EXEMPLOS DE REGRA DE NOMENCLATURA É obrigatório, no mínimo dois nomes para cada espécie: o primeiro é o nome genérico (ou epíteto genérico) e o segundo, o epíteto específico. Ambos devem ser destacados do texto (em negrito, itálico ou sublinhado) e escritos em latim com a primeira palavra (a do gênero) com letra inicial maiúscula e a segunda palavra com inicial minúscula (mas, se for nome próprio, este termo exclusivo, pode ser escrito com letra inicial maiúscula ou minúscula. Exemplos: a) Homo sapiens b) Trypanosoma cruzi ou Trypanosoma Cruzi (este nome foi dado por Carlos Chagas ao protozoário causador da doença de Chagas para homenagear Osvaldo Cruz). Observação: Note que Homo sapiens indica que os seres humanos pertencem ao gênero Homo e à espécie Homo sapiens ( não seria correto escrever que o homem pertence apenas à espécie sapiens pois, como você já sabe, o nome da espécie é binominal). O nome indicativo do gênero, contudo, pode ser escrito sozinho quando se refere ao grupo de espécies que o compõem. Assim, é correto grafar-se Homo para indicar o gênero a que pertencem os seres da espécie Homo sapiens. 2. A nomenclatura da subespécie é trinominal A nomenclatura de uma subespécie ou raça é trinominal, isto é, formado por três palavras. O terceiro termo, indicativo da subespécie, deve ser escrito sempre com letra inicial minúscula vindo logo depois do nome da espécie. Esta regra vale para a Zoologia, mas não, para a Botânica. Exemplos: a) Crotalus terrificus terrificus (cobra cascavel brasileira ) b) Rhea americana alba (ema branca) 3. Nome indicativo do subgênero Quando se tratar de subgênero , este deverá ser escrito com inicial maiúscula , entre parênteses e depois do nome do gênero. Esta regra vale para a Zoologia, mas não, para a Botânica. Exemplo: Aedes (Stegomya) aegypti (mosquito transmissor da dengue e da febre amarela). Vantagens de utilização do nome científico Facilidade de comunicação entre pessoas de diferentes regiões de um país ou mesmo de outros países, pois evita o uso de nomes vulgares ou populares que poderiam gerar confusão por mudarem com o tempo, ou serem diferentes nos diversos locais. A nomenclatura científica é universal e tende a ser imutável, facilitando a padronização, documentação e a troca de informações sobre os seres. Classificação da espécie humana em relação a algumas categorias taxonômicas : Reino: Metazoa ou Animália Filo: Chordata Subfilo: Vertebrata Classe: Mammalia Ordem: Primata Família : Hominidae Gênero: Homo Espécie: Homo sapiens Subespécie: Homo sapiens sapiens Reino Metazoa e filo dos poríferos No reino Metazoa há diversos filos, por agora, você poderá aprender algumas características importantes sobre os animais pertencentes ao filo dos poríferos ou espongiários. Observe a tabela a seguir: Grupos Item Descrição animais Espongiários Características Exclusivamente aquáticos / animais ou poríferos gerais/ filtradores com corpo repleto de poros por (filo importância/ onde a água penetra. Porifera) exemplos de Algumas esponjas que possuem espongina animais foram utilizadas como esponjas de banho. Quanto à morfologia, podem ser encontradas esponjas dos seguintes tipos: áscon, sícon e lêucon. As esponjas do tipo lêucon ou rágon apresentam uma maior complexidade e espessura da parede que permite maior contato entre os coanócitos e a água que traz nutrientes. Sistema Células de revestimento externo: esquelético e pinacócitos. Células de Revestimento tegumentar interno: coanócitos flagelados. Para sustentação, internamente podem apresentasr espículas (silicosas ou calcáreas) e/ou espongina (fibras orgânicas) . Na classe Calcarea encontram-se esponjas com espículas calcáreas (de carbonato de cálcio, na classe Hexactinellida os animais apresentam espículas silicosas e na classe Desmospongiae há seres com espículas silicosas e/ ou fibras de espongina. Digestão Sistema digestivo ausente. Digestão exclusivamente intracelular: coanócitos fagocitam partículas alimentares trazidas pela água que penetra pelos porócitos. Lembrar: a água entra pelo poro dos porócitos, passa pelo átrio e sai pelo ósculo. Ausente. Trocas gasosas efetuadas por difusão. Ausente. Amebócitos contribuem na distribuição de nutrientes Ausente Sistema respiratório Sistema circulatório Sistema Nervoso Sistema Ausente. Excretas são eliminados por excretor difusão Reprodução e Reprodução assexuada por : regeneração e desenvolvimento brotamento* Reprodução sexuada : amebócitos produzem gametas que saem pelo ósculo e são levados pela água até outra esponja na qual penetram pelo porócito. A fecundação se dá no corpo desta segunda esponja . O desenvolvimento é indireto com larva anfiblástula. *Observação: Algumas esponjas de água doce podem realizar gemulação quando as condições do meio são inadequadas. As gêmulas são formas de resistência que permitem a sobrevivência da esponja quando os rios secam e seu retorno à forma ativa quando as águas voltam. Classificação dos protozoários Não parece existir uma definição exata para o termo "protozoário". Em uma visão clássica, os protozoários representam os protistas unicelulares, heterotróficos, desprovidos de pigmentos e de paredes celulares. Em uma visão mais ampla, incluem-se entre os protozoários as formas coloniais (simples ou complexas) nas quais pode ocorrer um nível primordial de diferenciação celular e divisão de trabalho, os euglenóides e dinoflagelados (que apresentam espécies heterotróficas e fotossintéticas) e espécies que secretam carapaças calcárias ou silicosas que envolvem a célula (os dinoflagelados e as amebas tecadas). Na classificação dos diversos grupos de protozoários são considerados aspectos morfológicos (revelados pela microscopia óptica, microscopia eletrônica de transmissão e microscopia eletrônica de varredura), métodos bioquímicos e de seqüenciamento de DNA e RNA. No estudo das espécies patogênicas, a clonagem é utilizada para se distinguir diferenças na virulência e nas manifestações clínicas em isolados de uma mesma espécie obtidos de diferentes hospedeiros ou de diferentes regiões geográficas. Anticorpos, particularmente os anticorpos monoclonais, contra espécies conhecidas têm sido utilizados para identificarem isolados desconhecidos. A taxonomia molecular pode prover uma base mais confiável que a morfologia, mas a microscopia é, ainda, uma ferramenta prática para a identificação de protozoários. Por exemplo, a microscopia eletrônica de Dientamoeba fragilis revelou estruturas internas que a reclassificaram do grupo das amebas para o dos protozoários flagelados. Em alguns casos, organismos que aparecem idênticos na microscopia foram classificados como espécies diferentes com base em critérios como distribuição geográfica e manifestações clinicas em seus hospedeiros. Os membros da maioria dos grupos de protozoários se nutrem por ingestão de partículas de alimento ou absorção de nutrientes dispersos no meio. Existem espécies heterotróficas que transportam microalgas simbiontes e utilizam os produtos de sua fotossíntese, mantendo um estado nutricional denominado mixotrofia, no qual autotrofia e heterotrofia são combinadas em uma variedade de modos e em diferentes graus. Com exceção dos membros do grupo. A classificação dos diversos grupos de protozoários varia conforme o sistema de classificação adotado. Com exceção dos membros do grupo Apicomplexa, todos os grupos de protozoários apresentam sistemas de locomoção, podendo se movimentar ativamente por meio de organelas especiais que podem ser os pseudópodes, os cílios e os flagelados. De acordo com o tipo de organela locomotora e o tipo de reprodução, os biologistas separam os protozoários em quatro classes principais: Rhyzopoda: deslocam-se por pseudópode, rizópodes ou axópodes (Rizópodes). Flagellata: utilizam-se de flagelos (Flagelados) Ciliophora: possuem cílios (Ciliados) Sporozoa: desprovidos de aparelho locomotor, o que torna muitas espécies formas parasitárias de vida. (Esporozoários) Uma classificação mais recente, proposta pela Sociedade de Protozoologistas (1980), reconhece sete filos: Sarcomastigophora Apicomplexa Ciliophora Microspora Labyrintomorpha Mactospora Ascetospora A classificação de Lee et al. (1985) é aceita pela International Society of. Protozoologists, sistema utilizado na parasitologia médica. Esse esquema distribui os protozoários em seis filos: Sarcomastigophora, Ciliophora, Apicomplexa, Microspora, Myxozoa e Labyrinthomorpha. Do ponto de vista clínico, apenas os quatro primeiros são importantes para humanos. Os filos Sarcomastigophora e Apicomplexa contêm as mais importantes espécies causadoras de doenças em humanos e em outros vertebrados. Filo Sarcomastigophora Subfilo Sarcodina O Subfilo Sarcodina reúne os protozoários tipicamente amebóides – designados genericamente de amebas – que compõem um grupo extremamente diverso que provavelmente evoluiu de diferentes ancestrais primitivos. A maioria das espécies é composta por organismos de vida livre, dulcícolas ou marinhas, e que são, normalmente, inofensivos. Contudo, existem espécies que estabelecem relações comensais ou parasíticas com animais e humanos. A espécie representativa das amebas é a forma dulcícola, de vida livre, Amoeba proteus. Há duas categorias de amebas: as amebas nuas, que não têm forma definida, e as amebas tecadas que secretam carapaças rígidas calcárias ou silicosas, denominadas tecas ou testas, que envolvem a célula exibindo formas definidas e bastante complexas. Os membros de ambas as categorias locomovem-se e alimentam-se pela emissão de pseudópodos que variam em estrutura e número entre as diferentes espécies. As amebas fagocitam fragmentos de matéria orgânica, protozoários menores inteiros e bactérias. Após a internalização do alimento, vacúolos digestivos que se formam próximo do sítio da ingestão procedem à sua digestão. Três grupos de amebas tecadas marinhas, os foraminíferos, radiolários e os heliozoários exibem tecas e pseudópodos complexos. Os foraminíferos formam tecas calcárias multicubiculares com até vários milímetros de diâmetro e seus pseudópodos estendem-se do orifício da câmara maior formando uma rede complicada. Os radiolários secretam tecas silicosas que, em alguns casos, apresentam tantos orifícios que a estrutura assemelha-se a uma esponja. Os heliozoários exibem pseudópodos que se estendem como espículas do corpo central e são sustentados por microtúbulos. Radiolários e foraminíferos existiram em abundância há milhões de anos e fragmentos de suas tecas formam extensos depósitos no fundo dos oceanos. Dentre as amebas associadas a humanos, as formas representativas são: Entamoeba gingivalis e Entamoeba coli, comensais habitantes do trato intestinal e cavidade oral, respectivamente; Entamoeba histolytica, causadora de disenteria severa, Naegleria fowleri causadora de uma forma fatal de meningo-encefalite e as espécies de Acanthamoeba, organismos oportunistas causadores de infecções dermatológicas e pulmonares em indivíduos imunossuprimidos e de ceratite ulcerativa da córnea, em indivíduos sadios, doença freqüentemente associada ao uso de lentes de contato inadequadamente esterilizadas. Subfilo Mastigophora O Subfilo Mastigophora reúne os organismos denominados flagelados, por se locomoverem por propulsão flagelar. Os flagelados podem exibir morfologia simples de células individuais ovaladas ou alongadas, com um ou mais flagelos. Algumas espécies exibem morfologia mais sofisticada apresentando um único flagelo circundado por pseudópodos com os quais capturam partículas de alimento. Existem formas sésseis coloniais como membros do gênero Codosiga, de água doce. Os flagelados exibem a maior diversidade nutricional entre os protozoários. A maioria das espécies de flagelados é composta por organismos heterotróficos que se alimentam de bactérias, microalgas e de outros protozoários. Os euglenóides e dinoflagelados são grupos de flagelados que apresentam espécies autotróficas (fotossintetizantes). Em alguns esquemas de classificação os membros destes dois grupos são considerados algas verdes unicelulares. Membros de várias espécies transportam simbiontes fotossintetizantes, como nos casos de Oikomonas syncyanotica que transporta cianobactérias em sua superfície celular (ectossimbiontes) e de Amphisolenia que mantêm cianobactérias no interior de suas células (endossimbiontes). Os flagelados exibem um espectro nutricional completo que varia de totalmente autótrofo ao completamente heterótrofo, com variações de diferentes graus de mixotrofia entre ambos. Os dinoflagelados são protozoários marinhos de