etnobotânica de produtos florestais não madeireiros em

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ETNOBOTÂNICA DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS EM
COMUNIDADE DA RESERVA EXTRATIVISTA VERDE PARA SEMPRE, PORTO
DE MOZ, PARÁ
Jéssica de Araújo Campos¹, Saymon Roberto Pontes da Fonseca ², Marlon Costa de
Menezes³ Márcia Orie de Sousa Hamada 4
1. Acadêmica de Engenheira Florestal, Universidade Federal do Pará - UFPA,
Campus de Altamira ([email protected])
2. Acadêmico de Engenheira Florestal, Universidade Federal do Pará - UFPA,
Campus de Altamira Universidade Federal do Pará
3. Professor da Universidade Federal do Pará – UFPA, de Campus Altamira, Mestre
em Ciências Florestais, e Doutorando do Núcleo de Altos Estudos AmazônicosNAEA/UFPA
4. Professora da Universidade Federal do Pará – UFPA, de Campus Altamira,
Doutora em Ciências Agrárias
Recebido em: 31/03/2015 – Aprovado em: 15/05/2015 – Publicado em: 01/06/2015
RESUMO
O presente trabalho objetivou realizar o estudo etnobotânico acerca do grau de
utilização de PFNM pelas famílias de uma comunidade pertencente à Reserva
Extrativista (RESEX) Verde para Sempre. Os dados foram coletados na comunidade
Arimum, através de observação direta e aplicação de questionário semiestruturado
com 30 chefes de família. Os três principais PFNM extraídos foram Euterpe oleracea
Mart. (açaí), Bertholletia excelsa Bonpl. (castanha-do-Brasil) e Copaifera sp. (óleo de
copaíba). Foram encontradas 23 espécies distribuídas em 13 famílias, as principais
famílias botânicas identificadas foram Fabaceae e Arecaceae. A maior parte dos
PFNM foram classificados na categoria de uso alimentício seguido de medicinal e
artesanal, mas apenas 23% dos extrativistas realizam a comercialização desses
produtos. Os extrativistas praticam a coleta e utilização de PFNM para subsistência
e não têm a comercialização como principal fonte de renda, entretanto, assume
papel importante na consolidação da tradição e identidade cultural das famílias
extrativistas.
PALAVRAS-CHAVE: Cipós, etnobotânica, extrativismo, frutos, plantas medicinais.
ETHNOBOTANY PRODUCTS FOREST TIMBER IN NO BOOKING COMMUNITY
EXTRACTIVE GREEN FOREVER, PORTO DE MOZ, PARA
ABSTRACT
This study aimed to carry out ethnobotanical study of the extent of use of non-timber
forest products by the families of a community belonging to the Extractive Reserve
Verde para Sempre. Data were collected in Arimum community through direct
observation and semi-structured questionnaire with 30 heads of household. The
three main NTFPs were extracted Euterpe oleracea Mart acai. (Acai), Bertholletia
excelsa Bonpl. (Brazil-Pará) and Copifera sp. (Copaiba oil). We found 23 species in
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13 families, the main botanical families were identified Fabaceae and Arecaceae.
Most NTFPs were classified as food use category followed by medicinal and craft,
but only 23% of families realize the marketing of these products. Families practice,
the collection and use of NTFPs for subsistence and do not have the marketing as
main source of income, however, it plays an important role in the consolidation of
tradition and cultural identity of extractive families.
KEYWORDS: Ethnobotany, extractivism, fruits, medicinal plants, vines.
INTRODUÇÃO
As Reservas Extrativistas (RESEX) são definidas como unidades de
conservação de uso sustentável, que visam proteger os meios de vida e a cultura
dos povos e comunidades tradicionais, desenvolvendo atividades que garantam a
perenidade dos recursos naturais de forma socialmente justa e economicamente
viável (BRASIL, 2000). Parte das comunidades que integram a RESEX Verde para
Sempre, e praticam a exploração florestal, estão empreendendo esforços e recursos
por meio da formação de associações comunitárias com o intuito de aprimorar o
gerenciamento das atividades, através de Planos de Manejo Florestal Comunitário
(MENEZES et al., 2013).
O Manejo Florestal Comunitário (MFC) tem constituído uma alternativa viável
para combinar a conservação da floresta e oferecer oportunidades econômicas para
as comunidades locais (COSTA, 2010). Entretanto, a madeira nem sempre é o único
produto a atrair interesse pelas florestas. O extrativismo de Produtos Florestais Não
Madeireiros (PFNM) praticado tradicionalmente por populações amazônicas oferece
produtos importantes, pois sabe-se que todo produto vegetal como alimentos,
fármacos e materiais diversos de que dispõe o ser humano passa primeiramente
pelo processo de coleta extrativa (WITKOSKI et al., 2006).
