A genética no cotidiano: o uso de boletim informativo para a

Propaganda
54º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
A genética no cotidiano: o uso de boletim
informativo para a divulgação e ensino
de genética
Barros, MC; Kuklinsky-Sobral, J; Loreto, V
Unidade Acadêmica de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco
[email protected]
Palavras-chave: Divulgação científica, ensino de genética, estudantes universitários, agronomia, zootecnia
A Genética vem ocupando um papel importante e crucial na Biologia e a sociedade moderna mantém estreito relacionamento
com essa área do conhecimento. Assim, a compreensão dos princípios básicos da Genética é fundamental para que
nossos estudantes estejam preparados para opinar de modo consciente frente às inovações introduzidas pela ciência na
sociedade, colaborando assim, com o exercício da sua cidadania. Os meios de comunicação, como: rádio, TV, internet,
jornais e revistas, são, em grande parte, responsáveis pela distribuição dos conhecimentos na sociedade, bem como na
formação de valores e opiniões. Apesar disso, nota-se que a informação científica muitas vezes é noticiada de forma
incompleta ou incompreensível, levando a interpretações errôneas. Diante disto, foi criado o “Boletim Informativo: A
Genética no Cotidiano”, tendo como objetivo a transmissão de conhecimentos de Genética entre os corredores e espaços
livres da Unidade Acadêmica de Garanhuns da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UAG/UFRPE), visando
também a integração dos quatro cursos da unidade: Agronomia, Licenciatura em Pedagogia, Medicina Veterinária e
Zootecnia. O presente trabalho tem como objetivo avaliar o impacto gerado por este meio de comunicação (Boletim)
voltado para a Genética, dentro de uma instituição de Ensino Superior. Para tanto, foi utilizado, como instrumento
avaliativo, um questionário abordando faixa etária; sexo; se houve acesso às edições do “Boletim Informativo: A Genética
no Cotidiano”; se há a lembrança de algum tema abordado no Boletim (dos textos, das charges, das notas, etc.); o que
chamou mais atenção no Boletim; qual edição que mais gostou; se o Boletim aumentou seus conhecimentos sobre
Genética; se depois do Boletim, ficou mais fácil de relacionar alguns termos técnicos da Genética ao seu dia-a-dia; e
se gostou do Boletim. Foram avaliadas um total de 143 pessoas, entre estudantes, técnicos (as) e professores (as) da
UAG/UFRPE. Após a coleta e análise de dados, foi possível observar que estudantes de áreas do conhecimento afastadas
da Genética necessitam de estímulos para despertar o interesse por informações que não são de sua área, uma vez que
apenas 44% dos alunos de Pedagogia leram o Boletim, menor porcentagem observada em relação aos outros cursos.
Além disso, 94% dos alunos da Agronomia, 66% da Medicina Veterinária, 88% da Pedagogia e 82% da Zootecnia,
e 60% dos Professores (as) e Técnicos (as) disseram que adquiriram algum conhecimento proveniente do Boletim,
demonstrando a sua importância. É importante ressaltar também que o curso de Agronomia apresentou maior índice
de lembrança de algum tema abordado no Boletim (89%), enquanto que os outros cursos ficaram em torno de 50%.
Logo, podemos concluir que meios de comunicação são de extrema importância dentro de instituições de ensino, para
integrar diferentes áreas do conhecimento, em especial a Genética.
Apoio Financeiro: UFRPE.
1
54º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Oficinas práticas de genética molecular
para estudantes do ensino fundamental
e médio no município de Garanhuns
Barbosa, MV; Kuklinsky-Sobral, J
Unidade Acadêmica de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco
[email protected]
Palavras-chave: ácido desoxirribonucléico, ensino de genética, divulgação científica, oficinas, biotecnologia
Os últimos vinte anos têm sido marcados pelo extraordinário avanço na pesquisa molecular causando grande impacto
na biologia, medicina, agricultura e indústria. O Projeto Genoma Humano, a clonagem de organismos superiores e
os organismos geneticamente modificados (OGMs) são apenas alguns exemplos dos avanços recentes nestas áreas.
