Cortes
s quantidade
DE
excedida
de
Palestras sobre
medicamento
uso
racional de
medicamentos
Atenção
n
a dispensação.
Fonte: próprio autor
No momento tático-operacional com a elaboração final do plano operativo para a
resolução do problema “falta de medicamento que possui o objetivo geral de diminuir a falta
de medicamento, assegurando a saúde do paciente” teve seu detalhamento dos objetivos
específicos, operações e ações, inclusive as estratégicas. Para finalizar o plano, foi necessário
o estabelecimento de indicadores de monitoramento e avaliação para o acompanhamento de
sua execução como mostra as matrizes a seguir:
P á g i n a | 242
Quadro 4.5 Matriz do momento tático-operacional
Operação
Indicador
Cálculo
Desenvolver um
planejamento
para solucionar
o problema em
vigor: falta de
medicamento.
Organização
no processo
de licitação
dos
medicamento
Melhoria
s. controle
no
de
estoque.
Fonte:
próprio autor
Execução do
planejamento
-
Periodicidade
de coleta
3 meses
Fonte de
verificação
Plano pronto
Processo
solicitado
-
3 meses
Licitação
definida
Organização
do estoque
-
3 meses
Estoque
controlad
o
As matrizes a seguir mostram os indicadores de monitoramento e avaliação para o
acompanhamento do plano que foram estabelecidas no momento tático-operacional, sendo o
momento de concretizar as ações construídas nos momentos anteriores, e ainda, avaliar e
adequar às ações conforme a necessidade, buscando sempre atingir o objetivo.
Quadro 4.6: Explicação da operação1
Ação
Indicador
Cálcul
o
Fonte de
verificação
Periodicidade
de coleta
3 meses
Conhecer a causa
do problema
Entendimento
da causa
-
Desenvolver um
plano capaz de
resolver o problema.
Execução do
planejamento
-
3 meses
Plano executado
Promover palestras
com funcionários na
busca de novas
opiniões.
palestras com os
usuários do serviço
de saúde
Número
de
palestrante
s
confirmado
Número
s
de
palestrante
s
confirmado
s
-
3 meses
Confirmação
dos
palestrantes
-
3 meses
Confirmação
dos
palestrantes
Fonte: próprio autor
Causas definidas
Cada operação e ação possuem sua particularidade, no entanto estão relacionadas e são
complementares tornando o processo dinâmico, como mostra a seguir:
Quadro 4.7: explicação da operação 2
Ação
Indicador
Cálculo
Periodicidade
de coleta
Fonte de verificação
P á g i n a | 243
Elaborar
convites
Agendar sala
e reunião
Providenciar
coffe break
Elaborar lista
de presença
Fonte: próprio autor
Números
de
convites
elaborados
e enviados
Número de
agendament
o
Realização
de coffe
break
Número de
lista
elaborada e
impressa
-
3 meses
-
3 meses
-
Por
evento
-
3 meses
Lista de
recebimento
assinada
Verificação da
agenda
Coffe break oferecido
Listas impressas
Com os indicadores estabelecidos foi possível a elaboração da matriz final do Plano
Operativo, com ações estratégicas, indicador, periodicidade e fonte de verificação como
mostra a matriz a seguir
Quadro 4.8: explicação da operação 3
Ação
Indicador
Cálculo
Periodicidade
de coleta
Fonte de
verificação
Cortes nas
quantidades
excedidas de
medicamentos
Cortes feitos
-
3
meses
Palestras sobre
uso racional de
medicamento
Número
de
palestrante
s
Atenção
confirmado
retrógrad
s
a
-
3
meses
Confirmação
dos
palestrantes
3
meses
Atendimento
de
qualidade
Atenção na
dispensação
Redução de gastos
Fonte: próprio autor
Conclusão
A assistência farmacêutica apresenta-se como uma área de grande impacto no
sistema único de saúde, sendo responsável pela qualidade no atendimento da população,
visando sempre a saúde do paciente, porém seu histórico apresenta uma grande defasagem, no
que se diz respeito a qualidade do serviço prestado a população. O planejamento
estratégico situacional é uma ferramenta que permite através do plano operativo o
conhecimento do problema e a melhor forma de resolvê-lo, sendo um instrumento de grande
importância para a assistência farmacêutica uma vez que permite avaliar e reavaliar a mesma,
detectando suas carências, sendo essencial para a gestão de serviços.