As populações tradicionais da Amazônia são detentoras de saberes
associados aos diferentes usos de espécies vegetais encontradas
predominantemente nesses ambientes (SANSO & COELHO-FERREIRA, 2012). A
realização de estudos etnobotânicos nessa região oferece subsídio na definição de
sistemas de manejo e uso sustentável dos recursos naturais.
A pesquisa etnobotânica tem papel de indicar elementos para aproximar o
conhecimento científico do saber tradicional, com o objetivo de evitar e amenizar
danos, criar alternativas e direcionar soluções para o bem coletivo, além de tratar-se
de estratégia que deveria ser melhor utilizada na formulação de políticas ambientais
(ROCHA et al., 2014).
As práticas extrativistas são vistas como opção rentável para uma
considerável parcela de comunidades tradicionais, principalmente nas Reservas
Extrativistas (RESEX), aliando produtividade e conservação dos recursos florestais,
pois além de assegurar o direito histórico das populações extrativistas ao seu
território, focaliza a sustentabilidade em sistemas tradicionais de povos da floresta
(LISBOA & SILVA, 2009).
Desta maneira, o presente trabalho teve por objetivo realizar um estudo
etnobotânico abordando o grau de utilização de PFNM pelas famílias de uma
comunidade extrativista pertencente à RESEX Verde para Sempre, município de
Porto de Moz - PA.
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MATERIAL E MÉTODOS
A RESEX Verde Para sempre está localizada no município de Porto de Moz,
com área total de 1.289.362,78 ha (ICMBio, 2014). A mesma se encontra na porção
centro-norte do Estado do Pará, na região de confluência dos rios Xingu e
Amazonas, dentro do município de Porto de Moz, nas coordenadas 01°31’50” e
02°47’55” de latitude sul, e 52º06’43” e 53º23’06” (Figura 1) de longitude oeste de
Greenwich.
Área do Município de Porto de Moz
Reserva extrativista Verde para Sempre
Sede do município
Comunidade
Arimum
FIGURA 1. Mapa de localização da comunidade Arimum, RESEX Verde
Para Sempre, Porto de Moz, Pará.
A pesquisa foi desenvolvida na comunidade Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, conhecida como comunidade Arimum. A comunidade encontra-se a uma
distância correspondente a quatro horas de barco da sede do município de Porto de
Moz – PA, sob as coordenadas geográficas 02°03'06,7 '' S de latitude e 52°22'28,8''
W. A comunidade está situada na região leste da reserva e possui como principal
curso d’água um afluente do rio Xingu, rio de águas escuras chamado de Acaraí. O
local é caracterizado como zona de terra firme.
A área corresponde a 3.200 hectares divididos em 32 lotes individuais de 100
hectares, onde habitam 48 famílias. Os moradores estão organizados em forma de
associação, denominada de Associação Comunitária de Desenvolvimento
Sustentável do Rio Arimum (ACDSRA), que auxilia na gestão do MFC.
As atividades econômicas desenvolvidas variam com o ambiente. Na zona de
terra firme são desenvolvidas a agricultura de subsistência e a criação de gado,
principalmente bovino, sendo de grande importância a atividade de extração
madeireira (IBAMA, 2006).
A metodologia utilizada para caracterização dos quintais foi o Diagnóstico
Rural Rápido (DRR), onde foi utilizada a aplicação de questionário semiestruturado
(com perguntas abertas e fechadas) em que foram abordados os seguintes
aspectos: caracterização socioeconômica das famílias, informações a respeito dos
PFNM como o nome popular, parte da planta utilizada e forma de utilização.
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No total, foram entrevistados 30 chefes de família. Durante a pesquisa em
campo, as observações diretas foram anotadas em caderneta, e feito registro
fotográfico. A identificação das espécies inicialmente foi realizada por nome
vernacular aliada ao conhecimento do extrativista. Posteriormente, a identificação foi
confirmada no Laboratório de Tecnologia da Faculdade de Engenharia Florestal da
Universidade Federal do Pará, Campus Altamira, onde a identificação foi confirmada
a partir de comparação com material botânico, conhecimento pessoal e aparatos
bibliográficos.