Contudo, a compreensão dos fenômenos genéticos não é simples, pois envolve processos e entidades invisíveis que não
fazem parte das experiências do dia-a-dia dos estudantes. Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo despertar o
interesse dos alunos do ensino fundamental e médio pela ciência, em particular a Genética, desmistificando o conceito
de DNA (ácido desoxirribonucléico) e transgênicos, por meio de uma demonstração prática da extração de DNA
de frutas com a utilização de materiais de fácil acesso. Este trabalho foi desenvolvido no Parque Euclides Dourado,
município de Garanhuns-PE, durante a IV Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, com a participação de alunos
do ensino fundamental e médio de escolas públicas e privadas. A extração de DNA foi demonstrada aos participantes
por meio da seguinte metodologia: frutas (morango ou banana) foram trituradas em um recipiente e, em seguida,
acrescentou-se uma solução de detergente de cozinha acrescido com água (na proporção de 1:4) e sal. A mistura foi
colocada em banho-maria (60ºC) por 10 minutos. Logo após, a mistura foi filtrada em gaze; desprezando-se o “bagaço”
e colocando-se o líquido resultante em um recipiente transparente. Foi acrescentado, delicadamente, ½ medida de
álcool gelado (álcool 95%) e mexeu-se com um palito de madeira. Neste momento, foi observado o DNA precipitar na
solução. Ao final da exposição, foi aplicado um questionário como instrumento avaliativo. Foram avaliados 176 alunos,
79 do ensino fundamental e 97 do ensino médio. Foi possível observar que 55% dos alunos do ensino fundamental
disseram não ter nenhum conhecimento prévio da molécula de DNA, fato este compreensível, uma vez que o tema
não é abordado nesta fase de ensino. Contudo os outros 45% tinham algum conhecimento, provavelmente devido aos
meios de comunicação (jornais, Internet, etc.). Ressalta-se que os alunos do ensino médio, apesar de terem o conteúdo
de genética contemplado no seu currículo escolar, apresentaram 19% dos alunos que disseram não possuir nenhum
conhecimento sobre o DNA. Logo, é um grupo que merece atenção em seu desempenho acadêmico. Por outro lado,
a maioria dos alunos (mais de 97%), do fundamental e médio, relatou que a atividade contribuiu com o acréscimo do
conhecimento sobre o tema abordado e também que o tipo de atividade realizada auxilia no esclarecimento de questões
científicas. Além disso, a aceitação da atividade foi de 100%. Portanto, a realização de oficinas práticas de genética para
alunos de ensino fundamental e médio tem potencial utilização no processo de aprendizagem.
Apoio Financeiro: UFRPE e BNB.
2
54º Congresso Brasileiro de Genética
3
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Estudo da influência do “Teste de DNA”
sobre a formação da moral contemporênea
Diniz, NM1,2
Departamento de Genética e Morfologia, Universidade de Brasília
2
Departamento de Biologia Geral, Universidade de Londrina
[email protected]
1
A cultura pode ser compreendida como o conjunto de comportamentos humanos aprendidos e seus produtos
(artefatos, tecnologia, palavras, pensamentos, condutas), e estes são dependentes da capacidade do homem de aprender
e transmiti-los às gerações seguintes, bem como a membros da mesma geração, o que pode ser potencializado pelos
meios de propagação de informação, também resultantes da evolução cultural. O impacto de inovações culturais e
tecnológicas sobre a sociedade é muitas vezes resultante de sua vantagem para esta, e o processo se assemelha a processo
de evolução por seleção, com aparecimento de novidade, propagação devido a vantagens e possível fixação. Sendo um
processo dinâmico ao longo do tempo gerador da complexa cultura existente. Dentro deste contexto, as ciências vêm
produzindo novos conhecimentos e técnicas que podem contribuir para aprimoramento ou mudança da sociedade, a
qual parece limitar a utilização destes baseada em seus valores morais. Quando útil ou aceitável, o uso ampliado de um
novo elemento, propicia sua fixação como prática. O teste de DNA parece ser uma técnica vantajosa dentro do processo
descrito. O objetivo do presente trabalho é estudar o nível de conhecimento dos habitantes da cidade de Brasília (DF)
sobre o “teste de DNA” e a possível incorporação desta informação ao seu cotidiano. Para tanto o trabalho foi divido
em duas etapas: entrevistas e avaliação de decisões judiciais. Para cumprimento da primeira etapa foram entrevistadas
71 pessoas em local de alta circulação em Brasília (DF). Todos (100%) os entrevistados já tinham ouvido falar da
existência do teste, dos quais 69 (97,18%) responderam quais são as situações em que o teste é utilizado. Segundo as
respostas o teste é utilizado para a identificação de paternidade (80,28%), identificação de doenças (9,85%), identificação
individual de pessoas (8,45%), perícia criminal (5,63%) e tipagem sanguínea (5,63%), vale ressaltar que em alguns dos
casos foram sugeridas mais de uma utilidade. Dentre os entrevistados 30 (42,25 %) conheciam pessoas que já haviam
se submetido ao teste citado. Estes resultados permitem afirmar que esta amostra da população não apenas ouviu falar
como a maioria conhece os possíveis modos de utilização do teste. Aparentemente o conhecimento científico está sendo
incorporado ao cotidiano da sociedade contemporânea, se pode se fixar como prática, em casos específicos. Pode –se
concluir que este elemento de cultura, ou seja a utilização do teste de DNA, esteja sendo rapidamente incorporado ao
cotidiano e estaria possivelmente influenciando comportamentos. Este processo pode influenciar mudanças de valores
morais, sendo que a análises dos processos judiciais de paternidade, segunda etapa deste trabalho a ser realizada, são
recomendáveis para um melhor entendimento da dinâmica e da freqüência de utilização prática destes “testes de DNA”
e sua influência sobre a moral.
