evangelho de joão marcos. - Paróquia Sagrado Coração de Jesus

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EVANGELHO DE JOÃO MARCOS.
Padre Geraldo Ildeo Franco
Novembro – 2014
EVANGELHO DE JOÃO MARCOS.
Para que se possa ler os quatro Evangelhos aos domingos nas missas durante
o ano, sem omissões e sem repetições, foram criados os anos A, B e C.
No Ano A lê-se o evangelho de Mateus.
No ano B lê-se o evangelho de Marcos.
No ano A lê-se o evangelho de Lucas.
O ano litúrgico tem início, em novembro, após a festa de Cristo Rei e não em
janeiro. O ano litúrgico, ano B, de 2015, tem início no dia 30 de novembro de
2014.
O ano B vai terminar igualmente no final de novembro de 2015, quando terá
início o Ano C.
Nos anos pares nos ímpares lê-se Marcos, desde a primeira semana até a 9ª
semana do tempo comum
O Evangelho de João é lido nos três anos, A, B e C, especialmente no ano B,
dado que o Evangelho de Marcos é menor e não seria suficiente para
preencher as leituras dos 50 domingos do ano.
Pela liturgia católica, em 2015 as missas dominicais fazem parte do chamado
Ano B.
São quatro os domingos do Advento, um tempo preparatório para o Natal.
O NOVO TESTAMENTO = NOVA ALIANÇA
O Novo Testamento contém os escritos inspirados por Deus, depois de Jesus
Cristo. É formado por vinte e sete livros. Os livros do Novo Testamento
começaram a surgir apenas cerca de 30 anos depois de Jesus. Jesus não
escreveu suas mensagens e feitos. O Messias apenas viveu, conviveu,
ensinou, curou, sofreu pela maldade dos homens e venceu a morte. O primeiro
livro do Novo Testamento, a ser escrito, é a Carta de Paulo aos
Tessalonicenses – ano 52.
Antes dos Evangelhos, os primeiros escritos, depois de Jesus, surgiram
espontaneamente nas comunidades. Foram chamados de “ditos de Jesus”,
sentenças de Jesus. São vistos como simples apostilas geradas a partir das
comunidades apostólicas. Desses ditos e de outras pesquisas, João Marcos,
companheiro de Paulo e de Pedro, compilou o primeiro evangelho, a Boa Nova
de Jesus, querendo provar que Jesus é mesmo o Filho de Deus – ano 65. O
Evangelho de Marcos tem 16 capítulos e 678 versículos.
O Evangelho de Marcos tornou-se fonte de pesquisa para Mateus e Lucas. O
trio, Mateus, Marcos e Lucas, escreveu o que chamamos de EVANGELHOS
SINÓPTICOS.
27 LIVROS DO NOVO TESTAMENTO
4 Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João
1 Atos de Apóstolos – escritos por Lucas
14 Cartas de Paulo – Algumas são de seus discípulos
3 Cartas de João
2 Cartas de Pedro
1 Carta de Tiago
1 Carta de Judas
1 Apocalipse de João
ORIGENS DOS EVANGELHOS SINÓPTICOS
Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas são chamados de sinópticos porque
seus evangelhos são muito parecidos. Se forem transcritos numa tabela
comparativa, ou sinopse, ou seja, ainda, sendo colocados em três colunas
paralelas, os três textos irão coincidir, numa visão de conjunto, quase
totalmente em suas narrações. Divergem em pontos secundários. Completamse na teologia, no querigma e na mensagem central sobre Jesus, o Filho de
Deus.
COINCIDÊNCIAS NOS SINÓPTICOS
O Evangelho de Mateus contém as mesmas matérias narrativas, na mesma
ordem e com idênticas palavras de Marcos. Mateus é mais longo que Marcos.
Marcos desconhece muitas sentenças e parábolas de Jesus. Lucas e Mateus
se inspiraram em Marcos, de quem copiaram muitas ideias e narrações.
Concluímos que ou Mateus acrescentou algo a Marcos, ou Marcos simplificou
os escritos de Mateus. Marcos não narra em geral sentenças de Jesus nem
muito menos o Sermão da Montanha. Certamente Mateus acrescentou às
narrações de Marcos outras Tradições e narrações surgidas em várias
comunidades cristãs nascentes.
OS SINÓTICOS: MATEUS – MARCOS – LUCAS
Mateus e Lucas, ao elaborarem o seu Evangelho, devem ter se inspirado em
Marcos para escrever a Boa Nova. Marcos baseou-se em sínteses de tradições
referentes a Jesus, (lógia de Jesus, ditos de Jesus, quelle = fonte) nas quais as
palavras e os gestos de Jesus eram transmitidos independentemente de
qualquer visão de conjunto da sua vida ou da sua pregação.
MATEUS
Os escritos de Mateus surgiram de um ambiente judeu-cristão próximo da
Palestina, (Síria?) para onde os cristãos de Jerusalém se refugiaram quando
aconteceu a guerra judaica – 66 a 72 dC, certamente levando consigo alguns
“ditos” de Jesus, de estilo rabínico, próprio de Jesus e da Tradição dos
primeiros cristãos na Palestina.
LUCAS
O Evangelho de Lucas igualmente possui algumas ligações com o de Marcos.
Tem a mesma sequência, ordem e as mesmas sentenças que Mateus
acrescentou a Marcos. Lucas busca dados da mesma fonte (Marcos?) de que
se abasteceu Mateus para elaborar o seu evangelho, Lc 1,1-4.
Os três evangelhos sinóticos são semelhantes quanto ao conteúdo e quanto à
ordem, podendo ser colocados em colunas paralelas numa visão de conjunto
para evidenciarem suas semelhanças. Entretanto, eles tinham destinatários
específicos:
Mateus  Comunidade cristã provinda dos judeus neo-convertidos.
Marcos Atingir os pagãos (romanos) neo-convertidos ao cristianismo.
