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EXEMPLOS DE REGRA DE NOMENCLATURA
É obrigatório, no mínimo dois nomes para cada espécie: o primeiro é o nome genérico
(ou epíteto genérico) e o segundo, o epíteto específico.
Ambos devem ser destacados do texto (em negrito, itálico ou sublinhado) e escritos em
latim com a primeira palavra (a do gênero) com letra inicial maiúscula e a segunda
palavra com inicial minúscula (mas, se for nome próprio, este termo exclusivo, pode ser
escrito com letra inicial maiúscula ou minúscula.
Exemplos:
a) Homo sapiens
b) Trypanosoma cruzi ou Trypanosoma Cruzi (este nome foi dado por Carlos Chagas ao
protozoário causador da doença de Chagas para homenagear Osvaldo Cruz).
Observação:
Note que Homo sapiens indica que os seres humanos pertencem ao gênero Homo e à
espécie Homo sapiens ( não seria correto escrever que o homem pertence apenas à
espécie sapiens pois, como você já sabe, o nome da espécie é binominal). O nome
indicativo do gênero, contudo, pode ser escrito sozinho quando se refere ao grupo de
espécies que o compõem. Assim, é correto grafar-se Homo para indicar o gênero a que
pertencem os seres da espécie Homo sapiens.
2. A nomenclatura da subespécie é trinominal
A nomenclatura de uma subespécie ou raça é trinominal, isto é, formado por três
palavras. O terceiro termo, indicativo da subespécie, deve ser escrito sempre com letra
inicial minúscula vindo logo depois do nome da espécie. Esta regra vale para a
Zoologia, mas não, para a Botânica.
Exemplos:
a) Crotalus terrificus terrificus (cobra cascavel brasileira )
b) Rhea americana alba (ema branca)
3. Nome indicativo do subgênero
Quando se tratar de subgênero , este deverá ser escrito com inicial maiúscula , entre
parênteses e depois do nome do gênero. Esta regra vale para a Zoologia, mas não, para a
Botânica.
Exemplo: Aedes (Stegomya) aegypti (mosquito transmissor da dengue e da febre
amarela).
Vantagens de utilização do nome científico
Facilidade de comunicação entre pessoas de diferentes regiões de um país ou mesmo de
outros países, pois evita o uso de nomes vulgares ou populares que poderiam gerar
confusão por mudarem com o tempo, ou serem diferentes nos diversos locais. A
nomenclatura científica é universal e tende a ser imutável, facilitando a padronização,
documentação e a troca de informações sobre os seres.
Classificação da espécie humana em relação a algumas categorias taxonômicas :
Reino: Metazoa ou Animália
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Mammalia
Ordem: Primata
Família : Hominidae
Gênero: Homo
Espécie: Homo sapiens
Subespécie: Homo sapiens sapiens
Reino Metazoa e filo dos poríferos
No reino Metazoa há diversos filos, por agora, você poderá aprender algumas
características importantes sobre os animais pertencentes ao filo dos poríferos ou
espongiários.
Observe a tabela a seguir:
Grupos
Item
Descrição
animais
Espongiários Características Exclusivamente aquáticos / animais
ou poríferos gerais/
filtradores com corpo repleto de poros por
(filo
importância/
onde
a
água
penetra.
Porifera)
exemplos
de Algumas esponjas que possuem espongina
animais
foram utilizadas como esponjas de banho.
Quanto à morfologia, podem ser
encontradas esponjas dos seguintes tipos:
áscon, sícon e lêucon. As esponjas do tipo
lêucon ou rágon apresentam uma maior
complexidade e espessura da parede que
permite maior contato entre os coanócitos
e a água que traz nutrientes.
Sistema
Células
de
revestimento
externo:
esquelético
e pinacócitos. Células de Revestimento
tegumentar
interno:
coanócitos
flagelados.
Para sustentação, internamente podem
apresentasr espículas (silicosas ou
calcáreas)
e/ou
espongina
(fibras
orgânicas) . Na classe Calcarea
encontram-se esponjas com espículas
calcáreas (de carbonato de cálcio, na classe
Hexactinellida os animais apresentam
espículas
silicosas
e
na
classe
Desmospongiae há seres com espículas
silicosas e/ ou fibras de espongina.
Digestão
Sistema digestivo ausente. Digestão
exclusivamente intracelular: coanócitos
fagocitam partículas alimentares trazidas
pela água que penetra pelos porócitos.