54º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Percepção do conhecimento dos alunos de
ensino médio do município de João Pessoa-PB
sobre temas emergentes em biotecnologia
Durbano, JPM1; Padilha, IQM1; Rêgo, TG2; Rodrigues, PAL1; Laureano, M1; Araújo, DAM1
Núcleo de Difusão Biotecnológica, Departamento de Biologia Molecular, Centro de Ciências Exatas e da Natureza, Universidade Federal da Paraíba
2
Laboratório Nacional de Computação Científica
[email protected]
1
Palavras-chave: Difusão, Biotecnologia, Ensino, Percepção, Genética
Nunca se discutiu tanto sobre a biotecnologia, principalmente quando se pensa nessa área como uma fonte de recursos
que possam contribuir para a vida da população. Dessa forma, como exemplos, podemos citar as crescentes demandas por
alimento da humanidade, a cura para epidemias, dentre outros. Isso porque se pode tratar a biotecnologia como sendo
um conjunto de técnicas que têm permitido utilizar organismos para obter produtos úteis ao ser humano (LINHARES e
GEWANDSZNAJDER, 2004). No mundo hodierno somos informados diariamente de inúmeras descobertas científicas,
por intermédio dos meios de comunicação que nos revelam as mais diversas descobertas, inovações e/ou redescobertas.
Assim, temos uma série de questões que envolvem aplicações da Biotecnologia que afetam a vida dos cidadãos, tais
como, diagnósticos baseados em DNA, clonagem, células-tronco, transgênicos. Para essas questões a população tem
tido opinião pessoal sobre tais assuntos, tornando-se evidente a necessidade de se promover os conceitos relativos a
essa nova ciência, de modo a garantir a utilização dessas tecnologias para o beneficio de todos (RAPOSO, 2003).
O objetivo deste estudo foi avaliar a percepção de uma amostra de estudantes de escolas públicas do ensino
médio da cidade de João Pessoa-PB, sobre temas emergentes em biotecnologia. Foi aplicado um questionário com
185 estudantes, composto por questões referentes ao conhecimento de áreas da biotecnologia. Os resultados apontam para
um conhecimento limitado dos estudantes, já que 51,89% das respostas sobre clonagem, 67,02% sobre células-tronco e
79,45% sobre transgênicos foram inadequadas ou não respondidas. Dos alunos que responderam, quando questionados
sobre clonagem, 47,56% disseram que se trata da produção de uma cópia idêntica de um organismo. Sobre o que eles
entendem acerca de células-tronco, foram verificados dois padrões de respostas, ou seja, 16,75% cita sua relação com o
tratamento de doenças e 12,43% relaciona à produção de novas células ou órgãos. Quanto aos organismos transgênicos,
12,43% os definem apenas como organismos geneticamente modificados. Neste mesmo questionário foram abordadas
questões básicas de genética, como genoma, DNA e gene. Foi observado que a grande maioria dos alunos (97,29%)
não soube definir o termo genoma. Sobre a definição de DNA, 36,75%, das respostas foram relacionadas ao material
genético da célula, responsável pelas características dos seres vivos e 14,05% das respostas sobre o gene, forneceram
respostas similares. Com estes dados, observamos a superficialidade e o desconhecimento dos assuntos pelos estudantes,
revelando conceitos fragmentados ou inconsistentes. Nessa perspectiva, se torna necessário a implantação de programas
de educação que envolvam a difusão da biotecnologia, para que seja possível corrigir tais lacunas, proporcionando aos
alunos um conhecimento mais completo acerca do saber biotecnológico. Assim poderemos levar à comunidade em
geral conceitos verdadeiros, para que um julgamento sem preconceitos e provido de bases teóricas e práticas.
Apoio financeiro: CNPq.