Mesmo sendo pouco conhecido o plano estratégico é um instrumento de grande valia
P á g i n a | 244
para a gestão da assistência farmacêutica, pois auxilia de forma clara e objetiva o modo de se
conduzir um problema e chegar a um resultado satisfatório e ainda permite a mudança da
postura dos profissionais, tornando-os mais críticos e parte importante de uma equipe,
salientando que todas estas melhorias refletem diretamente na qualidade do atendimento para
com o paciente.
Portanto, pode-se destacar que a ferramenta permitiu alcançar todos os objetivos
propostos, identificando a causa do problema, suas conseqüências e a forma mais fácil e ágil
para resolução do mesmo, mostrando-se como instrumento que pode ser usado em qualquer
outro serviço proporcionando resultados satisfatórios.
A ferramenta proporciona ainda traçar estratégias a longo e curto prazo, alinhar os
profissionais para um mesmo objetivo melhorando o desempenho dos mesmos.
Desta forma o planejamento estratégico situacional mostrou-se muito eficaz e
importante para auxiliar e direcionar a resolução desde problemas mais simples aos mais
complexos, detectando todas as suas carências, obtendo-se melhorias e satisfação nos
resultados e ainda organização do serviço e qualidade do atendimento.
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P á g i n a | 248
Avaliação do controle de estoque e demanda medicamentosa
atendida em uma drogaria do município de Taquaritinga:
Estudo de caso
Jorge Felipe
Bernardes Graciana Aparecida
Simei Bento da Silva2
1
Resumo
Em um contexto de mudanças econômicas e sociais extremamente dinâmicas, as
exigências peculiares da atividade comercial farmacêutica determinam a vital
importância da adoção de um sistema de controle de estoques adequado para o
gerenciamento otimizado, nesse ramo de negócios. Este trabalho visa trazer um estudo
de caso focando na atividade de gestão de estoque de medicamentos, e a demanda
medicamentosa em uma drogaria do município de Taquaritinga. Que o seu
gerenciamento atenda, não somente a melhorar a situação econômica do
estabelecimento comercial, como também possa prestar ao atendimento das
necessidades sociais de seus consumidores. Visando a Assistência Farmacêutica como
fator imprescindível para a conquista mercadológica e uma melhor forma para manter
um estoque de segurança.
Palavras-chaves:
Controle de estoques,
Assistênc Farmacêutica.
Demanda
medicamentosa
e
Abstract
In a context of highly dynamic economic and social changes, the peculiar
requirements of the pharmaceutical business activity determine the vital importance of
adopting an inventory control system suitable for the optimal management in this line
of business. This work aims to bring a case study focusing on drug stock management
activity, and drug demand in a drug store in the city of Taquaritinga. That its
management meets, not only to improve the economic situation of the commercial
establishment and can also pay to meet the social needs of its consumers. Aiming at
the Pharmaceutical Care as an indispensable factor for the achievement marketing and
a better way to maintain a safety stock.
Keywords : Inventory control drug demand and Pharmaceutical Services .
ia
P á g i n a | 249
1
Graduando do curso de Farmácia – FTGA, email: [email protected].
Farmacêutica pela FHO, Especialista em Bioquímica e Homeopatia, Licenciada em
Física, Pedagoga e Mestre em Engenharia de Produção, email:
[email protected].
2
Introdução
A medicina tem progredido a passos largos nos últimos anos, com o avanço da
ciência na área da saúde, ocorreram descobertas para tratar e prevenir doenças. A
busca do cidadão por uma qualidade de vida melhor, fez com que surgisse um
segmento no mercado diferenciado e em evolução, que é o setor que trabalha com
produtos farmacêuticos, dando ênfase, nos dias atuais, às drogarias (SILVEIRA,
2011).
As drogarias respondem por 80% do escoamento de medicamentos da indústria. Os principais
fatores de atratividade do setor são a demanda crescente no Brasil para o mercado de remédios; as boas
perspectivas para os medicamentos genéricos; o programa farmácia popular; o fácil acesso a softwares
de gestão de drogarias; o envelhecimento da população brasileira e a expansão do portfólio de produtos
para artigos de higiene, limpeza, perfumaria e até alguns produtos alimentícios (SEBRAE, 2016). O
crescimento das drogarias faz com que ocorra cada vez mais a necessidade de buscar informações para o
desenvolvimento e adequação de processos logísticos (RODRIGUES, 2015).
