1º Encontro - salesianos

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COLEÇÃO PROTAGONISTA
Coordenação
P. Antonio Ramos do Prado
Equipe de elaboração
S. Anderson Bizarria da Costa
P. Edmilson Rodrigues de Moraes
S. Glauco Félix Teixeira Landim
P. Luís Fabiano dos Santos Barbosa
P. Paulo Manoel Profilo
S. Sílvio Roberto da Silva
S. William de Lima
Circulação interna
Produzido em 2011 por
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Inspetoria Salesiana de São Paulo
Largo Coração de Jesus, 140
01215-020 São Paulo SP
Fone: (11) 3225-5800
[email protected]
www.salesianos.org.br
Sumário
Apresentação............................................................................................ 5
Teologia da Cruz........................................................................................ 7
Lectio Divina............................................................................................. 13
Anunciação........................................................................................ 1º Encontro: A presença de Deus em nós e conosco.................................... 2º Encontro: Uma vida cheia de “graça”..................................................... 3º Encontro: Jesus, nosso salvador!............................................................. 4º Encontro: Nosso Deus é espírito que santifica......................................... 5º Encontro: A força de Deus em nós......................................................... 15
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Nascimento........................................................................................ 1º Encontro: Deus se faz pobre para nos enriquecer.................................... 2º Encontro: A alegria que vem de Deus..................................................... 3º Encontro: Deus por nós faz maravilhas................................................... 4º Encontro: Queremos ver Jesus................................................................ 5º Encontro: O perdão que vem de Deus.................................................... 26
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Paixão............................................................................................... 1º Encontro: Permanecer fiel a Cristo.......................................................... 2º Encontro: A verdade de Deus no mundo................................................ 3º Encontro: O compromisso com a cruz de Cristo...................................... 4º Encontro: Jesus não nos deixa desamparados......................................... 5º Encontro: Jesus nos perdoa na cruz........................................................ 37
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Ressurreição....................................................................................... 1º Encontro: Testemunhas da ressurreição................................................... 2º Encontro: A incredulidade dos discípulos............................................... 3º Encontro: O ressuscitado caminha conosco............................................. 4º Encontro: A alegria da ressurreição........................................................ 5º Encontro: Anunciadores da ressurreição................................................. 48
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Emaús................................................................................................ 1º Encontro: Caminhando com Jesus.......................................................... 2º Encontro: Jesus, esperança dos discípulos............................................... 3º Encontro: Discípulos de Cristo................................................................ 4º Encontro: Cristo, pão da vida . .............................................................. 5º Encontro: Missionários autênticos.......................................................... 60
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Cantos............................................................................................... 71
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Nascimento
(Lc 2,1-7)
Paixão
(Jo 19,28-42)
Anunciação
(Lc 1,26-38)
Emaús
(Lc 24,13-52)
Ressurreição
(Lc 24,1-12)
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Apresentação
No Sínodo dos Bispos sobre “A Palavra de Deus na vida e na missão
da Igreja”, realizado em Roma em outubro de 2008, o papa Bento
XVI convidou toda a Igreja a se voltar para uma leitura orante da
Palavra de Deus.
A Cruz da Espiritualidade Juvenil Salesiana (EJS) é uma expressão
artística das principais passagens bíblicas a respeito da vida de Jesus, vistas a partir do prisma do chamado feito a todo cristão para
ser discípulo e missionário e do carisma salesiano, dado à Igreja
pelo Espírito Santo.
A proposta de um roteiro de leitura orante da Palavra de Deus a
partir da Cruz da EJS procura ser um caminho catequético para que
se perceba essa relação entre o Evangelho, a salesianidade e a vida.
A leitura orante a partir dos símbolos da cruz é um convite para se
viver o Evangelho.
Hoje vivemos uma cultura da imagem. Por isso, convidamos a todos os jovens, em especial os dos Grupos de Animação Missionária
(GAM), a percorrer esse roteiro de símbolos, palavras, preces e ação
como caminho para a vivência dos compromissos da fé.
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Teologia da Cruz
(adaptação de estudo produzido pelo P. Luiz Alves de Lima, sdb, e publicado em
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Cruz peregrina: rumo ao Rio-2013.
Encontros celebrativos. Brasília: Edições CNBB, 2011, pp. 7-32)
Símbolo de tortura e morte
Antes de Jesus Cristo, a cruz era instrumento e símbolo de tortura e morte. Originária do Oriente, na Antiguidade, era para os persas uma forma de castigo e
pena capital; depois, eles a trouxeram para o Ocidente. Por isso, a cruz significava
torpeza, degradação, ignomínia. Pouco utilizada pelos gregos, mas muito usada
por cartaginenses e romanos, era uma punição cruel e temida, que só podia ser
aplicada a escravos e pessoas da pior qualidade, como assassinos, ladrões, conspiradores, revoltosos e perturbadores da ordem pública. Um cidadão romano,
por causa de sua dignidade, não podia ser suspenso numa cruz: substituíam a
pena pela decapitação, como foi o caso de São Paulo (cf At 22,25-29;23,27).
Havia várias formas de cruz. As mais usadas era a cruz commissa em forma de T,
sem a parte de cima da trave horizontal, e a cruz immissa ou capitata, com essa
parte superior. Como na cruz de Jesus havia, acima da cabeça, um letreiro com o
motivo de sua condenação (Mt 27,37), certamente ela era essa segunda forma.
Os romanos, que dominavam a Palestina no tempo de Jesus, tinham técnicas
refinadas para executarem os condenados através da cruz. Eles passavam por
humilhações de todo o tipo e eram obrigados a carregar um grande madeiro
nos ombros até chegar ao lugar da execução. Essa peça horizontal era pregada
ou amarrada a uma outra haste vertical. O condenado ficava nela pregado com
cravos até a morte por fome, sede e, principalmente, por asfixia. O corpo ficava
exposto na cruz à vista de todos, até mesmo apodrecer. Além dos cravos, que
não podiam sustentar o peso do corpo, os romanos usavam também cordas que
amarravam o corpo à cruz; havia casos em que o condenado se apoiava numa
espécie de assento e num apoio para os pés. Eram crucificados inteiramente nus.
Se fosse necessário, a morte era apressada, quebrando-se as pernas da vítima:
sem nenhum apoio, o crucificado morria imediatamente por não poder respirar.
Sinal de salvação
Se no Antigo Testamento não há nenhuma referência à cruz ou crucifixão, no
Novo ela é abundantemente citada, pois foi na cruz e através da cruz que Jesus,
num gesto supremo de humilhação e rebaixamento, realizou a nossa salvação.
De fato, a Epístola aos Filipenses diz que Jesus “humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,8).
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Conforme os evangelhos sinóticos, durante sua vida, ministério e pregação, Jesus
predisse por três vezes a sua morte na cruz e sua ressurreição. Referiu-se também
à sua morte na cruz quando afirmou: “como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele
que nele crê tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna” (Jo 4,14-17). Esse “levantamento” significa, em primeiro
lugar, o “levantamento” na cruz quando, tendo dado sua vida pela salvação do
mundo (cf Jo 6,51), Jesus ficou à vista de todos. Mas significa, também, a exaltação de Jesus, seu “levantamento” do sepulcro, ou seja, sua ressurreição.
Ainda conforme o evangelho de João, o momento da morte de Jesus na cruz seria
a sua “hora”, a hora em que iria realizar plenamente a entrega de sua vida pela
salvação do mundo e, por isso mesmo, iria ser glorificado pelo Pai.
Portanto, a cruz de Jesus foi o momento culminante de sua vida, expressão máxima de seu amor: “sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste
mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os
até o fim” (Jo 13,1). Esse “amar até o fim” significa o seu sacrifício cruento, ou
seja, o derramamento de todo seu sangue na cruz, mas também o “sacrifício incruento” (sem derramamento de sangue) que ele nos deixou na Eucaristia, como
memória de sua Páscoa.
A mais antiga pregação apostólica, logo após o Pentecostes e nos anos seguintes,
concentrou-se naquilo que era o essencial: “Jesus foi entregue por nossos pecados e ressuscitou pela nossa justificação” (cf Rm 4,25). Era o querigma, o que
há de mais central na mensagem evangélica, do qual a cruz de Jesus sempre foi
parte essencial.
Por isso, os primeiros textos dos evangelhos a serem escritos foram as narrativas
da paixão e morte de Jesus. Os quatro evangelhos descrevem com detalhes: a
conspiração contra Jesus, a unção em Betânia, a traição de Judas; a última ceia
de Jesus com seus discípulos e a instituição da Eucaristia; sua agonia no horto das
oliveiras, a prisão, o julgamento diante do sinédrio e a negação de Pedro; a entrega a Pilatos e seu julgamento; a morte de Judas, a sentença de morte e a libertação de Barrabás; a zombaria dos soldados, o caminho do calvário, a crucifixão;
as últimas palavras de Jesus na cruz, sua morte, sepultura e sua ressurreição.
Por que Jesus foi crucificado?
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Infelizmente, o sentido da cruz de Jesus nem sempre foi bem entendido. Suas
palavras sobre a necessidade de seus discípulos “tomarem sua cruz de cada dia
e segui-lo” causam perplexidade, além de serem muito desafiadoras especialmente se somos conscientes, de um lado, da desproporção que há entre nossa
fraqueza e o desejo de vida e, de outro lado, o aparente absurdo de abraçar o
sofrimento e a morte.
Na história da espiritualidade cristã houve correntes que desviaram o sentido
profundo das palavras de Jesus, deturpando o caminho de seu seguimento. Essa
falsa compreensão baseava a vida cristã mais sobre o esforço pessoal do indivíduo e sobre os méritos que ele deveria ganhar com seu comportamento moral do
que sobre a imitação da vida de Jesus e sobre o esforço de segui-lo no caminho
da vida. Essa interpretação levou a uma concepção moralista da vida cristã e uma
visão negativa da cruz.
A cruz foi consequência das opções de Jesus em ser fiel e coerente até o fim com
a missão que ele recebeu do Pai.
No julgamento de Jesus, conforme Lucas, apareceram acusações de tipo político
feitas pelos judeus, como rebelião e traição, que conforme a lei romana eram
crimes que levavam à condenação na cruz.
Porém, a motivação mais profunda da condenação de Jesus à morte foi ele dizer
estar profundamente unido com Deus, e tudo o que ele realizava eram “obras de
Deus”; e, ainda, que ele estava no Pai e o Pai estava nele. “Se faço essas obras,
muito embora não acrediteis em mim, crede nas obras, para que entendais e
saibais que o Pai está em mim e eu no Pai” (Jo 10,38).
Quais eram essas “obras” pelas quais Jesus foi condenado? Em primeiro lugar,
seus gestos e atitudes em favor dos sofredores, dos pobres, dos marginalizados:
era a eles que Jesus, em primeiro lugar, anunciava o reinado de Deus e a felicidade completa. Conforme o Evangelho de Mateus, quando Jesus, como novo
Moisés, quis proclamar a nova lei do Reino de Pai, nomeou os pobres em primeiro lugar, chamando-os de “felizes”, “bem aventurados”. Nesse novo código de
conduta, Jesus também proclamou bem aventurados os mansos, os que choram,
os misericordiosos, os puros de coração, os construtores da paz e, sobretudo, “os
que tem fome e sede de justiça, os que são perseguidos por causa da justiça”.
Deles é que é o Reino dos Céus.
Assim Jesus se coloca na mesma linha dos profetas que sempre tiveram a coragem
de se levantar contra os pecados e a dominação dos poderosos contra os pequenos. Com arrojo e bravura, denuncia os desmandos daqueles que, dominados
pelo egoísmo, fecham seu coração e sua vida aos irmãos sofredores, lançando
também as maldições, em clamoroso contraste com as bem aventuranças (cf. Lc
6,24-36). E afirma, em contraste com o senso comum: “Amai os vossos inimigos,
fazei bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem, e orai pelos que
vos caluniam; ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra...” (cf. Lc
6,27-29). Como norma suprema de vida, ensina: “Sede misericordiosos, como
também vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36).
A verdadeira causa da morte violenta de Jesus na cruz está aqui: sua luta e pregação em favor dos menos favorecidos e mais abandonados. A cruz não é o
resultado de uma fatalidade, de um destino, má sorte ou desgraça, mas fruto da
coerência de vida de Jesus, de sua fidelidade à vontade do Pai.
Pesou muito na condenação de Jesus motivos, digamos, religiosos: Jesus não
tinha dúvida em romper com normas e tradições ritualísticas para fazer o bem,
estender a mão para quem precisava, salvar o que esta perdido. Para o judaísmo,
do qual Jesus era um membro fiel, a observância do sábado era algo sacratíssimo, mas Jesus não teve dúvida em realizar muitas curas e gestos de misericódia
no dia de sábado (cf. Mt 12,2-12; Mc 2,23-28; Lc 6,2-9; 14,13-16; 24,3-5).
Assim, Jesus “caminhou resolutamente” (Lc 9,30.51) em direção à Jerusalém,
onde sabia que o esperavam a prisão e a morte. Não fugiu, não chamou uma le-
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gião de anjos em sua defesa na hora de sua prisão (cf. Mt 25,53), mas enfrentou
a situação para ser fiel à sua missão: assumir plenamente sua condição humana,
viver entre nós como enviado do Pai anunciando seu reinado, embora isso lhe
custasse a vida.
A interpretação da morte de Jesus na cruz
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Portanto, o significado da cruz de Jesus não é a morte, mas a vida e a vida em
plenitude que ele veio nos anunciar (Jo 10,10). Abraçar a cruz junto com Jesus
significa, para o discípulo, estar totalmente voltado para o Pai e totalmente voltado para os irmãos, à semelhança de Jesus. A experiência do reinado de Deus é
a transformação dos corações pelo perdão e pela graça divina; é uma maneira de
viver e até de organizar de um modo diferente a sociedade, em harmonia com o
projeto de Deus. De fato, a vontade do Pai é que todo ser humano tenha vida, e
vida plena, em Cristo.
As primeiras pregações apostólicas, pelas quais os discípulos de Jesus proclamavam a mensagem de salvação no nome de Jesus e anunciavam a Boa Nova do
Evangelho, se baseavam nas profecias antigas para mostrar que, em Jesus, todas
elas se cumpriram. Usaram sobretudo o livro dos Salmos para interpretar a morte
de Jesus na Cruz.
Iluminados pelo Espírito Santo, à luz das Escrituras, os cristãos da primeira geração interpretaram o assassinato cruel de Jesus na cruz como o sacrifício aceito
por Deus pelos pecados da humanidade e sua exaltação na glória da ressurreição.
Jesus é a realização perfeita do Cordeiro Pascal sacrificado nos ritos antigos para
lembrar das grandes maravilhas realizadas por Deus na História da Salvação.
Conforme a cronologia do Evangelho de João, Jesus morre na cruz bem no momento em que o cordeiro pascal era sacrificado no templo ou nas casas e preparado pelos judeus para celebrar a páscoa judaica. Ou seja, Jesus é o verdadeiro
cordeiro pascal que realiza agora a nova maravilha de Deus em favor da humanidade: seu sangue cancela nossos pecados.
O profeta Isaías, em quatro grandes cânticos (Is 42,1-9; 49,1-7; 50,4-9; 52,1353,12), celebra e descreve a missão e o sofrimento que o Servo do Senhor teve
de suportar para trazer a salvação ao povo de Deus. De modo especial, o último
“cântico” é uma verdadeira descrição profética daquilo que Jesus sofreria em sua
paixão e cruz.
No Novo Testamento, o texto que mais interpreta a morte de Jesus na cruz, como
sacrifício supremo de salvação, é a epístola aos Hebreus, um dos mais escritos
neotestamentários. O texto revela um profundo conhecimento do Antigo Testamento e descreve a extrema solidariedade que une Jesus a “seus irmãos”. Ele é
considerado primeiramente como o sacerdote da Nova Aliança que faz a ponte
(pontífice) entre Deus e os homens, acreditado junto a Deus e solidário com a humanidade. O autor mostra a qualidade do novo sacerdócio: seu sacrifício pessoal
difere dos ritos antigos e abre o acesso ao novo santuário; estimula a resposta de
nossa fé, à semelhança da fé dos antepassados e exorta à perserverança.
Ao contrário da “teologia da glória” de São João, que apresenta a cruz como a
grande “hora” de Jesus e o seu lugar de “exaltação”, em que todos os que olha-
rem para ele serão salvos, a teologia do apóstolo Paulo se concentra mais no sofrimento e sacrifício de Jesus através de sua cruz. De fato, Paulo diz que “pregava
Cristo e Cristo crucificado, embora isso fosse escândalo para os judeus e loucura
para os pagãos” (cf. 1Cor 1,23) e, ainda: “Nada me propus saber entre vós, a não
ser Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado” (1Cor 2,2). Mas é necessário afirmar
também que Paulo valorizava igualmente a ressurreição, como João, a paixão e
cruz. Trata-se apenas de acentuações próprias.
Toda reflexão e ensinamento de São Paulo nascem de sua intensa experiência de
vida: como perseguidor ele recorreu à violência contra os cristãos; mas, a partir
de sua conversão, assimilou profundamente a mística de Cristo crucificado, fazendo dele sua razão de vida e o motivo de sua pregação. Ele dedicou sua vida
inteiramente ao apostolado (cf. 2Cor 12,15), cheio de percalços e dificuldades,
mas encontrou na cruz de Jesus Cristo a força para superar todas as perseguições,
até o martírio.
Diz o papa Bento XVI sobre a teologia paulina: “No encontro com Jesus, tornouse claro para Paulo o significado central da cruz: compreendera que Jesus tinha
morrido e ressuscitado por todos e por ele mesmo. Ambas as realidades eram
importantes: a universalidade – Jesus morreu por todos – e a subjetividade – ele
morreu também por mim. Portanto, na cruz manifestou-se o amor gratuito e misericordioso de Deus. Paulo experimentou este amor em si mesmo (cf. Gl 2,20)
e, de pecador, tornou-se crente; de perseguidor, apóstolo. Dia após dia, na sua
nova vida, experimentava que a salvação era graça, que tudo derivava da morte
de Cristo e não dos seus próprios méritos, que de resto não existiam. Assim, o
Evangelho da graça tornou-se para ele o único modo de compreender a cruz, o
critério não somente da sua nova existência, mas também a resposta aos seus
interlocutores”.
