Cirurgia para perda de peso. Uma boa opção? Cada vez se fala

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Cirur gi a p ara perd a de pe s o. U m a bo a op ç ã o ?
Cada vez se fala mais de cirurgia para perda de peso, seja para colocação de banda
gástrica seja para realização de by-pass gástrico. Tenho assistido, nos media, à quase
banalização deste tipo de cirurgia, que faz com que os obesos achem que esta é a
solução mais fácil para as obesidades de longo termo. Mas, em boa verdade, a cirurgia
bariátrica não é para aqueles que não querem fazer dieta. A colocação de uma banda
gástrica, além dos riscos inerentes a qualquer cirurgia, exige a adesão total a um plano
dietético muito restrito e a um esquema de exercício físico apropriado, tal como em
qualquer outro tratamento para perda de peso.
Dada a grande ignorância relativamente a este tema, incluindo pacientes que se
submeteram a este tipo de cirurgia, resolvi trazê-lo para reflexão.
Q u e m pode c a n did at ar-s e à cirur gia ?
Quem tem 48 ou mais quilos em excesso;
Quem tem um Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 40 (obesidade mórbida);
Quem tem um IM C entre 35 e 39 mas apresenta co-morbilidades tais como,
hipertensão, diabetes, colesterol elevado ou apneia do sono;
Quem tentou sem sucesso, durante cinco ou mais anos, perder peso através de
dietas ou outros métodos;
Q u e m e s tiver predi s p o s to p ara m u d ar radi c al m ente o s s e u s
h ábito s e a d erir a o re gi m e ali mentar e de exer cí cio fí si c o
pre s crito s.
Antes da cirurgia, o paciente deve ser submetido a uma série de análises e exames bem
como a uma avaliação psiquiátrica. Por aquilo que me vão dizendo os pacientes, esta
avaliação nem sempre é feita, assim como não o é, também, o aconselhamento alimentar
e de exercício físico, posteriores à operação.
Q u e m n ã o deve s u b m eter-s e à c irur gi a p ara perd a de pe s o ?
Pacientes que sofrem de doenças psiquiátricas;
Pessoas dependentes de álcool ou drogas;
Quando existem problemas médicos que desaconselham uma intervenção
cirúrgica;
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A maioria dos pacientes com mais de 65 anos;
Pacientes com expectativas irrealistas: quem pensa que com esta cirurgia não vai
ter que mudar a sua atitude frente à comida nem fazer restrições alimentares.
Mulheres que planeiam engravidar no espaço de um ano.
(adaptado de About.com)
Em que consiste a colocação da banda gástrica ?
Coloca-se uma banda (poderíamos comparar às braçadeiras ou flutuadores que se põem
nos braços das crianças) à volta do terço superior do estômago para criar uma pequena
bolsa, que inicialmente poderá receber 60 g de comida (metade de um boião de iogurte)
mas que poderá chegar aos 120 –180 gramas.
E ste pequeno reservatório permite estar saciado mais cedo e durante mais tempo. A
banda actua também ao estreitar e assim dificultar a passagem dos alimentos para a
porção inferior do estômago. Quanto mais apertada estiver, mais difícil será os alimentos
progredirem. S e se comer mais do que o que a pequena bolsa comporta, o mais certo é
vomitar.
Agarrado à banda, um tubo que acaba num terminal preso aos músculos abdominais logo
abaixo das costelas. E ste terminal permitirá injectar líquido através do tubo que,
chegando à banda, a “insuflará”, e provocará uma maior restrição no estômago.
Além das complicações comuns a qualquer cirurgia que envolvem hemorragias e
infecções, a banda gástrica pode deslizar e provocar azia e vómitos. Pode também, em
situações raras, provocar erosão na parede externa do estômago ou migrar para o
interior do mesmo. E se não forem cumpridas todas as recomendações dietéticas, não
provocará uma perda de peso significativa.
Nesse aspecto, o by-pass gástrico é mais eficaz porque reduz não só a quantidade de
comida ingerida, como a absorção dos alimentos. O estômago é cortado e ligado
directamente ao intestino, abaixo da zona de maior absorção. A perda de peso é maior,
mas maiores são também as complicações pós-operatórias, que vão desde problemas
mais ou menos severos, a carências nutricionais que podem resultar em graves
problemas de saúde.
O que quer que decida para emagrecer, dieta + exercício, cirurgia, etc., deve saber que
terá que aderir a novos hábitos alimentares e a um novo estilo de vida. Se depois de ter
tentado tudo, se decidir pela cirurgia, exija uma equipa multidisciplinar que inclua, além
do cirurgião, psicólogo/psiquiatra e nutricionista que o orientem após a cirurgia.
E sta não faz sentido, nem resulta, se os doentes não forem devidamente informados e
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orientados no pós-operatório. Mas, infelizmente, nem sempre assim acontece...
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