Os principais objetivos de um gestor do estoque que visa ao sucesso é prever a
demanda que será utilizada, tais como: quanto comprar, receber, armazenar, manter e
controlar o estoque. Na área farmacêutica, a atividade que está associada à gestão de estoques
é a programação de medicame ntos, uma etapa do ciclo da assistência farmacêutica que tem a
finalidade de contribuir para melhorar a qualidade de vida da população, propondo ações de
promoção, prevenção, recuperação e reabilitação de saúde, assim como orientar o uso racional
dos medicamentos , dentre as diversas atribuições do farmacêutico que atuam em drogarias no
Brasil (LIRA, 2013; RODRIGUES, 2015; SILVA et al, 2014; MORTARI et al, 2014).
Dessa forma, este trabalho busca mostrar a análise do controle de estoque e a
avaliação da demanda medicamentosa de uma drogaria. Este estudo tem como objetivo
avaliar a demanda medicamentosa em uma drogaria, traçando o perfil farmacológico local.
Justificativa
A rápida urbanização do País concentrou enormes massas nas cidades, como
P á g i n a | 250
consequência, as pessoas desenvolveram maus hábitos alimentares, sedentarismo, a obesidade
crescente, a poluição, a precariedade do saneamento básico, entre outros problemas, gerando
assim o aumento das doenças. Nos dias atuais a importância das drogarias para a sociedade é
analisar quais os problemas e soluções enfrentados na administração da cadeia de suprimentos
deste segmento (RODRIGUES et al.,2015; SIMPRAFARMA, 2014; AZEVEDO, 2016).
Com a diversidade de produtos lançados, anualmente, no mercado farmacêutico, bem
como a competitividade crescente, é necessário formular um plano de gerenciamento para
conseguir superar a concorrência na geração do lucro (DIAS, 1993). A gestão de estoques é
necessária para evitar os altos custos com os produtos, diminuir o capital total investido pela
empresa no estoque, além de evitar a falta de produtos para os clientes. O objetivo é o
atendimento ao cliente na hora certa e com a quantidade certa (NOGUEIRA, 2011; LIRA
etal., 2013).
Os serviços farmacêuticos são indispensáveis no acompanhamento da dispensação
com qualidade, porque a dificuldade no entendimento da terapêutica prescrita leva os
pacientes a conviverem com retornos precoces aos consultórios, além disso o paciente deve
ser orientado corretamente e indicadores de prescrição devem auxiliar na prática terapêutica
(SOUZA et al., 2012; GOMES, 2000; MARIN et al., 2003; COLOMBO et al., 2004).
É importante ressaltar que pela falta de controle dos estoques corre-se o risco de
variação excessiva da quantidade a ser produzida, produção parada frequentemente por falta
de material, falta de espaço e armazenamento, baixa rotação dos estoques, obsoletismo em
demasia (DIAS, 1993; RODRIGUES et al.,2015).
Metodologia
A metodologia utilizada no trabalho:
Do ponto de vista dos objetivos: trata-se de um estudo exploratório, pois o principal
objetivo é conhecer melhor o fenômeno a ser estudado, aumentando assim, o conhecimento
acerca do objeto de estudo, esclarecendo conceitos (SELLTZ, 1987; OLIVEIRA, 2001). Do
ponto de vista da forma de abordagem do problema: é uma pesquisa quantitativa, pois o
ambiente natural é fonte de coleta de dados (MASSARIOLLI, 2003). Do ponto de vista dos
procedimentos técnicos: será utilizado o método de estudo de caso, onde serão coletados e
registrados dados para organizar um relatório ordenado e crítico de uma experiência
avaliando-a de forma analítica (GIL, 1996). Do ponto de vista do local de realização: trata-se
de uma pesquisa de campo, pois os dados serão extraídos do sistema informatizado de
P á g i n a | 251
controle de estoque da drogaria em estudo. Do ponto de vista do período de investigação: será
uma pesquisa transversal, pois serão utilizados dados de um determinado momento.
