UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC: CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PRODOUTOR, PIBIT E FAPESPA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período: agosto/2014 à julho/2015 ( ) PARCIAL ( X ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa: A base genética de variação fenotípica e inovação evolutiva no peixe de quatro olhos Anableps anableps. Nome do Orientador: Patricia Neiva Coelho Schneider Titulação do Orientador: Doutora Faculdade: Faculdade de Biotecnologia Instituto/Núcleo: Instituto de Ciências Biológicas/ICB Laboratório: Laboratório de Evolução e Desenvolvimento de Vertebrados Título do Plano de Trabalho: Descrição e morfometria ontogenética dos embriões do peixe de quatro olhos Anableps anableps. Nome do Bolsista: Jamily Lorena Ramos de Lima Tipo de Bolsa: ( X ) PIBIC/FAPESPA RESUMO DO RELATÓRIO ANTERIOR No relatório anterior, os parâmetros morfométricos quantitativos e qualitativos para descrição dos estágios de desenvolvimento de Anableps anableps foram definidos através de levantamento bibliográfico e análise de larvas obtidas em coletas. Foram estabelecidos 6 estágios de desenvolvimento para A. anableps, com ênfase no desenvolvimento de estruturas oculares. Seguindo esta metodologia, no presente trabalho, o n amostral foi aumentado para confirmar a definição dos estágios, além disso análise ontogenética de estruturas do neurocrânio foi realizada. INTRODUÇÃO: Durante o desenvolvimento do sistema nervoso central, vários processos morfogenéticos em conjunto com a migração de linhagens celulares dão origem às estruturas que formarão o cérebro. Os olhos de vertebrados são estruturas altamente complexas e especializadas onde a integração de fatores morfogenéticos pode ser observada. O primeiro indício de surgimento da estrutura precursora dos olhos, a vesícula ótica, é visto durante a formação e maturação do cérebro anterior ou prosencéfalo, num processo de evaginação do prosencéfalo onde um grupo de células migra e forma o campo ocular. Este campo ocular pode ser visualizado através da análise de expressão de genes que fazem parte da rede de formação e especificação dos olhos na placa neural anterior (Chuang & Raymond, 2002; Jadhao & Pinelli, 2001). O gênero Anableps (Cyprinodontiformes, Anablepidae), compreende três espécies: A. anableps, A. microlepis e A. dowi. As duas primeiras ocorrem no Atlântico Ocidental, que se restringe desde o Golfo de Paria na Venezuela até o Delta do Parnaíba, no estado do Piauí. A terceira espécie, é restrita ao Pacífico Oriental (Cervigón et al., 1993). O gênero Anableps pertence ao grupo dos Cyprinodontiformes, são vivíparos com fertilização interna, e se reproduzem continuamente ao longo do ano. Alguns estudos já descreveram entre 4 à 7 estágios de desenvolvimento larval (Nascimento et al., 2008; Oliveira et al., 2011; Cavalcante et al 2012). A espécie A. anableps habita estuários, mas também pode ser encontrada em águas rasas do litoral, sendo menos frequente em ambientes marinhos. Os indivíduos vivem em cardumes e não migram grandes distâncias (Miller, 1979; Oliveira et al., 2011). Peixes do gênero Anableps são popularmente conhecidos como tralhotos ou peixes de quatro olhos por possuírem adaptações morfológicas únicas nos olhos, caracterizadas por olhos extremamente grandes em relação ao tamanho da cabeça e divisão de estruturas oculares. Estas adaptações permitem com que estes peixes sejam capazes de obter uma visão simultânea dos ambientes aéreo e aquático onde diferenças de luminosidade, passam através da retina com intensidades diferentes. A principal diferença entre a estrutura