TCC REVISADO PARA ENTREGAR

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1
UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,
CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
FRANCIELI ALINE SULZBACHER
SISTEMA DE CUSTOS, FORMAÇÃO DE PREÇOS E ANÁLISE DE
RESULTADO DE UM VIVEIRO DE MUDAS DE EUCALIPTOS.
(Trabalho de Conclusão de Curso)
ÍJUI (RS)
2014
2
FRANCIELI ALINE SULZBACHER
SISTEMA DE CUSTOS, FORMAÇÃO DE PREÇOS E ANÁLISE DE
RESULTADO DE UM VIVEIRO DE MUDAS DE EUCALIPTOS.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de
Ciências Contábeis da UNIJUI, como requisito parcial para
obtenção do titulo de Bacharel em Ciências Contábeis.
Prof.ª Orientadora: EUSELIA PAVEGLIO VIEIRA
ÍJUI (RS), Novembro de 2014
3
DEDICATÓRIA
Com muito amor e carinho dedico este trabalho ao meu falecido pai o Sr. Hilário
Antônio Sulzbacher, o qual não pode em sua vida terrena acompanhar minha vida como
acadêmica, mas que não mediu esforços para conseguir adentrar sua filha mais nova no
mundo do ensino superior.
Foste um homem integro e de bom coração, o qual sempre procurou incentivar suas
filhas para o caminho do bem, sempre nos apresentando bons exemplos e ensinando que o
conhecimento é à base de tudo. Aqui deixo meu muito obrigado pela pessoa que foi e pelos
bons ensinamentos proporcionados em minha vida; Te Amo. Saudades eternas.
“Ouse, arrisque, não desista jamais e
saiba valorizar quem te ama, esses sim
merecem seu respeito. Quanto ao resto,
bom, ninguém nunca precisou de restos
para ser feliz.” Clarice Lispector.
4
AGRADECIMENTOS
Meus sinceros agradecimentos a todos que de alguma forma dedicaram um pouco de
si para que a conclusão deste trabalho se tornasse possível:
Primeiramente a Deus o qual permitiu que tudo isso acontecesse.
A minha família a qual com muito carinho e apoio não mediram esforços para que eu
chegasse até esta etapa de minha vida, mostrando-me exemplos a ser seguidos.
A minha irmã há qual muito me ajudou, orientou e incentivou no decorrer destes
quatro anos e meio de faculdade.
Ao meu namorado pela paciência, dedicação e incentivos prestados de forma
carinhosa dando força e coragem para seguir adiante.
A minha professora orientadora pelo auxilio e disponibilidade de tempo e material,
sempre com uma simpatia contagiante.
A todos os professores do curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, os quais foram
muito importantes no decorrer de minha vida acadêmica.
Enfim, meu muito obrigado a todos que direta ou indiretamente contribuíram ou ainda
fizeram parte de minha formação de modo que alcançasse este objetivo. Muito Obrigada por
tudo!
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RESUMO
O presente estudo procurou desenvolver um sistema de custos para uma propriedade rural
com produção de mudas de eucaliptos, tendo em vista que a contabilidade de custos proporciona a
sistematização, acumulação e organização dos dados, resultando em uma apuração dos custos de
produção dos produtos, permitindo que se obtenha um melhor gerenciamento da propriedade. O
objetivo foi analisar os resultados com a produção de mudas de eucaliptos, a fim de levantar
informações úteis para a tomada de decisão e planejamento da atividade. A metodologia
utilizada é de natureza aplicada, sendo uma pesquisa qualitativa, tendo como procedimentos técnicos
uma pesquisa documental, bibliográfica e estudo de caso. Nesse sentido foram realizados cálculos
tendo-se por base os custos das variedades de mudas produzidas, estas divididas em dois processos
distintos de produção, sendo eles das mudas em caixa e em tubetes, cálculos entre os quais se podem
destacar: preço de venda orientativo através do mark-up, margem de contribuição unitária e total,
ponto de equilíbrio, margem de segurança operacional, apuração dos resultados e posterior
comparação entre os preços de venda orientativo e praticado de modo a apresentar aos gestores da
entidade quais os melhores rumos a seguir. Por fim, os resultados demonstram que a empresa
apresenta-se com resultados positivos, porém não atinge os 20% de lucro desejado pela entidade, esta
por sua vez não pode elevar muito seus preços visto que esta é influenciada pela concorrência, a qual
mostra-se competitiva no mercado atual. Contudo verificou-se ao concluir este estudo a importância
da gestão de custos, principalmente para empresas de pequeno porte, de modo que se apresenta como
uma ferramenta de grande valia para a tomada de decisão e gerenciamento da organização.
Palavras-Chave: Custos, Preços, Análise, Sistema, Gestão, Eucaliptos.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 01- Componentes da análise custo/volume/lucro.................................................... 28
Figura 02- Fluxograma dos processos produtivos das mudas em caixa............................. 42
Figura 03- Fluxograma dos processos produtivos das mudas em tubetes.......................... 45
7
LISTA DE QUADROS
Quadro 01- Definição do Mark-up pelas equações.............................................................. 30
Quadro 02- Fórmula do ponto de equilíbrio contábil.......................................................... 32
Quadro 03- Fórmula do ponto de equilíbrio econômico...................................................... 32
Quadro 04- Fórmula do ponto de equilíbrio financeiro....................................................... 33
Quadro 05- Insumos das mudas de eucaliptos em caixa...................................................... 46
Quadro 06- Insumos das mudas de eucalipto em tubetes.................................................... 46
Quadro 07- Custo da mão de obra direta............................................................................. 47
Quadro 08- Número médio de horas por etapas de produção das mudas em caixa............. 48
Quadro 09- Número médio de horas por etapas de produção das mudas em tubetes.......... 49
Quadro 10- Custos indiretos................................................................................................ 50
Quadro 11- Depreciação das máquinas e equipamentos...................................................... 50
Quadro 12- Alocação dos custos indiretos das mudas em caixa e em tubetes..................... 51
Quadro 13- Método de custeio por absorção das mudas em caixa...................................... 52
Quadro 14- Método de custeio por absorção das mudas em tubetes................................... 54
Quadro 15- Método de custeio variável das mudas em caixa.............................................. 56
Quadro 16- Método de custeio vaiável das mudas em tubetes............................................ 58
Quadro 17- Mark Up divisor................................................................................................ 61
Quadro 18- Preço de venda orientativo das mudas em caixa calculado pelo Mark Up....... 62
Quadro 19- Preço de venda orientativo das mudas em tubetes calculado pelo Mark Up.... 62
Quadro 20- Margem de contribuição unitária e total das mudas em caixa.......................... 64
Quadro 21- Margem de contribuição unitária e total das mudas em tubetes....................... 66
Quadro 22- Ponto de equilíbrio contábil das mudas em caixa............................................. 69
Quadro 23- Ponto de equilíbrio contábil das mudas em tubetes.......................................... 70
Quadro 24- Margem de segurança operacional das mudas em caixa.................................. 72
Quadro 25- Margem de segurança operacional das mudas em tubetes............................... 73
Quadro 26- Demonstração do resultado do exercício das mudas em caixa......................... 75
Quadro 27- Demonstração do resultado do exercício das mudas em tubetes...................... 76
Quadro 28- Comparativo de preços: viveiro em estudo x concorrência.............................. 78
8
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01- Composição do custo dos eucaliptos duni em caixa - custeio por
absorção............................................................................................................. 52
Gráfico 02- Composição do custo dos eucaliptos grandis em caixa - custeio por
absorção............................................................................................................. 53
Gráfico 03- Composição do custo dos eucaliptos saligna em caixa - custeio por
absorção............................................................................................................. 53
Gráfico 04- Composição do custo dos eucaliptos citriodora em tubetes - custeio por
absorção............................................................................................................. 54
Gráfico 05- Composição do custo dos eucaliptos duni em tubetes - custeio por
absorção............................................................................................................. 55
Gráfico 06- Composição do custo dos eucaliptos grandis em tubetes - custeio por
absorção............................................................................................................. 55
Gráfico 07- Composição do custo dos eucaliptos saligna em tubetes - custeio por
absorção............................................................................................................. 56
Gráfico 08- Composição do custo
dos
eucaliptos
duni
em
caixa
- custeio
variável.............................................................................................................. 57
Gráfico 09- Composição do custo dos eucaliptos grandis em caixa - custeio
variável.............................................................................................................. 57
Gráfico 10- Composição do custo dos eucaliptos saligna em caixa - custeio
variável.............................................................................................................. 58
Gráfico 11- Composição do custo dos eucaliptos citriodora em tubetes - custeio
variável.............................................................................................................. 59
Gráfico 12- Composição do custo dos eucaliptos duni em tubetes - custeio
variável.............................................................................................................. 59
Gráfico 13- Composição do custo dos eucaliptos grandis em tubetes - custeio
variável.............................................................................................................. 60
Gráfico 14- Composição do custo dos eucaliptos saligna em tubetes - custeio
variável.............................................................................................................. 60
Gráfico 15- Comparativo entre o preço de venda orientativo e preço de venda praticado
das mudas em caixa........................................................................................... 63
Gráfico 16- Comparativo entre o preço de venda orientativo e preço de venda praticado
9
das mudas em tubetes....................................................................................... 63
Gráfico 17- Comparativo da margem de contribuição unitária das mudas em caixa........... 65
Gráfico 18- Comparativo da margem de contribuição total das mudas em caixa................ 66
Gráfico 19- Comparativo da margem de contribuição unitária das mudas em tubetes........ 67
Gráfico 20- Comparativo da margem de contribuição total das mudas em tubetes............. 68
Gráfico 21- Comparativo do ponto de equilíbrio das mudas em caixa................................ 69
Gráfico 22- Comparativo do ponto de equilíbrio das mudas em tubetes............................. 71
Gráfico 23- Comparativo da margem de segurança operacional das mudas em caixa........ 73
Gráfico 24- Comparativo da margem de segurança operacional das mudas em tubetes..... 74
Gráfico 25- Comparativo da demonstração do resultado do exercício das mudas em
caixa.................................................................................................................. 75
Gráfico 26- Comparativo da Demonstração do resultado do exercício das mudas em
tubetes............................................................................................................... 76
Gráfico 27- Comparativo de preços: viveiro em analise x concorrência das mudas em
caixa................................................................................................................... 79
Gráfico 28-
Comparativo de preços: viveiro em analise x concorrência das mudas em
tubetes............................................................................................................. 79
10
LISTA DE ANEXOS
Anexo A- Vista aérea da propriedade I................................................................................ 85
Anexo B- Vista aérea da propriedade II.............................................................................. 85
Anexo C- Vista aérea da propriedade III............................................................................. 86
Anexo D- Grades após semeadura na estufa........................................................................ 86
Anexo E- Processo de raleio das mudas em tubetes............................................................ 87
Anexo F- Grades de mudas prontas para a comercialização............................................... 87
Anexo G- Fardos de mudas em tubetes prontas para serem entregues ao cliente............... 88
Anexo H- Mudas em caixa prontas para a comercialização................................................ 88
Anexo I-
Caixa de mudas pronta para comercialização..................................................... 89
11
SUMÁRIO
RESUMO
5
LISTA DE FIGURAS................................................................................................ 6
LISTA DE QUADROS............................................................................................. 7
LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................. 8
LISTA DE ANEXOS................................................................................................ 10
INTRODUÇÃO......................................................................................................... 13
1
CONTEXTUAIZAÇÃO DO ESTUDO.................................................................... 15
1.1
ÁREA CONTEMPLADA......................................................................................... 15
1.2
CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO.......................................................... 15
1.3
PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA......................................................................... 16
1.4
OBJETIVOS.............................................................................................................. 17
1.4.1
Objetivo geral............................................................................................................ 17
1.4.2
Objetivos específicos................................................................................................. 17
1.5
JUSTIFICATIVA...................................................................................................... 17
2
REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................... 19
2.1
CONTABILIDADE DE CUSTOS............................................................................ 19
2.1.1
Classificação dos custos............................................................................................. 20
2.1.2
Custos com depreciação e exaustão........................................................................... 21
2.1.3
Custos com pessoal.................................................................................................... 24
2.1.4
Sistemas de produção................................................................................................. 25
2.2
MÉTODOS DE CUSTEIO........................................................................................ 27
2.3
ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO.............................................. 28
2.3.1
Formação do preço de venda..................................................................................... 29
2.3.2
Apuração e contabilização......................................................................................... 30
2.3.3
Ponto de equilíbrio..................................................................................................... 31
2.3.3.1 Ponto de equilíbrio contábil....................................................................................... 32
2.3.3.2 Ponto de equilíbrio econômico.................................................................................. 32
2.3.3.3 Ponto de equilíbrio financeiro.................................................................................... 33
2.3.4
Margem de segurança operacional............................................................................ 33
2.4
CUSTOS NA ATIVIDADE RURAL........................................................................ 34
3
METODOLOGIA...................................................................................................... 36
12
3.1
CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO............................................................................ 36
3.1.1
Quanto à natureza...................................................................................................... 36
3.1.2
Quanto aos objetivos.................................................................................................. 36
3.1.3
Quanto à forma de abordagem do problema.............................................................. 37
3.1.4
Quanto aos procedimentos técnicos.............................................................................37
3.2
COLETA DE DADOS.............................................................................................. 38
3.2.1
Instrumento de coleta de dados.................................................................................. 39
3.3
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS..................................................... 40
4
ANÁLISE DOS RESULTADOS.............................................................................. 41
4.1
DESCRIÇÃO DOS CICLOS DE PRODUÇÃO....................................................... 41
4.1.1
Mudas de eucaliptos em caixa................................................................................... 41
4.1.2
Mudas de eucaliptos em tubetes................................................................................ 43
4.2
CUSTOS DIRETOS DE PRODUÇÃO..................................................................... 45
4.2.1
Insumos...................................................................................................................... 45
4.2.2
Mão de obra direta..................................................................................................... 47
4.3
CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO................................................................. 49
4.4
CUSTO TOTAL: MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E VARIÁVEL.... 51
4.5
ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO.............................................. 61
4.5.1
Formação do preço de venda..................................................................................... 61
4.5.2
Margem de contribuição............................................................................................ 64
4.5.3
Ponto de equilíbrio..................................................................................................... 68
4.5.4
Margem de segurança operacional............................................................................ 71
4.5.5
Demonstração do resultado dos produtos.................................................................. 74
4.6
ANÁLISE DO ESTUDO........................................................................................... 77
CONCLUSÃO........................................................................................................... 81
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 83
ANEXOS................................................................................................................... 85
13
INTRODUÇÃO
A Contabilidade de Custos é uma das especialidades da Contabilidade Geral e por
meio da competitividade traz aperfeiçoamentos, vindo a destacar-se e a ganhar mais espaços,
dando ao seu usuário a oportunidade de analisar o produto, bem como, os serviços e os
valores a ele agregados, já que o enfoque dado aos custos influencia diretamente no preço de
venda e, por consequência, no resultado da empresa. Contudo esta voltada ao patrimônio e
suas mutações, tornando possível a visualização de forma clara e objetiva da situação
patrimonial, econômica e financeira da entidade.
Para uma melhor fundamentação sobre Custos, objetivando o controle dos custos,
gastos, receitas e despesas, se tem um melhor acompanhamento destes fatores tornando a
contabilidade de Custos um instrumento gerencial de extrema importância, que visa melhorar
os resultados da organização.
Neste contexto, a contabilidade de custos voltada à atividade rural também se
apresenta de forma significativa na economia brasileira, visto que por meio dela é possível
obter-se maiores índices de resultado, tendo em vista um constante monitoramento, sendo que
neste ramo existe uma preocupação maior com os fatores climáticos e mercadológicos, pois
os mesmos influenciam na eficiência e qualidade dos produtos comercializados.
Contudo, podem-se considerar todos estes fatores, para que o objetivo desse estudo
fosse alcançado de forma a propor um sistema de custos para uma propriedade rural, já que a
contabilidade de custos proporciona a sistematização, acumulação e organização dos dados,
resultando em uma apuração dos custos de produção dos produtos, permitindo que se obtenha
um melhor gerenciamento da propriedade.
Deste modo, o presente trabalho apresenta-se inicialmente estruturado com a
delimitação do tema, do problema, dos objetivos e da justificativa sobre o tema tratado.
Depois desta fase delimita-se o referencial teórico com uma revisão teórica no que
tange a contabilidade de custos e suas classificações, enfocando os custos com depreciação e
exaustão, com pessoal e ainda os sistemas de produção. A seguir apresenta-se os métodos de
custeio, seguido da análise do custo, volume e resultados com a posterior formação do preço
de venda e sua apuração e contabilização, apresenta-se ainda o ponto equilíbrio e margem de
segurança operacional. Posteriormente ainda neste capitulo enfoca-se os custos na atividade
rural, de modo a clarear o real significado da contabilidade neste setor.
No capitulo seguinte faz-se uma posterior abordagem sobre o método de pesquisa,
delimitando-a quanto à natureza, aos objetivos, quanto à forma de abordagem do problema,
14
aos procedimentos técnicos, ao instrumento de coleta de dados, além da análise e
interpretação dos dados colhidos.
Por fim realizou-se uma abordagem prática de modo a atender os objetivos propostos
por este estudo, onde primeiramente realizou-se uma breve descrição dos ciclos de produção
das mudas e um posterior levantamento dos custos mensais e totais com a produção das
mudas de eucaliptos, dentre os quais se podem destacar: insumos, mão de obra direta,
depreciação, custos indiretos fixos e variáveis. Posteriormente realizaram-se ainda os cálculos
referentes à formação dos preços de venda orientativo em confronto com os preços de venda
praticados. Posteriormente realizaram-se ainda comparativos por meio da margem de
contribuição unitária e total, ponto de equilíbrio, margem de segurança operacional e
demonstração do resultado do exercício. Contudo, utilizaram-se as seguintes análises dos
resultados obtidos a fim de propor aos gestores da empresa um melhor gerenciamento de sua
produção e resultados.
Para finalizar, o relatório apresenta-se a conclusão e as referências utilizadas durante
todo o período da pesquisa.
15
1
CONTEXTULIZAÇÃO DO ESTUDO
Nesse primeiro momento de contextualização do estudo, apresenta-se a definição do
tema o qual abordou-se o estudo, seguido da caracterização da organização, da problemática,
dos objetivos e da justificativa do mesmo.
1.1 ÁREA CONTEMPLADA
A ciência contábil tem como objeto de estudo e controle o patrimônio, sendo assim
define-se conforme (BASSO, 2011), que a contabilidade é uma Ciência Social a qual possui
como objeto o patrimônio da entidade, o qual é constituído pelos seus bens, direitos e
obrigações. Esta por sua vez possui como finalidade básica o fato de gerar informações de
espécie física, econômica e ainda financeira sobre o patrimônio da entidade, sendo ponto
primordial no que se refere ao planejamento e ao controle do processo decisório de uma
organização.