Gestão de estoque: vantagem e desvantagem
A gestão de estoque de drogarias não é tão simples, e não é apenas só lucro, está cada
vez mais complexo em um mercado cada vez mais globalizado, o controle de estoque tornouse um fator essencial para a sustentabilidade financeira das empresas (NEO QUIMICA,
2016). Existe uma situação de conflitos entre os setores em relação aos estoques, pois para o
setor comercial quanto mais estoque melhor, já para o setor financeiro é necessário estoques
reduzidos para a diminuição do capital investido. A melhor forma é conciliar os setores, num
nível que não prejudique os objetivos da empresa (VIANA, 2000; TEOFÁNES et al, 2012).
Um estoque falho nas drogarias, que ainda são os principais pontos de dispensação de
medicamentos, dependendo de sua distribuição, acarretaria em um grande problema em nível
de saúde pública e implicaria em perdas para a drogaria como comércio e como
estabelecimento de saúde (ABREU, 2011). Já um estoque eficiente auxilia a fidelização do
cliente, possibilitando um primeiro contato com a empresa (NITAHORA, 2013 ).
Quando um cliente deixa um estabelecimento farmacêutico e recorre a um concorrente
em busca de um medicamento em falta no estoque da primeira drogaria em questão, o valor
dos estoques parece inquestionável. Este é o dilema do gerenciamento de estoque: apesar dos
custos e outros fatores relacionados à manutenção de estoques, busca-se harmonia entre
fornecimento e demanda (VIANA, 2000; NEO QUIMICA, 2016).
Assistência Farmacêutica
De acordo com a Resolução nº 338, de 6 de maio de 2004, do Conselho Nacional de
Saúde, que aprovou a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, Assistência
Farmacêutica (AF) é:
“Um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto
individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao
acesso e ao seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e
a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação,
aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços,
acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de
resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população (BRASIL,
2004 ,p.1).”
O Farmacêutico está inserido nessa realidade e de todo o aspecto ético da profissão,
P á g i n a | 252
sendo ele um profissional de relevância e capacidade profissional dentro da equipe
multidisciplinar de saúde (SILVEIRA, 2011).
Na gestão de controle, é fundamental o estabelecimento de critérios de padronização
dos medicamentos, mecanismos de aquisição, armazenamento e logística de distribuição, de
modo a garantir a racionalidade administrativa, e equilíbrio da demanda (FARINA et al, 2009;
LUCCHETA, 2010; ANVISA, 2012; SILVA, 2015).
Variedades de medicamentos ofertados na drogaria
A Drogaria em estudo tem um estoque com cerca de 28 classes de fármacos
disponíveis para o comércio, com denominações de medicamento: Genérico , Similar e
Referência (BRASILPHARMA, 2013)
O advento dos genéricos, sem dúvida, trouxe a garantia de produtos com maior
confiabilidade ao mercado de medicamentos, pressionando os preços para baixo e uma
sensível redução dos custos com medicamentos.
Os medicamentos similares, também representam uma alternativa para pressionar os
custos para baixo, porém, devemos adotar critérios técnicos e regulamentares na escolha dos
fornecedores desses produtos, conforme descrito na Resolução ANVISA RDC nº 133, de 02
de junho de 2003.
O prazo de entrega de medicamentos pelas distribuidoras é, em média, de dois dias.
Sendo assim, a possibilidade do trabalho com estoques cada vez mais reduzidos aumenta, o
tempo de reabastecimento é menor e o risco de desabastecimento de estoques é reduzido.
Além disso, o custo de estocar reduz consideravelmente, havendo um elevado valor de giro de
estoque.
Demanda medicamentosa
O termo “gestão da demanda” significa necessidade para um produto ou componente
particular (OLIVEIRA, 2005). Prever a demanda: é a função que se preocupa em predizer o
consumo dos medicamentos de forma que a aquisição possa ser nas quantidades apropria- das.
Segundo Pinheiro, 2005, o estoque existe pela variação de ritmo entre demanda e
fornecimento (OLIVEIRA, 2005). Com uma população de mais de 200 milhões de pessoas e
com a prevalência de doenças crônicas em ascensão, o Brasil é um dos países que mais
consome medicamentos no mundo (IBGE, 2013).
