anorexia nervosa na adolescência: um estudo sobre a patologia e

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ANOREXIA NERVOSA NA ADOLESCÊNCIA: UM ESTUDO SOBRE A
PATOLOGIA E INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL DE
ENFERMAGEM
Boanerges da Silva Aguiar1
Dhiony Wesley Gomes da Silva2
Gilson dos Santos Araújo 3
Ruty Antunes Cristovão4
RESUMO:
Objetivo: elaborar um plano de ação voltado a promover uma melhor interação do
enfermeiro com o cliente adolescente portador de anorexia nervosa, no tratamento
da doença, utilizando as ferramentas sobre Sistematização de Assistência de
Enfermagem (SAE). Metodologia: estudo bibliográfico, realizados a partir de uma
consulta eletrônica em base de dados. Resultados: A anorexia nervosa é
caracterizada pela distorção da imagem corporal, por esta razão surge à busca pelo
emagrecimento de forma obsessiva e exagerada. Para uma terapia adequada, é
necessário que os profissionais, tenham o conhecimento desse transtorno.
Considerações finais: Através desse estudo, buscamos obter conhecimentos,
oferecendo assim uma terapia adequada.
Palavras-chave: Anorexia. Adolescência. Enfermagem. Interação.
INTRODUÇÃO
A anorexia nervosa é uma patologia de origem antiga, sua palavra emana do
grego em que (AN), significa falta, e (Orexis), apetite, ausência de apetite, porém a
percepção
que
se
obteve
através
das
pesquisas
relacionadas
com
o
desenvolvimento deste trabalho é de que este termo não se enquadra a
característica da doença, pois os pacientes com esse transtorno possuem apetite,
1
Enfermeiro graduado na FNG (Faculdade do Norte Goiano), artigo defendido como requisito básico
para aprovação de Estágio Supervisionado.
2
Enfermeiro graduado na FNG (Faculdade do Norte Goiano), artigo defendido como requisito básico
para aprovação de Estágio Supervisionado.
3
Enfermeiro graduado na FNG (Faculdade do Norte Goiano), artigo defendido como requisito básico
para aprovação de Estágio Supervisionado.
4
Enfermeira graduada na FNG (Faculdade do Norte Goiano), artigo defendido como requisito básico
para aprovação de Estágio Supervisionado. Pós-graduanda em Urgência e Emergência pelo CEEN
(Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição).
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mas como visam a perda do peso, optam por uma restrição alimentar, alimentandose apenas de alimentos específicos. Esses indivíduos além de restringirem os
alimentos, vivendo através de dietas, também praticam atividade física em excesso,
fazem o uso das práticas purgativas, provocam a êmese e utilizam medicamentos
diuréticos e purgativos.
Os anoréxicos têm como traço principal da sua patologia o medo de
engordar, são dominados pela doença, manipulados pelo medo e vivem
constantemente sobre pressão. A estrutura do seu corpo apresenta-se magra, mas
em estágios avançados e de extrema magreza chegam à caquexia, possuem uma
autoimagem distorcida, se olham no espelho e se veem sempre como uma pessoa
que ainda está gorda. O medo de se verem dessa forma é persistente e contínuo. O
peso na balança mesmo abaixo do normal não possui significado nenhum, pois de
fato o que importa para esses indivíduos é a forma de como se veem no espelho.
Quando a perda do peso se torna excessiva, o organismo sofre algumas
alterações, podendo ser endócrinas (aumento do hormônio de crescimento,
hipercortisolemia e secreção anormal de insulina), eletrolíticas e metabólicas, que
surgem através do seu estado nutricional que encontra-se grave. O quadro clínico
da anorexia também pode apresentar características de pacientes com bulimia,
sendo realizados por métodos purgativos como já referido. Os pacientes que fazem
o uso da prática purgativa são os mais impulsivos, possuem uma personalidade
diferente dos pacientes que fazem o uso da prática restritiva, sendo mais
perfeccionistas e obsessivos.
Os casos de anorexia nervosa nas últimas décadas vêm obtendo um
acréscimo de forma intensa. O motivo desse aumento está ligado a fatores
socioculturais, em que o padrão de beleza universal relaciona-se a um corpo magro,
acreditam que seu corpo só terá valor se estiver inserido nesse padrão de beleza,
associam seu valor como ser humano ao quadro de magreza. Por possuírem uma
autoimagem distorcida se enganam, pois vivem uma beleza que só existe aos seus
olhos. Por esta razão, a anorexia nervosa torna-se um quadro de transtorno
psiquiátrico, de comportamento alimentar, que afeta principalmente os jovens,
prejudicando seu físico, emocional e meio social, ocasionando também sofrimento
para os familiares.
Os pacientes mais acometidos por esse transtorno são os adolescentes,
pois encontram-se em uma fase de transição, como o próprio nome diz
105
“adolescência” vem do latim adolescere, significa crescer, é o momento de
mudanças onde o indivíduo transita da infância para a fase adulta. Essa fase de
transição possui um tempo de duração, que é diferenciado por alguns autores,
enquadrando-se na faixa de 12 a 18 anos. Com período de mudanças física, social e
mental, tornando-se um período difícil para esse jovens.