O sinal da cruz
Constantino Magno (274-337), imperador romano do Oriente e do Ocidente,
concedeu no ano 313 liberdade de culto aos cristãos. Conforme o mais antigo
historiador do cristianismo, Santo Eusébio de Cesareia, esse imperador teria se
aproximado muito da fé cristã por intermédio de sua mãe, Santa Helena; inclusive, teria tido uma visão em que contemplou no céu uma grande cruz com a
frase “nesse sinal vencerás” (in hoc signum vinces). A partir daí, mandou colocar
o símbolo da cruz nas armas de seus soldados e, o mais importante, proibiu a
crucifixão e qualquer uso da cruz como pena judicial, como instrumento de morte. Posteriormente, em 380, o imperador Teodósio declarou o cristianismo como
religião oficial do Império Romano.
Antes de Jesus Cristo, a simbologia da cruz, no seu sentido mais amplo, é antiquíssima: é encontrada entre o povo Egeu (séc. XII aC), entre os baixo-relevos
assírios, em túmulos da cidade de Cartago pré-cristã e em outros povos. A cruz
gamada, de origem hindu, é uma das mais encontradas na Antiguidade. Não se
pode, porém, afirmar que todas essas cruzes tivessem sentido religioso: eram simples ornamentos geométricos, dada a facilidade de fabricá-las, com duas linhas
cruzadas. A cruz suástica e a de alça ou dobra, dos egípcios, parecem ter origem
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astronômica ou astrológica; esta última poderia ser um símbolo da vida. Com a
difusão do cristianismo, difundiu-se também a cruz como símbolo cristão.
Inicialmente não se divulgava tanto o objeto cruz, que tanto usamos hoje, mas
o gesto, que consiste em traçar (com o dedo, com a mão, com o sopro) os dois
riscos que formam uma cruz, em alguma parte do próprio corpo ou do corpo de
alguém, também sobre o coração. Tanto o objeto quanto o gesto passam a significar a salvação que Jesus nos alcançou com sua morte e ressurreição.
O sinal da cruz foi adquirindo sempre mais, entre os cristãos, um sentido espiritual, teologal: a maldição e a loucura da cruz (sentido original) transformam-se em
glória e salvação, em poder de Deus (1Cor 1,18; Gl 3,1). É importante notar que
se consolidou o costume entre o povo cristão, e que foi absorvido pela liturgia,
de iniciar e concluir as grandes celebrações, orações ou mesmo atividades corriqueiras professando a fé trinitária e invocando as três pessoas divinas, ao mesmo
tempo em que se traça o sinal da cruz.
A lembrança da cruz está presente não só na Eucaristia – lembrança do mistério
pascal de Jesus, sua morte na cruz e ressurreição – mas em todos os sacramentos.
E não se trata de uma simples lembrança: a Igreja Católica professa que em cada
sacramento, ao evocar o acontecimento central de nossa fé – a morte e ressurreição do Senhor – tal fato torna-se presente hoje, aqui e agora, para a assembleia
que o celebra, para toda a Igreja (vivos e falecidos). É esse o significado profundo
da expressão “memorial da Páscoa”.
Além da liturgia, oração oficial e autorizada da Igreja, também o povo cristão,
em transbordantes manifestações de fé, criou uma série de expressões celebrativas e devocionais ao redor da cruz de Jesus.
Talvez o maior símbolo popular cristão católico seja o crucifixo, cujo uso remonta
aos inícios da Igreja, e que foi chamado de “catecismo dos iletrados”, pois apenas a contemplação do Senhor morto na cruz já desperta a fé e a piedade.
Em nível popular podemos também recordar o difundidíssimo culto à Paixão do
Senhor entre o povo cristão: as encenações da Paixão durante a Semana Santa; a
devoção ao Senhor dos Passos, Senhor Bom Jesus, Senhor dos Milagres (na América espanhola), todos títulos ligados à tradição da cruz; os cruzeiros grandes e
pequenos que se multiplicam por toda parte, como o imponente Cristo Redentor
no Rio de Janeiro; a prática de origem medieval da Via Sacra (Via Crucis); além
do vasto cancioneiro religioso, em que aparecem expressões piedosas e cheias de
fé, de compunção e contrição, quando não de exaltação da Santa Cruz.
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Lectio Divina
1ª etapa: leitura do texto bíblico
•
•
•
•
Para a Lectio Divina, escolha apenas um dos textos indicados pelo
encontro e, se for oportuno, compare esse texto com outros.
É muito importante saber ler um texto bíblico. É preciso estar atento ao que está escrito nas linhas e nas entrelinhas. Às vezes,
o que não está dito é mais importante do que o que
está dito. Neste primeiro momento, vamos fazer uma
leitura pausada do texto bíblico e de seus paralelos,
se for o caso. Após as leituras, vamos levantar os seguintes
questionamentos:
O que este texto está narrando?
Em que lugar o fato narrado acontece? Quem são os personagens envolvidos?
Qual a participação de cada um deles no fato narrado?
Quais são os principais verbos do texto?
Quais são os principais adjetivos?
2ª etapa: meditação
“A leitura sem meditação é árida, e a meditação sem leitura é errônea”. Medita-se atualizando o que se leu, buscando o sentido para
a vida pessoal e comunitária. Vamos abrir a mente e o coração para
descobrirmos o que Deus quer nos dizer no segredo da nossa cons­
ciência. Vamos refletir com os jovens e adolescentes:
• O que este texto bíblico sugere a cada um?
• Como cada um pode, com esses pensamentos, iluminar a própria vida?
• Como cada um se sente em relação às próprias atitudes cotidianas ao ler esse
texto?
• Por fim, cada um deve escolhe frases-chave do texto para serem mastigadas e
repetidas e assim tornarem-se alimento, vida e força para a caminhada.
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3ª etapa: oração
“A meditação sem oração é infrutífera”. A oração,
nesse caso, é entrar em sintonia e diálogo com
Deus dando uma resposta à Palavra de Deus.
É algo que brota de dentro de cada um pelos
sentimentos que surgiram durante a leitura e a
meditação. Não devemos nos preocupar em preparar palavras bonitas ou fórmulas prontas. Usamos palavras do próprio texto com muita espontaneidade,
simplicidade e naturalidade, contando a Deus tudo o que nosso coração sentiu e
experimentou com as descobertas feitas. Cada um pode partilhar no grupo:
• O que quero dizer ao Senhor depois deste confronto com a sua Palavra?
4ª etapa: partilha
Após ler, meditar e rezar sobre o texto bíblico, cada
um deve fazer um esforço de tomar algum propósito
para viver a mensagem que ficou desse exercício de
leitura orante da Palavra de Deus.
O compromisso de viver e praticar a Palavra deve nos
acompanhar durante todo o dia. Num momento oportuno,
cada um é convidado a partilhar com seus irmãos de comunidade os
frutos da Palavra de Deus nesse dia. A partilha pode ser feita à noite, se o
grupo achar interessante. A partilha pode partir das seguintes questões:
• O que mais me chamou atenção no texto bíblico?
• Consegui vivenciar o propósito para esse dia? Por quê? Ou Como?
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Anunciação
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1º Encontro:
A presença de Deus
em nós e conosco
Textos de apoio: Lc 1,28; Lc 24,15; Mt 1,23-24; Ex 3,5-6; Rm 6,5
Inspiração: Alegra-te,cheia de graça: o Senhor está contigo (Lc 1,28)
Virtude: Otimismo
Símbolo: Vela acesa
Ambientação: Colocar a vela acesa no centro e ao redor dela uma Bíblia, uma imagem de
Nossa Senhora e um pão. Próximo a essa simbologia, espalhar imagens (jornais/revistas/fotos)
que retratem momentos felizes e tristes do cotidiano das pessoas.
Mantra
Jesus está aqui. Ele está aqui:
tão certo como o ar que eu respiro,
tão certo como a manhã que se levanta,
tão certo como eu te falo e podes me ouvir. (2x)
Canto inicial
Sugestão: Obrigado, Senhor (canto n. 1)
Contextualização
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A vida nos apresenta inúmeras alegrias, mas também muitas tristezas. Por mais
que planejemos os nossos caminhos, sempre acontecem imprevistos. Contudo,
nós, cristãos, carregamos a certeza de que nada é por acaso. Deus é quem permite a realização dos fatos. Isso porque Ele sempre está em nós e conosco. A certeza
da presença de Deus deve acompanhar a vida do cristão em todos os momentos
e não só em tempos de prosperidade.
No relato bíblico da Anunciação, o anjo do Senhor se dirige à jovem Maria nestes
termos: “O Senhor está contigo!” (Lc 1,28). Eis a certeza que o anjo quis anunciar
à Maria antes de apresentar o grande plano que Deus realizaria nela. Para a realização plena da vontade de Deus precisamos – assim como Maria – acreditar na
presença de Deus em nós e conosco. E essa presença é permanente. A história da
salvação afirmou essa certeza, desde a manifestação a Moisés na sarça ardente
(cf. Ex 3,5-6) até após a ressurreição de Jesus Cristo (cf. Lc 24,15) quando Deus –
pelo ressuscitado – ficou para sempre conosco: “Eis que eu estarei convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20).
Segundo o ensinamento da Igreja, muitas são as formas de percebermos
a presença de Deus em nós e conosco. A oração é uma dessas formas.
O coração confiante louva e clama a Deus, porque acredita que Ele está
próximo. Dessa certeza, brota em nós um grande otimismo em relação
à vida. Por mais que tenhamos dificuldades, não desanimamos porque
não estamos sozinhos: o Senhor está conosco! Maria nos deu o exemplo
para que creiamos que não caminhamos sozinhos nas estradas dessa vida.
Lectio Divina (Lc 1,26-38)
(roteiro à página 13)
Quando Isabel estava no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma
cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem prometida em casamento a
um homem de nome José, da casa de Davi. A virgem se chamava Maria. O anjo
entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo”.
Ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado
da saudação. O anjo, então, disse: “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça
junto a Deus. Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele
será grande; será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono
de Davi, seu pai. Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu
reino não terá fim”. Maria, então, perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se
eu não conheço homem?” O anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti,
e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu
um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril,
pois para Deus nada é impossível”. Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor!
Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo retirou-se de junto dela.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Que durante todo este dia possamos nos empenhar nas atividades e relacionamentos, tentando encontrar a presença de Deus em tudo e em todos. Por isso,
pratiquemos a virtude do otimismo.
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2º Encontro:
Uma vida cheia de “graça”
Textos de apoio: Lc 1,30; Lc 2,40; Mt 10,8; At 20,24; 1Cor 16,23; Ef 3,7
Inspiração: Encontraste graça junto a Deus (Lc 1,30)
Virtude: Gratidão
Símbolo: Pedir no dia anterior que cada missionário leve para a mística de hoje um símbolo
daquilo que ele considera ser o maior presente de Deus em sua vida.
Ambientação: Dispor no centro do ambiente uma imagem de Nossa Senhora, uma vela acesa
uma bíblia aberta e os símbolos trazidos pelos missionários.
Mantra
Indo e vindo,trevas e luz.
Tudo é graça: Deus nos conduz
Canto inicial
Sugestão: Escolhida (canto n. 2)
Contextualização
18
Pessoas que fizeram uma profunda experiência de Deus costumam dizer que
tudo na vida é graça de Deus. Tudo o que somos, o que temos e o que fazemos é
por dom da bondade de Deus. O próprio Dom Bosco disse certa vez que “a nossa
vida é um presente de Deus para nós”.
A anunciação do nascimento de Jesus a Maria é narrada de forma muito parecida com outras cenas bíblicas de anúncio de nascimento, como a de Isaac (cf. Gn
17,19-21) ou de João Batista (cf. Lc 1,5-20). O que há em comum em todas estas
anunciações? A iniciativa de Deus! É ele quem sempre toma a iniciativa de vir ao
encontro da humanidade para dar uma notícia de esperança e de salvação. E não
só isso. Na Bíblia, sempre que Deus confia a alguém uma missão importante e
difícil, Ele promete que nunca o deixará sozinho, que estará sempre ao seu lado,
dando-lhe a força necessária para cumprir a missão.
A graça que recebemos permite que todos nós participemos da intimidade da
vida do próprio Deus. O mais bonito é saber que Ele nos dá toda esta força de
maneira livre, unicamente por amor a nós e respeitando a nossa liberdade. “A
livre iniciativa de Deus pede a livre resposta do homem”, diz o Catecismo
de Igreja Católica. Nós só entramos em comunhão de amor com Deus
se sinceramente desejamos este encontro e se abrimos nosso coração à
sua graça. Que a nossa mística de hoje nos ajude a sermos cada vez mais
agradecidos a Deus pela graça que Ele nos dá e sempre mais abertos à
sua ação amorosa e transformadora em nossa vida.
Lectio Divina (Rm 8,14-17)
(roteiro à página 13)
Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
De fato, vós não recebestes espírito de escravos, para recairdes no medo, mas
recebestes o Espírito que, por adoção, vos torna filhos, e no qual clamamos:
“Abbá, Pai!” O próprio Espírito se une ao nosso espírito, atestando que somos
filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus
e co-herdeiros de Cristo, se, de fato, sofremos com ele, para sermos também
glorificados com ele.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Disse Jesus: “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8). Vamos partilhar hoje
com os nossos irmãos e irmãs as belezas que recebemos de Deus por meio da
sua graça. Sejamos hoje um presente de Deus para a vida das pessoas que se
encontrarem conosco.
19
3º Encontro:
Jesus, nosso salvador!
Textos de apoio: Lc 1,31; Mt 1,21; Lc 9,49; Mc 9,38-40; At 2,38. 3,16; 2Cor 5,20
Inspiração: E o chamarás com nome de Jesus (Lc 1,31)
Virtude: Confiança
Símbolo: Cruz
Ambientação: Organizar o grupo em círculo e no meio desse círculo colocar uma cruz, uma
Bíblia e tiras de cartolina com algumas palavras (casamento, Maria, José, Espírito Santo, família, Anjo do Senhor, Pecados, Emanuel, Deus conosco, obediência).
Mantra
Ó, luz do Senhor, que vem sobre a terra,
inunda meu ser, permanece em nós.
Canto inicial
Sugestão: Como o sol nasce da aurora (canto n. 3)
Contextualização
20
No cotidiano da vida encontramos o trabalho humano, que procede imediatamente das pessoas criadas à imagem de Deus e chamadas a prolongar a obra da
criação dominando a terra. Mostra-se ser discípulo de Cristo carregando a cruz,
a cada dia, na atividade que se é chamado a realizar, pois o trabalho pode ser
um meio de santificação e uma animação das realidades terrestres no Espírito
de Cristo. O valor primordial do trabalho está ligado ao próprio homem, que é
seu autor e destinatário. O trabalho é para o homem, e não o homem para o
trabalho.
Ao dar nomes aos filhos, os pais daquele tempo procuravam, com isso, caracterizar a missão que a criança iria desempenhar na sociedade. No relato bíblico
percebemos que o nome que Jesus recebe não foi escolhido por José e Maria, e
sim por Deus, o Pai de Jesus Cristo. Jesus é a síntese do programa de Deus para
levar a história à sua plenitude. Seu nome significa: “Deus salva”. Emanuel não é
propriamente o nome de Jesus, e sim o significado de sua presença no meio das
pessoas: doravante Deus caminha com seu povo na pessoa de Jesus.
O ensinamento da Igreja nos garante que o Verbo se fez carne para salvarnos, reconciliando-nos com Deus: “Foi Ele que nos amou e enviou-nos
seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados” (1Jo 4,10). “O
Verbo se fez carne para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus; para
ser nosso modelo de santidade; para tornar-nos participantes da natureza divina e para nos fazer Deus” (Santo Atanásio).
Lectio Divina (Mt 1,18-25)
(roteiro à página 13)
Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em
casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela
ação do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciála publicamente, pensou em despedi-la secretamente. Mas, no que lhe veio esse
pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José,
Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi
gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome
de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Tudo isso aconteceu
para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Eis que a virgem ficará
grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que
significa: Deus conosco”. Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor
tinha mandado e acolheu sua esposa. E não teve relações com ela até o dia em
que deu à luz o filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
No decorrer deste dia vou ensinar a todas as pessoas que puder a realizar de maneira correta o sinal da cruz (na testa, na altura do umbigo, no ombro esquerdo
e no ombro direito). Com esse sinal, somos convidados a exercitar a virtude da
confiança.
21
4º Encontro:
Nosso Deus é espírito
que santifica
Textos de apoio: Ex 31,13; Lv 19,2; Lv 22,32; Jo 20,22; Rm 5,5; 2Ts 2,13; 1Pd 1,2
Inspiração: Que o Deus da paz vos conceda a santidade perfeita (1Ts 5,23)
Virtude: Compromisso
Símbolo: Coração
Ambientação: Colocar ao centro da sala uma toalha branca e sobre ela o coração (símbolo);
ao lado, pode-se colocar uma vela acesa. Ao redor dessa ornamentação central, podem-se
colocar imagens (fotos, figuras, cartazes etc.) que revelem o amor entre os seres humanos.
Mantra
Santo, santo, santo sois, ó Senhor! (3x)
Canto inicial
Sugestão: Sede santos (canto n. 4)
Contextualização
22
Quantas vezes nós já ouvimos a seguinte afirmação: “Sou católico, mas não praticante”? Hoje, se torna mais frequente as pessoas viverem a sua fé somente como
“slogan” ou como uma simples e vazia “intitulação”. Podemos até afirmar que
muitos são cristãos só de nome, mas não de fato. Isso significa dizer que essas
pessoas ainda não fizeram uma real experiência de Deus. Não se abriram à ação
santificadora do Espírito. A Igreja de Deus, nesse contexto, pela força do Espírito
Santo é chamada a santificar o mundo na verdade.