4
54º Congresso Brasileiro de Genética
5
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Motivação e ensino de genética: um
enfoque atribucional sobre a escolha da
área, prática docente e aprendizagem
Castelão, TB1; Amabis, JM2
Curso de Ciências Biológicas, Centro Universitário Adventista de São Paulo
2
Departamento de Biologia, Universidade de São Paulo
[email protected]
[email protected]
1
Palavras-chave: Ensino de Genética, Motivação, Atribuição de Causalidade, Escolha Profissional, Aprendizagem
A Genética tem causado muito impacto no mundo contemporâneo. Entretanto, embora temas genéticos cheguem
diariamente à casa das pessoas, o que se vê é uma discrepância entre os avanços científicos na área e a compreensão de
alunos, professores e público geral sobre seus fenômenos e desenvolvimento. Este estudo investigou temas relacionados
à escolha da área, prática docente e aprendizagem. A essência do problema foi conhecer as percepções (causas atribuídas)
de professores e alunos sobre as relações existentes entre motivação e ensino de Genética. A pesquisa teve um caráter
explicativo. O delineamento adotado foi o estudo de caso. A amostra, não probabilista, por tipicidade, incluiu biólogos
licenciados e graduandos em Ciências Biológicas de 10 instituições de Ensino Superior dos municípios de Salvador (BA)
e São Paulo (SP). Foram pesquisados 50 indivíduos (14 professores e 36 alunos). Utilizou-se a entrevista estruturada,
analisada qualitativamente com a técnica do discurso do sujeito coletivo, tendo como referencial teórico a Teoria da
Atribuição de Causalidade de Fritz Heider. Os resultados revelam que a escolha profissional é direcionada fortemente por
motivações relacionadas à aptidão, tendo também a participação de causas externas (influência de professores e outros),
em menor intensidade. Na área de Genética, o modismo da Biologia Molecular e expectativa de retorno financeiro
são influências significativas, compatíveis com o momento histórico que vivemos. As motivações do professor para
ensinar Genética estão assentadas no aprendizado do aluno, apesar de enfrentarem realidades desmotivantes vinculadas a
aspectos estruturais das próprias instituições onde trabalham e do sistema educacional brasileiro. Acreditam que muitos
alunos não aprendem Genética pela ausência de conceituação prévia (conhecimento subsunçor) e forma de raciocínio
requeridos na disciplina. Apontam o investimento no relacionamento interpessoal professor-aluno como a principal
estratégia de ensino utilizada. As motivações do aluno para aprender Genética decorrem de causas internas e externas,
centradas geralmente na figura do professor, identificado por eles como “bom”, quando tem didática e gosta de ensinar.
Consideram Genética uma disciplina interessante e motivadora e afirmam que é a matéria do futuro. Professores e alunos
indicam maior dificuldade na compreensão da Genética Molecular e uso de interpretação matemática. Reconhecem que
a sociedade precisa de conhecimentos sobre Genética e sugerem que para tornar o ensino nessa área mais interessante,
deve-se contextualizar o conteúdo, realizar aulas práticas, melhorar a didática do professor, investir no preparo do aluno
durante o ensino médio e usar recursos com animação, dentre outros. As atribuições de causalidade são elementos
determinantes na escolha profissional, ensino e aprendizagem. É importante conhecer as atribuições feitas por professores
e alunos sobre aspectos motivacionais ligados à Genética, com vistas a promover intervenções que levem à modificação
das atribuições negativas sobre a disciplina e adoção de uma prática com finalidades educativas reais.
54º Congresso Brasileiro de Genética
6
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Células tronco: Fim ou início do debate?
Sá, LRPV; Dias, N; Barbosa, RNF
Laboratório de Biologia Molecular, Curso de Biomedicina, Faculdades Integradas de Patos
[email protected]
Palavras-chave: Células tronco, ciência, senso comum, estudantes universitários, veículo de informação
As células tronco e suas aplicações são alvo para discussão constante na mídia e no meio acadêmico. O tema é amplo
e profundo e o seu completo entendimento requer um estudo direcionado para compreensão de termos específicos
e a construção de uma opinião bem fundamentada. Conjectura-se que acadêmicos e profissionais da área biomédica
têm um interesse diferenciado e uma opinião mais favorável a esse tipo de estudo em relação ao meio acadêmico das
ciências sociais aplicadas. O objetivo deste trabalho foi verificar a opinião e o conhecimento relativo sobre células
tronco entre os acadêmicos da área biomédica e da área de ciências sociais aplicadas (n=313) numa faculdade privada.
O estudo foi realizado através da aplicação de um questionário com perguntas objetivas durante o mês de Maio de 2008.
Foram entrevistados estudantes de ambos os sexos dos cursos de Fisioterapia, Biomedicina, Enfermagem, Odontologia
(totalizando n=187), Direito, Economia, Geografia, História, Jornalismo, Letras e Pedagogia (totalizando n=313).
Os dados foram agrupados em tabelas e gráficos do MicrosoftExcel 2007 e analisados para inferir significância estatística.