É um momento em que ocorrem alterações hormonais, ocasionando
mudanças em seu fisiológico, relacionadas à maturação sexual. Nos meninos, essas
transformações ocorrem nos órgãos sexuais, com aumento dos pelos na região do
púbis, face, axilas e em outras regiões do corpo que são cobertas por pelos, obtendo
também alterações na voz. Nas meninas, essas mudanças são; ovulação, aumento
dos seios, crescimento de pelos na região pubiana e axilas. Ressaltando que esses
acontecimentos só ocorrem depois da primeira menstruação, existindo também
transformações na voz no decorrer da adolescência. Os efeitos psicossociais são
outras transformações que surgem nessa fase. O adolescente passa a desenvolver
preocupações relacionadas com o seu corpo, como a preocupação com o peso,
surgindo insegurança, agressividade, rebeldia e impulsividade.
A adolescência é uma fase de rápido e intenso desenvolvimento, no qual os
indivíduos passam a ter um aumento em suas atividades nutricionais, por esta razão
tornam-se habilidosos para satisfazer tais necessidades. Surgindo então mudanças
em sua forma de se alimentar, propiciando transformações no gasto de energia
corporal, obtendo como consequência um impacto em sua saúde. Deste contexto
surgem possíveis problemas como bulimia, obesidade, hipertensão, arteriosclerose
e anorexia nervosa. Por isso a adolescência torna-se uma fase crítica e também
adequada para desenvolver a prevenção e a intervenção de forma precoce da
anorexia nervosa.
O tratamento dessa patologia é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar
formada por profissionais como: nutricionistas, médicos especializados, psicólogos e
enfermeiros. No final do século XX, inseriram a família na terapia, com o objetivo de
restabelecer uma convivência melhor e adequada tanto para o paciente como para
os familiares. Os resultados que o tratamento visa é o restabelecimento da maneira
correta de alimentação. Metade dos anoréxicos sofre de compulsão alimentar, sendo
o restabelecimento e o controle do peso corporal, diminuição de comportamento
restritivo e purgativo as principais formas de intervenção. O indivíduo começa o
tratamento com pouca ou nenhuma intenção de melhora. Por esse motivo a equipe
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de profissionais envolvida no tratamento precisa estar em alerta, caso não exista
sabotagem na terapia.
A anorexia nervosa possui uma terapêutica complexa, a cada estágio do
tratamento aparecem grandes desafios. Geralmente no tratamento existe uma
grande quantidade de recusa e desistência, isso se dá devido à resistência dos
pacientes às intervenções externas. Para se ter uma melhor forma de tratamento, é
necessário que o enfermeiro tenha informações específicas e adequadas
relacionadas à patologia, pois através dessas informações ele poderá desenvolver e
implantar uma terapêutica correta, buscando sempre à recuperação do seu paciente.
Sendo também fundamental o envolvimento da equipe de enfermagem com o
paciente, pois os profissionais envolvidos no tratamento devem interagir com o
cliente, buscando sempre proporcionar ao paciente um sentimento de conforto e
bem-estar. Tentando sempre obter uma boa evolução no quadro do paciente,
oferecendo a ele autonomia, devendo apenas fazer o uso desta se encontrar em
condições de tê-la. Proporcionando ao cliente um sentimento de paz, estabilidade e
tranquilidade. Ressaltando que a interação da equipe de enfermagem no tratamento
da anorexia não envolve somente o paciente, também envolve sua família, pois
ambos necessitam de ajuda e de conhecimentos para lidar com a patologia. Vale
ainda ressaltar que cada paciente tem uma forma de reagir e de se portar, sendo
então necessária a existência de uma interação da equipe multidisciplinar, que deve
sempre manter o ambiente em sintonia, evitando o surgimento de tensões que
possam ocasionar atitudes errôneas de alguns pacientes, comprometendo, assim, o
tratamento. É necessário que o ambiente de tratamento do paciente seja acolhedor,
pois isso irá deixá-lo a ficar mais calmo contribuindo para o tratamento.
Através das pesquisas desenvolvidas sobre essa patologia, pôde-se notar
que os conteúdos existentes sobre anorexia nervosa são poucos, por esta razão o
acesso as informações relacionadas sobre esse transtorno são limitadas.Com base
na bibliografia disponível observou-se a necessidade da participação dos pacientes
e dos profissionais em relação a doença, todas essas observações irão contribuir
para o desenvolvimento de um plano de ação que visa o desenvolvimento de um
tratamento com metas. O motivo das metas e do plano a ser seguido é oferecer aos
pacientes um tratamento contínuo, no qual o profissional irá adquirir conhecimentos
da rotina dos procedimentos a respeito do que foi realizado e o que irá ser feito,
tendo sempre em vista os resultados esperados, se por acaso não obtiver resultados
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favoráveis o profissional, por intermédio do plano, poderá optar por outra ação,
dando sempre continuidade ao tratamento.
Esta pesquisa teve como objetivo elaborar um plano de ação voltado a
promover uma melhor interação do enfermeiro com o cliente adolescente portador
de anorexia nervosa, no tratamento da doença, utilizando as ferramentas sobre
Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE).
Tratando-se de um estudo bibliográfico, com abordagem descritiva e análise
sistematizada, foram utilizados estudos de cunho científicos, os quais foram obtidos
por meios de consultas eletrônicas em base de dados. Através da metodologia
utilizada, buscou-se adquirir mais conhecimentos, formulando por meio destes um
tratamento adequado a estes pacientes. Espera-se como resultado dessa pesquisa
que os profissionais da área de enfermagem, venham obter um conhecimento mais
abrangente sobre a anorexia nervosa. Buscando fazer com que esses proporcionem
ao paciente um tratamento mais adequado e específico, contribuindo, assim, para
sua melhora.
HISTÓRIA DA DOENÇA
A anorexia nervosa é caracterizada pela distorção da imagem corporal, por
esta razão surge à busca pelo emagrecimento de forma obsessiva e exagerada.
