Cartaz Gerenciamento de resíduos/UNESP

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LGRQ - Laboratório de Gerenciamento Resíduos Químicos – Bauru
CEA - Comissão de Ética Ambiental – Bauru
PGR - Programa de Gerenciamento de Resíduos – Reitoria
As informações desse cartaz poderão ser utilizadas em todas as Unidades
Universitárias da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” –
Unesp. Tem como objetivo orientar as atividades que gerem resíduos
perigosos quanto à correta identificação, tratamento e disposição final de
resíduos gerados oriundos de atividades de ensino, pesquisa e extensão. A
Tabela 1, sugere testes que devem ser realizados para a correta
caracterização1.
Resíduos inorgânicos
Os resíduos devem ser segregados segundo as classes a seguir:
→ Soluções aquosas de metais pesados;
→ Ácidos e/ou soluções ácidas;
→ Bases e/ou soluções básicas;
→ Sulfetos;
→ Cianetos;
→ Mercúrio metálico (recuperação);
→ Sais de prata (recuperação);
→ Metais pesados.
1) Resíduos inorgânicos ácidos e suas soluções aquosas: diluir com água,
neutralizar com bases diluídas, conferir o pH que deve estar entre 6 - 8 e descartar
na rede coletora de esgoto em água corrente.
2) Resíduos inorgânicos básicos e suas soluções aquosas: diluir com água,
neutralizar com ácidos diluídos conferir o pH que deve estar entre 6 - 8 e descartar
na rede coletora de esgoto em água corrente.
3) Resíduos inorgânicos neutros e suas soluções aquosas: diluir com água e
descartar na rede coletora de esgoto em água corrente. Concentração máxima
permitida até 0,1g ou 0,1mL/3mL de água e com baixa toxicidade, não deve
exceder 100 g ou 100 mL/dia/ponto.
4) Resíduos inorgânicos insolúveis em água:
→Com risco de contaminação ambiental – armazenar em frascos etiquetados para
posterior recolhimento.
→ Sem risco de contaminação ambiental – coletar em saco plástico e descartar
como lixo comum.
5) Soluções contendo metal pesado. Devem ser armazenados em bombonas
apropriadas, devidamente rotuladas de 20 litros, encher no máximo em 75% da sua
capacidade, após terem sido precipitados na forma de hidróxido por solução de cal
ou hidróxido de sódio comercial. Observando a faixa de pH indicada para
precipitação de cada cátion descrita na Tabela 3.
Tipo de teste
pH
Procedimento
Usar papel indicador ou pHmetro
Inflamabilidade
Reatividade com
ar
Reatividade com
água
Solubilidade em
água
Presença de
cianetos
Presença de
sulfetos
Resíduo
oxidante
Resíduo redutor
Presença de
halogênios
Com cuidado enfiar um palito de
cerâmica no resíduo
Na capela colocar de 3 a 5 gotas de
resíduo não identificado em um vidro de
relógio e deixar exposto ao ar.
Com cuidado, sempre em uma capela,
com um conta gotas adicione uma gota
de água.
Adicionar água somente após o ensaio
de reatividade.
Adicione 1 gota de cloroamina-T e uma
gota de ácido barbitúrico/piridina em
aproximadamente de 3 a 5 gotas de
resíduo.
Acidifique a amostra com HCl e faça o
teste com um papel embebido em
acetato de chumbo
Adicionar 2 gotas da amostra à 3 gotas
de uma solução 0,5 mol L-1 de MnCl2
Umedecer um pedaço de papel de filtro
em 2,6-dicloro-indofenol ou azul de
metileno
Coloque um fio de cobre limpo e
previamente aquecido ao rubro no
resíduo e leve à chama.
Observar se há a formação de
chama, geração de gás, ou
qualquer outra reação violenta.
Resíduos solúveis em água
apresentam apenas uma fase
A cor vermelha indica teste
positivo
Na presença de sulfetos o papel
deve ficar enegrecido/escuro
A oxidação de sal de Mn2+ (rosa
claro) para coloração rosa escura
indica resíduo oxidante.
