Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 09, n. 03, p. 596 - 616, 2007. Disponível em http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm __________________________________________________________ ARTIGO ORIGINAL Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar Nurses’ behaviours and their impacts on elderly hospitalized patients Comportamientos de los enfermeros y impacto en los enfermos de edad avanzada en situación de internamiento hospitalar Maribel CarvalhaisI, Liliana SousaII RESUMO A percepção dos pacientes acerca da qualidade dos cuidados de enfermagem é determinante na sua avaliação dos cuidados de saúde. Este estudo exploratório identifica comportamentos dos enfermeiros (positivos e negativos) significativos para pacientes muito idosos (75 anos ou mais) em situação de internamento hospitalar. Adotou-se a técnica dos incidentes críticos que foi aplicada por entrevista a 30 sujeitos. Os principais resultados indicam que os idosos hospitalizados: i) apreciam de modo positivo os comportamentos dos enfermeiros que garantem a execução de técnicas sem causar desconforto, num contexto de amabilidade, carinho, disponibilidade e preocupação; assim o paciente sente-se confiante, seguro e acredita que o seu estado de saúde vai melhorar; ii) consideram negativos os comportamentos dos enfermeiros associados à execução de técnicas causando dor, principalmente se acompanhados de agressividade e indisponibilidade. Neste caso os idosos tendem a se sentirem tristes e a acreditar no agravamento do seu estado de saúde. negatively appreciate the nurses’ behaviours associated to the administration of treatments causing pain, mainly if accompanied of aggressiveness and unavailability. In this case elders tend to feel sad and to believe in the aggravation of their health conditions. Key words: Nurse-patient relations; Health of the elderly; Behaviour; Hospitalization. RESUMEN La percepción de los pacientes sobre la cualidad de los cuidados a los enfermos condiciona su evaluación acerca de los cuidados de la salud. Este estudió exploratorio identifica comportamientos de los enfermeros (positivos y negativos) significativos para pacientes con edad igual o superior que 75 años en situación de internamiento hospitalar. Se adopto la técnica de los incidentes críticos que fue aplicada por entrevista a 30 personas. Los principales resultados tienen demostrando que los respectivos enfermos hospitalizados : i) aprecian de manera positiva los comportamientos de los enfermeros que aseguran la administración de los tratamientos sin causar incomodidad y desconsuelo, en un contexto de amabilidad, cariño, disponibilidad y preocupación, así el enfermo se siente confiante, seguro y cree que su estado de salud va mejorar; ii) consideran negativos los comportamientos de los enfermeros asociados a una administración de tratamientos causando dolor, principalmente si acompañado de agresividad y indisponibilidad. En estos casos los ancianos tienen tendencia a sentir tristeza y a creer en la deterioración de su estado de salud. Palavras chave: Relações enfermeiropaciente; Saúde do idoso; Comportamento; Hospitalização. ABSTRACT The patients’ perception of the nursing care quality is determinative in its evaluation of the health care. This exploratory study aims at identifying nurses’ behaviours (positive and negative) significant for elderly hospitalized patients (75 years old or more). The critical incidents technique was administered through interview to 30 elders. The main findings suggest that the elderly hospitalized patients: I) positively appreciate nurses’ behaviours which assure the treatments administration without discomfort, in a context of availability, concern, friendship and kindness; II) I Enfermeira, investigadora no Departamento de Ciências da Saúde, Universidade de Aveiro – Portugal. II Psicóloga, PhD, Professora Auxiliar no Departamento de Ciências da Saúde, Universidade de Aveiro – Portugal. 596 Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm Palabras clave: Relaciones enfermeropaciente; Salud del anciano; Comportamiento; Hospitalización. INTRODUÇÃO cuidados de saúde em contexto hospitalar. Em A qualidade da relação entre o paciente e Portugal, e um pouco na literatura dos vários quem presta cuidados de saúde, com destaque países, talvez pelas atitudes de discriminação para os profissionais de enfermagem, constitui da pessoa idosa enraizadas, pouca investigação um dos indicadores mais significativos da existe sobre esta temática, especialmente, avaliação pelos pacientes da qualidade dos incidindo na perspectiva dos idosos. cuidados de (1-2) saúde . Deste modo, O objetivo deste estudo foi conhecer os a preocupação com a adequação dos cuidados de comportamentos dos enfermeiros que são enfermagem tem aumentado, em particular, o significativos para os pacientes muito idosos estudo sobre as relações dos enfermeiros com (75 anos ou mais) numa perspectiva positiva e os pacientes. negativa. Foi, ainda, possível identificar os Paralelamente, verifica-se que os idosos impactos destes comportamentos nos idosos. os cuidados Adotou-se a perspectiva dos idosos, pois a hospitalares agudos. Na velhice o risco de literatura enfatiza que os usuários devem ter hospitalização em situações agudas e crónicas cada vez mais um papel ativo na melhoria da aumenta, pois os idosos tendem a apresentar qualidade dos cuidados. são principais usuários dos multipatologias. Apesar disso, a maioria da A relação entre enfermeiros e pacientes população idosa continua independente, tendo alcançado o envelhecimento bem sucedido (3) Os cuidados de enfermagem centram-se . (2,4) Porém, a manutenção da saúde é uma das numa relação dinâmica com o paciente principais preocupações e desafios para os onde o enfermeiro deve cuidar de cada sujeito idosos, suas famílias e profissionais de saúde. tendo em conta as suas necessidades , e Uma internação hospitalar é, em qualquer desejos. Neste contexto o paciente será o idade, um momento difícil para o doente e seus melhor juiz sobre os cuidados de enfermagem familiares. Na velhice assume contornos mais que complexos morte, últimas décadas têm-se dado cada vez mais dependência e doença, por isso é vivido com atenção à experiência dos pacientes com os elevados níveis de stresse e ansiedade. O cuidados de saúde, em geral, e com os enfermeiro é o profissional de saúde que mais cuidados de enfermagem, em particular, pois a tempo avaliação pela associação acompanha hospitalar, o por comportamentos doente isso dos à no contexto conhecer enfermeiros os promovem e o seu definição (5) bem-estar dos . cuidados Nas pelos pacientes são fundamentais para melhorar a avaliados qualidade dos cuidados de saúde (6) . Isso se como positivos e negativos pelos usuários torna mais relevante, pois diversos estudos idosos é uma forma de criar indicadores para a sugerem que a avaliação pelos enfermeiros da melhoria dos cuidados de enfermagem e dos qualidade dos cuidados raramente está em 597 Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm consonância com a percepção dos pacientes (5). para responder às necessidades do indivíduo Os enfermeiros têm dificuldade em identificar e (8) . subestimam sintomas como dor, perda de apetite e sonolência (7) Enfermeiros . e pacientes idosos hospitalizados Uma revisão da literatura sobre a forma como os doentes definem a qualidade dos Na velhice o risco de hospitalização em cuidados de saúde mostrou que as dimensões situações agudas e crónicas aumenta, pois os relativas aos cuidados de enfermagem que idosos tendem a apresentar multipatologias. estes comunicação, Aliás, constituem o grupo etário da população emocional, que mais utiliza os cuidados hospitalares. A mais valorizam informação, cortesia, qualidade dos como apoio cuidados técnicos, centrado no paciente e disponibilidade doença e a hospitalização na velhice envolvem cuidado (8) significados especiais, pois associam-se, ou . A qualidade da comunicação e informação tornam mais reais, o medo da dependência inclui a competência de escuta, capacidade física e/ou a percepção de que a morte se para explicar informação técnica complexa de aproxima. A forma acessível e clara e educação que facilite internação hospitalar associa-se a a autonomia do paciente e a promoção da diversos problemas e riscos específicos para a saúde. população idosa A cortesia e o apoio emocional (9) , principalmente porque o associam-se a sensibilidade, carinho, apoio envelhecimento emocional mecanismos fisiológicos protetores. Além disso, (também à família e amigos), enfraquece diversos empatia e atitude positiva; incide, ainda, na muitos capacidade de estabelecer uma relação que problemas alivie os medos e a ansiedade relativas ao vicissitudes da vida são fonte de depressão e estado de saúde. A qualidade dos cuidados sentido de inutilidade, por exemplo: a reforma técnicos envolve conhecimento, formação e e experiência; pacientes orientação social para a juventude e a falta de valorizam o apoio diligente em actividades de respeito pela experiência de vida criam no vida diária e a execução dos procedimentos idoso a ideia de que já não é útil. técnicos essencialmente, garantindo o os conforto físico a e idosos de perda de chegam ao hospital auto-estima, um papel pois social com algumas ativo; a Nestas circunstâncias, as alterações no psicológico. Os cuidados centrados no paciente ritmo caracterizam-se por serem individualizados, internações hospitalares acabam por ter efeitos respeitando as preferências e valores dos mais graves, como as quedas que são mais pacientes, respondendo às suas necessidades frequentes, físicas nas periférica e pela dificuldade em encontrar os a óculos num contexto diferente do habitual; o privacidade. A disponibilidade indica que os ciclo de descanso e sono é alterado e o idoso enfermeiros têm tempo para estar com os sente-se pacientes, estão preocupados e disponíveis depressão é comum, mesmo nos pacientes que e decisões, emocionais, envolvendo-os garantindo e protegendo e contexto devido de à desorientado. vida inerentes diminuição Em da as visão resultado, a não se apresentam deprimidos, porque o novo 598 Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm ambiente acentua a sensação de incompetência enfermeiros (e outros profissionais de saúde) e estão pode decorrer funcionamento uma diminuição cognitivo, do devido com muito trabalho e têm muitas solicitações. à De fato, todas as pessoas precisam de desorientação que os novos ritmos hospitalares (9) . apoio, conforto, amor e afeto, e não há Uma hospitalização reforça os sentimentos qualquer indicação de que estas necessidades negativos do idoso e tende remetê-lo para uma diminuem com a idade postura medida e diferentes medicações causaram no idoso mais passiva e regressiva. Esta que se (11-12) . Contudo, à envelhece as pessoas situação pode acentuar-se se os profissionais experienciam várias mudanças na vida, que de saúde reforçarem a ideia de que o idoso é interferem no modo como estabelecem os incompetente. A investigação tem vindo a contactos sociais. Como as redes sociais dos evidenciar que as crenças sociais sobre a idosos velhice tendem a ser negativas (tais como, pacientes caracterizando o idoso como doente, senil e enfermeiros (mais do que os pacientes mais incapaz). Estas crenças podem enviesar a novos) alguém com quem possam falar “da sua forma como é interpretado o que o idoso diz, vida”, procurando relações interpessoais de assim muitas vezes esses são são julgados amizade, afeto e empatia. tendem a ser idosos mais reduzidas, podem procurar os nos (por comparação com doentes mais novos) A relação entre enfermeiros e pacientes como tendo menos competências cognitivas, muito idosos em contexto hospitalar, ganha por relevo isso as suas desvalorizadas cognitiva e queixas atribuídas podem a ser diminuição enfermeiros . a qualidade de idosos constituem os são os profissionais mais presentes nesse contexto. O objetivo deste Neste contexto o papel do enfermeiro é para os principais utentes desse serviço de saúde e os (10) fundamental porque estudo vida, exploratório identificar melhoria da situação de saúde do doente e comportamentos promoção do envelhecimento bem sucedido. significativos (positivos e negativos) para os Os hospitais são principalmente instituições de pacientes muito idosos (75 anos ou mais) em cuidados de enfermagem profissionais de (9) que enfermeiros que são contexto de internamento hospitalar. Além , pois dispõem de enfermagem dos foi disso, prestam analisam-se os impactos desses cuidados durante as 24 horas. De igual forma, comportamentos nos pacientes. Nesta pesquisa é importante sublinhar que os idosos são adotou-se a perspectiva dos pacientes, pois pacientes que, por norma, necessitam de mais estes serviços e tempo (por comparação a pacientes necessidades mais novos), porque tendem a estar mais implicações doentes e ser dependentes e/ou lentos na poderão melhorar a vivência dos doentes; realização de actividades funcionais. Por isso, componentes que poderão ser introduzidas na necessitam de mais atenção, supervisão e formação dos enfermeiros; preocupações e cuidado, o que os pode tornar pacientes mais concepções menos adequadas dos pacientes “incômodos” idosos em relação aos enfermeiros. num contexto em que os 599 são os melhores juízes das suas (5) . Os resultados do estudo terão para identificar mudanças que Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm seus objetivos, e solicitava a autorização para a realização do estudo e do contato com o METODOLOGIA investigador. Estudo exploratório realizado com base Após a autorização, o na técnica dos incidentes críticos (TIC), que é investigador marcava uma reunião com data um fatos previamente definida. Todos os contatados (incidentes que realmente ocorreram) junto de concordaram em colaborar e responderam ao especialistas (quer sejam profissionais, quer questionário durante esse encontro. método que permite recolher sejam os principais clientes de um serviço), de A amostra compreende 30 idosos com 75 forma a aprofundar o conhecimento nessa área anos ou mais, cuja idade média é 78,9 anos (13) e melhorar o desempenho dos envolvidos (desvio-padrão: . mulheres. Um incidente é uma atividade humana 4,1%), Os níveis sendo de 63,3% escolaridade são observável, suficientemente completa em si baixos: sem frequência escolar – 46,7%; 4 para permitir inferências e predições; a maioria anos de escolaridade – 46,7%; 6 anos de dos incidentes críticos não é dramática, mas escolaridade – 6,7%. Atualmente todos estão (14) Em aposentados, críticos são anteriores as seguintes: agricultor – 63,3%; experiências do quotidiano que devem ser foco comerciante – 13,3%; operário fabril – 16,7%; acontecimentos enfermagem de reflexão da os rotina diária incidentes . (15) sendo as suas profissões costureira – 3,3%; doméstica – 3,3%. . No âmbito dos cuidados de O estado funcional dos inquiridos foi enfermagem este desenho de investigação a avaliado pela versão Portuguesa do Índice de identificação das experiências dos pacientes Barthel; os dados incidam que: 86,7% são nos a independentes; exploração de dimensões da interacção entre independentes; enfermeiros e pacientes, a identificação do dependentes; modo como os pacientes respondem à doença dependente. apresenta locais como de vantagens prestação e aos tratamentos de permitir cuidados; (15) 6,7% são 6,7% e são nenhum Sobre a moderadamente razão severamente é totalmente da internação hospitalar os dados indicam que: operação – . 63,9%; O estudo foi realizado em instituições de dor – 16,7%; acidente vascular apoio comunitário (centros de dia e serviços de cerebral (AVC) – 11,1%; crise de asma – apoio domiciliário) do município de Aveiro - 5.6%; desorientação – 2,8%. Portugal, durante o período de Janeiro a Abril Coleta de dados de 2006. Os idosos inquiridos A TIC foi realizada em contexto de foram aleatoriamente selecionados nas instituições entrevista guiada pelo seguinte convite: mencionadas, Por a partir do contato com o favor, recorde-se de uma ou mais se situações que tenham ocorrido entre você e um solicitava que indicasse idosos (75 anos ou enfermeiro, que lhe tenham ficado gravadas na mais) que tivessem sido hospitalizados. O memória, responsável pela instituição contactava esses positiva ou negativa. responsável pela instituição, ao qual idosos, apresentava-lhes também o projeto e 600 indicando se a experiência foi Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm Este “convite” era acompanhado de mais enfermeiros foram sempre bons para mim”; algumas instruções e desenvolvido através de “não tenho queixas dos enfermeiros”). As algumas questões. Solicitava-se aos sujeitos entrevistas que entrevistador relatassem um incidente recente, de foram realizadas experiente, que por um também é enfermeiro. preferência ocorrido nos últimos 6 meses, pois à medida que o tempo passa aumenta o perigo Análise dos dados de as respostas se basearem em estereótipos. O instrumento de coleta de dados incorporava, Todas as entrevistas foram transcritas e ainda, um conjunto de informação sobre o submetidas a análise de conteúdo. O processo objetivo do estudo, a natureza voluntária da compreendeu duas fases: participação e a garantia de anonimato e categorias e subcategorias confidencialidade. As questões que permitiam comportamentos e interacções dos enfermeiros desenvolver as respostas ao convite inicial com os pacientes idosos; classificação dos incluíam: ser preciso na descrição do incidente incidentes das (sub)categorias identificadas. definição de dos A primeira fase centrou-se na criação e (o que aconteceu, quem esteve envolvido, inquirido); testagem do sistema de categorização, tendo descrição do que o enfermeiro fez; identificar o sido um processo de sucessivo refinamento. incidente como positivo ou negativo. Envolveu porque foi significativo para o dois juízes independentes (um A escolha da entrevista como forma de enfermeiro e um psicólogo). Cada juiz leu coletar os dados foi feita, por permitir ao todos os incidentes e desenvolveu uma lista de entrevistador interação na comunicação não categorias e subcategorias. Depois reuniram-se verbal As para comparar e discutir as propostas, até entrevistas tiveram durações variáveis: desde chegarem a um acordo. Depois cada juiz 20 categorizou aleatoriamente 5 incidentes de e aprofundar minutos alongavam-se a 2 as horas. porque os respostas. As entrevistas idosos forma tinham a confirmar se o sistema de tendência para falar de diversos assuntos da categorização se adequava. Por fim, organizou- sua vida e não se concentrarem nas questões. se a Em relação à aplicação do instrumento as incluindo a definição e exemplos (Quadros 1 e principais dificuldades foram: tendência para 2). se referirem a um conjunto de acontecimentos, não se centrando num incidente; propensão para responder com generalidades (“os 601 lista de categorias e subcategorias, Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm Quadro 1: Categorias e subcategorias: comportamentos e interações positivas e negativas dos enfermeiros. Aveiro/ Portugal, 2006. Categorias Positivas Subcategorias Negativas Definição Exemplos Subcategorias Definição Exemplos 1. Relação com o paciente 1.1. Conversa com o paciente Passa tempo em conversas casuais com o paciente. Faz actividades 1.2. Faz companhia casuais com o paciente. 