5. resultados e discussão - FACUAL

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ÍNDICE
TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO: ...................................................................................... 2
Depósitos de pulverização com diferentes pontas e padrões de gotas em aplicações
tardias na cultura do algodão ............................................................................................. 2
1. RESUMO .......................................................................................................................... 2
2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3
3. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 4
4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 8
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 10
6. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 20
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 21
MATOLOGIA: .................................................................................................................... 23
Matointerferência e efeito de herbicidas sobre a cultura de algodão. ............................. 23
1. RESUMO ........................................................................................................................ 23
2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 24
3. REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 25
3.1. Matointerferência...................................................................................................... 25
3.2 Seletividade de herbicidas ......................................................................................... 27
4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 30
4.1. Experimento 1: matointerferência ............................................................................ 30
Períodos de interferência ............................................................................................. 31
4.2. Experimento 2 – Seletividade de herbicidas............................................................. 32
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 34
6. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 43
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 44
2
TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO:
Depósitos de pulverização com diferentes pontas e padrões de gotas em aplicações
tardias na cultura do algodão
1. RESUMO
Com o objetivo de avaliar quantitativamente e qualitativamente a
deposição obtida na pulverização em plantas de algodão e a eficiência da pulverização com
diferentes padrões e gotas sob condições adversas de temperatura e umidade realizou-se
um experimento para determinação dos volumes de depósitos de pulverização em algodão
no final de ciclo. A pulverização foi realizada com pulverizador automotriz da marca
JACTO, modelo UNIPORT equipado com as pontas JA3 (cone vazio), AD-IA/D
11003(jato plano duplo), AD-IA 11003 (jato plano) que na pressão trabalhada
proporcionaram um volume de aplicação de 150 L ha-1 e a ponta AD-IA 11004 (jato plano)
que na mesma pressão proporcionou um volume aplicado de 200 L ha-1. Para determinação
dos volumes depositados nas folhas coletadas do terço superior, médio e inferior das
plantas de algodão, utilizou-se o corante alimentício azul brilhante (FD&C 1) adicionado à
calda de pulverização na concentração de 0,179 %. As folhas coletadas foram lavadas com
20 ml de água deionizada e o volume recuperado foi analisado em espectrofotômetro. Os
resultados obtidos foram submetidos à análise de regressão pelo modelo de Gompertz para
comparação entre os tratamentos. A ponta AD-IA 11003 proporcionou os maiores volumes
de depósito nas diferentes posições da planta e a eficiência da aplicação foi de 27,45;
35,08; 47,60 e 39,25 % para as pontas JA3, AD-IA/D 11003, AD-IA 11003 e AD-IA
11004, respectivamente.
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2. INTRODUÇÃO
A cultura do algodão é, atualmente, uma das mais importantes do mundo
pela ampla utilização nos diversos seguimentos e setores agro-alimentícios e industriais.
Entre os países produtores, o Brasil vêm-se destacando pelo aumento de sua produção,
devido, entre outros fatores, à abertura de mercado, que possibilitou a introdução de novas
máquinas de plantio e colheita, ampliando desta forma a área cultivada, principalmente no
centro-oeste brasileiro. Sendo o algodão uma cultura susceptível a uma grande quantidade
de pragas e doenças, o aumento da área cultivada traz maior necessidade de monitoramento
do controle fitossanitário. Em lavouras tecnificadas, sabe-se que 20% do total das despesas
diretas são destinadas à defesa fitossanitária. Salientando-se, que as pragas, quando não
controladas a tempo, podem acarretar prejuízos de até 80% da produção, é fácil
compreender que o correto emprego de produtos fitossanitários resultará sempre em saldo
positivo em benefício do agricultor.
Nos diferentes estádios de desenvolvimento a cultura do algodão está
sujeita a interferências por plantas daninhas, e diferentes pragas e doenças. Estas, em
épocas definidas ou não, sempre causam prejuízos à cultura durante todo o ciclo. Por
exemplo, o pulgão (vetor de viroses) e Spodoptera frugiperda ou em épocas específicas,
como a lagarta da maça e rosada, durante o estádio de frutificação.
Outros problemas relacionados a tratamentos fitossanitários nessa cultura
e a sua morfologia. Após o crescimento da planta com a ocupação do espaço da entrelinha
ocorre uma dificuldade maior na penetração do produto aplicado nas regiões inferiores das
plantas, além do uso inadequado dos equipamentos de pulverização disponível, associado
ao volume de aplicação, padrão de gotas proporcionado pelas pontas, condições
meteorológicas, obtendo-se muitas vezes, controle insatisfatório das mesmas.
Desta forma, os objetivos deste trabalho
foram para avaliar
quantitativamente e qualitativamente a deposição obtida na pulverização em plantas de
algodão e a eficiência da pulverização com diferentes padrões e gotas sob condições
adversas de temperatura e umidade.
4
3. REVISÃO DE LITERATURA
O produto fitossanitário deve exercer a sua ação sobre um determinado
organismo, portanto é necessário que o alvo seja atingido. Qualquer quantidade de produto
químico (ou agente de outra natureza) que não atinja o alvo não terá qualquer eficácia e
estará representado como uma forma de perda (Matuo, 1998).
A deposição de produtos aplicados sobre plantas daninhas normalmente
se apresenta de forma irregular e entre os fatores que afetam a aplicação eficiente de
defensivos agrícolas por pulverizadores equipados com barras horizontais é a manutenção
da barra em uma altura constante do solo durante a pulverização (Fedrizzi et al., 1995).
Kaul et al. (1996), relatou que a deposição e perdas do produto são influenciadas pela
velocidade de vento, altura de barra (distância do alvo), espectro ou tamanho de gota,
evaporação, largura de trabalho, velocidade de deslocamento do trator, altura da cultura e
condições climáticas.
O sucesso de um programa de tratamento fitossanitário, na agricultura,
depende fundamentalmente da utilização de produto de eficiência comprovada e de uma
tecnologia desenvolvida para sua aplicação, ficando ainda condicionada ao momento de
sua realização e à influência de fatores meteorológicos, biológicos e agronômicos
incontroláveis (Ozeki & Kunz, 1998). São quatro os pontos a serem considerados, como
fundamentais, para se obter pleno êxito na preservação das colheitas, anulando-se a
competição por parte das plantas invasoras: “timing” (ou momento oportuno), cobertura,
dose correta e segurança (Ozeki & Kunz, 1998).
Um dos fatores mais importantes na análise de barras de pulverização
está ligado a altura de trabalho entre a ponta e o alvo. Esse fator sofre grande influência à
medida que a barra tem sido aumentada (oscilações verticais) com a finalidade de aumentar
a capacidade de campo operacional . Nesse caso, nessas máquinas, é necessário conter
sistemas de auto-equilíbrio (trapézio com par de links em "A" ou "V", suspensão com pivô
horizontal, entre outros) bem como sistema de molas e amortecedores próprios para
amenizar esses movimentos em função do comprimento das barras e da topografia do
terreno. É comum encontrarmos nos campos, grandes falhas de aplicações por falta de
conhecimento adequado do funcionamento dessas estruturas (suspensão com pivô central
travado) e por falta de investimentos e manutenção das mesmas. Atualmente, existem
sistemas de suspensão ativas que utilizam sensores com ultra-som, ligados a cilindros
5
hidráulicos, que ajustam a altura de barra, garantindo assim melhor uniformidade no
campo.
O efeito da altura de barra pode influenciar na qualidade de distribuição
da pulverização, sendo o fator mais visível aos olhos dos produtores e operadores. Porém,
para os técnicos, o movimento horizontal da barra deve ser analisado com muito critério, já
que em alguns momentos, a ponta da barra pode ter velocidade zero causando acúmulo na
quantidade de produto aplicada e, no momento seguinte, uma velocidade maior do que a do
pulverizador, acarretando uma distribuição menos concentrada que a esperada na
calibração do equipamento. Barras maiores são normalmente travadas por um sistema de
"mão francesa" ou tirantes que garantem que não ocorra movimento horizontal exagerado
(Pío, 1997).
Nordby & Skuterud (1974) ao estudar os efeitos da altura de barra,
pressão de trabalho e velocidade do vento sobre a deriva observaram que sob condições
ideais, e com equipamento de pulverização corretamente ajustado, o total de deriva era de
1,4% de volume de calda aplicado e sob condições desfavoráveis, e com ajustes errados do
pulverizador (altura de barra e pressão) a deriva foi de 37%. Os autores concluíram que as
pulverizações no campo não deveriam ser realizadas em velocidades de vento a mais de 3
m s-1, a altura de barra deveria ser aproximadamente 40 cm e a pressão de trabalho não
deveria exceder 2,5 bar.
O comportamento dinâmico do sistema global da pulverização é
composto pelas características do bico de pulverização, dinâmica dos pulverizadores de
barra e dinâmica do sistema trator e pulverizador (Iyer & Wills, 1978)
As distribuições da pulverização obtidas com um pulverizador de barra
podem ser severamente perturbadas por vibrações da barra (Ramon & Langenakens, 1996),
quando investigaram três adaptações simples para determinar a influência do movimento
na distribuição da calda. Além da possibilidade de aumentar a altura da barra e diminuir a
distância entre os bicos, foi mostrado para isto que bicos montando a um ótimo ângulo de
torção reduziram o efeito negativo de vibrações de barras na distribuição da calda
depositada. Tomazela (1997), utilizando bicos de pulverização de jato plano, observou que
o posicionamento dos bicos de pulverização a 15° e 30° contra e a favor da movimentação
do veículo, aumentou o deposito de calda nas plantas de Brachiaria plantaginea.