Lucas  Atingir os gregos e pagãos neo-convertidos.
OS DITOS DE JESUS
Entre os anos 30 e 60 dC não havia textos escritos sobre Jesus, a não ser
“ditos de Jesus” que eram chamadas de “fontes ou apostilas”. O anúncio e as
pregações nas celebrações e nas missões, sobre Jesus, eram orais. Os textos
sobre Jesus nasciam das comunidades de fé no Ressuscitado. As narrações
orais ou escritas mais primitivas surgiam e se organizavam com a finalidade de
catequizar os fieis sobre as sentenças, as atividades e os milagres de Jesus,
comprovando a sua autoridade divina.
Para entendermos melhor os Evangelhos, devemos notar que eles foram
escritos cerca de 30 anos DEPOIS da Ressurreição, quando já existiam
comunidades de fé, reunidas e fortalecidas pela Ressurreição e pela descida
do Espírito Santo em Pentecostes.
MARCOS ELABORA O PRIMEIRO EVANGELHO DE JESUS, O FILHO DE
DEUS
Entre os anos 65 e 70 Dc. João Marcos teria escrito um texto, partindo de
documentos sobre as palavras e feitos de Jesus, dando origem ao primeiro
Evangelho, sobre o qual Mateus e Lucas vão basear seus evangelhos.
HISTÓRIA DE MARCOS
João Marcos escreveu o evangelho em Roma, depois da perseguição de Nero,
ano 64, depois da morte de Pedro.
João Marcos nasceu em Jerusalém (At 12,12; 13,5.13; 15,37-39). Sua mãe era
xará de Maria de Nazaré, mãe de Jesus, Atos 12,12. Marcos foi companheiro
de Paulo e Barnabé (em Roma?) I Pd 5,13, Atos 12,25.
Marcos frases latinas grecizadas contidas em seu Evangelho. Escreveu em
grego. Teve ainda o cuidado de explicar costumes judaicos, 7,3-4;14,12; 15,42
e de traduzir as palavras aramaicas, de frisar o alcance do evangelho para os
não judeus 7,27; 10,12; 11,17. As palavras aramaicas utilizadas por Marcos
provam que Marcos escreveu em ambiente romano (7,27; 10,12; 11,17; 13,10),
que desconhecia o aramaico e os costumes judeus.
PROVAS DE QUE MARCOS ESCREVEU O EVANGELHO
Papias, ano 150 dC, bispo de Hierápolis, afirmou que o segundo Evangelho é
de Marcos, um autêntico conhecedor e intérprete de Pedro em Roma. Para ele
Marcos era um expositor da doutrina de Pedro, se bem que, no seu evangelho,
possamos identificar muitas e diferentes tradições.
O Código de Marcião e Ireneu atestam que realmente Marcos escreveu o
Evangelho.
Outros, como Clemente de Alexandria, dizem que Marcos escreveu, quando
Pedro ainda estava vivo.
João Marcos era um judeu convertido ao cristianismo. Gozava de grande
autoridade diante das comunidades cristãs. Emigrou da Palestina para Roma,
em cuja casa Pedro se refugiou. Foi companheiro de missão de Paulo e
Barnabé, Atos 12,25. Afastou-se deles já na primeira viagem, At 1,5,
provocando a separação dos mesmos na segunda viagem, Atos 15,37-39. É
visto em Roma com Paulo e Pedro, Colossesses 4,10; I Pedro 5,13. Foi o
expositor da doutrina ensinada por Pedro, se bem que tenha se baseado
igualmente em outras e diversas fontes - Marcos 2,1-3,35, para escrever o
Evangelho, entre os anos 65 e 70.
MARCOS JUDEU PARA OS NÃO JUDEUS
O evangelho de Marcos destina-se a não judeus que moravam fora da
Palestina. Insiste no seguimento a Jesus, numa comunidade assustada pelas
perseguições de Nero. Não mostra clara ligação com a doutrina de Paulo,
apesar de Papias o chamar de intérprete paulino. Destaca somente João e
Tiago no meio dos Doze, como encarregados de dar testemunho de Pedro.
Marcos deu origem ao evangelho de Mateus e a Lucas, dos quais é anterior,
onde gestos e palavras de Jesus são narrados sem nenhuma visão de conjunto
da sua vida ou pregação.
O
EVANGELHO
DE
MARCOS
É
DESTINADO
A
PAGÃOS
NEO-
CONVERTIDOS
Marcos
escreveu
a
pagãos,
neo-convertidos
(pagãos,
romanos)
ao
cristianismo, que viviam fora da cultura judaica. “Carregar a Cruz” significa para
Marcos, traumas provocados pela perseguição de Nero. Parece mesmo
originário de uma tradição petrina.
MARCOS: O PRIMEIRO A ESCREVER O EVANGELHO
O evangelho de Marcos é o primeiro evangelho. Mateus e Lucas, que
escreveram com linguagem mais bem elaborada, aparecem mais tarde, tendo
Marcos como base para elaborarem o seu evangelho.
Nos séculos XIX e XX o evangelho de Marcos começou a ser valorizado pelos
exegetas. Mais rude, sem ostentação, mostrando muitos semitismos, foi de
caráter elementar para as reflexões usadas das comunidades primitivas e neoconvertidas ao cristianismo.
MATEUS E LUCAS
Pelo ano 80 dC Mateus e Lucas teriam escrito seus evangelhos, tendo como
base e fundamento para suas pesquisas o evangelho de Marcos. Ainda que
independentes, Mateus e Lucas se utilizam do evangelho de Marcos e de uma
coleção de sentenças de Jesus, que a comunidade de Jerusalém mantinha,
antes da guerra judaica – 66-73 Dc.
Seja como for, Mateus, Marcos e Lucas, compilaram coerentemente sentenças,
feitos, milagres de Jesus, convidando-nos a segui-lo e a ressuscitar com o
Mestre dos Mestres, sendo sal da terra, luz do mundo e fermento na
construção de uma sociedade igualitária e fraterna.