Antes os médicos acreditavam que o motivo dessa patologia era causado por um
fator orgânico. Mais tarde, perceberam que se tratava de um transtorno psicológico,
foi então que surgiu a utilização do nome anorexia nervosa. Através do médico
William Gull, em 1873, houve a percepção de que essa patologia afetava e
influenciava em sua maior parte mulheres jovens, e se relacionava à perda do peso
de forma extrema, sendo causada pelo estado psicológico do indivíduo (REFOSCO;
MACEDO, 2010).
As descrições que se tem sobre essa doença são de origem antiga, do
início do Cristianismo, nessa época a prática do transtorno se relacionava à devoção
da fé e milagres, optavam pela restrição alimentar e por jejuns. No século XVI,
quando surgiu a Reforma Protestante, a situação mudou. A abstinência alimentar
passou a ser vista como obra do mal, por esta razão deixou de ter o apoio da igreja
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católica. Porém, não existe um documento que venha comprovar esse fato,
relacionando casos antigos com os de hoje, não existe uma certeza dos verdadeiros
motivos que levaram as pessoas dessa época a desenvolverem essas atitudes
(CORDÁS; CLAUDINO, 2002).
Em contradição, tanto os pacientes de épocas antigas como pacientes da
atualidade , têm sinais semelhantes relacionados ao seu comportamento com
relação ao medo do ganho de peso, prática da atividade física em excesso, perda da
libido e desinteresse do contato social (CORDÁS; CLAUDINO, 2002).Os transtornos
relacionados ao psicológico estão associados a quadros psiquiátricos, com
prevalência em adultos jovens e com maior frequência em crianças e adolescentes,
por esta razão existem grandes consequências relacionadas a esse transtorno,
sendo a mais grave a elevação das taxas de mortalidade (ABREU; CANGELLI
FILHO, 2004).
A incidência desse transtorno ocorre mais nas sociedades de classe alta,
ocidentais, urbanas e industriais, sendo os adolescentes e mulheres jovens os mais
influenciados para desenvolvê-lo (SANTOS et al, 2004). Lembrando que existem
outros fatores que influenciam o desenvolvimento desse transtorno, como a
hereditariedade e o contexto familiar, que inclui a pressão e a exigência da família
por um corpo magro, bem como a desunião da família (OLIVEIRA; HUTZ, 2010).
A MÍDIA E SUA INFLUÊNCIA
A mídia é um meio de comunicação que faz uso de rádio, jornal, revista,
internet, televisão e outros meios, com o intuito de compartilhar informações
existentes. Sua utilização se dá com a finalidade de comunicar as pessoas acerca
das informações existentes, ocasionando uma boa influência e produtividade,
influenciando também de forma maléfica, podendo afetar a população existente, que
faz o uso dessas informações. Pois sua maioria é composta por adolescentes, os
quais são os mais influenciáveis, uma vez que colocam em prática tudo o que foi
apreendido
pela
CLAUDINO,2002).
mídia,
comprometendo
seu
modo
de
agir
(CORDÁS;
109
O padrão de beleza apresentado pela mídia é sempre de pessoas com o
físico magro. E esse padrão influencia as pessoas, contribuindo para o surgimento
de um transtorno alimentar. Por esta razão pessoas que possuem mais peso
passam a sentir-se rejeitadas, pensando que só podem ser aceitas pela sociedade
se apresentarem o padrão de beleza exposto pela mídia, de um físico magro. Assim,
surge nesses indivíduos a vontade de se tornarem magros, buscando meios de
perder peso, prejudicando a si mesmo (CONTI et al, 2010).
No momento em que esse indivíduo não consegue alcançar ou manter-se no
padrão que a sociedade exige, passa a se sentir frustrado, descontente com o seu
corpo. O sentimento que começa a ser desenvolvido nesse momento por esse
indivíduo irá levá-lo a problemas psicológicos, e um desejo obsessivo de alcançar
um corpo perfeito, imposto pela sociedade. Buscando alcançar esse padrão de
beleza, o indivíduo influenciado, irá procurar formas de emagrecimento, optando por
dietas, prática de exercício físico em excesso, uso de diuréticos, laxantes, e
autoindução da êmese, dentre outros (ALVES et al, 2009).
COMPORTAMENTO ALIMENTAR
Os pacientes anoréxicos desenvolvem medo de lidar com a comida, pois
para eles a alimentação é perigosa. Enxergam o alimento como algo vivo e
venenoso, quando se alimentam, começam a pensar na quantidade de calorias que
estão ingerindo, quando pensam que o alimento ingerido está dentro deles, entram
em pânico, pois acreditam que esse alimento provocou um aumento no peso. Por
pensarem dessa forma, desenvolvem comportamentos purgativos que visa à
eliminação do alimento ingerido (SPIGNESI, 1992).
Os indivíduos com anorexia possuem um grande conhecimento dos
alimentos, todos os alimentos ingeridos por eles passam por um processo de
verificação de nível de carboidratos, peso e calorias. Geralmente comem sozinhos e
escondidos, evitam alimentar-se com outras pessoas por perto, pois a forma como
se alimentam revela um distúrbio alimentar. Pessoas com anorexia nervosa
desenvolvem rituais buscando, por meio destes, eliminar o peso existente e evitar o
aumento deste. Os métodos utilizados para adquirir esse resultado, são através de
110
dietas, ou de atitudes purgativas, sendo esta ocasionada por remédios purgativos,
prática da autoindução da êmese, dentre outros. Essas condutas alimentares fora do
comum e as atitudes purgativas irão desencadear uma série de transformações e
mudanças corporais, desenvolvendo nessas pessoas várias complicações clínicas
(OLIVEIRA; DEIRO, 2013).
