A IMPORTÂNCIA DA DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO NA ÁREA DA ESTÉTICA Jessyka Monique Ferraz¹, Fernanda Quaresma de Araujo² 1. Acadêmica do curso de Tecnólogo em Estética e Cosmética da universidade Tuiuti do Paraná- UTP ( Curitiba , PR, BRASIL); 2. Docente Mestre, Professora– Orientadora do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética / Universidade Tuiuti do Paraná/ Curitiba / Brasil Endereço para correspondência: Jessyka Monique Ferraz [email protected] ; Fernanda Quaresma de Araújo , [email protected] RESUMO: A esterilização é um método que deve ser utilizado na área da estética, pois ela é capaz de destruir todos os tipos de microorganismos que podem causar doenças como Aids, hepatites, onicomicoses, dermatites fúngica,pois muitos procedimentos de estética facilitam a entrada de agentes infecciosos, como a limpeza de pele. Para evitar essa disseminação de micro-organismos existem métodos de desinfecção e esterilização tanto químicos quanto métodos físicos. Para a escolha do método adequado é necessário analisar o tipo de material ou instrumento e classifica-lo em artigos críticos, semi críticos e não críticos. Realizando esses métodos evita-se a disseminação de doenças tanto para o profissional quanto para o cliente, visando sempre seguir leis, normas e regulamentações de biossegurança. O presente trabalho, através de revisão de literatura tem como objetivo discutir as normas de biossegurança em clinicas de estética, assim como apresentar orientações para os profissionais da área da estética no tocante a reduzir o contagio de doenças, contribuindo assim, para garantir a qualidade e a segurança dos procedimentos estéticos Palavras- chave: esterilização, estética, biossegurança ABSTRACT: Sterilization is a method that must be used in aesthetics because it is capable of destroying all types of microorganisms that can cause diseases such as AIDS, hepatitis, onychomycosis, fungal dermatitis. For many esthetic procedures facilitate entry of infectious agents such as skin cleansing. To prevent this spread are disinfection and sterilization methods and by chemical and physical means. To choose the appropriate method is necessary to analyze the type of material or instrument and classifies it into critical articles, semi critical and not critical. Performing these methods can be avoiding the spread of disease to both the professional and for the client, aiming to follow laws, rules and regulations biosafety .His academic study, through Literature review has the objective to discuss the biosecurity rules and procedures in aesthetic clinics. As well as present to the orientation and guidance to the aesthetic professional in order to prevent the dissemination of diseases. On this way contribute and guarantee the quality and security of the aesthetic procedures. Key words: sterilization, aesthetics, biosafety. 1 INTRODUÇÃO A esterilização é um método usado para que ocorra a destruição de todas as formas de micro - organismos, sejam eles vírus, fungos, leveduras, protozoários, parasitas, esporulados, para que não exista a disseminação de doenças através da contaminação de materiais usados na área da estética. A esterilização pode ser realizada através de meio químico ou físico. A área da saúde em geral é um ambiente muito propicio para a propagação de doenças, e os estabelecimentos de estética também estão envolvidos nesse contexto, pois são ambientes onde apresentam alta rotatividade de pessoas, materiais e equipamentos que podem ser transmissores de doenças tais como: instrumentos, pinças, curetas, aparelhos, moveis entre outros (RAMOS, 2009). A contaminação pode acontecer tendo uma grande ou pequena quantidade de sangue ou secreção através das lesões aparentes ou não, ocorrendo o contagio profissional/cliente (GARBACCIO, OLIVEIRA, 2013). De acordo com Diniz e Matté, (2013) os estabelecimentos que oferecem serviços de beleza e estética e que não estão devidamente atentas as normas de biossegurança e não se adaptam aos procedimentos corretos, como a desinfecção e esterilização, tornam-se transmissores de doenças infecciosas como AIDS, dermatites, micoses, e podem causar lesões dermatológicas. O Tecnólogo em estética apresenta contato direto ou indireto com pacientes, objetos, aparelhos, e através desse meio, que ocorre a exposição aos microorganismos infecciosos, porém essa disseminação pode ser evitada através de processos como limpeza, desinfecção e esterilização de materiais utilizados nos procedimentos, visando sempre o bem - estar do cliente e do profissional. O presente artigo tem como objetivo discutir as normas de biossegurança em clinicas de estética, assim como apresentar orientações para os profissionais da área da estética no tocante a se evitar a disseminação de doenças, contribuindo assim, para garantir a qualidade e a segurança dos procedimentos estéticos . METODOLOGIA O presente trabalho está fundamentado nas Normas técnicas: elaboração e apresentação de trabalhos acadêmico-científicos (2012), da Universidade Tuiuti do Paraná e foi realizado através de revisão de literatura realizada em livros, artigos, 2 revistas cientificas , resoluções, normas técnicas, leis e sites scielo , web artigos relacionados ao tema. Os termos de pesquisa utilizados como palavras-chave e descritores foram: esterilização; biossegurança; desinfecção; doenças contagiosas. Para critério de inclusão foram selecionados artigos e livros em língua portuguesa, e entre o período de 1991 e 2015. BIOSSEGURANÇA O profissional da saúde deve ter ou adquirir conhecimentos voltados para a biossegurança com a finalidade de prevenir, evitar a exposição do mesmo a agentes infecciosos, pois a transmissão de infecções está relacionada à execução inadequada das práticas e rotinas de trabalho, principalmente quando se trata dos procedimentos de limpeza, desinfecção e esterilização de utensílios e do ambiente, (RAMOS, 2009) A higienização das mãos é um dos fatores importantes para que haja a prevenção de infecções e o impedimento da disseminação de doenças, e deve se higienizar às mãos antes e após cada atendimento (ASSIS, et al 2008). RISCOS E MICROORGANISMOS. Conforme Mastroeni, 2006, todo ambiente pode conter risco ao trabalhador, e na área da estética conforme a tabela 1 segue os seguintes riscos: Tabela 1: Riscos que os profissionais estão expostos Riscos Riscos químicos Riscos físicos biológicos Contato ergonômicos com Manuseio material biológico Riscos produtos de Quando químicos exposto está Postura a tipo: ex: formol, e ácidos . temperaturas incorreta, ruídos, muito tempo sentada, ou em pé, secreção, inadequadas, movimentos sangue, anexos pressões anormais, bruscos cutâneos, e pele irradiações não integra. umidade. entre e outros. Fonte: A Autora, 2015. Segundo Neto, Baldy (1991), os micro-organismos são os principais agentes na decomposição e desempenham funções vitais para a manutenção da vida 3 terrestre. No organismo do ser humano são encontrados vários tipos de microorganismos, pois eles são essenciais e fazem parte da microbiota residente do corpo humano, geralmente eles atuam ajudando na digestão, na regulação da flora intestinal entre outras atividades. Porem algumas espécies de microorganismos pode causar e transmitir doenças patogênicas, caso o microorganismo apresente uma virulência elevada o mesmo pode estar causando infecções independentes da defesa do hospedeiro (MASTROENI, 2006). Conforme Oliveira (2010), quando a pele não esta integra e quando tem contato por meios de instrumentais infectados os agentes infecciosos encontram condições favoráveis ao seu desenvolvimento iniciando um processo infeccioso. Segundo Opermann, Pires (2003), infecção é uma doença que pode causar dores, febre, eritema, edema e secreção purulenta no local, causando danos em tecidos e órgãos e algumas alterações no sangue. A área da estética contém vários procedimentos que facilitam a entrada desses agentes infecciosos, dentre essas atividades podemos relacionar as: limpeza de pele com uso de curetas, drenagem linfática em pós-operatório, manicure e pedicuro, a galvanopuntura e assim as demais atividades que podem ocorrer à quebra de integridade epitelial. Alguns instrumentais utilizados em procedimentos também podem ser transmissores de agentes infecciosos. Os instrumentais mais utilizados são: alicates, espátulas, pinças, gaze, curetas, eletrodos e ate mesmo algumas ponteiras de equipamentos (OLIVEIRA, 2010) . Ramos (2009) orienta que, esses micro-organismos podem ser transmitidos através: (a) Vias aéreas quando ocorre a inalação dos microorganismos em partículas aerossóis e gotículas, (b) Via cutânea pelo contato com secreções e sangues contaminados através da pele com quebra da integridade epitelial como, dermatites e pústulas. Sendo que a mão é o maior transmissor por essa via. Nesse caso também pode-se relatar como uma via de transmissão os acidentes com perfurocortantes, (c) Via ocular ocorre quando a contaminação na mucosa ocular através de aerossóis e gotículas de materiais contaminados. Porém não é uma via onde há grandes índices de contaminações quando comparada com a via cutânea. PRINCIPAIS DOENCAS TRANSMITIDAS EM ESTABELICIMENTOS DE SAUDE E CLINCAS DE ESTÉTICA. 4 Segundo Mastroeni, (2006) as referencias sobre riscos biológicos foram descritas da obra de Bernardino Romazzine que é o pai da medicina do trabalho. Porem a preocupação especifica para trabalhadores da área da saúde, só passou a ser discutida a partir do século XX. Um ponto preocupante e, que aumenta o risco de exposição e de contágio dos profissionais ao HIV, VHB e VHC, é o desconhecimento sobre os mecanismos de transmissão destas doenças e das medidas de prevenção adequadas, além da baixa adesão a vacinação contra o VHB. As doenças que são identificadas nos profissionais causam um importante problema de saúde publica. Pois podem afetar diretamente ou indiretamente profissionais e seus clientes Entre as doenças mais comuns destacam-se: (a) AIDS (Síndrome da imuno deficiência adquirida )é uma doença causada pelo vírus do HIV através do contato com sangue e secreções contaminados com o vírus. Apartir do momento que o individuo entra em contato com o vírus ele já passa a ser um transmissor do mesmo. O vírus HIV é muito oportunista , através dele o portador é capaz de adquirir outras infecções com maior facilidade devido ao organismo estar com a imunidade baixa (imunodepressivo) ( BRASIL, MINISTÉRIO DA SAUDE ,2010) (b) HEPATITE B e HEPATITE C :também são doenças causadas por vírus, transmitidas através do contato por perfuro cortante, sendo o sangue o maior transmissor, embora também possa ser transmitida por secreções, saliva, lagrima, suor e sêmen. Segundo Moraes et al , (2012) a doença hepatite viral causa inflamação seguida de necrose das células hepáticas. Conforme a Organização Mundial de Saúde estima–se que o numero de afetados pela hepatite B em chega a 240 milhoes. (c) ONICOMICOSES – são infecções muito comuns na área da beleza, são caracterizadas pelo crescimento de fungos nas unhas e nas dobras periungueais (ao redor da unha). São geralmente infectadas por fungos dermatofitos e eventualmente por leveduras ( Candida albicans) . Ela é transmitida através do solo, animais ou instrumentos como espátulas, alicates, toalhas úmidas e bacias utilizadas pelo pedicuro e SPA do pés (RAMOS 2009). Araujo et al (2003), afirma que a onicomicose é uma das doenças de unha que mais causam onicopatias no mundo todo, também são consideradas as micoses superficiais que tem um diagnóstico e um dos tratamentos mais complexos e difíceis. 5 (d) DERMATITES FUNGICAS – são infecções causadas nos tecidos queratinizados, que são infectados pelos fungos dermatofitos. Essa doença varia muito com o clima quente e úmido e podem ocorrer em qualquer parte como pele, cabelos e unhas (LÉPORI R.L, 2006) A transmissão ocorre por meio de escamas da pele, se houver contato com essas escamas e a pele não estiver integra pode ocorrer a contaminação, (RAMOS 2009). De acordo com Tomaz, (2011) a transmissão das dermatites pode ocorrer através de escovas, pincéis , e podem afetar com maior facilidade pessoas com fatores genéticos e doenças como diabetes. Porém, para que não ocorra a transmissão dessas doenças, ou para que tenha um controle das infecções causadas por microorganismos, são necessários alguns procedimentos como assepsia, antissepsia, desinfecção e esterilização dos