LENTES DE CONTATO Por Luiz Alberto Perez Alves Sua história e evolução A idéia de se corrigir problemas visuais através do sistema de lentes de contato, teve origem nos estudos e observações realizadas pelo gênio de Leonardo D’Vince quando em 1.508 descreveu as alterações que a luz sofria ao passar pelas partes transparentes do olho. Esses estudos foram iniciados após ele perceber que sua própria visão se modificava quando ele abria os olhos embaixo d’água. Porém foi apenas em 1.637 que estas observações foram utilizadas para descrever o ancestral mais longínquo das lentes de contato, quando Rene Descartes dedicou um capítulo de sua obra intitulada “DIOTRIK” a esse sistema de correção visual. Resumindo: Ele propõe que uma calota fabricada em vidro soprado fosse sobreposta diretamente sobre a superfície frontal do olho para corrigir deformações corneanas.(Esta proposta não foi utilizada na prática). Após mais um grande período de tempo, essas teorias viraram prática. Em 1.888 na Alemanha, Miller que já era fabricante de prótese ocular, Produz a primeira lente de contato feita em vidro soprado. Essa primeira fase prática das lentes de contato encontrou poucos adeptos, pois eram muito incomodas, primeiro pelo processo de produção e matéria prima: vidro soprado. Segundo: Sistema de correção visual, estas eram afocais, ou seja, não tinham grau, a correção óptica era realizada pelo acumulo de lágrimas acompanhada de solução fisiológica entre lente e olho. Terceiro: Desconhecimento de como obter medidas precisas do olho para poder fabricar as lentes, nesta época o formato do olho era obtido fazendo-se molde da superfície frontal do olho com gesso odontológico, fato que era extremamente desconfortável, além de provocar lesões na córnea, conhecidas como despetelizações. Desta forma tínhamos lentes grandes, cobrindo toda porção frontal do olho, escondendo-se sob as pálpebras, chamando-se de lentes esclerais, por terem seu apoio nessa região do olho. Neste período que vai do final do século XIX e inicio do século XX, pesquisadores ópticos independentes e empresas ópticas de inúmeros países pesquisam esse novo e revolucionário sistema de correção, que poderia ser utilizado por praticamente todos os portadores de deficiências visuais como por ex: miopia, hipermetropia, astigmatismo, etc. Na década de 20 já começa a se usar o plástico como matéria prima para lente de contato, o que a torna mais confortável, pois este material permite um melhor acabamento, além de ser mais leve que o vidro. Outra grande novidade é a fabricação de lentes já com grau em sua zona óptica. A década de 40 é marcada pela proposta de produção de lentes de contato corneanas, ou seja, do tamanho da córnea (porção transparente que reveste o colorido do olho), aproximadamente 11,5 mm de diâmetro. Esta lente popularizou-se na década de 50 e ganhou inúmeros adeptos, que encontraram nela muito mais conforto que nas antigas lentes esclerais. Também se passou a usar o queratômetro (aparelho que mede os raios de curvatura da córnea) para obter medidas que serviriam como guia para se fabricar as lentes. No final da década de 50 as lentes corneanas se transformaram em microcorneanas, ou seja, menores que a córnea e maiores que a pupila (entre 8 e 10 mm) a matéria prima dessas lentes era o Poli-metimetacrilato ( PMMA ), um material orgânico. Foi também na década de 50 que a primeira industria de lentes de contato se instalou no Brasil, fundada por um alemão Werner Otto Hoffmannbeck. O grande salto das lentes de contato deu-se no início da década de 70, com o lançamento das lentes de contato hidrofílicas (gelatinosas). Otto Witcherle Descobridor da LC Gel. A matéria prima utilizada para a fabricação dessas lentes é o PoliHidroxietilmetacrilato que tem capacidade de absorver água sem perder suas características ópticas. As lentes são produzidas pelo sistema de centrifugação (moldadas em moldes giratórios), utilizando a matéria prima em estado liquido (monômero) e posterior polimerização (ganhando consistência). Quando então pode absorver até 40% de seu peso em água. Estas lentes desenvolvidas por um cientista da Checoslováquia chamado Otto Witcherle decididamente popularizou as lentes de contato, pois por serem muito confortáveis e fáceis de usar e manter servem de opção de uso para muitas pessoas portadoras de deficiência visual. A sua evolução não parou mais, novas matérias primas são continuamente desenvolvidas, hoje temos materiais que absorvem mais de 60% de seu peso em água e as moderníssimas lentes que tem baixa hidratação, porém preservam a humectabilidade da lente além de contribuírem para a estabilização do volume lacrimal e proporcionarem alta permeabilidade aos gazes, notadamente o oxigênio, essas são as lentes de silicone acrilato. As pessoas que podem se beneficiar com o uso de lentes de contato, são além dos míopes (problema para enxergar de longe), hipermetropes (problema para enxergar de longe e perto), astigmatas (problema de enxergar objetos distorcidos), também os presbitas (pessoas que após os 40 anos tem dificuldade para visão próxima), ou simplesmente por estética, como por exemplo mudar a cor dos olhos. Os esportistas têm nas lentes de contato um grande aliado, pois oferecem conforto, praticidade e principalmente segurança durante o uso. Hoje as lentes de contato descartáveis são uma realidade e estão disponíveis tanto para miopia como hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Elas podem ser incolores ou coloridas para mudar a cor natural dos olhos para mel, azul, violeta, verde, cinza, entre outras cores e tonalidades. As lentes permitem um uso flexível, porém devem ter sua adaptação acompanhadas por um Profissional Óptico com habilitação em lentes de contato que é o Contatólogo que através de avaliações irá determinar o sistema de uso seguro e orientar o cliente em sua manipulação e sistema correto de cuidados e higienização delas com produtos especiais. No Brasil temos as lentes descartáveis de 1 dia, ou seja, a cada dia uma lente nova. Elas são ideais para pessoas que desejam fazer uso ocasional; por exemplo: Nas práticas esportivas ou ocasiões sociais esporádicas. Também já temos lentes de contato descartáveis Bi e Multifocais (para pessoas com deficiência visual para longe, além de presbiopia que é dificuldade de ver de perto), e as lentes Tóricas para portadores de astigmatismo. As restrições de uso das lentes de contato ficam por conta das pessoas com hipersensibilidade a lente ou alergia dos produtos de higienização das mesmas, assim como para profissionais que convivem em ambientes com vapores irritantes ou poeira, além de pessoas com contra indicações patológicas. Para se comprar lentes de contato é necessário primeiramente consultar um especialista para um exame ocular, não havendo contra indicações de uso, e de posse da prescrição do grau, procurar um Profissional Contatólogo habilitado em uma Óptica devidamente licenciada na Vigilância Sanitária de seu município e proceder aos testes de adaptação. Só após este teste é possível adquirir as lentes de contato e receber todas as orientações de uso, manutenção e higienização perfeita das lentes é fundamental para o sucesso de uso. Rua Augusta, 2.530 loja 09 Jardins São Paulo SP CEP 01412-100 Fone: 11-3085.7298 Fax: 11-3085.2743