Projeto - Alfabetização Cartográfica Tema: Linguagem Cartografia - noções básicas. Público alvo: O projeto é destinado ao Ensino Fundamental - Anos Finais. Justificativa: O mapa é um modelo de comunicação visual utilizado cotidianamente por leigos em suas viagens, consultas de roteiros, localização de imóveis e, principalmente, por geógrafos. As representações do espaço já eram utilizadas pelos homens das cavernas para registrar informações e expressar seus deslocamentos. Segundo Almeida e Passini (2001), o mapa é uma representação codificada de um determinado espaço real. Podemos até chamá-lo de um modelo de comunicação, que se vale de um sistema semiótico complexo. A informação é transmitida por meio de uma linguagem cartográfica, que se utiliza de três elementos básicos: sistema de signos, redução e projeção. O mapa, portanto, é de suma importância para que todos que se interessem por deslocamentos mais racionais, pela compreensão da distribuição e organização dos espaços, possam se informar e se utilizar desse modelo e tenham visão de conjunto. Atualmente, com o advento das telecomunicações, temos nosso cotidiano invadido por tecnologias variadas de localização; a todo o momento, somos submetidos a situações que nos exigem a interpretação de mapas, em diferentes padrões: imagens de satélite, fotografia aérea, planta, carta topográfica, entre outros. Dessa forma, é necessário que os educandos se apropriem de alguns saberes e etapas metodológicas que garantam a decodificação das informações presentes nos mapas (título, legenda, escala, fonte e orientação) para, posteriormente, serem capazes de mapear a realidade, construindo seus próprios mapas. Para se desenvolver um nível de decodificação e construção de mapas junto aos educandos, este projeto tem como objetivo levar os estudantes a compreenderem os principais elementos do mapa, favorecendo sua interpretação e possibilitando a produção de suas representações cartográficas. Objetivo geral: Proporcionar aos estudantes a compreensão dos principais elementos do mapa, favorecendo sua interpretação e possibilitando a produção de suas representações cartográficas. Objetivos específicos: - Conceituar cartografia; - Definir o que é um mapa; - Identificar os elementos de um mapa; - Descrever cada elemento que compõe o mapa; - Reconhecer os diferentes tipos de mapa; - Utilizar a linguagem cartográfica para interpretar e representar informações; - Resolver situações-problema a partir da leitura e análise do mapa; - Interpretar e produzir mapas de lugares diferentes; - Reconhecer a importância da utilização dos mapas e suas funções; - Desenvolver a percepção das interrelações espaciais. Disciplinas envolvidas: O projeto aborda a linguagem cartográfica - noções básicas. Portanto, pode ser trabalhado pelos componentes curriculares de Geografia e Matemática (para explicação e conhecimento de alguns dos elementos do mapa, é necessário conhecer unidades de medidas, projeções e coordenadas geográficas). Mas o projeto poderá contar também com área de Educação Física, que poderá trabalhar com aspectos relacionados à lateralidade, muito importante para a compreensão das noções de orientação. Conteúdos trabalhados: Mapa, carta topográfica, croqui, planta, escala gráfica, escala numérica, coordenadas geográficas, pontos cardeais, pontos colaterais, pontos subcolaterais, título, legenda, fonte, projeções. 1- Cronograma PERÍODO 1º MÊS AÇOES 1º SEM 2º SEM Apresentação do projeto para os alunos e produção inicial de mapa 3º SEM 4º SEM RESPONSÁVEIS Professor de X Geografia mental. Construção de conceitos linguagem cartográfica. sobre X X Professor de Geografia Trabalho com diferentes tipos de mapas e Professores de representações cartográficas – o uso do atlas. Geografia e X X X X Matemática Mapeando a realidade - Elaboração de mapas sobre diferentes temas. Professores de X Geografia e Construção de mini-atlas. Matemática Lançamento do mini-atlas para a comunidade escolar. Alunos e Professores X de Geografia e Matemática. Estratégias/Procedimentos 1ª ação – Apresentação do projeto Educador, selecione, na biblioteca da escola e também na internet, diferentes tipos de mapa e os distribua no ambiente da sala de aula. Questione os estudantes sobre o que eles acreditam que aprenderão no novo projeto e permita que todos eles se manifestem. Após o levantamento de hipóteses, escreva no quadro o nome do projeto: Alfabetização Cartográfica. Amplie a discussão sobre como podemos definir o termo alfabetização e o termo cartografia, para se construir sentido para o nome do projeto. Registre a definição descoberta pela turma e, caso seja necessário, realize as adequações. Em seguida, explique à turma que a produção inicial do projeto será a construção de um mapa mental, que deverá representar o percurso realizado pelos estudantes, de casa até a escola. Procedimento: Distribua a cada estudante uma folha branca de papel ofício. Solicite que façam o desenho (mapa) do caminho percorrido diariamente de sua casa à escola. Oriente-os a colocarem nome das ruas e os pontos de referência importantes, para que sua casa possa ser localizada. Eles podem utilizar símbolos, que devem compor a legenda para entendimento da produção. Após a produção inicial, fixe, no mural da sala, a planta do bairro e redondezas, para que cada estudante visualize o caminho percorrido. Após a finalização da atividade, inicie com a turma a discussão de conceitos, como escala (redução, proporcionalidade) e emprego de símbolos (legenda). 