No trecho do evangelho de João que ouviremos, Jesus roga ao Pai dizendo: “Pai,
santifica-os na verdade!”. Orando, Jesus pede ao Pai o dom da santificação aos
seus seguidores. Cristo reconhece que a santidade é necessária a todos aqueles
que se propõem segui-lo. E a santidade é dom de Deus. Só Deus santifica. Por
isso, homem santo é aquele que se deixa guiar pelo Espírito de Deus para conformar-se a Cristo, homem perfeito. O Catecismo da Igreja Católica nos diz que a
Palavra se fez carne (cf. Jo 1,14) para ser nosso modelo de santidade, pois Jesus,
a Palavra de Deus, é o caminho, a verdade e a vida (cf. Jo 14,6).
A santidade vem de Deus. Mas um grande pensador da Igreja, Tomás de Aquino,
nos lembra que a graça de Deus – também a santidade – pressupõe a disposição da nossa natureza, ou seja, o dom do Espírito recebido no Batismo
e na Crisma devem ser vividos e assumidos como um compromisso pessoal de viver o amor a Deus. E quem vive no amor, vive a santidade na
verdade. Só assim seremos cristãos de fato, e não só de nome.
Lectio Divina (Jo 17,13-19)
(roteiro à página 13)
Agora, porém, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas estando ainda
no mundo, para que tenham em si a minha alegria em plenitude. Eu lhes dei a
tua palavra, mas o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como eu
não sou do mundo. Eu não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do
maligno. Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. Consagra-os pela
verdade: a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, eu
também os enviei ao mundo. Eu me consagro por eles, a fim de que também eles
sejam consagrados na verdade.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Neste dia, somos convidados a assumir pessoalmente algum compromisso na
missão que até agora ainda não tivemos coragem de assumir.
23
5º Encontro:
A força de Deus em nós
Textos de apoio: Lc 1,35; Lc 4,16-19; Mt 3,16; Jo 15,26; At 1,8; At 2,1-13.17-21
Inspiração: O Espírito Santo virá sobre ti (Lc 1,35)
Virtude: Doação
Símbolo: Sementes (Você já viu uma semente nascer? Certamente não; porém, com o passar
dos dias ou dos tempos, poderemos descansar em sua sombra frondosa e até mesmo saborear
os seus frutos)
Ambientação: Dispor os assentos em círculo, tendo no centro várias sementes espalhadas.
Mantra
Senhor, nós te esperamos.
Senhor, não tardes mais!
Senhor, nós te esperamos.
Vem logo, vem nos salvar.
Canto inicial
Sugestão: Conheço um coração (canto n. 5)
Contextualização
24
A ação do Espírito Santo causa uma nova ação na vida da comunidade cristã.
Provoca também no seio da Igreja uma transformação, uma purificação na vida
de todos os crentes. A força deste Espírito dependerá da disponibilidade de cada
um de nós a esta ação, pois somos livres, temos meios suficientes para distinguir
o que queremos e ainda devemos levar em consideração que o Espírito age sem
percebermos, aonde quer, como quer e do jeito que quer.
O Catecismo da Igreja Católica mostra claramente que o fruto do Espírito na vida
e na ação da sua Igreja é “colocar-se em comunhão com Cristo para formar seu
corpo. O Espírito Santo é como que a seiva da videira do Pai que produz seus
frutos nos ramos”.
Paulo, o apóstolo das gentes, em Gl 5,16-24, propõe uma vida devota a partir do
Espírito. Chega a dizer que o ser humano virtuoso opta por viver segundo o Espírito. Pois, os frutos deste Espírito constituem-se no amor, na alegria, na paz...
Em outra passagem (1Cor 6,19), Paulo nos chama a atenção para a importância de conservarmos este nosso corpo, chamando-o de templo
vivo do Espírito Santo. Ora, se somos templos vivos do Espírito Santo,
por que não aceitamos o nosso corpo como um monumento vivo de
Deus? Ou, o que é pior, por que denegrimos a imagem do nosso irmão?
Como entender este dizer do apóstolo Paulo: “E vós não sabeis que sois
templos vivos do Espírito Santo?”? Cada um ainda poderia se perguntar:
qual a intimidade que tenho em relação ao Espírito Santo? Sou capaz de
perceber em mim a ação do Espírito Santo e respeitar o outro como templo
vivo do Espírito Santo?
Lectio Divina (Lc 4,16-19)
(roteiro à página 13)
[Jesus] foi então a Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, no dia
de sábado, foi à sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do
profeta Isaías. Abrindo o livro, encontrou o lugar onde está escrito: “O Espírito do
Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu, para anunciar a Boa-Nova aos pobres:
enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação
da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano aceito da parte
do Senhor”.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Que neste dia possamos viver segundo o Espírito Santo, entendendo que as pessoas que convivem conosco devem saber e reconhecer que somos motivados por
valores do alto. O cuidado de cada um consigo mesmo e sobretudo com o próximo revela que ele se percebe templo do Espírito de Deus e, por isso, se ofereço
em doação às pessoas.
25
Nascimento
26
1º Encontro:
Deus se faz pobre
para nos enriquecer
Textos de apoio: 2Cor 8,9; Lc 6,20-23; Mt 5,1-12; Fl 2,5-11
Inspiração: Porque não havia um lugar para eles (Lc 2,7)
Virtude: Desapego
Símbolo: Sandália
Ambientação: Espalhar pelo centro da sala várias imagens de jornais e/ou revistas que retratem o paradoxo riqueza/pobreza. No meio de todas as imagens, colocar a Bíblia e um par de
sandálias.
Mantra
Nada me perturbe, nada me amedronte.
Tudo passa, a paciência tudo alcança. (2x)
A quem tem Deus, nada falta; só Deus basta. (2x)
Canto inicial
Sugestão: Eu vim para que todos tenham vida (canto n. 6)
Contextualização
Não é novidade dizer que hoje vivemos num mundo totalmente materialista,
com uma mentalidade arraigadamente consumista. A supervalorização das coisas
materiais e o desejo incontrolado de tudo possuir obscurecem a imagem divina
e transcendente que cada ser humano traz consigo. Na maioria das vezes, a pessoa humana é tida como uma coisa a ser utilizada para o alcance das satisfações
das necessidades impostas pela mentalidade consumista. Nessa lógica, a pessoa
é rica de bens materiais, mas não necessariamente rica em valores humanos e
divinos.
A Sagrada Escritura nos revela que o projeto de Deus propõe uma lógica de vida
bem diferente desta que acima constatamos.
“Com efeito, conheceis a generosidade de nosso Senhor Jesus Cristo, que por
causa de vós se fez pobre, embora fosse rico, para vos enriquecer com a sua
pobreza” (2Cor 8,9). O apóstolo Paulo, ao escrever à comunidade de Corinto,
lembra àqueles cristãos – e também a nós hoje – que o projeto de Deus para o ser
27
humano não é a pobreza e a miséria, como também não é a riqueza defendida
pelo consumismo. Em Jesus compreendemos que a generosidade da doação é o
passo primeiro para tornarmo-nos “pobres” para o mundo e ricos para Deus.
O que precisamos fazer para sermos mais desapegados das coisas materiais?
A Tradição da Igreja nos ensina que, pela prática da temperança, conseguiremos
moderar o apego aos bens deste mundo. Tudo nos é permitido, mas nem tudo
nos convém. Pois como disse Santo Agostinho: Possuir o supérfluo é reter o bem
do próximo.
Lectio Divina (Lc 2,1-7)
(roteiro à página 13)
Naqueles dias, saiu um decreto do imperador Augusto mandando fazer o recenseamento de toda a terra– o primeiro recenseamento, feito quando Quirino
era governador da Síria. Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade. Também
José, que era da família e da descendência de Davi, subiu da cidade de Nazaré,
na Galileia, à cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, para registrar-se com
Maria, sua esposa, que estava grávida. Quando estavam ali, chegou o tempo do
parto. Ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o
numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Que neste dia possamos ter a coragem de nos desapegar de algo que parece ser
muito importante para nós mas que, se pesarmos seriamente, veremos que não
nos fará falta. Certamente existe alguém que está precisando desse algo mais do
que nós.
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2º Encontro:
A alegria que
vem de Deus
Textos de apoio: Fl 4,4; Gl 5,22-23; Jo 20,20; At 13,52
Inspiração: Vos anuncio uma grande alegria (Lc 2,10)
Virtude: Alegria
Símbolo: Uma imagem de Jesus na manjedoura, simbolizando o seu nascimento, o grande
motivo da alegria dos homens.
Ambientação: Dispor no ambiente, recortes de fotos de pessoas que testemunharam, com a
própria vida, a alegria de servir ao próximo: Dom Bosco, Madre Mazzarello, Madre Teresa, por
exemplo. Podem ser pessoas famosas ou não, desde que sejam conhecidas pelos missionários.
Mantra
Onde reina o amor, fraterno amor,
onde reina o amor, Deus aí está
Canto inicial
Sugestão: A alegria está no coração (canto n. 7)
Contextualização
O nascimento de Jesus é motivo de grande alegria para toda a humanidade.
Assim anunciaram os anjos aos pastores de Belém e assim nós continuamos acreditando ainda hoje. Deus se fez um de nós, assumindo a nossa condição humana
por amor, para nos trazer a felicidade completa.
A alegria é um dos frutos do Espírito Santo (cf. Gl 5,22-23). Quer dizer, é um sinal
característico das pessoas que seguem a Jesus, ouvem a sua Palavra e obedecem
aos seus ensinamentos. Não é possível imaginar um cristão que seja triste. A
nossa alegria deve ser a mesma dos pastores ao verem o Messias nascido numa
simples manjedoura (cf. Lc 2,8-20). Ou a mesma alegria sentida pelos discípulos
ao terem a certeza de que Jesus não estava morto, mas havia ressuscitado (cf. Jo
20,20).
Entretanto, podemos nos perguntar: será que ainda hoje podemos viver esta alegria, diante de todos os problemas que enfrentamos em nosso mundo? O papa
Bento XVI nos diz que sim e apresenta o exemplo de tantas pessoas, das mais
29
diferentes idades e condições sociais, que expressam a sua alegria em oferecer a
própria vida pelo bem de outras pessoas. A alegria do cristão está justamente em
doar a sua vida pelo seu próximo. “A alegria entra no coração de quem se coloca
a serviço dos pequenos e dos pobres”, diz o papa.
A ação missionária é uma oportunidade para que possamos colocar em prática,
de forma muito concreta, o serviço ao próximo e assim experimentarmos esta
doce alegria que vem de Deus.
Lectio Divina (Lc 2,8-14)
(roteiro à página 13)
Havia naquela região pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta
do rebanho. Um anjo do Senhor lhes apareceu, e a glória do Senhor os envolveu
de luz. Os pastores ficaram com muito medo. O anjo então lhes disse: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o
povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!
E isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e
deitado numa manjedoura”. De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do
exército celeste cantando a Deus: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra,
paz aos que são do seu agrado!”.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Nas várias atividades do dia, buscar colocar-se a serviço das outras pessoas, especialmente daquelas que você julgar serem mais necessitadas.
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3º Encontro:
Deus por nós
faz maravilhas
Textos de apoio: Lc 1,49; Sl 9,2; Sl 77,15; Is 25,1
Inspiração: E todos ficavam maravilhados (Lc 2,18)
Virtude: Gratidão
Símbolo: Mundo (globo terrestre ou uma foto do mapa mundi)
Ambientação: No lugar em que estão reunidos, de um lado do altar, providenciar imagens de
sites católicos, celular, telefone, orkut, jornais impressos, livros, pois são meios de comunicar
as maravilhas que Deus fez por nós. E de outro lado do altar, providenciar imagens de seres
humanos, florestas, mundo, animais, plantações, enfim, as maravilhas que Deus fez para seu
povo.
Mantra
Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da Terra. (bis)
Canto inicial
Sugestão: Louvado seja (canto n. 8)
Contextualização
Podemos exprimir, através de dois termos, as riquezas do nome divino: amor e
verdade. Foi Ele mesmo que se revelou através desses termos a Israel. Em todas
as suas obras, Deus mostra sua benevolência, bondade, graça e amor, mas também demonstra sua confiabilidade, constância, fidelidade e verdade. Em 1Jo 1,5
encontramos a afirmação que diz: “Deus é Luz, nele não há trevas”.
O ser humano mostra-se em seu agir e, quanto melhor conhecermos uma pessoa,
tanto melhor compreenderemos seu agir. Acontece o mesmo com Deus. As suas
obras revelam quem Ele é em si mesmo, e através delas Deus pode santificar
o ser humano. Sem contar que de tais obras o ser humano pode se servir para
prestar seu culto a Deus, demonstrando sua gratidão ao Criador.
Ao prestar a Deus sua adoração, o fazemos para reconhecer que nada podemos
distantes Dele. Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat, louvá-lo, exaltá-lo e
humilhar-se a si mesmo, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas e
que seu nome é santo (Lc 1,46-49).
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Não podemos deixar de ter uma gratidão especial por aqueles de quem recebemos o dom da fé, a graça do Batismo e a vida na Igreja. Podem ser os pais ou
então outros membros da família, os avós, os catequistas, o padre, professores
ou ainda outros amigos. Na Bíblia encontramos tal realidade numa das cartas
escritas pelo apóstolo Paulo: “Evoco a lembrança da fé sem hipocrisia que há em
ti, a mesma que habitou primeiramente em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice
e que, estou convencido, reside também em ti” (1Tm 1,5).
Lectio Divina (Lc 2,15-20)
(roteiro à página 13)
Quando os anjos se afastaram deles, para o céu, os pastores disseram uns aos
outros: “Vamos a Belém, para ver o que aconteceu, segundo o Senhor nos comunicou”. Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. Quando o viram, contaram as palavras que
lhes tinham sido ditas a respeito do menino. Todos os que ouviram os pastores
ficavam admirados com aquilo que contavam. 19 Maria, porém, guardava todas
estas coisas, meditando-as no seu coração. Os pastores retiraram-se, louvando e
glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, de acordo com o que
lhes tinha sido dito.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Durante o decorrer das atividades do dia, ficar atento com as várias manifestações de Deus em sua vida. E em cada uma delas rezar o refrão “Obrigado, Senhor,
por mais esta maravilha!” e anotá-la para ao final do dia partilhar com o grupo.
32
4º Encontro:
Queremos ver Jesus
Textos de apoio: Mt 5,8; Sl 143,7; Ex 33,11; 2Cor 4,6
Inspiração: Não veria a morte antes de ver o Cristo do Senhor (Lc 2,26)
Virtude: Pureza
Símbolo: Água
Ambientação: Colocar no centro da sala a Bíblia, uma imagem do menino Jesus e um recipiente, de preferência transparente, com água.
Mantra
E Tu, que és o amor,
escuta cada prece de dor, de amor.
E Tu, que és a paz,
dá-nos a esperança em cada momento, Senhor...
E abre o paraíso a nós!
Canto inicial
Sugestão: A ti, meu Deus (canto n. 9)
Contextualização
“Queremos ver Jesus!”. Essa é a vontade daqueles que, de uma forma ou outra,
fazem parte do grupo dos que já escutaram falar de Jesus, dos seus ensinamentos, dos seus milagres, da sua proposta de vida. Falar, rezar, gritar essa frase hoje é
exprimir o desejo de poder acolher Jesus Cristo ainda no presente da nossa história. Ver Jesus de Nazaré, o ser humano histórico que esteve nesta terra, como ele
viveu, escutar suas palavras, é hoje impossível. No entanto, é possível vê-lo nas
pessoas que continuam a sua missão, que vivem na sua Palavra, que imitam os
seus gestos e que atualizam, pela força do Espírito, a sua presença no mundo.
Nós somos discípulos de Jesus, somos o Evangelho vivo. Temos a missão de ser
instrumentos pelos quais as pessoas podem contemplar Jesus Cristo. Para isso,
uma virtude essencial em nós é a da pureza, que é uma “capacidade”, ou seja,
um comportamento. E neste sentido, é virtude. Trata-se de uma capacidade prática, que torna a pessoa apta a agir de determinada maneira e ao mesmo tempo
33
a não agir de modo contrário. A pureza deve obviamente estar radicada na vontade, no fundamento mesmo do querer e do agir consciente da pessoa. A virtude
da pureza é o respeito, que nasce na pessoa para com tudo aquilo que é corpóreo
e sexual, em si mesmo e na outra pessoa.
Olhando para o evangelho proclamado, podemos nos perguntar: Como esta
“apresentação” de Jesus ressoa em nossos corações? Jesus é, de fato, a luz que
ilumina as nossas vidas e que nos conduz pelos caminhos do mundo? Ele é o
caminho certo e inquestionável para a salvação, para a vida verdadeira e plena?
Este Jesus aqui apresentado tem real impacto na nossa vida, nas nossas opções,
nos passos que damos, ou é apenas uma figura decorativa de certo cristianismo
de fachada?
A vida cristã é chamada a ser imagem de Cristo. É preciso que sejamos luz e conforto para cada pessoa, velas acesas que ardem com o próprio amor de Cristo,
luz que ilumina as sombras do mundo, água que purifica e que profeticamente
anuncia a aurora de uma nova realidade.
Lectio Divina (Lc 2,22-32)
(roteiro à página 13)
E quando se completaram os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, levaram o menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito
na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao
Senhor”. Para tanto, deviam oferecer em sacrifício um par de rolas ou dois pombinhos, como está escrito na Lei do Senhor. Ora, em Jerusalém vivia um homem
piedoso e justo, chamado Simeão, que esperava a consolação de Israel. O Espírito do Senhor estava com ele. Pelo próprio Espírito Santo, ele teve uma revelação
divina de que não morreria sem ver o Ungido do Senhor. Movido pelo Espírito,
foi ao templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao templo para cumprirem as disposições da Lei, Simeão tomou-o nos braços e louvou a Deus, dizendo:
“Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque
meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz
para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo”.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Que neste dia possamos viver a certeza de que Jesus é a luz que verdadeiramente
ilumina. Por isso, nos propomos a enxergar com os olhos de Deus, procurando
descobrir pelo olhar puro o bem que cada pessoa traz consigo, para além das
aparências.