COMPLICAÇÕES CLÍNICAS
Segundo Assumpção e Cabral (2002), as complicações clínicas obtidas
através da anorexia nervosa são consequências provindas dos meios utilizados por
esses indivíduos para perder peso, sendo esses meios; a restrição alimentar, na
qual o anoréxico faz a seleção do alimento vivendo através de dietas, da prática de
exercício físico em excesso e do meio de purgação, sendo esse praticado através da
autoindução do vômito, uso de laxantes, ênemas e diuréticos.
A anorexia nervosa exibe a maior taxa de mortalidade entre os distúrbios
psiquiátricos, apresentando um valor de 0,56% ao ano. Sendo as principais causas
de mortes a complicação no aparelho cardiovascular, insuficiência renal e suicídio.
Os autores ainda afirmam que o exame do paciente com transtorno alimentar, é
voltado para a análise do seu estado de nutrição, principalmente nas práticas
purgativas utilizadas por ele. Sendo parte do exame a procura minuciosa de
alterações provindas da redução do peso corporal, estado alimentar atual, se
existentes, informações sobre as formas de purgação utilizadas, frequências do uso,
e informações relacionadas à prática da atividade física, dentre outros meios obtidos
por exames.
O desenvolvimento do exame físico se dá através de informações de peso,
altura, índice da massa corpórea IMC (kg/m2), devendo ser avaliados com
frequência. Esse exame pode ser de grande utilidade na confirmação e suspeita de
casos de anorexia (FERNANDES, 2007). Os sinais físicos mais recorrentes são;
Alopecia;
Hipercarotenemia;
bradicardia
(frequência
cardíaca
Fc<
60bpm),
dificuldade de concentração; lanugo; hipotensão ortostática; hipotensão (pressão
arterial sistólica PAS < 90); cianose do leito ungueal (FERNANDES, 2007);
amenorreia com duração de três meses; intolerância ao frio; pele seca; cabelos
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finos; hipotermia; sendo as mais comuns; diminuição da libido; constipação e dor
abdominal (NETTINA, 2011).
As alterações provindas do transtorno podem ser notadas em todo o
organismo, por exemplo; no que diz respeito à desnutrição; infertilidade; motilidade
gastrointestinal prejudicada (VILELA et al, 2004); metabólicas e hidroeletrolíticas
(hipernatremia,
hipocalemia,
hipomagnesemia,
(acidose metabólica, alcalose metabólica,
hiponatremia);
hipoglicemia,
hiperfosfatemia
hipercolesterolemia).
Existem também as alterações oftalmológicas (degeneração da retina, catarata,
atrofia do nervo óptico, diminuição da acuidade visual); neurológicas (alargamento
dos sulcos celebrais, dilatação dos ventrículos, atrofia cerebral “reversível”). O
sistema Renal é acometido por; (cálculo renal; dilatação gástrica, insuficiência rena);
buco maxilares e fâneros (calosidade no dorso das mãos ou nos dedos “Sinal de
Russel”, cáries dentárias). No sistema endócrino as alterações são; (oligomenorréia,
osteoporose ou osteopenia, síndrome do eutiroidiano doente, retardo ou atraso do
desenvolvimento puberal).As manifestações ocorridas na região pulmonar são;
(edema pulmonar, bradipnéia). No aparelho gastrointestinal ocorrem; (alterações da
função hepática, dilatação gástrica, esofagite, retardo do esvaziamento gástrico,
hipertrofia das glândulas parótidas e submandibulares, motilidade intestinal
reduzida). Existindo também alterações hematológicas; (anemia, trombocitopenia,
neutropenia, leucopenia), (ASSUMPÇÃO; CABRAL, 2002).Essas alterações se
tornam mais graves na fase da adolescência, pois nessa fase o paciente encontrase em um momento de transição, de mudanças.
A ADOLESCÊNCIA
A adolescência se inicia na puberdade, sendo essa uma fase do crescimento
humano. Essa fase é marcada por um período de transformações, tornando-se um
momento difícil tanto para os adolescentes como para familiares e educadores. Pois
se trata de um momento de transição no qual afeta além do físico, o social e o
mental (FERREIRAet al, 2003).
Nesse período o corpo sofre transformações que são decorrentes do seu
desenvolvimento. Essas mudanças são ocasionadas pela maturação a qual faz com
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que o corpo se desenvolva de forma rápida, tornando o corpo de uma criança em
um corpo de adulto. As mudanças hormonais, que acontecem nesse período, os
levam a fase da puberdade, nessa fase, os adolescentes irão desenvolver a
maturidade sexual (MANNING, 1977).
De acordo com Zanella (2013), as mudanças nesse período de transição se
tornam visíveis, nessa fase tudo se torna novo, tudo passa a ser experiência, os
jovens tornam-se inseguros, ficam cheios de dúvidas, habitam em um corpo que
antes era conhecido, mas nesse momento não é mais, sendo essas dúvidas e
inseguranças decorrentes das transformações. A maturação sexual provoca desejos
sexuais, gerando neles vários sentimentos, deixando-os confusos. Com o
desenvolvimento o corpo começa a amadurecer, a voz começa a mudar, e no corpo
passa a existir pelos em regiões nas quais antes não existia.