Ambas as áreas apresentaram perfis semelhantes em relação a auto-declaração de conhecimento a respeito do assunto,
sendo que a maioria dos estudantes considera ter pouco ou razoável conhecimento sobre células tronco. Também não
foi observada diferença significativa sobre a concordância em se pesquisar células tronco no Brasil, onde um percentual
de aproximadamente 80% em ambos os grupos concordam e cerca de 10% não têm parâmetros para opinar. Apesar
de a grande maioria atribuir algum valor a esse tipo de pesquisa, cerca de 6% opinou contra. As principais dificuldades
apontadas pelos entrevistados são as questões religiosas, e a falta de investimentos e profissionais capacitados. Os dois
grupos demonstraram não ter acesso suficiente a informações sobre células tronco, mas têm interesse. O grupo de
estudantes da área de ciências sociais apresentou ainda um índice significativo de 3% entre os entrevistados que não
têm interesse no acesso a esse tipo de informação. O principal veículo de informação para grande maioria, em ambos
os grupos, constituí os meios de comunicação em massa (televisão, radio e jornal) seguidos de palestras e curso. É
interessante observar que 2% dos estudantes da área de ciências sociais consideram que este assunto não deveria ser
divulgado. Apesar da constante intervenção da mídia popular e do acesso acadêmico às informações científicas sobre
pesquisas com células tronco no Brasil, os resultados deste trabalho sugerem que uma divulgação ética, planejada e bem
orientada deve ser realizada entre os estudantes universitários para melhor fundamentar seu conhecimento, esclarecer
dúvidas pertinentes e formar conscientemente sua opinião.
54º Congresso Brasileiro de Genética
7
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Nível de conhecimento da população de
Helvécia/BA sobre anemia falciforme
e a prevalência da hemoglobina S em
indivíduos de 7 a 14 anos: uma correlação
Magalhães, LS1; Neves, TA1; Coswosk, ED2
Graduandas do curso de Biologia da Universidade do Estado da Bahia–Campus X
2
Professora orientadora – Universidade do Estado da Bahia–Campus X
[email protected]; [email protected]
1
Palavras-chave: Afrodescendentes, anemia falciforme, hemoglobina S, nível de conhecimento, traço falciforme
A anemia falciforme é a doença genética mais comum no Brasil, atingindo principalmente afrodescendentes, resultado
de uma mutação genética que determina a presença da Hb S nos portadores. Essa doença passou a ser rastreada pela
Triagem Neonatal a partir do ano 2001. Devido a esse fato supõe-se a existência de indivíduos portadores do traço ou
da anemia falciformes que desconhecem essa informação. Com o objetivo de correlacionar o nível de conhecimento
da população remanescente de quilombo Helvécia – Nova Viçosa/BA, acerca da Anemia Falciforme, com a prevalência
da Hemoglobina S em indivíduos de 7 a 14 anos, foi realizada um pesquisa com 37 crianças e adolescentes, da Escola
João Martins Peixoto, selecionadas à partir de amostragem estratificada e aleatória simples, e com seus respectivos pais
ou responsáveis. Estes foram submetidos à entrevistas semi-estruturadas, e as crianças e adolescentes a questionário
e coleta de sangue para realização do eritrograma e do método HPLC (Cromatografia Liquida de Alta Peformance).
Verificou-se a presença da Hb AA em 86,48% (32), Hb AS em 8,11% (3), Hb AC em 5,41% (2). No eritrograma
detectou-se 1 caso de anemia (2,70%). Nos relatos da amostra estudada, não houve relação de sintomas da anemia
falciforme com a presença do traço. Entre os pais e responsáveis 32 (88,88%) não possuem conhecimentos sobre a
anemia falciforme, podendo afirmar que embora a Hb S esteja presente em 8,10% da amostra analisada, a população
de Helvécia possui um nível de conhecimento baixo em relação à anemia falciforme. O nível de conhecimento não
teve relação com o grau de escolaridade da amostra. A pesquisa indica a necessidade de políticas públicas voltadas para
as características e necessidades locais.
