TEXTO 01 O ÍNDICE DE VALORES HUMANOS (IVH) No mês de agosto, o PNUD divulgou o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) referente aos anos de 2009/2010 para o Brasil. O relatório apresenta dados relacionados ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que avalia os padrões de educação, saúde e longevidade. O ano de 2010 marca o vigésimo aniversário do RDH. Esse último relatório abordou, além da temática principal, uma série de questões como sustentabilidade, papel dos governos nos mercados, e melhores formas de avaliar o desenvolvimento humano. Anexo a esse relatório seguirá um indicador até então inédito mundialmente: o Índice de Valores Humanos (IVH), retratando as vivências da população em saúde, educação e trabalho. Amplia-se a ideia de que o desenvolvimento humano deve ser entendido como a forma de as pessoas viverem de modo criativo e produtivo, a partir de seus interesses e necessidades. O IVH é um complemento do IDH — ambos variam de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1,melhor) — e considera que os valores são formados a partir de experiências das pessoas em seu dia a dia. Leva em conta saúde, educação e trabalho, que, segundo Relatório de Perfil de Valores Brasileiros do RDH, são os quesitos mais importantes para os brasileiros. Surgiram então o IVH-T (trabalho), o IVH-S (saúde) e o IVH-E (educação). Para os brasileiros, o subíndice mais satisfatório é o trabalho, que atingiu 0,79, em que foram relatados maiores números de experiências positivas. No contexto da educação, o valor é de 0,54, e os brasileiros entenderam que uma boa educação deve priorizar, entre outros fatores, a formação de um bom cidadão, a conquista de emprego e uma boa vida. O pior indicador é a saúde, com 0,45. Os aspectos abordados foram: interesse dos profissionais pelo usuário do serviço, espera no atendimento e entendimento por parte do paciente da linguagem usada pelo profissional. A forma de se avaliar o desenvolvimento humano progrediu. Ainda não se sabe se o IVH será aplicado anualmente, uma dúvida comum a todos os processos inovadores. Mostrando-se eficiente e apropriado para a sociedade brasileira, deve adquirir êxito. QUESTÃO 01 - Por que o IVH é considerado mais preciso para o cidadão, como indicador de desenvolvimento, que o próprio IDH? TEXTO 02 O BRASIL E O IDH No mês de setembro de 2005 o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) divulgou o Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH 2005), com a análise de 177 países. Com dados referentes ao ano de 2003, o índice brasileiro passou de 0,790, em 2002, para 0,792, resultado que não alterou a posição do país no ranking mundial, permanecendo na 63ª posição, entre as nações de médio desenvolvimento humano. Entretanto, apesar dessa pequena melhora numérica do índice, deve ser destacado que em educação e longevidade o país teve um pequeno avanço, mas no quesito renda houve uma significativa regressão. Talvez cause certa estranheza para aqueles que estão acostumados a verificar o desempenho do Brasil no ranking do IDH a posição 63ª, uma vez que no RDH 2004 o Brasil aparecia na 72ª posição, e não na 63ª, como consta no atual relatório. Os dados utilizados para o cálculo do índice foram alterados novamente nesse ano, e, visando a uma real comparação com as edições anteriores, o RDH usou as novasséries de estatísticas não só para o cálculo do IDH de 2003, como também recalculou o IDH de 2003 e de outros sete anos de referência: 1975, 1980, 1985, 1990, 1995 e 2000. As três variáveis utilizadas no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano empregam os seguintes critérios: a longevidade é calculada a partir da esperança de vida ao nascer, na atual situação o Brasil evoluiu de 70,2 para 70,5 anos, estando na 86ª posição no ranking mundial; quanto à escolaridade ou acesso ao conhecimento, o relatório usa dois indicadores: taxa de alfabetização de pessoas com 15 anos ou mais de idade e taxa de matrícula bruta nos três níveis de ensino (relação entre a população em idade escolar e o número de pessoas 2 matriculadas no ensino fundamental, médio e superior).O Brasil ocupa a 91ª posição no ranking mundial com 11,6% de analfabetismo. No caso da renda, o índice é avaliado pelo Produto Interno Bruto per capita , ajustado pela paridade do poder de compra (dólar PPC, taxa que elimina as diferenças de custo de vida entre os países). De 2002 para 2003, o PIB per capita brasileiro recuou 