Essa fase é crítica, os jovens percebem que algo mudou, e que a vida que
antes tinham deixará de existir. No momento em que se iniciam nessa fase eles
passam a pensar mais no futuro, passam a querer conhecer-se melhor, buscando
então conhecimentos sobre si mesmo, com o intuito de se auto identificar.
Nas meninas, dentre algumas mudanças, ocorre o início da menstruação, a
qual ocasiona a perda do corpo infantil. As crianças desejam tornar-se adolescentes,
pois acreditam que ser adolescente, significa ter liberdade, mas o ganho que essas
crianças acreditam obter, traz consigo a perda da segurança e das poucas
responsabilidades que antes tinham, obtendo para si, além da liberdade sonhada,
uma vida com novas experiências e com o dobro de responsabilidades (ROCHA,
2005).
Nessa fase o adolescente faz uma análise do próprio corpo, observa as
transformações sofridas e passa a se comparar com os outros jovens. A conduta
demonstrada por eles não é equilibrada e contínua, pois possui mudanças, ora com
apatia, ora com entusiasmos (FERREIRA et al, 2013).As oscilações de sentimentos
passam a existir devido à ausência de identidade. Na busca por uma identidade,
eles acabam enfrentando algumas dificuldades, devido a sua forma impulsiva de agir
sem pensar.
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POLÍTICAS PÚBLICAS
Segundo o site Portal Brasil (2012), de acordo com a Constituição da
República Federativa do Brasil, no que se referem à educação, todos possuem o
direito a ela, pois é dever da família e do estado a sua execução, sendo por meio
dela a realização do desenvolvimento do ser humano, buscando qualificá-lo para o
exercício do trabalho e preparando-o para a cidadania, devendo então a educação
ser garantida e incentivada pela família e sociedade.
Segundo Perillo (2009), o estado deve desenvolver programas destinados à
assistência integral à saúde da criança e do adolescente, tendo como participação
entidades não governamentais, obedecendo à criação de programas que têm o
intuito de prevenir e de proporcionar atendimentos especializados para pessoas
especiais, sendo estas portadoras de deficiências mental, física ou sensorial,
integrando-as ao meio social. Sendo punidos sobre a forma de lei, pessoas que
venham a negligenciar explorar, discriminar ou agir de forma cruel, com violência e
opressão, sobre qualquer criança ou adolescente. O Sistema Único de Saúde
assegura atendimento médico à criança e ao adolescente, garantindo a eles, acesso
universal e igualitário em relação a serviços prestados e ações, buscando a proteção
e recuperação da saúde.
Em relação à internação da criança e do adolescente, é dever do
estabelecimento de saúde dar condições para que haja permanência integral dos
pais ou responsáveis. Se existir suspeitas ou relatos de maus tratos contra o
adolescente e a criança o Conselho Tutelar terá que ser comunicado.
PREVENÇÃO DA ANOREXIA NERVOSA
É normal existir certo grau de cuidado com a alimentação, dietas, exercício
físico, peso, busca de alimentos saudáveis e mudança no hábito alimentar, desde
que mantenha um padrão inofensivo quanto a própria saúde. Mas quando esse
padrão se torna obsessivo, passa a ser anormal, necessitando-se de uma atenção
114
completa, pois através desses hábitos podem surgir um transtorno alimentar,
podendo tornar-se uma anorexia nervosa (LEVENO et al, 2013).
A prevenção refere-se a um cuidado específico, que visa à utilização de
métodos que estão presentes de forma rotineira, devendo os pais, familiares, amigos
e educadores, realizá-los de forma correta, no âmbito de evitar o desenvolvimento
de transtornos alimentares. Sendo necessário o repasse aos adolescentes, de
informações referente às mudanças que surgem em seu corpo, e isso devido ao
surgimento da puberdade, orientando-os sobre as consequências decorrentes das
restrições alimentares e dos meios utilizados para a eliminação dos alimentos
ingeridos (LEVENO et al, 2013).
Segundo Dunker e Philippi (2003), para se obter um bom resultado, seria
necessário o desenvolvimento de medidas específicas para transtornos alimentares,
com implantações de políticas voltadas para a área da saúde e educação, com o
objetivo de evitar o desenvolvimento da patologia, utilizando métodos de prevenção.
Podendo ser, realizados por meios de campanhas governamentais, obtendo como
forma de veiculação a mídia, através da televisão, carros de sons e rádios. Sendo
seu conteúdo, informações de alimentação, nutrição, peso e prática de exercício
físico. Tornando-se, também necessário, a existência de um contrato, com as
empresas de alimentos, com o âmbito de elaborarem propagandas, referente ao
alimento de sua fabricação, existindo rótulos nesses alimentos, com mensagens
sobre a necessidade da alimentação e nutrição, demonstrando os meios de
alimentação correta. Seria necessário, ainda, a elaboração de palestras em escolas
com a presença das famílias dos adolescentes, na intenção de informá-los sobre a
patologia em sua totalidade, tratamento e prevenção.
Por meio dessas medidas de prevenção os casos de transtornos alimentares
podem ser diminuídos, beneficiando a população, proporcionando uma saúde com
qualidade e diminuindo o índice de morte. Pois a prevenção é utilizada com o intuito
de evitar o surgimento, o aumento e o agravamento da patologia. Os profissionais de
enfermagem devem utilizar métodos que visam à divulgação por meio de
campanhas, promoção de palestra no âmbito de levar conhecimento a população,
esclarecendo dúvidas e atualizando-os a respeito dessa patologia que surge de
forma silenciosa, mas que pode complicar o estado de muitos pacientes e famílias.
