Aula 09 - Faculdades Integradas Campos Salles

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FACULDADES INTEGRADAS CAMPOS SALLES
CURSO DE GRADUAÇÃO
DISCIPLINA: ESTUDOS SOCIOLÓGICOS E ANTROPOLÓGICOS I
Professor: Paulo S. Ribeiro
Aula 09
Leitura indicada para esta aula:
QUINTANEIRO, Tânia. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. Belo Horizonte: UFMG, 2002. –
ver o capítulo 01 - Karl Marx.
Tópico 05 - Karl Marx: O conflito entre capital e trabalho e a história da exploração do
homem: 5.1 A alienação; 5.2 As classes Sociais; 5.3 A origem histórica do capitalismo; 5.4
Necessidades, produção e reprodução da vida material; 5.5 Forças produtivas e relações sociais
de produção; 5.6 Estrutura e superestrutura; 5.7 - Salário, trabalho, valor e lucro; 5.8 A mais-valia
5.9 As relações políticas:a luta de classes; 5.10 O materialismo histórico, a historicidade e a
totalidade; 5.11 A Sociologia, o socialismo e o marxismo.
A premissa da análise marxista é, portanto, a existência de seres humanos que,
por meio da interação com a natureza e com outros indivíduos, dão origem à sua
vida material.
É a busca pela satisfação das necessidades básicas de sua existência que
leva o homem a construir sua vida material
Os animais irracionais produzem e retiram da natureza somente aquilo que lhe é
interessante para satisfazer sua necessidade imediata. Já o homem quando
interagem com a natureza para prover-se do que precisa, procura dominar as
circunstâncias naturais, modificando a natureza a sua volta.
Essa interação faz com que ele produza o que necessita e sua própria
necessidade.
A fome é a fome, mas a fome que se satisfaz com carne cozinhada,
comida com faca e garfo, não é a mesma fome que come a carne crua,
servindo-se das mãos, das unhas e dos dentes (MARX apud
QUINTANEIRO, 2002, pg. 33).
O número das necessidades naturais e o modo de satisfazê-las são construídos
historicamente.
Os resultados da atividade e da experiência humanas que se objetivam são
acumulados e transmitidos por meio da cultura.(QUINTANEIRO, 2007, 33).
É por meio da ação produtiva que o homem humaniza a natureza e também a
si mesmo.
Para Marx o processo de PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DA VIDA através do
trabalho do homem é o que constitui a história da humanidade. Para compreender
organização do homem ao longo da história é preciso usar o materialismo
histórico.
Materialismo histórico: método de análise da vida econômica, social, política e
intelectual.
Forças Produtivas e Relações Sociais de Produção.
A estrutura de uma sociedade depende do estado de desenvolvimento de
suas forças produtivas e das relações sociais de produção que lhes são
correspondentes.
As forças produtivas correspondem à ação dos indivíduos sobre a natureza para
buscarem a satisfação de suas necessidades, isto é, exprimem o grau de
domínio humano sobre a natureza. Elas não são escolhidas pelo homem, pois
são resultado das forças produtivas das gerações anteriores. A forças produtivas
possuem uma conexão ao longo da história. Tratam da relação homem/natureza.
Obs: As forças produtivas anteriores servem de matéria prima para as posteriores. As
forças produtivas variam ao longo da história. Em cada época haverá um grau de
desenvolvimento tecnológico, de modos de cooperação, de divisão técnica do trabalho, de
instrumentos, de tipos de máquinas, de desenvolvimento da ciência, etc.
O conceito de relações sociais de produção expressa o modo como os homens
se organizam entre si para produzir. Refere-se às formas de distribuição dos
meios de produção e do produto, e o tipo de divisão social do trabalho numa
sociedade, numa determinada época. Tratam da relação homem-processo
produtivo.
Trata-se dos tipos de forças produtivas(ferramentas, máquinas, tecnologia) que os
homens usam relacionadas com a maneira como eles estão “posicionados” na
divisão da produção (quem produz o que, quem consome e quanto consome).
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Nessa produção da vida material acabam por produzir a vida
social.
Dessa interação (dos homens c/ a natureza e com outros
homens) para produzir a vida material, os indivíduos produzem a
vida em sociedade e a própria vida individualmente.
