AulAs 17 e 18

Propaganda
AulAs 17 e 18
FunçÕes do pronoMe se
1 pronome ApAssivAdor
O se, como pronome apassivador, só ocorre quando na frase se dão as seguintes condições:
verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto na 3a pessoa;
um substantivo sem preposição;
é possível a transformação para a voz passiva
analítica.
Exemplo:
Nesse exemplo:
o se é índice de indeterminação do sujeito;
o sujeito é indeterminado;
a frase está na voz ativa;
do governador é objeto indireto.
Observação: Quando o se funciona como índice
de indeterminação do sujeito, o verbo fica obrigatoriamente na 3a pessoa do singular. Exemplo:
Suspeitou-se dos governadores.
Não se encontraram respostas.
3 pronome reflexivo
Transformação:
Respostas não foram encontradas.
O se funciona como pronome reflexivo quando
é um anafórico que tem como referência o sujeito da
oração. Exemplo:
Nesse caso:
O cobrador
o pronome se é apassivador;
sujeito
a frase está na voz passiva sintética;
o sujeito é respostas.
Observação: Quando o se é apassivador, há
sempre na oração um sujeito expresso, com o qual o
verbo deve concordar. Exemplo:
Ouviu-se um grito.
Ouviram-se gritos.
enganou- se.
verbo passivo anafórico
referindo-se a cobrador
No papel de reflexivo, o pronome se pode ser
permutado por a si mesmo / a si próprio com o
mesmo sentido.
Observação: O pronome se é chamado de recíproco quando é um anafórico referente ao sujeito
plural ou composto e indica que a ação é direcionada
de um para o outro. Exemplo:
Os dois vereadores se estapearam em plena sessão.
2 índice de indeterminAÇÃo do
sujeito
O se, como índice de indeterminação do sujeito,
ocorre numa estrutura em que:
o verbo seja intransitivo ou transitivo com objeto preposicionado;
não é possível transformar a frase para a voz
passiva analítica. Exemplo:
Suspeitava-se do governador.
Nesse caso, não é possível a transformação para a
voz passiva analítica.
*Do governador era suspeitado.
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exercícios
1
Assinale a alternativa em que a palavra se tem a
mesma função que na frase abaixo:
Não se espera uma solução imediata para os
problemas da educação.
a) Não se vive bem com um salário mínimo.
b) Precisa­se de tecnologia estrangeira na telefo­
nia celular.
c) Fortaleceu­se o mercado de capitais com as
privatizações.
d) Não se gosta de soluções precipitadas.
e) Cada vez mais se reclama dos produtos de con­
sumo.
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2
Reescreva as frases que seguem, passando para o
plural as palavras em destaque e fazendo as adaptações necessárias para adequar as novas versões
à norma culta escrita.
a) Com a moderna tecnologia de produção agrícola, já não se necessita mais de grande extensão de terra.
tista não deve falar. É o objeto que deve falar por meio dele.
Daí o estilo impessoal, vazio de emoções e valores:
Observa-se
Constata-se
Obtém-se
Conclui-se.
Quem? Não faz diferença…
Com a moderna tecnologia de produção agrícola, já não
se necessita mais de grandes extensões de terra.
ALVES, Rubem. Filosofia da ciência. São Paulo:
Brasiliense, 1991. p. 149.
b) Por causa dos seguidos casos de corrupção, desconfia-se cada vez mais da promessa eleitoral.
Por causa de seguidos casos de corrupção, desconfia-se
cada vez mais das promessas eleitorais.
3
4
Analise o pronome se de acordo com o seguinte
código:
A) Partícula apassivadora
B) Índice de indeterminação do sujeito
C) Pronome reflexivo
D) Pronome recíproco
I. ( D ) Os dois candidatos insultaram-se durante
todo o debate.
II. ( C ) Os deputados se deram novo aumento,
apesar das críticas.
III. ( A ) No mundo todo, pesquisam-se fontes alternativas de energia.
IV. ( B ) No Brasil, em 1984, saiu-se às ruas pelo retorno à democracia.
Observe a frase que segue:
O causador do acidente ignorou o farol vermelho,
alegando que à noite não se para em semáforo.
a) Explique a diferença de sentido que a exclusão
do se produziria na frase.
A exclusão do se faria com que o sujeito do verbo para
se tornasse determinado elíptico (ele, o causador do
acidente). Assim, uma ação que antes se referia a um
sujeito qualquer, genérico, passaria a se referir a apenas
um indivíduo. A alegação do causador do acidente perderia, com isso, boa parte da sua força argumentativa: uma
transgressão que antes era interpretada como coletiva e
normal passaria a ser vista como individual, portanto sem
5
Com base no texto, responda:
a) Do primeiro parágrafo, que simula um artigo
científico, extraia os aspectos da forma e do
conteúdo que vão contra a ideia de que “o cientista não deve falar”.