Observar se ocorre a sua
descoloração
Observar se há coloração: o
verde indica a presença de
halogênios.
Tabela 5- Destinação das embalagens de produtos químicos.
Embalagens
primária
Frascos de
Produtos vazios
de substâncias
não tóxicas
Frascos vazios
de solventes
orgânicos
Frascos vazios
de ácidos ou
base
Frascos vazios
de substâncias
perigosas.
Embalagens
secundárias
Categorias
Frascos que contenham
cloretos de (sódio,
potássio cálcio),
carbonatos e
bicarbonatos de (sódio,
potássio cálcio) e
fosfatos de (sódio,
potássio),
Frascos que contenham
por exemplo, éter,
metanol, benzeno,
tolueno, xileno,
clorofórmio,
diclorometano, hexano e
heptano.
Tabela 3 – Intervalo de pH para precipitação dos cátions na forma de hidróxido
Conclusão
0 – 6 ácido
6 – 8 neutro
8 – 14 básico
Deixar escorrer o excesso e
coloque-o na chama
Verificar se há alguma evidência
de reação química.
Segregação e
acondicionamento
Deverão ser lavados
com água ou etanol
Deverão ser feita
uma tríplice lavagem
com +/- 20 ml de
etanol (recolher o
solvente em
bombona para
descarte de
solvente), depois
com água e
detergente.
Deverão ser lavados
exaustivamente com
água.
Descarte
Descartados como
resíduo comum
após remoção do
rótulo.
Descartados como
resíduo comum
após remoção do
rótulo.
Frascos que contenham
Descartados como
ácido clorídrico, ácido
resíduo comum
sulfúrico, ácido nítrico,
após remoção do
ácido fosfórico, ácido
rótulo.
acético, hidróxido de
sódio, hidróxido de
potássio, carbonato de
sódio, bicarbonato de
potássio, bicarbonato de
sódio, carbonato de
potássio.
Substâncias que
Deverão ser
ofereçam riscos mesmo
descartados como
em pequenas
resíduo químico
concentrações, como
sólido.
brometo de etídio,
diaminobenzidina
(DAB), forbol, fenolclorofórmio, cianetos e
compostos de arsênio.
As embalagens secundárias não contaminadas por reagentes químicos
perigosos deverão ser rasgadas e acondicionadas como resíduo
comum.
Tabela 2- Limites permitidos para descarte em
corpos d’água sem tratamento prévio
Composto
Arsênico
Bário
Boro
Cádmio
Chumbo
Cianeto
Cobre
Cromo hexavalente
Cromo total
Estanho
Fenol
Ferro Solúvel (Fe²+)
Fluoretos
Manganês solúvel (Mn²)
Mercúrio
Níquel
Prata
Selênio
Zinco
Limites
0,2 mg/L
5,0 mg/L
5,0 mg/L
0,2 mg/L
0,5 mg/L
0,2 mg/L
1,0 mg/L
0,1 mg/L
5,0 mg/L
4,0 mg/L
0,5 mg/L
15,0 mg/L
10,0 mg/L
1,0 mg/L
0,01 mg/L
2,0 mg/L
0,02 mg/L
0,02 mg/L
5,0 mg/L
Metal
Alumínio - Al(III)
Arsênio - As(III )
Arsênio - As(V)
Berílio - Be(II)
Antimônio - Sb(II)
Antimônio Sb(IV)
Bismuto - Bi(III)
Cádmio - Cd(II)
Chumbo - Pb(II)
Cobalto - Co(II)
Cobre - Cu(I)
Cobre - Cu(II)
Cromo - Cr(III)
Escândio - Sc(III)
Estanho - Sn(II)
Estanho - Sn(IV)
Ferro - Fe(II)
Ferro - Fe(III)
Gálio - Ga(III)
Germânio - Ge(IV)
Háfnio - Hf(IV)
Índio - In(III)
Irídio - Ir(IV)
Magnésio - Mg(II)
Manganês - Mn(II)
Manganês - Mn(IV)
Mercúrio - Hg(I)
Mercúrio - Hg(II)
Inter. de pH
7-8
Prec. como sulfeto
Prec. como sulfeto
7-8
7-8
7-8
7-14
7-14
7-8
8-14
9-14
7-14
7-14
8-14
7-8
7-8
7-14
7-14
7-8
6-8
6-7
6-13
6-8
9-14
8-14
7-14
8-14
8-14
Os resíduos devem ser segregados segundo as classes a seguir:
→ Solventes orgânicos não-halogenados.