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5º Encontro:
O perdão que
vem de Deus
Textos de apoio: Hb 10,8; Mt 26,28; Mc 2,10; Lc 7,36-50; Lc 11,4
Inspiração: Pois ele salvará o seu povo de seus pecados (Mt 1,21)
Virtude: Reconciliação
Símbolo: Crucifixo
Ambientação: É importante que se espalhem pela sala vários recortes de jornais e revistas que
revelem a cultura de morte. No centro da sala, podem se colocar a Bíblia e o crucifixo.
Mantra
Misericordioso é Deus!
Sempre, sempre eu cantarei (2x)
Canto inicial
Sugestão: Senhor, vem salvar teu povo (canto n. 10)
Contextualização
Hoje, nos confrontamos com a cultura de morte. Parece que o homem contemporâneo não está convencido de que a vida traz em si um valor inviolável. A cultura de morte não é exclusividade do nosso tempo; já no século XVII, o filósofo
inglês Thomas Hobbes escrevia que “o homem é o lobo do homem”, expressão
que significa que o ser humano não mais respeita a sacralidade da vida humana,
por isso a devora.
“Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Jesus Cristo, o Filho
muito amado do Pai (cf. Mt 3,17), encarnando-se como homem, veio revelar à
humanidade toda que Deus é misericórdia. O Catecismo da Igreja Católica ainda
nos ensina que “Deus é todo-poderoso sobretudo porque é capaz de perdoar
tudo e todos”. De fato, Jesus não veio para condenar ou julgar o mundo, mas
para que o mundo seja salvo (cf. Jo 3,17).
Por isso, quando o evangelista Mateus escreve que o nome do Filho de Deus é
Jesus, pois ele salvará o seu povo de seus pecados (cf. Mt 1,21), isso significa
35
que Jesus, o Emanuel – portanto, o Deus-conosco –, nos oferece a esperança da
salvação pelo perdão dos nossos pecados, pois Ele veio de Deus.
A cultura de morte, construída e mantida pelo ser humano, não deve obscurecer
a luz da esperança da salvação. O cristão acredita e vive que em Jesus Cristo,
Deus manifestou plenamente que nos ama, a ponto de perdoar todos os nossos
pecados. É pela remissão dos pecados que obteremos a vida plena e assim passaremos da cultura de morte à cultura da vida, pois Jesus veio para que todos
tenham vida e vida em plenitude (cf. Jo 10,10).
Lectio Divina (Mt 1,18-25)
(roteiro à página 13)
Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em
casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela
ação do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciála publicamente, pensou em despedi-la secretamente. Mas, no que lhe veio esse
pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José,
Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi
gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome
de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Tudo isso aconteceu
para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Eis que a virgem ficará
grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que
significa: Deus conosco”. Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor
tinha mandado e acolheu sua esposa. E não teve relações com ela até o dia em
que deu à luz o filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Que possamos viver o que rezamos na oração do Pai nosso: “Perdoai os nossos
pecados, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Por isso, neste
dia, que cada um de nós procure perdoar alguém para que, dessa forma, façamos a experiência do perdão de Deus pela reconciliação.
36
Paixão
37
1º Encontro:
Permanecer fiel a Cristo
Textos de apoio: Lc 22,28-34; Mt 26,30-35; Mc 14,26-31; Jo 13,36-38; Jo 15,1-17
Inspiração: Pedro seguia de longe (Lc 22,54)
Virtude: Fidelidade
Símbolo: A Bíblia e a aliança
Ambientação: Colocar no centro da sala, sobre um pano vermelho, a Bíblia e a Aliança e
também um crucifixo. Podem-se também espalhar, ao redor da simbologia principal, fotos,
imagens, figuras que retratam os vários sinais de fidelidade existentes no mundo (ex: amizade,
namoro, casamento, religiosos, missionários etc).
Mantra
Eu confio em nosso Senhor,
com fé, esperança e amor (2x)
Canto inicial
Sugestão: Te amarei, Senhor (canto n. 11)
Contextualização
38
A “pós-modernidade” pode ser caracterizada de diversas formas, tais como:
centralidade das emoções, busca de satisfação imediata, surgimento de novas
espiritualidades e seitas, fuga de compromissos definitivos etc. Esta última característica é que nos interessa agora ressaltar. Hoje, muitas são as pessoas que não
conseguem mais assumir compromissos duradouros (amizades, namorados, casais, religiosos, profissionais). Parece que há um descrédito, como também uma
desconfiança em relação ao futuro. Por isso, precisamos estar atentos, pois essa
tendência pode nos tornar pessoas infiéis e desprovidas de confiança.
O trecho do evangelho de Lucas que meditaremos nos revela a infidelidade do
apóstolo Pedro. Ele, que era o líder entre os doze, diante das tribulações fraqueja. Pedro se compromete com Jesus sob condições... até que não venha a
perseguição. De fato, a infidelidade é algo próprio da natureza humana. Porém,
o Catecismo da Igreja Católica nos lembra que “a fidelidade dos batizados é condição primordial para o anúncio do Evangelho e para missão no mundo”.
Nesse sentido, cada cristão deve procurar superar as tendências negativas da natureza humana, como também não se enganar com as mentalidades e/ou ideologias do tempo presente, pois só assim será fiel a Cristo
até o fim.
A nossa fidelidade é nada mais nada menos que nossa resposta de amor
a Cristo; Ele, que nos amou até o fim (Jo 13,1), nos convida a permanecermos no seu amor para darmos frutos (Jo 15,9) na Igreja e no
mundo.
Lectio Divina (Lc 22,54-62)
(roteiro à página 13)
Eles prenderam Jesus e o levaram, conduzindo-o à residência do sumo sacerdote.
Pedro acompanhava de longe. Eles acenderam uma fogueira no meio do pátio e
sentaram-se ao redor. Pedro sentou-se no meio deles. Ora, uma criada viu Pedro
sentado perto do fogo; encarou-o bem e disse: “Este aqui também estava com
ele!” Mas ele negou: “Mulher, eu nem o conheço!” Pouco depois, um outro viu
Pedro e disse: “Tu também és um deles.” Mas Pedro respondeu: “Não, homem,
eu não”. Passou mais ou menos uma hora, e um outro insistia: “Certamente, este
aqui também estava com ele, pois é galileu!” Mas Pedro respondeu: “Homem,
não sei de que estás falando!” E, enquanto ainda falava, o galo cantou. Então o
Senhor se voltou e olhou para Pedro. E Pedro lembrou-se da palavra que o Senhor lhe tinha dito: “Hoje, antes que o galo cante, três vezes me negarás”. Então
Pedro saiu do pátio e pôs-se a chorar amargamente.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Que neste dia possamos ter coragem para enfrentar alguma dificuldade que trazemos – seja no que se refere à vida comunitária, seja no trabalho missionário
– como sinal de nossa fidelidade a Jesus e ao seu projeto, para além das dificuldades que sofremos.
39
2º Encontro:
A verdade de Deus
no mundo
Textos de apoio: Jo 14,1-9, Jo 1,14.16-18, Jo 8,31-32, Jo 16,13
Inspiração: O que é a verdade? (Jo 18,38)
Virtude: Sinceridade
Símbolo: Palavra de Deus, a verdade revelada aos homens, representada pela Bíblia
Ambientação: Bíblia em lugar de destaque; vela acesa e crucifixo.
Mantra
Deus vos salve, Deus (2x)
Deus salve o universo,
onde mora Deus!
Vos salve Deus.
Canto inicial
Sugestão: Eis-me aqui, Senhor (canto n. 12)
Contextualização
40
O texto bíblico que meditaremos hoje está no contexto do interrogatório que Pilatos faz a Jesus, pouco antes de sua condenação à morte. Nele, o Senhor diz qual
é o objetivo da sua missão entre nós: dar testemunho da verdade (cf. Jo 18,37).
Jesus se apresentou como caminho, verdade e vida para todos sabermos que
ninguém pode chegar ao conhecimento do Pai senão por Ele (cf. Jo 14,6). Não
fosse apenas isso, ainda nos garantiu que o Espírito da verdade iria sempre nos
guiar (cf. Jo 16,13). Para isso, precisaríamos permanecer unidos a Ele, seguindo
sua Palavra e seus mandamentos.
A carta aos Hebreus define a fé como sendo “uma posse antecipada do que se
espera, um meio de demonstrar as realidades que não se vêem” (Hb 11,1). Por
isso, ao crer em Jesus e ouvir a sua Palavra, sabemos que já experimentamos a
verdade e que esta verdade irá nos libertar (cf. Jo 8,32).
A virtude da verdade deve ser praticada também em nosso agir e no nosso falar,
ou seja, devemos “rejeitar toda maldade, toda mentira, todas as formas de hipo-
crisia, de inveja e maledicência” (1 Pd 2,1). Não significa simplesmente
dizer tudo o que se pensa em qualquer ocasião, o que nem sempre é
conveniente. Deve haver um equilíbrio entre aquilo que deve ser expresso e o segredo que deve ser guardado (cf. CaIC, 2469). Quer dizer sim,
que devemos buscar sempre a honestidade e autenticidade em todas as
nossas ações cotidianas.
“Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Com esta certeza, continuemos hoje os
nossos trabalhos missionários, esforçando-nos para ser, com as nossas atitudes
e com a nossa coerência de vida, um reflexo cada vez mais claro desta Verdade
que nos salva.
Lectio Divina (Jo 18,33-38)
(roteiro à página 13)
Pilatos entrou, de volta, no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: “Tu és o Rei
dos Judeus?” Jesus respondeu: “Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te
disseram isso de mim?” Pilatos respondeu: “Acaso sou eu judeu? Teu povo e os
sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?” Jesus respondeu: “O meu
reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas
lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, o meu reino não é
daqui”. Pilatos disse: “Então, tu és rei?” Jesus respondeu: “Tu dizes que eu sou
rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo
aquele que é da verdade escuta a minha voz”. Pilatos lhe disse: “Que é a verdade?” Dito isso, saiu ao encontro dos judeus e declarou: “Eu não encontro nele
nenhum motivo de condenação”.
• “Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”, disse Jesus ao Pilatos.
Como tem sido à nossa escuta à voz de Deus?
• Temos dado espaço para que a verdade de Deus penetre em nosso coração e
transforme a nossa vida e a nossa maneira de ver o mundo e as pessoas?
• Qual é a intensidade do meu compromisso pessoal com a verdade? Busco
vivê-la por meio de atitudes honestas e sinceras ou deixo às vezes me levar pela
tentação da desonestidade, mesmo que seja nos pequenos gestos?
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Colocar em prática a virtude da sinceridade, buscando ser o mais possível autêntico e honesto com as pessoas. Uma sugestão: quem sabe você não tenha algo
a dizer para alguém do grupo missionário, com a devida caridade, que poderá
ajudá-lo a crescer mais como pessoa e/ou como cristão?
41
3º Encontro:
O compromisso
com a cruz de Cristo
Textos de apoio: Mt 16,24-28; Mc 8,34-38; 1Cor 1,17-18; Gl 6,14; Hb 12,1-4
Inspiração: Tome sua cruz cada dia e siga-me (Lc 9,23)
Virtude: Fortaleza
Símbolo: Cruz e amor
Ambientação: Arrumar o local de oração fazendo com que a as pessoas sentem-se em círculo
e cada uma com sua cruz missionária em mãos. Colocar ao centro uma cruz, a Bíblia e imagens
do cotidiano das pessoas que vivem no local de missão: imagens que se identificam com a
Cruz de Cristo (salvação) e imagens que se identificam com a Cruz do Mundo (opressão).
Mantra
Estou pensando em Deus,
estou pensando no amor (2x)
Canto inicial
Sugestão: Nova geração (canto n. 13)
Contextualização
42
A cruz nos lembra a condição de escravo, é sinal de uma morte humilhante:
morrer na cruz é sinal de desprezo. É com essa simbologia da cruz que o apóstolo
Paulo irá se identificar, esse é o ponto de distinção: anunciar o evangelho como
apóstolo da cruz de Cristo ou como inimigo da cruz de Cristo (1Cor 3,18)?
Ser inimigo da cruz de Cristo é anunciar o evangelho de uma maneira que o
proteja da prisão e da humilhação. Ou seja, um comportamento que não o leva
a participar da cruz de Cristo; fala, mas não pratica. Tais apóstolos estariam envolvidos por uma camada protetora que os impermeabilizaria do anúncio que
fazem; falam, mas eles próprios não escutam sua voz.
Para Paulo, o apóstolo que não é perseguido anuncia um evangelho falso. São
bem tratados, bem acolhidos e assim não passam pela experiência da fraqueza,
do abandono e da perseguição.
Nesta relação com a cruz de Cristo podemos encontrar uma oposição entre sabedoria versus cruz ou ainda sabedoria do mundo (poder opressor) versus poder
salvífico de Deus. Muitas vezes percebemos que a cruz de Cristo não é
questionada teoricamente, pois a acolhemos e nos identificamos com a
mensagem da cruz. O problema é que colocamos de lado essa realidade
e não vivemos no dia-a-dia as implicações decorrentes dessa aceitação da
cruz de Cristo.
Pode-se encontrar no centro dessa relação dúbia um certo relativismo;
e, analisando seus sintomas, descobre-se que um deles são as divisões.
Para enfrentar tal situação devemos mostrar o caráter absurdo que é
uma comunidade cristã dividida. Numa tentativa de solução para essa realidade,
apresentamos à Igreja o Cristo crucificado “por vós e para vós” (1Cor 1,13). É
pela cruz e na cruz que culmina o agir de Deus na história.
Lectio Divina (Lc 9,23-26)
(roteiro à página 13)
Depois, Jesus começou a dizer a todos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie
a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida
a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará. Com efeito, de
que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a
si mesmo? Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, o Filho do
Homem também se envergonhará dele quando vier na sua glória, na glória do
Pai e dos santos anjos”.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Durante as atividades desse dia, cada um busque identificar situações que se
assemelham com a Cruz de Cristo (salvação) e situações de identificação com a
cruz do mundo (opressão).
43
4º Encontro:
Jesus não nos deixa
desamparados
Texto de apoio: At 1,12-14
Inspiração: Eis tua mãe (Jo 19,27)
Virtude: Acolhida
Símbolo: Imagem de Nossa Senhora
Ambientação: Importante é enfeitar o centro da sala destacando a cor azul. Sobre o azul
colocar a imagem de Nossa Senhora ao lado de um crucifixo. Podem-se espalhar ao redor dos
símbolos imagens e figuras que retratem o significado e a beleza da maternidade.
Mantra
Oh, mamãe!
Abraça eu, mamãe!
Embala eu, mamãe!
Cuida de mim! (3x)
Canto inicial
Sugestão: Escolhida (canto n. 2)
Contextualização
44
Nos mais diversos meios de comunicação não é difícil encontrar algum noticiário
sobre mães que abandonam filhos e filhos que abandonam a casa dos pais. O
abandono, em suas variadas expressões, é hoje uma ferida no coração de muitas
pessoas. Abandonar alguém é sinal de descuido, de não-acolhida. Sentir-se abandonado é perder o sentido da vida.
No evangelho que ouviremos, Jesus no alto da cruz manifesta o maior testemunho de amor: morrendo, sem culpa nenhuma, perdoa as nossas culpas e nos
oferece a sua mãe para ser também a “nossa mãe”. O amor verdadeiro é entrega
total. No gesto de Jesus na cruz nós entendemos duas grandes entregas: a entrega
D’ele mesmo e a entrega da sua mãe. Maria participa do projeto de amor do Pai
no Filho. Ela, que ungida pelo Espírito Santo deu a luz ao Senhor e Redentor de
todo gênero humano, agora é acolhida por nós como mãe: “mãe de Deus e mãe
da Igreja”.
O Catecismo da Igreja nos ensina que “a Virgem Maria é reconhecida
e honrada como a verdadeira mãe de Deus e do Redentor. Ela é verdadeiramente ‘mãe dos membros de Cristo’ – a Igreja, porque cooperou
pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que formam o grande
Corpo, cuja Cabeça é Jesus Cristo”.
Tudo isso pra dizer que Jesus, mesmo na cruz, não nos abandonou. Ele
nos amou até o fim e, como se não bastasse, nos ofereceu a sua Mãe,
para que também nós pudéssemos sentir a sua materna proteção. Como
filhos de Deus, devemos nos sentir acolhidos nos braços da Mãe. Ela é linda, ela
nos ama muito.
Lectio Divina (Jo 19,25-27)
(roteiro à página 13)
Junto à cruz de Jesus, estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de
Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que
ele amava, disse à mãe: “Mulher, eis o teu filho!” Depois disse ao discípulo: “Eis a
tua mãe!” A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Em Maria, Deus nos acolheu maternalmente. Que neste dia possamos ser sinais
de amor materno para todas as pessoas que se aproximarem de nós.
45
5º Encontro:
Jesus nos perdoa na cruz
Textos de apoio: Mt 27,39-44; Mc 15,29-32; Sl 78,38; Jr 33,8; Mt 6,12.14; Lc 6,36-38
Inspiração: Hoje estarás comigo no paraíso (Lc 23,39-43)
Virtude: Misericórdia
Símbolo: Cruz cristológica
Ambientação: Três cruzes ficarão ao centro da meia lua e em paralelo (se possível colocar a
do meio em destaque). Fazer as palavras compaixão, compreensão, piedade, amor, perdão,
salvação, bondade, etc. e colocá-las ao pé da cruz em destaque. Elas representarão atitudes
de Jesus que devemos imitar.