Diversas características do primeiro parágrafo opõem-se ao discurso científico, ou seja, à ideia, defendida
por Rubem Alves, de que o “cientista não deve falar”,
manifestar-se emotivamente. O uso dos verbos na primeira pessoa e a presença da digressão, iniciada pela
passagem “onde, por sinal…”, são aspectos formais que
deixam transparecer o “eu” do emissor da mensagem. A
emotividade se observa, também, na adjetivação abundante: “dia cinzento e triste” e “terrível dor de cabeça”.
A subjetividade do texto é reforçada pela apresentação
direta dos sentimentos do “cientista”: “um dos meus
favoritos” e “me causou arrepios”.
b) O autor exemplifica, com uma sequência de verbos, a ideia de que o estilo deve ser impessoal.
Que estratégia de construção é usada para
transmitir o ideal de impessoalização?
Os verbos elencados, além de remeter a etapas da pesquisa científica, teoricamente neutra, apresentam-se na
voz passiva sintética. Assim, há uma indeterminação do
agente da ação. Logo, referem-se apenas aos fatos em
si, e não a quem os pratica. Essa estratégia de construção leva Rubem Alves a concluir com ironia: “Quem?
Não faz diferença…”
OrientaçãO de estudO
Livro-texto 1 — Gramática
Caderno de Exercícios — Unidade I
o apoio de um costume generalizado.
b) Qual é a função do se nessa frase?
Índice de indeterminação do sujeito.
tarefa Mínima
auLa 17
Leia os itens 1 a 3, cap. 3.
Faça os exercícios 1 a 4, série 11.
TexTo para a quesTão 5
“No dia 13 de agosto de 1979, dia cinzento e triste, que
me causou arrepios, fui para o meu laboratório, onde, por
sinal, pendurei uma tela de Bruegel, um dos meus favoritos.
Lá, trabalhando com tripanossomas, e vencendo uma terrível dor de dentes…” Não. De saída tal artigo seria rejeitado,
ainda que os resultados fossem soberbos. O estilo… O cien-
auLa 18
Faça os exercícios 5 a 8, série 11.
tarefa Complementar
Faça os exercícios 9 a 16, série 11.
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terMos AssociAdos Ao noMe i:
Adjunto AdnoMinAl 3 predicAtivo
AulA 19
1 Adjunto AdnominAl
Sempre associado ao nome.
Com ou sem proposição.
Exemplo:
Sem mediação de verbo.
Caracteriza ou determina o nome a que se liga.
Muitos
cientistas
de peso
adjunto adnominal
nome
adjunto adnominal
estarão presentes.
2 predicAtivo
Sempre associado ao nome.
Com ou sem preposição.
Exemplo:
O conferencista deu
Sempre por meio de um verbo.
Caracteriza ou determina o nome a que se liga.
sua palestra
nome
irritado.
predicativo do sujeito
Observação: O predicativo, quando se refere ao objeto, denomina-se predicativo do objeto.
Exemplo:
ótima
sua ideia.
predicativo do objeto
objeto
Considero
exercícios
1
Dê a função sintática do termo destacado, de acordo com o seguinte código:
A) Adjunto adnominal
B) Predicativo do sujeito
C) Predicativo do objeto
I. ( A ) Nas eleições, políticos conservadores ficam progressistas.
II. ( B ) Ocorrências costumeiras tornam­se raras com o passar do tempo.
III. ( A ) Políticas governamentais irresponsáveis consideram as práticas agrícolas predatórias e o desmata­
mento necessários para o crescimento econômico.
IV. ( C ) Políticas governamentais irresponsáveis consideram as práticas agrícolas predatórias e o desmatamento
necessários para o crescimento econômico.
V. ( B ) Com a propaganda, produtos ruins parecem bons.
2
Leia os três enunciados que seguem:
I. Depois de muita procura, a cozinheira achou o seu velho livro de receitas.
II. De repente, a cozinheira achou velho o seu livro de receitas.
III. A cozinheira achou o seu livro de receitas velho.
Assinale a alternativa que contém um comentário INAPROPRIADO sobre esses enunciados.
a) O enunciado I quer dizer que a cozinheira encontrou o seu velho livro de receitas.
b) Segundo o enunciado II, a cozinheira julgou que o seu livro de receitas estava velho.
c) O enunciado III é ambíguo: pode admitir o sentido do I ou do II.
d) Não há ambiguidade alguma no enunciado III.
e) No enunciado I, velho está funcionando como adjunto adnominal; no II, como predicativo do objeto.
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3
Imagine­se na posição de um rigoroso editor de determinado jornal, que zela para que não ocorra nenhum “ruído”
na comunicação com os leitores. Acaba de chegar às suas mãos a seguinte manchete:
JUSTIÇA JULGA POLÍTICO INOCENTE
O que você faria?
a) Aprovaria imediatamente a manchete, porque está bem construída, com clareza e objetividade.
b) Alteraria, pois inocente, termo ambíguo, pode ser adjunto adnominal (o político foi considerado inocente
pela justiça) ou predicativo do objeto (o jornal parte do pressuposto de que o político é inocente).
c) Vetaria o texto, já que os dois sentidos possíveis são incoerentes.
d) Alteraria, pois inocente, termo ambíguo, pode ser adjunto adnominal (o jornal parte do pressuposto de
que o político é inocente) ou predicativo do objeto (o político foi considerado inocente pela justiça).
e) Aprovaria, pois, independentemente da manchete, a inocência do político não está posta em questão.