De acordo com Lima e Knupp (2007), os enfermeiros podem executar as
medidas de promoção e prevenção através de uma sistematização da enfermagem
115
com a utilização de um histórico, devendo os profissionais investigar as causas,
colhendo informações válidas, buscando desenvolver uma terapia adequada que
ajude na recuperação do paciente com anorexia nervosa.
TRATAMENTO
O tratamento da anorexia nervosa é feito através de uma equipe
multidisciplinar com profissionais especializados como médicos, enfermeiros,
nutricionistas e psicólogos. A terapia visa à recuperação do peso. A partir do
momento que o paciente começa a restaurar o peso, os sintomas decorrentes do
transtorno alimentar evoluem para uma melhora (MOREIRA; OLIVEIRA, 2008,
p.161-162).
Para realizar o tratamento é preciso que o grau da anorexia seja avaliado.
No âmbito de determinar e direcionar o paciente a uma terapia mais adequada,
podendo ser ambulatorial, programa hospitalar parcial, residencial ou assistência
hospitalar intensiva. O tratamento ambulatorial é feito para os pacientes que
possuem um nível de motivação, seguem a terapia de forma correta sendo
obedientes, resultando em um tratamento sem complicações clínicas. Já o cuidado
realizado no programa hospitalar parcial e residencial, exige a presença do paciente
e dos pais. No começo desse tratamento, é fundamental que o anoréxico se
apresente no hospital todos os dias, obtendo uma carga horária de 14 horas.
Quando o paciente começa a ter melhoras no tratamento, obtendo uma boa
evolução no quadro clínico, ela passa a frequentar o hospital somente três dias na
semana, alcançando assim, o tratamento ambulatorial.
A terapia hospitalar intensiva possui duração de 24 horas por dia, é dirigida a
pacientes que receberam o tratamento ambulatorial e não conseguiram uma boa
evolução, como também para pacientes que são admitidos no tratamento com um
quadro clínico grave. Por ser assim se torna necessário a avaliação do paciente
antes de se iniciar o tratamento, pois é através dessa avaliação que o paciente
poderá ser encaminhado para um tratamento adequado (ALVARENGA; LARINO,
2002).
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Segundo Fleitlich (2000), o tratamento farmacêutico é desenvolvido apenas
para tratar os distúrbios psiquiátricos, ansiedade e depressão. Por tratar-se de uma
patologia persistente, se faz necessário que o tratamento psicológico e nutricional
mantenha-se de forma contínua, sem tempo determinado, pois esse tratamento
depende do estado clínico do paciente.
Em relação aos estimulantes de apetite, não existem dados científicos que
confirmem a aprovação do seu uso, pois geralmente alguns pacientes ainda
possuem apetite. Por ser assim, a terapia aplicada aos pacientes com anorexia não
contém a indicação do uso de medicamentos para estimular o apetite. Os
medicamentos neurolépticos possuem uma função pequena na terapia. Sendo
assim seu uso deve ser feito em casos de ansiedade extrema, realizados com a
monitorização do psiquiatra infantil.
As medicações antidepressivas mais utilizadas no tratamento são tricíclicos,
buspirona ou a fluoxetina, podendo a fluoxetina ser a primeira opção no tratamento
terapêutico. Lembrando que a buspirona pode ser substituída, por apresentar efeitos
colaterais. O uso dos antipsicóticosolanzapina ou risperidona é recomendado aos
pacientes mais resistentes e agitados que apresentam um grave nível de distorção
de imagem. Existe também o tratamento com reposição hormonal, o intuito desse
tratamento é de minimizar as agressões sofridas, pelo metabolismo ósseo
(FERNANDES, 2007, p. 43).
A função dos profissionais de enfermagem no tratamento é de interagir com
o paciente e a família. As orientações que são realizadas pela equipe de
enfermagem são necessárias para esclarecer sobre a função do tratamento,
buscando educar e orientar pacientes e familiares com o intuito de eliminar a culpa
presente no país, a respeito da situação presente. O profissional que está presente a
maior parte do tempo com o paciente e família é o enfermeiro. Por esta razão, ele
forma um ciclo de confiança com o paciente, contribuindo assim para um melhor
auxilio. O intuito de se ter uma assistência de enfermagem é de promover bem estar
ao cliente, buscando fazer com que o este interaja da melhor forma possível com o
ambiente (SILVA, 2009).