54º Congresso Brasileiro de Genética
8
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Genética na escola: dificuldades
dos docentes no processo ensinoaprendizagem em Sinop-MT
Coelho, RT1; Bao, F1; Corrente, ACR1; Rossi, AAB1
Departamento de Ciências Biológica, Universidade do Estado do Mato Grosso
[email protected]
Palavras-chave: Ensino de genética, docentes, dificuldades
Diversos estudos têm demonstrado que discentes do ensino fundamental e médio consideram a genética um tema
bastante abstrato e difícil de aprender, sendo inúmeras as problemáticas enfrentadas pelos professores no processo de
ensino-aprendizagem. Conhecer tais problemáticas torna-se imprescindível para que os docentes possam organizar e
abordar as temáticas da área de genética de forma a desenvolver o interesse e a criatividade dos discentes promovendo
uma mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem. Assim sendo, o objetivo desse estudo foi identificar
as dificuldades que os professores de biologia encontram no ensino de genética nas escolas estaduais e particulares no
município de Sinop-MT. Para tanto, foram utilizadas entrevistas semi-estruturadas com professores de biologia que
trabalham com conteúdos de genética de nove colégios estaduais e cinco colégios particulares. As principais dificuldades
relacionadas pelos docentes entrevistados foram: (1) Abstração do conteúdo, referindo-se as dificuldades dos alunos
para entender os conceitos teóricos da genética, como por exemplo, a parte celular e molecular; (2) Interpretações
de resultados matemáticos e estatísticos, sugerindo que os alunos não conseguem “ler os números”, não conseguem
abstrair as informações codificadas em forma de números; (3) Conteúdo dos livros didáticos, onde os professores
apontam que muitos não trazem informações novas e atualizadas e ainda têm conceitos errôneos de genética e
(4) Conhecimento defasado que alunos trazem do ensino básico e fundamental sugerindo que as barreiras para solucionar
problemas matemáticos e interpretar textos vêm das séries anteriores. As problemáticas apontadas nesta pesquisa
atuam conjuntamente, dificultando a construção do conhecimento científico relativo à genética pelo aluno e ainda
contribuindo com a visão de uma ciência distante, separada do seu cotidiano. Os resultados apontam para a necessidade
de uma abordagem atualizada e integrada os conteúdos no processo de ensino como forma de instrumentalização
e integração dos educandos com as diversas áreas do conhecimento. Assim, o conteúdo deixa de ser um fim em si
mesmo, constituindo-se em um meio de transformação social. Não se pretende minimizar a importância do conteúdo
programático em função da didática ou dos métodos de ensino utilizados; o que se sugere é que o como e o porquê
ensinar pode despertar ou elevar o grau de interesse e participação do aluno em relação ao que se propõe. O estudo
realizado enfatiza a importância das estratégias de ensino no processo de aprendizagem, aspecto este, que pontuamos
como fundamental no exercício da docência.
54º Congresso Brasileiro de Genética
9
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Genética e ética: levantamento
de opiniões entre professores
da Universidade Estadual de Goiás
Garcia, CP; Guimarães, C; Rodrigues, FM
Unidade de Ciências Exatas e Tecnológicas (UnUCET), Departamento de Biologia, Universidade Estadual de Goiás
[email protected]
Palavras-chave: Ética, Genética, Opinião, Professor, Célula-tronco
A genética nos últimos anos tem apresentado uma série de desafios éticos, decorrentes dos incríveis avanços científicos
que tem ocorrido na área, no último século. A bioética é um ramo da ética aplicada, que estuda as implicações de
valor das práticas e desenvolvimentos das ciências da vida e da medicina. No sentido de orientar as ações na área da
genética humana, algumas diretrizes podem ser propostas, como por exemplo, o aconselhamento genético deve ser
não-diretivo e toda assistência genética, incluindo rastreamento, aconselhamento e testagem, devem ser voluntária e
confidencial. Sendo assim, este estudo teve como objetivo fazer um levantamento preliminar sobre as diferentes opiniões,
com respeito a algumas questões bioéticas na área da genética entre professores das áreas biológicas e de outras áreas,
da Universidade Estadual de Goiás. Foram aplicados questionários aos professores desta universidade, que continham
22 perguntas relacionadas com questões polêmicas na área da genética, tais como: uso de células-tronco embrionárias,
clonagem reprodutiva, produção de transgênicos, entre outras. Quando os entrevistados foram questionados sobre
sua opinião em relação às pesquisas com células-tronco embrionárias para fins terapêuticos, 50% de professores da
área de biológicas responderam que concordam com estas pesquisas, já 45% dos professores de outras áreas, disseram
não concordarem. No entanto, 100% dos professores de outras áreas disseram que aceitariam o uso de células-tronco
embrionárias como opção de tratamento. Quanto à opinião sobre a produção de alimentos transgênicos, não houve
muita divergência de opinião entre professores de diferentes áreas, sendo que cerca de 47% disseram concordarem
com a produção, desde que o alimento seja rotulado. Também não houve muita diferença entre as opiniões, quando
questionados sobre a possibilidade de se levantar o perfil genético do indivíduo no momento do nascimento, pois em
média 45% disseram concordar por acreditarem em uma terapia mais precoce e eficiente. No entanto, houve uma grande
diferença entre as áreas do conhecimento quando questionados sobre a influência da religião em sua opinião nas questões
éticas pesquisadas. Cerca de 46% dos professores da área de biológicas disseram que a religião tem pouca importância
em sua opinião, já 44% dos professores de outras áreas disseram que a religião é importante em suas opiniões. Com
este estudo, percebe-se que a área do conhecimento reflete de alguma maneira sobre as questões éticas aqui tratadas.