1.3. É amigável e carinhoso 1.4. Tem humor Trata o paciente com carinho, como se fossem amigos. “Eu tinha o cabelo “Falava bem comigo, sobre 1.1. Desrespeito tudo, não só da As preferências/necessidades do paciente são descuradas. doença!” longo e a enfermeira disse que tinha de cortar. Eu não queria!” “O enfermeiro vinha tomar o pequeno-almoço 1.2. Distante Não conversa, nem passa tempo com o paciente. comigo!” “Era meigo e 1.3. Agressivo amável!” Usa o humor para se “Ria comigo, eu relacionar com o dizia tolices e ele paciente. ria comigo!” “O enfermeiro perguntava como estava e ia embora! O enfermeiro é agressivo e “Resmungava muito pouco cortês. comigo!” - - - 2. Cuidados interpessoais “Estive dois dias 2.1. Preocupado Observa e monitoriza quase a morrer. A o paciente com enfermeira não regularidade. arredou o pé de Não observa o doente com 2.1. Indisponibilidade regularidade e não responde aos pedidos. “Dizia-me que tinha de esperar!” mim” 2.2. Fornece informação Dá informação “Diziam que não adequada sobre os podia comer, mas procedimentos. que o soro 602 2.2. Não dar atenção Ignora as necessidades e às queixas queixas do paciente. “Tinha dores, a enfermeira disse que passava!” Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm alimentava!” Presta cuidados prontamente e 2.3. Disponibilidade responde com gentileza aos pedidos do paciente. 2.4. Tem calma “Sempre que o chamava vinha logo e nunca - - - - - - reclamava!” Faz o trabalho com “Fazia o que era tempo para dedicar preciso com calma ao paciente. e sossego!” 3. Cuidados técnicos 3.1. Ajuda nas actividades de vida diária (AVD) Ajudar com gentileza nas diversas AVD’s. Executa as técnicas 3.2. Executa técnicas sem causar sem causar dor/desconforto desconforto físico e/ou emocional. “Cuidava bem de mim, dava-me banho, vestia-me!” “Queriam que eu 3.1. Não ajuda nas Evita ajudar nas ADL e/ou fá-lo tomasse banho AVD sem gentileza. sozinho, mas eu não conseguia!” “Davam-me as injecções com jeito 3.2. Executa técnicas para não me causando desconforto magoar!” Executa as técnicas causando “Após ter colocado a dor físico e/ou emocional (com sonda tive dores! ou sem intenção). Fiquei muito mal!” “Aquilo que eu 3.3. Promove a Deixa o paciente conseguia o independência fazer o que é capaz. enfermeiro - deixava-me fazer!” 603 - - Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm Quadro 2: Categorias e subcategorias: impactos positivos e negativos. Aveiro/Portugal, 2006. Categorias Positivas Subcategorias Negativas Definição Exemplos Subcategorias Definição Exemplos 1. Contexto (normaliza o contexto versus acentua o contexto de doença) Os pacientes sentem 1.1. Amizade e apoio que criaram laços de amizade com o enfermeiro. 1.2. Reciprocidade “Ficámos amigos, sei que posso sempre 1.1. Tristeza contar com ele!” Os pacientes ficam “Quando são bons para amigos dos nós, também somos enfermeiros. para eles!” O doente confia que “Como me tratava bem vão cuidar dele o tive a certeza que me melhor possível. ia tratar bem!” O doente sente que lhe “Não davam de comer, darão o melhor porque não podiam e tratamento possível. explicaram!” Os pacientes sentem tristeza e desânimo. - “Fiquei triste porque não acreditaram em mim!” - - 2. (Des)Confiança 2.1. Confiança 2.2. Segurança 2.3. Adesão aos O paciente colabora tratamentos nos tratamentos. 2.1. Medo 2.2. Vergonha Os pacientes sentem “Vi-me inquietado, com que os cuidados não medo de não me são adequados. curar!” Os pacientes sentemse envergonhados. “As pessoas quiseram saber o que aconteceu! Foi uma vergonha!” “Aprendia os exercícios e fazia como a - - - enfermeira me disse” 3. Estado de saúde 3.1. Melhoria O paciente sente que vai ficar melhor. “Fizeram tudo para me tratar e fui mais cedo para casa!” 604 3.1. Agravamento O paciente sente que “Não ligaram, fiquei vai ficar pior de pior e fiquei mais saúde. tempo internada!” Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm Na segunda fase, os dois comportamento juízes dos enfermeiros passa a categorizaram de modo independente cada confiar ou desconfiar dos enfermeiros e da incidente. equipa Em seguida reuniram-se para de saúde; “estado de saúde” os analisar as (dis)concordâncias, a concordância comportamentos dos enfermeiros criam no entre juízes (valor calculado pela divisão do paciente a ideia de que vai ficar melhor ou número piorar no que respeita ao seu estado de saúde. de concordâncias pelo total de concordâncias e discordâncias) foi de 62,2% RESULTADOS para os comportamentos dos enfermeiros e Foram relatados 36 incidentes pelos 30 73,4% para os impactos nos pacientes, o que representa uma boa confiabilidade discutiram os incidentes (16) pacientes idosos: 22 (61,1%) positivos e 14 . Por fim, em que (38,9%) negativos. Apenas 6 idosos relataram havia à 2 incidentes (sempre 1 positivo e 1 negativo), concordância em relação a todos os incidentes. o restante, 24 relatou 1 incidente: 8 idosos discordância e este processo conduziu interações, relataram 1 incidente negativo; 16 idosos positivas e negativas, entre enfermeiros e relataram 1 incidente positivo. Quando se pacientes idosos foram organizados em 3 comparam os pacientes que relatam incidentes categorias o positivos e negativos segundo a idade, sexo, paciente” envolve aspectos relativos à cortesia estado funcional, habilitações acadêmicas e e apoio emocional, sendo entendido pelos motivos da internação, apenas se verificam idosos diferenças em relação à idade: os inquiridos Os comportamentos (Quadro como profissão, algo mas personalidade 1): que se do e “relação não faz relaciona enfermeiro; com parte da com a mais velhos relatam mais incidentes positivos. “cuidados interpessoais”, refere-se à relação que se Comportamentos e interações positivas e estabelece através do conteúdo dos cuidados negativas dos enfermeiros Verifica-se (Quadro 3) que os incidentes que o paciente recebe; “cuidados técnicos” inclui a qualidade e competência na execução positivos se caracterizam por mais de cuidados de cariz técnico. subcategorias (22 incidentes, são classificados em 85 subcategorias, uma média de 3,9 Apesar de não ser uma questão direta, foi dos subcategorias por incidente). Os negativos comportamentos dos enfermeiros nos doentes incidem em menos categorias (média de 2 idosos hospitalizados, pois os sujeitos referiram subcategorias por incidente). As subcategorias a positivas possível forma categorizar como se os impactos sentiram. Estes foram e negativas referentes ao organizados em três categorias (Quadro 2): comportamento dos enfermeiros não diferem “contexto” indica como o paciente sentiu o segundo a idade, sexo, escolaridade e estado contexto mais funcional dos respondentes, nem segundo o normalizada ou mais centrado na doença); sexo e idade percepcionada no enfermeiro a “(des)confiança”, que o incidente se refere. hospitalar o (de paciente forma perante o 605 Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm Quadro 3: Comportamentos dos enfermeiros: (sub)categorias positivas e negativas. Aveiro/Portugal, 2006. Categorias Incidentes positivos (n=22; 61,1%) Subcategorias 