SEGUIR A JESUS É CONSTRUIR O REINO
Jesus insiste sobre o seguimento a ele. Fala sobre a proximidade do Reino de
Deus. As parábolas, as controvérsias e os exorcismos comprovam que o
primitivo evangelho de Marcos nasceu das necessidades das comunidades que
estavam começando a se organizar. Necessitavam de um subsídio prático para
a pregação, catequese, polêmicas, liturgia.
A FÉ EM JESUS E OS PRIMEIROS DISCÍPULOS
Marcos deixa transparecer no seu evangelho o valor do testemunho dos
primeiros discípulos no tempo da perseguição de Nero. Marcos fixou por escrito
alguns feitos e ensinamentos de Jesus, quando a vida das comunidades fora
da Palestina e a reflexão teológica atiçada pelo choque com as culturas
estrangeiras estavam ameaçadas de perder o contato com as origens das
pregações do Divino Mestre na Palestina. Como Jesus é o Filho de Deus, a fé
nEle devia ser comprovada pelo engajamento incondicional no seguimento a
Jesus.
GALILEIA/JERUSALÉM
Segundo João Marcos, o ministério de Jesus se concentra na Galileia, lugar da
manifestação escatológico-divina do Cristo e ponto de partida para a missão
entre os pagãos - Marcos 7,24-37.
Jerusalém é o lugar da rejeição de Jesus pelos judeus, Marcos 3,22. No
contraste entre Nazaré e Jerusalém fica evidente o da passagem da salvação
dos judeus incrédulos para os pagãos que aceitaram a proposta da Salvação.
O evangelho, escrito por Marcos, procura apresentar a boa-nova de Jesus
Cristo Filho de Deus, 1,1, a própria pessoa e a obra de Jesus, que dão sentido
à vida cristã. Mostra a importância de Jesus, base fundamental para o anúncio.
DE ONDE NASCE O EVANGELHO DE MARCOS?
Marcos, para escrever o Evangelho, demonstra ter se utilizado de fontes mais
antigas, pequenas peças literárias, 2,1- 3,35, sobretudo do relato da Paixão,
que se referiam abundantemente a expressões hebraicas, de caráter elementar
das reflexões sobre Jesus.
As fontes existentes de que deve ter se servido Marcos, eram parciais. Marcos
é o primeiro a escrever uma “biografia” de Jesus, desde o batismo até a
ressurreição, com sequência cronológica e geográfica. Na verdade não se trata
apenas de biografia, mas de anúncio da Boa Nova de Jesus Filho de Deus aos
pagãos que desejam aderir a Jesus, vivendo o seu Evangelho de salvação.
JESUS SE REVELA
Na primeira parte do Evangelho de Marcos - 1, 1 – 8,26 - Jesus revela a sua
natureza divina, o Messias, o Filho de Deus. Proíbe aos demônios, 1,25-34, às
pessoas curadas, 1,44, e aos discípulos de revelarem em público o significado
de sua pessoa. Nem todos lhe obedecem. Jesus não queria se tornar como
que um homem de espetáculos e de mágicas. Não era ainda o momento certo
de Ele se fazer conhecido como O Filho de Deus. Conhecer e viver a
Ressurreição exigia maturidade, fé, compromisso, conversão e caridade no
coração. O povão ainda estava imaturo para entender a divindade de Jesus, o
Filho de Deus.
QUEM O POVO DIZ QUE EU SOU?
A partir de 8,27, o mesmo Jesus procura esclarecer a natureza de sua pessoa
e pergunta: “Quem o povo diz que eu sou?” Ele mesmo se revela como o “Filho
do homem” que devia morrer e ressuscitar, 8,31. Não é compreendido pelos
discípulos. Faz exigências radicais para os seus seguidores, 8,34-38.
JESUS: MESSIAS E FILHO DE DEUS
Diante do tribunal que O condena, Jesus afirma ser o “Messias e Filho de
Deus”, 14, 61. Ao morrer, é reconhecido pelo centurião romano como “Filho de
Deus” 15,39. Esse é o segredo messiânico revelado somente a poucos para
mostrar como a dignidade de Jesus Messias e Filho de Deus já estava
escondida na sua vida terrena, mas foi reconhecida somente após a sua morte
e ressurreição, 9,9.
Marcos inicia o Evangelho de Jesus Filho de Deus e o finaliza com o anúncio
da Ressurreição feito pelo anjo e com a ordem de os discípulos se dirigirem à
Galileia, donde deveriam partir para as missões, levando a boa-nova da
ressurreição a todos os povos, 9,9.
MARCOS, EVANGELISTA, MAS NÃO APÓSTOLO
O evangelista João Marcos, que não foi apóstolo, devia conhecer muito bem a
Palestina, pois dá indicações precisas dos lugares por onde Jesus passava 1,4.
Escreveu em ambiente romano que nada sabia das terras do Médio Oriente.
Marcos esclarece que Jesus exerceu o seu ministério na Galileia e em seus
arredores, 7,24.31; 8,27. Passa pela Peréia e por Jericó, 10 e sobe para
Jerusalém, 11. Escreve para cristãos romanos ainda ligados a uma origem
palestina, comprometidos com a missão entre os pagãos e com a igreja
formada por judeus e gentios.
EVANGELHO: DE DEUS – A BOA NOVA
Marcos em seu “Evangelho de Deus” mostra que Jesus é o Filho de Deus,
1,14. O Evangelho é a Boa Nova destinada a todos os povos cuja aceitação
define a fé cristã por meio de Jesus. A Boa Nova não é apenas o ensinamento,
mas a Pessoa e obra de Jesus Cristo, Filho de Deus. Deus deve ser
proclamado a todas as nações: 13,10; 14,10. A ação de Deus manifesta em
Jesus deve ser proclamada pela palavra confiada aos discípulos.