A partir da contabilidade financeira, surge a contabilidade gerencial, onde a
contabilidade de custos é fundamental para a gestão dos negócios de uma empresa, desde a
sua apuração, até os indicadores da relação do custo, do volume e dos resultados. Assim
sendo, o estudo se propôs a abordar a gestão de custos e resultados da produção de mudas de
eucaliptos com base em um viveiro, o qual é caracterizado a seguir.
1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
O objeto deste estudo é uma pequena propriedade de abrangência familiar, a qual
possui como principal atividade a produção de mudas de Eucaliptos, está localizada na cidade
do município de São Martinho-RS. As atividades desenvolvidas no local são realizadas pela
proprietária com o auxilio de mais três funcionários.
Na propriedade são produzidos diferentes variedades de eucaliptos, entre os quais se
podem citar: Eucaliptos Citriodora, Duni, Grandis e Saligna, além ainda de outras variedades
de mudas como Pinus, Cedro Australiano, Cipreste, Pingo de Ouro, Mudas de Sombra e
Mudas Nativas.
As mudas levam em média seis a oito meses para ficarem prontas para a sua
comercialização a qual é feita pela própria proprietária e seus funcionários, sendo que a
16
entrega e comercialização também são realizadas pela própria proprietária durante os meses
de maior abrangência das vendas que decorrem entre maio a outubro de cada ano.
A empresa caracteriza-se como sendo de cunho rural, não possuindo nenhum tipo de
apuração de resultados, ou seja, qualquer forma de contabilização. Apresenta-se com um
faturamento médio anual bruto de R$ 90.000,00, sendo que este indicativo pode aumentar ou
diminuir dependendo do clima e suas variações.
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA
A contabilidade de custos é uma forma na qual a empresa tem disponível a partir dos
seus registros monetários e físicos de seus gastos, controlar e tomar decisões no que se refere
aos custos de sua operação, ou seja, é um conjunto de registros os quais são utilizados de
modo a identificar, informar e mensurar os custos de todos os produtos ou serviços, os quais
são realizados pela organização.
Neste contexto entende-se que a contabilidade de custos constitui-se como sendo um
dos aspectos administrativos mais relevantes, segundo Crepaldi (2011, p.39) “a necessidade
de uma atualização dos meios de gerenciamento nas empresas rurais é, hoje, uma realidade
fundamental para alcançar resultados de produção e produtividade que garantam o sucesso do
empreendimento”.
No Brasil hoje são mais de 3.751.867 hectares de florestas plantadas de eucaliptos, ou
seja, isso equivale a 3,5% do nosso Produto Interno Bruto (PIB), de modo que gera mais de
4,6 milhões de empregos diretos e indiretos, de acordo com dados levantados pela (ABRAF
2007). Esta madeira é utilizada para a produção de inúmeros produtos os quais são essenciais
ao bem-estar da sociedade, produtos como: papel para livros, cadernos, higiene pessoal,
embalagens e madeira para fabricação de móveis, geração de energia, carvão vegetal e
construção civil, além de óleos essenciais com os quais são fabricados alimentos, produtos de
limpeza, perfumes e remédios, além ainda de outras aplicações.
O viveiro em estudo não possui nenhum controle de custos efetivo, no que se refere
aos custos de produção e de vendas, tendo em vista ainda que o mesmo nunca realizou uma
análise de viabilidade na área a qual desempenha. Contudo após o desenvolvimento deste
estudo que pode ser utilizado como uma ferramenta eficiente e eficaz no sentido da
mensuração do resultado e ainda como forma de orientação para a formação dos preços de
venda de seus produtos.
17
Baseado neste contexto cabe a seguinte questão problema: Qual a contribuição que
um sistema de custos proporciona no processo de gestão dos resultados de uma propriedade
de arboricultura?
1.4 OBJETIVOS
Os Objetivos tem por finalidade definir o que se pretende cumprir no que se refere à
realização deste presente estudo, ou seja, no caso em questão um sistema de custos o qual
venha a proporcionar informações de modo coerente para a gestão da empresa, como
descritos a seguir:
1.4.1 Objetivo geral
Desenvolver um sistema de custos, preços e análise dos resultados de uma propriedade
com a produção de mudas de eucaliptos, a fim de levantar informações úteis para a tomada de
decisão e planejamento da atividade.
1.4.2 Objetivos específicos
o Revisar teoricamente os assuntos ligados a sistemas de custos, formação de preços e
análise de resultados;
o Mapear o processo produtivo, analisando os procedimentos utilizados pela organização;
o Estruturar um sistema de custos adequado para a propriedade;
o Analisar os custos inerentes ao processo de produção de mudas de eucaliptos;
o Avaliar a relação dos custos, de volume e resultado por variedade;
o Apresentar as informações de custos para os gestores.
1.5 JUSTIFICATIVA
Nos dias de hoje a qualidade das informações geradas em um sistema de custos é
questão de sobrevivência, tendo em vista que esta é essencial no produto para manter as
empresas no mercado. Com isso cresce a necessidade de se saber quanto custa, ou quanto se
pode ganhar com determinado produto, tendo em vista que a qualidade reflete na aprovação e
valor final do mesmo.
18
Identificando essa necessidade, aliada à falta de uma gestão de custos adequada para a
entidade, visto ainda a importância deste, para assim dar continuidade a mesma, sendo que a
escolha do tema se deu pelo fato de proporcionar a esta pequena organização uma melhor
gestão, com um controle de custos, o qual pode proporcionar outras informações sobre os
custos e resultados, visto que suas atividades passam a ser melhor controladas, além de se ter
uma melhor visão no que se refere ao preço de venda, assim como, a análise dos resultados.
Esse estudo ficará a disposição de quem tiver interesse nesta área do conhecimento, de
modo especial aos alunos do Curso de Ciências Contábeis, de forma que contribua
positivamente para o desenvolvimento de outras pesquisas e da profissão.
Na condição de acadêmica do Curso de Ciências Contábeis da Unijuí e futura
profissional da contabilidade, este estudo ampliou meus conhecimentos e perspectivas
profissionais, de modo a qualificar-me ainda mais, em função de ter posto em prática os
estudos realizados no decorrer do curso, tendo em vista ainda o fato de ser uma realização
pessoal, pelo fato de que esta atividade faz parte do meu cotidiano.
19
2
REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capitulo foi abordado o referencial teórico, de modo que se buscaram
informações relevantes com o auxilio de diversos autores, com a finalidade de contribuir para
a resolução da problemática do estudo e de qualificar e fundamentar a elaboração do mesmo.
2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS
Custos são aplicados em diversas áreas da metodologia financeira, sendo que eleva a
uma mensuração econômica de produtos e serviços, adequando-os a compra e venda das
mesmas ao seu real valor no mercado financeiro.
De acordo com Sandroni (1994, citado por PADOVEZE, 2003, p.03) custos é a:
Avaliação em unidades de dinheiro de todos os bens materiais e imateriais, trabalho
e serviços consumidos pela empresa na produção de bens industriais, bem como
aqueles consumidos também na manutenção de suas instalações. Expresso
monetariamente, o custo resulta da multiplicação da quantidade dos fatores de
produção utilizados pelos respectivos preços.
Desta forma pode-se dizer que custo nada mais é do que o valor o qual foi pago por
alguma coisa, ou seja, é a mensuração econômica dos recursos os quais foram adquiridos para
a empresa, seja para obtenção própria ou venda de posteriores produtos.
Contudo a contabilidade de custos é uma parcela da ciência contábil a qual é
responsável por coletar informações de operações e de vendas, a fim de estabelecer deste
modo os custos de produção e distribuição, sejam eles unitários ou totais, deste modo
objetivando alcançar um resultado racional, eficiente e lucrativo.
A contabilidade de custos é um instrumento importante o qual se destina a produzir
informações a diversos níveis gerenciais, coletando, classificando e ainda registrando os
elementos operacionais, através de métodos de custeio, e ainda com o auxilio da tecnologia da
informação possibilita soluções satisfatórias no que tange ao processo gerencial da
organização. Nesta mesma visão Martins afirma que:
Nesse seu novo campo, a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: o
auxilio ao controle e a ajuda às tomadas de decisões. No que diz respeito ao
Controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de
padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente
seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os valores
anteriormente definidos. (MARTINS, 2008, p.21).
20
Com base nos autores citados nesse item, pode-se observar o atual cenário econômico
e competitivo no qual as empresas estão inseridas, percebe-se, que estes a cada dia que passa
dão maior importância as questões as quais se referem à contabilidade de custos, a fim de
buscar mecanismos, sistemas ou procedimentos os quais contribuam para aperfeiçoar a gestão
da empresa, com o objetivo de competir no mercado com um nível operacional de qualidade.
2.1.1 Classificação dos custos
Os custos podem ser classificados de diversas formas tendo em vista suas finalidades
gerenciais. Nesta perspectiva Leone (2008, p.55) “sugere apresentar classificações as quais
destinam a atender finalidades didáticas, divididos em três grupos: custos para a determinação
do lucro e a avaliação do patrimônio; custos para o controle das operações e custos para
planejamento e tomada de decisões”.
Os custos podem ainda ser classificados quanto a sua Identificação (Diretos,
Indiretos), seu volume produzido (Variáveis, Fixos) e ainda quanto a tomadas de decisões
(Relevantes, Não Relevantes).
Na sequencia apresenta-se a classificação dos custos quanto a sua identificação, que
podem ser classificados em custos diretos ou indiretos. Os custos diretos são aqueles que
podem ser facilmente apropriados, ou seja, são aqueles os quais pertencem diretamente aquele
produto. Desta forma são os gastos industriais os quais são alocados direta e objetivamente
aos produtos. A partir desta base Padoveze afirma que um custo é direto quando:
a) É possível verificar ou estabelecer uma ligação direta com o produto final;
b) É possível de ser visualizado no produto final;
c) É clara e objetivamente especifico do produto final e não se confunde com os
outros produtos;
d) É possível ser medida objetivamente sua participação no produto final etc.
(PADOVEZE, 2003, p. 41)
Já os custos indiretos são aqueles gastos os quais não podem ser alocados diretamente
aos produtos. No que se referem ao processo industrial estes custos estão alocados dentro do
processo de produção, ou seja, para serem alocados aos produtos requerem o uso de rateios.
Contudo são os gastos os quais se caracterizam por serem de caráter genérico e não
específicos aos produtos finais.
21
Quanto ao seu volume de produção, os custos podem ser classificados em fixos ou
variáveis. Os custos fixos são os gastos os quais tendem a manterem-se constantes nas
atividades operacionais, independendo do volume de produção. Padoveze afirma ainda que:
Apesar da possibilidade de classificarmos uma série de gastos como custos fixos, é
importante ressaltar que qualquer custo é sujeito a mudanças. Mas os custos que
tendem a manter-se constantes nas alterações do volume das atividades operacionais
são tidos como custos fixos. De um modo geral, são custos e despesas necessários
para se manter um nível mínimo de atividade operacional, por isso são também
denominados custos de capacidade. (PADOVEZE, 2003, p. 54)
Os custos variáveis são aqueles os quais estão diretamente ligados ao volume de
produção ou venda da organização, ou seja, quanto maior o volume de produção, maiores
também serão os custos variáveis totais. De acordo com Wernke (2001, p.14) “O exemplo
mais adequado para custo variável é a matéria prima, pois se para produzir uma unidade de
produto gastam-se R$ 10,00, ao produzir duas unidades gastam-se R$ 20,00”.
No que se refere à tomada de decisão, os custos podem ser classificados em relevantes
e não relevantes. Os custos relevantes são aqueles os quais são alterados de acordo com a
decisão tomada pela organização. Já os não relevantes são aqueles que independem desta
decisão tomada pela empresa. Contudo entende-se que os custos relevantes é que são os mais
importantes no que se refere à tomada de decisão, de modo que os não relevantes não
necessitam ser considerados. Tendo em vista que ambos são classificados levando em conta
uma única decisão, sendo valida apenas para esta decisão. (PADOVEZE, 2003)
2.1.2 Custos com depreciação e exaustão
A depreciação é considerada como sendo uma perda de valor dos ativos imobilizados,
os quais são utilizados no processo industrial. Esta perda de valor é resultado do uso e
desgaste ou ainda obsolescência de bens tangíveis, ou seja, máquinas, equipamentos, móveis,
utensílios, veículos, imóveis, entre outros. Contudo pode-se dizer que a depreciação é
resultado da diferença entre o valor novo e do bem já usado.
Na contabilidade rural Crepaldi define depreciação como:
Depreciação- somente em casos de empreendimentos próprios da empresa e dos
quais serão extraídos apenas os frutos.
O custo de aquisição ou formação da cultura é depreciado em tantos anos quanto
forem os de produção de frutos. Exemplo: café, laranja, uva etc. (CREPALDI, 2011,
p.129).
22
A exaustão é um procedimento o qual lança gradativamente como custo a perda de
recursos naturais exauríveis, como reservas florestais, petrolíferas, potencial de minas,
jazidas, entre outros. Contudo é necessário que anteriormente já tenha havido outros gastos
como aquisição ou ainda contabilizando a descoberta, prospecção ou o desenvolvimento de
recursos.
A exaustão de acordo com Crepaldi (2011, p.129) no que tange a contabilidade rural,
afirma que: “à medida que seus recursos forem exauridos (esgotados) do custo de aquisição
ou formação, excluído o solo. Exemplo: reflorestamento, cana-de-açúcar, pastagens etc.”.
No que se refere aos métodos de depreciação Crepaldi destaca que:
Muitos são os métodos utilizados para cálculo da depreciação e exaustão na
literatura contábil, mas no caso brasileiro, poucos são utilizados. Isto porque o
conceito contábil de depreciação difere do sentido que esta palavra tem no linguajar
corrente. No uso corrente, depreciação significa o esgotamento e o desgaste de um
ativo. Em seu sentido contábil tradicional a depreciação é um encargo financeiro que
se tem sobre certas contas (Ativo Imobilizado) que reflete o custo de utilização de
um ativo em um exercício contábil dado, e mais especialmente para refletir a porção
do custo monetário original de ingresso desse ativo que foi utilizado na obtenção de
receitas de um exercício contábil em particular. (CREPALDI, 2011, p. 130)
É de suma importância que todos conheçam os métodos e a forma de suas aplicações,
seja em empresas comerciais, industriais ou ainda agropecuárias, de modo que este precisa de
conhecimentos técnicos, fiscais e contábeis. Contudo a depreciação é responsável por causar
um impacto no valor do lucro líquido de cada exercício. De acordo com Crepaldi (2011)
destacam-se os métodos a seguir:
Método linear: é responsável por considerar a depreciação/exaustão em cotas, taxas
anuais e constantes durante a vida útil do bem. Supõe-se a utilização do ativo em períodos
uniformes de tempo.
Método da soma dos dígitos dos anos: é um método de depreciação acelerado a qual
leva em consideração não apenas a obsolescência, mas também o incremento de utilização de
um ativo no início de sua vida útil. Em geral refere-se ao somatório dos números de anos que
compõem o denominador da fórmula de cálculo.
Método das taxas decrescentes: método responsável por considerar a depreciação em
cotas decrescentes e que leva em consideração o aumento do uso nos primeiros anos da vida
útil. A depreciação pelo saldo decrescente é a taxa dobrada sobre o saldo do valor do bem, ou
seja, dobrar a taxa do método de linha reta.
Método das taxas variáveis: considera a depreciação em cotas/taxas variáveis em
função de uma curva de utilização deste bem durante sua vida e o volume de produção para
23
este bem. Contudo leva em consideração que a vida do ativo é em função das unidades as
quais pode produzir.
De acordo com a Resolução CFC Nº 1.136/08 alguns critérios para a mensuração e
recolhimento da depreciação devem ser observados que são:
a) obrigatoriedade do seu reconhecimento;
b) valor da parcela que deve ser reconhecida no resultado como decréscimo patrimonial, e,
no balanço patrimonial, representada em conta redutora do respectivo ativo;
c) circunstâncias que podem influenciar seu registro.
o O valor depreciado, amortizado ou exaurido, apurado mensalmente, deve ser
reconhecido nas contas de resultado do exercício.
o O valor residual e a vida útil econômica de um ativo devem ser revisados, pelo menos,
no final de cada exercício. Quando as expectativas diferirem das estimativas anteriores,
as alterações devem ser efetuadas.
o A depreciação, a amortização e a exaustão devem ser reconhecidas até que o valor
líquido contábil do ativo seja igual ao valor residual.
o A depreciação, a amortização ou a exaustão de um ativo começa quando o item estiver
em condições de uso.
o A depreciação e a amortização não cessam quando o ativo torna-se obsoleto ou é
retirado temporariamente de operação.
o Os seguintes fatores devem ser considerados ao se estimar a vida útil econômica de
um ativo:
a) a capacidade de geração de benefícios futuros;
b) o desgaste físico decorrente de fatores operacionais ou não;
c) a obsolescência tecnológica;
d) os limites legais ou contratuais sobre o uso ou a exploração do ativo.
o A vida útil econômica deve ser definida com base em parâmetros e índices admitidos em
norma ou laudo técnico específico.
o Nos casos de bens reavaliados, a depreciação, a amortização ou a exaustão devem ser
calculadas e registradas sobre o novo valor, considerada a vida útil econômica indicada
em laudo técnico específico.
o Não estão sujeitos ao regime de depreciação:
a) bens móveis de natureza cultural, tais como obras de artes, antiguidades, documentos,
bens com interesse histórico, bens integrados em coleções, entre outros;
24
b) bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos públicos, considerados
tecnicamente, de vida útil indeterminada;
c) animais que se destinam à exposição e à preservação;
d) terrenos rurais e urbanos.
2.1.3 Custos com pessoal
Os custos com pessoal se refere ao pagamento de mão de obra que vem a enquadrar
todas as despesas provenientes de salários e encargos sociais a ele aplicados. Dentro dos
encargos sociais classificam-se aqueles assumidos pela empresa por força da lei, como INSS,
FGTS, 13º Salário, Férias, como também aqueles que são assumidos espontaneamente pela
empresa como gastos com recreação, assistência médica, assistência odontológica, entre
outros. A mão de obra pode ser classificada em direta e indireta.
A mão de obra direta representa os gastos relativos ao pessoal que trabalha
diretamente sobre um produto em elaboração, ou seja, refere-se aos esforços produtivos das
equipes que estão continuamente relacionadas com a produção, sendo possível mensurar o
tempo o qual foi utilizado e quem executou tal tarefa. Contudo não é necessário nenhum tipo
de apropriação indireta ou qualquer tipo de rateio. (MARTINS, 2008)
De acordo com Bruni; Famá (2004) no que se refere aos custos com mão de obra
direta:
As análises de custos de mão de obra direta no Brasil devem considerar
fundamentalmente os gastos associados aos encargos trabalhistas sociais, que
incidem sobre as folhas de pagamento. É comum dizer que no Brasil o trabalhador
ganha muito pouco, porém custa muito caro. (BRUNI; FAMÁ, 2004, p. 93).