1. Relação com o paciente 1.1. Conversa com o paciente 1.2. Faz companhia 1.3. É amigável e carinhoso 1.4. Tem humor 2. Cuidados interpessoais 2.1. Preocupado 2.2. Fornece informação 2.3. Disponibilidade 2.4. Tem calma 3. Cuidados técnicos 3.1. Ajuda nas AVD’s Incidentes negativos (n=14; 38,9%) Rank N % 32 37.6 1 10 45,5 4 7 31,8 11 Rank N % 11 39.3 1 1.1. Desrespeito 3 21.4 4 6 1.2. Distante 1 7.1 6 50 2 1.3. Agressivo 7 50 1 4 18,2 7 28 32.9 2 8 28.6 3 11 50 2 5 35.7 3 4 18,2 7 3 21.4 4 11 50 1 2 9,1 10 25 29.4 3 9 32.1 2 9 40,9 5 2 14.3 6 7 50 1 order 3.2. Executa as 2.1. Indisponibilidade 2.2. Não dar atenção às queixas 3.1. Não ajuda nas AVD’s order 3.2. Executa as técnicas sem causar 13 59,1 1 desconforto técnicas causando desconforto 3.3. Promove a 3 independência Total 13,6 9 85 28 “preocupado” (positiva) e “indisponibilidade” Em relação às categorias salienta-se, em (negativa). termos positivos e negativos, a “relação com o paciente”; nas positivas surge em segundo Nos lugar o “cuidado interpessoal”, enquanto nas encontrar categorias negativas essa posição é ocupada subcategorias, as mais comuns são: pelo “preocupado” e “disponibilidade” (10 “cuidado técnico”. As subcategorias incidentes a positivos combinação apresentando 1) “executar as técnicas sem causar dor e/ou “executar as técnicas” sem causar desconforto desconforto” (8 incidentes); “preocupado” e (pela positiva) e causando desconforto (pela “executar as técnicas sem causar dor” (8 negativa); 2) “amigável e carinhoso” (pela incidentes); “ajuda nas AVD’s” e “executar as positiva) técnicas sem causar dor e/ou desconforto” (8 e “agressivo” ordenação: (negativa); 3) 606 o diferentes incidentes); seguinte com possível positivas e negativas tendem a ser simétricas, a “conversa de é paciente” e Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm incidentes). Quanto aos incidentes negativos a (sub)categorias (em média cada incidente é associação de subcategorias mais comuns nos classificado incidentes é: “agressivo” e “indisponível” (4 impactos negativos são menos complexos (em incidentes). média cada incidente é classificado em 1.8 em 3,6 subcategorias); os subcategorias), conforme pode ser analisado Impactos positivos e negativos no Quadro 4. As subcategorias positivas e nos negativas dos impactos nos pacientes não pacientes idosos Os comportamentos positivos diferem segundo a idade, sexo, escolaridade e do enfermeiro associam-se a impactos positivos estado no segundo o sexo e idade percepcionada no idoso e comportamentos negativos envolvem maior número dos respondentes, nem enfermeiro a que o incidente se refere. associam-se a impactos negativos. Os impactos positivos funcional de Quadro 4: Impactos positivos e negativos dos comportamentos dos enfermeiros nos pacientes idosos internados. Aveiro/Portugal, 2006. Categorias Impactos positivos 1. Contexto Impactos negativos N % Normaliza 23 28.8 2 1.1. Amizade e apoio 15 68,2 3 8 36,4 5 Confiança 42 52.5 2.1. Confiança 19 2.2. Segurança % 6 24 3 1.1. Tristeza 6 42.9 2 1 Desconfiança 8 32 2 86,4 1 2.1. Medo 5 35.7 3 19 86,4 1 2.2. Vergonha 3 21.4 4 4 18,2 6 15 18.8 3 11 44 1 15 68,2 3 11 78.6 1 2.3. Adesão aos tratamentos 3. Estado de saúde 3.1. Melhoria Total Rank N 1.2. Reciprocidade 2. (Des)Confiança Rank Subcategorias order Acentua doença 3.1. Agravamento 80 order 25 falta de confiança e a acentuação do contexto A ordenação (rank order) das categorias de impactos positivos e negativos é diferente: de pela positiva, em primeiro lugar surge a positivas a ordenação é a seguinte: “confiança” confiança, depois a normalização do contexto e “segurança”; “amizade e apoio” e “melhoria e, por fim, a melhoria do estado de saúde; pela do negativa, subcategorias em primeiro lugar surge o doença. estado Em de relação saúde”. negativas às subcategorias Em a relação às ordenação é: “agravamento do estado de saúde” e “tristeza”. agravamento do estado de saúde, segue-se a 607 Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm de (Quadro 5), destaca-se que: i) “conversa com nos o paciente”, “preocupado”, “disponibilidade” e “confiança”, “executa as técnicas assegurando conforto” se “segurança” e “melhoria do estado de saúde” associa a “amizade”; ii) “conversa com o (18 incidentes); “confiança” e “segurança” (18 paciente”, “amizade e apoio”, “preocupado”, incidentes); “amizade e apoio”, “confiança” e “disponibilidade” “segurança” (13 incidentes); “amizade e apoio” assegurando e melhoria do estado de saúde (11 incidentes). “confiança”; iii) “conversa com o paciente”, As “amizade e apoio”, “humor”, “preocupado”, As principais subcategorias incidentes de impactos relatados principais associações positivos são: associações nos incidentes “disponibilidade” estado de saúde” (4 incidentes); “medo” e assegurando “agravamento “segurança”; estado de saúde” (4 “executa conforto” negativos são: “tristeza” e “agravamento do do e e se “executa conforto” se iv) as técnicas associa as a técnicas associa a “preocupado”, “disponibilidade”, “ajuda nas AVD’s” e “executa incidentes). as técnicas assegurando conforto” se associa a Comportamentos e interacções “melhoria do estado de saúde”. dos enfermeiros e impactos Em seguida analisam-se as principais commonalities entre comportamentos positivos e impactos positivos nos pacientes idosos 608 Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm Quadro 5: Relação entre comportamentos positivos dos enfermeiros e impactos positivos nos idosos Amizade Reciprocidade Confiança Segurança Adesão Melhoria de saúde N % N % N % N % N % N % 9 40,9 5 22,7 10 45,5 9 40,9 1 4,5 6 27,3 1.2. Faz companhia 5 22,7 4 18,2 6 27,3 7 31,8 1 4,5 4 18,2 1.3. Amigável e carinhoso 8 36,4 4 18,2 10 45,5 10 45,5 1 4,5 7 31,8 1.4. Tem humor 4 18,2 2 9,1 4 18,2 9 40,9 1 4,5 4 18,2 2.1. Preocupado 9 40,9 3 13,6 10 45,5 9 40,9 1 4,5 10 45,5 2.2. Fornece informação 4 18,2 2 9,1 4 18,2 4 18,2 2 9,1 4 18,2 2.3. Disponibilidade 9 40,9 4 18,2 10 45,5 9 40,9 1 4,5 9 40,9 2.4. Tem calma 2 9,1 1 4,5 2 9,1 2 9,1 1 4,5 1 4,5 6 27,3 2 9,1 8 36,4 7 31,8 1 4,5 9 40,9 11 50 5 22,7 12 54,5 11 50 2 9,1 9 40,9 13,6 3 1. Relação com o paciente 1.1. Conversa com o paciente 2. Cuidados interpessoais 3. Cuidados técnicos 3.1. Ajuda nas AVD’s 3.2. Executa as técnicas sem causar desconforto 3.3. Promove a 3 13,6 2 9,1 3 13,6 0 3 13,6 independência causando desconforto” associa-se a “tristeza”, No Quadro 6 observar-se as principais comunalidades entre “medo” comportamentos e negativos e impactos negativos nos pacientes “agressivo” idosos, saúde”. que são: i) “executa as técnicas 609 “pior estado associa-se a de saúde”; ii) “pior