Lembrar: a água entra pelo poro dos
porócitos, passa pelo átrio e sai pelo
ósculo.
Ausente. Trocas gasosas efetuadas por
difusão.
Ausente. Amebócitos contribuem na
distribuição de nutrientes
Ausente
Sistema
respiratório
Sistema
circulatório
Sistema
Nervoso
Sistema
Ausente. Excretas são eliminados por
excretor
difusão
Reprodução e Reprodução assexuada por : regeneração e
desenvolvimento brotamento*
Reprodução sexuada : amebócitos
produzem gametas que saem pelo ósculo e
são levados pela água até outra esponja na
qual penetram pelo porócito. A fecundação
se dá no corpo desta segunda esponja . O
desenvolvimento é indireto com larva
anfiblástula.
*Observação:
Algumas esponjas de água doce podem
realizar gemulação quando as condições do
meio são inadequadas. As gêmulas são
formas de resistência que permitem a
sobrevivência da esponja quando os rios
secam e seu retorno à forma ativa quando
as águas voltam.
Classificação dos protozoários
Não parece existir uma definição exata para o termo "protozoário". Em uma visão
clássica, os protozoários representam os protistas unicelulares, heterotróficos,
desprovidos de pigmentos e de paredes celulares. Em uma visão mais ampla, incluem-se
entre os protozoários as formas coloniais (simples ou complexas) nas quais pode ocorrer
um nível primordial de diferenciação celular e divisão de trabalho, os euglenóides e
dinoflagelados (que apresentam espécies heterotróficas e fotossintéticas) e espécies que
secretam carapaças calcárias ou silicosas que envolvem a célula (os dinoflagelados e as
amebas tecadas).
Na classificação dos diversos grupos de protozoários são considerados aspectos
morfológicos (revelados pela microscopia óptica, microscopia eletrônica de transmissão
e microscopia eletrônica de varredura), métodos bioquímicos e de seqüenciamento de
DNA e RNA. No estudo das espécies patogênicas, a clonagem é utilizada para se
distinguir diferenças na virulência e nas manifestações clínicas em isolados de uma
mesma espécie obtidos de diferentes hospedeiros ou de diferentes regiões geográficas.
Anticorpos, particularmente os anticorpos monoclonais, contra espécies conhecidas têm
sido utilizados para identificarem isolados desconhecidos.
A taxonomia molecular pode prover uma base mais confiável que a morfologia, mas a
microscopia é, ainda, uma ferramenta prática para a identificação de protozoários. Por
exemplo, a microscopia eletrônica de Dientamoeba fragilis revelou estruturas internas
que a reclassificaram do grupo das amebas para o dos protozoários flagelados. Em
alguns casos, organismos que aparecem idênticos na microscopia foram classificados
como espécies diferentes com base em critérios como distribuição geográfica e
manifestações clinicas em seus hospedeiros.
Os membros da maioria dos grupos de protozoários se nutrem por ingestão de
partículas de alimento ou absorção de nutrientes dispersos no meio. Existem espécies
heterotróficas que transportam microalgas simbiontes e utilizam os produtos de sua
fotossíntese, mantendo um estado nutricional denominado mixotrofia, no qual autotrofia
e heterotrofia são combinadas em uma variedade de modos e em diferentes graus. Com
exceção dos membros do grupo.
A classificação dos diversos grupos de protozoários varia conforme o sistema de
classificação adotado.
Com exceção dos membros do grupo Apicomplexa, todos os grupos de protozoários
apresentam sistemas de locomoção, podendo se movimentar ativamente por meio de
organelas especiais que podem ser os pseudópodes, os cílios e os flagelados. De acordo
com o tipo de organela locomotora e o tipo de reprodução, os biologistas separam os
protozoários em quatro classes principais:




Rhyzopoda: deslocam-se por pseudópode, rizópodes ou axópodes (Rizópodes).
Flagellata: utilizam-se de flagelos (Flagelados)
Ciliophora: possuem cílios (Ciliados)
Sporozoa: desprovidos de aparelho locomotor, o que torna muitas espécies
formas parasitárias de vida. (Esporozoários)
Uma classificação mais recente, proposta pela Sociedade de Protozoologistas (1980),
reconhece sete filos:







Sarcomastigophora
Apicomplexa
Ciliophora
Microspora
Labyrintomorpha
Mactospora
Ascetospora
A classificação de Lee et al. (1985) é aceita pela International Society of.
Protozoologists, sistema utilizado na parasitologia médica. Esse esquema distribui os
protozoários em seis filos: Sarcomastigophora, Ciliophora, Apicomplexa, Microspora,
Myxozoa e Labyrinthomorpha. Do ponto de vista clínico, apenas os quatro primeiros
são importantes para humanos. Os filos Sarcomastigophora e Apicomplexa contêm as
mais importantes espécies causadoras de doenças em humanos e em outros vertebrados.
Filo Sarcomastigophora
Subfilo Sarcodina
O Subfilo Sarcodina reúne os protozoários tipicamente amebóides – designados
genericamente de amebas – que compõem um grupo extremamente diverso que
provavelmente evoluiu de diferentes ancestrais primitivos. A maioria das espécies é
composta por organismos de vida livre, dulcícolas ou marinhas, e que são,
normalmente, inofensivos. Contudo, existem espécies que estabelecem relações
comensais ou parasíticas com animais e humanos. A espécie representativa das amebas
é a forma dulcícola, de vida livre, Amoeba proteus.
Há duas categorias de amebas: as amebas nuas, que não têm forma definida, e as
amebas tecadas que secretam carapaças rígidas calcárias ou silicosas, denominadas
tecas ou testas, que envolvem a célula exibindo formas definidas e bastante complexas.
Os membros de ambas as categorias locomovem-se e alimentam-se pela emissão de
pseudópodos que variam em estrutura e número entre as diferentes espécies. As amebas
fagocitam fragmentos de matéria orgânica, protozoários menores inteiros e bactérias.
Após a internalização do alimento, vacúolos digestivos que se formam próximo do sítio
da ingestão procedem à sua digestão.
Três grupos de amebas tecadas marinhas, os foraminíferos, radiolários e os
heliozoários exibem tecas e pseudópodos complexos. Os foraminíferos formam tecas
calcárias multicubiculares com até vários milímetros de diâmetro e seus pseudópodos
estendem-se do orifício da câmara maior formando uma rede complicada. Os radiolários
secretam tecas silicosas que, em alguns casos, apresentam tantos orifícios que a
estrutura assemelha-se a uma esponja. Os heliozoários exibem pseudópodos que se
estendem como espículas do corpo central e são sustentados por microtúbulos.
Radiolários e foraminíferos existiram em abundância há milhões de anos e fragmentos
de suas tecas formam extensos depósitos no fundo dos oceanos.
Dentre as amebas associadas a humanos, as formas representativas são: Entamoeba
gingivalis e Entamoeba coli, comensais habitantes do trato intestinal e cavidade oral,
respectivamente; Entamoeba histolytica, causadora de disenteria severa, Naegleria
fowleri causadora de uma forma fatal de meningo-encefalite e as espécies de
Acanthamoeba, organismos oportunistas causadores de infecções dermatológicas e
pulmonares em indivíduos imunossuprimidos e de ceratite ulcerativa da córnea, em
indivíduos sadios, doença freqüentemente associada ao uso de lentes de contato
inadequadamente esterilizadas.
Subfilo Mastigophora
O Subfilo Mastigophora reúne os organismos denominados flagelados, por se
locomoverem por propulsão flagelar. Os flagelados podem exibir morfologia simples de
células individuais ovaladas ou alongadas, com um ou mais flagelos. Algumas espécies
exibem morfologia mais sofisticada apresentando um único flagelo circundado por
pseudópodos com os quais capturam partículas de alimento. Existem formas sésseis
coloniais como membros do gênero Codosiga, de água doce.
Os flagelados exibem a maior diversidade nutricional entre os protozoários. A maioria
das espécies de flagelados é composta por organismos heterotróficos que se alimentam
de bactérias, microalgas e de outros protozoários. Os euglenóides e dinoflagelados são
grupos de flagelados que apresentam espécies autotróficas (fotossintetizantes). Em
alguns esquemas de classificação os membros destes dois grupos são considerados algas
verdes unicelulares. Membros de várias espécies transportam simbiontes
fotossintetizantes, como nos casos de Oikomonas syncyanotica que transporta
cianobactérias em sua superfície celular (ectossimbiontes) e de Amphisolenia que
mantêm cianobactérias no interior de suas células (endossimbiontes). Os flagelados
exibem um espectro nutricional completo que varia de totalmente autótrofo ao
completamente heterótrofo, com variações de diferentes graus de mixotrofia entre
ambos.