Desta forma, a manutenção dos pulverizadores, a regulagem dos
equipamentos, mantendo a pressão de acordo com as especificações das pontas utilizadas,
6
e permitindo-se pequenas alterações no ângulo das pontas na execução das aplicações é
possível melhorar a deposição e reduzir perdas na utilização de equipamentos
convencionais. A utilização de recursos adicionais como a utilização de pulverizadores
com assistência a ar ou sistemas de pulverização eletrostática, embora sujeitos aos mesmos
fatores inerentes às pulverizações de modo geral otimizam os depósitos em alvos
biológicos e conseqüentemente, reduzem as perdas.
Para avaliação do depósito de calda de pulverização, há diversas opções
de metodologia: através da utilização de alvos artificiais (tiras de papel, lâminas de vidro),
colocados próximos as alvos reais (folhas, caules,
solo, etc.); papéis sensíveis, que
mostram as gotas apenas em função da sensibilidade à umidade, utilização de corantes
especiais, como fluorescentes (sensíveis sob luz ultra-violeta) e uso da condutividade
elétrica para determinação de concentrações de defensivos agrícolas, técnica esta que
permite a utilização de alvos reais (Tomazela, 1997).
Yates & Akesson (1963) ao testar traçantes fluorescentes em análises
quantitativas, definiram que soluções traçadoras devem ser sensíveis a detecção,
possibilitar o uso em análise quantitativa com rapidez, ser solúveis quando misturados à
calda, com efeito físico mínimo na pulverização e a menor evaporação das gotas, ter
propriedades distintas para se diferenciar de outras substâncias, ser estável, atóxica e de
baixo custo.
Palladini (2000), ao estudar a viabilidade de vários traçantes em estudos
de deposição, concluiu que a mistura do pigmento Saturn Yellow suspenso em
lignosulfonatos com o corante Azul Brilhante proporcionou uma solução traçadora
adequada para avaliações qualitativas e quantitativas dos depósitos obtidos nas
pulverizações no campo, com a vantagem de ser estável à luz solar, de não ser absorvida
pelas folhas e de manter a solução na mesma tensão da água, possibilitando reduções aos
níveis proporcionados pelas diferentes concentrações dos produtos ou de acordo com a
necessidade do trabalho.
Bauer & Raetano (2000), estudaram a influência da assistência de ar na
deposição e perdas em pulverizações na cultura da soja utilizando traçantes minerais para
determinação dos depósitos concluiu que a assistência de ar junto à barra de pulverização
promoveu significativo aumento da deposição nas porções médias e, principalmente,
inferior das plantas de soja, redução significativa da deriva em relação ao equipamento sem
assistência de ar e as perdas para o solo foram maiores sem o uso de assistência de ar.
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Souza et al. (2000a) utilizou a metodologia descrita por Palladini (2000)
para determinar os depósitos pontuais de calda de pulverização em Acanthospermum sp
aplicados em pós-emergência na cultura da soja e verificou alta variabilidade dos
depósitos. Na mesma linha de pesquisa Souza et al. (2000b), estudaram a deposição de
calda de pulverização em reboleira de tiririca, observando também, alta variabilidade dos
depósitos, entretanto, nestes trabalhos não houve estudo sobres as limitações ou parâmetros
para utilização de alvos naturais em trabalhos para determinação dos depósitos unitários ou
pontuais em estudos comparativos de máquinas.
Tofoli (2001) estudou o efeito do tamanho de alvos artificiais e condições
operacionais sobre a uniformidade de deposição de pulverizações em pré-emergência com
diferentes traçantes minerais, concluiu que o estudo da distribuição dos depósitos pontuais
é fundamental para avaliação da qualidade da pulverização em pré-emergência e a
irregularidade de depósitos proveniente da pulverização, pode levar a necessidade de
aumentos na dose aplicada, que podem variar de 1,2 a 5,8 vezes da dose, para manter a
mesma porcentagem de controle, dependendo da ponta utilizada e do tamanho de alvo.
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4. MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização da pulverização foi utilizado o pulverizador automotriz,
Modelo Uniport 2000, marca Jacto, com as seguintes características: tanque de 2000 litros,
de fibra de vidro, bomba de 150 L min-1, barras de 21 metros com acionamento hidráulico,
com 43 porta bicos Bijet com válvula antigotejo e os tipos de pontas, marca, tipo de jato,
volume de calda, conforme Tabela 1.
Tabela 1. Tipos de pontas, marca, tipo de jato e volume de aplicação, utilizados nos
tratamentos.
Tratamento
Tipo de ponta
Marca
Tipo de Jato
Volume de
aplicação (l/ha)
1
JA-3
Jacto
Cone vazio
150
2
AD-IA/D 11003
Magno
Leque Duplo
150
3
AD-IA 11003
Magno
Leque
150
4
AD-IA 11004
Magno
Leque
200
A solução traçadora aplicada à calda foi constituída do corante Azul
Brilhante (FD&C 1) a 0,179% e o pigmento fluorescente Saturn Yellow, também a 0,179%
solubilizado com Vixilperse a 0,015%, conforme metodologia descrita por Palladini
(2000).
No momento da aplicação a temperatura estava em 31 °C, umidade
relativa de 33% e velocidade do vento a 7 km h-1.
Alvos
Os alvos naturais foram constituídos de folhas de algodão coletadas
aleatoriamente em três níveis das plantas (terço superior, médio e inferior) com 100
repetições, por tratamento.
Coleta dos alvos, lavagem e preparo das amostras
Após a aplicação, as
folhas
foram
coletadas
e armazenadas
individualmente, em sacos plásticos. Em seguida as amostras foram transportadas para o
laboratório, para a remoção do depósito com 20 ml de água deionizada A solução da
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lavagem foi armazenada em recipientes de vidro âmbar, para posteriormente determinar
quantitativamente o depósito do traçante. As amostras foram selecionadas no laboratório
para que os diferentes tratamentos apresentassem ao mesmo intervalo de área foliar
segundo metodologia preconizada por Souza, 2002.
Leitura das Amostras e análise dos dados
A determinação da quantidade do traçador depositada, em cada amostra,
foi realizada com espectrofotômetro cujos resultados em absorbância no comprimento de
onda a 630 nm para o azul brilhante. O dados foram transformados em mg L-1 de acordo
com coeficiente angular da curva padrão.
As concentrações em mg L-1 foram transformadas em volume.
Os valores dos depósitos em porcentagem foram ajustados pelo
modelo de Gompertz:
( - b - c . x )]
Freqüência Acumulada (%) = e[ a - e
Modelo de Gompertz
Como a freqüência acumula tendem ao valor de ea. Atribuiu-se o
valor 4,605170 para o parâmetro a, de modo que ea = 100 (Velini, 1995):
y = e **(a-e**(-b-c*x)), onde:
x = µL cm‫־‬²
b = valor estimado pelo modelo
c = valor estimado pelo modelo
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A eficiência no controle de determinada praga esta relacionada à escolha
do produto adequado aplicado no momento correto em dosagens adequadas. Desta forma a
cobertura do alvo é dependente do volume de aplicação, fator de espalhamento conseguido
através de adjuvantes adicionados a calda de pulverização, porcentagem do volume
aplicado realmente captado pelo alvo ou taxa de recuperação que pode ser alterado por
sistema de pulverização como assistência a ar, pulverização eletrostática, diâmetro de gotas
produzidas pelas pontas e estádio de desenvolvimento da cultura e neste caso com o
aumento da área foliar se faz necessário ajuste nos demais fatores.
Estes ajustes podem ser feitos por alterações no volume de calda e
diâmetro de gotas, ou seja, a volumes menores o mesmo índice de cobertura pode ser
conseguido diminuindo o tamanho de gotas ou vice-versa.
O processo de aplicação é influenciado pelo ambiente (temperatura,
umidade relativa e velocidade do vento), portanto, alterando significativamente os níveis
de cobertura das plantas. Palladini & Souza (2003), observaram diferenças de 20 % a
menos no volume depositado em plantas de maçã com temperatura entre 24 e 28 °C e
umidade relativa entre 76 e 56 % com diferentes aplicações em diferentes horários em
pulverizações com padrão de gotas finas.
Desta forma, a escolha da ponta de pulverização é de extrema importância
no processo de pulverização, pois esta determina a vazão, a forma do jato e o padrão de
gotas produzido conforme a pressão de trabalho escolhida; e sob condições climáticas
adversas as perdas podem ser super dimensionadas e o efeito biológico desejado ser
insatisfatório. Na região centro-oeste, principal produtora de algodão do país, oscilações de
temperatura e umidade durante dia são extremas, principalmente no final do ciclo da
cultura, quando o índice pluviométrico é baixo e a cultura ainda necessita de tratos
fitossanitários para expressar seu potencial produtivo.
Pragas e doenças se caracterizam por estar expostas em diferentes locais
da planta, como por exemplo, ramulose e ramulária que se infectam a partes superiores e
inferiores da planta de algodão respectivamente, portanto conhecimento do volume
depositado nos diferentes pontos da planta é de extrema importância para seu controle
efetivo.
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Os resultados apresentados a seguir nos gráficos correspondentes aos
alvos mostram, no eixo Y, a freqüência acumulada, ou seja, os valores medianos para as
diferentes porcentagens de população de folhas de acordo com ajuste da regressão feito
pelo modelo de Gompertz.
