Pronunciamento feito pela Deputada Federal, Rebecca Garcia, do

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Pronunciamento
feito
pela Deputada Federal,
Rebecca
Garcia,
do
Partido Progressista (PP)
do
Amazonas,
no
Plenário da Câmara dos
Deputados,
03
de
dezembro de 2008, sobre
câncer de mama.
Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,

Vim hoje aqui nesta tribuna falar de um
problema sério que muitas mulheres precisam
enfrentar para sobreviver: o câncer de mama. De
acordo com a pesquisa mais recente feita pelo
Datasus, em 2005, 10.270 mulheres brasileiras
foram vítimas de óbitos por câncer de mama,
dessas, 44 eram de Manaus e 48 do Estado do
Amazonas.

É um número difícil de identificar. Por
exemplo, no Amazonas, a princípio, o número
parece ser baixo, mas, na verdade, o que se tem é
pouco controle desses números. É um estado
grande, de logística complicada, onde não existem
mamógrafos no interior, nem atendimento voltado
para isso. Ou seja, o número que temos hoje
espanta, mas ele ainda está muito aquém do que
deve ser a realidade do nosso país.

O câncer de mama é o segundo tipo mais
freqüente no mundo. No Brasil, a cada ano, cerca
de 22% dos novos casos de câncer em mulheres
são de mama. Só para o ano de 2008, o Instituto
Nacional de Câncer (Inca), estimou 49,4 mil novos
casos, com um risco estimado de 51 para cada 100
mil mulheres. Os três estados que mais tem
incidência da doença é o Rio Grande do Sul, Rio de
Janeiro e São Paulo. No Amazonas, a estimativa
para o ano de 2008, foi de 14,4 casos para cada
100 mil mulheres.

Neste ano de 2009, a luta contra a prevenção
do câncer de mama obteve uma importante
conquista. No dia 29 de abril, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei 11.664, de
autoria do deputado Enio Bacci, que garante o
exame de mamografia feito pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) a partir dos 40 anos e não mais 50
anos de idade. Essa medida é um grande avanço,
considerando que o câncer, quando identificado
no início, tem chances de cura de 95%.

E,
apesar
do
auto-exame
ser
muito
importante, segundo os médicos, a mamografia é
o melhor método de identificar o câncer, pois só
ela é capaz de identificar os tumores menores.
Visitas periódicas ao médico e a realização da
mamografia anual, sempre que solicitada, são
importantíssimas para o diagnóstico precoce, o
grande aliado da mulher na luta contra o câncer de
mama.

Mas ainda é preciso fazer muito mais. Temos
que lutar para envolver toda a sociedade na
conquista de mudanças efetivas em políticas
públicas em relação à saúde da mama. O Projeto
de Lei 2784/08, de minha autoria, que tramita
nesta Casa, prevê a alteração da Lei nº 9.797, de 6
de
maio
de
1999,
que
"dispõe
sobre
a
obrigatoriedade de cirurgia plástica reparadora da
mama pela rede de unidades integrantes do
Sistema Único de Saúde (SUS) nos casos de
mutilação decorrentes de tratamento de câncer".
A intenção é possibilitar a reconstrução da mama
no mesmo tempo cirúrgico da mastectomia,
levando em consideração as condições técnicas e
de saúde da paciente.

O Projeto atua na elevação da auto-estima da
mulher. Atualmente, o SUS já é obrigado a fazer a
reparação mamária no caso de mastectomia, mas
ninguém sabe quando esta mulher vai ter a
reposição dessa mama. Pode demorar cinco, dez,
quinze anos. Muitas mulheres morrem vítimas do
câncer de mama, porque elas não querem viver
sem a mama. Elas têm medo da discriminação, de
viver com a auto-estima baixa, da rejeição do
parceiro e mais uma série de outros medos que
surgem na cabeça dessa mulher que está passando
por um processo tão doloroso que é o câncer de
mama.

A aparência física estimula, inclusive, a
recuperação, uma vez que já é sobejamente
conhecida a relação entre o estado de espírito e a
superação de enfermidades, especialmente sobre
o câncer.

trará
Além desses benefícios, o Projeto também
benefícios
para
o
governo,
que
irá
economizar recursos. Como a cirurgia reparadora
já é obrigatória, será mais barato para o governo,
se ele fizer só uma cirurgia ao invés de duas.

As políticas públicas são importantes, mas
outra aliada essencial é a informação. Alguns
estudos apontam a falta de informação como um
dos principais agravantes para a mortalidade por
câncer de mama. As mulheres desse país precisam
saber tudo sobre o câncer de mama. Segundo
pesquisa realizada pelo Datasus, 51% das mulheres
não sabem que existem diferentes tipos de câncer
de mama. Do restante, 40% não sabem explicar as
diferenças. Existem pelo menos 37 tipos de câncer
de mama, com características e chances de cura
diferentes.

Por isso, peço a todos, Senhoras e Senhores
Deputados, sejamos sensíveis a essa causa. Vamos
fazer parte dessa luta para prevenir o câncer de
mama.

Senhor Presidente, gostaria de solicitar que
esse discurso seja divulgado pelo programa A Voz
do Brasil e pelos demais órgãos de comunicação da
Câmara dos Deputados.
Muito obrigada!
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