ocular deste gênero e a de peixes que possuem exclusivamente visão aquática é a duplicação da córnea e da pupila, e retina funcionalmente duplicada. Em Anableps, a luz proveniente do ambiente aéreo, ou aquático, entra pela córnea e pupila dorsal, ou córnea e pupila ventral respectivamente. A luz então passa por um único cristalino e incide na retina. Esta por sua vez possui expressão diferenciada de fotorreceptores (opsinas) presentes na retina dorsal (que recebe luz proveniente do ambiente aquático) e na retina ventral (luz proveniente do ambiente aéreo) (Owens et al., 2009; Puelles et al., 2006). JUSTIFICATIVA: O olho de vertebrados é um órgão altamente especializado que ao longo da evolução manteve-se consideravelmente inalterado. A mais comum modificação à estrutura ocular é a perda de olhos, associada à adaptação ao ambiente de pouca ou nenhuma luminosidade. Entretanto, adaptações envolvendo ganho de função, apesar de raras, também ocorrem e peixes do gênero Anableps são um notável exemplo desta categoria. A. anableps possui duplicação completa da pupila e córnea, além de duplicação funcional da retina. Estas inovações morfológicas permitem o processamento de imagens oriundas tanto do ar quanto da água. A biologia evolutiva do desenvolvimento (evo-devo) tem como objetivo essencial explicar variação fenotípica, de valor adaptativo ou não, através de mudanças em programas do desenvolvimento embrionário. Para tanto, a utilização de organismos-modelo foi e tem sido fundamental para elucidar as bases embriológicas e genéticas dos conceitos de modularidade e homologia, os mecanismos por trás do surgimento independente de morfologias similares em múltiplos taxa (homoplasia) ou de inovações evolutivas. Entretanto, cada organismomodelo representa um ponto amostral no espectro de morfologias ocorrentes em um dado táxon. Portanto, é necessário expandir para além dos modelos clássicos, de forma que novas espécies ofereçam oportunidade para o estudo de características diferentes daquelas observadas em organismos-modelo já estabelecidos. Neste contexto, o peixe de quatro olhos do gênero Anableps proporciona oportunidade singular para o estudo de variação e inovação fenotípica de olhos. OBJETIVOS: Objetivo geral: Caracterização ontogenética dos estágios larvais de Anableps anableps e análise da duplicação ocular parcial ao longo do desenvolvimento. Objetivos específicos: - Coleta e obtenção de embriões de Anableps anableps; - Análise morfométrica e ontogenética para auxiliar a descrição dos estágios larvais desta espécie. MATERIAL E MÉTODOS: Coletas Duas coletas de Anableps anableps foram realizadas nos meses de setembro e dezembro de 2014. As coletas ocorreram no Furo da Ostra, em Bragança – Pará, Brasil (00°53’28” S, 46°39’22” W), utilizando-se de redes de arrasto (40mm x 40mm) (Figura 1). As fêmeas foram transportadas em água oxigenada até o laboratório onde foram sacrificadas e os embriões obtidos por remoção dos ovários com auxílio de tesouras e pinças cirúrgicas. Figura 1: Mapa do local de coleta de A. anableps no Furo da Ostra em Bragança, PA. Processamento das larvas Para caracterização dos estágios de desenvolvimento, as larvas foram processadas logo apos serem coletadas, seguindo protocolo da tabela 1. Tabela 1: Processamento das larvas. Etapas Duas lavagens em 1xPBS. Fixação em 4% paraformaldeído overnight à 4°C. Desidratação em lavagens graduais: 1)100% PBS; 2) 75% PBS/25% Metanol; 3) 50% PBS/50% Metanol; 4) 25% PBS/75% Metanol; 5) 100% Metanol (duas vezes), 10 minutos cada e armazenadas em -20°C. Esta pesquisa foi aprovada pelo Ministério de Meio Ambiente (MMA) 12773-1 concedido