Na Figura 1 estão apresentadas as freqüências acumuladas representadas
pela porcentagem de folhas amostradas em função dos volumes de depósito por unidade de
área foliar, verificando assim, a eficiência da aplicação sob condições de baixa umidade
relativa e alta temperatura com diferentes pontas produzindo diferentes padrões de gotas na
pulverização. Observa-se que os volumes de depósitos na população de folhas amostradas
em pulverização a 150 L ha-1 de volume de calda com as pontas JA 3 (cone vazio), ADIA/D 11003 (jato plano duplo) e AD-IA 11003 (jato plano) com padrão de gotas finas,
grossas e muito grossas, respectivamente. Sendo assim, o aumento no tamanho de gotas
reduziu as perdas por evaporação e deriva (exoderiva) e conseqüentemente maior volume
ficou retido nas folhas do terço superior da planta.
A ponta AD-IA 11004, que na mesma pressão as demais pontas de jato
plano proporcionou um volume de calda de 200 L ha-1 produzindo gotas classificadas
como muito grossa/extremamente grossas, não proporcionou aumento no volume
depositado nas folhas na mesma proporção ao aumento de volume de aplicação em relação
à ponta do mesmo tipo (AD-IA 11003), provavelmente pela não retenção da calda
pulverizada na parte superior da planta, ou seja, ocorreu escorrimento (endoderiva) ou a
pulverização não proporcionou número gotas suficiente para aumentar a cobertura do alvo
mesmo com aumento do volume aplicado.
Os resultado da Figura 2 mostram no eixo Y as freqüências não
acumuladas proporcionada pela derivada primeira do modelo de gompertz. A concavidade
da curva mostra a uniformidade da deposição. Em relação à concavidade, quanto mais
plana a curva, maior é a freqüência de valores extremos Velini (1995), caracterizando
maior amplitude de depósito na população amostrada, sendo que o pico da curva mostra os
valores da moda, ou seja, os valores de depósito que mais apareceram na população de
folhas. Observa-se que a uniformidade dos depósitos foi maior para as pontas JA 3 e ADIA/D 11003, o que é altamente desejado se os valores modais e medianos em diferentes
porcentagens da população amostrados não fossem inferiores as pontas AD-IA 11003 e
AD-IA 11004, tendo as últimas apresentado valores da moda e amplitude semelhantes,
mesmo com diferenças de 25 % nos volumes de calda proporcionado pelas mesmas.
12
Folhas amostradas (%)
100
JA 3
AD-IA/D 11003
AD-IA 11003
AD-IA 11004
80
60
40
20
0
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
Depósito (µL cm-² de área foliar)
Figura 1. Freqüências acumuladas representadas pela porcentagem de folhas
amostradas no terço superior da planta de algodão em função dos
volumes depósitos por unidade de área foliar produzidos por diferentes
pontas de pulverização.
1000
Frequência não acumulada
900
800
JA 3
AD-IA/D 11003
AD-IA 11003
AD-IA 11004
700
600
500
400
300
200
100
0
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
Depósito (µL cm-² de área foliar)
Figura 2.
Freqüência não acumuladas da população folhas de algodão amostrada no
terço superior da planta em função dos volumes de depósito por unidade
de área foliar produzidos por diferentes pontas de pulverização.
13
Numa análise teórica dos volumes depositados nas folhas e se na calda
houvesse uma determinada concentração de fungicida para controle de ramulose e a
quantidades mínimas do volume depositado na folha necessário para exercer um controle
adequado fosse 0,12 µL cm-2, observando-se as freqüências acumuladas na Figura 1,
haveria uma possibilidade de escape ou controle inadequado em aproximadamente 40% da
população de folhas no tratamento com a ponta de cone vazio (JA 3) e 10% de escape com
a ponta de jato plano duplo (AD-IA/D 11003). Para os demais tratamentos o controle seria
de 100%.
No Quadro 1, estão os resultados da análise de regressão, apresentado os
valores medianos, moda, média original, com valores próximos dentro de cada tratamento,
porém a moda esta sempre abaixo da média e os valores de R2 acima de 0,98; altamente
significativos, mostrando o ajuste adequado do modelo matemático escolhido para
representar a dispersão dos dados originais.
Quadro 1. Resultados das análises de regressão entre as freqüências acumuladas e os
volumes de depósito utilizando o modelo de Gompetz, Média, moda e
mediana das folhas localizadas no terço superior das plantas de algodão.
Modelo
Pontas
Estimativa dos Parâmetros A
B
C
Média
Moda
Mediana
N° de repetições
S Q Regressão
S Q Resíduo
S Q Total
F Regressão
R²
JA 3
4,6052
-3,1772
23,8936
0,1524
0,1330
0,1483
75
253894,8343
1127,3880
255022,2222
8220,0291
0,9820
AD-IA/D 11003
4,6052
-4,3397
24,6731
0,1925
0,1759
0,1907
75
253813,1586
1209,0636
255022,2222
7662,2794
0,9807
AD-IA 11003
4,6052
-3,5301
13,5788
0,2899
0,2600
0,2870
75
253984,7967
1037,4255
255022,2222
8936,0093
0,9834
AD-IA 11004
4,6052
-4,1934
15,5586
0,2952
0,2695
0,2931
75
254035,6385
986,5838
255022,2222
9398,3891
0,9842
O terço médio das plantas de algodão representa a maior área foliar em
relação a demais partes da planta (terço superior e inferior), não apenas pelo maior número
de folhas, mas também pelo maior área das mesmas quando analisadas individualmente.
Neste ponto a sobreposição provocada pela folhas do terço superior da planta representa
um obstáculo para a deposição das gotas de pulverização. Ao analisar os volumes de
depósitos na população de folhas para o terço médio da planta apresentados na Figura 3,
verifica-se as mesmas tendências apresentadas para o terço superior da planta, ou seja
14
aumento dos volumes depositados conforme aumento do tamanho de gotas produzidas
pelas pontas com exceção das pontas de jato plano AD-IA 11003 e AD-IA 11004, onde o
aumento no volume aplicado proporcionou aumento no volume depositado em
aproximadamente 80% das folhas, sendo o oposto verdadeiro, com resultados de volume
depositado muito próximos em 20% das folhas que menos receberam depósitos e se este
intervalo naturalmente representar a maior possibilidade de escape ao controle de
determinado inseto ou fungo os níveis de controle seriam os menores com pulverizações
com a ponta AD-IA 11004, pois os volumes depositados não foram proporcionais ao
aumento no volume aplicado e o que realmente determinaria o controle seria a
concentração de ativo na calda que estaria percentualmente mais diluída na aplicação a
volumes maiores. portanto, para este caso a possibilidade de escape ao controle seria pelo
menos 25% maior em relação ao AD-IA 11003. Sendo assim, os volumes de depósitos,
mesmo em condições adversas de ambiente para aplicação de defensivos aumenta até um
certo ponto com o aumento no tamanho de gotas e acima disto mesmo com o aumento de
volume a cobertura é prejudicada.
Folhas amostradas (%)
100
80
JA 3
AD-IA/D 11003
60
AD-IA 11003
AD-IA 11004
40
20
0
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
Depósito (µL cm-² de área foliar)
Figura 3. Freqüências acumuladas representadas pela porcentagem de folhas
amostradas no terço médio da planta de algodão em função dos volumes
depósitos por unidade de área foliar produzidos por diferentes pontas de
pulverização.
15
Da mesma forma que ocorreu no terço superior da planta e pelos
resultados apresentados na Figura 4 correspondentes ao terço médio, verificam-se
claramente que as dispersões dos volumes depositadas foram mais homogêneas para as
pontas que produziram gotas menores, mas com valores médios, medianos e da moda
inferiores as pontas que produziram gotas grossas no mesmo volume ou superior. No
Quadro 2 observa-se que a mediana e mais acentuadamente a moda estão abaixo dos
valores apresentados pela média e avaliação isolada dos primeiros parâmetros levariam a
conclusões erradas sobre a qualidade da pulverização, onde o aumento de volume de
aplicação proporcionaria aumento do volume depositado no alvo, no entanto o estudo da
população e a dispersão dos depósitos de acordo com modelo matemático utilizado
comprovam o contrário.
800
Frequência não acumulada
700
600
JA 3
AD-IA/D 11003
500
AD-IA 11003
400
AD-IA 11004
300
200
100
0
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
Depósito (µL cm-² de área foliar)
Figura 4. Freqüências não acumuladas da população folhas de algodão amostrada no
terço médio da planta em função dos volumes de depósito por unidade de
área foliar produzidos por diferentes pontas de pulverização.
Nas plantas, as folhas localizadas no terço inferior são o alvo mais difícil
de atingir pela sobreposição de folhas existente no caminho da gota até o alvo e também
pela maior perda em condições ambientais adversas, portanto menor número de gotas
chegando ao alvo e o volume depositado se torna irregular. Isto pode ser observado na
Figura 5, onde os volumes depositados onde as freqüências acumuladas representadas pela
porcentagem de folhas amostras não apresentaram o mesmo comportamento em relação às
16
demais partes da planta, ou seja, maior volume depositado de maneira distinta com maior
ou menor intensidade conforme foi discutido.
Quadro 2. Resultados das análises de regressão entre as freqüências acumuladas e os
volumes de depósito utilizando o modelo de Gompetz, Média, Moda e
Mediana das folhas localizadas no terço médio das plantas de algodão.
Pontas
Estimativa dos Parâmetros A
B
C
Média
Moda
Mediana
N° de repetições
S Q Regressão
S Q Resíduo
S Q Total
F Regressão
R²
JA 3
4,6052
-1,7589
19,9008
0,1154
0,0884
0,1068
75
254620,7801
401,4422
255022,2222
23150,6689
0,9936
AD-IA/D 11003
4,6052
-2,1518
19,9107
0,1379
0,1081
0,1265
75
254559,6391
462,5832
255022,2222
20085,9461
0,9926
AD-IA 11003
4,6052
-2,1799
13,1018
0,2080
0,1664
0,1944
75
254362,6734
659,5488
255022,2222
14076,6423
0,9894
AD-IA 11004
4,6052
-2,1799
9,8208
0,2341
0,2220
0,2593
75
254072,5921
949,6301
255022,2222
9765,5400
0,9848
Folhas amostradas (%)
100
80
JA 3
AD-IA/D 11003
AD-IA 11003
AD-IA 11004
60
40
20
0
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Depósito (µL cm-² de área foliar)
Figura 5. Freqüências acumuladas representadas pela porcentagem de folhas
amostradas no terço inferior da planta de algodão em função dos
volumes depósitos por unidade de área foliar produzidos por diferentes
pontas de pulverização.
17
Na figura 6, verifica-se a menor amplitude numérica do eixo Y
representado pelas freqüências não acumuladas em relação à análise feita para as demais
partes na planta, demonstrando assim, maior amplitude entre os volumes depositados na
população de folhas amostradas, ou seja, maior diferença entre o maior e o menor depósito
para as diferentes pontas com exceção dos depósitos proporcionados pela ponta AD-IA
11003 que apresentou comportamento semelhante em relação à dispersão dos depósitos as
folhas do terço médio da plantas ao analisar a amplitude do eixo das freqüências não
acumuladas.
Frequências não acumuladas (%)
600
500
JA 3
AD-IA/D 11003
AD-IA 11003
AD-IA 11004
400
300
200
100
0
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
Depósito (µL cm-² de área foliar)
Figura 6. Freqüências não acumuladas da população folhas de algodão amostrada no
terço inferior da planta em função dos volumes de depósito por unidade de
área foliar produzidos por diferentes pontas de pulverização.
No terço inferior da planta fica mais evidente na necessidade de análise
da população, pois os valores absolutos dados pela média, mediana e a moda, apresentados
no Quadro 3, em relação aos volumes de depósito das pontas AD-IA/D 11003 e AD-IA
11003 indicam diferenças quantitativas não significativas entre elas, no entanto, ao
analisar os resultados da Figura 5 observamos diferenças quantitativas significativas em
50% da população que mais receberam depósitos com resultado positivo para a ponta ADIA/D, mas ao analisar os volumes depositados em 50% das folhas que menos receberam
depósitos os resultados foram inversos. Observa-se também que os volumes depositados
pela ponta AD-IA 11003 foram maiores do que a ponta AD-IA 11004 em
aproximadamente 20% das folhas amostradas, justamente no ponto critico em relação à
18
possibilidade de escape ao controle, ou seja, folhas que apresentam o menor volume
depositado.
Quadro 3. Resultados das análises de regressão entre as freqüências acumuladas e os
volumes de depósitos utilizando o modelo de Gompetz, Média, Moda e
Mediana em folhas localizadas no terço inferior das plantas de algodão.
Pontas
Estimativa dos Parâmetros A
B
C
Média
Moda
Mediana
N° de repetições
S Q Regressão
S Q Resíduo
S Q Total
F Regressão
R²
JA 3
4,6052
-1,6775122
12,539486
0,1811
0,1338
0,1630
40
138155,8
219,19787
138375
11975,3103
0,9934
AD-IA/D 11003
4,6052
-1,798242
9,103017
0,2570
0,1975
0,2378
35
121419,5
294,8209
121714,3
6795,3813
0,9899
AD-IA 11003
4,6052
-2,942114
13,90217
0,2515
0,2116
0,2380
45
150929,7
774,8371
151704,5
4090,5686
0,9789
AD-IA 11004
4,6052
-2,03910794
8,66353049
0,3052
0,2354
0,2777
32
111022,715
696,03505
111718,75
2392,6103
0,9739
Conhecendo-se a área foliar média das plantas nas diferentes posições foi
possível calcular o volume retido por hectare proporcional ao volume aplicado paras as
diferentes pontas e desta forma expressar numericamente, pelos resultados apresentados no
Quadro 4 a eficiência da aplicação onde se observa um aumento nas quantidades retidas
pela planta conforme aumento do padrão de gotas produzidas pelas diferentes pontas no
volume de calda de 150 L ha-1 chegando a 47,6 % para a ponta AD-IA, aproximadamente
1,7 vezes superior a ponta JA 3. Observa-se também que a eficiência diminuiu com o
aumento no tamanho de gotas e volume ao se comparar os resultados com pontas do
mesmo tipo e vazões diferentes (AD-IA 110 03 e 11004), sendo assim, existe um limite
ótimo no aumento do tamanho de gotas para ser eficientemente captadas pelo alvo, mesmo
em condições adversas de umidade e temperatura no momento da aplicação.
A análise de todos os resultados indica que a irregularidade dos depósitos
pode levar à necessidade de aumentos na dose aplicada que podem sobrelevar em varias
vezes os incrementos de doses necessários para compensar perdas por deriva, por exemplo.
Apesar disto, estudos procurando estabelecer a dispersão de depósitos no solo ou em
populações de plantas são praticamente inexistentes. Exceções são os trabalhos de Souza
et. al. (2000 a), Souza et. al. (2000 b), Negrisoli et al. (2000), Tofoli (2001) e Souza et. al.
(2003).
19
Quadro 4. Eficiência de aplicação e depósito de pulverização nas diferentes partes da
planta proporcionado pelas pontas JA 3, AD-IA/D 11003 e AD-IA 11003 com
volume de calda a 150 L ha-1 e AD-IA 11004 com volume de calda a 200 L
ha-1.
Posição
área foliar
na planta
(cm²)
Terço inferior
581,77
Terço médio
1314,40
Terço superior 1015,31
Total
2911,48
Eficiência da aplicação (%)
JA 3
10,54
15,17
15,47
41,17
27,45
Depósito (L ha-1)
AD-IA/D 11003
AD-IA 11003
14,95
14,63
18,13
27,33
19,54
29,44
52,62
71,41
35,08
47,60
AD-IA 11004
17,76
30,77
29,97
78,50
39,25
O processo de pulverização dever ser encarado pelo produtor como um
processo dinâmico, que deve ser alterado, principalmente pelas variações do ambiente num
mesmo dia. A pulverização mais eficiente determinada neste trabalho, muito
provavelmente, não será a mais eficiente sob condições climáticas favoráveis.
Determinar o padrão de gota na pulverização adequado ao longo do dia é
uma das principais metas da pesquisa e isto gera a necessidade de execução de maior
número de trabalhos, adotando-se metodologia que estuda o comportamento da
pulverização sobre a população alvo.
20
6. CONCLUSÕES
Para as condições em que o experimento foi executado são válidas as
seguintes conclusões:
Pulverização sob condições ambientais de alta temperatura e baixa
umidade relativa tem sua eficiência melhorada com aumento no tamanho de gotas.
Pontas de jato plano com indução a ar aumenta o volume depositado
sobre o alvo nas diferentes partes da planta quando comparado ao cone vazio sob
condições adversas de ambiente.
Existe um limite ótimo no aumento do tamanho de gotas, no qual as
mesmas são eficientemente captadas pelo alvo.
Aumento do volume de calda aplicado e aumento do tamanho de gotas
não melhorou a eficiência da aplicação comparando-se o mesmo tipo de ponta com vazões
diferentes.
21
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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fitossanitários em pulverizações na cultura da soja. Scientia Agricola, v.57, n.2, p.271-276,
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22
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PLANTAS DANINHAS, 22, 2000, Foz do Iguaçu. Anais... Foz do Iguaçu: Sociedade
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analyses. Trans. ASAE (Am. Soc. Agric. Eng.), v. 6, 1963. p.105-4.
23
MATOLOGIA:
Matointerferência e efeito de herbicidas sobre a cultura de algodão.
1. RESUMO
Com o objetivo de avaliar os períodos de controle, de convivência das plantas daninhas e
os efeitos de herbicidas sobre a produtividade da cultura de algodoeiro (Gossipium
hirsutum), cultivar Fibermax 966; realizou-se dois experimentos. O primeiro experimento
constou de dois grupos de tratamentos, onde um permaneceu livre da competição de
plantas daninhas até 10, 20, 30, 40,50, 60, 70 e colheita (150 dias) e o outro permaneceu
em competição com a comunidade infestante desde a emergência até os períodos descritos
na ausência de mato; submetidos à análise de regressão. Dentre as espécies de plantas
daninhas encontradas na área experimental destacaram-se Commelina benghalensis,
Acanthospermum hispidum, Digitaria horizontalis, Cyperus rotundus e Ipomea
grandipholia. O segundo avaliou os efeitos dos herbicidas Diuron (1 L ha-1), Metolachlor
(4 L ha-1), MSMA (2 L ha-1) Pyrithiobac (0,3 L ha-1) aplicados em pós-emergência e um
tratamento extra com metolachlor em pós-emergência sobre área com pré-emergente
(Diuron, 1 L ha-1+ Alachlor, 3 L ha-1). Todos os tratamentos com exceção do último com
tratamento pré-emergente inicial foram comparados com uma testemunha lateral sem
aplicação de herbicidas. A área experimental foi capinada para eliminar interferência de
plantas daninhas e resultados foram analisados pelo teste t a 5% de probabilidade. No
primeiro experimento foi determinado o Período Anterior a Interferência (PAI) em 30 dias,
o Período Total de Prevenção a Interferência em 65 dias e o Período Crítico de Prevenção
da Interferência (PCPI) foi dos 30 aos 65 dias. No segundo experimento verificou-se que
Metolachlor e MSMA proporcionaram redução na produtividade em relação às
testemunhas laterais de 18 e 10%, respectivamente. Diuron e Pyrithiobac foram seletivos à
cultura.