A análise e interpretação dos dados se deram através da tabulação dos
mesmos no software Microsoft Excel versão 2010. Cada espécie foi classificada
quanto ao hábito segundo RIBEIRO et al. (2002), categoria de uso e parte da planta
utilizada, adotou-se as seguintes categorias: alimentício, medicinal, artesanal,
ornamental e outros usos. A frequência em que as espécies foram citadas durante
entrevista com as famílias foi calculada por meio da seguinte fórmula:
F= (n/N) x 100
F: frequência em que a espécie foi citada
n: número de famílias que usam a espécie
N: número total de famílias
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caracterização socioeconômica
Os entrevistados apresentaram naturalidade de diferentes municípios da
região como Porto de Moz, Almeirim, Altamira e Senador José Porfírio. Todas as
famílias entrevistadas possuíam algum membro familiar ligado à associação da
comunidade (ACDSRA). Segundo MEDINA (2012), comunidades na Amazônia têm
desenvolvido sistemas de governança local como tentativa de restringir o acesso de
atores externos a recursos locais valiosos.
A agricultura foi apontada como principal atividade geradora de renda, com
destaque para o cultivo de mandioca para produção de farinha. Como fonte de
renda, também se destacaram benefícios e programas governamentais
(aposentadoria por idade, bolsa família e bolsa verde) e a partilha do lucro oriundo
da venda de madeira manejada, renda recebida no final de cada safra e utilizada,
principalmente, para a aquisição de bens e serviços de maior valor.
As atividades de caça e pesca praticadas na área coletiva da comunidade
aliadas a cultivos agrícolas como arroz, milho e feijão tem o papel de fornecer
alimentos para subsistência, assumindo importante lugar na segurança alimentar
das famílias. As moradias são construídas próximas umas das outras, feitas
predominantemente de madeira, cobertas com telha de fibrocimento e distribuídas
ao longo do rio. A água do rio é utilizada nos afazeres domésticos e para consumo
(neste caso, a água é colocada em filtro de barro e/ou adicionado hipoclorito de
sódio), isto ocorre devido à comunidade ainda não possuir um sistema adequado de
abastecimento de água.
Uso de PFNM
Durante o estudo, foram encontradas 23 espécies distribuídas em 13 famílias,
sendo que as principais famílias botânicas identificadas foram Fabaceae e
Arecaceae com 5 e 4 espécies respectivamente (quadro 1).
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QUADRO 1. Espécies com PFNM utilizados por famílias da comunidade Arimum, RESEX
Verde para Sempre, Porto de Moz – PA.
Espécie/Nome
Família /Nome científico
vulgar
Araceae
Philodendron fragrantissimum (Hook.)
G. Don
Cipó-ambé
Heteropsis flexuosa (Kunth) G.S.
Cipó-titica
Bunting
Arecaceae
Euterpe oleracea Mart.
Açaí
Oenocarpus bacaba Mart.
Bacaba
Maximiliana maripa (Aubl.) Drude
Inajá
Astrocaryum aculeatum G. Mey.
Tucumã
Bignoniaceae
Handroanthus albus (Cham.) Mattos
Ipê
Caryocaraceae
Caryocar villosum (Aubl.) Pers.
Pequiá
Euphorbiaceae
Hura crepitans L.
Açacu
Fabaceae
Copifera sp.
Copaíba
Dipteryx odorata (Aubl.) Willd.
Cumaru
Hymenaea courbaril L.
Jatobá
Mucuna urens (L.) Medik.
Olho-de-boi
Dalbergia subcymosa Ducke
Lauraceae
Cinnamomum zeylanicum Blume*
Aniba canelilla (Kunth) Mez
Lecythidaceae
Bertholletia excelsa Bonpl.
Malpighiaceae
Byrsonima crassifolia (L.) Kunth
Byrsonima sp.
Marantaceae
Ischnosiphon arouma (Aubl.) Körn.
Meliaceae
Carapa guianensis Aubl.
Rubiaceae
Uncaria tomentosa (Willd.) DC.
Sapotaceae
Manilkara huberi (Ducke) A. Chev.
Parte do
vegetal
Hábito
Uso
Cipó
Liana
Ar
Cipó
Liana
Ar
Fruto
Fruto
Semente
Fruto
Palmeira
Palmeira
Palmeira
Palmeira
Al
Al
Ar
Ar
Casca
Árvore
M
Fruto
Árvore
Al
Casca
Árvore
M
Óleo
Semente
Casca
Semente
Árvore
Árvore
Árvore
Árvore
M
M
M
Ar
Verônica
Folha
Arbusto
M
Canela
Preciosa
Folha
Casca
Árvore
Árvore
M
M
Castanha-doBrasil
Semente
Árvore
Al
Murici
Saratudo
Semente
Casca
Árvore
Árvore
Ar
M
Cipó-arumã
Cipó
Liana
Ar
Andiroba
Óleo
Árvore
M
Unha-de-gato
Folha
Trepadeira
M
Maçaranduba
Casca
Árvore
M
*Espécie exótica; Ar = artesanato; Al = alimentício e M = medicinal
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As famílias praticam a coleta de PFNM em pequena escala na área coletiva
da comunidade, esses produtos são destinados, em sua maioria, para a subsistência
dos moradores, sendo que apenas 23% das famílias realizam a comercialização
desses produtos. A parte do vegetal mais utilizada foi a casca do tronco (26%)
seguida do uso de semente (25%), folhas (17%) e frutos (17%). Segundo FREITAS
et al. (2013), uma planta pode ser utilizada para diversos fins, além de ser comum o
uso de mais de uma parte do vegetal (Ex: fruto e folha) para determinado fim.