1,6% passou de US$ 7.918 para US$ 7.790. O país está em 64º lugar no ranking de renda, pouco abaixo da posição no ranking do IDH. A decomposição do IDH ressalta exatamente o ponto vulnerável da nossa economia, mostra que o Brasil tem um subíndice de renda inferior ao da média mundial e também ao da América Latina. Em esperança de vida, supera a média global, mas não a latino- americana. Somente na educação, o país tem desempenho melhor que a média mundial e regional. A grande questão enfatizada pela mídia, entretanto, é a disparidade quanto às desigualdades socioeconômicas, em que os 10% mais pobres ficam com uma pequena parcela da renda, 0,7%, situando o país à frente somente de cinco países: Venezuela e Paraguai (0,6%), Serra Leoa, Lesoto e Namíbia (0,5%). Por outro lado, em apenas sete países Chile (47%), República CentroAfricana (47,7%), Guatemala e Lesoto (48,3%), Suazilândia (50,2%),Botsuana (56,6%) e Namíbia (64,5%) ? os 10% mais ricos da população se apropriam de uma fatia de renda nacional maior do que ricos brasileiros, que abocanham 46,9% da renda. Para agravar esses dados, numa simulação feita pelo relatório, considerando os 20% mais pobres do país, a qualidade de vida é comparável a países como Honduras, Guatemala e Mongólia, caindo nessa situação para a 115ª posição. O Brasil é o oitavo pior em outro indicador usado para medir desigualdade, o |índice de Gini, cujo valor varia de 0 (quando não há desigualdade, ou seja, t odos os indivíduos têm a mesma renda) a 100 (quando apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade). O índice 3 brasileiro é 59,3 —melhor apenas que Guatemala (59,9), Suazilândia (60,9), República Centro- Africana (61,3), Serra Leoa (62,9), Botsuana (63,0), Lesoto (63,2) e Namíbia (70,7). Uma grande iniquidade, segundo o relatório, ajuda a travar a expansão econômica e torna mais difícil que os pobres sejam beneficiados pelo crescimento. “Altos níveis de desigualdade de renda são ruins para o crescimento e enfraquecem a taxa em que o crescimento se converte em redução de pobreza: eles reduzem o tamanho do bolo econômico e o tamanho da fatia abocanhada pelos pobres”, afirma o documento. O Brasil é usado novamente como exemplo para se ressaltar que uma má distribuição de renda agrava a pobreza: “A renda média é três vezes maior em um país de renda mediana e alta desigualdade como o Brasil do que em um país de baixa desigualdade e baixa renda como o Vietnã. Mas a renda dos 10% mais pobres no Brasil é menor que a dos 10% mais pobres no Vietnã”. Se o IDH fosse baseado não no PIB per capita , mas na renda dos 20% mais pobres (mantendo- se as variáveis de educação e longevidade intactas), o Brasil cairia 52 posições no ranking, de 63ª para 115ª. Em países com condições similares às do Brasil e às do México —grande desigualdade e grande número de pobres —, uma modesta transferência de renda teria grande impacto na redução da pobreza, avalia o estudo do PNUD. No Brasil, a transferência de 5% da renda dos 20% mais ri cos para os mais pobres teria os seguintes efeitos: cerca de 26 milhões de pessoas sairiam da linha de pobreza, reduzindo a taxa de pobreza de 22% para 7%. “Em uma sociedade que dê mais peso ao ganho de bem - estar dos pobres do que ao dos ricos, a transferência poderia ser considerada uma melhoria no bem - estar de toda a sociedade, mesmo que alguns percam.” O novo ranking não apresenta alterações no primeiro lugar, que continua com a Noruega com índice de 0,963, entretanto Serra Leoa (0,298), país localizado na África subsaariana, deixa a incômoda última posição para Níger (0,281), país que também está localizado nessa região, onde estão os maiores bolsões de miséria do mundo e que apresenta os 24 últimos países no atual RDH. O Haiti aparece na 25ª posição, se não o país mais pobre latino americano. Na frente do Brasil, no continente americano aparecem vários países, por exemplo: o Canadá (5º), Estados Unidos (10º), Argentina (34º), Chile (37º), Uruguai (46º), Costa Rica (47º), Cuba (52º), no grupo dos países de elevado IDH, cuja variação vai de 1,00 a 0,800. QUESTÃO 02: Pesquisar no site http://www.pnud.org.br/home/ informações sobre o Brasil no Relatório de Desenvolvimento Humano de 2005, e comente sobre a situação do Brasil perante esse cenário de subdesenvolvimento. TEXTO 3 MOVIMENTOS HORIZONTAIS DE POPULAÇÕES Transmigração é o deslocamento espacial de grupos humanos. Desde os primórdios, a migração humana é uma constante, sempre em busca de melhores condições de subsistência, sobrevivência ou melhoria de padrão de vida (independentemente do contexto das condições naturais, socioeconômicas e políticas). A migração promove a ocupação “produtiva” e o povoamento dos diversos espaços do planeta Terra, onde as condições de favorabilidade contribuem para a estruturação das organizações comunitárias, como aconteceu na história antiga com Mesopotâmia, Nilo, Indo, Grécia, Roma. Na atualidade, a transmigração continua nos crescentes e numerosos êxodos de europeus para os demais continentes e, recentemente, estamos assistindo a uma reversão dos movimentos em direção à Europa, assim como a uma intensificação dos deslocamentos internos aos países e seus respectivos continentes. “Os filhos e a Francisca…” …saíram daquele sertão atroz, com o sol sempre inclemente, que deixa amarelado todo aquele chão, que não dá mais sustento para nenhuma gente, não olharam para trás. Com amargor no coração e pouca tralha nas costas (carregada pelo Magrão) seguiam o destino já marcado: era Sum paulo, ou Rio,ou Mato Grosso, ou um lugar que, quando chegar,será, para eles a salvação. QUESTÃO Qual tipo de migração está sendo realizado pelas personagens contidas no texto? TEXTO 4 CANADA BUSCA MIGRANTES BRASILEIROS A província canadense de Quebec está de olho nos brasileiros. Lá, o desenvolvimento econômico tem acontecido num ritmo tão intenso, que a mão-de-obra local não é suficiente para sustentar tal aquecimento. A alternativa é incentivar a imigração. A expectativa do Ministério da Imigração do Governo do Quebec é de que 250 mil postos de trabalho sejam criados até 2009. O salário para quem tem curso superior pode chegar a US$ 25 mil ao ano, cerca de R$ 50 mil. Para colocar as mãos nessa oportunidade, o principal pré-requisito, além da qualificação, é falar francês, língua oficial da região. Atualmente, 2.500 brasileiros já residem legalmente na província. "Queremos ampliar a vinda de brasileiros porque eles se integram facilmente a uma nova sociedade, têm boa formação e são muito amistosos. No Quebec, a pluralidade é a marca principal", diz a agente de imigração do governo do Quebec, Soraia Tandel. O governo da província canadense não oferece empregos propriamente ditos, mas fornece o mapa da mina, assessorando os estrangeiros com cursos para ajudálos a entrar no mercado de trabalho. Os mais graduados ainda têm a chance de obter, em apenas um ano, o visto de residente permanente. Tudo para suprir a carência de mão-de-obra qualificada na província. Os recém-chegados têm direito a curso gratuito de francês - cerca de mil horas/ aulas, e podem freqüentar oficinas gratuitas com orientações que vão desde a melhor maneira de elaborar os currículos nos moldes quebequenses, até dados sobre os mercados em expansão. No Quebec, a carga horária de trabalho varia de 30 a 40 horas semanais, com direito a duas semanas de férias remuneradas após um ano de serviço, e três, a cada cinco anos. As despesas com a viagem e hospedagem no Canadá são por conta dos candidatos. Ao chegar no Canadá, o governo do Quebec disponibiliza um funcionário que irá auxiliar o estrangeiro até o ingresso no mercado de trabalho, o auxilio a saúde é grátis para quem entra com visto de um ano no país. CRESCIMENTO POPULACIONAL Acima do incentivo à imigração de mão-de-obra especializada, o objetivo maior do governo é fomentar o povoamento, que hoje é pequeno em relação à expansão econômica da província. Para suprir essa necessidade, eles prometem alta qualidade de vida, boa perspectiva de trabalho na área de competência e baixo custo de vida. De acordo com os dados da Ministério da Imigração do Quebec, morar em Montreal, por exemplo, principal cidade da província, tem um custo 37% menor do que viver em Londres (Inglaterra), 26% inferior às despesas em Paris (França), e 30% menor se comparada a Toronto, cidade canadense situada na província de Ontário. Quem se muda em família também recebe garantias tentadoras. Assim que se instalam, as crianças têm o direito de serem matriculadas em escolas públicas. O estudo é gratuito até o ensino médio. O governo também investe em linhas de crédito aos estrangeiros interessados em concluir o ensino superior no Canadá. Com quase cinco habitantes por quilômetro quadrado, Quebec tem o segundo maior PIB do Canadá e uma economia diversificada, com destaques para empresas de alta tecnologia, telecomunicações e recursos naturais. Investimento