Mantra
Onde reina o amor, fraterno amor,
onde reina o amor, Deus aí está. (2x)
Canto inicial
Sugestão: Um certo galileu (canto n. 14)
Contextualização
46
Observando o contexto do evangelho proposto, verificamos duas reações por
parte dos crucificados com Jesus. A primeira é marcada por zombaria e não por
um pedido sério de milagre. Na segunda, a misericórdia de Deus se revela. É uma
revelação misteriosa e, ao mesmo tempo, acolhedora, pois carrega em si a fé no
pedido de perdão do suplicante.
Mas podemos nos perguntar: o que levou um dos homens a zombar e o outro a
suplicar o perdão de Deus?
Ambos não se mostram profundos conhecedores de Jesus. Mas, certamente, o
segundo deu atenção ao acontecimento que se apresentava naquele instante.
Deixou de lado a superficialidade de uma vida vivida distante de Deus e buscou
interpretar com maior atenção o sinal de amor que se lhe apresentava.
Hoje, grande parte da nossa sociedade perdeu a capacidade de observar os sinais
de Deus na vida, e um agravante para a manutenção deste estado é a superficialidade na relação com Deus e na relação com os outros.
Nosso contexto social, em grande parte, é fortemente marcado pela ausência de reflexão; temos dificuldade de contemplar, vivemos correndo,
buscando a nossa “salvação”, mas numa perspectiva do presente, do agora, sem sabor de eternidade.
Se formos sufocados por tal realidade, encontraremos dificuldades para
reconhecer o Deus de ternura e compaixão (cf. Ex 34,6), a salvação que
nos vem de Jesus (1Ts 4,17), a alegria nos céus por um pecador arrependido (cf. Lc 15,7) e, por fim, teremos dificuldade em acolher a bondade
e o amor de Deus em nossa vida.
Lectio Divina (Lc 23,39-43)
(roteiro à página 13)
Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Tu não és o Cristo? Salvate a ti mesmo e a nós!” Mas o outro o repreendeu: “Nem sequer temes a Deus, tu
que sofres a mesma pena? Para nós, é justo sofrermos, pois estamos recebendo o
que merecemos; mas ele não fez nada de mal”. E acrescentou: “Jesus, lembra-te
de mim, quando começares a reinar”. Ele lhe respondeu: “Em verdade te digo:
hoje estarás comigo no Paraíso”.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Jesus soube amar profundamente os irmãos e, assim, revelou a misericórdia de
Deus de muitas formas. Uma atitude que caracterizou Jesus foi a compreensão
daqueles que recorriam à sua ajuda.
A partir deste exemplo pratiquemos a compreensão ao outro como forma de
revelar a misericórdia e o amor de Deus aos irmãos.
47
Ressurreição
48
1º Encontro:
Testemunhas da
ressurreição
Textos de apoio: Mc 16,10; Jo 20,18; 21,24-25; At 1,21-22; 2,32; 1Cor 15,4-8
Inspiração: Vós sois testemunhas disso (Lc 24,48)
Virtude: Esperança
Símbolo: Âncora
Ambientação: Pode-se construir no centro da sala um cenário que retrate o mar, sendo que
neste mar devem existir alguns barquinhos e a âncora. Uma vela grande e a Bíblia podem ser
colocados próximos a âncora.
Mantra
Eu vim para que todos tenham vida,
Que todos tenham vida plenamente (2x)
Canto inicial
Sugestão: Novo sol brilhou (canto n. 15)
Contextualização
Vivemos um tempo ainda muito marcado pela corrupção, pela injustiça, pela
violência, pelas guerras, pela miséria, sendo tudo isso, um atentado contra a
vida. Esse panorama irradia a desesperança. E é nesse contexto que o cristão é
chamado a dar testemunho da sua esperança.
Mas qual é a esperança do cristão? O papa Bento XVI, em sua encíclica Spe Salvi
(salvos na esperança), diz: “a fé é esperança”. A ressurreição de Jesus é o evento
fundante da fé e, por isso, também da esperança. O Catecismo da Igreja Católica
nos diz que “a esperança cristã na ressurreição está toda marcada pelos encontros
com Cristo ressuscitado”. Só terá verdadeira esperança quem se encontrar com o
Cristo que venceu a morte para nos dar a vida plena.
É a esperança da ressurreição que o cristão é chamado a testemunhar no mundo
hoje. No evangelho que ouviremos, Jesus ressuscitado aparece aos seus discípulos e diz que a sua ressurreição já estava prevista nas Escrituras Sagradas e que
eles devem ser testemunhas disso a todos os povos para que todos sejam salvos.
Muitos foram os homens e mulheres que viram o Senhor Ressuscitado (cf. 1Cor
49
15,4-8) e a partir daí anunciaram esse mistério, ou seja, foram testemunhas da
ressurreição.
Mas o que significa ser testemunha da ressurreição hoje?
Comprometer-se com a vida, defendê-la e cultivá-la pode ser o grande testemunho da ressurreição que os cristãos podem oferecer ao mundo porque, conformados a Cristo que veio para nos dar a vida plena (cf. Jo 10,10), também os
cristãos devem ser promotores de vida.
Lectio Divina (Lc 24,44-49)
(roteiro à página 13)
Depois disse-lhes: “São estas as coisas que eu vos falei quando ainda estava
convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim
na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. Então ele abriu a inteligência dos
discípulos para entenderem as Escrituras, disse-lhes: “Assim está escrito: o Cristo
sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome será anunciada
a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas. Eu enviarei sobre vós o que meu
Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até que sejais revestidos da força
do alto”.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Neste dia, nos esforçaremos para ser sinal de esperança àquelas pessoas com
quem nos encontraremos, especialmente as mais pobres e necessitadas.
50
2º Encontro:
A incredulidade
dos discípulos
Textos de apoio: Mc 16,9-14; Lc 24,9-11; Lc 24,36-39; Jo 20,30-31
Inspiração: Se eu não vir em suas mãos o lugar dos pregos... não crerei (Jo 20,25)
Virtude: Confiança
Símbolo: Luz
Ambientação: Bíblia e uma vela grande acesa, simbolizando a fé que recebemos de Jesus, luz do
mundo, no nosso batismo e na confirmação.
Mantra
Oh, luz do Senhor que vem sobre a terra
Inunda o meu ser, permanece em nós!
Canto inicial
Sugestão: Deixa a luz do céu entrar (canto n. 16)
Contextualização
O tema de nossa meditação de hoje é a fé. Ela é um dom que Deus dá para nós.
É por graça divina que podemos acreditar em Deus e assim pautar a nossa vida
em sua Palavra.
O trecho da Sagrada Escritura que deverá ser o foco de nossas atenções no dia
de hoje é o famoso relato da incredulidade de Tomé, um dos doze apóstolos
de Jesus, diante da notícia de que o Mestre Jesus teria ressuscitado. Ele não foi
o único a ser descrente. Também os outros apóstolos não acreditaram quando
Maria Madalena e outras mulheres disseram que Jesus havia ressuscitado (cf. Mc
16,11 e Lc 24,11).
Foi o contato com o próprio Jesus vivo e ressuscitado que fez com que os apóstolos e, posteriormente Tomé, acreditassem na boa notícia. A experiência com
o Senhor Ressuscitado abriu os olhos daqueles homens, que custavam a crer no
cumprimento da promessa. “Creste porque me viste? Bem-aventurados os que
não viram, e creram!”.
O Catecismo da Igreja Católica define a fé como sendo “a resposta do homem a
Deus que se revela e a ele se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao homem em busca do sentido último de sua vida” (CaIC 26). Pela
fé, o ser humano responde ao convite para acolher a mensagem do Senhor e a
sua salvação.
A incredulidade, no entanto, continua sendo uma realidade muito presente em
51
nossos dias. Diante dos rápidos avanços do homem e das ciências, a fé passa a
ser questionada em seus fundamentos e até mesmo a ser considerada como uma
alienação, uma fuga da realidade concreta.
Até mesmo nós que somos comprometidos com a nossa fé, que fomos batizados
e crismados, também temos os nossos momentos de dúvidas e indagações. São
dúvidas saudáveis que não devemos deixar passar em branco. É consoladora
para nós a resposta de Jesus a Tomé logo após a sua confissão de fé: “Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!” (Jo 20, 29). Com a
nossa reflexão de hoje, queremos renovar nossa confiança em Deus e pedir a Ele
para que aumente sempre mais a luz da fé em nossos corações.
Lectio Divina (Jo 20,24-29)
(roteiro à página 13)
Tomé, chamado Gêmeo, que era um dos Doze, não estava com eles quando Jesus
veio. Os outros díscipulos contaram-lhe: “Nós vimos o Senhor!” Mas Tomé disse:
“Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas
marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. Oito dias
depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles.
Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz
esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas
mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!”
Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Creste porque me
viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!”.
• Que semelhanças podemos notar entre as atitudes de Tomé e as nossas atitudes perante Jesus Cristo?
• A experiência com o Cristo ressuscitado abriu os olhos dos apóstolos à fé.
Como tem sido a minha experiência com o Senhor Ressuscitado? Tenho cultivado
o relacionamento com Ele, sobretudo por meio da Eucaristia, principal alimento
da fé?
• Dizia Santo Agostinho: “Cremos para compreender e compreendemos para
crer”. O que tenho feito para conhecer mais sobre a fé cristã e aprofundar a minha adesão a ela?
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Exercite a confiança em Deus, entregando a Ele os trabalhos deste dia, as suas
preocupações e os desafios que você deverá enfrentar hoje. Confie que o Senhor
está sempre ao seu lado e sempre lembrar que a missão realiza-se por Ele, com
Ele e Nele.
52
3º Encontro:
O ressuscitado
caminha conosco
Textos de apoio: Mc 16,12; Mt 28,20b; Sl 37,5; Jo 14,5-6; At 9,1-2.26
Inspiração: Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho? (Lc 24,32)
Virtude: Entusiasmo
Símbolo: Vela e Bíblia
Ambientação: Preparar o local de oração com algumas velas e a Bíblia no centro. Enquanto
se canta o mantra, permanecer com as luzes apagadas. Nesse momento ler o texto indicado
para esse encontro ainda com as luzes apagadas e acender as luzes apenas no momento em
que Jesus partir o pão junto com os dois discípulos.
Mantra
Fica conosco, Senhor.
É tarde e a noite já vem! (bis)
Canto inicial
Sugestão: Por sua morte, a morte viu o fim (canto n. 17)
Contextualização
Onde e como experimentar o Cristo vivo? Esse episódio revela as dificuldades de
muitos cristãos para aceitar a ressurreição de Jesus, pois o evangelho não quer
simplesmente narrar fatos do passado, mas iluminar as dificuldades do presente.
Antes de qualquer coisa, precisamos perceber que há um contraste entre Jerusalém e Emaús. Jerusalém foi o lugar do testemunho de Jesus (morte na cruz). De
lá, animados pelo Espírito do Ressuscitado, os discípulos sairão para o testemunho. Sair de Jerusalém sem crer que lá é o lugar da vitória do Senhor é caminhar
sem rumo e sem sentido.
É nesse contexto de perplexidade e desânimo que o Ressuscitado se faz presente
como força revolucionária. Jesus é aquele que caminha com a humanidade, com
a energia de sua vitória sobre a morte. A referência ao terceiro dia após a morte
de Jesus sela a frustração sem expectativas, pois eles acreditavam que depois do
terceiro dia o espírito se afastaria definitivamente do corpo, sem possibilidade de
retorno. A morte teria tomado conta de Jesus e da comunidade.
53
Cativados pela Palavra de Jesus, os discípulos convidam-no para que seja hóspede deles. O pedido dos discípulos é o próprio apelo da comunidade cristã. Quem
sairia prejudicado pela noite que se aproximava? Os discípulos, apesar de terem
uma casa onde ficar, acabariam privados da luz que é Jesus.
“Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão, o abençoou, depois partiu e o dava
a eles”. Partilha e comunicação da vida. É nesse momento decisivo que os olhos
dos discípulos se abrem e eles reconhecem Jesus nesses dois meios fundamentais:
Sagrada Escritura e a Eucaristia. Daí em diante é supérflua a presença física de
Jesus.
Lucas salienta que a hora do testemunho inicia imediatamente, levando os discípulos de volta a Jerusalém, lugar do testemunho de Jesus e lugar de onde, após o
Pentecostes, os discípulos sairão para levar a mensagem ao mundo inteiro.
Lectio Divina (Lc 24,13-35)
54
(roteiro à página 13)
Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um
povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. Conversavam
sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os seus
olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. Então Jesus
perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o
rosto triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em
Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?” Ele perguntou: “Que
foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um
profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo.
Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado
à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel;
mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade
que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada
ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham
visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. Alguns dos nossos foram ao
túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém,
ninguém viu”. Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer
em tudo o que os profetas falaram! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo
isso para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e passando por todos
os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam
a ele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que
ia adiante. Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem
chegando!” Ele entrou para ficar com eles. Depois que se sentou à mesa com
eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento,
seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista
deles. Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando
ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” Naquela mesma hora,
levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze
e os outros discípulos. E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e
apareceu a Simão!” Então os dois contaram o que tinha acontecido no
caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Durante as atividades desse dia, cada um busque estar atento às possibilidades
de encontro com Jesus e à sua escuta nas pessoas, na criação e nas Sagradas
Escrituras.
55
4º Encontro:
A alegria da ressurreição
Textos de apoio: Mt 28,8; Lc 24,52-53; Jo 16,20-24; At 8,4-8; Fl 4,4; 1Jo 1,4
Inspiração: Ficaram cheios de alegria por verem o Senhor (Jo 20,20)
Virtude: Alegria
Símbolo: Botão de rosa
Ambientação: Espalhar pela sala fotos e/ou imagens que retratem pessoas tristes e alegres.
No centro da sala, pode-se colocar a Bíblia, um pão e um cálice.
Mantra
Queremos ver Jesus, caminho, verdade e vida.
Queremos ver Jesus, queremos ver Jesus! (2x)
Canto inicial
Sugestão: Voz e luz (canto n. 18)
Contextualização
56
Hoje, por causa do desenvolvimento tecnológico, a informação e as relações humanas acontecem de forma quase instantânea, independentemente das distâncias. As transformações acontecem a cada instante, ininterruptamente. A vida do
homem contemporâneo não é mais a mesma de 50 anos atrás. Com as inúmeras vantagens do desenvolvimento tecnológico, vêm também alguns problemas.
Dentre eles destacamos a “vida louca”, o “frenesi” e o “ativismo”, entre outros.
Muitos destes problemas acabam se tornando lugar fértil para a depressão. Uma
pessoa deprimida vive na tristeza; a vida perde o sabor, perde o sentido.
Diante dessa realidade, o cristão é chamado a proclamar a alegria que põe fim
a toda e qualquer tristeza. No relato evangélico que ouviremos, Jesus ressuscitado aparece aos seus discípulos e lhes oferece a paz. Ao verem o Senhor, eles
ficam cheios de alegria. O motivo da alegria dos discípulos está em terem visto o
Senhor Ressuscitado. A alegria do cristão é a ressurreição de Jesus. O Catecismo
da Igreja Católica nos diz que o Domingo é o dia mais importante na semana
do cristão, porque é o dia de reviver a “Páscoa do Senhor”; por isso é o “Dia da
Alegria”, por excelência.
O encontro com o Cristo ressuscitado é para nós um motivo de grande
alegria. Diante dessa alegria não podemos nos calar; precisamos anunciála a todos. Ela constitui a verdadeira alegria, a qual nem a morte e nem
os males do tempo presente podem vencer. A alegria da ressurreição não
é passageira (cf. Mt 28,20b): ela permanece para sempre e dá sentido a
tudo o que somos e fazemos.
Lectio Divina (Jo 20,19-23)
(roteiro à página 13)
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos,
com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: “A paz esteja convosco”. Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os
discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. Jesus disse, de novo: “A paz
esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio”. Então, soprou
sobre eles e falou: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados,
serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos”.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Neste dia, nos comprometemos a não reclamar das dificuldades que porventura
possam nos afligir, tentando manifestar ao máximo às pessoas a alegria da ressurreição.
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5º Encontro:
Anunciadores da
ressurreição
Textos de apoio: Mc 16,6-16; Lc 24,9.35; Jo 20,17b-18; At 4,1-2; 8,26-35
Inspiração: Ide dizer aos seus discípulos: “Ele ressuscitou” (Mt 28,7)
Virtude: Coragem
Símbolo: Sepulcro vazio
Ambientação: Montar uma gruta (não precisa ser no tamanho real) e revesti-la de papel pedra e também montar uma “porta” para a gruta seguindo o padrão, na tentativa de reproduzir
a cena do evangelho. À frente, pode-se colocar o Círio Pascal, sinal do Cristo ressuscitado; a
frente do Círio, as seguintes palavras: “ressurreição”, “alegria”, “escuta”, “fé” e “anúncio”.
Mantra
Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra,
inunda meu ser, permanece em nós.
Canto inicial
Sugestão: Cristo ressuscitou (canto n. 19)
Contextualização
58
O texto bíblico nos convida a um profundo exercício espiritual. A mensagem de
Jesus carrega um dado de mistério, pois é testemunho de um acontecimento
inédito para a humanidade: a ressurreição.
Três são os passos envolvidos neste exercício espiritual: primeiro as mulheres se
exercitam na escuta e atenção à mensagem. Podemos neste instante nos perguntar: em que medida damos atenção a mensagem salvífica de Jesus? Em que
medida o temos escutado?
O segundo passo de aprofundamento deste exercício é a fé. Elas creram na revelação que lhes estava sendo anunciada. A partir disso podemos nos perguntar:
como anda nossa fé diante dos mistérios e revelações de Deus?
O último passo deste caminho espiritual é o anúncio da ressurreição que a mensagem propõe a essas mulheres e que se estende a nós no hoje da história. Como
temos anunciado a boa nova de Jesus, sua mensagem de salvação?
Enfim, tal contexto no impele à reflexão sobre como está a nossa peregrinação
rumo à intimidade com o Senhor, que nos fala, nos dá o dom da fé e nos
chama ao anúncio.
As mulheres do evangelho assumiram as provocações desta mensagem.