Os custos com pessoal no que se refere à agropecuária, Santos; Marion; Segatti (2002
p. 53) destacam que: “Em nosso país, a mão de obra, especialmente a direta, tem grande
importância no custo total de produção, aonde chega a representar mais de 50% dos gastos
diretos de algumas culturas, por exemplo, fruticultura, horticultura e outras não mecanizadas”.
São várias as denominações de mão de obra na agropecuária, Santos; Marion; Segatti
(2002) classificam da seguinte forma:
Trabalhador rural: enquadram-se os trabalhadores empregados nas atividades agrícola
ou pecuária, diretamente no campo. São remunerados de acordo com o volume das
respectivas tarefas, sendo remunerados de acordo com o salário mínimo vigente, ou ainda
mensalmente, independentemente do volume de trabalho.
25
Campeiro: sua função é promover o manejo de animais no campo, identificando
diariamente os nascimentos, mortes, animais doentes, ganho de peso, aquisições vendas e
dados sobre alimentação, repassando estes dados para o zootecnista ou veterinário. Sua
remuneração esta prevista de acordo com a Constituição e a CLT, Lei nº 5.899, além ainda do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais (convenção).
Retireiro: é aquele que presta serviços no manejo de vacas leiteiras, a legislação em
que se enquadra é a mesma dos dois tipos anteriores.
Tratorista ou Operador de Máquinas: sua função é operar tratores de pneus ou esteiras
na execução de serviços mecanizados. Presta serviços tanto na agricultura como na
agropecuária e criação de outros tipos de animais.
No que se refere à mão de obra indireta Padoveze traz a seguinte concepção:
A mão de obra indireta caracteriza-se por não ser exclusiva de um produto ou
produtos finais e por trabalhar para determinadas atividades de apoio a fabrica como
um todo, necessárias a todos os produtos indistintamente. Mesmo que,
eventualmente os esforços estejam sendo direcionados a determinado produto, não
há um processo repetitivo de esforço despendido para os produtos. Dessa maneira,
os profissionais indiretos trabalham para as atividades dos setores e departamentos
de apoio à produção e não diretamente para os produtos finais. (PADOVEZE, 2003,
p. 49).
Contudo a propriedade em estudo não apresenta mão de obra indireta e sim se
apresenta estruturada com mão de obra direta de modo que seus funcionários possuem
remuneração mensal de acordo com a função a qual desempenham, tendo em vista que todos
trabalham diretamente ligados a produção desde seu estagio inicial até o momento em que o
mesmo esteja pronto para comercialização. Por fim a produção de mudas de eucaliptos é
considerada como sendo pertencente à agricultura, de modo que sua proprietária e
funcionários enquadram-se como trabalhadores rurais, recebendo todos os encargos
trabalhistas pertinentes a função.
2.1.4 Sistemas de produção
Sistema é definido como um conjunto de elementos inter-relacionados entre si, os
quais interagem no desempenho de uma função, nesta mesma linha de pensamento Moreiro
(2000 citado por BOIKO, TSUJIGUCHI, VAROLO, p.03) destaca que: “Um Sistema de
Produção pode ser definido como um ‘conjunto de atividades inter-relacionadas envolvidas na
produção de bens (caso de indústrias) ou de serviços’”.
26
A partir da maneira de organização a qual vem da produção de bens e serviços através
de características diferentes manifestadas por intermédio do volume e variedade, também se
obtém uma definição para sistema de produção. Podem-se citar pelo menos quatro processos
para os sistemas de produção que são os de: insumos; conversão/transformação; subsistema
de controle e as saídas, neste sentido Gaither; Frazier (2002) e Slack; Chambers; Johnston
(2002) (citados por BOIKO, TSUJIGUCHI, VAROLO, p.04) traz a seguinte concepção:
1) INSUMOS: recursos a serem transformados diretamente em produtos e que são
classificados em três categorias gerais: a) insumos externos - possuem caráter de
informação e fornecem dados sobre as condições externas ao sistema de produção,
tais como informações sobre: política; legislação; economia; sociedade; tecnologia;
b) insumos de mercado - também possuem caráter de informação, no entanto,
fornecem informações sobre: concorrência; produtos; desejos dos clientes; c)
insumos primários/recursos primários - são os insumos que sustentam diretamente a
produção e a entrega de bens e serviços, podendo ser públicos ou não, tais como:
Recursos Físicos – Máquinas, Equipamentos, Matérias – primas, Recursos
Energéticos e Recursos Naturais; Recursos Humanos; Recursos Econômicos Financeiros; 2) SUBSISTEMA DE CONVERSÃO/TRANSFORMAÇÃO: é o
subsistema que transforma os insumos em produtos finais e está diretamente ligado
ao tipo de entradas a serem transformadas, podendo ser de: a) processamento de
materiais: I) Transformar - transformam a propriedade física dos materiais, como:
forma; composição ou características (como nas manufaturas e nas minerações); II)
Mudar a localização - serviços de transporte de cargas e encomendas; III) Mudar a
posse ou a propriedade - serviços de troca; IV) Acomodar ou estocar - serviços de
armazenagem; b) processamento de informações: I) Transformar - transformam as
propriedades informativas, ou seja, a forma da informação (como fazem os
contadores); II) Mudar a localização – serviços de telecomunicações; III) Mudar a
posse ou a propriedade - (como nas empresas de pesquisa de mercado); IV)
Acomodar ou estocar - (como nos arquivos e bibliotecas); c) processamento de
consumidores: I) Transformar - transformam as propriedades físicas (como os
cabeleireiros e os cirurgiões plásticos); o estado fisiológico (como os hospitais),
e/ou; o estado psicológico (como os serviços de entretenimento, tais como música,
teatro, cinema, parques temáticos); II) Mudar a localização - serviços de transporte
de pessoas; III) Acomodar ou estocar (como nos hotéis); 3) SUBSISTEMA DE
CONTROLE - conjunto de atividades que visa assegurar que programações sejam
cumpridas, que padrões sejam estabelecidos, que recursos estejam sendo usados de
forma eficaz e que a qualidade desejada seja obtida; 4) SAÍDAS: se dão de duas
formas: a) produtos diretos - são os produtos que geram as receitas do sistema, estes
podem ser: os bens (produtos tangíveis); os serviços (produtos intangíveis), ou;
ambos; b) produtos indiretos – correspondem aos impostos; impacto ambiental
(poluição, efluentes e lixo); remunerações e salários; desenvolvimento tecnológico;
impactos sobre os empregados e sobre a sociedade. Gaither; Frazier e Slack;
Chambers; Johnston (2002 citados por BOIKO, TSUJIGUCHI, VAROLO, p.04)
O sistema de produção origina-se da importância que as organizações têm em nossas
vidas, ou seja, a importância da produção em escalas, tais como as de bens e serviços, onde
um exemplo claro é a diversidade de produção de variedades de mudas de eucaliptos, de
modo que variam cada uma no que tange a variedade e quantidade produzida de cada espécie.
27
2.2 MÉTODOS DE CUSTEIO
Entre os métodos de custeio destacam-se o custeio por absorção e o custeio variável ou
direto. O custeio por absorção é responsável por englobar todos os custos fixos e variáveis,
seguindo todos os princípios da contabilidade e atendendo o que se pede na legislação fiscal.
Wernke (2001) no que se refere ao custeio por absorção explica que:
Este é o método mais tradicional de custeio e é empregado quando se deseja atribuir
um valor de custos ao produto atribuindo-lhe também uma parte dos custos
indiretos. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos produtos, de
forma direta ou indireta mediante critérios de rateios. (WERNKE, 2001, p. 20)
Este é o método mais utilizado para finalidades contábeis pelo fato de ser permitido
pela Legislação brasileira, porém recebe críticas quando analisado em termos gerenciais.
Contudo Wernke (2001, p.21) aponta algumas desvantagens no que se refere a tal método: “A
principal desvantagem do custeio por absorção consiste na utilização dos rateios para
distribuir os custos entre os departamentos e/ou produtos. Como nem sempre tais critérios são
objetivos, podem distorcer os resultados, penalizando alguns produtos e beneficiando outros”.
Já no que se refere ao custeio variável ou direto é utilizado apenas como ferramenta
gerencial, pelo fato de que não é aceito pela legislação fiscal, tendo como premissa o fato de
considerar apenas os custos variáveis. A partir desta base Santos; Marion; Segatti relatam que:
Este método considera somente os custos variáveis para determinação dos custos de
produção, ou seja, mão-de-obra direta, máquinas diretas e insumos agrícolas. Os
custos fixos neste caso serão considerados como despesas correntes e debitados
diretamente nos resultados. Por esse motivo não é aceito pela legislação fiscal
vigente, podendo ser utilizado somente na apuração de resultados gerenciais.
(SANTOS; MARION; SEGATTI, 2002, p. 44)
No que se refere às vantagens e desvantagens deste método Wernke (2001) menciona
os seguintes pontos:
o Prioriza o aspecto gerencial ao enfatizar a rentabilidade de cada produto sem as
distorções ocasionadas pelos rateios de custos fixos aos produtos;
o Não é aceito pela legislação tributária para fins de avaliações de estoques;
o Não envolve rateios e critérios de distribuição de gastos, facilitando o cálculo;
o Exige uma estrutura de classificação rígida entre os gastos de natureza fixa e
variável;
o Com a elevação o valor dos custos fixos, não considerados neste método, a
análise de desempenho pode ser prejudicada e deve merecer considerações mais
acuradas. (WERNKE, 2001, p.30)
28
Neste contexto, as empresas precisam manter um sistema de informações gerenciais,
de modo que sejam fornecidas informações básicas as quais farão a diferença no momento da
tomada de decisão. Neste sentido a contabilidade gerencial deverá através dos métodos de
custeio informar do melhor modo às necessidades de recursos destinados a tal finalidade.
2.3 ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADOS
A análise do custo, volume e resultados é um dos instrumentos utilizados nas decisões
gerenciais, tendo em vista que esta expressão abrange os conceitos de margem de
contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança. Wernke classifica esta ligação
conforme ilustrado na figura abaixo:
Figura 01 – Componentes da análise custo/volume/lucro.
Análise
Custo/Volume/Lucro
Margem de
Ponto de
Margem de
Contribuição
Equilíbrio
Segurança
Fonte: (WERNKE, 2001, p. 41)
Esta análise tem por objetivo demonstrar a relação existente entre as vendas, os custos
e o nível de atividade o qual foi desenvolvido além ainda do lucro o qual se deseja alcançar.
De acordo com Wernke (2001) o estudo proporciona respostas e questões relacionadas ao que
acontecerá com o lucro da empresa no caso de ocorrer:
a) Aumento ou diminuição do custo (variável ou fixo);
b) Diminuição ou aumento do volume de vendas;
c) Redução ou majoração dos preços de venda.
As decisões gerenciais carecem de uma análise referente ao comportamento dos custos
e lucros em função do volume de vendas. Contudo uma incerteza no que se refere aos custos e
preços dos produtos esta relacionada com a quantidade de determinando produto o qual será
vendido, porém este instrumento de análise aponta alguns efeitos das mudanças no que se
refere ao volume de venda com a lucratividade desta organização. (PADOVEZE, 2003)
29
Desta forma, quando utilizada de maneira coerente as ferramentas que compreendem a
análise do custo, volume e resultados tornam-se um importante meio para os gestores da
organização, de modo que orienta o mesmo para uma correta decisão, reduzindo assim os
riscos inerentes ao processo decisório cotidiano.
2.3.1 Formação do preço de venda
O preço significa o valor de troca que se oferece por alguma mercadoria, produto ou
serviço, satisfazendo deste modo o comprador, e fazendo com que este preço maximize os
lucros, possibilitando alcançar as metas pretendidas pela empresa. Contudo Wernke (2001)
enfatiza que:
A correta formação de preços de venda é questão fundamental para a sobrevivência
e crescimento das empresas, independentemente do porte e de área de atuação. É
comum observar companhias que não têm a menor noção da lucratividade
proporcionada por seus produtos e serviços, bem como das necessidades para atingir
os respectivos equilíbrios operacionais.
Atualmente, a determinação do preço de venda está sendo cada vez mais
influenciada por fatores de mercado e menos por fatores internos. Entretanto, toda
empresa deve saber o preço de venda orientativo, ou seja, o preço mínimo pelo qual
deve vender seus produtos/mercadorias. (WERNKE, 2001, p.126)
A adequada formação do preço de venda de produtos ou serviços, esta diretamente
ligada aos custos de produção. Contudo Wernke classifica alguns fatores os quais interferem
neste processo:
o
o
o
o
o
o
o
Qualidade do produto diante das necessidades do mercado consumidor;
Existência de produtos similares a preços menores;
Demanda estimada do produto;
Controle de preços por órgãos reguladores;
Níveis de produção e de vendas que se pretende ou que se pode operar;
Custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto;
Níveis de produção e vendas desejados etc. (WERNKE, 2001, p. 127)
No que se refere à formação do preço de venda, o método mais comum no exercício
empresarial baseia-se em anexar uma margem fixa ao custo, prática conhecida como Mark-up
a qual Wernke (2001, p.130) classifica como sendo:
A taxa de marcação ou Mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou
serviço para a formação do preço de venda (ICMS, IPI, PIS, COFINS ou Simples),
percentuais incidentes sobre o preço de venda (comissões sobre vendas, franquias
comissão da administradora do cartão de crédito etc.), despesas administrativas
fixas, despesas de vendas fixas, custos indiretos de produção fixos e margem de
lucro.
30
No quadro 01 a seguir apresentam-se as duas fórmulas do Mark-up para a formação do
preço de venda:
Quadro 01 - Definição do Mark-up pelas equações
o Divisor: 100% - (impostos + despesas administrativas + lucro)
100
o Multiplicador:
1
Mark-Up Divisor
Fonte: Bruni; Famá (2004, p.341)
Com isso tem-se claro que a principal razão da aplicação do Mark-up se da pelo fato
de conceder uma simplificação do processo de formação de preços, visto que todos os custos
fixos e gastos estão incorporados no percentual do mesmo, não sendo necessária a apuração
individual por produto. Além disso, um dos aspectos financeiros mais importantes de
qualquer entidade é a correta fixação dos seus preços de venda, visto que através deste
conseguira obter maior sucesso empresarial ou até mesmo pode vir a causar sua ruina se
realizado de maneira inadequada.
2.3.2 Apuração e contabilização
A apuração e contabilização das organizações ocorrem através de uma técnica
conhecida como escrituração a qual vai acumulando informações durante todo o exercício
social, o qual é equivalente á 12 meses, onde a empresa irá apurar seu resultado para assim
saber se obteve lucros ou prejuízos no período.
Segundo esta premissa Basso traz a seguinte concepção:
Nesse processo, os valores representativos dos elementos patrimoniais vão sendo
registrados e acumulados nas denominadas contas “patrimoniais” (ou “integrais”),
que são as contas que compõem os grupos do ativo, passivo e do patrimônio liquido.
Da mesma forma, os valores representativos de “consumos” e “perdas patrimoniais”
(despesas) e de “ganhos” e “rendas patrimoniais” (receitas) vão sendo registrados e
acumulados nas contas denominadas “de resultado” (ou contas “diferenciais”).
(BASSO, 2011, p.179)
Contudo o patrimônio líquido da organização sofre alterações no decorrer do exercício
social, de modo que as receitas fazem com que este patrimônio aumente e as despesas com
que ele diminua isso tendo como base que as receitas são aquelas que representam a entrada
de novos recursos para a empresa, já as despesas representam o consumo de recursos da
mesma. Ao final de cada exercício social é realizado um confronto entre estas receitas e
31
despesas com o objetivo de constatar o resultado para poder demonstra-lo de forma clara e
coerente aos gestores da organização.
2.3.3 Ponto de equilíbrio
O ponto equilíbrio é aplicado nas empresas como uma espécie de suporte para suas
necessidades informativas, ou seja, gera informações sobre o volume de atividades ou nível de
produção as quais são necessárias para que a organização não tenha prejuízos. Nesta mesma
linha de pensamento Padoveze (2003):
Denominamos ponto de equilíbrio o volume de atividade operacional em que o total
da margem de contribuição da quantidade vendida/produzida se iguala aos custos e
despesas fixas. Em outras palavras, o ponto de equilíbrio mostra o nível de atividade
ou o volume operacional, quando a receita total das vendas se iguala ao somatório
dos custos variáveis totais mais os custos e as despesas fixas. Assim, o ponto de
equilíbrio evidencia os parâmetros que mostram a capacidade mínima em que a
empresa deve operar para não ter prejuízo, mesmo que a custa de um lucro zero. O
ponto de equilíbrio é também denominado ponto de ruptura (break-even point).
(PADOVEZE, 2003, p. 281)
O ponto de equilíbrio auxilia ainda a empresa no que se refere à gestão de curto prazo,
tendo em vista que a informação do mesmo é importante de modo que identifica o nível
mínimo de atividade a qual a entidade devera operar. Contudo, Wernke (2001) relata alguns
benefícios no que se refere a este método:
a)
b)
c)
d)
o
o
o
o
e)
Alteração do mix de vendas, tendo em vista o comportamento do mercado;
Alteração de políticas de vendas com relação a lançamentos de novos produtos;
Definição do mix de produtos, do nível de produção e preço do produto;
Responde a perguntas que exigem respostas rápidas, tais como:
Quantas unidades de produto devem ser vendidas para se obter determinado
montante de lucro?
Qual a influência de um desconto promocional nos preços de venda?
Que acontecerá com o ponto de equilíbrio se determinada matéria-prima
aumentar 20% e não tiver condições de ser repassada aos preços dos produtos?
Um aumento nos custos fixos (por exemplo: salários) terá qual influência no
resultado da empresa?
Útil ao planejamento e controle de vendas e de resultados etc. (WERNKE, 2001,
p. 55)
Contudo pode-se dizer que o ponto de equilíbrio é uma importante ferramenta a qual
da suporte para o gestor no momento da tomada de decisão, visto que o mesmo é
indispensável para uma correta gestão empresarial, visto as possibilidades de simulação de
32
cenários de produção da organização. O ponto de equilíbrio pode ser divido em três
modalidades, ou seja, contábil, econômico e financeiro.