117
PROCESSO DE ENFERMAGEM
Segundo Cianciarullo (2005), o processo de enfermagem surgiu no Brasil,
nos anos 70, através de Wanda de Aguiar Horta, sendo executado em algumas
instituições. Para desenvolver uma boa intervenção e obter bons resultados na
terapia, é fundamental que os profissionais de enfermagem se adéquem ao
processo. O processo possui cinco componentes: levantamento de dados,
diagnóstico, prescrição, implementação e evolução. O processo de enfermagem se
inicia com o levantamento de dados, sendo sua função realizar a coleta de forma
sistematizada e deliberada, com o intuito de obter informações referentes ao cliente,
família e comunidade. As informações são obtidas através de uma entrevista e do
exame físico. O exame físico requer do profissional de enfermagem uma capacidade
para identificar se há ou não alterações no estado de saúde do paciente. Através
das informações obtidas, o profissional irá passar para a próxima etapa, o
diagnóstico (POTTER; PERRY, 2005, p. 300). Para formular um diagnóstico de
enfermagem, se faz necessário que o profissional possua uma boa capacidade de
avaliar e de julgar os dados obtidos no levantamento. Lembrando que a forma de
adquirir e de classificar os dados obtidos é um fator importante, pois ajuda a
desenvolver um diagnóstico (CIANCIARULLO, 2005, p. 33). O enfermeiro realiza o
diagnóstico de enfermagem e sua função é de descrever os problemas presentes ou
potenciais sofridos pelo cliente e de oferecer a ele um melhor cuidado da
enfermagem. O diagnóstico oferece vantagens tanto para o paciente quanto para o
enfermeiro, pois através dele se obtém uma melhor comunicação entre os
enfermeiros, proporcionando assim um melhor tratamento (POTTER; PERRY, 2005,
p. 334). O resultado do diagnóstico de enfermagem é a prescrição, é através dela
que o profissional elabora intervenções e ações visando solucionar os problemas
vividos pelos pacientes. A prescrição é um planejamento, é a forma de como o
profissional irá realizar o tratamento. São ações elaboradas pelos enfermeiros, as
quais tornam-se intervenções de enfermagem, sendo estas conhecidas como plano
de cuidados (CIANCIARULLO, 2005, p. 4). É através da implementação que o
profissional irá aplicar as intervenções planejadas, sendo essas de acordo com a
necessidade do paciente. O plano deve ser executado no dia a dia, de forma
rotineira, visando sempre uma meta de melhora. Lembrando que o estado clínico do
118
paciente nem sempre nos remete a um quadro estável. Por ser assim, mesmo com
um planejamento de cuidados, não há como prever 100% o que poderá ocorrer com
o cliente dia após dia (DOENGES et al, 2009, p.4). A evolução é o último
componente do processo de enfermagem, ela é obtida através do acompanhamento
do profissional de enfermagem com o cliente, sendo o foco do profissional os
resultados esperados, decorrentes da implementação do plano de ação e das
intervenções, visando sempre o seguimento do padrão de cuidados estabelecido. É
preciso que a evolução seja avaliada pelo profissional todos os dias, devendo ser
relatada, obtendo por meio dos relatos informações a respeito do quadro clínico do
paciente, buscando por meio dos resultados obter uma avaliação do paciente
(DOENGES et al, 2009, p. 4).
O processo de enfermagem surgiu para organizar as funções dos
profissionais de enfermagem, proporcionando a eles autonomia e precisão no
tratamento do paciente, sendo o processo de enfermagem realizado por meio da
SAE (Sistematização das Ações de Enfermagem) (NASCIMENTO et al, 2008, p. 2).
PLANO DE AÇÃO PARA O PROCESSO DE INTERNAÇÃO DO ENFERMEIRO
COM O PACIENTE ANORÉXICO
O plano de ação é uma das funções existentes no processo de enfermagem,
seu desenvolvimento tem o intuito de oferecer aos profissionais, uma forma de
tratamento único e elaborado para o paciente. Nesse estudo científico visamos o
paciente com transtorno alimentar, cuja patologia intitula-se anorexia nervosa. Por
ser assim, o plano de ação apresentado nesse estudo visa clientes adolescentes
com anorexia nervosa. Essa patologia é complexa e também possui um tratamento
difícil, por esta razão se torna necessário um cuidado mais específico e abrangente.
Para proporcionar ao paciente um cuidado adequado e obter por meio deste
um bom resultado, se faz necessário que o enfermeiro implante um plano de ação.
Para construir um plano de ação para esses pacientes é fundamental a utilização
correta de todos os passos existentes no processo de enfermagem, tornando-se
também importante a utilização de conteúdos bibliográficos com o intuito de formular
um tratamento adequado visando uma intervenção qualificada, com bons resultados.
119
Será utilizado para a elaboração do plano de ação o livro Diagnóstico de
Enfermagem, sendo sua função auxiliar e ajudar os alunos e profissionais de
enfermagem a identificar diagnósticos e por meio deles desenvolver um tratamento
adequado através de intervenções de enfermagem.
São vários os diagnósticos de um paciente anoréxico sendo eles: ansiedade,
baixa autoestima crônica, baixa autoestima situacional, distúrbio de imagem
corporal, hipotermia, interação social prejudicada, nutrição desequilibrada, processo
do pensamento perturbado, processos familiares interrompidos (DOENGES et al,
2009, p.78, 95, 99, 232, 271, 300, 301, 343, 381, 389).
Através dos diagnósticos de enfermagem apresentados acima, referente ao
paciente com anorexia, podemos elaborar um plano de ação, o qual deve visar uma
intervenção adequada e correta do profissional de enfermagem, com o intuito de
obter como resultado, um excelente tratamento devendo este ser direcionado ao
paciente como um todo, de forma holística. Seguiremos utilizando como fonte
bibliográfica o livro Diagnóstico de Enfermagem. Buscando, por meio dos
diagnósticos encontrados, desenvolver um plano de ação, visando às intervenções
de enfermagem, sendo elas: Identificar a maneira de como o paciente percebe a
situação em que se encontra, os métodos utilizados por eles para enfrentar essa
situação, a forma de convívio familiar do passado e presente, as influências
desenvolvidas pelo meio cultural, ausência de menstruação, algia constante na
deglutição, queda dentária, autoestima do cliente, a forma de como ele se vê e
identificar as razões que contribuíram para o surgimento do transtorno, podendo ser
decorrentes de fatores relacionados a relacionamentos bem como por fatores
alimentares (DOENGES et al, 2009). Observar quais exercícios são praticados por
esses pacientes, quantidade, rotina, duração. Analisar e observar os resultados dos
exames laboratoriais, com o intuito de encontrar alterações provindas do
transtorno(DOENGES et al, 2009). Avaliar a forma como o paciente se vê e percebe
a situação, como os familiares o tratam, seu nível de motivação em relação ao
tratamento, sua ansiedade, fatores psicológicos presentes, o transtorno em si, a
forma de como afeta o paciente, intimidade familiar, medicamentos utilizados, a
forma de como o paciente procura por ajuda, temperatura corporal, ritmo, frequência
cardíaca, PA devendo estar atento a hipotensão, avaliando também o estado do
anoréxico, realizando anotações da constituição corporal, idade, peso, nível de
atividade, repouso e os sinais vitais (DOENGES et al, 2009). Orientar os pacientes
120
sobre às consequências do uso de laxantes, diuréticos e a maneira de como
interferem no tratamento. Orientar a família sobre a necessidade de tratar o paciente
como uma pessoa normal, sobre a forma de bater os alimentos no liquidificador e
sua administração por sonda (DOENGES et al, 2009).