A AÇÃO DIVINA EM MEIO AOS HOMENS
O Evangelho escrito por Marcos mostra a ação divina em meio aos homens.
Marcos pretende provar que Jesus é o Filho de Deus. As palavras e as ações
de Jesus contra as forças do mal são reconhecidas pelo povo: 1,21-45; 3,7-10,
mas contestadas pelos inimigos da verdade.
Marcos em seu evangelho do início até o capítulo 8º menciona o Segredo
messiânico. O Segredo messiânico deve ser guardado, pois Jesus não quer
dar espetáculo. O segredo é este: Jesus é o Filho de Deus, 1,25; 3,12.
Os opositores – doutores da Lei, fariseus, saduceus - e os legalistas se opõem
a que Jesus seja o Messias, o Divino. Dizem que ele é instrumento do príncipe
dos demônios, 3,22-30.
Os discípulos distinguem-se da multidão, pois já começam a entender o que é
anunciado pela Ressurreição: Jesus é mesmo o Filho de Deus, 4.10. 33-34.
O SEGREDO MESSINÂNICO
A pergunta que se faz a respeito de Jesus é a seguinte: “o que é isto? 1,27 –
quem é este? 4,41 – As respostas são divergentes. Pois, nem todos O
entendem nem O aceitam. Pela boca de Pedro, os discípulos reconhecem que
Ele é o Cristo, o Ungido, 8,29. Mas devem se calar para não precipitarem nem
transformarem Jesus em um simples mágico ou um show man.
O ÁPICE DO EVANGELHO: A PAIXÃO DE JESUS
O ápice do evangelho de Marcos é a Paixão, os conflitos em Jerusalém e o
tríplice anúncio sobre os sofrimentos de Jesus que seguem à profissão de fé de
Pedro.
O Segredo messiânico ocupa lugar de destaque, 3,6; 1,34; 1,44; 8,30. Jesus
não fora reconhecido senão depois da Páscoa. Só na humilhação do Cristo o
evangelista Marcos deixa claro sobre a pessoa e a missão do Filho de Deus.
JESUS SEMPRE ACOMPANHADO
Jesus, desde o início do Evangelho de Marcos, aparece com os discípulos que
deveriam dar prosseguimento à obra começada. Já na Galileia acontece o
chamamento dos quatro discípulos (Simão, André, Tiago e João) 1,14,ss. Não
fica só, a não ser quando os manda pregar, 6,7-30 e no momento da paixão.
Após sua ressurreição ele reagrupa os discípulos em torno de si 14,28;16,7.
A lentidão dos apóstolos em crer, a sua contínua falta de compreensão e a
imaturidade no momento em que se cumpre na verdade a revelação do Cristo,
Filho de Deus, mostraram o plano de Marcos de revelar o melhor somente
depois da Ressurreição.
JESUS: CONFRONTO COM OS ADVERSÁRIOS
Marcos 11-13: Jesus confronta os seus adversários.
14-15: O segredo messiânico é desvendado no discurso da Paixão.
- A declaração de Jesus diante do Sinédrio o condena à morte.
- 15,39: ligam Jesus às revelações de Deus por ocasião do Batismo e da
Transfiguração (11,11; 9,7) e justificam o título: “Jesus é o Cristo, o Filho de
Deus”.
- O ponto central do Evangelho de Marcos é o relato da Paixão, consequência
dos conflitos em Jerusalém, do tríplice anúncio da Paixão, seguida pela
profissão de fé de Pedro (3,6; 1,44; 8,30). Isso quer mostrar que após a sua
Páscoa o segredo está revelado em (1,1; 3,11; 8,29).
As contendas e o segredo messiânico são bem entendidos somente depois da
ressurreição, 14-15. Sua morte, 14,61-62, e a palavra do centurião romano na
hora final, 15,39, encaixam-se com as revelações de Deus por ocasião do
Batismo e da Transfiguração, 1,11; 9,7 e justificam o título do livro: Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus,1,1.
O POVO NÃO ESTAVA PREPARADO PARA ENTENDER O FILHO DE DEUS
O tempo de Jesus deveu ser apenas para preparar e amadurecer os seus
admiradores e seguidores. Os discípulos não tinham ainda entendido e não
estavam preparados para a grande Páscoa da Vitória de Jesus.
O final do Evangelho de Marcos descreve as mulheres fugindo de junto do
sepulcro vazio, sem dizer nada a ninguém, “pois estavam apavoradas”,
mostrando assim que a ressurreição, para ser crida, assumida e vivida, exigia
muita convicção, clareza e uma vocação consciente de quem assume
totalmente a missão de Jesus.
CONHECENDO O EVANGELHO DE JOÃO MARCOS
Dentre os evangelistas, Marcos é o primeiro a escrever em estilo de
Evangelho. Fora menos preferido menos pela Igreja que lia mais Mateus e
Lucas. É objetivo. Sublinha a importância de Jesus terreno para o anúncio da
fé.
Foi somente a partir do século XIX que o evangelho de Marcos se tornou mais
valorizado pelos estudiosos da literatura e da história antiga, da exegese do
Novo Testamento.
QUEM É JESUS?
Marcos escreveu o Evangelho com a finalidade de responder à pergunta:
“Quem é Jesus ?”. Não usa doutrinas teóricas ou discursos de Jesus. Relata
apenas a prática ou atividade de Jesus, deixando ao leitor tirar a conclusão:
Jesus é o Messias, o Filho de Deus – 1,1; 8,29; 14,61; 15,39. O importante na
leitura do Evangelho de Marcos é perceber o significado do que Jesus faz, isto
é, estar atento ao quadro completo da sua atividade.
O EVANGELHO DE MARCOS É COMPLETADO PELOS SEGUIDORES DE
JEUSUS
Marcos dá a entender que sua obra não é completa. Cabe ao leitor concluir a
Boa Nova, tomando posição: continuar o livro através de sua própria vida. O
leitor deve decidir em assumir as propostas de Jesus, reconhecer Jesus como
o Messias, o enviado por Deus a este mundo para a nossa salvação – 8,29;
15,39. O leitor deve aceitar o convite - 16,7 - e ir atrás do Ressuscitado com
boas obras, construindo uma sociedade justa e fraterna.