TexTo para a quesTão 4
O bebum entra no consultório, e o médico diz:
— Eu não atendo bêbado.
O bêbado:
— Quando o senhor estiver bom eu volto.
POSSENTI, Sírio. Os humores da língua. Campinas: Mercado de Letras, 2002. Série Agendas.
4
O efeito de humor da piada reside, sobretudo, na ambiguidade do termo bêbado.
a) Quais são as duas funções sintáticas possíveis para esse termo no texto apresentado?
Nesse texto, bêbado pode ser interpretado como objeto direto do verbo (atendo) ou como predicativo do sujeito (eu).
b) Se, em vez de médico, fosse uma médica, não seria possível criar efeito de humor usando o mesmo pro­
cedimento linguístico. Explique por quê.
Porque a lei da concordância não permitiria a ambiguidade. Caso se referisse à médica, bêbada, deveria estar na forma feminina. Eu não atendo bêbado, então, só admitiria que se interpretasse bêbado como objeto do verbo (atendo).
orientAção de estudo
Livro-texto 1 — Gramática
Caderno de Exercícios — Unidade I
tarefa Mínima
Leia os itens 1 e 2, cap. 4.
Faça os exercícios 1 a 4, série 12.
tarefa complementar
Faça os exercícios 5 a 8, série 12.
AnotAçÕes
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terMos AssociAdos Ao noMe ii: Adjunto
AdnoMinAl 3 coMpleMento noMinAl
AulA 20
Função sintática
relação
Forma
valor de sentido
Complemento nominal
Associado a um adjetivo,
advérbio ou substantivo
abstrato de significação
transitiva.
Sempre se liga ao nome
por meio de uma
preposição.
Indica o paciente afetado
pela ação contida no
nome ou alvo para o qual
se orienta a significação
do nome.
Pode ligar­se ao nome
com ou sem preposição.
Indica um atributo do
nome, jamais informa o
paciente afetado ou alvo
da ação contida no nome.
Em casos especiais, indica
o agente.
Associado a um nome
(sempre um substantivo)
Adjunto adnominal
Exemplos:
A
A
resposta
ao público
substantivo
complemento nominal
resposta
do professor
substantivo
adjunto adnominal
foi satisfatória.
foi satisfatória.
exercícios
1
Para responder a este exercício, leve em conta que o nome aviso pode vir rodeado de satélites que indicam:
o agente da ação (o que dá o aviso);
o destinatário da ação (aquele a quem se destina o aviso).
Nas frases a seguir, ocorre esse nome (aviso). Leia­as com atenção e assinale:
A) Se vem apagado o agente desse nome e explícito o destinatário.
B) Se vem explícito o agente e apagado o destinatário.
C) Se vêm apagados tanto o agente como o destinatário.
D) Se vêm explícitos tanto o agente como o destinatário.
I. ( C ) Fiscais denunciam imprecisão dos avisos nos aeroportos brasileiros.
II. ( B ) Segundo aviso do comandante, o voo sofrerá um atraso de 15 minutos.
III. ( A ) Aviso aos motoristas: trânsito lento na descida para as praias.
IV. ( D ) Para os fiscais, o aviso da empresa aos clientes não estava suficientemente claro.
2
Nos enunciados abaixo, analise os termos destacados, de acordo com o código:
A) Adjunto adnominal
B) Complemento nominal
I. ( A ) A pergunta do repórter foi considerada indiscreta.
II. ( B ) A pergunta ao repórter foi considerada indiscreta.
III. ( A ) A compra de ouro em barras já é possível para o pequeno investidor.
IV. ( B ) Em seus artigos semanais, o controvertido colunista não esconde seu ódio contra pobres e desfavorecidos.
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TexTo para a quesTão 3
Congresso internacional do medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 61.
3
Sobre os versos em destaque, assinale a alternativa que contenha um comentário correto:
a) todos os complementos do substantivo medo indicam os pacientes do medo, sendo classificados como
complementos nominais.
b) os termos que acompanham a palavra medo apresentam sentido ativo, sendo por isso classificados como
adjuntos adnominais.
c) a repetição da palavra medo é um recurso poético para indicar o forte sentimento de covardia que afeta
os responsáveis pela segurança.
d) a repetição da palavra medo serve para sugerir sua disseminação por todos os lugares, e a ambiguidade
criada pelos seus modificadores indica que esse sentimento não afeta apenas os fracos.
e) os termos que acompanham medo podem ser classificados como adjuntos adnominais ou complementos
nominais, sem que isso chegue a implicar mudanças nas ideias expressas pelos versos.
orientAção de estudo
Livro-texto 1 — Gramática
Caderno de Exercícios — Unidade I
tarefa Mínima
Leia o item 3, cap. 4.
Faça os exercícios 1 a 3, série 13.
tarefa complementar
Faça os exercícios 9 a 11, série 13.
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