24
2. INTRODUÇÃO
Plantas daninhas podem interferir diretamente, pela competição de
recurso do meio, alelopatia e prejudicar a qualidade do produto e indiretamente por ser
hospedeira de pragas e doenças ou dificultar o controle químico, impedindo a deposição
adequada dos pesticidas no alvo.
A determinação dos períodos de interferência na cultura é fundamental,
embora possam variar de acordo com a região (clima), solos, tratos culturais, cultivar,
banco de sementes de plantas daninha, etc, fornecendo subsídios para determinar a época
que efetivamente a cultura deve permanecer livre de plantas daninhas ou a época ideal de
controle.
Se a opção para o controle de plantas daninhas, for pelo químico, os
herbicidas utilizados devem ser seletivos a cultura. A seletividade de herbicidas é a base
para o sucesso do controle químico de plantas daninhas na produção agrícola, sendo
considerada como uma medida da resposta diferencial de diversas espécies de plantas a um
determinado herbicida. Uma vez que a base da seletividade aos herbicidas é o nível
diferencial de tolerância das culturas e das plantas daninhas a um tratamento específico,
portanto, quanto maior a diferença de tolerância, maior a segurança de aplicação (Oliveira
Jr. & Constantin, 2001)
Os estudos de seletividade dos herbicidas, normalmente são feitos em
conjunto com a eficiência dos mesmos (Costa et al., 2001; Constantin et al.,2002; Oliveira
Jr et al.,2002). Desta forma, há a possibilidade que os resultados de fitotoxicidade sejam
confundidos devido à interferência de plantas daninhas, mascarando possíveis efeitos
negativos dos herbicidas sobre a produtividade da cultura.
Portanto, os objetivos deste trabalho são avaliar os efeitos da presença de
plantas daninhas e o efeito de herbicidas sobre a produtividade da cultura de algodão.
25
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. Matointerferência
O manejo correto de plantas daninhas é fundamental para o sucesso na
produção de algodão, tanto no sistema convencional como no plantio direto. Quando não
manejadas de modo adequado, essas plantas podem causar redução na produtividade, e
algumas delas podem prejudicar a qualidade do produto colhido, aumentando custos e
reduzindo o valor da fibra (Righi et al., 1965).
O grau de interferência pode ser definido pela resultante do prejuízo que
a comunidade infestante pode causar à planta cultivada, seja diretamente, por competição,
alelopatia e interferência na colheita, ou indiretamente, hospedando insetos e patógenos
nocivos à cultura. A ocorrência de plantas daninhas, na cultura do algodoeiro, tem efeito
nos níveis de danos ocasionados pela alimentação e postura do bicudo-do-algodoeiro e
interfere na eficiência do controle químico desta praga (Ramiro et al., 2001).
Conforme Pitelli (1985), um dos fatores mais importante que afeta o
grau de interferência entre as plantas daninhas e cultivadas é o período em que elas
conjuntamente disputam os recursos limitados do meio. De maneira geral pode-se dizer
que, quanto maior o período de convivência da cultura com a comunidade infestante, maior
será o grau de interferência no desenvolvimento de ambas.
O grau de interferência na associação plantas daninhas e cultura depende
de fatores ligados tanto à comunidade infestante (composição específica, densidade e
distribuição) como à própria cultura (gênero, espécie ou cultivar, espaçamento entre linhas
e densidade de semeadura). Depende ainda da época e duração do período de convivência
planta daninha e cultura e das condições edáficas e climáticas (Blanco, 1972: Pitelli, 1985).
Pitelli & Durigan (1984) propuseram uma terminologia padrão para denominar os
diferentes períodos de interferência. Assim, denominaram e definiram o Período Total de
Prevenção da Interferência (PTPI), como o período, a partir da emergência ou da
semeadura da cultura, em que esta deve ser mantida livre da presença da comunidade
infestante para que sua produtividade ou outras características não seja alterada
negativamente e significativamente. O sombreamento imposto pela plantas cultivadas,
após este período, evitará a interferência prejudicial das infestantes nas fases críticas
reprodutivas da cultura.
26
O Período Anterior à Interferência (PAI) é aquele, a partir da
emergência ou da semeadura da cultura, em que esta pode conviver com a comunidade
infestante antes que sua produtividade ou outras características seja alterada
negativamente. O Período Crítico de Prevenção da Interferência (PCPI) se localiza entre os
limites máximos dos outros dois períodos citados anteriormente e se caracteriza pela
obrigatoriedade de controle do mato durante a sua vigência.
Diversos trabalhos, em sistema de plantio convencional, desenvolvidos
em várias regiões por Blanco & Oliveira (1976), Cia et al. (1978), Beltrão et al. (1979) e
Guerra Filho (1980) mostraram redução de 82 a 98% no rendimento do algodoeiro quando
em convivência com as plantas daninhas durante todo o ciclo. Segundo Beltrão et al.
(1979), quando o algodoeiro conviveu com plantas daninhas por todo o ciclo ocorreu
redução em sua produtividade superior a 90%. Resultados semelhantes foram observados
por Laca-Buendia et al. (1979), e por Guerra Filho (1980), redução na produção de
capulhos quando a cultura foi submetida à convivência com as plantas daninhas durante
todo o ciclo. Segundo Cia et al. (1978) e Laca-Buendia et al. (1979), a convivência plantas
daninhas–algodão nas primeiras semanas não causou qualquer efeito negativo nesta
cultura.
Beltrão et al. (2001) verificaram que a competição reduziu
drasticamente a produtividade do algodoeiro colorido de 665kg/ha de algodão em caroço,
no limpo, para somente 114 kg/ha, quando se permitiu a competição durante todo o ciclo
da cultura, primeiro ano. O crescimento das plantas foi reduzido significativamente pela
competição bem como o número de capulhos/plantas e o peso de capulho (passou de 3,3g
para 2,6g com a competição). A competição alterou a finura da fibra, reduziu a
uniformidade, bem como aumentou o índice de fibras curtas.
Freitas et al. (2002a), observou redução de 37% na altura média de
plantas de algodoeiro da cultivar BRS Antares quando se comparou o tratamento sempre
“no limpo” com o que permaneceu com as plantas daninhas durante todo o ciclo nos
sistema de semeadura direta e a redução do número médio de maçãs foi de 14 para 2 com
75 dias de convivência da cultura com o mato, refletindo em redução na produtividade de
81,2%. Os autores, considerando como aceitável a redução de 5% em relação à
produtividade máxima, estimaram em 14 dias o período em que as plantas daninhas podem
conviver com a cultura sem prejuízos e a partir deste momento as plantas daninhas devem
ser controladas.
27
Freitas et al. (2002b), utilizando a mesma cultivar no sistema de
semeadura convencional, observou redução de 94,5% na produtividade quando as plantas
daninhas Cyperus rotundos, Raphanus raphanistrum, Digitaria horizontalis, Brachiaria
plantaginea conviveram com a cultura durante todo o ciclo, determinando em 16 dias após
emergência o período anterior a interferência.
3.2 Seletividade de herbicidas
Seletividade é definida como a ação fitotóxica diferencial de um
herbicida sobre diversas espécies vegetais quando aplicado em todas elas simultaneamente,
na mesma dose e nas mesmas condições ecológicas. Também seletividade pode ser
entendida como sendo a capacidade de um determinado herbicida eliminar as plantas
daninhas que se encontram em uma cultura, ser reduzir-lhe a produtividade e qualidade do
produto final obtido (Carvalho & Pereira, 1997).
Martinho et al. (2002) visando identificar a compatibilidade do
herbicida seletivo trifloxysulfuron sodium (Enfield) com alguns dos principais inseticidas
utilizados na cultura do algodão, observaram pequeno incremento no nível de dano visual
de 10% à cultura, quando utilizou o trifloxysulfuron sodium sozinho para 12-15% quando
combinações de trifloxysulfuron sodium com monocrotophos, thiamethoxam, acetamiprid,
endosulfan e methomyl, no entanto, quando utilizaram carbosulfan e profenofós, elevaram
de forma significativa e prolongada a fitointoxicação, atingindo níveis inaceitáveis.
Christoffoleti (2002) testando diferentes sistemas de manejo de plantas
daninhas, envolvendo capina, cultivo mecânico, aplicação dos herbicidas metolachlor 0,8 L
p.c. ha-1, prometryne 2,0 L p.c. ha-1 em condições de pré-emergência; trifloxysulfuronsodium 10 g p.c ha-1 e pyrithiobac-sodium 0,5 L p.c. ha-1 em pós-emergência inicial e área
total; e a mistura diuron + MSMA 10 L p.c. ha-1 e trifloxysulfuron-sodium 10 g p.c. ha-1 +
prometryne 2,0 L p.c. ha-1 em pós-emergência tardia das plantas daninhas em jato dirigido,
observou que a utilização de herbicidas seletivos em condições de pós-emergência inicial
associado a herbicidas de pré-emergência e de pós-emergência tardia em jato dirigido é
uma ferramenta de manejo bastante importante para a cotonicultura da região Central do
Brasil.