instrumentais e de superfícies para que seja feita total eliminação dos agentes infecciosos causadores de doenças ( BRASIL, 2009). LIMPEZA É o processo onde é feita a retirada de sujidades visíveis dos instrumentais, superfícies e objetos (OPPERMANN, PIRES 2003). Esse processo visa fazer a remoção das sujidades orgânicas como sangue, secreções, oleosidade, entre outros, pois a presença de sujidade pode favorecer a vetores que contribuem para os surgimentos de doenças (GAMA, 1991). Para que as sujidades não fiquem coladas sobre a superfície do material e dificulte remoção, é necessário que limpeza seja feita logo após o procedimento (ASSIS et al , 2008) . O método de limpeza pode ser realizado através de sabões, detergentes enzimáticos, fazendo movimentos de fricção, podendo utilizar escovas (MASTROENI, 2006). Logo após é feito o enxague em água quente para melhor remoção da oleosidade, e para finalizar a limpeza faz a secagem (OLIVEIRA, 2010). Para realizar esse método de limpeza o ambiente/local deve passar pela assepsia, que seria o método que mantém um meio livre de micro organismos em superfícies como bancadas, macas e materiais, entre outros, sendo necessária também antissepsia das mãos, que é realizada através da lavagem das mãos antes e após os procedimentos a serem realizados, e deve realizar a antissepsia da região que o paciente ira realizar o procedimento exemplo: região facial , fazendo essa antissepsia com o uso de antissépticos como pvpi , clorexidina (RAMOS 2009) . Para que o processo de esterilização e desinfecção tenha melhores 6 resultados, e para que haja total destruição de micro – organismos causadores de doenças é necessário que os materiais utilizados sejam classificados: em artigos críticos: onde são utilizados em procedimentos invasivos ex: agulhas esses devem ser esterilizados ou desprezados caso o material seja de uso único e descartável. Artigos semicríticos: são materiais que entram em contato com pele não integra e mucosa integra, esses são submetidos e desinfecção de alto nível, ou até mesmo se necessário à esterilização. Artigos não críticos são considerados materiais e instrumentos que entram em contato com a pele integra, exemplos como as cubas, eletrodos, pincéis, macas entre outros e pode ser realizada a desinfecção de baixo nível (ASSIS et al , 2008, BRITO et al, 2002). DESINFECÇÃO A desinfecção pode ser realizada em 3 tipos de níveis. Desinfecção de alto nível que destrói todos os microorganismos de formas vegetativas e esporuladas, é realizada através da imersão dos instrumentais no glutaraldeído a 2% e no ácido peracético. A desinfecção de nível intermediário elimina a maioria dos fungos, vírus, micobacterias e bactérias vegetativas não destrói os microorganismos esporulados, é um método muito utilizado para a desinfecção de artigos não críticos, superfícies como bancadas, macas equipamentos entre outros, nesse método pode utilizar agentes químico os alcoóis, cloro, e clorexidina . A desinfecção de baixo nível destrói grande parte das bactérias e alguns vírus, o meio químico utilizado para esse método de desinfecção seria o iodo (pvpi) utilizado mais para a antissepsia da pele para a realização dos procedimentos que rompem a integridade da epiderme , não é indicado para a desinfecção de superfícies devido a sua coloração, (KALIL , COSTA 1994 ; ASSIS et al , 2008,RAMOS, 2009; OPPERMANN, PIRES, 2003). MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO Segundo Mastroeni, (2006), esterilização é um método onde visa remover ou destruir todos os micro-organismos incluindo os esporos bacterianos, com capacidade de desenvolvimento. Esse método tem como finalidade evitar a contaminação, prevenir infecções decorrentes de procedimentos invasivos durante a utilização de materiais. Os métodos de esterilização podem ser físicos e químicos A esterilização por processos químicos são utilizados em materiais termossensíveis, com esse método pode ser utilizado o glutaraldeído e o ácido peracético que eliminam até a forma de esporulados, normalmente o glutaraldeido é utilizado numa 7 concentração de 2%, e o ácido peracético é usado em concentração