2.3.3.1 Ponto de equilíbrio contábil
O ponto de equilíbrio contábil de acordo com Bruni; Famá (2004, p.254) é classificado
como: “a análise dos gastos variáveis e fixos torna possível obter o ponto de equilíbrio
contábil da empresa: representação do volume (em unidades ou $) de vendas necessário para
cobrir todos os custos e no qual o lucro é nulo”. No quadro 02 a seguir apresenta-se
estruturada sua fórmula:
Quadro 02 - Fórmula do ponto de equilíbrio contábil
PEC =
Custos Fixos $
Margem de Contribuição Unitária $
Fonte: Wernke (2001, p. 50)
A margem de contribuição unitária utilizada no desenvolver do cálculo é o resultado
do preço de venda unitário menos os custos variáveis unitários e suas respectivas despesas
variáveis unitárias.
2.3.3.2 Ponto de equilíbrio econômico
O ponto de equilíbrio econômico Wernke (2001, p.53) define como sendo: “a
cobrança para o atingimento de metas de lucros obriga o gestor a buscar a informação de qual
número de unidades é necessário vender para alcançar o objetivo fixado pela diretoria da
empresa”. Contudo este método distingue-se dos demais visto que inclui a variável lucro
desejado em sua fórmula, como se apresenta no quadro 03:
Quadro 03 - Fórmula do ponto de equilíbrio econômico
PEE= Custos Fixos ($) + Lucro Desejado ($)
Margem de Contribuição Unitária
Fonte: Wernke (2001, p. 53)
O ponto de equilíbrio econômico tem como objetivo principal gerar informações aos
investidores a respeito do retorno de capital o qual foi investido na empresa, ou seja, informar
33
aos gestores à quantidade que a entidade necessita vender de modo a recuperar o valor o qual
foi investido, além ainda da rentabilidade desejada.
2.3.3.3 Ponto de equilíbrio financeiro
O ponto de equilíbrio financeiro Wernke (2001, p.52) traz a concepção de que:
“calcula-se o nível de atividades (quer em unidades, quer em valor monetário) suficiente para
pagar os custos e despesas variáveis, os custos fixos (exceto a depreciação) e outras dívidas
que a empresa tenha que saldar no período como empréstimos e financiamentos bancários”.
Diferencia-se das demais pelo fato de que em sua fórmula exclui-se dos custos fixos totais o
valor referente à depreciação, tendo em vista que esta é considerada como sendo um custo
desembolsável, a seguir apresenta-se estruturada sua fórmula no quadro 04:
Quadro 04 - Fórmula do ponto de equilíbrio financeiro
PEF = Custos Fixos ($) – Depreciação ($) + Dívidas do Período ($)
Margem de Contribuição Unitária ($)
Fonte: Wernke (2001, p. 52)
O ponto de equilíbrio financeiro é considerado o mais adequado para os gerentes
financeiros, visto que considera apenas os movimentos de caixa do período, sendo muito útil
para as decisões relativas a investimentos de capital.
2.3.4 Margem de segurança operacional
Conforme Bruni; Famá (2004, p.262) “a margem de segurança consiste na quantia ou
índice das vendas que excedem o ponto de equilíbrio da empresa. Representa o quanto as
vendas podem cair sem que a empresa incorra em prejuízo, podendo ser expressa em
quantidade, valor ou percentual”. Sua fórmula apresenta-se estruturada de modo que se deduz
das vendas atuais o ponto de equilíbrio em quantidades encontradas.
Contudo entende-se que quanto maior a margem de segurança operacional, maior
também será a capacidade de geração de lucros desta organização, de modo que traga mais
segurança para a mesma de não ocorrerem prejuízos no período.
34
2.4 CUSTOS NA ATIVIDADE RURAL
A atividade rural é responsável por estudar procedimentos como a exploração da
capacidade produtiva do solo e a transformação de determinados produtos agrícolas, tendo
como fator imprescindível o controle da gestão de custos e da contabilidade a ela aplicados. A
contabilidade rural é utilizada como um meio de controle, com o objetivo de diminuir os
custos de produção evitando deste modo desperdícios, tento em vista que melhora
significativamente o planejamento e controle destas atividades. Contudo é um ótimo
instrumento o qual auxilia no momento da tomada de decisão, fazendo com que os
proprietários destas entidades consigam resultados ainda mais significativos em suas
atividades. Com isso Callado; Callado (2014) traz a seguinte concepção:
Existem várias finalidades para a determinação do custo dentro de uma empresa
rural através de critérios gerenciais que buscam uma maior capacidade gerencial
através do suprimento de informações relevantes sobre seus diversos produtos,
serviços ou atividades operacionais. O produtor pode utilizar esta informação como
elemento auxiliar de sua administração para escolher as criações e as práticas
agrícolas que deverão ser adotadas nos próximos períodos. Do mesmo modo, o
governo e entidades de classe podem utilizar esta informação como subsídio à
formação de políticas públicas que tenham o objetivo de criar e manter condições
mínimas para a competitividade dos produtos comercializados. (CALLADO A.A;
CALLADO A.L, 2014, p.06)
Porém sabe-se que é de suma importância para em empresas rurais o conhecimento
contábil, tendo em vista que o objetivo é um melhor controle e administração de seus custos,
o produtor devera ter conhecimento do valor de cada produto de modo a cobrir os custos de
produção, fazendo deste modo um planejamento rural adequado. A partir desta base Crepaldi
(2011) explica que:
Neste contexto, a contabilidade pode desempenhar um importante papel como
ferramenta gerencial, por meio de informações que permitam o planejamento, o
controle e a tomada de decisão, transformando as propriedades rurais em empresas
com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange
aos objetivos e atribuições da administração financeira, controle de custos,
diversificação de culturas e comparação de resultados. (CREPALDI, 2011, p.39)
No que se refere ao papel do administrador rural Santos; Marion; Segatti trazem a
seguinte concepção: “O conjunto das ações de decidir o que, quando e como produzir,
controlar o andamento dos trabalhos e avaliar os resultados constitui o campo de ação do
administrador rural”. Nesta mesma linha de pensamento a Companhia Nacional de
Abastecimento (CONAB) enfatiza que:
35
Na agricultura, a administração do empreendimento rural exige tecnologia e
conhecimentos para lidar com os riscos e incertezas próprias do setor (clima,
política, economia, legislação, etc.), a instabilidade da renda em razão da
produtividade e preços internos e externos, as características de oligopólio e
oligopsônio no comércio e indústria que se relacionam com a agricultura, as
variações de preços e as dificuldades de comercialização na safra, o crédito muitas
vezes problemáticos, a perfectibilidade dos produtos agrícolas, além da própria
complexidade da produção agrícola (local, tempo, espaço, clima, meio ambiente,
solo, etc.). (CONAB, 2010, p.13)
Os custos de produção no setor agrícola são considerados como um importante
instrumento de gestão, nesta linha destaca-se que:
A utilização de estimativas de custos de produção na administração de empresas
agrícolas tem assumido importância crescente, quer na análise da eficiência da
produção de determinada atividade, quer na análise de processos específicos de
produção, os quais indicam o sucesso de determinada empresa no seu esforço de
produzir. Ao mesmo tempo, à medida que a agricultura vem se tornando cada vez
mais competitiva e com a redução da intervenção governamental no setor, o custo de
produção transforma-se num importante instrumento do processo de decisão.
(MARTIN et al, 1994, p.97)
Já no que se refere ao lucro desejado, sabe-se que ira depender não só de fatores
internos, como também de outros fatores externos, os quais influenciarão na produção e
comercialização destes produtos. Seguindo esta premissa Vieira, Winck; Lacerda (2014):
Para o entendimento da busca do lucro em organizações agrícolas, não se tem
apenas como base o valor de venda dos produtos, já que o preço obedece a diversos
fatores externos à organização, sendo estes a base de preços para os produtos, que
são as cotações de mercado. Não cabe à organização a sua precificação, e, sim,
acompanhar o desempenho entre o preço estabelecido e os custos apurados na
produção podendo-se dizer que a busca da obtenção de lucro é mais facilmente
alcançada com processos qualificados de gestão de custos. (VIEIRA; WINCK;
LACERDA, 2014, p.10)
Por fim entende-se que com o avanço tecnológico em expansão, a agricultura vem se
desenvolvendo e produzindo cada vez mais, de modo que seus custos estão reduzindo,
fazendo com que aumente a renda e com isso acabe por gerar mais empregos. Contudo é
indispensável à implantação de profissionais e de mão de obra qualificada, seja na produção
como também na área administrativa de modo que objetiva-se um melhor controle econômico
e financeiro da entidade.
36
3
METODOLOGIA
Neste capitulo são apresentados de forma objetiva os métodos os quais foram
utilizados no desenvolvimento deste estudo.
3.1 CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO
Este tópico teve por finalidade definir o tipo de pesquisa a qual orienta o estudo, de
forma a qual sejam alcançados os objetivos propostos e dar uma resposta à problemática do
mesmo.
3.1.1 Quanto à natureza
No que tange a sua natureza, a pesquisa pode ser classificada como pesquisa básica ou
aplicada. De acordo com Moresi (2003, p.08) “pesquisa básica objetiva gerar conhecimentos
novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e
interesses universais”, já Vergara (2000, p.47) explica que: “a pesquisa aplicada é
fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais
imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática.”.
Sob este ponto de vista, no que se refere a sua natureza, este estudo classifica-se como
sendo de natureza aplicada tendo em vista que se volta para um problema real, uma empresa a
qual pretende utilizar-se deste estudo como uma nova ferramenta para o gerenciamento de sua
propriedade.
3.1.2 Quanto aos objetivos
Quanto aos objetivos, pode-se classificar a pesquisa em descritiva. Nessa linha
Vergara descreve:
A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de
determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e
definir sua natureza. Não tem compromisso explicar os fenômenos que descreve,
embora sirva de base para tal explicação. Pesquisa de opinião insere-se nessa
classificação. (VERGARA, 2000, p.47)
37
Contudo, pode-se classificar o estudo visto que o mesmo buscou informações sobre o
problema tratado, de modo que não há registros de outro estudo realizado nesta propriedade,
de modo que este possui características descritivas, onde se realizou o registro de dados e
fatos os quais foram levantados na entidade.
3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema
No que tange a forma de abordagem do problema este pode ser de duas formas, ou
seja, qualitativa ou quantitativa. Segundo essa premissa Moresi descreve ambas da seguinte
forma:
Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir em números, opiniões e informações para classifica-las e analisa-las. Requer
o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana,
desvio-padrão, coeficiente de correlação, analise de regressão, etc.).
Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real, e o
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não
requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta
para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. É descritiva. Os
pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu
significado são os focos principais de abordagem. (MORESI, 2003, p.8).
Nesse sentido, esta pesquisa classifica-se como sendo qualitativa, pois não envolve
métodos estatísticos em sua realização, tendo em vista que a mesma foi realizada por meio de
informações levantadas na organização e interpretadas de acordo com os conhecimentos
teóricos abordados pelo presente estudo.
3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos
No que se refere aos procedimentos, são diversos os métodos e técnicas os quais são
utilizados no que tange a coleta e análise de dados. Contudo neste estudo foram utilizados os
procedimentos técnicos de pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e estudo de caso.
A pesquisa documental é elaborada por meio de materiais os quais não receberam
tratamento analítico, ou seja, de documentos com finalidades diversas, dentre os quais se
podem citar autorizações, comunicações, entre outros. Neste sentido Vergara (2000, p.48)
destaca que: “a pesquisa documental é realizada em documentos conservados no interior de
órgãos públicos e privados de qualquer natureza”.
38
No que se refere à pesquisa bibliográfica, Vergara (2000, p.48) relata que: “é o estudo
sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes
eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”. Por fim pode-se dizer que a
pesquisa bibliográfica é considerada como um dos primórdios no que se refere a uma pesquisa
científica.
Já o estudo de caso é responsável por um profundo e exaustivo estudo o qual permite
um amplo conhecimento e detalhamento da área a qual vai ser abordada. Vergara (2000 p.49)
traz a concepção de que: “é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como
uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou
mesmo um país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no
campo”.
Contudo mostra-se neste presente estudo que os tipos de pesquisa descritos não são
mutuamente excludentes, ou seja, podem ser ao mesmo tempo tanto uma pesquisa
documental, uma pesquisa bibliográfica e ainda um estudo de caso.
3.2 COLETA DE DADOS
A coleta de dados é a forma pela qual foi utilizada para a realização do presente
estudo, ou seja, são os meios utilizados para chegar até as informações sobre as variáveis
desejadas. A partir desta base Vergara (2000, p.54) revela que: “na coleta de dados, o leitor
deve ser informado como você pretende obter os dados de que precisa para responder ao
problema. Não se esqueça, portanto, de correlacionar os objetivos aos meios para alcança-los,
bem como, de justificar a adequação de um a outro”.
Seguindo esta premissa, o processo de desenvolvimento de um sistema de custos para
uma pequena propriedade de produção de mudas de eucaliptos, teve início com o
procedimento
de
pesquisa
bibliográfica,
onde
após
foram
realizadas
entrevistas
despadronizadas com a proprietária, de modo a buscar maiores informações referente às
funções desempenhadas na propriedade para assim responder ao problema enfatizado neste
presente estudo.
Também foram realizadas pesquisas documentais, para assim apurar com maior
precisão dados referentes à comercialização das mudas e seus respectivos gastos com
insumos, além ainda de outras informações relevantes às quais vieram a contribuir para uma
melhor análise de custos e posterior formação do preço de venda das mesmas.
39
Contudo, este procedimento de coleta de dados é de extrema importância, de modo
que foi responsável por levantar e armazenar as informações, sempre tendo consciência de
que é necessário um bom planejamento, para assim, não ocorrer problemas como falta de
dados ou ainda dados distorcidos no momento da execução do trabalho.
Por fim, pode-se dizer que, para obter-se êxito neste processo foram necessárias duas
qualidades consideradas fundamentais, a paciência e a persistência, pois com muita paciência
e persistência se conseguiu fazer com que os dados fossem classificados e organizados de
forma clara e objetiva, ou seja, com qualidade e coerência.
3.2.1 Instrumento de coleta de dados
Os instrumentos de coleta de dados são definidos de acordo com os objetivos os quais
se pretendem alcançar com a pesquisa, neste caso enquadram-se a observação sistemática,
individual e vida real, e ainda a entrevista despadronizada.
De acordo com Silva; Menezes (2005, p.33) a observação é: “quando se utilizam os
sentidos na obtenção de dados de determinados aspectos da realidade”. Neste sentido
destacam ainda as seguintes definições:
Observação Sistemática: tem planejamento, realiza-se em condições controladas
para responder aos propósitos preestabelecidos.
Observação Individual: realizada por um pesquisador.
Observação na Vida Real: registro de dados à medida que ocorrem. (SILVA;
MENEZES, 2005, p. 33).
No que se refere à entrevista Vergara (2000, p. 55) lhe confere o seguinte conceito: “A
entrevista é um procedimento no qual você faz perguntas a alguém que, oralmente, lhe
responde”. Por meio da entrevista são coletadas informações importantes às quais foram
utilizadas para a realização do estudo, desta forma utilizou-se entrevistas despadronizadas a
qual segundo Silva; Menezes (2005, p.33) é quando: “não existe rigidez de roteiro. Pode-se
explorar mais amplamente algumas questões”.
Contudo se tem claro que este estudo utilizou destes métodos, visto que é uma
pesquisa planejada e estruturada, realizada por uma única pesquisadora, sendo baseada em
dados e fatos reais, os quais foram sendo registrados na medida em que ocorreram.
40
3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
A análise e interpretação dos dados ocorreu de modo em que os dados e fatos
coletados foram organizados de forma clara e coerente para assim chegar-se a um resultado
satisfatório no que tange a realidade da empresa.
Os dados e fatos foram coletados por meio de uma análise qualitativa descritiva, onde
se utilizaram gráficos, tabelas, planilhas eletrônicas de modo a terem melhores condições de
sintetizar os resultados obtidos e explicitar se os objetivos realmente foram alcançados e as
hipóteses confirmadas.
41
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste presente capítulo são abordados na prática os objetivos os quais foram propostos
neste estudo. Primeiramente faz-se uma breve descrição do ciclo de produção das mudas,
seguido de um levantamento para apurar os custos mensais e totais com a produção desta
cultura, custos como: insumos, mão de obra direta, depreciação, além ainda de custos
indiretos fixos e variáveis. Posteriormente com a apuração destas informações, realizou-se o
calculo referente à formação do preço de venda orientativo, o qual foi confrontado com o
preço de venda já praticado pelo viveiro. Depois de terminados estes processos foram
elaborados comparativos, por meio da margem de contribuição, ponto de equilíbrio, margem
de segurança operacional e demonstração do resultado do exercício. Por fim utilizaram-se as
seguintes análises dos resultados obtidos a fim de propor aos proprietários do viveiro um
melhor gerenciamento de sua produção.
4.1 DESCRIÇÃO DO CICLO DE PRODUÇÃO
Na sequencia são descritos os ciclos e os processos de produção das mudas de
eucaliptos abordados neste estudo.
4.1.1 Mudas de eucaliptos em caixa
Antes de descrever o processo de produção especificamente das mudas de eucaliptos é
importante mostrar outro lado, que muitas vezes não é levado em conta, que é o processo de
organização e estruturação das caixas e embalagens que virão a formar a caixa de mudas em
questão. Pode-se classificar em dois processos distintos, onde o primeiro ocorre com a
preparação das caixas de madeira, sendo madeira de eucalipto ou ainda de pinus a qual é
comprada em tamanho já especificado, ou seja, 30 centímetros de largura por 50 centímetros
de comprimento e 06 centímetros de altura, a mesma é montada e grampeada com o auxilio de
uma grampeadeira pneumática manuseada pelos funcionários do viveiro.
A segunda etapa, que são as embalagens as quais vão envolver as mudas é realizada
por outro funcionário, o qual possui como diferencial o fato de receber por quantidade
produzida e não com um salário mensal como os demais. O processo das embalagens inicia-se
com a compra das lâminas que são de dois tamanhos distintos, de 10 centímetros de altura por
12 centímetros de comprimento e ainda de 07 centímetros de altura por 12 centímetros de
42
comprimento, estas lâminas são grampeadas e colocadas dentro das caixas de madeira
anteriormente descritas, com um total de 100 canudos dentro de cada caixa, formando então a
base para posterior etapa de produção.
O processo de produção especificamente inicia-se com a preparação dos canteiros
onde será realizado o plantio das sementes diretamente no solo, após os canteiros estarem
devidamente preparados com terra nova, ou seja, todos os anos são trocados a terra dos
canteiros e adubados com adubo orgânico de modo a melhorar o desenvolvimento das mudas,
feito isso então é realizada a semeadura, a qual leva em torno de 2 a 3 meses para germinar e
assim atingir tamanho e ficar pronta para seguir para a próxima etapa.