A partir de todo esse contexto foi realizado um controle de estoque na drogaria em
P á g i n a | 253
estudo por cerca de 6 meses, e os medicamentos independente as variações de demanda , mais
prescritos tratava-se das classes terapêuticas: Anti-hipertensivos: Atenolol e Losartana
Potássica; Analgésicos e Antitérmicos: Anador e Dorflex; Anti-inflamatórios: Diclofenaco
Potássico e Nimesulida; Hipoglicemiantes: Glifage xr e Insulina NPH.
Anti-hipertenivos com maior saída
Atenol: Possui as seguintes apresentações: Comprimidos simples de Atenolol 25 mg /
50 mg e 100 mg ,em embalagem com 30 comprimidos. É indicado para: Controle da
hipertensão arterial, controle da angina pectoris e tratamento do infarto do miocárdio
(BRASIL, 2016).
Losartana Potássica: Apresentações - Embalagens contendo 30 comprimidos
revestidos de 50mg ou 100mg. É indicado para: O tratamento da hipertensão e também para o
tratamento da insuficiência cardíaca (NET, 2015).
Analgésicos e antitérmicos de maior consumo
Anador: Apresentações - Comprimidos de 500 mg: embalagens com 24, 120, 240 e
512 comprimidos. É indicado para: Dor (analgésico) e (antitérmico) (BRASIL, 2016).
Dorflex: Apresentação - Comprimidos 300 mg + 35 mg + 50 mg: embalagem com 30,
240 ou 300. É indicado para: Dor (analgésico) e atua como relaxante muscular (NET, 2014).
O dorflex já recebeu o primeiro lugar no ranking dos medicamentos mais vendidos em anos
consecutivos e nunca deixa de estar entre o top 10. (HIPOLABOR, 2015).
Anti-inflamatórios de maior demanda
Diclofenaco de Potássio: Comprimidos revestidos de 50 mg: embalagens com 10, 20,
500 e 1000 comprimidos revestidos. Indicado para: Dor e inflamação, infecções de garganta
entre outras finalidades (NET, 2014).
Nimesulide: Apresentação: Comprimidos de 100 mg: embalagem com 12
comprimidos. Indicado: é um anti-inflamatório não-esteroidal indicado para uma variedade de
condições que requeiram atividade anti-inflamatória, analgésica e antipirética (BRASIL,
2016).
Hipoglicemiantes mais usados
P á g i n a | 254
Glifage XR: Apresentações Glifage® 500 mg / Glifage® 850 mg / Glifage® 1 g
Embalagens contendo 30 comprimidos revestidos. Indicação: agente antidiabético, associado
ao regime alimentar, para o tratamento de: Diabetes tipo 2, não dependente de insulina ( NET,
2013).
Insulina NPH: Apresentação - Suspensão injetável de Insulina Humana Recombinante
NPH (ADN recombinante). Embalagem contendo um frasco-ampola com 10 mL de
suspensão na concentração de 100 UI/mL. Indicação: Tratamento do diabetes
mellitus
(BRASIL, 2016). Como podemos observar o quadro abaixo, no quesito top 10 e faturamento,
alguns medicamentos citados acima como demanda medicamentosa mais utilizada pela
população na drogaria, constam na lista dos remédios mais vendidos no Brasil em 2015.
Como os anti-hipertensivos Glifage xr e Losartana potássica, além dos analgésicos e
antitérmicos: Dipirona sódica e Dorflex.
Discussão
Não precisa manter um alto estoque a não ser que o preço de compra e venda esteja
oscilando muito, então depende do mercado financeiro e da inflação, bem como, do capital de
giro do estabelecimento (DIAS et al, 1993). Como pode-se visualizar no gráfico.
Figura 1: Evolução dos reajustes máximos em porcentagem.
Fonte:(G1)
Como podemos visualizar no gráfico, a partir do ano de 2011 a 2015 a evolução dos
reajustes máximo em %, teve o reajuste médio em torno de 6%.
Porém, o impacto no consumidor historicamente tem ficado e deve ficar abaixo do teto
P á g i n a | 255
de reajuste aprovado este ano 2016, que é de 12,5%", afirmou o (BRASIL, 2004) .O reajuste
acima da inflação tem como pano de fundo os reflexos da crise econômica no setor
farmacêutico, uma vez que, pelas regras, o cálculo do índice leva em conta também fatores
como produtividade da indústria e variações dos custos de insumos.