Não basta ler o
evangelho, mas continuar aqui e agora a atividade concreta de Jesus, através
de ações que façam renascer continuamente a esperança da vinda do Reino.
O MESSIAS ESPERADO E O MESSIAS JESUS
Jesus, pelas suas ações e práticas, realiza o projeto messiânico segundo a
vontade do Pai, entrando em conflito com uma concepção de Messias ligada
ao poder de dominação. O povo esperava e queria um messias glorioso,
poderoso, rico e dominador, que libertasse os judeus do domínio Romano,
fazendo Israel retornar o antigo esplendor dos tempos de Davi e Salomão.
Esse messias poderoso não iria realmente ser o Libertador dos humildes.
Continuariam reforçados os esquemas de dominação, classista e opressor. Por
isso, por não aceitar a dominação de ninguém, Jesus teve que enfrentar a forte
oposição dos saduceus e fariseus.
A atividade de Jesus tem objetivo claro: concretizar a vinda do Reino de Deus.
– 1,15. Transformar radicalmente as relações humanas: o poder é substituído
pelo serviço (campo político), o comércio pela partilha (campo econômico), a
alienação pela capacidade de ver e ouvir a realidade (campo ideológico). Criar
a fraternidade sem discriminação de quem quer que seja.
As propostas e a vivência de Jesus provocam OPOSIÇÃO por parte das
autoridades corruptas e das pessoas beneficiadas e privilegiadas, que faziam
de Jerusalém e do Templo sede de seu poder e de sua riqueza. O resultado
desse conflito entre Jesus e os poderosos da religião, da economia, da
sociedade é a condenação injusta de Jesus à morte e morte de Cruz. Jesus
ressuscita, vence a morte e continua vivo em seus discípulos. Sua ressurreição
é a sentença condenatória do sistema opressor que o crucifica.
O MINISTÉRIO DE JESUS
O ministério de Jesus (ações, fatos, palavras, milagres, ensinamentos,
milagres) é concentrado na Galileia, lugar de manifestação escatológica de
Jesus, ponto de partida para a missão entre os pagãos, 3,22. Marcos
preanuncia a passagem da salvação dos judeus incrédulos – da Galileia e de
Jerusalém - para os gentios que acreditavam em Jesus.
Os personagens, os lugares, os ensinamentos de Jesus, a insistência na
proximidade do Reino de Deus, as parábolas, as controvérsias e os exorcismos
citados por Marcos no Evangelho, provam que ele se utilizou de fontes bem
mais antigas, próximas da origem, ligadas aos primeiros discípulos.
O evangelho de Marcos nasceu de uma extensa pesquisa e de convivência
intensa com os judeus e com os pagãos.
QUEM É ESTE HOMEM JESUS?
Marcos documentou o seu Evangelho no momento em que as comunidades
espalhadas fora da Palestina e a reflexão teológica em debate com outras
culturas não judaicas, estavam ameaçadas de perder o contato com as
origens. Trabalhou em cima da pergunta: “Afinal, quem é este homem?”
O evangelho de Marcos traz a resposta dos primeiros seguidores, as primeiras
testemunhas: Jesus é o Filho de Deus. Marcos aproveita para insistir que a fé
em Jesus, O Filho de Deus, se comprova pelo engajamento incondicional no
seguimento a Jesus. Os seguidores de Jesus ressuscitam para uma vida
transformada, com mentalidade nova, convertida para a construção do Reino,
baseada na justiça, na partilha, na fraternidade e no amor.
PRINCIPAIS TEMAS E ORDEM DO EVANGELHO DE SÃO JOÃO MARCOS
O Evangelho de Marcos apresenta uma sequência de relatos sem muito nexo,
mas com indicações geográficas mais precisas. Desde o início – 1, 1 - até o
final do evangelho, quando o oficial do Exército reconhece Jesus como o Filho
de Deus, – 15,39 - Marcos apresenta sua tese: Jesus Cristo é o Filho de Deus.
Marcos não narra o nascimento nem a infância de Jesus.
Marcos 1,14: As atividades de Jesus acontecem na Galileia e arredores
(7,2431) até as regiões pagãs. Passa pela Pereia e Jericó (10). Jesus sobe
para Jerusalém, onde foi morto e ressuscitou.
A ação de Deus manifesta-se em Jesus pela sua vida, palavras e ações, morte
e ressurreição, devendo agora ser atualizada. O Evangelho não é só uma
mensagem, mas AÇÃO divina em meio aos homens.
O Evangelho, a Boa Nova, é destinado a todos os povos, cuja aceitação define
a autêntica fé cristã. Marcos quer mostrar que Deus realizou suas promessas
em favor do povo.
- Início do Evangelho de Marcos: “evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. O
Evangelho (1,15) é a Boa Nova que deve ser proclamada a todos os povos
(13,10; 14,19).
Deve-se fazer de tudo pelo anúncio do Evangelho (8,35;
10,29).
JESUS CRISTO, FILHO DE DEUS
O poder do mal é inferior ao poder de Jesus (1,21-45; 3,7-10). Jesus, Filho de
Deus, é um fato que deve manter-se secreto, para se evitarem falsas
manifestações e ovações superficiais antes da Ressurreição (1,25; 3,12).
Os opositores colocam Jesus como um demônio (3,22-30).
Os discípulos distinguem-se na multidão, dado que Jesus lhes explicava
melhor todos os seus ensinamentos e parábolas - (4,10. 33-34).
“Que é isso?” (1,27) – um ensinamento dado com autoridade. Ele manda até
nos espíritos maus e eles lhe obedecem”.