A etapa posterior resume-se ao fato de serem escolhidas nos canteiros as mudas mais
bonitas e de tamanho semelhantes, e arrancadas para assim serem plantadas nas caixas, logo
após, estas caixas de mudas são levadas para uma estufa onde então ficam em média 10 a 14
dias para assim ocorrer o enraizamento e fortalecimento de seu tronco. Passado este período
as mudas são levadas para fora da estufa onde então ficam expostas ao sol, para deste modo
criarem força e não ocorrerem perdas. Concluído isso, então se inicia o processo de
classificação destas mudas, onde serão retiradas aquelas as quais morreram ou ainda não
atingiram o padrão desejado, tendo fim este processo estas mudas encontram-se então prontas
para sua comercialização.
Figura 02 – Fluxograma dos processos produtivos das mudas em caixa
Fonte: Dados conforme pesquisa.
43
Contudo é imprescindível que durante todo o processo de produção as mudas devem
ser sempre muito bem molhadas, principalmente quando ainda estão nos canteiros, onde é
necessário sempre manter o local bem úmido facilitando deste modo à germinação e
crescimento destas mudas. No verão todas as mudas que se encontram no viveiro precisam ser
molhadas no mínimo duas vezes ao dia, já no inverno, como possui mais umidade no ar não
são todos os dias que este processo precisa ser realizado.
No inverno ainda tem outra questão em que as mudas precisam ser protegidas do frio,
sendo necessário ficar atento à meteorologia de modo que caso possa vir a ocorrer geadas,
estas mudas deverão ser cobertas com sombrite, tendo em vista que caso isso venha a ocorrer
e estas mudas não forem protegidas isso poderá prejudicar o desenvolvimento das mesmas ou
até mesmo matá-las, o que normalmente é mais comum acontecer, contudo precisa-se estar
sempre atento ao clima e suas variações de modo a proteger o desenvolvimento destas mudas,
tanto no inverno como no verão.
4.1.2 Mudas de eucaliptos em tubetes
Este processo inicia-se com a preparação das bandejas metálicas (grades), ou seja,
cada grade possui espaço para 961 tubetes, de modo que a mesma é preenchida. Já na etapa
seguinte esta se resume a preparação do substrato para encher os tubetes, o qual é realizado do
seguinte modo: é colocado em uma betoneira o substrato e uma porção especifica de adubo
especial, misturados com água de maneira que umedeça os mesmos, depois de misturados são
preenchidos os tubetes com a mistura e colocados em uma máquina para compactar o
substrato, com o objetivo de firmar a mistura dentro do tubete, com isso é retirado então o
excesso que ficar na parte superior desta grade deixando-a pronta para a próxima etapa.
Após preparada a grade, começa então o processo de semeadura, onde todos os tubetes
são semeados a mão, com o auxilio de um frasco com pequenas aberturas na ponta para a
semente sair, concluída esta semeadura é realizada então a cobertura destas grades com
vermiculita a qual por ser mais leve que o substrato serve de cobertura facilitando deste modo
à germinação destas sementes. Depois de realizada a cobertura, é regada sobre as grades um
produto o qual serve de prevenção para possíveis futuros fungos nestas mudas. Concluído este
processo, estas grades ficam na estufa por um período em média de um mês a um mês e meio
de modo a germinar, sempre sendo necessário manter a umidade do local, molhando duas
vezes ao dia.
44
Na etapa seguinte é realizado então o raleio, ou seja, é o processo em que são cortadas
aquelas mudas que nasceram a mais, deixando apenas a muda mais forte, uma única muda por
tubete, separando-as por tamanho. Depois de separadas estas mudas são colocadas novamente
nas grades, mas agora com um espaço maior entre elas, de modo que se intercala sempre entre
um vão e outro, para que assim estas tenham um espaço maior para desenvolverem-se, ou
seja, onde em uma grade preenchida cabem 961 tubetes, neste processo serão colocadas
apenas 480 tubetes em cada grade.
Depois de concluído este processo de raleio, estas mudas ficam ainda mais uns dias na
estufa para melhor adaptarem-se e firmarem-se melhor, passados em torno de 14 dias as
mudas maiores são levadas para exposição ao sol, tendo em vista que nem todas crescem
proporcionalmente, podendo ocorrer de algumas grades ficarem mais tempo dentro da estufa
do que outras, após levadas ao sol estas ficam expostas por um período de 1 a 2 meses, de
modo que venham a fortificar-se e crescer mais. Passado este período as mudas já se
encontram prontas para a sua comercialização.
No momento em que um cliente se interessa pelas mudas estas então entram em um
novo processo que é a preparação destas para ser entregue, processo este que ocorre do
seguinte modo: as mudas são retiradas dos tubetes e enroladas em um plástico de modo a
formar um rocambole de mudas, contendo em torno de 50 ou ainda 100 mudas por fardo, de
acordo como o cliente preferir, com isso então a muda encontra-se pronta para ser entregue ao
cliente.
45
Figura 03 – Fluxograma dos processos produtivos das mudas em tubetes.
Fonte: Dados conforme pesquisa.
Contudo, depois de realizados os fardos é preciso estar atento ao fato de que as mudas
podem ficar assim embaladas por certo período, mas tendo em vista que quanto antes
plantadas diretamente na terra melhor, visto que nos fardos estas mudas encontram-se mais
vulneráveis podendo vir a morrer se ficar nestas condições por um período de tempo muito
grande.
4.2 CUSTOS DIRETOS DE PRODUÇÃO
Os custos diretos são aqueles os quais estão diretamente ligados ao processo de
produção, ou seja, nas mudas de eucaliptos os custos diretos enquadram-se como insumos e
mão de obra direta envolvida nas atividades.
4.2.1 Insumos
Insumos é tudo aquilo que esta diretamente ligada à produção, ou seja, são as
sementes, adubos, inseticidas, entre outros. O viveiro em questão apresenta dois tipos de
processos de produção de mudas de eucaliptos, sendo um deles em caixa e o outro em tubetes.
46
O quadro 05 trata das quantidades e valores dos custos no que se refere aos insumos
com mudas de eucaliptos em caixa.
Quadro 05 – Insumos das mudas de eucaliptos em caixa
INSUMOS DAS MUDAS DE EUCALIPTOS EM CAIXA
Espécies de
Custo da Montagem
Eucaliptos
da Caixa
Duni
1,56
Grandis
1,56
Saligna
1,56
1,56
Total
Fonte: Dados conforme pesquisa
Quantidade
Sementes Adubos Inseticidas
Produzida de Caixas
(R$)
(R$)
(R$)
Total
1.000 1.600,00
56,67
11,67 3.228,33
4.000
500,00 226,67
46,67 7.013,33
1.000
350,00
56,67
11,67 1.978,33
6.000 2.450,00 340,00
70,00 12.220,00
Os custos com insumos nas mudas de eucaliptos em caixa totalizaram o valor de R$
12.220,00, onde as informações no que se referem a adubos e inseticidas foram apuradas por
meio de estimativas e médias, de modo que estas quantidades podem variar de um ano para
outro, visto que dependem de fatores como clima, insetos, ou ainda doenças as quais podem
vir a infectar estas mudas.
Já no que se refere ao custo de montagem das caixas, estes foram calculados de modo
que foi apurado o valor pago pela madeira, o custo da montagem da mesma e ainda o custo
com a produção e preenchimento com os canudos de lâmina. Contudo somando-se todas as
etapas de organização e estruturação chegou-se a um valor de R$ 1,56 por caixa de madeira
preenchida. No quadro 06 a seguir apresentam-se de forma estruturada todos os custos referentes
a insumos das mudas de eucaliptos em tubetes.
Quadro 06 - Insumos das mudas de eucalipto em tubetes
INSUMOS DAS MUDAS DE EUCALIPTOS EM TUBETES
Espécies
de
Eucaliptos
Citriodora
Duni
Tubetes
(R$)
Plástico
para
Embalar
(R$)
4,16
139,97
Substrato
(R$)
97,16
5.000
20,00
2,80
13,76
2,08
20,00
Sementes
(R$)
Vermicu
lita
(R$)
Inseticid
as
(R$)
Quantidade
de Mudas
Produzidas
Adubos
(R$)
Total
(R$)
971,64
50.000
400,00
27,97
137,64
20,81
200,00
41,62
1.599,69
Grandis
3.016,95
155.250
150,00
86,85
427,38
64,62
621,00
129,24
3.875,05
Saligna
582,99
30.000
35,00
16,78
82,59
12,49
120,00
24,97
754,82
4.668,75
240.250
605,00
134,40
661,38
100,00
961,00
200,00
6.369,53
Total
Fonte: Dados conforme pesquisa
As mudas de eucaliptos em tubetes totalizaram o valor de R$ 6.369,53 no que se refere
aos custos com insumos no seu processo de produção, onde foram apuradas as quantidades
47
utilizadas por grade e multiplicados estes pelo total produzido chegando ao valor gasto com
tal procedimento, isso se enquadra para substrato, sementes, vermiculita e plástico para
embalar.
Já os adubos e inseticidas o método de apuração equivale ao mesmo método utilizado
na produção das mudas em caixa, o qual é por estimativa visto que os fatores os quais
interferem neste processo são os mesmos, ou seja, o clima, insetos e possíveis doenças as
quais podem vir a atacar as mesmas.
Os tubetes que são pequenos tubos de plástico resistente nos quais são plantadas as
mudas foram calculados de forma que se apurou o preço unitário de R$ 0,04 e sua vida útil
em média 10 anos, apurou-se então o resultado do seguinte modo: pegou-se o valor unitário
do mesmo dividido pela sua vida útil e a partir disso multiplicou-se este pela quantidade de
mudas produzidas por cada espécie, chegando-se então a um total de R$ 961,00 gastos com
tubetes ao ano.
4.2.2 Mão de obra direta
A seguir apresenta-se estruturado o quadro 07 referente aos custos com mão de obra,
visto que o viveiro apresenta-se atualmente com três funcionários, os quais possuem
remunerações compostas pelo salário, insalubridade, obrigações sociais e trabalhistas.
Quadro 07 – Custo da mão de obra direta
Salário Bruto
Insalubridade 20%
FOLHA DE PAGAMENTO ANO DE 2013
Funcionário A
Funcionário B
Funcionário C
1.017,00
678,00
678,00
135,60
135,60
135,60
Total
2.373,00
406,80
Sub Total
Obrigações Trabalhistas
13º Salário
Férias
Férias e 1/3
1.152,60
813,60
813,60
2.779,80
96,05
96,05
32,02
67,80
67,80
22,60
67,80
67,80
22,60
231,65
231,65
77,22
Sub Total
Obrigações Sociais
INSS
FGTS 8%
Previsões 7%
1.376,72
971,80
971,80
3.320,32
31,66
110,14
96,37
22,35
77,74
68,03
22,35
77,74
68,03
76,37
265,63
232,42
1.614,89
19.378,66
9,75
1.139,92
13.679,06
6,88
1.139,92
13.679,06
6,88
3.894,73
46.736,78
7,84
Total por Colaborador Mês
Total Anual
Custo Médio da Hora
Fonte: Dados conforme pesquisa (2013)
48
O custo mensal com mão de obra totalizou R$ 3.894,73, tendo em vista que o
funcionário A, por executar a função de motorista juntamente com os demais afazeres, tem
um salário maior de R$ 1.017,00 enquanto os outros dois funcionários o salário era de R$
678,00. Considerando estes três funcionários estão inclusos no custo total com mão de obra
ainda o adicional de insalubridade que é de 20%, como também as obrigações trabalhistas
(13º salário, férias e 1/3 de férias), obrigações sociais (INSS, FGTS) e as previsões que são de
7%. Contudo ao final do ano obteve-se um gasto total anual de R$ 46.736,78.
Após apurado o custo mensal com mão de obra foi possível calcular o valor
equivalente à uma hora de trabalho, o que corresponde a R$ 7,84. Este valor é multiplicado
pelo tempo o qual é utilizado em cada etapa de produção, conforme quadros 08 e 09 a seguir.
Quadro 08 – Número médio de horas por etapas de produção das mudas em caixa
Espécies de
Eucaliptos
MUDAS DE EUCALIPTOS EM CAIXA
Número médio de horas
Preparação
do Solo
Duni
37
Grandis
147
Saligna
37
Total
220
Fonte: Dados conforme pesquisa
Plantio
243,5
973,9
243,5
1.460,8
Irrigação
150,00
600,00
150,00
900
Outros
140,8
563,2
140,8
844,8
Total de
Horas
571
2.284
571
3.426
Custo da
Hora
(R$)
7,84
7,84
7,84
7,84
Custo
Total
(R$)
4.474,29
17.897,15
4.474,29
26.845,73
Contudo, para a montagem do quadro 08 foram feitas algumas junções de etapas para
esta ser apresentada de forma mais resumida, portanto no que se refere à preparação do solo,
neste processo esta incluso ainda a preparação dos canteiros onde posteriormente é realizado o
plantio, onde estes dois segmentos juntos totalizaram em torno de 220 horas.
Já na parte do plantio neste processo estão inclusos o período de plantio nos canteiros,
retirada das mudas destes canteiros após atingir certo tamanho e posterior plantio das mesmas
nas caixas. Porém o segmento “outros” refere-se basicamente aos fatores de classificação e
aplicação de fungicidas e adubos totalizando em torno de 844,8 horas.
Verifica-se que para este processo de produção das mudas de eucaliptos em caixa são
necessárias em torno de 3.426 horas, as quais multiplicadas pelo custo médio da hora que é de
R$ 7,84 gerou um custo total de R$ 26.845,73.
No quadro 09 a seguir, apresenta-se o valor equivalente ao tempo dedicado para
produção das mudas de eucaliptos em tubetes.
49
Quadro 09 - Número médio de horas por etapas de produção das mudas em tubetes
MUDAS DE EUCALIPTOS EM TUBETES
Número médio de horas
Espécies de
Preparação
Total de
Eucaliptos
das Grades Irrigação
Raleio
Outros
Horas
Citriodora
8
6
22,9
7,9
45
Duni
76
62
228,9
79
447
Grandis
237
194
710,8
245
1.386
Saligna
46
37
137,4
47
268
Total
367
300
1100
378,77
2.145
Fonte: Dados conforme pesquisa
Custo da
Hora
(R$)
7,84
7,84
7,84
7,84
7,84
Custo
Total
(R$)
349,91
3.499,14
10.864,84
2.099,49
16.813,38
Assim como nas mudas em caixa, o processo das mudas em tubetes possui como custo
da hora os mesmos R$ 7,84, onde multiplicados pelas 2.145 horas utilizados neste processo
totalizaram um custo total de R$ 16.813,38. Neste processo de preparação das grades,
enquadra-se junto a este segmento o processo de arrumar os tubetes dentro das grades,
preencher estes tubetes com substrato e ainda a semeadura, onde os três processos juntos
totalizaram 367 horas. Já no que se refere ao segmento “outros” estes se refere aos processos
de preparação destas mudas para entrega, além do tempo utilizado para a aplicação de adubos
e fungicidas, totalizando 378,77 horas.
4.3 CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO
Os custos indiretos são aqueles que não possuem ligação direta com os produtos,
sendo classificados em fixos e variáveis. Os custos indiretos fixos são aqueles os quais seu
valor não se altera conforme a produção, já os custos indiretos variáveis ao contrario dos fixos
alteram-se conforme o número de unidades produzidas.
50
Quadro 10 – Custos indiretos
Custos Indiretos
Depreciação
Combustíveis e Lubrificantes
Manutenção Máquinas e Equipamentos
Ferramentas
Energia Elétrica
IPTU
Contribuição Sindical
Pró-Labore
Registro Sema
Outras
TOTAL
Número de Horas
Custo da Hora
Fonte: Dados conforme pesquisa
Fixo
6.642,00
Variável
1.200,00
300,00
150,00
3.666,57
600,00
75,00
24.000,00
325,03
40,00
31.682,03
5.571
5,69
5.316,57
5.571
0,95
Os custos indiretos fixos totalizaram um valor de R$ 31.682,03 e os custos indiretos
variáveis somaram um valor de R$ 5.316,57, sendo que neste contexto, os valores de maior
representatividade neste segmento foram energia elétrica com R$ 3.666,57, seguido dos
combustíveis e lubrificantes com R$ 1.200,00.
Já no que se referem aos custos indiretos fixos aqueles que se apresentaram de maneira
mais significativa foi o pró labore seguido da depreciação, onde o pró labore foi calculado
tendo em média que a proprietária recebe o montante de R$ 2.000,00 mensais o que totalizou
o valor de R$ 24.000,00 anuais. Já a depreciação apresenta-se estruturada no quadro 11:
Quadro 11 – Depreciação das máquinas e equipamentos
Relação dos Bens e Valor da Depreciação ao Ano
Valor do
Valor
Valor a ser
Bem
Residual Depreciado
Máquinas e Equipamentos
(R$)
(R$)
(R$)
Taxa (%)
Valor da
Depreciação
Ano(R$)
Caminhão Mercedes Bens, 608 D, A.1976
Máquina para Compactar Substrato
Compressor de Ar Twister 120 libras
Betoneira
23.000,00
2.800,00
450,00
400,00
4.600,00
560,00
90,00
80,00
18.400,00
2.240,00
360,00
320,00
20%
10%
10%
10%
3.680,00
224,00
36,00
32,00
Grades
Estufas
Bomba de Água
18.875,00
7.500,00
7.000,00
3.775,00
1.500,00
1.400,00
15.100,00
6.000,00
5.600,00
10%
10%
10%
1.510,00
600,00
560,00
Total Anual
Depreciação Mês
Fonte: Dados conforme pesquisa
6.642,00
553,50
A depreciação representa a diminuição do valor de um bem em função do desgaste do
mesmo, ou ainda pela perda da utilidade do uso deste bem. O custo da depreciação encontrado
51
para as máquinas e equipamentos totalizou o valor de R$ 553,50 mensais e consequentemente
o valor de R$ 6.642,00 anuais.
Os custos indiretos pelo fato de não estarem diretamente ligados aos produtos
necessitam passar por critérios de rateio de modo que seja possível fazer sua alocação junto ao
custo de tal produto. Conforme se apresenta estruturado no quadro 12 a seguir:
Quadro 12 – Alocação dos custos indiretos das mudas em caixa e em tubetes
Mudas de Eucaliptos em Caixa
Espécies de Eucaliptos
Duni
Grandis
Saligna
Citriodora
CIF
CIV
3.246,85
12.987,40
3.246,85
Mudas de Eucaliptos em Tubetes
Espécies de Eucaliptos
CIF
253,92
Duni
Grandis
Saligna
Fonte: Dados conforme pesquisa
2.539,22
7.884,27
1.523,53
544,85
2.179,42
544,85
CIV
42,61
426,11
1.323,06
255,66
Assim sendo, este processo realizou-se do seguinte modo: para a distribuição dos
custos indiretos utilizou-se como base as horas de mão de obra onde o total dos custos
indiretos fixos, dividido pelo somatório das horas utilizados nos dois processos seja das
mudas em caixa como também das mudas em tubetes, obteve-se o custo/hora de R$ 5,69, já
para os custos indiretos variáveis aplicando-se o mesmo procedimento obteve-se um
custo/hora no valor de R$ 0,95. Após apurado estes valores multiplicou-se o custo/hora pelo
número de horas correspondente a produção de cada espécie de eucalipto, encontrando-se
deste modo o valor referente aos custos fixos e variáveis de cada espécie separadamente.