Peçamos a Deus a graça de assumirmos, também nós, o apelo da boa
notícia de Jesus e anunciá-la aos homens, no hoje da história.
Lectio Divina (Mt 28,1-10)
(roteiro à página 13)
Depois do sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra
Maria foram ver o sepulcro. De repente, houve um grande terremoto: o anjo do
Senhor desceu do céu e, aproximando-se, removeu a pedra e sentou-se nela.
Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes, brancas como a neve. Os
guardas ficaram com tanto medo do anjo que tremeram e ficaram como mortos.
Então o anjo falou às mulheres: “Vós não precisais ter medo! Sei que procurais
Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde
ver o lugar em que ele estava. Ide depressa contar aos discípulos: ‘Ele ressuscitou
dos mortos e vai à vossa frente para a Galiléia. Lá o vereis’. É o que tenho a vos
dizer”. E saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de temor e de grande
alegria, correram para dar a notícia aos discípulos. Nisso, o próprio Jesus veiolhes ao encontro e disse: “Alegrai-vos!” Elas se aproximaram e abraçaram seus
pés, em adoração. Jesus lhes disse: “Não tenhais medo; ide anunciar a meus
irmãos que vão para a Galiléia. Lá me verão”.
Canto final
(à escolha)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Para que cresçamos na coragem de anunciar e testemunhar a mensagem de Jesus
busquemos no dia a dia nos exercitar na escuta atenta de sua mensagem e na
renovação de nossa fé com a prática da Lectio Divina.
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Emaús
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1º Encontro:
Caminhando com Jesus
Texto de apoio: Documento de Aparecida n° 29
Inspiração: Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo (Ap 3,20)
Virtude: Caminhar
Símbolo: Sandália
Ambientação: Preparar um caminho com pegadas recortadas, que conduz a uma Bíblia com
uma vela acesa ao seu lado. Aos pés da Bíblia, colocar uma sandália
Mantra
Quem cochila, desperte. O que dorme, levante.
Preparemos a estrada do Senhor caminhante
Canto inicial
Sugestão: Amigo certo (canto n. 56)
Contextualização
Os discípulos de Emaús encontravam-se tristes e abatidos por conta de todos os
acontecimentos que acabaram de vivenciar e a perda bárbara de seu mestre, em
quem haviam depositado suas esperanças. Entre dores e tristezas, algo os impelia
a caminhar; caminhando se encontraram, mesmo sem perceberem, com Aquele
que foi e será causa e motivo de suas alegrias. A alegria do discípulo é estar com
o seu mestre; porém, falar e lembrar-se de seus ensinamentos é, de certa forma,
fazê-lo presente: a alegria acontece no caminho, no dia a dia, renovando a esperança e as possibilidades.
Lectio Divina (Lc 24,13-17)
(roteiro à página 13)
Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um
povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. Conversavam
sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os seus
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olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. Então Jesus
perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?”. Eles pararam, com o
rosto triste.
• Os acontecimentos do dia a dia despertam em mim compaixão e desejo de
transformar a realidade?
• Eu busco conversar com as pessoas e contar com o seu auxílio nos momentos
de sofrimento? Ou me fecho, refugiando-me em dores e lamentações?
• Os discípulos caminhavam e, quando Jesus se aproximou, eles não perceberam quem era. Você já esteve tão preocupado(a) com seus problemas que não
percebeu a presença e ação de Deus em sua vida?
Canto final
Sugestão: Eu não me canso de cantar (canto n. 49)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Escolherei uma pessoa que eu ainda não conheço tão bem e caminharei ao lado
dela neste dia como Jesus – discreto – e de alguma forma farei crescer nossa amizade. (Podem-se partilhar à noite os esforços e sucessos obtidos).
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2º Encontro:
Jesus, esperança
dos discípulos
Textos de apoio: Jo 15,1-6; Jo 20,1-10
Inspiração: A Ele, porém, ninguém viu! (Lc 24,24)
Virtude: Esperança
Símbolo: Âncora
Ambientação: Colocar um galho bonito (folhas e flores) em um vaso, e um galho seco fora
do vaso. Se possível, uma bela imagem do Cristo ressuscitado.
Mantra
Teu amor, ó Deus,
é mais precioso do que toda a Terra (2x)
Tua paz me basta, ó meu Senhor!
Canto inicial
Sugestão: Por sua morte, a morte viu o fim (canto n. 17)
Contextualização
A esperança é o sentimento que move os seguidores de Jesus Cristo. Quando optamos por viver junto d’Ele, esse deve ser o nosso distintivo. A fé e a esperança
caminham juntas: ter fé é acreditar – esperar! Os discípulos de Emaús tiveram,
inicialmente, um pouco de dificuldade de acreditar que Jesus estava vivo. Mas à
medida que, além do testemunho de outras pessoas, eles próprios se encontraram com Cristo – e este pôs-se a caminhar com Eles – seus corações se encheram
de calor e de verdadeira alegria. Os trechos do evangelho de São João, referentes
à videira verdadeira e à ressurreição de Jesus nos auxiliam nessa compreensão:
em todos os momentos devemos permanecer unidos à Cristo; só assim nossa
experiência de amor com Ele poderá frutificar. E, ainda, encontrar-se com Jesus
Ressuscitado é comprometer-se em testemunhá-lo! Então, é necessário optar por
esse seguimento de fé mesmo se, por vezes, nos sentirmos distantes de Deus.
A esperança que deve nos mover é a de que Jesus caminha conosco e não nos
abandona nunca, porque a vida venceu a morte!.
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Lectio Divina (Lc 24,18-24)
(roteiro à página 13)
Um dos discípulos, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em
Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?” Ele perguntou: “Que
foi?”. Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um
profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo.
Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado
à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel;
mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade
que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada
ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham
visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. Alguns dos nossos foram ao
túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém,
ninguém viu”.
Canto final
Sugestão: Derrama o teu amor aqui (canto n. 57)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Vou escrever em um papel o problema mais difícil que tenho enfrentado em
minha vida. Durante o dia, a minha oração deverá ser uma prece de esperança
diante dessa dificuldade. Ao final do dia, num oportuno momento de partilha,
lembrarei que esse problema continua existindo, mas que a minha maneira de
encará-lo foi transformada pela presença confortante do ressuscitado!
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3º Encontro:
Discípulos de Cristo
Textos de apoio: Lc 10,5; Mt 4,19; Rm 15,4
Inspiração: Permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina (Lc 24,29b)
Virtude: Fortaleza
Símbolo: Pergaminho
Ambientação: Ornar a sala de maneira que pareça bem cômoda, com almofadas, travesseiros. Podem-se espalhar várias velas acesas e acender as luzes somente após o canto inicial.
Deixar a Bíblia em destaque.
Mantra
Fica conosco, Senhor.
É tarde e a noite já vem.
Fica conosco, Senhor.
Somos teus seguidores também.
Canto inicial
Sugestão: Como são belos (canto n. 58)
Contextualização
“Insensatos e lentos de coração para crer em tudo o que os profetas anunciaram!”. Jesus ensinou aos seus discípulos a estarem mais atentos aos sinais de
Deus. Deus revela-se progressivamente ao seu povo; agora Ele está bem na frente
dos discípulos e eles não o reconhecem. Falta-lhes fé, estão desanimados, faltalhes esperança. Há pouco, a luz era tão forte, o Reino de Deus tão concreto, mas
com a morte de Jesus eles se sentem perdidos, têm medo de serem perseguidos.
Algo os leva a acolher aquele homem misterioso. Jesus aceita o convite. Este
gesto de hospitalidade resultará em uma grande descoberta.
O discípulo tem:
• na cabeça, a fé no valor do povo;
• nos olhos, a capacidade de enxergar a presença de Deus na realidade;
• nos ouvidos, a escuta respeitosa e atenta;
• na boca, o sorriso da alegria e da esperança;
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•
•
•
•
nos braços, a resistência e a luta pelo Reino;
nas mãos, a disponibilidade solidária;
nos pés, a itinerância e a capacidade de desinstalar-se e sair;
no coração, a paixão pelo Cristo e pelos pobres.
Lectio Divina (Lc 24,25-29)
(roteiro à página 13)
Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo
o que os profetas falaram! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso
para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e passando por todos os
Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a
ele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que
ia adiante. Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem
chegando!” Ele entrou para ficar com eles.
• O que a Palavra diz para mim?
• Quando meu coração sofre, quando está frio, busco o calor da Palavra de
Deus?
• Convido-o para estar comigo?
• Percebo na pessoa que caminha a meu lado o ritmo do andar de Jesus Ressuscitado?
Canto final
Sugestão: Senhor, se tu me chamas (canto n. 59)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Rezarei uma dezena do Terço, pedindo força e coragem a Deus para ser um discípulo autêntico e audacioso.
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4º Encontro:
Cristo, pão da vida
Textos de apoio: Jo 14,26; Jo 16,13; Salmo 1,1-3
Inspiração: Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando! (Lc 24,29)
Virtude: Fé
Símbolo: Eucaristia
Ambientação: Disponibilizar a Bíblia e um pão na bandeja, representando a Palavra, que
ardia os corações enquanto era proclamada, e o Pão repartido, pelo qual reconheceram Jesus
depois da benção. Este pode ser partilhado entre os missionários.
Mantra
Jesus está aqui (aleluia!)
tão certo como o ar que eu respiro,
tão certo como o amanhã que se levanta,
tão certo como eu te falo e podes me ouvir.
Canto inicial
Sugestão: Pão da vida (canto n. 60)
Contextualização
Chegando em Emaús, os discípulos ainda não tinham alcançado o conhecimento
pessoal de Jesus, não tinham identificado o Ressuscitado no companheiro desconhecido. Emaús não foi, na verdade, a meta da viagem, mas a etapa decisiva.
Convidado a ficar, ainda desconhecido, Jesus repete o seu gesto sem dizer palavra. A práxis eucarística entre os crentes é sinal da sua presença real. Os dois
discípulos de Emaús não reconheceram o Senhor quando caminhavam com ele e
dele aprendiam a entender o sentido dos acontecimentos. O que Jesus não conseguira fazer com o acompanhamento, com a conversação, com a interpretação
da Palavra de Deus, realizou-se com o gesto eucarístico.
Os olhos para contemplar o Ressuscitado abrem-se quando Ele repete o gesto
que melhor o identifica (cf. Lc 24,30-31). Quando se parte o pão em comunidade, Jesus sai do anonimato. “Nenhuma comunidade cristã se edifica sem ter a sua
raiz e o seu centro na celebração da Eucaristia” (Presbyterorum Ordinis, 6). Uma
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educação à fé que se esqueça ou adie o encontro sacramental dos jovens com
Cristo não é caminho para encontrá-lo. A Eucaristia é e deve permanecer “fonte
e cume da evangelização” (Presbyterorum Ordinis, 5); ela é “a fonte e o cume da
vida cristã” (LG 11).
Lectio Divina (Lc 24,29-35)
(roteiro à página 13)
Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!”
Ele entrou para ficar com eles. Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o
pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento, seus olhos se
abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. Então
um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava
pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” Naquela mesma hora, levantaramse e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros
discípulos. E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a
Simão!” Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o
tinham reconhecido ao partir o pão.
Canto final
Sugestão: Ao partir do pão (canto n. 61)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Participar da celebração eucarística como se fosse a primeira e a última, preparar
o próprio coração para receber Jesus na eucaristia e fazer do coração sua nova
morada.
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5º Encontro:
Missionários autênticos
Texto de apoio: Sl 23
Inspiração: Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. Jesus respondeu: “Venha”. (Mt 14,28-29)
Virtude: Confiança
Símbolo: Rocha
Ambientação: Bíblia, vela, flores, rocha e panos coloridos, dispostos de forma harmônica,
representando que o missionário autêntico está firme sobre a rocha “Cristo”, conhecendo-o e
anunciando-o pela Palavra viva “Bíblia” e, ao mesmo tempo, anunciando-o através da beleza
das flores e panos coloridos, que representam as diversidades culturais.
Mantra
Confiemo-nos ao Senhor,
Ele é justo e tão bondoso.
Confiemo-nos ao Senhor, aleluia.
Canto inicial
Sugestão: Deixa a tua casa (canto n. 62)
Contextualização
Um autêntico missionário necessita da presença e da ação do Espírito Santo!
Como missionários salesianos, encontramos nosso modelo e fonte no próprio
coração de Cristo, missionário do Pai, fazemos nossa experiência junto aos pequenos e pobres e todas as pessoas que Ele a nós enviar. Cultivamos a união com
Deus, consciente da necessidade de rezar sem interrupção em diálogo simples e
cordial com Cristo e toda a Igreja. Buscamos na atitude dos apóstolos, que conquistam com a alegria e o dom de si, a solicitude para pregar, curar, salvar e o
desejo de reunir os filhos dispersos na unidade da comunhão fraterna..
Lectio Divina (Lc 24,44-52)
(roteiro à página 13)
Depois disse-lhes: “São estas as coisas que eu vos falei quando ainda estava
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convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim
na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. Então ele abriu a inteligência dos
discípulos para entenderem as Escrituras, e disse-lhes: “Assim está escrito: o Cristo
sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome será anunciada
a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por
Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas. Eu enviarei sobre vós o que
meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até que sejais revestidos da
força do alto”. Então Jesus levou-os para fora da cidade, até perto de Betânia.
Ali ergueu as mãos e abençoou-os. E enquanto os abençoava, afastou-se deles e
foi elevado ao céu. Eles o adoraram. Em seguida voltaram para Jerusalém, com
grande alegria.
• Deus fala ao meu coração através das pessoas, sinais no cotidiano e quando
ouço as Sagradas Escrituras?
• “O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome será
anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações”. O que
eu tenho feito para a concretização desta realidade anunciado por Jesus?
• A ação do Espirito Santo dá coragem, alegria e disposição para os discípulos
anunciarem o que viram e ouviram, o Espírito Santo tem espaço para agir na
minha vida e através de mim?
Canto final
Sugestão: Eu te carrego nos ombros (canto n. 63)
Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Como missionário autêntico, rezarei por uma necessidade que venho percebendo
na comunidade e farei um gesto concreto para contribuir com ela.
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Cantos
1. Obrigado, Senhor!
3. Como o sol nasce da aurora
Maria Alice Antunh e P. José Weber
Armindo Trevisan e P. Ney Brasil
2. Escolhida
Jorge Mongó
Obrigado, Senhor, porque és meu amigo,
porque sempre contigo eu posso falar;
no perfume das flores,
na harmonia das cores
e no mar que murmura
o teu nome a cantar
Escondido tu estás
no verde das florestas,
nas aves em festa, no sol a brilhar.
Na sombra que abriga, na brisa amiga,
na fonte que corre ligeiro a cantar.
Te agradeço, ainda, porque na alegria
ou na dor de cada dia posso te encontrar.
Quando a dor me consome,
murmuro o teu nome
e mesmo sofrendo,
eu posso cantar!
Pedro Nelson Mendes
Uma entre todas foi a escolhida,
foste Tu, Maria, serva preferida.
Mãe do meu Senhor,
Mãe do meu Salvador.
Maria, cheia de graça e consolo,
vem caminhar com teu povo
Nossa mãe sempre serás (2x)
Roga pelos pecadores desta terra,
roga pelo povo que em seu Deus espera.
Mãe do meu Senhor,
Mãe do meu Salvador.
Como o sol nasce da aurora,
de Maria nascerá
aquele que a terra seca
em jardim converterá.
Ó Belém, abre teus braços
ao pastor que a ti virá.
Emanuel Deus conosco,
vem ao nosso mundo, vem!
Ouve, ó Pastor do teu povo,
vem do alto céu onde estás!
Vem teu rebanho salvar,
mostra o amor que lhe tens!
Salva e protege esta vinha,
foi tua mão que a plantou!
Salva e confirma este Eleito,
Ele, que é nosso pastor.
4. Sede santos
Deus consagrou o povo escolhido,
o amou profundamente
desde toda a eternidade,
para ser sal e luz, gerar Cristo Jesus,
no seio da humanidade (2x)
Hoje somos esse povo tão amado.
Deus nos chama a viver o seu amor,
nos convida a todo instante sem cessar
e pede a nós: Sede santos!
Sede santos: esta é a minha vontade.
Sede santos: é o que eu mais quero (2x)
Vou ser santo: esta é a minha resposta.
Vou ser santo. Eu digo sim, Senhor!
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5. Conheço um coração
João Carlos Almeida (P. Joãozinho)
Conheço um coração
tão manso, humilde e sereno,
que louva ao Pai por revelar
seu nome aos pequenos,
que tem o dom de amar,
que sabe perdoar
e deu a vida para nos salvar.
Jesus, manda teu Espírito,
para transformar meu coração. (2x)
Às vezes no meu peito
bate um coração de pedra,
magoado, frio, sem vida.
Aqui dentro ele me aperta,
não quer saber de amar,
nem sabe perdoar;
Quer tudo e não sabe partilhar.
Leva, purifica e restaura-me de novo.
Serás nosso Deus
e nós seremos o teu povo.
Derrama sobre nós a água do amor:
o Espírito de Deus, Nosso Senhor.
6. Eu vim para que todos
tenham vida
P. José Weber
Eu vim para que todos tenham vida.
Que todos tenham vida plenamente.
Reconstrói a tua vida
em comunhão com teu Senhor.
Reconstrói a tua vida
em comunhão com teu irmão.
Onde está o teu irmão,
eu estou presente nele.
Quem comer o pão da vida
viverá eternamente.
Tenho pena deste povo
que não tem o que comer.
Onde está um irmão com fome,
eu estou presente nele.
Eu passei fazendo o bem,
eu curei todos os males.
Hoje és minha presença
junto a todo sofredor.
Onde sofre o teu irmão,
eu estou sofrendo nele.
7. A alegria está no coração
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A alegria está no coração
de quem já conhece a Jesus.
A verdadeira paz só tem
aquele que já conhece a Jesus.