morfologia e modos de nutrição complexos. Suas células são envolvidas por uma complexa carapaça silicosa e metade das espécies conhecidas contém pigmentos fotossintetizantes e dependem, em maior ou menor grau, da fotossíntese. Em indivíduos de alguns gêneros, como Ceratium, longas espículas originadas da superfície celular auxiliam na flutuação. Os dinoflagelados possuem dois flagelos, um bate em plano transverso ao redor do equador da célula enquanto o outro bate em plano longitudinal. Muitas espécies de flagelados formam colônias complexas, como as espécies de Volvox (consideradas algas verdes – Chlorophyceae – em alguns esquemas de classificação), onde entre 500 a 8000 células individuais com cerca de 10 µm de diâmetro e sem conexões citoplasmáticas, encontram-se embebidas em uma matriz gelatinosa esférica com um diâmetro aproximado de aproximadamente 860 μm. Em Volvox, ocorre divisão do trabalho, pois algumas células são especializadas na reprodução, enquanto outras impulsionam a colônia com seus flagelos através da água. Alguns gêneros de dinoflagelados, como Noctiluca e Gyrodinium podem transportar outros flagelados como endossimbiontes. Muitas espécies de flagelados autótrofos também consomem bactérias porque suas taxas de fotossíntese não são suficientes. Os dinoflagelados heterótrofos são semelhantes em todos os outros aspectos aos seus pares autótrofos e mixótrofos. A maioria dos flagelados é de vida livre. Algumas espécies estabeleceram associações mutualísticas com insetos como membros do gênero Trichonynpha que, por secretarem enzimas celulolíticas, participam da digestão da celulose no trato digestório de cupins. Outras espécies evoluíram um modo de vida parasitário. Trypanosoma cruzi e Trypanosoma brucei causam a doença de Chagas e doença do sono, respectivamente, e, em algum estágio de seu ciclo vital vivem na circulação sangüínea de um hospedeiro vertebrado, daí serem denominados flagelados sangüíneos ou hemoflagelados. Trichomonas vaginalis é o agente causador da tricomoníase, uma infecção comum do trato genito-urinário feminino. Giardia lamblia é parasita do intestino humano podendo causar diarréia aguda ou crônica. As células de Giardia são amitocondiadas e, por isso, Margulis (1996) classifica esse gênero no Filo Archaeprotista enquanto que Cavalier-Smith (1993) o coloca um reino separado dos protistas, o Reino Archezoa. Os flagelados parasitas podem apresentar ciclos vitais complexos com variações morfológicas nos seus hospedeiros intermediários (artrópodos vetores) e definitivos (vertebrados). Os membros do gênero Trypanosoma sofrem variações morfológicas durante os vários estágios dos seus ciclos vitais nos seus hospedeiros insetos (intermediários) e mamíferos (definitivos). Entre os membros do gênero Leishmania que causam leishmaniose cutânea ou leishmaniose visceral, ocorrem duas formas distintas conforme o hospedeiro. No trato alimentar do inseto vetor (hospedeiro intermediário) ocorre uma forma flagelada denominada promastigota e no humano (hospedeiro definitivo) formas não-flageladas denominadas de amastigotas parasitam macrófagos em diferentes regiões do organismo. Os flagelados parasitas nutrem-se por absorção de nutrientes presentes no organismo ou célula que habitam. Filo Ciliophora O Filo Ciliophora reúne os protozoários que se locomovem por propulsão ciliar. Os ciliados compõem o grupo mais complexo, mais evoluído e estruturalmente mais homogêneo, embora tenha evoluído variação considerável. Suas células são recobertas por centenas de cílios arranjados em fileiras ordenadas que batem em ondas sincronizadas propelindo o organismo através da água. A maioria desses organismos é de vida livre, livre-natantes de água doce como Paramecium e Euplotes. Existem formas sésseis dulcícolas como Stentor e Vorticella. Algumas espécies estabeleceram associações mutualísticas com ruminantes digerindo a celulose no trato digestório desses animais. Dentre os ciliados, Balantidium coli é a única espécie parasita de humanos, causando uma colite denominada balantidiose. Os ciliados alimentam-se de partículas de alimento dispersas na água, de bactérias, microalgas e outros ciliados. Muitas espécies possuem