“Quem é esse?” (4,41): os discípulos, na tempestade no Lago de Genesaré,
ficaram com muito medo quando a barca parecia que ia afundar e Jesus estava
como que dormindo... “Quem é este homem que até o vento e o mar lhe
obedecem”?
As respostas dadas pelo povo são diferentes (6,14-16); 8,27-28). A missão de
Jesus não é bem entendida (6,52; 8,14-21). Os discípulos o reconhecem pela
boca de Pedro que Ele é o Cristo (8,29). Mas, devem se calar; o que é repetido
por três vezes 8,31; 9,3032; - 10,32-34.
O Novo Ensinamento de Jesus é este: “O Filho do Homem deve passar pelo
sofrimento, a morte e a ressurreição”.
JESUS E SEUS DISCÍPULOS
Jesus aparece desde o início com os seus discípulos que deveriam prosseguir
a obra começada.
- Marcos mostra continuamente o chamamento de discípulos, pescadores, para
seguirem a Jesus (1,16-29).
Jesus vive com os discípulos. Trabalha com os seus seguidores.
- O Mestre anda sempre com os discípulos, exceto quando os manda a pregar
(6,7-30).
Jesus fica só: nos momentos da Paixão e depois da fuga dos apóstolos. Já
ressuscitado, Jesus reúne de novo os seus discípulos na Galileia.
- Os apóstolos são lentos para crer, sem compreender e deficientes diante da
Revelação de Cristo, Filho de Deus.
DISCÍPULOS LENTOS PARA CRER...
A fé dos discípulos só se desenvolve depois da Páscoa. A vida terrena de
Jesus foi um tempo de manifestação real, mas compreendida só depois da
Ressurreição. O segredo messiânico pode ter limitado a compreensão por
parte dos seus seguidores. O importante não é apenas conhecer e crer, mas
dar testemunho da verdade em favor da caridade e da justiça. Compreender e
assimilar, viver e anunciar é o seguimento autêntico a Jesus. A lentidão em
compreender é o tempo de amadurecimento da fé.
ESTRUTURA DO EVANGELHO DE JOÃO MARCOS
O evangelho de Marcos comporta três grandes divisões:
Prólogo: pregação de João Batista, batismo e tentação de Jesus (1,1-13).
I.
Pregação de Jesus na Galileia (1,14-6,6a):
1. Cafarnaum e a zona próxima (1,14-45; o ministério em
Cafarnaum é descrito no âmbito de apenas uma
jornada, exemplo da esquematização de Mc).
2. Disputa de Jesus com os judeus: cinco discursos
polêmicos (2,1-3,6).
3. Êxito de Jesus e algumas controvérsias (3,7-35).
4. As parábolas (4,1-34).
5. Quatro milagres no mar da Galileia (4,35-5,43).
6. Conclusão do ministério na Galileia: rejeição de Nazaré
(6,1-6a).
II.
As viagens de Jesus (6,6-10,52):
1. Missão dos apóstolos (6,6b-29).
2. Viagem e retorno, distribuição dos pães aos cinco mil,
controvérsia (7,1-23).
3. Viagem e retorno, milagres, controvérsia (7,24-8,12).
4. Viagem e retorno, curas, confissões de Pedro, anúncio
da paixão, transfiguração (8,13-9,50).
5. Viagem a Jerusalém, controvérsia, ensinamentos, cura
do cego (10,1-53).
6. Pregação em Jerusalém, paixão e morte, ressurreição
(11,1-16,8):
7. Atividade messiânica (11,1-26).
8. Ensinamento messiânico (11,27-12,44).
9. Apocalipse (13,1-37).
10. Jesus e seus discípulos (14,1-42).
11. Jesus processado pelos judeus (14,43-72).
12. Jesus interrogado por Pilatos e crucificado (15,1-47).
13. Jesus ressuscitado (16,1-8).
Apêndice (16,9-20).
BIBLIOGRAFIABíblia Sagrada de Jerusalém
Bíblia Sagrada – Ave Maria
Bíblia Sagrada – Edição Pastoral - Paulus
Bíblia Sagrada – CNBB
Dicionário Bíblico Universal- Vozes
Concordância Bíblica –SBB
Sinopse bíblica – Paulus
The New Jerome Biblical Commentary – Presence Hall
KONINGS, Johan, A Bíblia nas suas origens e hoje, Vozes
PALAVRAS-CHAVE
ALIANÇA: Mais que um contrato, é um compromisso de fidelidade total de uma
pessoa para com a outra pessoa. A Aliança não pode ser desfeita. Deus fez
uma Aliança com Noé, com Abraão, com Moisés e a concretizou ainda mais,
enviando-nos Jesus para a nossa salvação, apesar da infidelidade de seu povo
escolhido, os judeus.
MARCIÃO: Marcião de Sínope - ou Marcion - (em grego: Μαρκίων Σινώπης,
ca. 85 — 160 (75 anos)) foi um dos mais proeminentes heresiarcas durante o
Cristianismo primitivo. A sua teologia chamada marcionismo propunha dois
deuses distintos, um no Antigo Testamento e outro no Novo Testamento, foi
denunciada pelos Pais da Igreja e ele foi excomungado. Rejeita muitos livros
que seus contemporâneos consideravam como parte das escrituras. Mostrou à
Igreja antiga a urgência do desenvolvimento de um cânon bíblico. Apesar de
Marcião ser herege, compilou a lista dos livros bíblicos que foi reconhecida e
acolhida pela Igreja.
CLEMENTE DE ALEXANDRIA: ou Tito Flávio Clemente (Atenas (?), c. 150 Palestina, 215) foi um escritor, teólogo, apologista e mitógrafo cristão grego
nascido em Atenas.
Para cristãos pouco letrados, Clemente foi capaz de construir argumentos
lógicos convincentes, baseados nas escrituras e na filosofia, a favor do
cristianismo e contra os gnósticos de Valentim, que, baseados em Alexandria o mais importante centro de atividade intelectual da época - estavam em plena
expansão.