Yasbeck Jr., et al (2002) avaliando a seletividade de glufosinato +
ethephon a (180+150); (240+200); (300+250); amônio+glufosinato a 400; MSMA+diuron
28
a (1920+1000); amônio+glufosinato+ethephon+isoxaflutole+diuron a (180+150+30+500);
isoxaflutole a 30; 37; 50 (todos em g ha-1 de i.a), observaram que nenhum dos tratamentos
provocou efeitos fitotóxicos e os tratamentos controlaram Digitaria horizontalis e
Amaranthus deflexus, exceto para as menores doses da mistura, já para Commelina
benghalensis e Ipomea grandifolia os tratamentos foram eficientes, exceto para as menores
doses da misturas e isoxaflutole.
Oliveira Jr. et al (2002) trabalhando com duas doses de trifloxysulfuron
(5,63 e 7,5) + Extravon (0,2% v v-1), observaram que estas doses foram eficientes para
controlar Amaranthus viridis, Raphanus raphanistrum e Xanthium strumarium e nests
doses este herbicida revelou seletivo ao algodão.
O herbicida Gesagard 500 SC (prometryne a 750 e 1000 g ha-1) e a
mistura Gesagard 500 SC + Daconate (prometryne + MSMA a 1000 + 960 g ha-1), sendo
aplicado em jato dirigido, foram eficiente no controle das plantas daninhas Amaranthus
viridis, Bidens pilosa e Digitaria horizontalis, mesmo o herbicida como também a mistura
foram seletivos a cultura do algodão, (Constantin et al.,2002).
Costa et al. (2001) avaliaram a seletividade e eficiência dos herbicidas
flumioxazin na dose de 30 g.ha-1; flumioxazin 25 g.ha-1 em mistura com diuron a 800
g.ha-1 e a 1.000 g.ha-1; flumioxazin a 25 g.ha-1 em mistura com diclosulam a 30,24 e 35,28
g.ha-1 ; MSMA a 1.800 g.ha-1 mais diuron a 1.000 g.ha-1 aplicados em jato dirigido às
entrelinhas em pós-emergência em plantas daninhas com 2-8 folhas. e os resultados
demonstraram que as espécies Commelina benghalensis
(trapoeraba), Ipomoea
grandifolia. (corda-de-viola), e Raphanus raphanistrum . (nabiça), foram controladas com
eficácia pelo herbicida flumioxazin tanto isoladamente como em mistura com os herbicidas
diuron ou diclosulam, por até 39 dias após a aplicação dos tratamentos . As plantas de
algodão cv. COODETEC 401 mostraram leves sintomas de injúria por ação fitotóxica nos
tratamentos envolvendo os herbicidas flumioxazin em mistura com diuron a 1.000 g.ha-1 e
com diclosulam a 30,24 e a 35,28 g.ha-1, porém com rápida e plena recuperação
demonstrando serem os mesmos seletivos para a cultura nesse modo de aplicação.
É importante ressaltar que a maioria dos trabalhos de seletividade são
feitos através de observações visuais durante estudo de eficácia dos herbicidas sobre as
plantas daninhas. Assim a presença das infestantes no ensaio, pode comprometer os
resultados de seletividade devido a possíveis liberações de substâncias alelopáticas pela
plantas daninhas, além de efeitos da matocompetição sobre a cultura. Diante do exposto, é
29
fundamental realizar ensaio de seletividade em área livre de infestantes removendo-se
através de capinas aquelas que emergirem.
30
4. MATERIAL E MÉTODOS
Os experimentos foram executados na Fazenda de propriedade de
Alexandre Botan no Município de Campo Verde – MT em solo de textura argilosa (50%).
Cultura implantada no dia 20 de dezembro de 2002 com cultivar
Fibermax 966 de ciclo precoce e adubado na base com 250 kg ha-1 da fórmula 07: 40: 00 e
adubação de cobertura com 235 kg ha-1 de cloreto de potássio, 166 kg ha-1 de uréia e 166
kg ha-1 de sulfato de amônio aos 10, 30 e 45 dias após emergência da cultura,
respectivamente. Os índices pluviométricos no período fornecidos pela fazenda estão
representados na Figura 1.
250
217
190,5
Volume (mm)
200
162,5
161,5
150
109
102,5
100
144
126
120
93
87
50
40
0
nov/02
dez/02
jan/03
fev/03
mar/03
abr/03
Período
1ª Quinzena
2ª Quinzena
Figura 1. Volume pluviométrico quinzenal na área experimental no decorrer do período.
4.1. Experimento 1: matointerferência
O delineamento experimental empregado foi o de blocos ao acaso, com 16
tratamentos (Tabela 1) e seis repetições, sendo 8 tratamentos no mato e 8 tratamentos no
limpo, totalizando assim 96 parcelas experimentais.
31
Cada parcela experimental foi constituída de 5 linhas de 5 metros de
comprimento espaçadas de 0,90 m entre si, totalizando 22,5 m2. Serão utilizadas para
avaliação do experimento as 3 linhas centrais de cada parcela e será desconsiderado 1
metro no início e no fim de cada parcela experimental, assim a área útil da parcela será de
8,1 m2.
O controle das plantas daninhas foi feito com capina manual, com
enxada, respeitando o cronograma da Tabela 1.respeitando o cronograma da Tabela 1.
Tabela 1 – Períodos de interferência de plantas daninhas e cultura do algodão sem controle
e com controle com capinas manuais, totalizando 16 tratamentos.
Períodos de interferência
Tratamentos
Sem controle
Com controle
1
0
0-70
2
0-10
10-70
3
0-20
20-70
4
0-30
30-70
5
0-40
40-70
6
0-50
50-70
7
0-60
60-70
8
0-70
0
A resposta do algodoeiro à interferência das plantas daninhas foi avaliada
tomando-se como base as seguintes características da cultura:
Estimativa de Produtividade
A avaliação de produtividade foi realizada assim que o algodão esteja
apto a ser colhido. Após a colheita da área útil de cada parcela experimental o material foi
pesado e transformado para @ha-1.
Avaliação das Plantas daninhas
Foi feita identificação e amostragem das plantas daninhas nas parcelas
experimentais, com um quadro de madeira medindo 0,25 m2. Após a coleta, o material foi
secado a 72 ºC em estufa de circulação forçada até peso constante para determinação da
matéria seca das plantas daninhas.
32
Análise Estatística
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de regressão. Para
determinação e equações que correlacionam matéria seca e produtividade, tempo de
convivência com as plantas daninhas e produtividade.
4.2. Experimento 2 – Seletividade de herbicidas
O experimento foi instalado no dia 10 de janeiro de 2003 e os herbicidas
constantes da Quadro2 foram aplicados com pulverizador costal pressurizado com CO2,
equipado com barras de 4 bicos Teejet e pontas da Marca Magno Cerâmica série ADGA
11002. Durante as aplicações , manteve-se a pressão constante em 2,0 kgf cm-2, aplicandose o volume de 100 L ha-1.
No momento da aplicação a temperatura era de 28 °C e umidade relativa
de 50%. A cultura se encontrava no estádio inicial de desenvolvimento com 4 a 5 folhas
expandidas.
Quadro 2. Herbicidas, doses do ingrediente ativo, produto comercial e modalidade de
aplicação dos tratamentos.
Tratamentos Herbicidas
Dose (litro ou kg ha-1)
Modalidade de
Ingrediente ativo
Produto
aplicação
comercial
1
Diuron
0,8
1
Pós-emergente
2
Metolachlor
3,84
4
Pós-emergente
3
MSMA
0,96
2
Pós-emergente
4
Pyrithiobac
0,3
Pós-emergente
5
Metolachlor +
3,84 +
4
Pós-emergente
0,8 + 0,96
1+2
Pré-emergente
Diuron
+
Alachlor
O delineamento experimental foi de blocos ao acaso no esquema de
parcelas sub-divididas. Cada tratamento foi constituído de sub-parcela com o uso de
herbicidas e sem o uso de herbicidas (testemunhas laterais) conforme metodologia descrita
33
por Montório (1997) com exceção do tratamento 5 cuja testemunha lateral foi tratada com
herbicidas aplicado em pré-emergência.
Foram avaliados os sintomas de fitotoxicidade aos 7, 14 e 21 dias após a
aplicação (DAA) através de notas onde zero representa nenhum sintoma e 100 representa a
morte da planta. Altura de plantas aos 30 e 70 dias e produtividade.
Altura de plantas e produtividade foram submetidos ao teste t a 5% de
probabilidade.
A cultura foi mantida na ausência de plantas daninhas durante todo o
ciclo.
34
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na área experimental a população de plantas da se encontrava
diversificada e as pricinpais espécies encontradas estão discriminadas no Quadro 3. Outras
espécies com Bidens Pilosa, Euphorbia heterophyla e Sida rombifolia foram menos
expressivas na área. A germinação das plantas foram bastante desuniformes, ocorrendo
principalmente, a partir da metade do segundo período. Na fase inicial do desenvolvimento
da cultura houve um período sem ocorrência de chuvas, desfavorecendo a germinação das
infestantes, o que representou baixa população por metro quadrado.
Quadro 3. Número de plantas daninhas por metro quadrado em diferentes períodos de
convivência com a cultura do algodão.
Períodos de avaliação / Dias após a emergência
Espécies
10
20
30
40
50
60
70
150
Commelina benghalensis
4
3
3
7
6
7
7
6
Acanthospermum hispidum
2
6
14
16
16
15
17
15
Digitaria horizontalis
2
6
8
7
8
9
9
9
Cyperus rotundus
1
5
13
11
5
9
8
8
Ipomea grandipholia
2
2
5
6
6
6
5
6
Senchrus echinatus
0
0
2
1
2
1
1
1
Outros
0
0
5
3
4
4
5
4
Total
11
22
50
51
47
50
52
46
Carrapicho-de-carneiro (A. hispidum), corda de viola (I. grandipholia) e
capim-colchão foram a espécies mais representativas no acumulo de biomassa das plantas
daninhas.