2ª ação – Aprofundando sobre o tema: noções de cartografia Nesta etapa, é o momento de contar com a colaboração do professor de Matemática, principalmente nas atividades que se referem a escala (noções de proporcionalidade). Trabalhe com as atividades a seguir, que servirão para ampliar os conhecimentos dos estudantes. Trabalhando com a bússola Distribua os estudantes em grupos e entregue uma bússola a cada grupo. Dê alguns minutos para que eles explorem o instrumento. Em seguida, explique o motivo da agulha se mover e o significado das letras. A agulha fica na posição norte-sul, porque, sendo imantada, é atraída pelos polos. Deixe claro que são direções, o sentido, e não o ponto fixo. Permita aos estudantes que andem pela escola e até mesmo pelas ruas do bairro para verificação da localização de determinadas áreas. Pense na possibilidade de construir com a turma uma bússola, utilizando cortiça, agulha de costura, ímã e recipiente com água. Trabalhando com a Posição do Sol X Rosa dos Ventos Confeccione com a turma uma rosa dos ventos de dobradura. Os estudantes devem localizar os postos cardeais e colaterais. A seguir devem dirigir-se para o pátio: caso seja turno matutino, os estudantes localizarão o sol e saberão que aquela posição corresponde ao leste; já se for no turno da tarde, a posição do sol corresponderá à direção oeste. Elabore tarefas diferenciadas para os estudantes exercitarem o uso da rosa dos ventos. Trabalho com globos Tenha sempre em sala um globo terrestre. Utilize-o como instrumento para que o estudante conceba as relações espaciais entre as localidades de seu espaço. No globo, é possível mostrar também a direção leste-oeste e norte-sul como direções, e não como pontos fixos. Utilizando o globo, é possível trabalhar também as projeções cartográficas (cônica, cilíndrica e azimutal). Trabalho com Cartas Enigmáticas Para trabalhar com legenda, utilize as cartas enigmáticas, para que os estudantes se adaptem com o manuseio de diferentes símbolos. As atividades com esse instrumento devem ser apresentadas como introdutórias ao desenvolvimento da representação espacial, quando se utilizar efetivamente os símbolos e sua decodificação, a legenda. Trabalhando com Escalas gráfica e numérica Inicie a discussão apresentando aos estudantes o termo “escala” e busque hipóteses para conceituar o termo. Proporcione aos estudantes a observação de diferentes mapas de uma mesma região, construídos em diferentes escalas, para que, então, se possa construir o conceito. Para ampliar os conceitos de transformação de unidade de medida e cálculo da escala, solicite auxílio ao professor de Matemática. É possível realizar a medição do espaço da sala de aula com barbante e, em seguida, reduzi-lo e representá-lo no padrão papel como planta. Com a atividade, são trabalhados também os conceitos de representação (oblíqua e vertical). 3ª ação – Mapeando a realidade Distribua os estudantes em grupos e solicite a eles a pesquisa de fenômenos que ocorrem em nosso bairro, cidade, estado ou país. Os fenômenos podem ser naturais (formações vegetais, tipos de solo, áreas de deslizamento de terra, formas de relevo, cursos d’água), sociais (áreas de lazer, organizações de bairro, assentamentos, aglomerados) ou econômicos (áreas industriais, centros comerciais, linhas de transporte). Os estudantes deverão produzir uma planilha com o fenômeno escolhido, onde deve aparecer a identificação do fenômeno, o local de ocorrência e o símbolo/cor (símbolo para fenômenos pontuais, como a localização de estabelecimentos ou cor para representar áreas de ocorrência de uma determinada vegetação, por exemplo), que serão utilizados. Educador, providencie os fundos de mapa para que os estudantes mapeiem os fenômenos escolhidos. Os mapas produzidos devem conter todos os elementos de um mapa (título, fonte, legenda, escala, orientação e fonte). Após a produção dos mapas, construa com a turma uma introdução que comporá o mini-atlas e solicite o escaneamento de cada um deles. 4ª ação – Lançamento do mini atlas Crie, juntamente com a turma, um ambiente com vários instrumentos que remetam à cartografia e apresente, para a comunidade escolar e local, a produção dos estudantes. Construa também uma apresentação de slides que possa subsidiar a explicação deles. Utilize atividades práticas para atrair a atenção dos participantes e tornar o evento iterativo. Material necessário: Computador com acesso à internet, data show, câmera fotográfica, fichas para registro, lápis, atlas, fundos de mapa, régua, lápis de cor, bússola, giz de cera, papel vegetal. Avaliação: A avaliação deve ser feita de forma processual, sistemática e contínua, considerando a participação, o desempenho e a colaboração dos estudantes em cada atividade proposta. No entanto, considera-se relevante, após o desenvolvimento do projeto, avaliar alguns aspectos: Conhecimento sobre o tema; Envolvimento e dedicação nas diversas etapas do projeto; Participação propositiva nas atividades propostas; Comprometimento no mapeamento da realidade e produção do mapa que formará o mini-atlas. Referências: ALMEIDA, Rosângela D. e PASSINI, Elza Y. O espaço geográfico ensino e representação. 10ª. ed. São Paulo: Contexto, 2001. PONTUSCHKA, Nídia Nacib, PAGANELLI, Tomoko Lyda e CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender geografia. 3º. ed – São Paulo: Cortez, 2009. IBGE. ATLAS GEOGRÁFICO ESCOLAR. Disponível <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/index.shtm>, acesso em: 20 Out. 2014. em: