A ATIVIDADE DE EXTRAÇÃO DE ROCHAS ORNAMENTAIS NO ES: UMA ANÁLISE DE SUA IMPORTÂNCIA PARA A PAUTA DAS EXPORTAÇÕES CAPIXABA, ABORDANDO UMA RELAÇÃO DOS PONTOS NEGATIVOS COM DESTAQUE, OS IMPACTOS AMBIENTAIS. Julielson de Sousa Pardim¹ Carlos Manoel Diogo da Luz Florêncio² Graduando 6º período de geografia Licenciatura/Bacharel pela Faculdade Castelo Branco, Colatina-ES. E-mail: [email protected] Professor do curso de geografia da Faculdade Castelo Branco, mestre em geografia pela Universidade Federal do Espirito Santo. E-mail: [email protected] RESUMO: A extração de rochas ornamentais no estado, atualmente encontra-se em um considerável desenvolvimento, contribuindo em grande escala para o crescimento capixaba. Hoje, as exportações brasileiras estão cada vez mais polarizadas no Espirito Santo, assim atendendo à questão socioeconômica, no que diz respeito à, geração de empregos, interiorização do desenvolvimento, investimento em tecnologia. Entretanto, apesar de todos esses relevantes benefícios para a sociedade espirito santense, existe uma ideia contrária, uma ideia antagônica, no que diz respeito aos impactos ambientais, gerado pela ação antrópica, que é muito discutida por órgãos ambientais, ambientalista e defensores do meio ambiente. Não se pode negar que a atividade mineradora, é responsável por grandes impactos, porém, há muitos estudos, alternativas para atenuar, amenizar esse processo de degradação, que o faz diferença, fazendo com que haja uma educação ambiental nesse ramo. PALAVRAS-CHAVE: Ornamentais. Granito, Meio Ambiente, Exportações, Economia, Rochas MATERIAL E MÉTODOS: A obtenção das informações para o desenvolvimento do trabalho utilizando trabalhos em capo e pesquisas na internet como grande ferramenta de apoio, a qual tendo como principal fonte, sindicatos vinculados à área em questão tais como o SINDIROCHAS, SINDIMÁRMORE, entre outros ABIRROCHAS, CETEMAG, CENTROROCHAS e TCC (Trabalhos de Conclusão de Curso) de alunos de faculdades renomadas como a UFJF, e o site do governo do estado do Espírito Santo. A pesquisa também se estendeu em campo, onde houve uma discussão com o setor de geologia de uma grande empresa, umas das maiores exportadoras de blocos e chapas de granito do Brasil e da América Latina, localizada no noroeste capixaba no município de São Domingos do Norte a aproximadamente 180 km da capital Vitória, onde foi realizado um pequeno questionário, abrindo um dialogo, e que posterior foi respondida por um técnico em mineração formado pelo IFES (Instituto Federal do Espirito Santo – Campus Nova Venécia), com os resultados fiz em levantamento, das principais áreas de extração do estado capixaba, e Nova Venécia é o município referência na região norte e noroeste capixaba, e no sul, Cachoeiro de Itapemerim. Logo após esses questionamentos, foi feito uma investigação a campo, em uma área de extração localizada no interior município de Barra de São Francisco, em um lugar precisamente chamado Itaperuna, que é porta de entrada para diversas áreas dessas atividades. Feita uma minuciosa observação de tópicos como, impactos ambientais nas áreas, como: compactação do solo devido a transição continua de maquinário pesado, remoção de solo, assoreamento de corpos d’água entre outros. A segunda etapa do trabalho consistiu na pesquisa de dados de produção, exportação, faturamento e PIB, considerando com uma atividade muito importante para o estado capixaba, fazendo um levantamento das principais empresas capixabas, os principais clientes do Brasil. RESULTADO E DISCUSSÃO: Rocha ornamental, é a denominação empregada para designar rochas que “após serragem polimento e lustração, ressaltam características intrínsecas (textura, estrutura, trama dos minerais) conferindo-lhes grande beleza e permitindo seu uso em revestimento, pisos e ornamentações” (Abreu et al, 1990), o Espírito Santo, é o maior exportador brasileiro de granitos atualmente, tornou-se uma referência mundial no beneficiamento e extração de rochas ornamentais, juntamente com a China, EUA, entre outros. O estado tem uma grande diversidade de materiais, desde exóticos, com grande valor agregado devido suas raridades e combinações de cores, a materiais clássicos, de uma textura, e coloração única, podem verificar esses números na figura 1, segundo dados do ABIROCHAS, a qual informam que as exportações capixabas somaram um valor de US$ 797,79 milhões de dólares, e 1.512.687,78 toneladas, que corresponde respectivamente a 75,2% e 67,6% das exportações brasileiras tendo-se registro de 18 estados da federação com vendas para mercado externo, entretanto para analisar a potência capixaba, usamos os cinco primeiros exportadores. EXPORTAÇÕES ESTADUAIS 2012 – ROCHAS PROCESSADAS Estado Peso (t) VALOR (US$ 1000) Espírito Santo Minas Gerais São Paulo Ceará Bahia 1.512.687,78 569.757,36 14.006,18 17.806,70 31.898,61 797.786,76 194.083,36 12.598,41 12.484,26 9.259,76 FIGURA 1: Dados fornecidos pela ABIROCHAS O estado a cada dia investe em tecnologia, para aumentar a produção, com importações de insumos (considerado tudo que é utilizado, na produção), e maquinários, principalmente da China, Portugal, Suécia e Itália, esse investimento atualmente deram resultados, que segundo dados da ABIROCHAS, verificaram que dos dez maiores municípios exportadores do Brasil, nove são capixabas, a única exceção é o 5º posto pertence a Minas Gerais, com esses números explica porque essa atividade é responsável por 7% do PIB, o terceiro maior gerador de receita. É tão significante o papel do Brasil, nesse setor, que anualmente acontece a Vitória Stone Fair, e a Cachoeiro Stone Fair, onde há a expositores de todo mundo, mostrando diversas variedades de granitos e mármores, além de inovações tecnológicas, como maquinas insumos, tudo que proporciona uma excelência na produção. Além de ser uma atividade de suma importância, para a economia, gera um grande número de postos de empregos, desde a matriz, extração, na fase intermediária, no beneficiamento e na fase final, exportação. Entretanto, como toda atividade de mineração a extração de blocos de uma lavra de rochas ornamentais é uma atividade altamente impactante, “Um aspecto importante no planejamento é que muitas vezes não é levado em conta diz respeito à necessidade de harmonizar, desde o inicio da atividade produtiva, as ações referentes à recuperação ambiental” (Giaconi 1998).Podemos destacar alguns possíveis impactos que são classificados como irreversíveis tais como: aberturas de estradas, assoreamento de corpos d’água, aumento da capacidade erosiva, supressão da vegetação, supressão de habitats, alteração da vegetação, alteração no ecossistema aquático, alteração estético visual, perda da vegetação nativa entre outros. Toda essa cadeia produtiva causa diversas modificações nos relevos, essa área é monitorada por órgãos ambientais, como o IEMA (Instituto Estadual do Meio Ambiente) e o IBAMA entre outras. Existem ações para atenuar essa degradação, um deles é o de reflorestamento das áreas que sofreram o impacto, outro meio é a conscientização das empresas, uma vez que os sindicatos que atuam no estado realizam frequentemente palestras, informativos sobre a importância de manter um equilíbrio entre o homem e a natureza, as quais convivem em um mesmo espaço, por isso não existe uma ideia de Homem X Natureza, mas sim uma interação, um está contido no outro. CONCLUSÕES: Todo o investimento realizado no campo da extração de rochas ornamentais no estado está abrindo as portas para um grande comércio exterior, o excelente desempenho dessas exportações apoia-se na expansão da venda de blocos para a China, mas, sobretudo, na notável evolução das vendas de chapas para a América do Norte, em especial USA, entre outros, essa abertura da economia capixaba, resulta em um superávit indiscutivelmente positivo na balança comercial, que hoje essa área de proporções pequenas se avaliarmos as dimensões territoriais brasileiras, está sendo palco de grande destaque nessa área de extração. As exportações estão ganhando força com as construções imobiliárias chinesas e americanas, o Espirito Santo, domina o ranking brasileiro de rochas brutas (blocos de granitos) e rochas processadas (chapas polidas). Atualmente não se pode negar que nosso principal parceiro comercial no campo de rochas processadas se chama EUA, desde 2011, as exportações brasileiras têm sido beneficiadas pela recuperação da economia americana, país responsável por nada mais que 60% do total do faturamento dessas exportações. O fato é que o setor de rochas ornamentais gera uma quantidade grande de resíduos nas suas distintas fases de extração, não podendo fugir a esta realidade, nota-se que os organismos envolvidos neste processo, apesar de interesses diferentes têm buscado soluções em conjuntos quando a questão em pauta é o meio ambiente, cabe ressaltar ainda a ação do governo na promoção de palestras, oficinas, simpósios, seminários têm incentivado o programa de produção mais limpa, e a receptividade por parte do setor empresarial tem se mostrado satisfatório. Como é visto, existe uma grande expansão do mercado, e uma grande oportunidade para empresas desde pequeno porte a grande porte, uma vez que o governo investe em infra-estrutura, como manutenção de rodovias para diminuir o tempo de escoamento, e aumentar a logística, que é um fator diferencial e muito importante nesse ramo, que utiliza o ramo ferroviário, rodoviário e a fase final portuário. REFERÊNCIAS: ABIROCHAS. Exportações Estaduais em 2012. 2013. Disponível em: <http://www.abirochas.com.br/noticia.php?eve_id=1162>. Acesso em: 30 setembro 2013. ABIROCHAS. Exportações e Importações de Rochas no 1º Semestre de 2013.2013. Disponível em: <http://www.abirochas.com.br/noticia.php?eve_id=1483>. Acesso em: 30 setembro 2013. ABIROCHAS. Janela de Oportunidades para as Exportações.2013. Disponível em: <http://www.abirochas.com.br/noticia.php?eve_id=1485>. Acesso em: 01 outubro 2013. CENTROROCHAS. Informativo das Exportações Junho 2013. 2013. Disponível em: <http://www.centrorochas.org.br/site/images/informativos/informativo%20junho%202013.pd f> . Acesso em: 01 outubro 2013. CENTROROCHAS. Informativos das Exportações Dezembro 2012. 2013. Disponível em: <http://www.centrorochas.org.br/site/images/informativo%20dezembro%202012.pdf>. Disponível em: 01 outubro 2013. GIACONI. W.J. Perfil atual da história de rochas ornamentais no município de Cachoeiro de Itapemirim (ES). Campinas, SP, 1998. 85 p. Dissertação de Mestrado na Área de Administração e Políticas de Recursos Minerais. PORTAL DO GOVERNO DO ESPIRÍTO SANTO. Rota do Mármore e do Granito. 2013. Disponível em: <http://www.es.gov.br/EspiritoSanto/paginas/rota_marmore_granito.aspx>. Acesso em: 02 outubro 2013. SOUSA, José Gonçalves De. Análise Ambiental do processo de extração e beneficiamento de rochas ornamentais com vistas a uma produção mais limpa: aplicação em Cachoeiro de Itapemirim – ES. 2007. 42f. Trabalho de Conclusão de Curso, curso de especialização em análise ambiental, Universidade Federal de Juiz de Fora.