4.4 CUSTO TOTAL: MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO E VARIÁVEL
O método de custeio por absorção é o mais tradicional método utilizado pelas
empresas brasileiras, visto que atende os princípios fundamentais de contabilidade e é aceito
pela legislação fiscal e comercial. Por meio deste método, é atribuído ao valor de custo dos
produtos uma parte dos seus custos indiretos, ou seja, consiste na apropriação de todos os
custos de produção aos produtos, sejam eles de forma direta ou indireta, através de critérios de
rateio.
52
O quadro 13 a seguir ilustra a composição do custo total do viveiro pelo método de
custeio por absorção, no qual envolve todos os custos de produção como insumos, mão de
obra, custo indiretos fixos e variáveis.
Quadro 13 – Método de custeio por absorção das mudas em caixa
MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO DAS MUDAS DE EUCALIPTOS EM CAIXA
Espécie de
Custo Total
N. Médio
Custo da
Eucaliptos
Insumos (R$) MOD (R$) CIF (R$) CIV (R$)
(R$)
de Mudas Muda (R$)
Duni
3.228,33
Grandis
7.013,33
Saligna
1.978,33
4.474,29
3.246,85
544,85
11.494,33
100.000
0,11
17.897,15 12.987,40
2.179,42
40.077,30
400.000
0,10
544,85
10.244,33
100.000
0,10
4.474,29
3.246,85
Total de Mudas Produzidas
Fonte: Dados conforme pesquisa
600.000
O método de custeio por absorção apresentou uma representatividade significativa dos
diferentes custos associados aos produtos, de modo que permitiu a apuração do seu custo total
e unitário por espécie.
Na sequência foram elaborados alguns gráficos nos quais é representada a participação
em percentual de cada custo no que se refere à composição do custo total de cada variedade
das mudas de eucaliptos em caixa.
Gráfico 01 - Composição do custo dos eucaliptos duni em caixa - custeio por absorção
Duni em caixa
5%
28%
28%
Insumos
MOD
CIF
CIV
39%
Fonte: Dados conforme pesquisa
O custo total das mudas de eucaliptos duni em caixa somou um valor de R$ 11.494,33,
dos quais 39% representam a mão de obra utilizada na atividade, 28% referem-se aos
insumos, 28% os custos fixos e apenas 5% representando os custos variáveis. Contudo, o
53
custo unitário do eucalipto duni em caixa é de R$ 0,11, tendo por base uma produção de
100.000 mudas anuais.
Gráfico 02 - Composição do custo dos eucaliptos grandis em caixa - custeio por absorção
Grandis em caixa
5%
18%
Insumos
32%
MOD
CIF
45%
CIV
Fonte: Dados conforme pesquisa
Os eucaliptos grandis em caixa apresentaram um custo total de R$ 40.077,30 dos quais
45% representam os custos com mão de obra direta, sendo seguidos por 32% referente aos
custos indiretos fixos, 18% de insumos e apenas 5% de custos indiretos variáveis. O custo
desta variedade ficou estipulado em R$ 0,10, tendo-se por base a produção total de 400.000
mudas no ano de 2013.
Gráfico 03 - Composição do custo dos eucaliptos saligna em caixa - custeio por absorção
Saligna em caixa
5%
19%
Insumos
32%
MOD
CIF
CIV
44%
Fonte: Dados conforme pesquisa
Os eucaliptos saligna em caixa apresentaram um custo total de R$ 10.244,33, destes
44% representam gastos com mão de obra direta, 32% gastos com custos indiretos fixos, 19%
54
com insumos e 5% com custos indiretos variáveis. O custo unitário desta variedade é de R$
0,10, tendo-se por base a produção de 100.000 mudas no ano.
Já o método de custeio por absorção no que tange as mudas de eucaliptos em tubetes
mostra-se estruturado no quadro 14, apresentando o seu custo total e unitário por variedade.
Quadro 14 - Método de custeio por absorção das mudas em tubetes
MÉTODO DE CUSTEIO POR ABSORÇÃO DAS MUDAS DE EUCALIPTOS EM TUBETES
Número
Custo da
Espécie de
Custo Total
Médio de
Muda
Eucaliptos Insumos (R$) MOD (R$) CIF (R$) CIV (R$)
(R$)
Mudas
(R$)
Citriodora
139,97
349,91
253,92
42,61
786,42
5.000
0,16
Duni
1.599,69
3.499,14
2.539,22
426,11
8.064,16
50.000
0,16
Grandis
3.875,05
10.864,84
7.884,27
1.323,06
23.947,21
155.250
0,15
Saligna
754,82
2.099,49
1.523,53
255,66
4.633,50
30.000
0,15
Total de Mudas Produzidas
Fonte: Dados conforme pesquisa
240.250
No que se refere às mudas de eucaliptos em tubetes, os custos associados a cada
variedade produzida geraram um custo unitário e total pelo do método de custeio por absorção
significativo, como se pode ver esboçado nos gráficos em percentuais, separados por
variedade a seguir.
Gráfico 04 - Composição do custo dos eucaliptos citriodora em tubetes - custeio por absorção
Citriodora em tubetes
5%
18%
Insumos
32%
MOD
CIF
45%
CIV
Fonte: Dados conforme pesquisa
As mudas de Citriodora apresentaram-se com um custo total de R$ 786,42 e uma
maior representatividade no que tange a mão de obra direta com 45%, seguida dos custos
indiretos fixos com 32%, insumos 18% e custos indiretos variáveis de 5%. Levando-se em
55
conta uma produção de 5.000 mudas e apresentando um custo unitário de R$ 0,16 no ano de
2013.
Gráfico 05 - Composição do custo dos eucaliptos duni em tubetes - custeio por absorção
Duni em tubetes
5%
20%
32%
Insumos
MOD
CIF
CIV
43%
Fonte: Dados conforme pesquisa
As mudas de eucaliptos duni em tubetes revelam um maior custo no que se refere à
mão de obra direta com 43%, seguido dos custos indiretos fixos com 32%, insumos com 20%
e custos indiretos variáveis com 5%. Tendo-se em vista um total de R$ 8.064,16 e um custo
unitário de R$ 0,16 para uma produção total equivalente a 50.000 mudas no ano.
Gráfico 06 - Composição do custo dos eucaliptos grandis em tubetes - custeio por absorção
Grandis em tubetes
6%
16%
Insumos
33%
MOD
CIF
CIV
45%
Fonte: Dados conforme pesquisa
No ano de 2013 foram produzidas 155.250 mudas de eucaliptos grandis em tubetes,
gerando um custo total de R$ 23.947,21 e um custo unitário de R$ 0,15 por unidade
produzida, dos quais 45% referem-se à mão de obra direta utilizada na produção, 33% aos
custos indiretos fixos, 16% aos insumos utilizados e 6% aos custos indiretos variáveis.
56
Gráfico 07 - Composição do custo dos eucaliptos saligna em - custeio por absorção
Saligna em tubetes
6%
16%
Insumos
33%
MOD
CIF
CIV
45%
Fonte: Dados conforme pesquisa
Os eucaliptos saligna em tubetes apresentaram um custo total de R$ 4.633,50 e um
custo unitário de R$ 0,15 por unidade produzida, levando-se em conta a produção de 30.000
mudas. Os gastos associados a esta produção apresentaram-se estipulados da seguinte forma:
45% referente à mão de obra direta, 33% referente aos custos indiretos fixos, 16% aos
insumos e apenas 6% aos custos indiretos variáveis. Contudo é possível observar a alta
representatividade no que se refere à mão de obra direta na produção de todas as variedades,
seja das mudas em caixa como também nas em tubetes, onde em nenhum caso esta se mostrou
menor que 40% e nem maior que 46%.
O método de custeio variável é mais utilizado para fins gerenciais, visto que fornece
ferramentas as quais auxiliam no processo de gerenciamento da entidade, neste processo
somente são alocados os custos variáveis, sendo que os custos fixos são mandados
diretamente para a conta de resultado, dispensando deste modo qualquer tipo de rateio.
No quadro 15 a seguir apresenta-se estruturado o custo unitário e total de todas as
variedades de eucaliptos produzidos através do método de custeio variável, no qual são
levados em conta apenas os custos indiretos variáveis utilizados na produção.
Quadro 15 - Método de custeio variável das mudas em caixa
MÉTODO DE CUSTEIO VARIÁVEL MUDAS DE EUCALIPTOS EM CAIXA
Espécie de
Núm.Médio
Eucaliptos Insumos (R$) MOD (R$) CIV (R$) Custo Total (R$) de Mudas Custo Muda (R$)
Duni
3.228,33
4.474,29
544,85
8.247,48
100.000
0,08
Grandis
7.013,33
17.897,15
2.179,42
27.089,91
400.000
0,07
Saligna
1.978,33
4.474,29
544,85
6.997,48
100.000
0,07
Total de Mudas Produzidas
Fonte: Dados conforme pesquisa
600.000
57
Na sequência apresentam-se esboçados em percentuais os gráficos referentes a cada
variedade produzida com seus respectivos gastos, associados a sua produção de acordo com o
método de custeio variável.
Gráfico 08- Composição do custo dos eucaliptos duni em caixa - custeio variável
Duni em caixa
CIV
7%
Insumos
39%
MOD
54%
Fonte: Dados conforme pesquisa
As mudas de eucaliptos duni apresentaram uma representatividade de 54% referente à
mão de obra direta, 39% referente a insumos e 7% no que se refere aos custos indiretos
variáveis. Levando-se em conta a produção de 100.000 mudas e um custo unitário de R$ 0,08
por unidade produzida, totalizando um custo total de R$ 8.247,48.
Gráfico 09 - Composição do custo dos eucaliptos grandis em caixa - custeio variável
Grandis em caixa
CIV
8%
Insumos
26%
MOD
66%
Fonte: Dados conforme pesquisa
As mudas de eucaliptos grandis em caixa tiveram um custo total de R$ 27.089,91 dos
quais 66% referem-se à mão de obra direta, 26% aos insumos e 8% aos custos indiretos
58
variáveis. Apresentando um custo unitário de R$ 0,07 e uma produção de 400.000 mudas no
ano.
Gráfico 10 - Composição do custo dos eucaliptos saligna em caixa - custeio variável
Saligna em caixa
CIV
8%
Insumos
28%
MOD
64%
Fonte: Dados conforme pesquisa
As mudas de eucaliptos saligna em caixa apresentaram um custo total de R$ 6.997,48
e um custo unitário de R$ 0,07 com uma produção total de 100.000 mudas no ano. Destes
custos 64% representam a mão de obra utilizada na atividade, 28% os insumos e 8% os custos
indiretos variáveis associados a tal atividade.
No quadro a seguir, apresentam-se estruturados os custos por variedade das mudas de
eucaliptos em tubetes conforme o método de custeio variável.
Quadro 16 - Método de custeio variável das mudas em tubetes
MÉTODO DE CUSTEIO VARIÁVEL MUDAS DE EUCALIPTOS EM TUBETES
Número
Espécie de
Médio de
Eucaliptos Insumos (R$) MOD (R$) CIV (R$) Custo Total (R$)
Mudas
Custo Muda (R$)
Citriodora
139,97
349,91
42,61
532,50
5.000
0,11
Duni
1.599,69
3.499,14
426,11
5.524,94
50.000
0,11
Grandis
3.875,05
10.864,84
1.323,06
16.062,95
155.250
0,10
Saligna
754,82
2.099,49
255,66
3.109,97
30.000
0,10
Total de Mudas Produzidas
Fonte: Dados conforme pesquisa
240.250
A seguir apresentam-se os gráficos em percentuais referentes a cada variedade de
eucaliptos produzidos de modo a melhor representar os custos associados à atividade.
59
Gráfico 11 - Composição do custo dos eucaliptos citriodora em tubetes - custeio variável
Citriodora em tubetes
CIV
8%
Insumos
26%
MOD
66%
Fonte: Dados conforme pesquisa
Os eucaliptos citriodora em tubetes apresentaram um custo total de R$ 532,50, dos
quais 66% referem-se à mão de obra direta, 26% aos insumos e 8% referente aos custos
indiretos variáveis. O custo unitário desta produção resultou em R$ 0,11 para uma produção
de 5.000 mudas no ano.
Gráfico 12 - Composição do custo dos eucaliptos duni em tubetes - custeio variável
Duni em tubetes
CIV
8%
Insumos
29%
MOD
63%
Fonte: Dados conforme pesquisa
Já os eucaliptos duni em tubetes apresentaram um custo unitário de R$ 0,11 para uma
produção de 50.000 mudas no ano. Apresentando ainda um custo total de R$ 5.524,94 dos
quais 63% referem-se aos custos com mão de obra direta, 29% aos insumos e 8% aos custos
indiretos variáveis.
60
Gráfico 13 - Composição do custo dos eucaliptos grandis em tubetes - custeio variável
Grandis em tubetes
CIV
8%
Insumos
24%
MOD
68%
Fonte: Dados conforme pesquisa
As mudas de eucaliptos grandis em tubetes acarretaram um custo total de R$
16.062,95, sendo que destes 68% representam a mão de obra direta, 24% os insumos e 8% os
custos indiretos variáveis associados a esta atividade. O custo unitário desta variedade ficou
estipulado em R$ 0,10, tendo-se como base uma produção de 155.250 mudas no ano de 2013.
Gráfico 14 - Composição do custo dos eucaliptos saligna em tubetes - custeio variável
Saligna em tubetes
CIV
8%
Insumos
24%
MOD
68%
Fonte: Dados conforme pesquisa
As mudas de eucaliptos saligna totalizaram um custo total de R$ 3.109,97 e um custo
unitário de R$ 0,10 para uma produção total de 30.000 mudas. Contudo destes custos 68%
referem-se à mão de obra direta, 24% aos insumos utilizados e 8% são referentes aos custos
indiretos variáveis associados.
61
4.5 ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO
A análise do custo, volume e resultado apresenta-se estruturado com base no cálculo
do Mark Up, para apuração do melhor preço de venda, além da apuração da margem de
contribuição unitária e total sendo realizado ainda o cálculo do ponto de equilíbrio contábil de
modo a verificar a quantidade de venda que é necessária para suprir os custos fixos da
atividade, na sequência apurou-se ainda a margem de segurança operacional, e por fim o
resultado do período, de modo a constatar se o viveiro esta apresentando lucros ou prejuízos
com a produção de tais variedades de eucaliptos em estudo.
4.5.1 Formação do preço de venda
O preço de venda dos produtos foi elaborado de modo que o mesmo supra os custos
alocados à produção, deste modo foram considerados para o calculo do Mark Up percentual
de perda, além de impostos, despesas e ainda a margem de lucro a qual os proprietários
almejam cobrir, conforme ilustrado no quadro 17 a seguir:
Quadro 17 - Mark Up divisor
Perda
5%
Funrural
2,3%
Despesas
10%
Margem de Lucro
20%
Mark Up Divisor
0,627
Fonte: Dados conforme pesquisa
A formula do Mark Up divisor resultou no valor de 0,627, resultado o qual foi
utilizado para a apuração do preço de venda orientativo de cada variedade de mudas de
eucaliptos, para isso foram considerados o custo unitário das mudas de acordo com o método
de custeio por absorção, dividindo-se pelo valor encontrado no Mark Up, de modo a calcular
o preço de venda orientativo, conforme quadro 18 a seguir:
62
Quadro 18 - Preço de venda orientativo das mudas em caixa calculado pelo Mark Up
MARK UP MUDAS DE EUCALIPTOS EM CAIXA
Espécies de Eucaliptos
Custo da Muda
Mark Up
Preço de Venda
Preço de Venda Atual
Duni
0,11
0,627
0,18
0,15
Grandis
0,10
0,627
0,16
0,13
Saligna
Fonte: Dados conforme pesquisa
0,10
0,627
0,16
0,13
O preço de venda praticado pelo viveiro não utiliza nenhum estudo de custos para a
produção, visto que para as mudas em caixa da variedade duni é vendida por R$ 0,15 a
unidade e as demais grandis e saligna por R$ 0,13, contudo, é possível perceber que o preço
de venda orientativo encontrado com base no calculo do Mark Up, supera o preço de venda
praticado, de modo que os proprietários não estão tendo a lucratividade de 20% desejada em
nenhuma das variedades produzidas, onde o preço de venda orientativo apresenta-se com R$
0,03 a mais do que o preço de venda praticado nas três variedades analisadas.
No quadro 19 a seguir apresenta-se a estruturação do preço de venda orientativo das
mudas em tubetes:
Quadro 19 - Preço de venda orientativo das mudas em tubetes calculado pelo Mark Up
MARK UP MUDAS DE EUCALIPTOS EM TUBETES
Espécies de Eucaliptos
Custo da Muda
Mark Up
Preço de Venda
Preço de Venda Atual
Citriodora
0,16
0,627
0,25
0,24
Duni
0,16
0,627
0,26
0,24
Grandis
0,15
0,627
0,25
0,22
0,15
0,627
0,25
0,22
Saligna
Fonte: Dados conforme pesquisa
Do mesmo modo, como as mudas em caixa as mudas em tubetes também não
apresentam nenhum estudo de custos para a formulação do preço de venda atual praticado
pelo viveiro em estudo. Contudo, a lucratividade desejada de 20% também não é atingida
neste processo de produção em nenhuma variedade, visto que o preço de venda orientativo é
superior ao preço de venda praticado atualmente, apresentando-se com uma diferença de R$
0,01 nas mudas da variedade citriodora, R$ 0,02 nas mudas de duni e de R$ 0,03 nas
variedades de grandis e saligna.
Conforme o gráfico 15 é possível observar com mais clareza as diferenças entre o
preço de venda praticado pelo viveiro e o preço de venda orientativo o qual foi encontrado no
estudo.
63
Gráfico 15 - Comparativo entre o preço de venda orientativo e preço de venda praticado das
mudas em caixa
Comparativo entre o preço de venda orientativo e o preço de
venda praticado das mudas em caixa
0,18
0,20
0,16
0,16
0,15
0,13
0,15
0,13
0,10
0,05
0,00
Duni
Grandis
Preço de Venda Orientativo
Saligna
Preço de Venda Praticado
Fonte: Dados conforme pesquisa
O gráfico evidencia de forma objetiva a diferença entre os preços orientativo e o
praticado, de forma que, em todas as variedades produzidas o preço de venda praticado esta
abaixo do preço de venda orientativo, demonstrando que o preço praticado não é o ideal, visto
que isso pode vir a reduzir a lucratividade do viveiro e vir a causar possíveis prejuízos
financeiros a esta entidade.