um orifício na superfície celular denominado citóstoma através do qual partículas de alimento penetram na célula e uma região específica para a eliminação de resíduos, o citopígeo ou citoprocto. Em alguns ciliados, como nos do gênero Paramecium, os cílios ao redor do citóstoma estão modificados para auxiliarem a captura e a ingestão de alimento criando um turbilhonamento de água para o interior da célula. Em alguns gêneros, como Euplotes, por exemplo, os cílios combinam-se formando volumosas estruturas cônicas denominadas cirros que usam para se movimentar ao longo de superfícies sólidas. Nos protozoários oligotríquios (Strombidium) os cílios estão virtualmente ausentes da superfície celular, mas apresentam-se mais desenvolvidos ao redor do citóstoma. Os protozoários peritríquios desenvolveram pedúnculos com os quais se aderem a superfícies de algas, plantas e animais como forma de dispersão. Muitos peritríquios, como os do gênero Epistylis, por exemplo, formam colônias pela ramificação do pedúnculo. Um grupo particular de protozoários denominados suctórios perdem completamente seus cílios na fase adulta. Estes organismos desenvolveram um pedúnculo e muitos tentáculos que usam para capturar presas transientes, usualmente outros ciliados. Por serem sésseis, os suctórios produzem uma progênie ciliada móvel que coloniza outros substratos evitando a superpopulação. Outras importantes características dos ciliados são os fatos de possuírem dois tipos de núcleos em suas células, o macronúcleo e o micronúcleo, reprodução sexuada por conjugação e reprodução assexuada por fissão binária do plano equatorial ou do plano transverso. Filo Apicomplexa O Filo Apicomplexa reúne organismos exclusivamente parasitas intracelulares obrigatórios que incluem muitos patógenos importantes de animais e humanos. O termo Apicomplexa deriva de uma estrutura especializada, o complexo apical – visualizada somente ao microscópio eletrônico – que esses protozoários utilizam para se aderirem ou penetrarem nas células do hospedeiro. Os membros deste grupo não apresentam sistemas de locomoção aparentes, são numerosos e de distribuição mundial. Os protozoários exclusivamente parasitas tendem a ser estruturalmente menos complexos que os de vida livre, mas os apicomplexos apresentam ciclo de vida complexo com fases reprodutivas sexuadas e assexuadas alternadas, envolvendo dois hospedeiros diferentes como artrópodes (mosquitos ou carrapatos) e vertebrados (animais ou humanos). O Filo Apicomplexa inclui importantes patógenos humanos, tais como as espécies de Plasmodium, causadores da malária, Toxoplasma gondii, causador da toxoplasmose, Cryptosporidium parvum, importante causador de diarréia, patógenos oportunistas associados à AIDS e patógenos de animais silvestres e de importância econômica, tais como Theileria, Eimeria e Babesia. Filo Microspora Os microsporídios compõem um grupo excepcionalmente diverso de parasitas intracelulares obrigatórios, compreendendo mais de 140 gêneros com mil e duzentas espécies que habitam uma grande variedade de hospedeiros vertebrados e invertebrados. Há muito se reconhece que esses microrganismos são agentes causais de doenças economicamente importantes em insetos (bicho-da-seda e abelhas), peixes e mamíferos. Em humanos, os microsporídios emergiram como importantes patógenos oportunistas quando a AIDS se tornou pandêmica. É plausível que reservatórios animais sejam fontes de infecções humanas. Embora os microsporídios sejam eucariotos verdadeiros por apresentarem núcleo eucariótico típico, sistemas de endomembranas e citoesqueleto, também exibem características citológicas e moleculares reminiscentes dos procariotos tais como genoma com dimensões próximas daqueles das bactérias, ausência de mitocôndrias reconhecíveis, de peroxissomos e de membranas típicas do aparelho de Golgi. Por causa de suas características incomuns, Cavalier-Smith (1993) classificou os microsporídios no Reino Archezoa juntamente com outros organismos amitocondriados (Giardia, Trichomonas e Entamoeba) que se supunham terem evoluído antes da aquisição de mitocôndria por endossimbiose, e conseqüentemente representavam os eucariotos mais primitivos. Os