O sentimento mais precioso
que vem do Nosso Senhor
é o amor que só tem
quem já conhece a Jesus (2x)
Aleluia (4x)
8. Louvado seja
Louvado seja o meu Senhor (4x)
Por todas suas criaturas,
pelo sol e pela lua,
pelas estrelas no firmamento,
pela água e pelo fogo.
Por aqueles que agora são felizes,
por aqueles que agora choram,
por aqueles que agora nascem,
por aqueles que agora morrem.
O que dá sentido à vida
é amar-Te e louvar-Te
para que a nossa vida
seja sempre uma canção.
9. A ti, meu Deus
Frei Fabretti
A Ti, meu Deus, elevo meu coração,
elevo as minhas mãos,
meu olhar, minha voz.
A Ti, meu Deus, eu quero oferecer
meus passos e meu viver,
meus caminhos, meus sofrer.
A Tua ternura, Senhor, vem me abraçar
e a Tua bondade infinita me perdoar.
Vou ser o Teu seguidor,
e Te dar o meu coração.
Eu quero sentir o calor de Tuas mãos.
A Ti, meu Deus,
que és bom e que tens amor,
ao pobre, ao sofredor,
vou servir e esperar.
Em Ti, Senhor,
humildes se alegrarão,
cantando a nova canção
de esperança e de paz.
10.Senhor, vem salvar teu povo
P. José Weber
Senhor, vem salvar teu povo
das trevas da escravidão.
Só Tu és nossa esperança,
és nossa libertação.
Vem, Senhor! Vem nos salvar.
Com teu povo vem caminhar! (bis)
Contigo o deserto é fértil,
a terra se abre em flor;
da rocha brota a água viva,
da treva nasce o esplendor.
Tu marchas à nossa frente,
és força, caminho e luz.
Vem logo salvar o teu povo,
não tardes, Senhor Jesus!
11.Te amarei, Senhor
Alfred Mercieca
Me chamaste para caminhar
na vida contigo,
decidi para sempre segui-te,
não voltar atrás.
Me puseste uma brasa no peito
e uma flecha na alma:
é difícil agora viver
sem lembrar-me de Ti.
Te amarei, Senhor (bis),
eu só encontro a paz e a alegria
bem perto de Ti (2x)
Eu pensei muitas vezes parar
e não dar nem resposta.
Eu pensei na fuga esconder-me,
ir longe de Ti,
mas Tua força venceu
e ao final eu fiquei seduzido.
É difícil agora viver
sem saudades de Ti.
Ó Jesus, não me deixes jamais
caminhar solitário,
pois conheces a minha fraqueza
e o meu coração.
Vem, ensina-me a viver a vida
na Tua presença,
no amor dos irmãos,
na alegria, na paz, na união.
12.Eis-me aqui, Senhor
P. Pedro Brito Guimarães e Frei Fabretti
Eis-me aqui, Senhor!
Eis-me aqui, Senhor,
pra fazer tua vontade,
pra viver do teu amor!
Pra fazer tua vontade,
pra viver do teu amor,
eis-me aqui, Senhor!
O Senhor é o Pastor que me conduz.
Por caminhos nunca vistos me enviou.
Sou chamado a ser fermento sal e luz
e por isso respondi: aqui estou!
Ele pôs em minha boca uma canção,
me ungiu como profeta e trovador
da história e da vida do meu povo
e por isso respondi: aqui estou!
Ponho a minha confiança no Senhor,
da esperança sou chamado a ser sinal.
Seu ouvido se inclinou ao meu clamor
e por isso respondi: aqui estou!
13.Nova geração
P. Zezinho
Eu venho do sul e do norte,
do oeste e do leste, de todo o lugar.
Estrada da vida eu percorro
levando socorro a quem precisar.
Assunto de paz é meu forte,
eu cruzo montanhas, mas vou aprender.
O mundo não me satisfaz,
o que eu quero é a paz,
o que eu quero é viver.
No peito eu levo uma cruz;
no meu coração o que disse Jesus.
Eu sei que não tenho a idade
da maturidade de quem já viveu,
mas sei que eu já tenho a idade
de ver a verdade. O que eu quero é ser eu.
O mundo ferido e cansado
de um triste passado,
de guerras sem fim,
tem medo da bomba que fez
e da fé que desfez,
mas aponta pra mim.
14.Um certo galileu
P. Zezinho
Um certo dia, à beira mar,
apareceu um jovem galileu.
Ninguém podia imaginar
que alguém pudesse amar
do jeito que ele amava.
Seu jeito simples de conversar
tocava o coração de quem o escutava
E seu nome era Jesus de Nazaré.
Sua fama se espalhou e todos vinham ver
o fenômeno do jovem pregador
que tinha tanto amor
Naquelas praias, naquele mar,
naquele rio, em casa de Zaqueu,
naquela estrada, naquele sol
e o povo a escutar histórias tão bonitas.
Seu jeito amigo de se expressar
enchia o coração de paz tão infinita
Em plena rua, naquele chão,
naquele poço e em casa de Simão,
naquela relva, no entardecer,
o mundo viu nascer
a paz de uma esperança.
Seu jeito puro de perdoar
fazia o coração voltar a ser criança
Um certo dia, ao tribunal,
alguém levou o jovem Galileu.
Ninguém sabia qual foi o mal
e o crime que ele fez,
quais foram seus pecados.
Seu jeito honesto de denunciar
mexeu na posição de alguns privilegiados.
E mataram a Jesus de Nazaré
e no meio de ladrões puseram sua cruz,
mas o mundo ainda tem medo de Jesus
que tinha tanto amor
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15.Novo sol brilhou
Frei Fabretti
Novo sol brilhou!
A vida superou sofrimento,
dor e morte, tudo, enfim.
Nosso olhar se abriu.
Deus mesmo se incumbiu
de tomar-nos pela mão assim.
O Deus de amor jamais se descuidou.
Em seu vigor Jesus ressuscitou.
Estender a mão, abrir o coração,
acolher, compartilhar e perdoar
é fazer o céu cumprir o seu papel:
já na terra tem de vigorar.
16.Deixa a luz do céu entrar
Charles H. Gabriel e Ada Blenkhorn
Tu anseias, eu bem sei, a salvação.
Tens desejo de banir a escuridão.
Abre, pois, de par em par teu coração
e deixa a luz do céu entrar.
Deixa a luz do céu entrar. (2x)
Abre bem as portas do teu coração
e deixa a luz do céu entrar.
Cristo, a luz do céu, em ti quer habitar
para as trevas do pecado dissipar,
teu caminho e coração iluminar.
E deixa a luz do céu entrar.
Que alegria andar ao brilho dessa luz,
vida eterna e paz no coração produz.
Oh! Aceita agora o salvador Jesus
e deixa a luz do céu entrar.
17.Por sua morte,
a morte viu o fim
D. Carlos Alberto Navarro e Valdeci Farias
Por sua morte, a morte viu o fim,
do sangue derramado a vida renasceu,
seu pé ferido nova estrada abriu,
e neste Homem o homem enfim se
descobriu.
Meu coração me diz:
“O Amor me amou
e se entregou por mim!”.
Jesus ressuscitou!
Passou a escuridão,
o sol nasceu!
A vida triunfou:
Jesus ressuscitou!
“Jesus me amou e se entregou por mim”.
Os homens todos podem o mesmo repetir.
Não temeremos mais a morte e a dor,
o coração humano em Cristo descansou.
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18.Voz e luz
P. Jorge Trevisol e P. Gustavo Balbinot
Fonte de luz, cores do céu,
é o arco-íris do amor.
Eis que a vida nasce ali,
e se estende no além.
Luz que atravessa meu coração,
brilha em meu rosto
e diz quem eu sou.
Não vou esquecer
jamais este amor.
Viva a vida! Salve o amor!
Como é tão linda a alegria
de quem te segue, Senhor! (bis)
Sombras também pairam no ar,
cobrem, às vezes, a luz.
Doem no meu peito,
ferem meu ser,
e não me deixam sonhar.
Não! Eu insisto.
Não quero assim.
Sabes que eu sinto amor por ti.
Eu vou te seguir e vou até o fim.
Sopro do amor, chuva do céu,
é teu Espírito em nós.
Ele desperta, faz recordar.
Firma o desejo de amar.
Nele eu luto, sei esperar.
No meu caminho sempre Ele está.
Da minha missão Ele é o coração.
19.Cristo ressuscitou
Lindberg Pires
Cristo ressuscitou, aleluia,
venceu a morte com amor.
Cristo ressuscitou, aleluia,
venceu a morte com amor. Aleluia!
Tendo vencido a morte
o Senhor ficará para sempre entre nós
para manter viva a chama do amor
que reside em cada cristão
a caminho do Pai.
Tendo vencido a morte
o Senhor nos abriu horizonte feliz,
pois nosso peregrinar
pela face do mundo
terá seu final na morada do Pai.
20.Ao Senhor dos senhores
cantai (Salmo 136)
P. João Carlos
Ao Senhor dos senhores, cantai!
Ao Senhor, Deus dos deuses, louvai!
Maravilhas só Ele quem faz.
Bom é Deus. Ao Senhor, pois, amai!
Com saber, Ele fez terra e céu,
sobre as águas a terra firmou
para o dia reger fez o sol
e as estrelas pra noite criou
Porque eterno é o seu amor por nós,
eterno é o seu amor! (2x)
Primogênitos todos feriu
do Egito, um povo opressor
e dali Israel fez sair:
o poder de sua mão o salvou
No mar bravo, ele faz perecer
os soldados e o tal Faraó.
Aliança ele faz com Israel,
no deserto o seu povo guiou
Poderosos sem dó abateu,
a famosos reis desbaratou,
sua terra Israel recebeu
como herança a seu povo entregou.
Se lembrou de nós na humilhação.
Ao Senhor, salvador, proclamai!
Dele nós recebemos o pão.
Ao Senhor, Deus dos céus, celebrai!
21.Impossível
Focolares
Olho em tudo e sempre encontro a Ti:
estás no céu, na terra, onde for;
em tudo que me acontece
encontro o teu amor.
Já não se pode mais deixar
de crer no teu amor.
É impossível não crer em ti,
é impossível não te encontrar,
é impossível
não fazer de ti meu ideal (2x)
22.Vem, e eu mostrarei
P. Josmar Braga e Valdeci Farias
Vem, eu mostrarei
que o meu caminho te leva ao Pai.
Guiarei os passos teus
e junto a ti hei de seguir.
Sim, eu irei
e saberei como chegar ao fim:
de onde vim, aonde vou;
por onde irás irei também.
Vem, eu te direi
o que ainda estás a procurar.
A verdade é como o sol
que invadirá teu coração.
Sim, eu irei
e aprenderei minha razão de ser:
eu creio em ti, que crês em mim;
à tua luz verei a luz.
Vem, e eu te farei
da minha vida participar.
Viverás em mim aqui:
viver em mim é o bem maior.
Sim, eu irei
e viverei a vida inteira assim.
Eternidade é, na verdade,
o amor vivendo sempre em nós.
Vem, que a terra espera
quem possa e queira realizar,
com amor, a construção
de um mundo novo muito melhor.
Sim, eu irei
e levarei teu nome aos meus irmãos.
Iremos nós, e o teu amor
vai construir, enfim, a paz.
23.Deus trino
Domingos S. Oliveira
Em nome do Pai,
em nome do Filho,
em nome do Espírito Santo,
estamos aqui (2x)
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar,
estamos aqui, Senhor, a teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer e adorar,
te aclamar, Deus trino de amor.
24.Enquanto houver sol
Sérgio Britto (Titãs)
Quando não houver saída,
quando não houver mais solução,
ainda há de haver saída.
Nenhuma idéia vale uma vida...
Quando não houver esperança,
quando não restar nem ilusão,
ainda há de haver esperança:
em cada um de nós algo de uma criança...
Enquanto houver sol (2x)
ainda haverá...
Enquanto houver sol... (2x)
Quando não houver caminho,
mesmo sem amor, sem direção,
a sós ninguém está sozinho.
É caminhando que se faz o caminho...
Quando não houver desejo,
quando não restar nem mesmo dor,
ainda há de haver desejo
em cada um de nós,
aonde Deus colocou...
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25.Sonda-me
Senhor, eu sei que tu me sondas,
sei também que me conheces:
se me assento ou me levanto,
conheces meus pensamentos.
Quer deitado ou quer andando,
sabes todos os meus passos
e, antes que haja em mim palavras,
sei que em tudo me conheces
Senhor, eu sei que tu me sondas (4x)
Deus, tu me cercaste em volta.
Tuas mãos em mim repousam.
Tal ciência é grandiosa:
não alcanço de tão alta.
Se eu subo até o céu,
sei que ali também te encontro;
se no abismo está minh’alma,
sei que aí também me amas.
26.Dias melhores
Rogério Flausino (Jota Quest)
Vivemos esperando
dias melhores,
dias de paz, dias a mais,
dias que não deixaremos
para trás. Oh! Oh! Oh! Oh!...
Vivemos esperando
o dia em que seremos melhores:
melhores no amor,
melhores na dor,
melhores em tudo. Oh! Oh! Oh!...
Vivemos esperando
o dia em que seremos para sempre
Vivemos esperando Oh! Oh! Oh!
Dias melhores pra sempre! (2x)
27.Venho a ti
(Focolares)
Venho a ti
e sei que não estou mais sozinho:
muitas vozes se elevam para o céu.
Venho a ti
com aqueles irmãos verdadeiros
que comigo dão a ti seus corações.
E tu, que és amor,
escuta cada prece de dor, de amor.
E tu, que és a paz,
dá-nos a esperança
em cada momento, Senhor...
e abre o paraíso a nós,
e abre o paraíso a nós.
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28.Quando teu Pai revelou
D. Carlos Alberto Navarro e Valdeci Farias
Quando teu Pai
revelou o segredo a Maria
que, pela força do Espírito,
conceberia a ti, Jesus,
ela não hesitou logo em responder:
“Faça-se em mim,
pobre serva o a que Deus aprouver!”
Hoje imitando Maria,
que é imagem da Igreja,
nossa família outra vez
te recebe e deseja,
cheia de fé, de esperança
e de amor, dizer sim a Deus:
“Eis aqui os teus servos, Senhor!”
Que a graça de Deus
cresça em nós sem cessar
e de ti, nosso Pai,
venha o Espírito Santo de amor
pra gerar e formar Cristo em nós.
29.Imenso amor
Banda Dominus
Maria, a mãe do meu Senhor.
Maria, uma flor, imenso amor.
Maria, rainha da paz.
Maria, rogai por nós ao Pai,
pois aceitaste o que Deus traçou
e se entregou em suas mãos.
Bendita és mais que outra mulher:
de ti nasceu o Salvador
30.O amor
Banda Dominus
Se eu conhecesse todos os mistérios
e os segredos deste mundo,
mas não tenho amor...
e se eu tivesse uma fé capaz
de transportar todas montanhas,
mas não tenho amor,
venho a ser como um metal
que faz ruído e nada mais
(ruído e nada mais)
o amor, o amor nunca mudará
o amor,o amor que sempre será
31.Eu creio na semente
P. Osmar Coppi
Eu creio sim! (4x)
Eu creio na semente
lançada na terra,
na vida da gente.
Eu creio no amor.
No canto sonoro da ave que voa,
a liberdade é um grito
que bem alto ressoa.
No jovem que luta a esperança se faz.
A semente que nasce é vitória da paz.
Na voz dos pequenos
reunidos em prece,
no serviço e louvor, vida nova acontece.
Na força do povo, novo dia já brilha.
Na mesa de todos,
eis o pão da partilha.
Nas mãos que semeiam o sonho de Deus ,
na terra de todos, presente do céu,
renasce a alegria no rosto do povo:
com certeza veremos
um mundo mais novo
32.Fica sempre
um pouco de perfume
Irene Gomes
Fica sempre um pouco de perfume
nas mãos que oferecem rosas,
nas mãos que sabem ser generosas.
Dar do pouco que se tem
ao que tem menos ainda
enriquece o doador,
faz su’alma ainda mais linda.
Dar ao próximo alegria
parece coisa tão singela.
Aos olhos de Deus, porém,
é das artes a mais bela.
33.No coração de quem ama
P. Gildásio Mendes
No coração de quem ama,
o amor irradia
e seu calor contagia
tudo que vive ao redor;
No coração de quem ama,
a vida é mais vida
e todo amor é partilha
que enriquece o irmão.
Amar e fazer-se amar
e expressar todo amor
que a gente tem.
Amar e fazer-se amar
e na alegria fazer feliz,
feliz alguém.
No coração de quem ama,
o amor traduz-se em bondade
e em gestos de amizade
faz o outro feliz.
No coração de quem ama,
de Deus tudo nasce
e nos transmite as verdades
que Jesus Cristo viveu.
34.Oferta de amor
Willen Soares (Ministério Koinonya)
Venho, Senhor, minha vida oferecer
como oferta de amor e sacrifício.
Quero, Senhor, a Ti entregar
como oferta viva em teu altar
Pois, pra te adorar, foi que eu nasci:
cumpra em mim o teu querer,
faça o que está em teu coração
e que a cada dia, eu queira mais e mais
estar ao teu lado, Senhor.
35.Planeta sonho
Flávio Venturini / Vermelho / Márcio Borges
Aqui ninguém mais
ficará depois do sol
No final será o que não sei mais
será
tudo demais
nem o bem nem o mal
só o brilho calmo dessa luz
O planeta calma será terra
O planeta sonho será terra,
E lá no fim daquele mar
A minha estrela vai se apagar
Como brilhou
Fogo solto no caos
Aqui também é bom lugar de se viver
Bom lugar será o que não sei mas será
Algo a fazer
Bem melhor que a canção
Mais bonita que alguém lembrar
A harmonia será terra
A dissonância será bela
E lá no fim daquele azul
Os meus acordes vão terminar
Não haverá
Outro som pelo ar
O planeta sonho será terra
A dissonância será bela
E lá no fim daquele mar
A minha estrela vai se apagar
Como brilhou
Fogo solto no caos
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36.Deus precisa de ti
Cosme (CEFAS/RJ)
Deus precisa de ti,
muito mais que possas imaginar. (2x)
Precisa de ti muito mais que das estrelas.