Os três principais PFNM extraídos foram o açaí, seguido da castanha-doBrasil e óleo de copaíba (Figura 2). Os dois primeiros são utilizados basicamente
para alimentação e o segundo para fim medicinal, todos são extraídos em pequenas
quantidades e sempre que necessário. Os frutos do açaí são indispensáveis na
alimentação das populações ribeirinhas, apreciado por pessoas de diferentes
lugares e importante componente da economia rural (ARAÚJO, 2013). O açaí é
coletado no “período do verão” que vai de julho a dezembro, a coleta é feita de
forma tradicional com uso de peconha1.
A castanha também faz parte da alimentação das populações amazônicas, a
mesma é nutritiva e possui constituintes indispensáveis a uma boa alimentação
(SOUZA & MENEZES, 2004). A época de coleta se estende de novembro a maio,
porém, os moradores relataram que os castanhais da área no entorno da
comunidade estão pouco produtivos por cerca de cinco anos, o que dificulta a coleta
em quantidades maiores.
Outro produto de relevante importância foi a copaíba, conhecida como uma
das plantas medicinais mais usadas na Amazônia, principalmente para tratar
inflamações com o óleo que pode ser extraído do tronco (SHANLEY et al., 2010). O
método de coleta do óleo envolve conhecimento tradicional que é repassado entre
membros da família, motivo apontado pelos moradores como justificativa de
existirem poucas pessoas que extraiam o óleo da árvore na comunidade.
O maior número de espécies (12) foi classificado na categoria de uso
medicinal (quadro 1). Através desses vegetais, é possível produzir remédios
caseiros como xaropes, pomadas e as chamadas “garrafadas”, todos preparados a
partir de cascas, frutos, sementes, folhas e exsudatos coletados da floresta.
A produção dos remédios é feita por moradores que aprenderam o ofício
através de conhecimento herdado dos pais e avós. A coleta de partes de plantas
para uso medicinal é feita sempre que necessário, para atender a encomendas ou
para consumo de pessoas da própria comunidade. Segundo BERG (2010), a
diversidade de vegetais empregados com finalidade terapêutica torna-se ás vezes, a
única fonte de remédios, principalmente em locais isolados e distantes. Para
VÁSQUEZ et al., (2014) o uso dos remédios caseiros ainda é uma alternativa de
socorro para o tratamento de suas doenças mais comuns.
1
Arco fabricado com a palha do açaizeiro ou material sintético, que é colocado ao redor dos pés do
coletor para subir na estipe até alcançar os cachos.
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11 n.21; p.1064
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FIGURA 2. Frequência da coleta de Produtos Florestais Não
Madeireiros por família na comunidade Arimum,
RESEX Verde para Sempre, Porto de Moz – PA.
O uso dos cipós titica, ambé e arumã destacam-se como fonte de produção
de diversos objetos para uso doméstico como: cestos, abano, vassoura, corda,
dentre outros. Os utensílios, em geral, são para consumo da família e
comercializados dentro da comunidade. Para LISBOA & SILVA (2009) em estudos
desenvolvidos em comunidade tradicional, detectou-se que os utilitários domésticos
fabricados com cipós e fibras auxiliam na coleta de produtos florestais como o açaí e
cacau.
Entre os PFNM empregados na produção artesanal encontram-se as
sementes utilizadas na confecção de biojóais, atividade praticada por poucos
artesãos da comunidade, os artefatos são comercializados no mercado local de
Porto de Moz, porém, ainda tem baixo poder de geração de renda.
A agregação de valor aos produtos extraídos da floresta proporcionada pelo
artesanato contribui para a geração de renda e fortalecimento de atividades
produtivas de caráter local (CAMPOS & HAMADA, 2014). Todavia, a ausência de
capacitação e organização social dos artesãos constitui importante entrave para a
verticalização da produção e conquista de mercado consumidor.
CONCLUSÕES
As famílias da comunidade Arimum praticam, em sua maioria, a coleta e
utilização de PFNM para subsistência e não têm a comercialização desses produtos
como fonte de renda principal. O extrativismo não madeireiro assumiu papel
importante na consolidação da tradição e identidade cultural das famílias
extrativistas.
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