Segundo a Interfarma 2016, a forte alta do dólar e das tarifas de energia elétrica teve
forte impacto nos custos da indústria, cuja boa parte da matéria-prima é importada .
P á g i n a | 256
Apesar de o reajuste já estar valendo, é aconselhável que o consumidor faça pesquisa,
uma vez que os preços tradicionalmente tendem a ser remarcados conforme as farmácias
forem renovando seus estoques (GLOBO, 2016; NITAHORA, 2013).
Como não é possível prevê uma inflação média para o ano seguinte, uma das maneiras
possíveis para driblar os aumentos seria a utilização de remédios genéricos, sendo que é
preciso ter cuidado e consultar um médico apropriado para fazer essa troca, pois o organismo
vai reagir a isso, sendo as respostas individuais, e planejar os estoques com base numa
previsão de vendas. Gerando perdas ou ganhos de lucro para a empresa, o essencial é como
será a prestação de serviços no atendimento das necessidades dos clientes (LIRA, 2013).
Diante, disso um controle de estoque é fundamental para a drogaria tanto como
estabelecimento comercial quanto como estabelecimento de saúde.
Resultados
A seguir está representado o consumo mensal e a porcentagem dos medicamentos
Atenolol e Losartana K por um período de 6 meses.
Gráfico 1: Anti –Hipertensivos mais consumidos pela população
Fonte: Próprio autor.
Gráfico 2 - Porcentagem do consumo dos anti-hipertensivos Atenol e Losartana K
P á g i n a | 257
Fonte: Próprio autor.
Como podemos visualizar nos gráficos acima os anti-hipertensivos mais prescritos
pelos médicos pelo período de 6 meses são Atenolol e Losartana k ,devido as alterações no
estilo de vida e o sedentarismo a população esta cada vez mais atingida por doenças
cardiovasculares , e para a prevenção são utilizados estes medicamentos ,os dados obtidos de
novembro de 2015 a Abril 2016 ,registram que o Atenolol ,manteve-se constante as saídas
,apenas em fevereiro e março houve um declínio nas vendas , deve-se pelo fato de o Atenolol
ser um medicamento fornecido pelo SUS , assim a população tem a opção de escolher a
retirada do mesmo.
Já a Losartana K teve seus picos variados de vendas, pode ter ocorrido à queda de
vendas pelas reações adversas acometidas ou pela substituição do anti-hipertensivo por outro
da mesma classe. Os gráfico a seguir indica os Anti-inflamatórios com maior prescrição
durante um período de 6 meses e suas respectivas porcentagens.
Gráfico 3- 2 Classes de Anti-inflamatórios mais utilizados pela população.
Fonte: Próprio autor.
O nimesulida é um fármaco bem mais preferível a o Diclofenaco K pela população,
P á g i n a | 258
como podemos observar nos gráficos, nos meses de fevereiro e abril, a queda foi em torno de
P á g i n a | 259
10% em relação aos outros meses, devido de o nimesulida ser o dobro do preço do
diclofenaco K, que é distribuído gratuitamente, ou seja, entre preferir e não ter gasto, o cliente
não pensa na melhor indicação e sim na melhor opção (valor).Observa-se abaixo a quantidade
mensal dos medicamentos mais utilizados para dor.
Gráfico 4 - Os analgésicos de maior preferência estão o Anador e Dorflex
Fonte: Próprio autor.
O fácil acesso e a isenção da prescrição destes medicamentos contribuem ao consumo
excessivo, o orflex aderido pela população por além de ação analgésica, também age como
relaxante muscular. Os gráficos demonstram que seu uso esta estável, apesar de não
ultrapassar a marca do anador é um dos medicamentos mais utilizados para cefaleia, queixa
extremamente comum da população.
A seguir segue gráfico do consumo dos medicamentos mais utilizados por pessoas
portadoras da diabetes , tipo 1 e 2.
Gráfico 5 - Glifage Xr e Insulina ,hipoglicemiantes mais amplamente utilizados durante os meses em estudo.
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Fonte: Próprio autor.
Gráfico 6 - Notam-se os gráficos a seguir: a porcentagem dos Hipoglicemiantes mais consumidos por pessoas
diabéticas.