Precisa de ti muito mais que do mar.
Precisa de ti muito mais que da terra.
Precisa de ti. (2x)
Deus precisa de nós,
muito mais que possas imaginar. (2x)
Precisa de nós muito mais que das estrelas.
Precisa de nós muito mais que do mar.
Precisa de nós muito mais que da terra.
Precisa de nós. (2x)
37.Tu, que renovas
P. Joãozinho
Tu, que renovas todas as coisas,
Tu, que nos provas no amor (2x)
Eu Te entrego minhas mãos,
meu trabalho, meu viver
e Te peço que renoves o meu ser.
Eu Te entrego minha voz,
o meu canto de louvor,
e Te peço que renoves meu amor.
Eu me entrego todo a Ti
e Te dou meu coração,
e Te peço que renoves minha ação.
38.Momento novo
Darlene Schutzer, Déa Cristiane Kerr Affini, Eder
Soares, Ernesto Barros Cardoso, Paulo Roberto Garcia
e Tércio Junker
Deus chama a gente
pra um momento novo
de caminhar junto com seu povo.
É hora de transformar o que não dá mais:
sozinho, isolado, ninguém é capaz.
Por isso, vem,
entra na roda com a gente, também!
Você é muito importante!(2x)
Vem!
Não é possível crer que tudo é fácil.
Há muita força que produz a morte
gerando dor, tristeza e desolação.
É necessário unir o cordão!
A força que hoje faz brotar a vida,
atua em nós pela sua graça:
é Deus quem nos convida pra trabalhar,
o amor repartir e a força juntar.
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39.Axé
Vera Lúcia Nascimento
Irá chegar um novo dia,
um novo céu, uma nova terra,
um novo mar...
E neste dia os oprimidos,
numa só voz, a liberdade irão cantar.
Na nova terra, o negro não vai ter corrente
e o nosso índio vai ser visto como gente;
na nova terra, o negro, o índio e o mulato,
o branco e todos
vão comer no mesmo prato.
Na nova terra,
o fraco, o pobre e o injustiçado
serão juízes deste mundo de pecado;
na nova terra,
o forte, o grande e o prepotente
irão chorar até ranger os dentes.
40.Eu creio nas promessas
Daniel Poli (Mensagem Brasil)
Eu creio nas promessas de Deus. (2x)
Eu creio nas promessas do meu Senhor.
Se sou fiel no pouco,
Ele me confiará mais,
Se sou fiel no pouco,
meus passos guiará.
Eu creio na misericórdia de Deus. (2x)
Eu creio na misericórdia do meu Senhor.
Eu creio no amor de Deus. (2x)
Eu creio no amor do meu Senhor.
Eu creio nas promessas de Deus. (2x)
Eu creio nas promessas do meu Senhor.
41.Dom Bosco
Carlos (Eliana Ribeiro)
Viveu, trabalhou, sofreu, se alegrou,
não perdeu tempo e com a vida
evangelizou. (2x)
Dai-me almas e ficai com o resto;
o que importa é a juventude santa. (2x)
Fiel ao Senhor, Dom Bosco se gastou,
não perdeu tempo
e com a vida evangelizou. (2x)
42.Palavras de salvação
45.Mãezinha do céu
Palavras de salvação
somente o céu tem pra dar.
Por isso meu coração
se abre para escutar
Por mais difícil que seja seguir,
tua palavra queremos ouvir.
Por mais difícil de se praticar,
tua palavra queremos guardar
Com Simão Pedro diremos também
que não é fácil dizer sempre amém,
mas não há outro na terra e no céu
mais companheiro, mais santo e fiel.
Mãezinha do céu, eu não sei rezar.
Eu só sei dizer: “Quero te amar”.
Azul é teu manto, branco é teu véu.
Mãezinha, eu quero te ver lá no céu
Mãezinha do céu, mãe do puro amor,
Jesus é teu filho e eu também sou.
Mãezinha do céu, vou te consagrar
a minha inocência, guarda-a sem cessar.
Mãezinha do céu, em tua proteção,
oh, guarda meus pais
e a todos os meus irmãos!
Mãezinha do céu, eu não sei rezar.
Eu só sei dizer: “Quero te amar”.
43.Feliz o homem
que ama o Senhor
(P. Fábio de Melo)
P. Zezinho
Frei Fabretti
Feliz o homem que ama o Senhor
e segue seus mandamentos.
O seu coração é repleto de amor,
Deus mesmo é seu alimento
Feliz o que anda na lei do Senhor
e segue o caminho que Deus lhe indicou:
terá recompensa no Reino do Céu
porque muito amou
Feliz quem se alegra
em servir ao irmão,
segundo os preceitos
que Deus lhe ensinou:
verá maravilhas de Deus, o Senhor,
porque muito amou.
44.Ave, cheia de graça
P. José Freitas Campos
Ave, cheia de graça!
Ave, cheia de amor!
Salve, ó mãe de Jesus!
A ti nosso canto e nosso louvor. (2x)
Mãe do criador, rogai.
Mãe do Salvador, rogai.
Do libertador, rogai por nós.
Mãe dos oprimidos, rogai.
Mãe dos perseguidos, rogai.
Dos desvalidos, rogai por nós.
Mãe dos despojados, rogai.
Dos abandonados, rogai.
Dos desempregados, rogai por nós.
Mãe dos pescadores, rogai.
Dos agricultores, rogai.
Santos e doutores, rogai por nós.
46.Vou cantar teu amor
Vou cantar Teu amor,
ser no mundo um farol.
Eis-me aqui, Senhor,
vem abrir as janelas do meu coração
e então, falarei imitando tua voz.
Creio em Ti, Senhor,
nas pegadas deixadas por Ti vou andar.
Vou falar do Teu coração,
com ternura nas mãos e na voz,
proclamar que a vida
é bem mais do que aquilo
que o mundo ensina e cantar.
Cantar o canto ensinado por Deus.
Com poesia ensinar nossa fé,
plantar o chão,
cultivar o amor,
como poetas que querem sonhar.
Pra realizar o que o mestre ensinou,
Viemos cear, restaurar o coração,
fonte de vida no altar a brotar,
a nos alimentar
Celebrar meu viver
pra no mundo ser mais.
Faz de mim, Senhor,
aprendiz da verdade, justiça e da paz.
Comungar teu viver
neste Vinho, neste Pão.
Quero ser, Senhor,
novo homem nascido do teu coração.
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47.Um novo sol
Jornada Mundial da Juventude 1987 (Argentina)
Uma terra que já não tem fronteiras,
senão mãos que juntas formarão
uma corrente mais forte
que a guerra e que a morte.
Já sabemos, o caminho é o amor.
Uma pátria mais justa e mais fraterna,
onde todos construamos a unidade,
onde não há rejeitados,
porque todos são chamados.
Já sabemos, o caminho é o amor.
Um novo sol se levanta
sobre a nova civilização
que hoje nasce;
uma corrente mais forte
que o ódio e que a morte.
Já sabemos, o caminho é o amor.
A justiça é a força que nos traz a paz,
o amor é que leva a perdoar,
a verdade é a força
que nos traz libertação.
Já sabemos, o caminho é o amor.
Quem tem muito partilha sua riqueza,
quem sabe não impõe o seu pensar,
quem manda entende
que poder é um serviço.
Já sabemos, o caminho é o amor.
Quem confia contagia com sua vida
e a dor se cobre com amor
porque a gente se sente
solidário com o mundo.
Já sabemos, o caminho é o amor.
48.A chave do coração
Dalvimar Gallo
Qual é a chave? Qual é o segredo
que abre as portas do teu coração? (2x)
Por que não falar se Ele quer te ouvir?
Por que se esconder se Ele está aqui?
Por que não aceitar se Ele quer te dar?
Por que insistir em resistir?
Pois Ele tem tanto pra te falar,
quer te amar, te perdoar.
Mas é você que tem que abrir o coração.
Deixa Jesus te consolar,
deixa Jesus te abençoar,
deixa Jesus te dar a tua Salvação.
80
49.Eu não me canso de cantar
P. Jonas Abib
A vida é caminhar:
sou peregrino do amor,
vou semear a esperança
deste mundo que há de vir.
Eu não me canso de cantar (2x)
Mundo novo vem aí,
gente de coragem vai lutar.
A verdadeira vencerá:
quem é da verdade saberá.
(Eu não me canso de cantar!)
Gente nova vem dizer:
Vive de certezas quem lutou,
a justiça já brotou,
a libertação vamos colher.
(Eu não me canso de cantar!)
Se o trigo não morrer,
fruto não se pode esperar.
Hoje é dia de plantar,
muita gente em breve vai colher.
(Eu não me canso de cantar!)
50.Alegres vamos à casa do Pai
Ir. Miria T. Kolling
Alegres vamos à casa do Pai
e na alegria cantar seu louvor!
Em sua casa, somos felizes:
participamos da ceia do amor.
A alegria nos vem do Senhor,
seu amor nos conduz pela mão.
Ele é luz que ilumina o seu povo,
com segurança lhe dá a salvação.
O Senhor nos concede os seus bens,
nos convida à sua mesa sentar
e partilha conosco o seu pão:
somos irmãos ao redor deste altar.
51.Symbolum 77
(Estás entre nós)
Pierangelo Sequeri
Tu és minha vida, outro Deus não há.
Tu és minha estrada, a minha verdade.
Em tua Palavra eu caminharei
enquanto eu viver e até quando tu quiseres.
Já não sentirei temor, pois estás aqui.
Tu estás no meio de nós.
Creio em ti, Senhor, vindo de Maria,
Filho Eterno e Santo, homem como nós.
Tu morreste por amor, vivo estás em nós,
unidade trina com o Espírito e o Pai
e abrirás o Reino dos céus!
Tu és minha força, outro Deus não há.
Tu és minha paz, minha liberdade.
Nada nesta vida nos separará.
Em tuas mãos seguras, minha vida guardarás:
eu não temerei o mal, tu me livrarás
e no teu perdão viverei!
Ó, Senhor da vida, creio sempre em ti.
Filho Salvador, eu espero em ti!
Santo Espírito de amor, desce sobre nós.
Tu, de mil caminhos,
nos conduzes à uma fé
e por mil estradas onde andarmos nós
qual semente nos levarás.
52.Sede de Deus (Salmo 42)
P. José Weber
A minh’alma tem sede de Deus,
pelo Deus vivo anseia com ardor.
Quando irei ao encontro de Deus
e verei tua face, Senhor?(2x)
A ovelha sedenta
procura o riacho;
a minh’alma suspira
por Deus. Onde o acho?
Pelas águas que correm,
suspira a ovelha;
pelas fontes de Deus
a minh’alma anseia.
Dor e lágrima
são meu constante alimento.
“Onde está o teu Deus?”,
dizem os maus e aguento.
Por que estás abatida e confusa,
ó minh’alma?
Deus é teu companheiro,
espera e te acalma.
53.Cante conosco
P. João Carlos
Cante conosco o dia que amanhece.
Cantem conosco a luz, a flor, o mar.
Cante conosco o sol
que não se esquece de dizer:
“Glória!”. De gritar: “Viva!”.
De cantar: “Glória ao Autor do universo!”
Cantem conosco
os irmãos que nos rodeiam
Cantem conosco alegria e gratidão
Cante conosco a fé
que não se esquece de dizer:
“Glória!”. De gritar: “Viva!”.
De cantar:
“Glória ao Deus de nossos corações!”
Cante conosco o Deus que nos reúne
Cante conosco o seu amor em nós
Cante conosco o sim
que não se esquece de dizer:
“Glória!”. De gritar: “Viva!”.
De cantar:
“Glória a quem nos faz comunidade!”
54.Quando tu, Senhor (Sl 104)
Reginaldo Veloso
Quando tu, Senhor,
teu Espírito envias,
todo mundo renasce:
é grande alegria! (2x)
Ó, minh’alma, bendize ao Senhor,
o Deus grande em poder e amor,
o esplendor de tua glória reluz
e o céu é teu manto de luz.
Firme e sólida a terra fundaste,
com o azul do oceano enfeitaste,
e rebentam tuas fontes nos vales,
correm as águas e cantam as aves.
Lá do alto, tu regas os campos,
cresce a relva e os viventes se fartam;
de tuas obras a terra encheste,
todas belas e sábias fizeste.
Que se sumam da terra os perversos
e minh’alma te entoe os seus versos.
Glória ao Pai, pelo Filho, no amor,
ao Deus vivo eterno louvor
55.Ó Trindade, vos louvamos
Ir. Luiza Ricciardi e P. Ronoaldo Pelaquim
Ó Trindade, vos louvamos,
vos louvamos pela vossa comunhão.
Que esta mesa favoreça,
favoreça nossa comunicação!
Contra toda tentação
da ganância e do poder,
nossas bocas gritem juntas:
“a Palavra do viver!” (2x)
Deus nos fala na história
e nos chama à conversão.
Vamos ser palavras vivas
proclamando a salvação! (2x)
56.Amigo certo
Dc. Nelsinho Corrêa
Eu quero estar em tua vida,
cuidar de ti e te dar todo o meu amor,
compartilhar contigo do teu dia a dia,
viver contigo participar da tua alegria.
Vou consolar na tristeza e na dor
e transformar todo o seu interior.
Se tu estás árido como um deserto,
enfraquecido, minado na tua fé,
se me invocas sempre vou estar por perto:
busque a mim que sou teu amigo certo.
Quero fazer de ti criatura nova,
quero dizer que meu Espírito renova.
Renova o teu ser: é só conviver comigo
e experimentar que sou
o teu melhor amigo.
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57.Derrama o teu amor aqui
Jorge Mongó
Senhor, eu quero obedecer a Tua voz.
Derrama o teu Espírito sobre todos nós.
Senhor, eu quero mergulhar,
me comprometer,
entrar na intimidade do teu coração.
Derrama em nós tua unção,
derrama o teu amor aqui.
Derrama o teu amor aqui,
faz chover sobre nós água viva.
Uma igreja renovada, povo santo reunido,
famílias restauradas pelo poder do Teu Espírito
58.Como são belos
P. Jonas Abib
Como são belos os pés do mensageiro
que anuncia a paz.
Como são belos os pés do mensageiro
que anuncia o Senhor
Ele vive, Ele reina, Ele é Deus e Senhor. (2x)
O meu Senhor chegou com toda glória:
vivo Ele está
bem junto a nós seu corpo santo a nos tocar,
e Vivo eu sei: Ele está.
59.Senhor, se tu me chamas
Luiz C. Susin
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Senhor, se Tu me chamas,
eu quero te ouvir.
Se queres que eu te siga,
respondo: eis-me aqui.
Profetas te ouviram
e seguiram tua voz,
andaram mundo afora
e pregaram sem temor.
Seus passos tu firmastes
sustentando seu vigor.
Profeta tu me chamas:
vê Senhor, aqui estou.
Nos passos do teu Filho
toda igreja também vai
seguindo teu chamado
de ser santa qual Jesus.
Apóstolos e mártires
se deram sem medir.
Apóstolo me chamas:
vê Senhor, estou aqui.
Os séculos passaram,
não passou, porém tua voz
que chama ainda hoje,
que convida a te seguir.
Há homens e mulheres
que te amam mais que a si,
e dizem com firmeza:
vê Senhor, estou aqui.
60.Pão da vida
P. Jonas Abib
Na comunhão, Jesus se dá no pão.
O cordeiro imolado é refeição,
nosso alimento de amor e salvação.
Em torno deste altar somos irmãos.
O pão da vida és Tu,
Jesus, o pão do céu,
o caminho, a verdade, via de amor,
dom de Deus, nosso redentor.
Toma e come: isto é o meu corpo,
que do trigo se faz pão. É refeição.
Na Eucaristia, o vinho se torna sangue:
verdadeira bebida, nossa alegria.
61.Ao partir do pão
Walmir Alencar
Quem podia imaginar que aquela cruz
era só o começo de uma história de amor?
Comentavam com grande dor
tudo que se passou
e jamais esperavam reencontrar o Senhor
Aconteceu, sem mesmo esperar:
Ele apareceu em meio aos discípulos
a caminhar,
falava de amor e o som de voz
abrasava os seus corações, e diziam:
Senhor, fica conosco!
É tarde e o dia declina.
Quase sem esperança
partimos sem direção,
mas ao redor da mesa,
se abriram os nossos olhos:
Te reconhecemos ao partir do pão.
Já não chores, Jerusalém!
A alegria voltou!
Teu Senhor está vivo!
Ele ressuscitou!
62.Deixa a tua casa
Dalcides Biscalquin
Deixa a tua casa e os teus planos:
eis que eu te chamo para outra missão.
Sei que és tão jovem, sentes medo.
Mas estarei contigo e falarei em ti.
Eu te conheci!
Eu te consagrei!
Eu te envio a ser
profeta entre as nações. (2x)
Ouve a voz calada do meu povo,
vê o seu olhar banhado e lágrimas.
Fala que a injustiça já feriu demais
e quem se fartou não pode estar em paz.
Toca o coração da juventude,
sente o pulsar das suas emoções.
Canta a esperança
nas canções de amor,
conquista com carinho
as novas gerações.
63.Profeta da paz
P. Gildásio Mendes
Eu te carrego nos braços,
e estou onde sempre estás.
Eu te chamei pelo nome,
a seu tempo compreenderás.
Não temas nesta caminhada,
eu te acompanho onde vais.
Conduz os jovens na estrada,
conquista com eles a paz.
Eu te chamei, te consagrei.
Anuncia a minha palavra.
Eu te escolhi, te acompanhei,
dá tua vida a meu povo.
Eu te falei, te ensinei,
caminha com a juventude.
Eu te mostrei, te confiei,
acolhe os pequeninos.
Leva a esperança ao mundo;
canta que é tempo de amar.
Fala na voz das crianças,
a luz que há de sempre brilhar.
Tu és o pastor dessa gente.
Vai, meu profeta da paz:
Semeia com fé a semente.
A seu tempo compreenderás!
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