Os dinoflagelados são protozoários marinhos de morfologia e modos de nutrição
complexos. Suas células são envolvidas por uma complexa carapaça silicosa e metade
das espécies conhecidas contém pigmentos fotossintetizantes e dependem, em maior ou
menor grau, da fotossíntese. Em indivíduos de alguns gêneros, como Ceratium, longas
espículas originadas da superfície celular auxiliam na flutuação. Os dinoflagelados
possuem dois flagelos, um bate em plano transverso ao redor do equador da célula
enquanto o outro bate em plano longitudinal.
Muitas espécies de flagelados formam colônias complexas, como as espécies de
Volvox (consideradas algas verdes – Chlorophyceae – em alguns esquemas de
classificação), onde entre 500 a 8000 células individuais com cerca de 10 µm de
diâmetro e sem conexões citoplasmáticas, encontram-se embebidas em uma matriz
gelatinosa esférica com um diâmetro aproximado de aproximadamente 860 μm. Em
Volvox, ocorre divisão do trabalho, pois algumas células são especializadas na
reprodução, enquanto outras impulsionam a colônia com seus flagelos através da água.
Alguns gêneros de dinoflagelados, como Noctiluca e Gyrodinium podem transportar
outros flagelados como endossimbiontes. Muitas espécies de flagelados autótrofos
também consomem bactérias porque suas taxas de fotossíntese não são suficientes. Os
dinoflagelados heterótrofos são semelhantes em todos os outros aspectos aos seus pares
autótrofos e mixótrofos.
A maioria dos flagelados é de vida livre. Algumas espécies estabeleceram associações
mutualísticas com insetos como membros do gênero Trichonynpha que, por secretarem
enzimas celulolíticas, participam da digestão da celulose no trato digestório de cupins.
Outras espécies evoluíram um modo de vida parasitário. Trypanosoma cruzi e
Trypanosoma brucei causam a doença de Chagas e doença do sono, respectivamente, e,
em algum estágio de seu ciclo vital vivem na circulação sangüínea de um hospedeiro
vertebrado, daí serem denominados flagelados sangüíneos ou hemoflagelados.
Trichomonas vaginalis é o agente causador da tricomoníase, uma infecção comum do
trato genito-urinário feminino. Giardia lamblia é parasita do intestino humano podendo
causar diarréia aguda ou crônica.
As células de Giardia são amitocondiadas e, por isso, Margulis (1996) classifica esse
gênero no Filo Archaeprotista enquanto que Cavalier-Smith (1993) o coloca um reino
separado dos protistas, o Reino Archezoa.
Os flagelados parasitas podem apresentar ciclos vitais complexos com variações
morfológicas nos seus hospedeiros intermediários (artrópodos vetores) e definitivos
(vertebrados). Os membros do gênero Trypanosoma sofrem variações morfológicas
durante os vários estágios dos seus ciclos vitais nos seus hospedeiros insetos
(intermediários) e mamíferos (definitivos). Entre os membros do gênero Leishmania
que causam leishmaniose cutânea ou leishmaniose visceral, ocorrem duas formas
distintas conforme o hospedeiro. No trato alimentar do inseto vetor (hospedeiro
intermediário) ocorre uma forma flagelada denominada promastigota e no humano
(hospedeiro definitivo) formas não-flageladas denominadas de amastigotas parasitam
macrófagos em diferentes regiões do organismo. Os flagelados parasitas nutrem-se por
absorção de nutrientes presentes no organismo ou célula que habitam.
Filo Ciliophora
O Filo Ciliophora reúne os protozoários que se locomovem por propulsão ciliar. Os
ciliados compõem o grupo mais complexo, mais evoluído e estruturalmente mais
homogêneo, embora tenha evoluído variação considerável. Suas células são recobertas
por centenas de cílios arranjados em fileiras ordenadas que batem em ondas
sincronizadas propelindo o organismo através da água.
A maioria desses organismos é de vida livre, livre-natantes de água doce como
Paramecium e Euplotes. Existem formas sésseis dulcícolas como Stentor e Vorticella.
Algumas espécies estabeleceram associações mutualísticas com ruminantes digerindo a
celulose no trato digestório desses animais. Dentre os ciliados, Balantidium coli é a
única espécie parasita de humanos, causando uma colite denominada balantidiose.
Os ciliados alimentam-se de partículas de alimento dispersas na água, de bactérias,
microalgas e outros ciliados. Muitas espécies possuem um orifício na superfície celular
denominado citóstoma através do qual partículas de alimento penetram na célula e uma
região específica para a eliminação de resíduos, o citopígeo ou citoprocto. Em alguns
ciliados, como nos do gênero Paramecium, os cílios ao redor do citóstoma estão
modificados para auxiliarem a captura e a ingestão de alimento criando um
turbilhonamento de água para o interior da célula.
Em alguns gêneros, como Euplotes, por exemplo, os cílios combinam-se formando
volumosas estruturas cônicas denominadas cirros que usam para se movimentar ao
longo de superfícies sólidas. Nos protozoários oligotríquios (Strombidium) os cílios
estão virtualmente ausentes da superfície celular, mas apresentam-se mais
desenvolvidos ao redor do citóstoma. Os protozoários peritríquios desenvolveram
pedúnculos com os quais se aderem a superfícies de algas, plantas e animais como
forma de dispersão. Muitos peritríquios, como os do gênero Epistylis, por exemplo,
formam colônias pela ramificação do pedúnculo.
Um grupo particular de protozoários denominados suctórios perdem completamente
seus cílios na fase adulta. Estes organismos desenvolveram um pedúnculo e muitos
tentáculos que usam para capturar presas transientes, usualmente outros ciliados. Por
serem sésseis, os suctórios produzem uma progênie ciliada móvel que coloniza outros
substratos evitando a superpopulação.
Outras importantes características dos ciliados são os fatos de possuírem dois tipos de
núcleos em suas células, o macronúcleo e o micronúcleo, reprodução sexuada por
conjugação e reprodução assexuada por fissão binária do plano equatorial ou do plano
transverso.
Filo Apicomplexa
O Filo Apicomplexa reúne organismos exclusivamente parasitas intracelulares
obrigatórios que incluem muitos patógenos importantes de animais e humanos. O termo
Apicomplexa deriva de uma estrutura especializada, o complexo apical – visualizada
somente ao microscópio eletrônico – que esses protozoários utilizam para se aderirem
ou penetrarem nas células do hospedeiro. Os membros deste grupo não apresentam
sistemas de locomoção aparentes, são numerosos e de distribuição mundial.
Os protozoários exclusivamente parasitas tendem a ser estruturalmente menos
complexos que os de vida livre, mas os apicomplexos apresentam ciclo de vida
complexo com fases reprodutivas sexuadas e assexuadas alternadas, envolvendo dois
hospedeiros diferentes como artrópodes (mosquitos ou carrapatos) e vertebrados
(animais ou humanos). O Filo Apicomplexa inclui importantes patógenos humanos, tais
como as espécies de Plasmodium, causadores da malária, Toxoplasma gondii, causador
da toxoplasmose, Cryptosporidium parvum, importante causador de diarréia, patógenos
oportunistas associados à AIDS e patógenos de animais silvestres e de importância
econômica, tais como Theileria, Eimeria e Babesia.
Filo Microspora
Os microsporídios compõem um grupo excepcionalmente diverso de parasitas
intracelulares obrigatórios, compreendendo mais de 140 gêneros com mil e duzentas
espécies que habitam uma grande variedade de hospedeiros vertebrados e invertebrados.
Há muito se reconhece que esses microrganismos são agentes causais de doenças
economicamente importantes em insetos (bicho-da-seda e abelhas), peixes e mamíferos.
Em humanos, os microsporídios emergiram como importantes patógenos oportunistas
quando a AIDS se tornou pandêmica. É plausível que reservatórios animais sejam
fontes de infecções humanas.
Embora os microsporídios sejam eucariotos verdadeiros por apresentarem núcleo
eucariótico típico, sistemas de endomembranas e citoesqueleto, também exibem
características citológicas e moleculares reminiscentes dos procariotos tais como
genoma com dimensões próximas daqueles das bactérias, ausência de mitocôndrias
reconhecíveis, de peroxissomos e de membranas típicas do aparelho de Golgi.