Defendeu a fraternidade e a repartição das riquezas entre os homens,
observado o livre-arbítrio. Clemente um incomparável mestre da filosofia. Para
São Jerônimo, Clemente foi o mais erudito dos Padres da Igreja.
EVANGELHO. A palavra Evangelho significa BOA NOVA. É boa notícia de
Jesus, enviado pelo Pai, para nos mostrar o caminho da verdadeira felicidade e
da salvação.
EXEGESE: É uma palavra grega que significa: tirar de dentro do texto bíblico o
seu verdadeiro significado, de acordo com o que o autor escreveu, sua
finalidade, seus destinatários dentro do contexto histórico.
EXEGETA: É a pessoa que faz exegese.
FARISEUS: Fariseu (do hebraico dad emon o é (‫פרושים‬o a um grupo de judeus
devotos da Torá, surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam
numa Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da
instituição da sinagoga. Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e a queda
do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da comunidade judaica e
se tornaram os precursores do judaísmo rabínico. A palavra Fariseu tem o
significado de "separados", " a verdadeira comunidade de Israel", "santos".
Sua oposição ferrenha ao Cristianismo rendeu-lhes através dos tempos uma
figura de fanáticos e hipócritas que apenas manipulam as leis para seu
interesse. Esse comportamento deu origem à ofensa "fariseu", comumente
dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo, que são julgados como
religiosos aparentes.
GENTIOS: A palavra gentio designa um não israelita. Deriva do termo latino
gens (significando "clã" ou um "grupo de famílias"). Muitas vezes, o termo
Gentios é usado no plural. Os tradutores cristãos da Bíblia usaram esta palavra
para designar coletivamente os povos e nações distintos do povo Israelita. A
palavra é especialmente importante em relatos sobre a história do cristianismo,
para designar os povos Europeus que, gradualmente, se converteram à nova
religião, sob a influência do apóstolo Paulo de Tarso e outros. O próprio Paulo
nascera na atual Turquia mas tinha sido educado no judaísmo.
IRENEU: Bispo e mártir, Santo Irineu que, pelos seus escritos, tornou-se o
mais importante dos escritores cristãos do século II.
Nascido na Ásia Menor, foi discípulo de São Policarpo, que por sua vez
conviveu diretamente com o Apóstolo São João, o Evangelista. Ao ser
ordenado por São Policarpo, Irineu foi para a França e assumiu várias funções
de serviço à Igreja de Cristo (que crescia em número de comunidades e
necessidade de pastoreio).
MESSIAS: O Ungido com óleo, marcado pela unção com oliveira, com azeite. É
o povo eleito de Deus. É aquela pessoa bendita que Deus envia para salvar o
seu povo. É o esperado pelos Israelitas. Jesus, sem ter sido ungido com o óleo,
possui a plenitude do Espírito Santo – Mt 3,16-17. Ele mesmo se declarou o
Ungido de Deus – Lc 4,18-22; Isaías 61. Jesus é o Messias, o Rei, o Profeta, o
Sacerdote. .
MILAGRE: ou miráculo (do latim miraculum, do verbo mirare, "maravilhar-se") é
um acontecimento dito extraordinário que, à luz dos sentidos e conhecimentos
até então disponíveis, não possuindo explicação científica ainda conhecida, dáse de forma a sugerir uma violação dasleis naturais que regem os fenômenos
ordinários.
MILAGRES DE JESUS: é são os feitos de Jesus de Nazaré registrados
nos Evangelhos e tidos por muitos como uma das maiores provas do poder
sobrenatural Dele.
Durante os 3 anos de seu ministério (entre 27 e 30 d.C), Jesus praticou
vários milagres. Alguns desses milagres não eram incomuns naqueles tempos,
outros foram extremamente grandiosos, segundo os registros históricos (nos
Evangelhos), tais como os relatados em relação às ressurreições, como a
ressurreição de Lázaro. E da filha do chefe da Sinagoga. Milagreiros e
curandeiros
perambulavam
pelo
país.
No
entanto,
alguns
ficaram
impressionados pela forma como Jesus curava. Ele exercia isto com muita
autoridade, chamando a atenção do povo e dos líderes religiosos e políticos,
levantando opositores e simpatizantes. Ao curar alguma pessoa, Jesus sempre
exigia uma profissão de fé. Estes milagres são citados como comprovantes da
divindade de Jesus. Entretanto, muitos teólogos mostram que a confirmação de
que Jesus é Deus é feita com base nas profecias históricas que se cumpriram
rigorosamente em Jesus. A autoridade, tanto ao realizar os milagres quanto a
de mostrar que era divino, era algo que dividia as pessoas entre os que criam e
os que o rejeitavam. Isso somado ao ensino revolucionário sobre o
relacionamento entre o ser humano e Deus, culminou em um dos maiores
acontecimentos históricos - a paixão de Cristo (a morte e ressurreição).
MILAGRES DE JESUS NO EVANGELHO DE MARCOS
1)
1,29 – Jesus cura a sogra de Pedro
2)
1,40 – Cura do Leproso
3)
2,1 – Cura do Paralítico
4)
3,1 – Cura o homem da mão seca
5)
3,10 e 6,54 – Curou a muitas pessoas
6)
4,35 – Curou a Hemorroíssa
7)
5,2 e 9,25 – Expulsou espíritos imundos
8)
5,35 – Dá vida para a filha morta do chefe da sinagoga
9)
6,35 e 8,1 - Multiplica os pães –
10)
7,31 - Curou o surdo-mudo
11)
8,22 e 10,46 - Curou o cego
12)
9,2 - A Transfiguração
13)
16 - A Ressurreição – Jesus vence a morte.
NERO: Claudius Cæsar Augustus Germanicus; Anzio, 15 de dezembro de 37
d.C. — Roma, 9 de junho de 68) foi um imperador romano que governou de 13
de outubro de 54 até a sua morte, a 9 de junho de 68.