Fonte: Próprio autor.
O exagero na alimentação tem um preço. A diabetes tornou-se uma epidemia.
Conforme os dados nos gráficos os hipoglicemiantes mais consumidos pela população estão o
Glifage XR, que desencadeou um alto valor de vendas durante os meses, de pesquisa, porém
em janeiro e fevereiro seu uso teve uma queda brusca, fato de os médicos aderirem às outras
classes farmacológicas para o tratamento dos tipos de diabetes. A insulina NPH, por ser tratar
de um medicamento de uso contínuo, mantem seu consumo bem instável. Isso prova que a
população cada vez mais sofre com doenças crônicas.
Após as pesquisas, os medicamentos mais consumidos pela população são destinados
a doenças crônicas e doenças mais comumente da população, de uso continuo ou de procura
instantânea, que atualmente lidera o varejo, tanto por alguns citados fazerem parte do
Programa FP, distribuídos gratuitamente e os outros por não terem restrições de venda. Sendo
assim pode-se confirmar a demanda medicamentosa da drogaria do município de
Taquaritinga, com as respectivas classes farmacológicas:
Anti-hipertensivos: Atenolol e Losartana Potássica.
Analgésicos e Antitérmicos: Anador e Dorflex
Anti-inflamatórios: Diclofenaco Potássico e Nimesulida
Hipoglicemiantes: Glifage xr e Insulina NPH.
Conclusão
Ao final do trabalho, com base nos objetivos traçados para o mesmo e no
desenvolvimento do estudo de caso, os resultados demonstram que é de suma importância o
controle dos estoques, pois é através deste controle que a empresa cria estratégias, torna-se
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competitiva reduzindo custo e atendendo da melhor forma o cliente, chegando aos resultados
que foram planejados.
Partindo desse pressuposto, e após o diagnóstico elaborado neste estudo, identificou-se
que a drogaria procura atender os clientes com eficiência e o mais rápido possível, atualmente
para não perder o cliente quando não se tem a medicação de imediato é solicitada para o dia
seguinte, caso o cliente deseje imediatamente, os responsáveis, tentam o meio de troca ou
empréstimo entre drogarias e farmácias, para que não ocorra a perca do maior ativo financeiro
da drogaria “o cliente”.
Com base nisso o estoque da drogaria é controlado adequadamente, com o software
SOS – SOFT para que não ocorra perca (vencimento) e nem o acúmulo de medicamentos
(perda de lucros) e espaço físico.
No caso de sazonalidade o medicamento é reposto conforme as saídas, já em relação à
classe terapêutica de medicamentos prescrita com maior frequência durante a pesquisa estão
os Anti-hipertensivos: Atenolol e Losartana Potássica, os Analgésicos e Antitérmicos: Anador
e Dorflex, Anti-inflamatórios: Diclofenaco de potássico e Nimesulida, e Hipoglicemiantes
orais: Glifage xr e Insulina NPH.
Deve-se ao fato de constarem na lista dos remédios mais vendidos no Brasil em 2015 e
por a drogaria possuir o programa “Aqui tem Farmácia Popular” que além dos medicamentos
gratuitos para hipertensão, diabetes e asma, o programa oferece mais 11 itens, com preços até
90% mais baratos, visando o acesso aos medicamentos para as doenças mais comuns entre os
cidadãos (SAÚDE, 2015).
Sendo assim é mantido um estoque relevante, pois as doenças crônicas não
transmissíveis são responsáveis por uma incidência alta das causas de mortes no Brasil. Além
de um estoque com um gerenciamento planejado, otimizado e bem executado, atualmente o
atendimento também é a alma do negocio, a relação humana é entender e satisfazer as
necessidades e expectativas do cliente, “solucionar o problema”, com lucratividade.
Um atendimento eficiente e personalizado é um dos principais fatores que o cliente
leva em consideração ao iniciar um processo de fidelização junto à empresa.
Então, são vários fatores que interagem na tão cobiçada conquista mercadológica, a
drogaria do município de Taquaritinga, segue o ditado:
“Assim como o mar toca o céu no horizonte, mão-de-obra e capital podem se
encontrar em algum lugar na linha do horizonte patrimonial da empresa” (BRAGA, 1989).
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