à Profª. Iracilda Sampaio. Todos os procedimentos foram realizados de acordo e aprovados pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Pará. Biometrias Para a caracterização dos estágios do desenvolvimento, os seguintes parâmetros morfométricos foram adotados: comprimento total, diâmetro ocular, perímetro ocular, distância entre olhos e, observações qualitativas de padrões de pigmentação, quantidade de vitelo e desenvolvimento de estruturas oculares (Pereira et al., 2006; Oliveira et al., 2011). Biometrias e fotografias foram realizadas com o auxílio de lupas, réguas e dos programas Motic Imagens Plus 2.0. e câmera LUMIX-FZ150. Figura 2: Demonstração de como foram medidos os parâmetros morfométricos quantitativos das larvas. Na foto, larva do estágio 2. Em A, a seta de ponta dupla para diâmetro do olho e linha pontilhada para o perímetro ocular (aprox. 2.0); Em B, as pontas da seta indicam a distância entre os olhos (aprox. 0.8); Em C, a linha mostra como foi medido o comprimento total do animal. Osteologia O protocolo utilizado para análise osteológica consistiu em dupla coloração para cartilagem e ossos. A técnica de diafanização foi adaptada de Taylor & Van Dyke (1985) (Tabela 2). Ao todo, 23 indivíduos foram analisados. Após dissecação, o Neurocrânio foi fotografado dorsal e lateralmente usando Axiocam 105 color acoplada a esteromicroscópio Zeiss stereomicroscope e Zen Software com manual Z-Stacking. Medidas dos espécimes diafanizados foram adotadas em termos de tamanho da notocorda (NL) para larvas pre-flexionadas e comprimento padrão (SL) para larvas totalmente flexionadas. Tabela 2: Protocolo de processamento das larvas para diafanização. Etapas Duração Fixados em PFA 4% 24 hrs Desidratação com lavagens graduais de PBS/Metanol 10 min cada Especificações Remoção de olhos e vísceras 1. 1x PBS (2 vezes) 2. 75% PBS + 25% MeOH 3. 50% PBS + 50% MeOH 4. 25% PBS + 75% MeOH 5. 100% MeOH (2 vezes) Com auxílio de pinças e tesouras cirúrgicas Coramento de cartilagem com Alcian Blue 8GX 24 hrs 0.03g Alcian Blue 8GX em solução de 40% ácido acético glacial e etanol absoluto Neutralização 48 hrs Solução de borato de sódio Clareamento De 30 min à 2 hrs (depende do tamanho do indivíduo) Solução de peróxido de hidrogênio (H2O2) 10%/solução de hidróxido de potássio (KOH) 0.5% Limpeza 12 horas Enzima tripsina diluída em borato de sódio 30% (0.45g tripsina purificada em 400 ml de 30% borato de sódio) Coramento ósseo 24 hrs 0.5% KOH em 0.1% alizarina vermelha Limpeza 12 hrs Lavagem em água destilada, e colocadas novamente em tripsina quando necessário (Armazenamento em -20ºC) 1) glicerol 40% + KOH 0.5%60%; Lavagens em glicerol/KOH 0.5% 12 horas cada 2) glicerol 70% + KOH 0.5%30%; 3) glicerol 100% As larvas processadas para diafanização foram analisadas com enfase no padrão de ossificação do neurocranio, em colaboração com o Dr. George Mattox da Universidade de São Carlos, São Paulo. Ao todo, foram realizadas triplicata de cada um dos seis estágios larvais. RESULTADOS: Coletas Duas coletas de Anableps anableps foram realizadas nos meses de setembro e dezembro de 2014. Ao todo, 17 e 18 fêmeas grávidas capturadas respectivamente. Apenas embriões da coleta 1 foram contabilizados até o momento (Tabela 3). As 119 larvas obtidas na coleta 1 foram classificadas em seis diferentes estágios de desenvolvimento de acordo com parâmetros quantitativos e qualitativos previamente descritos. Figura 3: Anableps anableps. (A) Indivíduo adulto. (B) Morfologia externa do olho. (C) Desenho esquemático das estruturas oculares (córnea dorsal (DCo), córnea ventral (VCo), íris (Ir), faixa de pigmento (PS), pupila