de 0,2 %, porem para que o processo de esterilização química seja eficaz é necessário respeitar o tempo de que o material deve ficar imerso nos agentes químicos, porem a esterilização por meio de agentes químicos não é tão eficaz devido algumas dificuldades na técnica asséptica podendo ocorrer a contaminação (ASSIS et al, 2008, OLIVEIRA ,2010). Segundo López, (2000) quando o método de esterilização escolhido for físico o mesmo pode ser através de calor úmido, calor seco, ou radiação. A esterilização por radiação é um método de baixa temperatura é um método de alto custo e é utilizada em materiais medico- hospitalares e de baixa resistência ao calor. A esterilização por calor úmido é a, mas utilizada e de baixo custo, pois esteriliza vários tipos de materiais sejam eles de tecido, vidros, líquidos. O calor da autoclave age coagulando proteínas celulares e inativando os micro-organismos (KALIL , COSTA 1994). Os invólucros para esse tipo de esterilização pode ser papel grau cirúrgico , filme plástico de polipropileno , algodão cru 56 fios , papel crepado e caixas metálicas com orifícios para a penetração do vapor que chega atingir a temperatura entre 121ºc a 134º c , sem danificar os instrumentais metálicos e de corte (DONATELLI ,2011). Quando são montadas as cargas de materiais a serem esterilizados em autoclave não deve ultrapassar 70% da sua capacidade, (OPPERMANN, PIRES, 2003), outro autor como Gama (1991) refere se que a quantidade de material colocado dentro da autoclave pode atingir ate 85% da sua capacidade. O método de esterilização através do calor seco é utilizado uma estufa conhecida como forno de Pasteur, a maneira com age essa esterilização é através do aquecimento e irradiação do calor, esse método não é muito confiável devido à diferença de temperatura que atinge em pontos diferentes da estufa, podendo atingir em torno de 160ºc, em um ciclo de 2 horas ou 170º em um ciclo de 1 hora (LEITE 2008, RAZABONI 2004, TIPPLE et al 2010). O tempo de exposição é mais prolongado e maiores temperaturas, porem não é indicado para qualquer tipo de material. Os invólucros para esse tipo de esterilização podem ser: caixa metálica, vidros temperados, e laminas de papel alumínio, (RAMOS,2010), porém conforme a resolução SESA 700/2013 não é permitido o uso de lâminas de alumínio, papel kraft, papel toalha , papel manilha, papel jornal para embalar os materiais, somente é permitido os invólucros regulamentado pela Anvisa, contendo data de esterilização e 8 indicador químico , sendo a embalagem de uso único. Para os métodos de esterilização é indicado que seja realizado os indicadores químicos, físicos e biológicos sendo o físico emitido por uma impressora do próprio aparelho (autoclave) contendo dados do processo de esterilização, os químicos são os que reagem com a temperatura, pressão e vapor, ocorrendo a mudança de cor, tendo como finalidade identificar a passagem pelo processo, caso não ocorra essa alteração de cor no indicador químico o processo não foi bem sucedido e deve ser reprocessado novamente. Os indicadores biológicos compostos por bactérias que se diferem conforme o processo de esterilização, mostram se ocorreu a destruição dos micro-organismos. (TIPPLE et al , 2010, RAMOS, 2010). Cabe ressaltar que, dentro do contexto da esterilização novas legislações entraram em vigor, como por exemplo , a publicada pela Secretaria da Saúde do Estado do Paraná, Resolução SESA (Secretária de Estado da Saúde) Nº 700/2013 a qual dispõe sobre: “As condições para instalação e funcionamento dos Estabelecimentos de Salão de Beleza, Barbearia e/ou Depilação no Estado do Paraná” (PARANÁ, 2013). De acordo com a Resolução SESA Nº 700/2013 vigente no presente momento, o profissional deve imprescindivelmente lavar as mãos com água e sabonete líquido ou realizar antissepsia com álcool 70% a cada cliente. Também se orienta que seja realizada a limpeza prévia e a esterilização dos instrumentos de trabalho (alicates, espátulas, etc.) em autoclave por um tempo padronizado de 5 a 30 minutos a 135º C RAZABONI, (2013). Todo esse processo é de fundamental importância para a prevenção de doenças e