Gráfico 16 - Comparativo entre o preço de venda orientativo e preço de venda praticado das
mudas em tubetes
Comparativo entre o preço de venda orientativo e o preço de
venda praticado das mudas em tubetes
0,26
0,25
0,25
0,25
0,24
0,24
0,24
0,24
0,24
0,23
0,22
0,22
0,22
0,21
0,20
Citriodora
Duni
Preço de Venda Orientativo
Fonte: Dados conforme pesquisa
Grandis
Saligna
Preço de Venda Praticado
64
Assim como nas mudas em caixa as mudas em tubetes representadas no gráfico 16,
mostram a diferença entre os preços orientativos e os preços praticados pelo viveiro. Contudo
fica evidente que assim como nas mudas em caixa, as mudas em tubetes também apresentam
problemas na estruturação do seu preço de venda atual visto que não atingem a lucratividade
desejada que é de 20%, consequentemente deste modo diminuindo a lucratividade esperada
desta entidade e podendo a transcorrer em possíveis prejuízos financeiros futuros associados a
tal atividade.
4.5.2 Margem de contribuição
A margem de contribuição unitária nada mais é do que o preço de venda unitário
menos os custos variáveis unitários e suas respectivas despesas variáveis unitárias, já a
margem de contribuição total é a multiplicação desta margem de contribuição unitária pela
quantidade vendida, conforme ilustrado no quadro 20 a seguir:
Quadro 20- Margem de contribuição unitária e total das mudas em caixa
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO CONSIDERADO O VALOR ENCONTRADO EM ESTUDO DAS
MUDAS DE EUCALIPTOS EM CAIXA
Espécies de Eucaliptos
PV Mark Up
CVu
DVu
MCU
MC Total (R$)
Duni
0,18
0,08
0,03
0,07
6.913,30
Grandis
0,16
0,07
0,03
0,06
25.771,23
Saligna
0,16
0,07
0,03
0,07
6.514,58
Total
39.199,10
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO CONSIDERANDO O VALOR PRATICADO PELO VIVEIRO DAS
MUDAS DE EUCALIPTOS EM CAIXA
Espécies de Eucaliptos
Preço de Venda
CVu
DVu
MCU
MC Total (R$)
Duni
0,15
0,08
0,03
0,04
4.157,52
Grandis
0,13
0,07
0,02
0,04
15.914,09
Saligna
0,13
0,07
0,02
0,04
3.753,52
Total
Fonte: Dados conforme pesquisa
23.825,14
Conforme o quadro 20 é possível perceber que todas as espécies apresentam-se de
forma positiva, tanto as calculadas pelo preço de venda orientativo como também as
calculados conforme o preço de venda praticado. O preço de venda orientativo totalizou um
custo total com as três variedades de R$ 39.199,10, enquanto que o preço de venda praticado
pelo viveiro totalizou R$ 23.825,14 de margem de contribuição total levando-se em conta as
três variedades em estudo.
65
O gráfico 17 a seguir, mostra de forma mais precisa a diferença existente entre a
margem de contribuição unitária das três variedades de modo a facilitar a compreensão:
Gráfico 17 - Comparativo da margem de contribuição unitária das mudas em caixa
Comparativo da MCU conforme preço de venda orientativo e o
praticado das mudas em caixa
0,08
0,07
0,07
0,06
0,04
0,04
0,06
0,04
MCU calculado conforme preço
de venda orientativo
MCU calculada conforme preço
de venda praticado
0,04
0,02
0,00
Duni
Grandis
Saligna
Fonte: Dados conforme pesquisa
Ao comparar a margem de contribuição unitária de acordo com o preço de venda
orientativo e o preço de venda praticado pelo viveiro, fica evidente a diferença existente entre
ambas nas três variedades, onde as mudas de eucaliptos duni e saligna apresentaram uma
margem de contribuição unitária conforme seu preço de venda orientativo encontrado no
estudo de R$ 0,07 enquanto que conforme os preços de venda praticados pelo viveiro
apresentam-se com R$ 0,04, já a variedade de eucaliptos grandis esta apresentou uma pequena
diferença quando comparada com o eucaliptos duni e saligna, onde apresentou-se com um
valor de R$ 0,06 conforme preço de venda orientativo e R$ 0,04 conforme preço de venda
praticado.
O gráfico 18 a seguir ilustra as diferenças das margens de contribuição total das três
variedades de mudas em caixa de modo a melhor comparar as variedades.
66
Gráfico 18 - Comparativo da margem de contribuição total das mudas em caixa
Comprativo da MCT conforme preço de venda orientativo e o
praticado das mudas em caixa
Saligna
3.753,52
6.232,61
15.914,09
Grandis
Duni
0,00
MCT calculado conforme preço
de venda praticado
MCT calculado conforme preço
de venda orientativo
24.643,35
4.157,52
6.631,33
10.000,00
20.000,00
30.000,00
Fonte: Dados conforme pesquisa
As mudas de eucaliptos grandis apresentam-se com uma maior representatividade na
sua margem de contribuição total com R$ 24.643,35 pelo preço de venda orientativo e de R$
15.914,09 pelo preço de venda praticado, tendo-se por base que esta variedade apresenta-se
também com um maior numero produtivo que é de 400.000 mudas no ano o que infere deste
modo no resultado. Já as demais variedades com uma produção de apenas 100.000 mudas
cada, apresentam uma margem de contribuição total menor, sendo as mudas de duni e saligna
respectivamente equivalentes, conforme o preço de venda orientativo no valor de R$ 6.631,33
e R$ 6.233,61, já pelo preço de venda praticado de R$ 4.157,52 e R$ 3.753,52.
Quadro 21 - Margem de contribuição unitária e total das mudas em tubetes
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO CONSIDERADO O VALOR ENCONTRADO EM ESTUDO DAS
MUDAS DE EUCALIPTOS EM TUBETES
Espécies de Eucaliptos
PV Mark Up
CVu
DVu
MCU
MC Total (R$)
Citriodora
0,25
0,11
0,04
0,10
504,77
Duni
0,26
0,11
0,04
0,10
5.111,52
Grandis
0,25
0,10
0,04
0,10
15.522,93
Saligna
0,25
0,10
0,04
0,10
3.001,52
Total
24.140,74
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO CONSIDERANDO O VALOR PRATICADO PELO VIVEIRO DAS
MUDAS DE EUCALIPTOS EM TUBETES
Espécies de Eucaliptos
Preço de Venda
CVu
DVu
MCU
MC Total (R$)
Citriodora
0,24
0,11
0,04
0,09
459,90
Duni
0,24
0,11
0,04
0,09
4.399,06
Grandis
0,22
0,10
0,04
0,08
12.183,24
Saligna
0,22
0,10
0,04
0,08
2.348,23
Total
Fonte: Dados conforme pesquisa
19.390,43
67
De acordo com o quadro 21 no qual estão representadas as margens de contribuições
unitárias e totais das mudas em tubetes produzidas no viveiro, com base no preço de venda
praticado e o preço de venda orientativo encontrado no estudo, é possível analisar que assim
como no caso das mudas em caixa as mudas em tubetes também apresentaram uma margem
de contribuição unitária e total positiva. Com isso foi possível verificar que as quatro
variedades de eucaliptos produzidas apresentaram um custo total de R$ 24.140,74 no que se
refere ao custo de venda orientativo, já de acordo com o preço de venda praticado estas
totalizaram um custo total de R$ 19.390,43.
Gráfico 19 - Comparativo da margem de contribuição unitária das mudas em tubetes
Comparativo da MCU conforme preço de venda orientativo e o
praticado das mudas em tubetes
Saligna
0,08
Grandis
0,08
0,10
0,10
MCU calculado conforme preço
de venda praticado
Duni
0,09
0,10
MCU calculado conforme preço
de venda orientativo
Citriodora
0,09
0,10
0,00
0,05
0,10
0,15
Fonte: Dados conforme pesquisa
O gráfico 19, refere-se à comparação da margem de contribuição unitária conforme o
preço de venda orientativo encontrado em estudo e o preço de venda praticado pela entidade
de todas as variedades de eucaliptos em tubetes produzidas, onde a variação entre estas é
mínima, onde a maior diferença aparece entre as variedades de eucaliptos grandis e saligna
com o montante de R$ 0,02 e as variedades duni e citriodora com uma diferença de apenas R$
0,01.
O gráfico 20 ilustra o comparativo entre as margens de contribuição totais das quatro
variedades produzidas:
68
Gráfico 20 - Comparativo da margem de contribuição total das mudas em tubetes
Comprativo da MCT conforme preço de venda orientativo e o
praticado das mudas em tubetes
Saligna
2.348,23
3.001,52
12.183,24
15.522,93
Grandis
4.399,06
5.111,52
Duni
Citriodora
0,00
MCT calculado conforme preço
de venda praticado
MCT calculado conforme preço
de venda orientativo
459,90
504,77
5.000,00
10.000,00
15.000,00
20.000,00
Fonte: Dados conforme pesquisa
Assim, como no caso das mudas em caixa, as mudas em tubetes tem uma maior
representatividade perante aquela variedade a qual possui um maior numero de unidades
produzidas, no caso especifico os eucaliptos grandis a qual se apresenta com R$ 15.522,93
conforme seu preço de venda orientativo e R$ 12.183,24 pelo seu preço de venda praticado.
A segunda variedade com maior representação é o eucalipto duni com R$ 5.111,52 pelo preço
de venda orientativo e de R$ 4.399,06 pelo praticado, seguido dos eucaliptos saligna com R$
3.001,52 pelo orientativo e R$ 2.348,23 pelo praticado. A variedade citriodora a qual possui o
menor número de mudas produzidas também equivale a menor margem de contribuição total,
tendo-se em vista que a produção da mesma é de apenas 5.000 mudas ao ano o que equivale a
uma margem de contribuição total pelo preço de venda orientativo de R$ 504,77 e de R$
459,90 pelo preço de venda praticado.
4.5.3 Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio é o ponto em que o lucro da empresa é igualado à zero, ou seja,
é o ponto no qual a empresa terá um faturamento mínimo, ou seja, não estará tendo lucros
nem prejuízos, onde suas receitas são iguais aos custos e despesas totais. No quadro a seguir
foi calculado o ponto de equilíbrio contábil das mudas em caixa pelo preço de venda
orientativo encontrado no desenvolvido estudo e pelo preço de venda praticado pela entidade,
69
de modo que foram deduzidos do preço de venda do produto os seus custos indiretos fixos e
despesas variáveis e divididos os mesmo pela margem de contribuição unitária.
Quadro 22 - Ponto de equilíbrio contábil das mudas em caixa
PONTO DE EQUILIBRIO CONTÁBIL DAS MUDAS EM CAIXA DE ACORDO COM PREÇO DE
VENDA CALCULADO EM ESTUDO
Espécies de Eucaliptos
CIF
Duni
DF
MCU
PEC em Unidades
3.246,85
0,00
0,07
46.965
Grandis
12.987,40
0,00
0,06
201.580
Saligna
3.246,85
0,00
0,07
49.840
PEC Total em Unidades
298.385
PONTO DE EQUILIBRIO CONTÁBIL DAS MUDAS EM CAIXA DE ACORDO COM PREÇO DE
VENDA PRATICADO PELO VIVEIRO
Espécies de Eucaliptos
CIF
Duni
DF
MCU
PEC em Unidades
3.246,85
0,00
0,04
78.096
Grandis
12.987,40
0,00
0,04
326.438
Saligna
3.246,85
0,00
0,04
86.501
PEC Total em Unidades
Fonte: Dados conforme pesquisa
491.035
O ponto de equilíbrio calculado conforme preço de venda orientativo apresenta um
total de 298.385 unidades as quais deverão ser vendidas para que a empresa não incorra em
prejuízos, já segundo o preço de venda praticado pela empresa é possível verificar que o
numero de unidades é significativamente superior chegando a 491.035 unidades. No gráfico a
seguir apresenta-se melhor estruturado as diferenças existentes entre cada variedade em
estudo:
Gráfico 21 - Comparativo do ponto de equilíbrio das mudas em caixa
Compativo PEC conforme preço de venda orientativo e preço de
venda praticado das mudas em caixa
326.438
400.000
300.000
201.580
78.096
200.000
100.000
PEC conforme preço de venda
orientativo
86.501
49.840
46.965
0
Duni
Fonte: Dados conforme pesquisa
Grandis
Saligna
PEC conforme preço de venda
praticado
70
As mudas de eucaliptos grandis apresentaram-se com uma grande representatividade
onde é necessária a venda de no mínimo 326.438 mudas conforme preço de venda praticado
pela empresa, já se optasse pelo preço de venda orientativo este valor reduziria para 201.580
mudas. O mesmo ocorre com as mudas de eucaliptos duni e saligna onde o numero de
unidades que precisam ser vendidas para alcançar o ponto de equilíbrio conforme o preço de
venda praticado é muito superior ao que seria necessário se fosse adotado o preço de venda
encontrado em estudo, onde pelo praticado as mudas de eucaliptos duni precisam vender
78.096 para suprir seus custos e o eucaliptos saligna 86.501 mudas já segundo o preço de
venda orientativo este valor cai para no caso do duni 46.965 e do saligna 49.840 unidades.
No quadro 23 apresenta-se o calculo referente ao ponto de equilíbrio contábil das
mudas em tubetes de acordo com o preço de venda calculado em estudo e o preço de venda
praticado pela entidade.
Quadro 23- Ponto de equilíbrio contábil das mudas em tubetes
PONTO DE EQUILIBRIO CONTÁBIL DAS MUDAS EM TUBETES DE ACORDO COM PREÇO DE
VENDA CALCULADO EM ESTUDO
Espécies de Eucaliptos
CIF
DF
MCU
PEC em Unidades
Citriodora
253,92
0,00
0,10
2.515
Duni
2.539,22
0,00
0,10
24.838
Grandis
7.884,27
0,00
0,10
78.853
Saligna
1.523,53
0,00
0,10
15.228
PEC Total em Unidades
121.434
PONTO DE EQUILIBRIO CONTÁBIL DAS MUDAS EM TUBETES DE ACORDO COM PREÇO DE
VENDA PRATICADO PELO VIVEIRO
Espécies de Eucaliptos
CIF
DF
MCU
PEC em Unidades
Citriodora
253,92
0,00
0,09
2.761
Duni
2.539,22
0,00
0,09
28.861
Grandis
7.884,27
0,00
0,08
100.469
Saligna
1.523,53
0,00
0,08
19.464
PEC Total em Unidades
151.554
Fonte: Dados conforme pesquisa
As mudas de eucaliptos em tubetes apresentam seu ponto de equilíbrio total conforme
preço de venda orientativo estipulado 121.434 mudas de modo a suprir os gastos incorridos
durante a produção, já o ponto de equilíbrio levando-se em conta o preço de venda praticado é
bem superior onde à empresa deverá vender 151.554 unidades de modo a cobrir estes gastos,
conforme é possível analisar no quadro 23 a seguir.
O gráfico 22, ilustra o comparativo de todas as variedades em estudo de modo a serem
melhores apresentadas as diferenças das quantidades necessárias para cobrir os custos
referentes à sua produção.
71
Gráfico 22 - Comparativo do ponto de equilíbrio das mudas em tubetes
Comparativo PEC conforme preço de venda orientativo e preço de
venda praticado das mudas em tubetes
Saligna
19.464
15.228
100.469
Grandis
78.853
28.861
24.838
Duni
Citriodora
PEC conforme preço de venda
praticado
PEC conforme preço de venda
orientativo
2.761
2.515
0
20.000 40.000 60.000 80.000 100.000120.000
Fonte: Dados conforme pesquisa
As mudas de menor representatividade, ou seja, que menos inferem no ponto de
equilíbrio total da empresa foi as da variedade citriodora na qual segundo o preço de venda
praticado necessita-se vender 2.761 mudas pra atingir o ponto de equilíbrio e segundo o preço
de venda orientativo este valor cai para 2.515 unidades, tendo em se vista que a produção total
desta variedade é de 5.000 unidades. Já a de maior representatividade é aquela a qual se
apresenta com o maior numero de unidades produzidas em torno de 155.250 unidades das
quais para atingir seu ponto de equilíbrio necessita vender em torno de 100.469 unidades de
acordo com seu preço de venda praticado, mas caso fosse optado pelo preço de venda
orientativo este numero reduz para 78.853 unidades o que equivale a uma diferença de 21.616
unidades.
As mudas de eucaliptos duni e saligna apresentam uma diferença de 4.023 unidades e
4.236 unidades respectivamente quando comparados o seu preço de venda orientativo menos
o praticado, onde o valor desta diferença se fosse opção da empresa o preço de venda
orientativo diminuiria, tendo em vista que a produção total destas duas variedades é de 50.000
e 30.000 mudas respectivamente.
4.5.4 Margem de segurança operacional
A margem de segurança operacional representa o volume de vendas o qual supera o
ponto de equilíbrio, onde é obtida subtraindo-se a quantidade encontrada no ponto de
equilíbrio da quantidade vendida. Contudo é por meio desta margem de segurança que torna
possível apurar quanto à empresa vendeu a mais após pagar os custos fixos associados ao
produto, ou ainda saber até quanto suas vendas poderiam cair sem isso gerar prejuízos para a
72
entidade. O quadro 24 demonstra a margem de segurança operacional a qual foi apurada
levando-se em conta o preço orientativo encontrado em estudo e o preço de venda o qual é
praticado pelo viveiro.
Quadro 24 - Margem de segurança operacional das mudas em caixa
MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL DAS MUDAS EM CAIXA CONFORME PREÇO DE
VENDA E QUANTIDADES CALCULADAS EM ESTUDO
Espécies de Eucaliptos
Quantidade Vendida
Quantidade no PEC
MSO
MSO (%)
Duni
100.000
46.965
53.035
53%
Grandis
400.000
201.580
198.420
50%
Saligna
100.000
49.840
50.160
50%
MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL DAS MUDAS EM CAIXA CONFORME PREÇO DE
VENDA E QUANTIDADES PRATICADAS PELO VIVEIRO
Espécies de Eucaliptos
Quantidade Vendida
Quantidade no PEC
MSO
MSO (%)
Duni
100.000
78.096
21.904
22%
Grandis
400.000
326.438
73.562
18%
Saligna
100.000
86.501
13.499
13%
Fonte: Dados conforme pesquisa
O gráfico 23, apresenta um comparativo do percentual da margem de segurança
operacional das mudas em caixa pelo preço de venda orientativo e praticado, tendo-se em
vista que as margens são positivas em todas as situações. Por meio do gráfico é possível
perceber que a margem de segurança operacional tendo-se por base o preço de venda orientativo
supera o praticado nas três variedades, onde os eucaliptos duni, grandis e saligna apresentam
respectivamente segundo preço de venda orientativo 53%, 50% e novamente 50% e em
contrapartida o percentual da margem de segurança conforme o preço de venda praticado pelo
viveiro não ultrapassou os 22% com a espécie de duni seguido de 18% com o grandis e apenas
13% com o saligna.