No entanto, parece que a influência da religião foi um fator que pesou mais nestas opiniões. Entretanto, vale salientar
que estas ações aqui discutidas (como o uso de células-tronco embrionárias) são realizadas em nível individual, mas
as conseqüências são sociais ou coletivas. Assim sendo, torna-se importante destacar a necessidade de se desenvolver
uma educação interdisciplinar, no campo da bioética, a fim de evitar a banalização e sensacionalismo entre temas tão
atuais em nossa sociedade.
54º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Consangüinidade no nordeste brasileiro: da
prospecção de novas doenças genéticas à
intervenção por meio da educação
Santos, S1,2; Kok, F2; Otto, PA3
1
Departamento de Biologia, Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Estudos do Genoma Humano, Instituto de Biociências, USP
3
Departamento de Biologia, Universidade de São Paulo
[email protected]
2
Palavras-chave: doenças genéticas, spoan, aconselhamento genético
Os habitantes dos municípios do nordeste brasileiro mantêm tradição de casamentos consangüíneos há várias gerações;
algumas dessas localidades encontram-se entre os 50 municípios brasileiros com maior índice de pessoas portadoras
de deficiências. Neste trabalho, foram selecionados cinco desses municípios do estado do Rio Grande do Norte para
levantamento de doenças genéticas. Tanto a abordagem como a seleção das famílias com indivíduos portadores de
deficiências foram realizadas com auxílio dos agentes comunitários de saúde e enfermeiros do Programa de Saúde da
Família (PSF). Estes agentes também colheram informações sobre consangüinidade. Constatou-se que 32,5% das uniões
encontradas na população de Serrinha dos Pintos (RN) ocorrem entre pessoas aparentadas próximas, identificando-se
também 18 pacientes afetados por uma doença neurodegenerativa de herança autossômica recessiva, recentemente
descrita na literatura, conhecida por síndrome Spoan (spastic paraplegia, optic atrophy and neuropathy). Ao todo foram
encontrados 68 indivíduos afetados em dez municípios de três estados diferentes. Estima-se que 1/8 dos moradores de
Serrinha dos Pintos, 1/15 dos de São Miguel e 1/32 dos da região do Alto Oeste do estado do Rio Grande do Norte
(∼240.000 habitantes) sejam portadores da mutação em heterozigose. Visando a orientação da população a respeito
da relação entre a consangüinidade e a manifestação de doenças genéticas autossômicas recessivas, foram produzidos
programas de rádio intitulados “Genética no Sertão Potiguar” (disponíveis no site www.genoma.ib.usp.br), como
estratégia de divulgação do aconselhamento genético e de educação comunitária; esses programas, gravados em CD,
foram distribuídos para todas as famílias com afetados e também veiculados por meio de estações de rádio da região
do Alto Oeste do estado do Rio Grande do Norte.
Financiamento: CNPq (Processo 408827/2006-8).
10
54º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Idéias sobre genes nas principais revistas
de divulgação científica brasileiras
Macedo, AGA1; Sardinha, R2; Goldbach, T3
Aluna da PG Lato Sensu em Ensino de Ciências – CEFET Química-RJ – Unid Maracanã
2
Licencianda IB – UFRJ e Bolsista PIBIC - CEFET Química-RJ – Unid Maracanã
3
Programa PG Lato Sensu em Ensino de Ciências – CEFET Química-RJ – Unid Maracanã
[email protected]
1
Palavras-chave: conceito de gene, ensino de genética, revistas de divulgação científica
Ao pensar na educação científica, a temática Genética é considerada de grande importância na formação de cidadãos.
Entretanto, seu ensino é um considerado com um dos mais difíceis, segundo professores e alunos, conforme expressa
a literatura da área, sendo necessário buscar alternativas para o mesmo. Chama-se atenção para a forma fragmentada,
simplificada e pouco contextualizada no tratamento didático da temática. Em análises anteriores, foram investigados os
Anais dos principais encontros da Área de Ensino de Ciências e Biologia, entre 2001 e 2006, quando verificou-se uma
crescente preocupação de pesquisadores e professores com o ensino da temática. Foram identificados trabalhos de cunho
acadêmico (57%) e propostas de intervenção pedagógica (43%). Dentre estas, encontra-se uma progressiva utilização
de textos de divulgação científica (DC) nas salas de aula e seu uso como fonte de atualização e aprofundamento dos
conhecimentos por parte dos professores. Dessa maneira, uma avaliação da qualidade das revistas de DC é necessária.