Segue – se que um determinado modo de produção ou estádio de
desenvolvimento industrial se encontram permanentemente ligados a um modo de
cooperação ou de um estado social determinado...(MARX apud QUINTANEIRO,
2002, pg.35).
O moinho movido a braço nos dá a sociedade dos senhores feudais; o moinho
movido a vapor, a sociedade dos capitalistas industriais. Os homens, ao
estabelecerem as relações sociais vinculadas ao desenvolvimento de sua produção
material, criam também os princípios, as idéias...(MARX apud QUINTANEIRO, 2002,
pg.36).
Estrutura e Superestrutura
O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção de uma
sociedade forma sua base ou estrutura que, por sua vez, é o fundamento sobre o
qual se constituem as instituições políticas e sociais.
Ou seja é a estrutura (forças produtivas + relações sociais de produção) que vai
determinar a superestrutura (ideologias políticas, concepções religiosas, códigos
morais).
“Segundo a concepção materialista da história, na produção
da vida os homens geram também outra espécie de produtos
que não tem forma material: as ideologias políticas,
concepções religiosas...” (QUINTANEIRO, 2007, pg. 37)
... na produção social de sua existência, os homens estabelecem relações
determinadas, necessárias, independentes da sua vontade, relações sociais de
produção que correspondem a um determinado grau de desenvolvimento das
forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção constitui a
estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma
superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de
consciência social...(MARX apud QUINTANEIRO, 2007, pg. 38).
Marx diria que não é a consciência que determina a vida, mas sim a vida que
determina a consciência”. Isso seria a concepção materialista da história. É a
estrutura que produz a superestrutura.
Ao se estender na leitura do trecho, Marx vai dizer que haverá um momento de
contradição entre as forças produtivas e as relações sociais de produção,
chegando o momento da revolução.
Há um trecho de uma carta de Engels onde ele tenta dizer que não se deve
apegar-se somente ao viés economicista da leitura de Marx, enfatizando o
determinismo da vida econômica para compreender a organização social. Em suas
palavras, a situação econômica é a base, mas os diversos fatores da
superestrutura - as idéias, os valores, as teorias políticas, filosóficas, religiosas, a
tradição, etc – também podem exercer sua pressão no curso da vida social. (ver
em QUINTANEIRO, 2007, p. 39)
A grande crítica feita por Marx a propriedade privada (que é a semente da
lógica do acúmulo de riqueza e do capitalismo) dos meios de produção da
vida dirigi-se às suas conseqüências:
1. Exploração da classe proletariada (trabalhadores que não são donos
dos meios de produção, só possuem sua mão de obra) pelos
capitalistas;
2. Limitação à liberdade e potencialidade dos proletários;
3. Desumanização e embrutecimento das relações humanas;
4. Controle e dominação dos meios ideológicos, políticos e espirituais. –
suas idéias são as idéias dominantes de sua época.
O capitalismo geraria, conseqüentemente, uma nova divisão social do trabalho,
aqual produz DESIGUALDADES SOCIAIS.
Essa divisão fará surgir uma oposição de interesses entre as classes.
Ao tipo de divisão social do trabalho corresponde à estrutura de classes da
sociedade
“os vários estágios de desenvolvimento da divisão do trabalho representam outras
tantas formas diferentes de propriedade; por outras palavras, cada novo estágio na
divisão do trabalho determina igualmente as relações entre os indivíduos no que toca
à matéria, aos instrumentos e aos produtos do trabalho”...(MARX apud
QUINTANEIRO, 2002, pg.36).
IMPORTANTE:
No entanto, na sociedade de classes capitalista os homens tem uma concepção
alienada da realidade e não se dão conta da verdade escondida por trás das
relações sociais de produção.
Marx sugere: Que os homens trabalhem livremente com meios de produção
comuns e que agrupem suas forças. Seu produto seria social, uma parte do
qual volta a ser meio de produção e outra é consumida.
Dentro da conformação da sociedade capitalista, a maneira como as forças
produtivas e as relações sociais de produção estão dispostas seria a
verdadeira causa e motivação da ALIENAÇÃO do homem.
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