Contudo, entende-se que se a empresa utilizasse o preço de venda orientativo sugerido no
estudo, à mesma obteria uma margem maior de lucro e consequentemente obteria um maior
respaldo para possíveis quedas em suas vendas.
73
Gráfico 23 - Comparativo da margem de segurança operacional das mudas em caixa
Comparativo Margem de Segurança Operacional
das mudas em caixa
60%
53%
50%
50%
50%
MSO conforme preço de venda
orientativo
40%
30%
22%
18%
20%
MSO conforme preço de venda
praticado
13%
10%
0%
Duni
Grandis
Fonte: Dados conforme pesquisa
Saligna
Contudo, porém sabe-se que o mercado atual mostra-se muito competitivo onde a
qualidade aliada ao preço baixo atrai clientes em qualquer ramo de negócios na economia
brasileira. Tendo-se por base esta linha de pensamento a empresa precisa estar ciente a respeito
dos preços de seus concorrentes de modo a não elevar significativamente em comparação com os
da concorrência, pois se a mesma optar por um preço de venda muito acima dos demais isso pode
vir a lhe acarretar possíveis perdas de clientes e consequentemente futuros prejuízos econômicos.
Quadro 25 - Margem de segurança operacional das mudas em tubetes
MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL DAS MUDAS EM TUBETES CONFORME PREÇO
DE VENDA E QUANTIDADES CALCULADAS EM ESTUDO
Espécies de Eucaliptos
Quantidade Vendida
Quantidade no PEC
MSO
MSO (%)
Citriodora
5.000
2.515
2.485
50%
Duni
50.000
24.838 25.162
50%
Grandis
155.250
78.853 76.397
49%
Saligna
30.000
15.228 14.772
49%
MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL DAS MUDAS EM TUBETES CONFORME PREÇO
DE VENDA E QUANTIDADES PRATICADAS PELO VIVEIRO
Espécies de Eucaliptos
Quantidade Vendida
Quantidade no PEC
MSO
MSO (%)
Citriodora
5.000
2.761
2.239
45%
Duni
50.000
28.861 21.139
42%
Grandis
155.250
100.469 54.781
35%
Saligna
30.000
19.464 10.536
35%
Fonte: Dados conforme pesquisa
A margem de segurança operacional das mudas em tubetes também apresentam-se de
maneira positiva em todas as variedades, conforme os percentuais apurados é possível
observar de forma mais evidente no gráfico 24 a seguir:
74
Gráfico 24 - Comparativo da margem de segurança operacional das mudas em tubetes
Comparativo Margem de Segurança Operacional das mudas
em tubetes
35%
Saligna
49%
35%
Grandis
49%
42%
Duni
50%
MSO conforme preço de venda
praticado
MSO conforme preço de venda
orientativo
45%
50%
Citriodora
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Fonte: Dados conforme pesquisa
Pode-se observar que a diferença existente entre o preço de venda orientativo e o preço
de venda praticado não é muito distante, mas em todos os casos o preço de venda orientativo
supera o praticado. Contudo o preço de venda orientativo chega a 50% nas mudas da
variedade duni e citriodora e fica na faixa dos 49% com as variedades grandis e saligna, em
contrapartida, de acordo com o preço de venda praticado o percentual mais alto chega a 45%,
seguido de 42%, 35% e 35% das mudas de citriodora, duni, grandis e saligna respectivamente.
Porem é evidente que assim como no caso das mudas em caixa as mudas em tubetes caso
fossem vendidas pelo preço de venda orientativo adquiriria uma maior margem e
consequentemente um maior lucro e maior segurança quando caso puder vir a ocorrer uma
significativa queda nas vendas destas mudas.
4.5.5 Demonstração do resultado dos produtos
A demonstração do resultado tem como principal objetivo apresentar o resultado o
qual foi apurado depois de deduzidos da receita o custo total o qual é baseado através do
método de custeio por absorção no qual estão incorporados todos os custos diretos e indiretos
associados ao produto, além ainda de todas as despesas as quais estão envolvidas no processo.
Com base na demonstração do resultado fica mais fácil observar as operações e os resultados
que foram realizadas pela entidade durante o seu exercício social, de modo que gera
informações significativas para a tomada de decisão.
75
Quadro 26 - Demonstração do resultado do exercício das mudas em caixa
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DAS MUDAS DE EUCALIPTOS EM CAIXA
Preço de Venda Calculado
Preço de Venda Praticado
(+) Receita
98.590,04
80.000,00
(-) Custo (absorção)
61.815,96
61.815,96
(=) Lucro Bruto
36.774,09
18.184,04
(-) Despesas Variáveis
17.056,08
13.840,00
0,00
0,00
19.718,01
4.344,04
20%
5%
(-) Despesas Fixas
(=) Resultado
Resultado em %
Fonte: Dados conforme pesquisa
Ao analisar o quadro 26, de forma geral o viveiro apresenta um resultado positivo nas
duas situações analisadas, onde o resultado líquido alcançado pelo preço de venda praticado é
de R$ 4.344,04, enquanto pelo preço de venda orientativo encontrado em estudo o valor seria
de R$ 19.718,01, o que equivale a uma diferença significativamente alta de R$ 15.373,97.
O gráfico 25 a seguir evidencia o comparativo entre os resultados obtidos através do
preço de venda praticado e preço de venda orientativo:
Gráfico 25 - Comparativo da demonstração do resultado do exercício das mudas em caixa
Comparativo em percentual do resultado do exercício das
mudas em caixa
20%
20%
15%
5%
10%
5%
0%
Resultado em % conforme
preço de venda calculado
Resultado em % conforme
preço de venda praticado
Fonte: Dados conforme pesquisa
O gráfico evidencia a diferença a qual já vem sendo notada desde o inicio dos
cálculos, onde o preço de venda orientativo encontrado em estudo sobressai-se sob o preço de
venda praticado pelo viveiro, ou seja, mesmo os dois resultados sendo positivos as diferenças
76
entre ambos é considerável, visto que, conforme o preço de venda praticado é de apenas 5%,
onde que o ideal conforme estudo e desejo dos proprietários, deveria ser de no mínimo 20%.
Quadro 27 - Demonstração do resultado do exercício das mudas em tubetes
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DAS MUDAS DE EUCALIPTOS EM TUBETES
Preço de Venda Calculado
Preço de Venda Praticado
(+) Receita
59.699,02
53.955,00
(-) Custo (absorção)
37.431,29
37.431,29
(=) Lucro Bruto
22.267,74
16.523,71
(-) Despesas Variáveis
10.327,93
9.334,22
0,00
0,00
11.939,80
7.189,50
20%
13%
(-) Despesas Fixas
(=) Resultado
Resultado em %
Fonte: Dados conforme pesquisa
Pode-se observar ao analisar o quadro 27 o qual se refere às mudas em tubetes, que o
viveiro também apresenta-se com um resultado positivo, onde a diferença entre o preço de
venda praticado e o encontrado em estudo é significativa, onde o preço de venda orientativo
revela-se com R$ 11.939,80 e o praticado com R$ 7.189,50. A diferença entre os dois
resultados é de R$ 4.750,30, o que revela uma situação considerada boa em comparação às
mudas em caixa, onde a diferença encontrada foi bem superior.
Gráfico 26 - Comparativo da Demonstração do resultado do exercício das mudas em tubetes
Comparativo em percentual do resultado do exercício das
mudas em tubetes
20%
20%
13%
10%
0%
Resultado em % conforme
preço de venda calculado
Resultado em % conforme
preço de venda praticado
Fonte: Dados conforme pesquisa
O gráfico 26 evidencia o comparativo do resultado do exercício das mudas em tubetes,
o qual apresentou uma diferença significativa de 7% no resultado em comparação com o
resultado obtido por meio do preço de venda orientativo e do praticado. O resultado ideal
77
segundo o preço de venda orientativo geraria uma margem de lucro de 20%, que é a desejada
pelos proprietários, mas de acordo com a realidade vivida pela empresa, este resultado cai
para 13% conforme preço de venda praticado pela entidade. Estes resultados mostram-se
significativos visto que a diferença nos preços entre ambos é pequena, o que quer dizer que se
a empresa for optar pelo preço de venda orientativo futuramente esta estará obtendo um lucro
de 7% a mais nas suas vendas, mas, contudo se deixar o preço conforme esta não deixara de
ter os lucros desejados, porem com um valor um pouco menor.
4.6 ANÁLISE DO ESTUDO
O presente estudo teve por objetivo demonstrar aos gestores da empresa, a importância
de se estruturar um sistema de custos e uma análise mais apurada dos preços, para gerar as
informações sobre os reais gastos com insumos, mão de obra, além de outros custos indiretos
que estão presentes na produção, de modo que se buscou apresentar dados que antes nunca
foram analisados pela empresa, tais como a depreciação, margem de contribuição, ponto de
equilíbrio, margem de segurança operacional e ainda demonstração do resultado do exercício,
que farão a diferença no momento em que apresentados a seus gestores.
Este estudo revelou que o viveiro não se apresenta com prejuízos econômicos, mas o
resultado esta deixando a desejar, visto que seu preço de venda não é apropriado, onde este
não atinge a margem de lucro desejada pela entidade que é de 20%. Com base nos resultados
obtidos pelo preço de venda orientativo em comparação com o preço praticado pela empresa,
pode-se ter uma base para reformular seus preços de venda de modo que venham a suprir de
maneira positiva os gastos incorridos na atividade e que proporcionem um significativo
resultado no final dos próximos períodos.
Contudo a empresa analisada tem todas as chances de continuar em atividade, de
modo a adentrar cada vez mais no mercado, visto que o cultivo de mudas de eucaliptos é um
fator primordial da economia, basta esta entidade valorizar seus produtos e com isso ganhar
mais, ou seja, aumentar seu preço de venda de modo à no mínimo suprir a margem de lucro
desejada pela entidade. Coloca-se também que, a contabilidade de custos voltada à atividade
rural, se apresenta de forma significativa, sendo que é por meio dela que se obtêm os maiores
índices de resultado, visando um constante monitoramento, demonstrando que neste ramo
existe uma maior preocupação com os fatores climáticos e mercadológicos, que influenciam
diretamente
na
comercializadas.
eficiência
e
qualidade
das
mudas
produzidas
e
posteriormente
78
Porém existe uma prerrogativa bastante preocupante no quesito aumento de preços,
onde sabe-se que no mercado atual a concorrência é um fator importante visto que a maioria
dos clientes procuram produtos de qualidade e com preços menores. Com isso é
imprescindível que a empresa esteja atenta aos preços de seus concorrentes de modo a não
cometer equívocos no momento da elevação de seus preços.
A concorrência nada mais é do que um uma situação do mercado, onde diferentes
produtores de um determinado bem ou serviço atuam de maneira independente, ou seja, com
o objetivo de alcançar um numero elevado de vendas, contudo, esta é responsável por
estimular as empresas a investir cada vez mais, de modo inovador fazendo com que esta
venha a maximizar os seus lucros e destacar-se no mercado.
Quadro 28 – Comparativo de preços: viveiro em estudo x concorrência
Espécies de
Eucaliptos
Preço de
Venda
Orientativo
Comparativo de Preços das Mudas em Caixa
Preço de
Venda
Preço de Venda
Preço de Venda
Praticado
Concorrência I
Concorrência II
Preço de Venda
Concorrência III
Duni
0,18
0,15
0,16
0,14
0,15
Grandis
0,16
0,13
0,14
0,12
0,13
Saligna
0,16
0,13
0,14
0,12
0,13
Comparativo de Preços das Mudas em Tubetes
Espécies de
Eucaliptos
Preço de
Venda
Orientativo
Preço de
Venda
Praticado
Preço de Venda
Concorrência I
Preço de Venda
Concorrência II
Preço de Venda
Concorrência III
Citriodora
0,25
0,24
0,26
0,25
0,23
Duni
0,26
0,24
0,26
0,25
0,23
Grandis
0,25
0,22
0,24
0,23
0,21
Saligna
0,25
Fonte: Dados conforme pesquisa
0,22
0,24
0,23
0,21
Tendo-se por base o quadro 28 é possível observar que a empresa em analise encontrase relativamente estável em comparação com três de seus concorrentes, de modo que seus
preços mostram-se superiores a apenas um de seus concorrentes, inferior a outro e o outro
ainda encontra-se com preços de venda iguais. Conforme ilustrado nos gráficos 27 e 28 a
seguir:
79
Gráfico 27 – Comparativo de preços: viveiro em analise x concorrência das mudas em caixa
Eucaliptos em Caixa
0,13
0,13
PV Concorrência III
0,12
0,12
PV Concorrência II
0,16
0,14
0,14
0,14
PV Concorrência I
0,13
0,13
PV Praticado
Grandis
0,16
0,16
0,16
0,05
0,10
Duni
0,15
PV Orientativo
0,00
Saligna
0,15
0,18
0,20
Fonte: Dados conforme pesquisa
Nota-se segundo o gráfico 26 que o viveiro em análise não tem como ampliar mais do
que R$ 0,01 seu preço de venda nas mudas em caixa devido à concorrência, de modo que se
ampliado pode vir a perder clientes e com isso diminuir as vendas e consequentemente os
resultados.
Gráfico 28- Comparativo de preços: viveiro em analise x concorrência das mudas em tubetes
Eucaliptos em Tubetes
Preço de Venda Concorrência III
Preço de Venda Concorrência II
Preço de Venda Concorrência I
Preço de Venda Praticado
Preço de Venda Orientativo
0,21
0,21
0,24
0,24
0,23
0,23
0,25
0,25
0,24
0,24
0,26
0,26
0,22
0,22
0,24
0,24
0,25
0,25
0,26
0,25
0,00 0,05
0,10 0,15
0,20 0,25
0,30
Fonte: Dados conforme pesquisa
Saligna
Grandis
Duni
Citriodora
80
Com isso é possível constatar que o viveiro em analise pode vir a elevar em até 0,01
seu preço de venda de modo que assim estará atingindo a margem de lucro desejada que é de
20% nas mudas em tubetes, não atingindo este patamar apenas nas mudas em caixa visto que
a concorrência possui preços inferiores, mas de certo modo com aumento de R$ 0,01 por
muda isso acarretará em uma melhora significativa dos resultados no final do período.
81
CONCLUSÃO
O presente estudo buscou o desenvolvimento de um sistema de custos, preços e analise
de resultados da produção de mudas de eucaliptos, tendo-se como base informações
confiáveis, bem como, um planejamento de atividades instrumentalizado, levando-se em
conta que se obteve a descrição dos processos de produção, avaliação dos processos de custos,
obtendo-se resultados satisfatórios que relatam uma proposta de estrutura de preços para a
propriedade. De forma objetiva buscou-se inicialmente um embasamento teórico, de modo
que se obteve um melhor entendimento e aprofundamento da contabilidade de custos e seus
benefícios para empresas de cunho rural que se caracterizam como sendo de pequeno porte.
Foram estudados dois processos distintos de produção de mudas de eucaliptos os quais
foram divididos em mudas em caixa e em tubetes. A partir destes verificou-se todos os custos
envolvidos na atividade, sejam fixos ou variáveis, ou ainda diretos e indiretos. Contudo por
meio da realização dos cálculos e analises, pode-se constatar que todas as variedades dos dois
processos envolvidos obtiveram um ponto de equilíbrio positivo e consequentemente uma
margem de segurança operacional positiva.
Porém, o viveiro pratica o seu preço de venda abaixo do desejado, mesmo assim a
empresa não apresenta prejuízos, mas ao mesmo tempo impede de esta obter a margem de
lucro a qual deseja, diminuindo deste modo um melhor desempenho na atividade e
consequente a sua expansão.
Sugere-se aos gestores da entidade que valorizem o seu preço de venda praticado de
modo a aumentar os resultados e enfim, alcançar uma maior lucratividade para a empresa,
visto que é preciso ser levado em conta que a empresa necessita uma maior flexibilidade de
modo a vir a mostrar-se mais competitiva no mercado, vindo consequentemente a conseguir
efetuar com mais facilidade possíveis negociações com clientes, sem acarretar em prejuízos
financeiros a entidade.
O viveiro em análise apresenta-se de modo que seus preços podem ser elevados em
um percentual baixo, ou seja, no máximo R$ 0,01, visto que a concorrência mostra-se
competitiva no mercado atual, onde os preços destas acarretam certas dificuldades nas
possíveis negociações com clientes, influenciado diretamente na parte financeira da entidade
estudada.
Por fim conclui-se este estudo com a constatação da importância da implementação de
um sistema de custos, principalmente para empresas de pequeno porte, visto que é uma
ferramenta de muita significância de modo a melhor otimizar seus resultados e viabilizar aos
82
proprietários as informações necessárias para dar suporte no momento da tomada de decisão
gerando com isso uma maior segurança e confiabilidade a todos os gestores.
De forma sintética pode-se dizer que, ao sair do Curso de Ciências Contábeis, me sinto
realizada, pois aprendi muito e cresci como pessoa profissionalmente, sinto-me mais segura e
motivada a conquistar novos rumos e implantar na empresa em estudo o sistema de custos
desenvolvido, de modo a melhor gerir os rendimentos e obter resultados positivos ao longo de
minha carreira profissional.
83
REFERÊNCIAS
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CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade rural: uma abordagem decisorial. 6ª Ed. São
Paulo. Editora Atlas, 2011, 386p.
LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: planejamento, implantação e controle. 3ª Ed.
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MARION, José Carlos. Contabilidade rural: contabilidade agrícola, contabilidade da
pecuária, imposto de renda pessoa jurídica. 8ª Ed. São Paulo. Editora Atlas, 2005, 278p.
MARTIN, Nelson Batista; SERRA, Renata; ANTUNES, João Francisco Gonçalves;
OLIVEIRA, Marli Dias Mascarenhas; OKAWA, Hiroshige. Custos: sistema de custo de
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84
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85
ANEXOS
Anexo A – Vista aérea da propriedade I
Anexo B – Vista aérea da propriedade II
86
Anexo C – Vista aérea da propriedade III
Anexo D- Grades após semeadura na estufa
87
Anexo E – Processo de Raleio das mudas em tubetes
Anexo F - Grades com mudas prontas para comercialização
88
Anexo G – Fardos de mudas em tubetes prontas para serem entregues ao cliente
Anexo H – Mudas em caixa prontas para comercialização
89
Anexo I – Caixa de mudas pronta para comercialização
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