O profissional deve ser disponível para o paciente, devendo ouvir e dialogar
com o paciente. Comunicar informações importantes, sendo essas, referente ao
tratamento, ouvir sobre a forma como se sente quando obtém um progresso na
terapia. Devendo também o profissional estimular o cliente, buscando obter por meio
de maquiagem e roupas uma melhora na autoestima (DOENGES et al, 2009).
Realizar anotações referente a ingesta diária do paciente, bem como horários de
alimentação, ingesta calórica, padrões utilizados de alimentação, devendo estas
anotações serem realizadas com o intuito de manter uma vigilância e continuidade
na terapia, servindo como base e suporte para a realização dos procedimentos.
Realizar preparo e administração de medicamentos de acordo com a prescrição
(DOENGES et al, 2009). Elaborar um plano de alimentação que venha atender as
necessidades de cada paciente de forma individual. Pesar uma vez na semana os
pacientes, buscando obter os resultados estabelecidos semanalmente adquirindo
conhecimento e controle do tratamento (DOENGES et al, 2009). Estimular o
paciente a frequentar terapias comportamentais, buscando eliminar os sentimentos
ruins presente. Encaminhar o paciente aos profissionais da saúde mental, caso
necessário (DOENGES et al, 2009).
O intuito das intervenções obtidas é de implementar e desenvolver um
tratamento adequado, no qual o profissional deve seguir as intervenções a serem
executadas, visando sempre o resultado esperado. A implantação se faz necessária,
pois ela funcionará como um protocolo, orientando e ajudando os profissionais a
interagirem da melhor forma possível com o paciente e família no processo do
cuidar, contribuindo da melhor forma possível para a reabilitação do cliente.
O plano de ação estabelece metas diárias a serem seguidas, devendo os
profissionais avaliar a evolução do cliente, buscando identificar problemas
existentes, traçando novas metas a serem seguidas, visando sempre os resultados
esperados para a recuperação do paciente. Por esta razão, o plano de ação torna-se
uma ferramenta importante para o enfermeiro na continuidade do processo do
cuidar, possuindo também uma abordagem holística, sendo voltada aos pacientes
anoréxicos.
121
CONCLUSÃO
O objetivo desse estudo é desenvolver um plano de ação, sendo este
elaborado, através do livro Diagnóstico de Enfermagem. Buscou-se através do plano
de ação obter como resultado uma melhor interação entre profissional de
enfermagem e o paciente. Por meio das pesquisas e das análises das informações
obtidas referentes ao assunto, foi possível perceber a existência da necessidade de
se ter uma interação mais abrangente dos profissionais de enfermagem com o
cliente anoréxico. Pois muitos destes profissionais não possuem um entendimento
adequado para lidar com esses pacientes, podendo proporcionar, muitas vezes, um
tratamento inadequado, sem bons resultados.
Por esta razão faz-se necessário o desenvolvimento de um plano de ação,
bem como sua implantação. Pois ele poderá guiar os profissionais rumo a um
tratamento específico e adequado, referente à patologia enfrentada. Promovendo ao
paciente um tratamento eficaz e completo, pois o plano visa a posição da equipe, a
família, o meio social e o paciente.
O conteúdo expresso nesse artigo possui grande importância tanto para a
enfermagem como para os profissionais da área, pois ele aborda questões
referentes a anorexia nervosa, bem como sobre os indivíduos influenciados por ela.
Espera-se por meio desse conteúdo científico que os profissionais obtenham mais
conhecimento e tornem-se mais sensíveis a respeito desta patologia, buscando
sempre promover ao paciente um tratamento adequado.
ANOREXIA NERVOSA IN ADOLESCENCE: A STUDY ON THE
PERCEPTION AND INTERACTION OF NURSES IN THE TREATMENT
OF ADOLESCENTS WITH ANOREXIA NERVOSA
ABSTRACT
Objective: Todevelopanaction plan aimed at promoting a betterinteraction of nurses
withtheadolescentclientbearer of anorexia nervosa, thetreatment of diseaseusingthe
tolos
ontheSystematization
of
NursingAssistance
(SAE).
Methodology:
bibliographicstudy, carriedoutfromanelectronicquerydatabase. Results: Anorexia
nervosa ischaracterizedbybodyimagedistortion, thereforethereisthepursuit of thinness
122
and obsessiveexaggerated. Forpropertreatment, itisnecessarythatprofessionals,
havetheknowledge
of
thisdisorder.
Final
Thoughts:
Throughthisstudy,
weseektogainknowledge, thusprovidingpropertherapy.
Keywords: Anorexia. Adolescence. Nursing. Interaction.
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