Na Figura 2 esta representada o acúmulo de matéria em função dos dias
na ausência de plantas daninhas após a emergência da cultura ajustados pela equação: Y=
2.71828**(-1,345108**(-0,57483*X))
com R2 de 0,97; onde se observa a redução no peso de
matéria seca, conforme aumenta o número de dias que a cultura permanece limpa. Esta
tendência não se estabilizou aos níveis mínimos até 70 dias , pois a cultivar ou o
comportamento da mesma na área experimental não proporcionou o sombreamento das
35
entrelinhas, o que ocorreu somente aos 90 dias após a emergência, sendo que este fator
seria responsável pela inibição da germinação e desenvolvimento de plantas daninhas.
Freitas et al. (2002) verificou aumento linear da matéria seca total de
plantas daninhas até 75 dias após a emergência do algodão. Salgado et al. (2002) observou
a estabilização no aumento de matéria seca das plantas daninhas em algodão a partir 100
dias após a emergência da cultura.
0,7
Matéria Seca (Kg m²)
0,6
Dados ajustados
Dados originais
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
0
20
40
60
80
100
120
140
DAEAM
Figura 2. Dados originais e dados ajustados pelo modelo de Gompertz de matéria
seca das plantas daninhas em função dos dias após emergência da cultura
na ausência de mato (DAEAM).
O índice de área foliar da planta de algodão aumenta lentamente nas
primeiras seis a sete semanas e a partir daí, aumenta rapidamente até 75 dias, quando o
crescimento volta a ser lento (Ooterhuls, 1999). Portanto, altas populações de plantas
daninhas no período inicial de desenvolvimento provocam redução acentuada na
produtividade da cultura e diminuí o período em a cultura pode conviver com a cultura sem
a ocorrência de perdas. Nestas condições, Salgado et al. (2002) determinou o período
anterior a interferência (PAI) em 8 dias e período total de prevenção da interferência
(PTPI) em 66 dias. O segundo período identifica o número de dias em que a cultura tem
que estar na ausência de mato para expressar todo seu potencial produtivo. O intervalo
entre um período e outro defini o período critico de prevenção da interferência (PCPI), ou
seja, é o período em que as medidas de controle têm que ser efetiva e a cultura deve estar
36
livre de plantas daninhas e neste caso foi de 14 a 66 dias após a emergência da cultura.
Freitas et al.(2002), determinou o PAI em 14 dias.
Na Figura 3, observa-se o efeito da convivência ou não de das plantas
daninhas durante o ciclo da cultura ajustados pelas equações: Y= 2.71828**(2,8968**(0,461775*X))
e Y= 2.71828**(-3,1255**(1,441742*X)), respectivamente; ambas com R2
de 0,89; verificando-se decréscimo na produtividade com o aumento do período com a
presença de mato e acréscimo na ausência mato.
Admitindo a perda de 5% da produtividade como aceitável, podemos
determinar os diferentes períodos de convivência. Desta forma, o PAI ou período no qual a
presença de plantas daninhas não interferiu significativamente na produtividade foi de
aproximadamente 30 dias e o PTPI ou período que a cultura deve permanecer na ausência
de mato foi de 65 dias.
Sendo assim, o período que obrigatoriamente a cultura deve permanecer
livre de plantas daninhas (PCPI) é de 35 dias, ou seja, de 30 a 65 dias após a emergência da
cultura.
A diferença fundamental dos períodos determinados neste trabalho em
relação aos trabalhos de Salgado et al., 2002 e Freitas et al., 2002, foi a baixa freqüência de
plantas daninhas no período inicial de desenvolvimento da cultura quando mantida na
presença de mato, pois o período necessário na ausência de mato (PTPI) foi muito
semelhante mesmo em níveis altos de infestação para os trabalhos citados. Outro aspecto
relevante à baixa freqüência de plantas daninhas no período inicial da cultura, é a
produtividade final obtida nestes experimentos, observando ainda a Figura 3, verifica-se
que as perdas com cultura permanecendo todo o ciclo na presença de mato foram de 70%.
Segundo Cia et al. (1999), a convivência de infestantes durante todo o ciclo da cultura
pode resultar em reduções que variam de 68 a 98% na produtividade.
Tais perdas foram consideradas em função das interferências diretas à
cultura, mas os prejuízos são acentuados também pelas interferências indiretas, onde a
presença de mato inviabilizaria todo o processo de colheita com as perdas chegando a
100%.
A importância de trabalhos de matointerferência não está só na
quantificação das perdas provocadas por plantas daninhas ou na determinação do períodos
de interferência, mas sim em criar subsídios através da geração do maior números de dados
possível e desta forma auxiliar os profissionais de agronomia ou produtores na tomada de
37
decisão quanto ao manejo adequado de plantas daninhas de acordo com a diversidade de
situações encontradas na sua área. Estes dados, juntamente com o histórico da área
meticulosamente elaborado são fundamentais para elaboração de uma estratégia de
controle da forma mais eficiente e econômica possível.
300
Produtividade (@ ha-¹)
280
260
DAM
DPM
240
220
200
PAI
180
PCPI
160
140
PTPI
120
100
0
20
40
60
80
100
120
140
DAE
Figura 3. Produtividade da cultura em função de dias na ausência de mato (DAM),
dias na presença de mato (DPM) e períodos de interferência em dias após
emergência da cultura (DAE) tolerando a perda máxima de 5% na
produtividade.
Por exemplo, numa área cujo histórico indica um banco de sementes
reduzido, uma situação similar aos resultados encontrados neste trabalho, embora por
motivos climáticos, seguramente a cultura implantada tomando-se os devidos cuidados na
escolha de cultivar adequado para os níveis de fertilidade da área e adubação suplementar
correta teria uma maior amplitude no período de convivência com o mato sem redução de
produtividade e se a opção for pelo controle químico, a aplicação de um herbicida pósemergente com ação residual, respeitando-se o estádio ideal para controle ou mistura deste
com herbicidas de ação pré-emergentes poderiam proporcionar excelentes níveis de
controle e se necessário realizar uma última catação das plantas daninhas restantes para
evitar aumento no banco de sementes no solo. Desta forma utilizando uma estratégia com
diversos tipos de controle (cultural, químico e manual).
Entretanto, se o histórico da área indicar um elevado banco de semente a
adoção de práticas como redução no espaçamento ou arranjo espacial da cultura, que não
38
proporcionem efeito negativo na produtividade (Nunes et al., 2003; Brito et al., 2003), com
certeza reduziria o período total de prevenção da interferência e desta forma o número de
dias que a cultura teria que permanecer livre de plantas daninhas em função do fechamento
antecipado das entrelinhas, quando o sombreamento interfere na germinação e
desenvolvimento das plantas daninhas. Por outro lado a aplicação de um herbicida préemergente aumentaria o PAI pela redução da pressão por plantas daninhas no período
inicial de desenvolvimento da cultura. Sendo assim, provocaria redução bi-lateral do
período critico de prevenção da interferência, quando uma prática complementar de
controle dever ser adotada.
Medidas preventivas como limpeza de máquinas, uso de sementes
fiscalizadas evitam a entrada de novas espécies em áreas livres; medidas culturais como
manejo de plantas daninhas na entressafra, rotação de culturas, escolha de cultivares,
cobertura morta, adubação verde, espaçamento e densidade de plantio, preparo do solo,
época de semeadura, adubação e correção do solo, controle de pragas e doenças; medidas
mecânica como capina manual ou cultivo mecanizado devem ser utilizadas para prevenir a
interferência de plantas daninhas sobre as culturas. Dentro do contexto de manejo
integrado de plantas daninhas a medida química pelo uso de herbicidas seria a última
opção e na maioria das vezes necessárias, principalmente em grandes áreas, para um
controle efetivo e econômico.
O controle químico permite flexibilidade quanto a época de aplicação,
pois o controle das plantas daninhas pode ser feito em etapas, adequando a demanda de
trabalho ao maquinário, implementos e mão-de-obra disponível. Pode ser feito em présemeadura por herbicidas incorporados ao solo até aqueles aplicados em pós-emergência
(Oliveira & Constantin, 2001).
O custo aceitável pelo uso de herbicida é aquele pago pelo benefício, ou
seja, controlar as plantas daninhas e evitar interferências às culturas. Desta forma, os
herbicidas devem ser seletivos a cultura, ou seja, não provocar qualquer efeito negativo à
produtividade da mesma.
A seletividade dos herbicidas, entre outros fatores, esta ligada a forma
como ele é aplicado ou a época de acordo com as características do produto, assim
herbicidas pré-emergentes podem ser aplicados antes da germinação da cultura e das
plantas daninha ou ainda em jato dirigido após a emergência da cultura ou então em pósemergência, quando a cultura e plantas daninhas estão germinadas.
39
Entretanto, os produtores de algodão, embora com baixa freqüência, estão
utilizando herbicidas recomendados para uso exclusivo em pré-emergência ou jato dirigido
aplicando-os em pós-emergência, como por exemplo o metolachlor. Outra situação
encontrada é utilização de herbicidas recomendados para pós-emergência das plantas
daninhas em jato dirigido como por exemplo o MSMA, também aplicado em área total.