estado de Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm Quadro 6: Comportamentos negativos dos enfermeiros e impactos negativos nos idosos Categorias e subcategorias Tristeza Medo N % N 1.1. Desrespeito 2 14,3 1.2. Distante 1 1.3. Agressivo Vergonha % Pior saúde N % N % 0 2 14,3 1 7,1 7,1 0 1 7,1 1 7,1 2 14,3 1 7,1 2 14,3 5 35,7 2.1. Indisponibilidade 1 7,1 1 7,1 1 7,1 3 21,4 2.2. Não dar atenção às queixas 1 7,1 1 7,1 0 3 21,4 2 14,3 1 7,1 0 2 14,3 4 28,6 4 28,6 1 7 50 1. Relação com o paciente 2. Cuidados interpessoais 3. Cuidados técnicos 3.1. Não ajuda nas AVD’s 3.2. Executa as técnicas causando desconforto com DISCUSSÃO Comportamentos positivos e o paciente 7,1 (e família) que envolve cortesia, compreensão e privacidade. Bottorff e negativos Morse dos enfermeiros Todos os participantes neste estudo são (17) tarefas numa análise mais descritiva das executadas pelos enfermeiros muito idosos (75 anos ou mais), mesmo assim apresentam verifica-se que, à medida que a idade aumenta comportamentos: i) fazer tarefas que excluem a incidentes o paciente; ii) fazer com, de modo a envolver o positivos, o que é consistente com outros paciente nos cuidados; iii) fazer para, inclui tendência é de relatar mais (8) estudos quatro comportamentos . Além disso, a investigação indica categorias centrados na de companhia que os pacientes que têm melhor estado de social e relação afectiva com o paciente; iv) saúde fazer mais, refere-se a prestar os cuidados ao tendem a centrar-se positivos dos cuidados em aspectos (8) paciente, . Os sujeitos da mantendo um diálogo e apoio amostra, apesar de muito idosos, apresentam- intensos. As duas primeiras categorias de se independentes e recuperaram da situação comportamentos são instrumentais, a terceira de internação, talvez por isso os incidentes é afectiva e o quarta engloba elementos positivos sejam mais evidenciados por eles. instrumentais Além disso, os mais idosos tendem a não apresentamos, questionar o poder dos profissionais de saúde e coincidem serem obedientes, por terem menos propensão comportamentos (não surge o componente para questionar os seus comportamentos e fazer tarefas, uma vez que excluiu o paciente): decisões (10) e com afetivos. as No categorias esta estudo que emergentes categorização de fazer com aproxima-se de “cuidados técnicos”; . são fazer para é próximo de “relação com o baseados em torno de dois componentes: os paciente”; e, fazer mais relaciona-se com os cuidados técnicos que envolvem conhecimento, “cuidados interpessoais”: Os cuidados de enfermagem juízo e competências de execução; e a relação 610 Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm sinta; deve indicar ao paciente que expresse o A relação com o paciente é a categoria de comportamentos mais referida pela positiva e que sente, negativa, indicando que os idosos colocam negligenciar. ouvir as queixas, sem as interacção Contudo, os incidentes positivos relatados afetiva. Este pode ser um dos problemas na pelos pacientes idosos hospitalizados não se relação entre idosos e enfermeiros, pois pode associam fazer colidir duas necessidades diferentes: o conjugação de vários, salientando-se que a doente idoso, com privação de contato social, execução das técnicas sem causar desconforto quer interação social; o enfermeiro precisa ver- aparece associado a preocupação, ajuda nas se livre por acúmulo de afazeres com outros AVD’s (Actividades de Vida Diária) e conversa como necessidade pacientes primordial a (10) a um comportamento, mas à com os pacientes. . Os cuidados interpessoais emergem pela Os incidentes negativos tendem a surgir positiva como mais relevantes que os cuidados combinando menos comportamentos que os técnicos, enquanto pela negativa ocorre o positivos. oposto. cuidados técnicos prestados de modo a causar Quando os cuidados técnicos são Os dados se os desconforto desconforto físico e/ou psicológico tal é vivido avaliação negativa pelos pacientes idosos. É, de modo negativo pelos pacientes, mas quando ainda, os idosos técnicos são prestados com possível ser que prestados de forma que causam alguma dor ou cuidados podem sugerem determinantes verificar hospitalizados que os da pacientes relatam incidentes conforto tornam-se menos relevantes para o negativos que associam a agressividade e paciente que passa a salientar os cuidados indisponibilidade dos enfermeiros. Os incidentes positivos são caracterizados interpessoais. nas por mais subcategorias do que os negativos. subcategorias, isto é, em comportamentos (e Provavelmente, quando um comportamento ou não comportamentos), interacção positiva ocorre, gera-se um clima verifica-se que o mais valorizado, pela positiva agradável e, por isso, outros comportamentos e negativa, pelos pacientes idosos é relativo à dos enfermeiros são mais valorizados pela execução das técnicas (categoria “cuidados positiva técnicos”): causando ou não desconforto/dor. comportamento mais negativo tenderá a ser Os procedimentos técnicos são os atos vividos desvalorizado). com mais ansiedade pelos pacientes idosos caracterizam-se hospitalizados, pois ao poder causar dor física subcategorias, e ocorre cria-se um contexto de distância. Quando nas nos categorias psicológica, centramos de acabam por determinar a As vivência que o doente tem da hospitalização e (e, provavelmente, Os por incidentes negativos envolverem provavelmente associações algum de menos quando subcategorias tal nos a percepção que tem do seu estado de saúde. incidentes positivos indicam que um evento é Por essa razão os enfermeiros devem prestar positivo substancial atenção a estes procedimentos preocupado evitando causar dor e explicando ao paciente o paciente tocou a campainha, o enfermeiro veio que vai acontecer e o que é esperado que ele imediatamente, perguntou o que se passava e 611 quando e o enfermeiro disponível (por se mostra exemplo, o Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm se o paciente se sente bem); o enfermeiro Comportamentos e impactos conversa com o paciente e executa as técnicas sem causar dor (por exemplo, Os enquanto principais impactos pacientes administra uma terapia intravenosa preocupa- idosos se vai comportamentos dos enfermeiros, centram-se o na melhoria/agravamento do estado de saúde enfermeiro executa as técnicas sem causar dor (Figura 1). Destaque-se que a percepção de e ajuda nas AVD (por exemplo, faz algumas melhoria do estado de saúde se associa a mobilizações ou hidratações e ajuda o paciente comportamentos a ir à casa de banho). As associações de caracterizados subcategorias nos incidentes negativos indicam disponibilidade, amizade, suporte