Por causa de suas características incomuns, Cavalier-Smith (1993) classificou os
microsporídios no Reino Archezoa juntamente com outros organismos amitocondriados
(Giardia, Trichomonas e Entamoeba) que se supunham terem evoluído antes da
aquisição de mitocôndria por endossimbiose, e conseqüentemente representavam os
eucariotos mais primitivos. Os microsporídios formam esporos com presença de quitina
o que sugeria uma relação potencial com os fungos. De fato, estudos moleculares de
proteínas e do genoma dos microsporídios evidenciam sua origem a partir de fungos
secundariamente amitocondriados e não de eucariotos primitivos e, em um segundo
tratamento, Cavalier-Smith (1998; 2004) os reclassifica para o Reino Fungi. No sistema
de cinco reinos de Margulis (1996) os microsporídios foram inicialmente agrupados no
Filo Archaeprotista do reino Protoctista. Posteriormente, Margulis & Schwartz (2001)
reúnem os microsporídios no Filo Microspora dentro do reino Protoctista. No sistema
de três Domínios de Woese et al. (1990), os microsporídios são reunidos no grupo
"Microsporidia" dentro do Domínio Eukarya.
O desenvolvimento de algumas espécies de microsporídios é confinado a uma célula
hospedeira específica de um sistema orgânico particular. Outras causam infecção
sistêmica envolvendo diversos órgãos. As manifestações das infecções por
microsporídios dependem da espécie infectante, modo de infecção, idade e competência
do sistema imunitário do hospedeiro.
São conhecidas pelo menos treze espécies de microsporídios associadas a humanos.
Entre elas estão as espécies cosmopolitas Enterocytozoon bieneusi e Encephalitozoon
intestinalis, que são os agentes causais mais freqüentes de microsporidioses em
humanos. A principal manifestação clínica de infecções causadas por E. bieneusi e E.
intestinalis em indivíduos imunocomprometidos é a ocorrência de diarréia crônica, de
consistência aquosa, sem a presença de muco ou sangue nas fezes. Essas duas espécies
são isoladas de até 50% dos indivíduos infectados com AIDS apresentando diarréia
crônica, em todo o mundo. Existem alguns casos descritos de diarréia aguda
autolimitada em pessoas imunocompetentes causadas por esses organismos.
Em indivíduos imunocomprometidos, E. bieneusi e E. intestinalis comportam-se quase
exclusivamente como enteroparasitas, enquanto as demais espécies têm caráter
sistêmico ou outras localizações no organismo humano. Em alguns indivíduos
infectados por E. bieneusi também acontece o acometimento da mucosa do trato biliar e
do aparelho respiratório, enquanto que, E. intestinalis pode, eventualmente, invadir o
trato biliar e rins, a partir de disseminação da infecção intestinal. Infecções
gastrointestinais por E. intestinalis em indivíduos imunocomprometidos é
frequentemente associada com nefrite. Espécies de Encephalitozoon também estão
associadas com rino-sinusite, ceratoconjuntivite, nefrite, hepatite e infecções
disseminadas (neste último caso, todas as espécies). .
Os microsporídios são encontrados em fontes ambientais comuns tais como águas de
drenagem, águas de recreação e em alimentos. Estudos recentes (Jedrzejewski et al.,
2007) revelaram que alimentos tais como brotos de grãos ou de leguminosas, verduras
folhosas podem conter esporos viáveis de microsporídios patogênicos a humanos, tais
como E. bieneusi, E. intestinalis e Encephalitozoon cuniculi, em quantidades
representando risco de infecção alimentar. A ingestão de esporos viáveis presentes no
ambiente é a forma de aquisição deste parasita pelo hospedeiro. Portanto, a mucosa
intestinal deve prover a primeira linha de defesa fisiológica e imunológica. Os esporos
dos microsporídios não têm metabolismo ativo fora da célula hospedeira e, por serem
particularmente resistentes à dissecação, podem permanecer infecciosos por muitos
anos.
Filo Myxozoa
Todos os membros do Filo Myxozoa são parasitas, principalmente de invertebrados e
de vertebrados poiquilotérmicos (animais de sangue frio) como peixes e anfíbios. Os
mixozoários podem causar prejuízos econômicos em criações de peixes e de rãs. Apesar
de esporos de mixozoários já terem sido isolados de fezes de humanos com diarréia, seu
papel como patógeno humano é, ainda obscuro.
Cavalier-Smith (1998; 2004) afirma que evidências filogenéticas moleculares mostram
que a unicelularidade vegetativa dos mixozoários é muito provavelmente o resultado do
modo de vida parasitário de um animal ancestral e os classifica no reino Animalia.
Filo Labyrinthomorpha
O Filo Labyrinthomorpha reúne organismos parasitas de algas ou saprofíticos que se
alimentam na superfície de plantas marinhas e de algas por produzirem enzimas
digestivas extracelulares.
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