Nero nasceu com o nome de Lúcio Domício Enobarbo. Era descendente de
uma das principais famílias romanas, pelo pai Cneu Domício Enobarbo e da
família imperial júlio-claudiana através da mãe Agripina, a Jovem, filha de
Germânico e neta de César Augusto. Ascendeu ao trono após a morte do seu
tio Cláudio, que o nomeara o seu sucessor.
Em 68 ocorreu um golpe de estado de vários governadores, após o qual,
aparentemente, foi forçado a suicidar-se.
O reinado de Nero é associado habitualmente à tirania e à extravagância. É
recordado por uma série de execuções sistemáticas, incluindo a da sua própria
mãe e o seu meio-irmão Britânico, e sobretudo pela crença generalizada de
que, enquanto Roma ardia, ele estaria compondo com a sua lira, além de ser
um implacável perseguidor dos cristãos.
PAPIAS: Papias foi um escritor do primeiro terço do século II e um dos
primeiros líderes da igreja cristã, canonizado como santo. Eusébio de Cesareia
o chama de bispo de Hierápolis (atualmente Hierápolis-Pamukkale, Turquia),
que fica a 22 km de Laodiceia e Colossos (Colossenses 4:13). Ireneu diz que
ele foi companheiro de Policarpo, consequentemente discípulo do apóstolo
João. Conforme a tradição ele foi martirizado junto com Policarpo (155 d.C.).
Suas Interpretações dos Provérbios do Senhor (a palavra "ditos" é logia) em
cinco livros teriam sido uma das principais autoridades no início da exegese
das palavras de Jesus, alguns dos quais são registrados no Evangelho de
Mateus e no Evangelho de Lucas. Entretanto, o livro não sobreviveu e só é
conhecido através de fragmentos citados em escritores posteriores, como
Ireneu em Contra as Heresias e mais tarde por Eusébio em História
Eclesiástica, a primeira história de sobrevivência da Igreja primitiva. Homem
curioso, Papias foi o primeiro a investigar as origens do cristianismo.
PEREIA: Parte da Transjordânia que ficou dentro do território de Antipas,
desde Péla até Maqueronte – João 1,28.
QUERIGMA: Proclamação de um arauto público. É a proclamação aos homens
da salvação realizada por Jesus. Seu conteúdo essencial é a ressurreição de
Jesus. São os discursos, os sermões dos apóstolos aos pagãos: Atos – 2,1439; 10,34-43. É o primeiro anúncio aos pagãos sobre Jesus Cristo, que foi
covardemente assassinado na Cruz e que se tornou a causa de nossa
salvação. Agora devemos crer nele para que sejamos salvos.
SADUCEUS: Nome de um partido oposto à seita dos fariseus. Compunha-se
de um número comparativamente reduzido de homens educados, ricos e de
boa posição social. A julgar pela sua ortografia, a palavra saduceu deriva-se de
Zadoque, que em grego se escrevia Sadouk. Dizem os rabinos que o partido
tirou o nome de Zadok, seu fundador, que viveu pelo ano 300 A. C. Compõe-se
este partido de elementos da alta aristocracia sacerdotal. Crê-se geralmente
que o nome Zadoque se refere ao sacerdote de igual nome que oficiava no
reinado de Davi, e em cuja família se perpetuou a linha sacerdotal até a
confusão política na época dos Macabeus. Os descendentes deste Zadoque
tinham o nome de zadoquitas ou saduceus.
SINÉDRIO: É o Tribunal, o Conselho supremo dos judeus na época do Novo
Testamento. Era composto por 71 anciãos. Tem sua origem no corpo dos
notáveis reorganizado por volta do ano 150 aC. pelo sacerdote Jônatas – I
Macabeus 12,35. No tempo de Jesus o Sinédrio era composto por três classes,
representantes da aristocracia leiga – os sumos sacerdotes – e membros das
quatro famílias sacerdotais, os escribas. Regulava com liberdade os assuntos
religiosos e civis.
TRADIÇÃO: Tradição: (do latim: traditio, tradere = entregar ou "passar adiante",
é a continuidade ou permanência de uma doutrina, visão de mundo, costumes
e valores de um grupo social ou escola de pensamento.
Ao nível da etnografia, a tradição revela um conjunto de costumes,
comportamentos, memórias, rumores, crenças, lendas, música, práticas,
doutrinas e leis que são transmitidos para pessoas de uma comunidade, sendo
que os elementos passam a fazer parte da cultura. A tradição é o fundamento,
conservado de forma oral ou escrita, dos seus conhecimentos acerca de Deus
e do Mundo, dos seus preceitos culturais ou éticos.
Em grego, na acepção religiosa do termo, corresponde à expressão paradosis
(παραδοσις) que é a transmissão de práticas e de valores espirituais, ou
conjunto das crenças, que são conservadas e seguidas com respeito ao longo
de muito tempo entre diferentes famílias.
Segundo a doutrina católica, a transmissão ininterrupta e fiel da Revelação
divina e imutável fez-se, com a assistência sobrenatural do Espírito Santo, por
uma dupla tradição (que em latim significa entrega ou acto de confiar; - II
Tessalonicenses 2,15):

A Tradição oral é radicada essencialmente no testemunho dos apóstolos
à revelação de Jesus Cristo, aos quais Jesus "deixou o encargo de levar o
Evangelho da Salvação a todas as criaturas. Essa ordem de Jesus foi vivida e
testemunhada e transmitida pelos bispos, unidos com o Papa, que são os
autênticos sucessores dos doze Apóstolos.

A Tradição escrita ou a Bíblia,
são o produto do registo escrito da
tradição oral pelos quatro evangelistas e outros escritores sagrados, sempre
inspirados pelo Espírito Santo.

Nas comunidades as Tradições guardavam, preservavam e anunciavam
feitos, fatos e palavras de Jesus e as transmitiam ao povo.
PE. Gildeo – novembro 2014
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