Seria interessante se estes herbicidas fossem realmente seletivos a cultura
do algodão, pois são produtos que permitiriam controle a baixo custo com eficiência
comprovada para diversas espécies de plantas daninhas, aliando ainda rendimento
operacional na sua aplicação.
Desta forma avaliamos os herbicidas metolachlor, diuron MSMA,
metolachlor + pré-emergente e pyrithiobac aplicados em pós-emergência da cultura do
algodão exclusivamente para verificar sua seletividade.
No Quadro 4 estão apresentados os sintomas visuais de fitotoxicidade
expresso em porcentagem cuja nota foram atribuídas considerando zero a 100, nenhum
sintoma e morte da planta, respectivamente. Os sintomas apresentados por diuron foram
clorose das folhas entre a nervuras na primeira avaliação (7 DAA) e não apresentando
qualquer sintoma durante a terceira avaliação.
Quadro 4. Sintomas visuais de fitotoxicidade a 7, 14 e 21 dias após aplicação (DAA),
provocados pelos diferentes tratamentos.
Tratamentos
Sintomas Visuais de Fitotoxicidade (%)
Diuron
Metolachlor
MSMA
Pyrithiobac
Met.+pré***
7 DAA
14 DAA
21 DAA
27
5
0
25
5
0
10
3
0
14
0
0
20
5
0
O tratamento com metolachlor isolado ou em combinação com
herbicidas pré-emergentes apresentou clorose e necrose no local de impacto das gotas
pulverizadas na avaliação de 7 DAA, com sintomas desaparecendo com o desenvolvimento
da cultura aos 21 DAA. MSMA provocou leve bronzeamento nas folhas 7 DDA.
Pyrithiobac-sodium provocou clorose leve da folhas e também desaparecendo com o
40
desenvolvimento da cultura. Pela análise dos sintomas visuais todos os herbicidas
demonstrariam ser seletivos à cultura do algodão.
Outro aspecto importante em estudos de seletividade é o efeito dos herbicidas sobre a
altura de plantas.
No Quadro 5, verifica-se o efeito dos herbicidas sobre a altura das plantas
aos 30 e 70 DAA. Aos 30 dias verificou-se que somente que o herbicida metolachlor
isolado ou em combinação com pré-emergentes diferiram estatisticamente como se observa
na coluna dos tratamentos com herbicidas. Ainda dentro das colunas observa-se que os
tratamentos sem herbicidas não diferiram entre si demonstrando a uniformidade da cultura
na área experimental. Ao analisarmos as comparações dos tratamentos com e sem
herbicidas (testemunha lateral) verificou-se que metolachlor e diuron provocaram redução
na altura de plantas com diferenças estaticamente detectáveis e representadas por letras
maiúsculas nas linhas do Quadro 5.
Quadro 5. Avaliação de altura de plantas 30 e 70 dias após a aplicação comparando-se os
tratamentos dentro do fator com herbicida, sem herbicida nas colunas e com
versus sem herbicidas na linha.
Altura de plantas (cm)
1a Avaliação (30 Dias Após
2a Avaliação (70 Dias Após
Aplicação)
Aplicação)
Tratamentos
Com
Sem
herbicida * ** herbicida
Com
Sem
* ** herbicida
* ** herbicida
* **
Diuron
35,35
ab A
39,44
a B
85,40
b A
88,56
a A
Metolachlor
33,28
a A
39,91
a B
82,40
ab A
86,94
a A
MSMA
36,50
b A
38,50
a A
86,36
b A
83,03
a A
Pyrithiobac
36,47
b A
38,08
a A
85,56
b A
84,75
a A
Met.+pré***
33,32
a A
40,19
a B
73,51
a A
82,67
a B
CV 1 (%) = 4,30
DMS: 2,79
CV 1 (%) =10,06 DMS: 9,19
CV 2 (%) = 5,92
DMS: 3,31
CV 2 (%) =4,2
DMS: 5,30
*Tratamentos seguidos pela mesma letra minúscula na coluna não diferem estatisticamente pelo teste t de
studant a 5% de probabilidade
**Tratamentos seguidos pela mesma letra maiúsculas na linha não diferem estatisticamente pelo teste t de
studant a 5% de probabilidade
***Metolachlor em pós-emergência mais Diuron e Alachlor em pré-emergência
Na avaliação de altura de plantas a 70 dias após a aplicação somente o
tratamento metolachlor + pré diferiu estatisticamente dos tratamentos com diuron, MSMA,
41
e pyrithiobac, não diferindo de metolachlor aplicado isoladamente, verificando redução na
altura de plantas entre os tratamentos com herbicidas e na comparação com e sem o uso
dos mesmos.
No quadro 6 se observa a médias de produtividade dos tratamentos com
herbicidas e sem herbicidas nas colunas. Dentro de herbicidas verifica-se que somente
metolachlor diferiu estatisticamente do tratamento padrão (pyrithiobac). No entanto ao
analisarmos a comparações entre os tratamentos com e sem o uso de herbicidas,
verificamos que MSMA e metolachlor proporcionaram redução na produtividade (10 e
18%, respectivamente).
Observa-se também que metolachlor aplicado em pós-emergência na
parcela com utilização em pré-emergencia da mistura de herbicidas alachlor mais diuron
apresentou produtividade igual ao MSMA mas não diferiu estatisticamente da sua
respectiva testemunha ou tratamento sem o uso de herbicida, portanto não apresentando os
mesmos efeitos sobre a produtividade quando aplicado isoladamente em pós-emergência.
Neste caso, duas situações devem ser enfatizadas.
Quadro 6. Avaliação de produtividade comparando-se os tratamentos dentro do fator com
herbicida, sem herbicida nas colunas e com versus sem herbicidas na linha.
Produtividade
*
Tratamentos
Com herbicida
* **
Sem herbicida
* *
Diuron
3734,75
ab A
3935,25
a A
Metolachlor
3364,25
a A
3981,50
a B
MSMA
3611,00
ab A
3981,50
a B
Pyrithiobac
3858,00
b A
4074,00
a A
Met.+pré***
3611,25
ab A
3796,25***
a A
CV 1 (%) =
9,43
DMS: 447,90
CV 2 (%) =
6,37
DMS: 364,28
*Tratamentos seguidos pela mesma letra minúscula na coluna não diferem estatisticamente pelo teste t de
studant a 5% de probabilidade
**Tratamentos seguidos pela mesma letra maiúsculas na linha não diferem estatisticamente pelo teste t de
studant a 5% de probabilidade
*** Única subparcela com uso de herbicidas (pré-emergente: diuron + alachlor)
A primeira é que metolachlor e alachlor pertencem ao grupo químico das
amidas e segundo Vidal (1997), o principal mecanismo de seletividade deste grupo
42
químico as culturas é detoxificação pela conjugação com glutationa, portanto a utilização
de alachlor em pré-emergência poderia estimular a produção desta molécula na planta de
algodão como um mecanismo de defesa ao uso do herbicida e desta forma minimizar os
efeitos de metolachlor aplicado em pós-emergência.
O outro aspecto a ser considerado é fato de que única sub-parcela com
tratamento pré-emergente foi justamente a que corresponde ao tratamento metolachlor
mais pré e se observarmos no Quadro 6, na coluna sem herbicidas verificamos que esta foi
a menor produtividade obtida, embora não diferindo estatisticamente dos demais
tratamentos. Isto teria ocorrido em função de variações do meio na área experimental ou
ainda efeito negativo na produtividade pelo uso dos herbicidas pré-emergentes, sendo que
esta possibilidade não pode ser comprovada neste trabalho pois dentro do esquema
montado para análise, não temos um tratamento sem herbicida para comparação com o uso
de pré-emergentes.
Segundo Velini et al. (1992), a seletividade é a capacidade de um
determinado herbicida eliminar plantas daninhas que se encontram em uma determinada
cultura, sem reduzir-lhe a produtividade e a qualidade do produto obtido, não podendo a
seletividade ser determinada apenas pela verificação ou não de sintomas de fitotoxicidade,
pois são conhecidos herbicidas que podem reduzir a produtividade da cultura sem
produzir-lhes efeitos visualmente detectáveis, bem como, existem herbicidas que
provocam injúrias bastante acentuadas, mas que permitem às mesmas, manifestar
plenamente seus potenciais produtivos.
Pelos resultados apresentados o herbicida Pyrithiobac apresentou
sintomas iniciais de fitotoxicidade mas não interferiu na altura de plantas ou a
produtividade. O mesmo ocorreu com o herbicida MSMA em relação aos sintomas de
fitotoxicidade e altura de plantas, no entanto, provocou efeito negativo sobre a
produtividade quando aplicado em pós-emergência da cultura.
Não foi encontrado na literatura consultada, trabalhos específicos para
avaliar seletividade de herbicidas na cultura do algodão e também sobre os herbicidas
testados aplicados em pós-emergência da cultura que suportassem ou contestassem os
resultados obtidos.
43
6. CONCLUSÕES
Para as condições em que o experimento foi executado:
Plantas daninhas interferem diretamente na produtividade da cultura.
Baixa
freqüência
de
plantas
daninhas
no
período
inicial
de
desenvolvimento da cultura aumenta o período anterior a interferência.
Metolachlor e MSMA não são seletivos a cultura do algodão quando
aplicados em pós-emergência da cultura.
O herbicida Diuron recomendado para aplicação em pré-emergência ou
jato dirigido pode ser uma alternativa na modalidade de aplicação em pós-emergência,
sendo seletivo a cultura
Pyrithiobac foi seletivo a cultura.
44
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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