para promoção da saúde . DISCUSSÃO No decorrer dessa revisão de literatura pode-se observar que há uma carência sobre assuntos voltados para biossegurança na área da estética. Por esse motivo é de sumo importância que o profissional esteja sempre atento e buscando conhecimentos na área de biossegurança. A área da estética possui vários procedimentos que podem ser porta de entrada para doenças infecciosas como a galvanopuntura onde é realizado a puntura com micro – agulhas e dessa forma tem o rompimento da integridade da epiderme sendo uma porta de entrada para micro – organismos causadores de 9 doenças assim como a limpeza de pele no ato da extração de comedões com o uso da cureta e a extração de miliuns com a agulha, (OLIVEIRA , 2010). A Lei 12.592 publicada em janeiro de 2012 regulamenta a profissão de cabelereiro, barbeiro, depilador, esteticista, manicure e pedicuro, e todos os profissionais dessa área serão responsáveis pela esterilização dos materiais e utensílios usados nos procedimentos, (BRASIL 2012). A esterilização obrigatória e exigida pela Anvisa é a esterilização através do vapor sob pressão saturado (autoclave) . Quando se refere à esterilização, os autores destacam a esterilização por calor úmido (autoclave) o método mais adequado e eficiente para realizar a esterilização, pois ela é capaz de destruir toda forma de micro – organimso através da coagulação da proteína dos mesmos, porém deve ser realizada a técnica correta do processamento para que o processo de esterilização seja eficaz (KALIL, COSTA, 1994). Alguns autores como Oppermann, Pires, (2003) orientam que a quantidade de material colocado para esterilizar deve ser ate de 70% da capacidade da autoclave, porém Gama, (1991) esclarece que a quantidade de materiais pode atingir ate 85% da capacidade da autoclave. Outra maneira simples de evitar a disseminação de doenças seria a higienização das mãos antes e após cada paciente atendido (ASSIS, et al 2008). CONSIDERAÇÕES FINAIS Os microrganismos estão presentes em todos os ambientes e principalmente em lugares propícios para seu desenvolvimento e a área da estética acaba sendo um ambiente proveniente de proliferação de agentes infecciosos devido à alta rotatividade de pessoas e alguns procedimentos invasivos. Porem quando é realizada a esterilização adequada para cada material utilizado em procedimentos estéticos podemos evitar a contaminação e evitar doenças, garantindo um atendimento seguro. Para que ocorra a eficácia da esterilização é necessário que o profissional esteja apto para realizar cada fase do reprocessamento dos materiais. Sendo assim para que ocorra o controle de infecção relacionada a materiais contaminados não depende somente dos métodos de esterilização e sim a capacitação dos profissionais. Importante ressaltar que, a formação do Tecnólogo em estética contempla disciplinas tais como biossegurança, legislação, microbiologia, parasitologia e 10 fundamentos em química, dentre outras. Logo, este profissional tem fundamentação teórica para atuar na orientação e supervisão da desinfecção e esterilização dos instrumentais usados nos procedimentos estéticos. Por fim, sugere-se a realização de novas pesquisas que envolvam a elaboração de POPs (procedimento operacional padrão),específicos para a área da estética, assim como treinamentos voltados para a biossegurança do profissional tecnólogo em estética, com objetivo de promover o bem estar e a segurança para o cliente e para o profissional. 11 REFERÊNCIAS ARAUJO et al, Onicomicoses por fungos emergentes : analise clinica, diagnostico laboratorial e revisão Na Brás Dermatol, Rio de janeiro , julho/ agosto de 2003 Disponível em : http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S036505962003000400006&lang=pt acesso dia 11 de março de 2015 . ASSIS et al, Manual de prevenção de infecções associadas a procedimentos estéticos.Divisão de infecção hospitalar (DHI/CVE/CCD/SES-SP.) São Paulo: Rettec,11de junho de 2008. Disponível em: ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/ih/ih08_manual.zpdf acesso dia 24 de março de 2015. BRASIL. 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