→ Solventes orgânicos com mais que 5% de água.
→ Solventes orgânicos com menos que 5% de água.
→ Soluções de material orgânico biodegradável.
→ Soluções aquosas contendo substâncias orgânicas.
→ Soluções de corantes;
→ Soluções de substâncias carcinogênicas, mutagênicas, teratogênicas
ou que apresente toxicidade conhecida;
→ Pesticidas (descrever a classe a que pertencem: organoclorados,
organofosforados, etc);
→ Outras.
Antes de executar qualquer das medidas citadas a seguir, deve-se consultar a Tabela 2,
onde estão descritos os limites permitidos para descarte de acordo com a legislação estadual
(Cf. Decreto-Lei n.8.468 de 8/8/1993).
Antes de executar qualquer das medidas citadas a seguir, deve-se consultar a
Tabela 2, onde estão descritos os limites permitidos para descarte de acordo com a
legislação estadual (Cf. Decreto-Lei n.8.468 de 8/8/1993).
Tabela 1 – Teste preliminar para caracterização/segregação de resíduos químicos
Resíduos orgânicos
Metal
Molibidênio-Mo(VI)
Nióbio - Nb(V)
Níquel - Ni(II)
Ósmio - Os(IV)
Ouro - Au(III)
Paládio - Pd(II)
Paládio - Pd(IV)
Platina - Pt(II)
Prata - Ag(I)
Rênio - Re(III )
Rênio - Re(VII)
Ródio - Rh(III)
Rutênio - Ru(III)
Selênio - Se(IV)
Selênio - Se(VI)
Tálio - Tl(III)
Tantálio - Ta(V)
Terlúrio - Te(IV)
Terlúrio - Te(VI)
Titânio - Ti(III)
Titânio - Ti(IV)
Tório - Th(VI)
Tungstênio - W(IV)
Vanádio - V(IV)
Vanádio - V(V)
Zinco - Zn(II)
Zircônio - Zr(IV)
Inter. de pH
Prec. como sal de cálcio
1-10
8-14
7-8
7-8
7-8
7-8
7-8
9-14
6-14
Prec. como sulfeto
7-8
7-14
Prec. como sulfeto
Prec. como sulfeto
9-14
1-10
Prec. como sulfeto
Prec. como sulfeto
8-14
8-14
6-14
Prec. como sal de cálcio
7-8
7-8
7-8
6-7
Tabela 4 – Classes de Substâncias Peroxidáveis
Substâncias que podem se auto polimerizar quando houver formação de peróxido
Ácido acrílico
Vinilpiridina
Tetrafluoretileno
Cloreto de vinila
Acrilonitrila
Vinilacetileno
Acetaldeído de vinila
Estireno
Acetato de vinila
Butadieno
Cloropreno
Butadieno
Clorotrifluoretileno
Metilmetacrilato
Substâncias que em concentrações formam peróxidos em níveis explosivos
Acetaldeído
Ciclohexanol
2-Hexanol
Dietileno glicol
2-feniletanol
Dioxano
Acetal diacetylene
Tetrahidronaftaleno
Dicloropentadieno
4-heptanol
Metilacetileno
Metil isobutil cetone
2-Propanol
1-feniletanol
Alcool benzilico
2-butanol
Éter dieílico
Decahidronaftaleno
Éter dimetílico
Metilciclopentano
3-metil-1-butanol
Cumeno
Tetrahidroforano
Substâncias que em baixas concentrações formam peróxidos em níveis explosivos
Butadieno
Divinilacetileno
Tetrafluoretileno
Dicloroetano
Cloropreno
Éter isopropílico
1) Resíduos orgânicos e suas soluções aquosas tóxicas: coletar em frascos devidamente
rotulados e que destaque essas informações.