dorsal (DP), pupila ventral (VP), epitélio pigmentado da retina (RPE), retina dorsal (DR), retina ventral (VR), nervo óptico (OpN), cristalino (L), coróide (Cr), camada de células ganglionares (GCL), camada interna (INL), camada externa (ONL). Biometrias Ao todo, dez representantes de cada estágio foram medidos para definição dos parâmetros morfométricos. Média e desvio padrão das medidas foram cauculados (tabela 3). Tabela 3: Parâmetros quantitativos para definição dos estágios de desenvolvimento. Estágios de desenvolvimento larval Medidas (mm) 1 2 3 4 5 6 Compriment o total 4,5 ± 0,79 8,41 ± 0,85 19 ± 1,57 27 ± 3,9 39,85 ± 2,34 61 ± 1,25 Diâmetro ocular 0,29 ± 0,05 0,44 ± 0,08 1,33 ± 0,04 2,04 ± 0,05 2,24 ± 0,05 2,61 ± 0,18 Perímetro ocular 0,93 ± 0,1 1,46 ± 0,23 4,2 ± 0,17 6,16 ± 0,22 6,79 ± 0,32 8,42 ± 0,51 Distância interorbital 0,49 ± 0,11 1,04 ± 0,26 3,37 ± 0,18 4,53 ± 0,35 5,44 ± 0,36 5,69 ± 1,1 A partir dos parâmetros de classificação previamente definidos, as larvas restantes foram classificadas em um os estágios de desenvolvimento. Todas as larvas de uma mesma fêmea encontravam-se no mesmo estágio (Figura 4). Figura 4: Estágios larvais de Anableps anableps. Representantes dos estágios larvais 1, 2, 3, 4, 5, e 6, em A, C, E, G, I e K, respectivamente. Figuras a direita são ampliações da região ocular dos indivíduos à esquerda. Escala: A, C, E, G, I e K (5 mm); B, D, F, H, J e L (500µm). Das 122 fêmeas capturadas, 118 estavam grávidas, obteve-se 826 larvas em vários estágios de desenvolvimento. Cada fêmea apresentou entre 1 à 26 embriões/larvas em desenvolvimento. A identificação dos estágios larvais foi obtida através de coleta de dados morfométricos associados ao desenvolvimento dos olhos (média aritmética de comprimento total corporal, diâmetro do olho, perímetro ocular, e distância entre os olhos) (Figura 4). No estágio 1, larvas com média de 4,5mm de comprimento total já possuem olhos pigmentados, mas a divisão transversão da pupila ainda não é visível; pontos de pigmentação já estão presentes na região dorsal da cabeça, vitelo presente de coloração clara. (Figura 4A, B). No estágio 2, o comprimento total médio é de 8,41mm, com larvas que possuem corpo esbranquiçado, pupilas ainda não divididas, pigmentação na região dorsal da cabeça, vitelo vascularizado de coloração rósea-alaranjada (Figura 4C, D). No estágio 3, larvas apresentam comprimento médio de 19mm, pigmentação dispersa ao longo do corpo; início da divisão da córnea e pupila já é visível; início do padrão de formação das escamas; vitelo altamente vascularizado e presença da linha lateral pigmentada (Figura 4E, F). Larvas no estágio 4 (comprimento total de 27mm) possuem corpo bastante pigmentado, a divisão da córnea e pupila avança com presença de pontos de pigmentos na região média-lateral do olho, mas estas estruturas ainda não estão completamente divididas (Figura 4G, H). No estágio 5, larvas com média de 39,85mm de comprimento total possuem pigmentação no corpo inteiro, pigmentação na região mediana do olho (onde a divisão da córnea e pupila ocorre); córnea e pupila ainda não estão completamente divididas. Linha dorsal em formato de “Y” já é evidente, início da redução do vitelo (Figura 4 I, J). No estágio 6, la rvas já possuem padrão de pigmentação semelhante ao adulto; com comprimento total médio de 69mm, pupila e córnea completamente divididas; vitelo completamente absorvido; nadadeiras peitorais pigmentadas (Figura 4 K, L). Ao todo, 150 larvas foram classificadas de acordo com os parametros quantitativos e qualitativos previamente descritos (Tabela 4). Tabela 4: Quantidade total de larvas classificadas