e execução que das em não conversando um causar sobre evento desconforto assuntos é e casuais); negativo quando: o hospitalizados, nos associados dos enfermeiros por técnicas aos preocupação, assegurando conforto. enfermeiro é agressivo e indisponível, por Paralelamente, o agravamento do estado de exemplo, o paciente toca à campainha, ele saúde associa-se a três comportamentos dos demora, pergunta de modo indelicado o que se enfermeiros: passa e demora a responder às necessidades desconforto, agressividade e indisponibilidade. executar técnicas causando do paciente. Impactos positivos nos pacientes idosos hospitalizados Comportamentos positivos dos enfermeiros Executa as técnicas sem causar desconforto Amigável e carinhoso Disponibilidade Preocupado Amizade Confiança Segurança Melhoria do estado de saúde Confiança Segurança Comportamentos negativos dos enfermeiros Impactos negativos nos pacientes idosos hospitalizados Executa as técnicas causando desconforto Tristeza Agravamento do estado de saúde Agressivo Indisponibilidade Agravamento do estado de saúde Figura 1: Principais comportamentos dos enfermeiros e seus impactos nos doentes idosos internados: positivos e negativos. Aveiro/Portugal, 2006. O mais determinante para que enfermeiros as se mostram disponíveis e idosos preocupados. Estes comportamentos têm como sejam impacto que os pacientes se sintam confiantes, positiva é executar as técnicas sem causar dor, seguros, acreditam que o seu estado de saúde num clima amistoso e suportivo, em que os vai melhorar e que estabeleçam uma relação experiências hospitalizados dos com pacientes os enfermeiros 612 Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm de amizade com os enfermeiros. A experiência Assim, a melhoria da vivência dos doentes é negativa quando os enfermeiros executam as idosos exige cuidados técnicos prestados com técnicas causado dor e/ou desconforto, são carinho, agressivos preocupação e disponibilidade. Esse é aspecto e estão indisponíveis. Nestas numa relação pois interpessoal permite que os de circunstâncias os doentes percepcionam que o fundamental idosos seu estado de saúde se vai agravar e ficam sintam-se num clima de amizade, confiança e tristes. segurança, acreditando na melhoria do seu estado de saúde. A percepção de melhoria do Implicações do estudo estado de saúde é muito Melhorar a vivência dos doentes pacientes idosos, pois os problemas normativos à que normal, envolve que as pessoas idosas se negativas em confrontem com diversos problemas, tais como tendem a desenvolver a idéia de que todo a deterioração física (por exemplo, diminuição idoso é doente, dependente e incapaz. Assim, das capacidades motoras) e psicológica (por para além do conforto fundamental durante a exemplo, decorrente da perda de amigos ou de hospitalização, estes comportamentos tornam- estatuto social) necessitando de reajustamento se fundamentais para a promoção de um nos padrões de vida. De qualquer forma, a envelhecimento bem sucedido, pois se o idoso população idosa é muito heterogênea: alguns acreditar que vai ficar bem, sentir-se-á mais idosos do capaz de continuar ativo. Ao contrário, pode envelhecimento, enquanto outros assumem os sentir que a sua saúde se vai agravar poderá estereótipos e as características que acreditam entregar-se a uma postura de inatividade, serem típicas do seu grupo etário; alguns vêem aceitando os estereótipos negativos. tentam camuflar os efeitos Os o envelhecimento negativamente, enquanto (10) e as relação ao comportamentos atitudes nos associados O processo de envelhecimento, mesmo idade relevante sociais envelhecimento negativos dos . enfermeiros (principalmente, a execução das Os enfermeiros precisam estar atentos a todas técnicas causando dor) têm como impacto nos as peculiaridades do padrão de comunicação idosos com diferentes tipos de pessoas, para que desenvolvimento de estados depressivos. A possa depressão constitui um dos mais importantes outros associam à evolução normal da vida atingir um conjunto de objetivos a tristeza, o que pode levar ao instrumentais e afetivos, tais como: construir problemas uma síndrome psiquiátrica mais prevalente nessa boa relação interpessoal; avaliar a de saúde na velhice, sendo a (18) natureza dos problemas percebidos; negociar e população: a OMS tomar idosos sofra de depressão. Embora não se decisões acerca dos objetivos de estima que 1 em cada 10 enfermagem; providenciar cuidados físicos; ser possa empático. enfermeiros são a experiência da doença Durante a internação hospitalar os idosos dizer que os comportamentos causa (pois e da a dos própria fragilidade ficam especialmente frágeis e tensos, perante contribuem), o comportamento do enfermeiro a doença e o medo das suas consequências, pode atenuar essa tendência. principalmente, morte e dependência física. 613 Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm os idosos. Em Portugal há pouca oferta de Quando os enfermeiros se dedicam a pacientes específicos podem diminuir formação a gerontologia sensação de isolamento do paciente e muitas vezes tornam-se amigos especializada (9) para em geriatria enfermeiros, e/ou apesar da maioria destes profissionais prestar cuidados a . Apesar de em Portugal os cuidados serem individualizados, idosos em é situação é mais preocupante tendo em conta a totalmente possível, pela falta de número generalização de atitudes de discriminação das suficiente de enfermeiros. Assim, em alguns pessoas idosas, quase sempre associadas à casos, pouca alguns hospitais parte desenvolvidos isso dos por ainda não tratamentos tarefa, ou são seja, no seu informação envelhecimento um enfermeiro não tem como atribuição cuidar de trabalho Os quotidiano. sobre o Esta processo de (19) . dados gerados por este estudo um doente, mas realizar a um determinado sugerem que na formação dos enfermeiros número seria importante enfatizar a relação que existe de os doentes uma tarefa (por exemplo, administrar a medicação ou cuidar da entre higiene pessoal). consequências/impactos os seus hospitalizados. Formação dos enfermeiros algumas e nos Deve-se as idosos realçar que os pacientes idosos não eram solicitados a referir A relação entre enfermeiros e idosos possui comportamentos mas sempre o fizeram nos relatos. Ou seja, a formação em enfermagem exemplo, baixo nível interacional se comparado deve mostrar a relação entre as ações do com outros grupos etários, preferência por enfermeiro e as suas consequências, não só interação com pacientes idosos lúcidos do que porque isso é muito relevante, mas também, com menos porque os idosos estão muito atentos a esta fisicamente