ONÉSIMO - GEOCITIES.ws

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Comentário Lição dos Juvenis III trimestre de 2004 - Transformados Pela Graça de Deus - Grupo Sabatina
Lição 6 –ONÉSIMO
Entre os que deram o coração a Deus por intermédio do trabalho de Paulo em Roma,
estava Onésimo, escravo pagão que havia lesado a seu senhor, Filemom, crente cristão de
Colosso, e havia escapado para Roma. Na bondade de seu coração, Paulo procurou aliviar
a pobreza e angústia do desventurado fugitivo, e em seguida procurou derramar a luz da
verdade em sua mente obscurecida. Onésimo ouviu as palavras da vida, confessou seus
pecados e foi convertido à fé em Cristo.
Onésimo tornou-se caro a Paulo por sua piedade e sinceridade, não menos que por seu
terno cuidado pelo conforto do apóstolo, e seu zelo em promover a obra do evangelho.
Paulo viu nele traços de caráter que poderiam torná-lo útil auxiliar no labor missionário, e
aconselhou-o a retornar sem delonga a Filemom, suplicar-lhe perdão, e fazer planos para o
futuro. O apóstolo prometeu responsabilizar-se pela soma de que Filemom havia sido
roubado. Estando pronto para despachar a Tito com cartas para várias igrejas na Ásia
menor, enviou com ele Onésimo. Era uma severa prova esta para o servo, apresentar-se
ao senhor a quem havia lesado, mas havia sido convertido de verdade, e não se furtou a
este dever.
Paulo tornou Onésimo portador de uma carta a Filemom, na qual, com seu usual tato e
bondade, o apóstolo pleiteava a causa do servo arrependido, e manifestava o desejo de
retê-lo para seu serviço no futuro. A carta começava com uma afetuosa saudação a
Filemom como um amigo e cooperador:
"Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo. Graças dou
ao meu Deus, lembrando-me sempre de ti nas minhas orações; ouvindo a tua caridade e a
fé que tens para com o Senhor Jesus Cristo, e para com todos os santos; para que a
comunicação da tua fé seja eficaz no conhecimento de todo o bem que em vós há por
Cristo Jesus." Fil. 1:4-6. O apóstolo recordava a Filemom que cada bom propósito e bom
traço de caráter que ele possuía devia-o à graça de Cristo; somente esta o tornou diferente
dos perversos e pecadores. A mesma graça pode tornar o envilecido criminoso um filho de
Deus e útil obreiro no evangelho.
Paulo podia ter imposto a Filemom seu dever como cristão; mas escolheu antes a
linguagem da súplica: "...sendo eu tal como sou, Paulo o velho, e também agora prisioneiro
de Jesus Cristo. Peço-te por meu filho Onésimo, que gerei nas minha prisões; o qual
noutro tempo te foi inútil, mas agora a ti e a mim muito útil." Fil. 1:9-11.
O apóstolo pedia a Filemom, que em vista da conversão de Onésimo, recebesse o
arrependido escravo como a seu próprio filho, mostrando-lhe tal afeição que ele
escolhesse permanecer com seu senhor de outrora, "não já como servo, antes, mais do
que servo, como irmão amado". Fil. 1:16. Expressava seu desejo de reter Onésimo como
alguém que poderia servi-lo em suas prisões, como o próprio Filemom teria feito, todavia,
ele não desejava os seus serviços a menos que Filemom de própria vontade libertasse o
escravo.
O apóstolo bem conhecia a severidade que os senhores usavam para com os seus
escravos, e sabia também que Filemom estava grandemente indignado pela conduta de
seu servo. Procurou escrever-lhe de maneira a despertar seus mais profundos e ternos
sentimentos como cristão. A conversão de Onésimo o tornara um irmão na fé, e qualquer
punição aplicada a seu novo converso seria considerada por Paulo como aplicada a si
próprio.
Paulo se propôs voluntariamente assumir o débito de Onésimo para que ao criminoso
fosse poupado o sofrimento da punição, e pudesse ele de novo se regozijar nos privilégios
que tinha rejeitado. "Se me tens por companheiro", escreveu a Filemom, "recebe-o como a
mim mesmo. E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta.
Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei." Fil. 1:17 e 18.
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Quão apropriadamente isto ilustra o amor de Cristo pelo pecador arrependido! O servo que
defraudara a seu senhor não tinha com que fazer a restituição. O pecador que tem
roubado a Deus de anos de serviço não tem meios de cancelar o débito. Jesus Se interpõe
entre o pecador e Deus, dizendo: Eu pagarei o débito. Poupa o pecador; Eu sofrerei em
seu lugar.
Depois de oferecer-se para assumir o débito de Onésimo, Paulo recordou a Filemom o
quanto ele próprio era devedor ao apóstolo. Devia-lhe seu próprio ser, uma vez que Deus
tinha feito Paulo o instrumento de sua conversão. Então, num apelo fervente e terno,
suplicou a Filemom que assim como ele havia por sua liberalidade vivificado os santos,
também vivificaria o espírito do apóstolo concedendo-lhe esta causa de regozijo. "Escrevite", ele acrescentou, "confiado na tua obediência, sabendo que ainda farás mais do que
digo." Fil. 1:21.
A carta de Paulo a Filemom mostra a influência do evangelho nas relações entre senhores
e servos. A escravidão era instituição estabelecida em todo o império romano, e tanto
senhores como escravos eram encontrados na maioria das igrejas pelas quais Paulo
trabalhou. Nas cidades, onde os escravos eram muitas vezes muito mais numerosos do
que a população livre, leis de terrível severidade eram consideradas necessárias para
mantê-los em sujeição. Um romano rico possuía não raro centenas de escravos de toda
categoria, de todas as nações e de toda habilidade. Com pleno controle sobre a alma e o
corpo dessas desajudadas criaturas, podiam infligir-lhes castigo a escolha. Se um deles
por vingança ou autodefesa ousasse levantar a mão para seu proprietário, toda a família
do ofensor poderia ser cruelmente sacrificada. O mais leve erro, acidente ou descuido
eram muitas vezes punidos sem misericórdia.
Alguns senhores, mais humanos que outros, eram mais indulgentes para com seus servos;
mas a grande maioria dos ricos e nobres, procedendo sem restrição à luxúria, paixão e
apetite, tornavam seus escravos miseráveis vítimas do capricho e tirania. A tendência de
todo o sistema era desesperançadamente degradante.
Não era obra do apóstolo subverter arbitrária ou subitamente a ordem estabelecida da
sociedade. Tentar isto seria impedir o sucesso do evangelho. Mas ele ensinava os
princípios que atingiam o próprio fundamento da escravatura, os quais, se postos em
execução, minariam seguramente todo o sistema. "Onde está o Espírito do Senhor aí há
liberdade", declarou ele. II Cor. 3:17. Quando convertido, o escravo tornava-se membro do
corpo de Cristo, e como tal, devia ser amado e tratado como irmão, co-herdeiro com seu
senhor das bênçãos de Deus e dos privilégios do evangelho. Por outro lado, os servos
deviam cumprir seus deveres, "não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas
como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus". Efés. 6:6.
O cristianismo cria um forte laço de união entre o senhor e o servo, o rei e o súdito, o
ministro do evangelho e o degradado pecador que encontrou em Cristo a purificação do
pecado. Foram lavados no mesmo sangue, vivificados pelo mesmo Espírito; e são feitos
um em Cristo Jesus.
Atos dos Apóstolos Pág. 456 A 460
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