por estágio Estágios larvais Quantidade de larvas 1 11 2 5 3 68 4 32 5 20 6 14 Total 150 Diafanização: Análise osteológica do neurocânio de larvas de Anableps anableps A análise osteologica foi utilizada para confirmar o estagiamento morfométrico já realizado, através da obtenção de informações importantes quanto à sequência de ossificação neurocraniana durante o desenvolvimento nesta espécie (Figura 5). Figura 5: Diafanização dos estágios larvais e juvenis de Anableps anableps. Representantes de cada estágio larval antes (AF) e após o processo de diafanização (A’-F’). Representantes dos estagios 1, 2, 3, 4, 5, e 6 (A, B, C, D, E e F, respectivamente). Expansão dorso-lateral do frontal A mais conspícua característica osteológica no crânio de Anableps é o desenvolvimento dorsal do frontal, formando uma cobertura óssea medial em relação à órbita que se desenvolve ultrapassando o perfil dorsal da cabeça. Não há sinais de ossificação no estágio 3 (Figura 6B e C, anterior direita). O início da ossificação do neurocrânio aparece no estágio 4, quando o frontal é visto como uma fina estrutura óssea ao longo da margem mediana de taenia marginalis anterioris (Figura 6B e C, anterior esquerda). O neurocrânio em geral ainda é pouco desenvolvido e incluem além dos frontais, apenas paresfenóide, esfenótico, próótico, basioccipital, exoccipital e a ponta do pterótico. No estágio 5, o desenvolvimento do frontal avança com expansão medial em direção a região contralareral, e uma porção lateral laminar, projetada do restante de taenia marginalis anterioris. A expansão medial também é desenvolvida posteriormente. A expansão lateral laminar é inclinada dorsolateralmente a partir de taenia, formando um sulco entre as duas porções laminares (Figura 6B e C, posterior direita). No estágio 6, o frontal continua a se expandir posteriormente além da barra epiphyseal e medialmente em direção a região contralateral (Figura 6B e C, posterior esquerda) ele encosta posteriormente ao parietal, que também está desenvolvido anteriormente, assim como o frontal contralateral, unindo-os. Figure 6: Dorsolateral expansão do frontal durante A. Anableps desenvolvimento. (A) Início da ossificação do neurocrânio, larva no estágio 3. (B e C) Estágios 3, 4, 5 e 6 (sentido anterior-posterior, direita-esquerda em todos os painéis. Vista dorsal (A e B) vista lateral (C). Seta indica localização do frontal em todos os painéis. CONCLUSÃO: O olho relativamente grande de Anableps com pupila e córnea divididas transversalmente tem sido uma característica marcante do gênero e a expansão dorsal do frontal para acomodação do olho foi interpretada como uma autapomorfia do gênero. O presente trabalho descreve brevemente o desenvolvimento desta expansão que tem início pouco perceptível depois que frontal aparece e rapidamente se desenvolve dorsalmente acompanhando o crescimento dorsal da órbita ocular. Vale ressaltar que o início da expansão dorsolateral do frontal coincide com o início da divisão transversal da pupila (e.g., estágio 3) sugerindo que estes dois eventos possam estar relacionados durante o processo ontogenético. PUBLICAÇÕES Poster apresentado no EVO-DEVO PAN-AM, Pan-American Society for Evolutionary Developmental Biology, Inaugural 2015 Meeting Co-autores bolsistas IC: Jamily Lima, Maysa Araújo. Resumo: The evolution and development of the eye has intrigued developmental biologists for centuries. Aside from partial or complete loss, few vertebrates display substantial modifications to the eye morphology. The four-eyed fish Anableps anableps consists in a unique model system to study eye Evo-Devo due to its distinctive feature