retorna por meio de serviços gratuitos Buscando melhores condições de vida, Alessandro Silva, 29, já está com as malas prontas para embarcar para o Quebec, Canadá. Há dois anos Silva teve acesso a folhetos publicitários que falavam sobre o programa de imigração. Depois de pesquisar na Internet, ele encontrou um fórum de discussões de imigrantes que foram para o país. Ao ter contato com a experiência de vários brasileiros que conseguiram impulsionar a vida fora do Brasil, Silva resolveu dar entrada no processo e se mudar para o Canadá. O primeiro passo já foi dado. Ele assistiu uma palestra do Ministério da Imigração do Quebec, onde teve conhecimento das várias etapas exigidas pelo governo para entrar no país. "Compensa muito investir na minha carreira fora do Brasil, todo o dinheiro que eu aplicar para ir para o Quebec será devolvido através da assistência do governo, como a saúde que é gratuita. Além disso, é um processo seguro, pois para entrar na província você precisa ter no mínimo US$ 2.600 disponíveis, este dinheiro é usado para pagar a hospedagem, alimentação e, caso não consiga emprego, retornar ao Brasil", conta Silva. Ao todo, Silva deve investir cerca de R$ 12 mil a R$ 13 mil com documentos, entrevistas, exames médicos, atestados, passaporte e passagem. Chegando ao Canadá, Silva pretende dar sequência a sua carreira de publicitário e continuar os estudos. O programa de imigração dura em média um ano. (MV) Seleção custa cerca de R$ 1.450 A seleção das pessoas que querem trabalhar na província do Quebec é feita por representantes do Ministério da Imigração da região. Para participar, o candidato tem que ter até 35 anos, ter curso superior ou técnico completo, experiência comprovada na área de formação, através da carteira de trabalho, e falar francês fluentemente. É exigido certificado ou diploma de línguas. Além disso deverão ser enviados xerox de documentos como identidade, passaporte e carteira de trabalho. O custo inicial é de US$ 300, cerca de R$ 600. Os candidatos aprovados na primeira fase são encaminhados para entrevista com representantes do governo do Quebec. Se forem selecionados, têm que pagar uma taxa de US$ 424, cerca de R$ 848, para cobrir as despesas com o visto de permanência por um ano no país. Após três anos no Canadá, o imigrante tem direito a um visto de permanência definitivo, que garante ao mesmo direitos dos canadenses natos. De acordo com a representante do governo do Quebec, Soraia Tandel, cerca de 48 mil pessoas no mundo migram para o Quebec. "As condições de trabalho na província são muito atrativas, a cada ano aumenta o número de interessados" diz Soraia. QUESTÃO 01: Considerando a leitura dos textos e nos seus conhecimentos sobre a população brasileira, defina crescimento natural ou vegetativo e explique a evolução demográfica do país, no século XX, indicando duas causas das elevadas taxas de mortalidade nas duas primeiras décadas, duas medidas adotadas pelo Estado nas décadas de 30/40 no combate a essa mortalidade e uma conseqüência dessas medidas nas décadas seguintes. Levando-se em consideração a importância de se estudar e compreender o comportamento e a dinâmica de uma população, algumas afirmativas foram colocadas para que sejam analisadas. QUESTÃO 02: Nas propositivas abaixo identifique as certas e erradas. ( ) No Brasil, além do Recenseamento que foi realizado no ano 2000, o IBGE, em 2007, fez uma Contagem Populacional, investigando um subconjunto de características da população em um universo que não correspondeu a todo o território nacional mas apenas os municípios com até 170.000 habitantes. ( ) O pós Segunda Guerra Mundial foi o período de maior e mais rápido crescimento demográfico, em virtude da grande elevação que houve nas taxas de natalidade, apesar da manutenção das altas taxas de mortalidade. ( ) O tamanho médio das famílias varia nas diversas partes do mundo. Assim, na África e na Ásia elas são maiores do que na América do Norte e na Oceania. ( ) Ao contrário dos Neomalthusianos que vêem no ainda elevado crescimento populacional dos países periféricos , o principal obstáculo ao desenvolvimento, os adeptos da teoria demográfica Reformista ou Marxista consideram que é a própria condição de fome e de miséria que acarreta o grande crescimento populacional naquele grupo de países. ( ) Existem países que podem ser classificados como populosos mas que não são densamente povoados. É o caso, por exemplo, do Canadá.