ligação. “Dar voz” aos pacientes pode ser uma dependentes e uma tendência em tratá-los forma eficaz de compreender o componente como relacional interação e/ou com bebês adequada enfermeiros desorientados; pacientes usando a adultos. linguagem pouco Geralmente, O pensamento crítico nos enfermeiros, reconhecido como uma plano fundamental na interação psicossocial, apesar de afirmarem enriquecido através que esta é muito importante aos pacientes reconhecimento idosos. atitudes, valores e comportamentos e impacto Os para pacientes aos enfermagem. forma relegando prioridade os da cuidados físicos, dão como impactos, por confusos especificidades os segundo socialmente a mais competentes atraem mais a interação dos de desenvolvimento dos nos cuidados ao idoso profissional formação, da ligação enfermeiros pode ser entre de e o suas (20) . enfermeiros e o toque é predominantemente instrumental, sendo o toque expressivo muito raro Preocupações e concepções desadequadas dos (10) idosos . Através destes dados torna-se claro que Os doentes idosos indicam um frágil o enfermeiro necessita de formação e educação conhecimento das funções do enfermeiro, pois para compreender melhor o envelhecimento e tendem a considerar que o estabelecimento de 614 Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm relações de amizade e suporte vão além da atitudes dos enfermeiros, por exemplo: “o obrigação do profissional. Por um lado, isto enfermeiro causou-me dores, mas foi sem revela intenção”; “tinham relação aos seus direitos, o que indicar, que atender por mesmo conhecendo o papel do enfermeiro, a disponíveis quando precisava”; “andavam a relação de amizade e proximidade se torna de resmungar tal também sobrava para nós”. o desconhecimento modo natural classificá-la como incidentes que dos “não é profissional. positivos idosos em possível” Perante diversos e uns muitas isso não com os pessoas estavam outros para sempre e depois os CONCLUSÕES sujeitos meus Para as pessoas muito idosas, assim amigos”; “o enfermeiro é bom”; “não tenho como para a maioria das pessoas de qualquer queixas enfermeiro”. idade, os comportamentos dos enfermeiros na a prestação prestação de cuidados são tão importantes profissional de um serviço, o idoso precisa de como o tratamento. Os idosos hospitalizados alguém que não se comporte num contexto de apreciam de modo positivo os comportamentos “amizade “amizade dos enfermeiros que garantem a execução de natural”, tal como ocorre nas redes mais técnicas sem causar desconforto, num contexto habituais de suporte (amigos, família). Estas de circunstâncias ajudam a tornar o ambiente preocupação. Estas circunstâncias ajudam o hospitalar menos centrado na doença e mais paciente “normal”, apesar da preocupação com o estado principalmente, a acreditar que o seu estado de saúde e manutenção do conforto. de saúde vai melhorar. Paralelamente, os comentaram: “os enfermeiros de Provavelmente, nenhum mais do profissional”, que mas são de amabilidade, a idosos Essencialmente, os idosos hospitalizados carinho, sentir-se consideram disponibilidade confiante, seguro negativos e e, os estão preocupados com a evolução do seu comportamentos dos enfermeiros associados à estado execução de saúde (melhoria versus de técnicas causando dor e/ou agravamento) e os comportamentos que os desconforto, principalmente se desenvolvidos enfermeiros estabelecem têm impacto no fato num destes acreditarem que vão melhorar ou não. indisponibilidade. Nestas condições os idosos Assim, os idosos precisam de enfermeiros hospitalizados tendem a sentir-se tristes e a amistosos, preocupados e disponíveis. A dor desacreditar na melhoria do seu estado de e/ou saúde. desconforto físico ou emocional contexto Este decorrente da execução de técnicas tem forte de estudo agressividade apresenta e diversas impacto na percepção que o idoso tem da limitações, nomeadamente, seria importante evolução conhecer da sua saúde, podendo ser melhor as circunstâncias que amenizado se o enfermeiro falar com o doente envolveram a internação do idoso, tais como e/ou explicar o que se passa. sua compreendendo prévias, muitas vezes estiveram internados. Os dados poderiam ser desculpando algumas mais ricos se a cada idoso se pedisse que crítico, e experiências conhecimento da unidade de saúde em que Além disso, os pacientes idosos revelam pensamento duração, 615 Carvalhais M, Sousa L. Comportamentos dos enfermeiros e impacto em doentes idosos em situação de internamento hospitalar. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2007 Set-Dez; 9(3): 596-616. Available from: URL: http://www.fen.ufg.br/revista/v9/n3/v9n3a04.htm relatasse pelo menos um incidente positivo e Journal of Advanced Nursing. 25(5):915-933. 1997. 11. Moore J, Gilbert D. Elderly residents: perceptions of nurses’ comforting touch. Journal of Gerontological Nursing.21(1):6-13. 1995. 12. Benincá C, Fernandez M, Grumann C. Cuidado e morte do idoso no hospital – vivência da equipe de enfermagem. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano. Jan/Jun, 17-29, 2005. 13. Kemppainen J. The critical incident technique and nursing care quality research. Journal of Advanced Nursing.32(5):33-45, 2000. 14. Flanagan J. The critical incident technique. Psychological Bulletin.51(4) :327-355. 1954. 15. Francis D. Reconstructing the meaning given to critical incidents in nurse education. Nursing Education in Practice.4(4):244-249. 2004. 16. Miles M, Huberman A. Qualitative data analysis. Beverly Hill: SAGE, 1984. 17. Bottorff J, Morse J. 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Para além disso será relevante conhecer a perspectiva dos enfermeiros sobre os pacientes idosos hospitalizados, pois constitui a outra parte desta interação. REFERÊNCIAS 1. Rubin B. What patients remember: a content analysis of critical incidents in health care. Health Communication. 5(2):99–112. 1993. 2. Ebersole P. Nurses improve hospital care of the elderly. Geriatric Nursing. 23(3):116. 2002. 3. Roowe J, kahn R. Successful aging. New York: Pantheon Books, 2002. 4. Henderson V. The nursing process: is the title right? Journal of Advanced Nursing.7: 103109. 1982. 5. Johansson P, Oléni M, Fridlund B. Nurses’ assessments and patients’ perceptions: development of the night nursing care instrument (NNCI), measuring nursing care at night. International Journal of Nursing Studies. 42(5):569-578. 2004. 6. Ramroth H, Specht-Leible N, Brenner H. Hospitalization before and after nursing home admission: a retrospective cohort study from Germany. Age and Ageing. 34(3):291-294. 2005. 7. 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