of having duplicated eye structures. This species is commonly found in the amazon region and reproduces throughout the year. Featuring “split eye” this species is capable of looking above and under the water level and has duplicated structures such as pupils and cornea and a functionally duplicated retina. The retina is divided into dorsal and ventral regions and photoreceptors have been shown differential expression pattern in the adult fish. Our goal is to describe these larval stages and to characterize morphological and molecularly the retina during eye development. We have identified at least six distinct developmental stages for A. anableps. Furthermore, our transcriptome analysis has identified visual and non-visual opsins expressed in developing eyes. We find asymmetric opsin protein expression in the developing retina. The result of this study will shed light on the molecular basis of this innovative feature. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Cavalcante, A. N., Santos, N. B., Almeida, Z. S. BIOLOGIA REPRODUTIVA DE TRALHOTO, Anableps anableps, NA BAÍA DE SÃO MARCOS, MARANHÃO, BRASIL. Bol. Inst. Pesca, São Paulo, 38(4): 285 – 296, 2012. Jahdao, A., Pinelli, C. Galanin-like immunoreactivity in the brain and pituitary of the “four-eyed” fish, Anableps anableps. Cell Tissue Res, 306:309–318, 2001. Miller, R. R.. Ecology, Habits And Relationships Of The Middle American Cuatro Ojos, Anableps dowi (Pisces: Anablepidae). American Society Of Ichthyologists And Herpetologists. V. 1979, N 1, P. 82 – 91, 1979. Nascimento, F. L., Assunção, N. I. S. Ecologia reprodutiva dos tralhotos Anableps anableps e Anableps microlepis (Pisces: Osteichthyes: Cyprinodontiformes: Anablepidae) no rio Paracauari, ilha de Marajó, Pará, Brasil. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciências Naturais, Belém, v. 3, n. 3, p. 229-240, 2008. Oliveira, V. A., Fontoura, N. F., Montag, L. F. A. Reproductive characteristics and the weight-length relationship in Anableps anableps (Linnaeus, 1758) (Cyprinodontiformes: Anablepidae) from the Amazon Estuary. Neotropical Ichthyology, V. 9, N. 4, P. 757 – 766, 2011. Owens, G.L., Windsor, D.J., Mui, J., and Taylor, J.S. A fish eye out of water: ten visual opsins in the four-eyed fish, Anableps anableps. PLoS One 4, 2009. Puelles, E., Acampora, D., Gogoi, R., Tuorto, F., Papalia, A., Guillemot, F., Ang, S.L., and Simeone, A. (2006). Otx2 controls identity and fate of glutamatergic progenitors of the thalamus by repressing GABAergic differentiation. J Neurosci 26, 5955-5964. Taylor, W. R. & G. C. van Dyke. Revised procedures for staining and clearing small fishes and other vertebrates for bone and cartilage study. Cybium, v.9, p.107-119. 1985. PARECER DO ORIENTADOR: A aluna Jamily Ramos realizou tanto o trabalho de levantamento bibliográfico quanto o de experimentação laboratorial com grande independência. Durante o período de estágio, Jamily apresentou o trabalho em eventos nacionais e internacionais e ganhou um prêmio do NSF (National Science Foundation) para um estágio de 10 semanas em um laboratório nos Estados Unidos, na Universidade de Chicago. Jamily é uma aluna excepcional, que consegue combater as adversidades e executar as tarefas que lhe são dadas. DATA : 10/08/2015 _________________________________________ ASSINATURA DO ORIENTADOR Jamily Lorena Ramos de Lima ASSINATURA DO ALUNO INFORMAÇÕES ADICIONAIS: Em caso de aluno concluinte, informar o destino do mesmo após a graduação. Informar também em caso de alunos que seguem para pós-graduação, o nome do curso e da instituição. A aluna dará início à pos graduação após terminar a graduação.