2) Resíduos orgânicos ácidos e suas soluções aquosas que não apresente toxicidade: diluir
com água, neutralizar com ácidos diluídos e descartar na rede coletora de esgoto em água
corrente.
3) Resíduos orgânicos básicos e suas soluções aquosas que não apresente toxicidade: diluir
com água, neutralizar com ácidos diluídos e descartar na rede coletora de esgoto em água
corrente.
4) Resíduos orgânicos neutros e suas soluções aquosas que não apresentem toxicidade:
diluir com água e descartar na rede coletora de esgoto em água corrente.
5) Resíduos orgânicos sólidos insolúveis em água Com risco de contaminação ao meio
ambiente – armazenar em frascos etiquetados e para posterior recolhimento.
→ Sem risco de contaminação ao meio ambiente – filtrar e descartar em lixo comum.
→ Os adsorventes usados em cromatografia (sílica) devem ser coletados em caixa de
papelão revestida com saco plástico ou em um recipiente do polietileno. Não misturar a
sílica com resíduos líquidos, tampouco se pode misturar papel, plástico, luvas ou recipientes
de vidro naquele contendo resíduo de sílica. Se o adsorvente não contiver metais pesados,
solventes orgânicos, pesticidas ou outros produtos classificados como tóxicos, podem ser
dispostos no lixo comum. Caso contenha alguns desses compostos, indicar a concentração
de cada um dos contaminantes no rótulo do frasco e coletá-lo para a eliminação como um
resíduo perigoso.
6) Resíduos de solventes orgânicos
→ Solventes halogenados puros ou em mistura – armazenar em frascos etiquetados para
posterior incineração.
→ Solventes isentos de halogenados, puros ou em mistura tanto os com mais ou menos que
5% de água – coletar em frascos etiquetados, para posterior incineração.
→ Solventes isentos de toxicidade, puros ou em solução aquosa, utilizados em grande
volume – coletar em frascos etiquetados para posterior incineração.
→ Solventes que formam peróxidos Tabela 4 e suas misturas — armazenar pelo menor
tempo possível.
→ Recuperação de solvente. Indicada apenas se a unidade possuir infraestrutura adequada
e profissional preparado para desempenhar tal atividade.
7) Substâncias tóxicas (pesticidas: os frascos de pesticidas solúveis em água poderão ser
submetidos à tríplice lavagem e enviados aos postos de coleta (uso agrícola). Já os resíduos
de laboratório contendo pesticidas devem ser classificados como os demais resíduos
orgânicos, na Tabela 5 descrevemos os procedimentos para o descarte de embalagens de
vazias de outras substâncias.
8) Demais resíduos que não foram contemplados aqui neste cartaz, podem ser consultados
em http://www.fc.unesp.br/lvq/download ou procure a Comissão de Ética Ambiental de seu
Campus.
12/2010.
Referências Bibliográficas
Fonseca, J. C. L.; Manual para Gerenciamento de Resíduos Perigosos- São Paulo : Cultura Acadêmica, 2009.
Feitoza, A.C.; Galhiane, M. S.; Normas do Laboratório de Gerenciamento de Químicos Faculdade de Ciências
Campus de Bauru. Disponível em <http://www2.fc.unesp.br/lvq/download/> Acesso em 05 de Dez. de 2010.
Cartaz elaborado por:
1-Antonio Carlos Feitoza - Laboratório de Gerenciamento de Resíduos Químicos - Bauru
2-Prof. Dr. Mário Sergio Galhiane - Comissão de Ética Ambiental – Faculdade de Ciências - Bauru
3-Dra. Janaína Conrado Lyra Fonseca - Programa de Gerenciamento de Resíduos –UNESP- Reitoria
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