Este trabalho objetiva investigar e avaliar a qualidade dos textos de 4 revistas de DC nacionais - Ciência Hoje, Galileu,
Scientific American Brasil e Super Interessante - entre 2006 e 2008. Busca-se reconhecer a atualidade dos conceitos de
gene, os enfoques e os recursos visuais e de linguagem adotados. De cada matéria selecionada, que aborda a temática, é
registrado: título, formato da mesma (notas, artigos, entrevistas) e espaço ocupado na revista. As estratégias lingüísticas
e visuais, assim como as diferentes abordagens sobre os conceitos de gene são prioritariamente analisadas. As conclusões
preliminares indicam textos diversificados refletindo, em parte, as orientações editoriais diferenciadas das respectivas
revistas. As ilustrações, na maioria das vezes, não parecem auxiliar no entendimento do conteúdo abordado, sendo
superficiais. A linguagem utilizada é acessível e de fácil entendimento. Algumas metáforas utilizadas – receita, livro da
vida, por exemplo - não são adequadas ao conteúdo, podendo deixar dúvidas no leitor. Entende-se que a análise deste
rico material provindo das RDC fornecerá subsídios importantes para a confecção de materiais didáticos alternativos,
na forma de Cadernos Temáticos, que podem contribuir para novas transposições didáticas visando a melhoria do
ensino de Genética.
Apoio financeiro: PIBITI-CNPq.
11
54º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Animais transgênicos: concepções de
alunos dos cursos de medicina veterinária
e zootecnia da UAG/UFRPE
Da Silva, MD; Kuklinsky-Sobral, J; Loreto, V
Unidade Acadêmica de Garanhuns, Universidade Federal Rural de Pernambuco
[email protected]
Palavras-chave: Transgenia, clonagem, genética, alunos universitários, ciências agrárias
A Engenharia Genética tem contribuído de forma significativa para o avanço da Genética e também tem levantado
importantes discussões quando o tema é o desenvolvimento de organismos transgênicos. Neste contexto, é importante que
os futuros profissionais de Medicina Veterinária e Zootecnia tenham uma opinião formada a respeito dos transgênicos,
em especial em relação aos animais transgênicos. Estes profissionais serão habilitados para o desenvolvimento e a
utilização da transgenia, como por exemplo, para fins terapêuticos e de melhoramento genético. Portanto, o objetivo
deste trabalho foi analisar as idéias e conceitos dos estudantes dos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia da
Unidade Acadêmica de Garanhuns, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UAG/UFRPE) em relação ao
tema “Animais Transgênicos”. Como instrumento avaliativo, foi utilizada a aplicação de um questionário junto aos
estudantes dos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia da UAG/UFRPE, cursando os 2°, 3°, 4°, 5° e 6° períodos
de cada curso. O referido questionário abordou o perfil do estudante (sexo, curso e período) e alguns questionamentos,
como o conceito de transgenia, a concepção da diferença entre transgenia e clonagem gênica; a aceitação de alimentos
oriundos de animais transgênicos ou a aceitação de xenotransplantes de animais transgênicos, e a opinião a favor ou
contra o desenvolvimento de pesquisas com transgenia animal. Foram avaliados um total de 151 estudantes, abrangendo
no mínimo 38% dos estudantes de cada período/curso. Foi possível observar que os estudantes do curso de Zootecnia
apresentaram uma compreensão correta a respeito do conceito de animais transgênicos, com um índice acima de 75%
de acerto, em todos os períodos avaliados. Contudo, os 2° e 3° períodos apresentaram a concepção errada a respeito
de clonagem gênica, confundindo com o conceito de transgenia. Por outro lado, os discentes de Medicina Veterinária
apresentaram um alto índice de compreensão do que é clonagem gênica (acima de 81%) e uma interpretação errada
em relação a transgenia na maioria dos períodos avaliados (2° - 62%, 3°-40%, 4°-12%, 5°-79% e 6°-53%). Apesar
dos alunos de Medicina Veterinária e Zootecnia terem apresentado dúvidas ou conceitos não fundamentados a respeito
da transgenia animal, em sua maioria, foram receptivos aos alimentos oriundos de animais transgênicos tanto quanto
à submissão de xenotransplante. Além disso, foi possível verificar que estes futuros profissionais também são, em sua
maioria, favoráveis ao desenvolvimento de pesquisas com animais transgênicos. Com base nos resultados, é possível
observar que embora os temas de trangenia e clonagem sejam bem divulgados pela mídia, ainda geram incertezas entre
estudantes universitários e neste ponto a discussão destes temas em disciplinas de Genética contribuirá significativamente
para a sua compreensão.
Apoio Financeiro: UFRPE.
12
Download