microsporídios formam esporos com presença de quitina o que sugeria uma relação potencial com os fungos. De fato, estudos moleculares de proteínas e do genoma dos microsporídios evidenciam sua origem a partir de fungos secundariamente amitocondriados e não de eucariotos primitivos e, em um segundo tratamento, Cavalier-Smith (1998; 2004) os reclassifica para o Reino Fungi. No sistema de cinco reinos de Margulis (1996) os microsporídios foram inicialmente agrupados no Filo Archaeprotista do reino Protoctista. Posteriormente, Margulis & Schwartz (2001) reúnem os microsporídios no Filo Microspora dentro do reino Protoctista. No sistema de três Domínios de Woese et al. (1990), os microsporídios são reunidos no grupo "Microsporidia" dentro do Domínio Eukarya. O desenvolvimento de algumas espécies de microsporídios é confinado a uma célula hospedeira específica de um sistema orgânico particular. Outras causam infecção sistêmica envolvendo diversos órgãos. As manifestações das infecções por microsporídios dependem da espécie infectante, modo de infecção, idade e competência do sistema imunitário do hospedeiro. São conhecidas pelo menos treze espécies de microsporídios associadas a humanos. Entre elas estão as espécies cosmopolitas Enterocytozoon bieneusi e Encephalitozoon intestinalis, que são os agentes causais mais freqüentes de microsporidioses em humanos. A principal manifestação clínica de infecções causadas por E. bieneusi e E. intestinalis em indivíduos imunocomprometidos é a ocorrência de diarréia crônica, de consistência aquosa, sem a presença de muco ou sangue nas fezes. Essas duas espécies são isoladas de até 50% dos indivíduos infectados com AIDS apresentando diarréia crônica, em todo o mundo. Existem alguns casos descritos de diarréia aguda autolimitada em pessoas imunocompetentes causadas por esses organismos. Em indivíduos imunocomprometidos, E. bieneusi e E. intestinalis comportam-se quase exclusivamente como enteroparasitas, enquanto as demais espécies têm caráter sistêmico ou outras localizações no organismo humano. Em alguns indivíduos infectados por E. bieneusi também acontece o acometimento da mucosa do trato biliar e do aparelho respiratório, enquanto que, E. intestinalis pode, eventualmente, invadir o trato biliar e rins, a partir de disseminação da infecção intestinal. Infecções gastrointestinais por E. intestinalis em indivíduos imunocomprometidos é frequentemente associada com nefrite. Espécies de Encephalitozoon também estão associadas com rino-sinusite, ceratoconjuntivite, nefrite, hepatite e infecções disseminadas (neste último caso, todas as espécies). . Os microsporídios são encontrados em fontes ambientais comuns tais como águas de drenagem, águas de recreação e em alimentos. Estudos recentes (Jedrzejewski et al., 2007) revelaram que alimentos tais como brotos de grãos ou de leguminosas, verduras folhosas podem conter esporos viáveis de microsporídios patogênicos a humanos, tais como E. bieneusi, E. intestinalis e Encephalitozoon cuniculi, em quantidades representando risco de infecção alimentar. A ingestão de esporos viáveis presentes no ambiente é a forma de aquisição deste parasita pelo hospedeiro. Portanto, a mucosa intestinal deve prover a primeira linha de defesa fisiológica e imunológica. Os esporos dos microsporídios não têm metabolismo ativo fora da célula hospedeira e, por serem particularmente resistentes à dissecação, podem permanecer infecciosos por muitos anos. Filo Myxozoa Todos os membros do Filo Myxozoa são parasitas, principalmente de invertebrados e de vertebrados poiquilotérmicos (animais de sangue frio) como peixes e anfíbios. Os mixozoários podem causar prejuízos econômicos em criações de peixes e de rãs. Apesar de esporos de mixozoários já terem sido isolados de fezes de humanos com diarréia, seu papel como patógeno humano é, ainda obscuro. Cavalier-Smith (1998; 2004) afirma que evidências filogenéticas moleculares mostram que a unicelularidade vegetativa dos mixozoários é muito provavelmente o resultado do modo de vida parasitário de um animal ancestral e os classifica no reino Animalia. Filo Labyrinthomorpha O Filo Labyrinthomorpha reúne organismos parasitas de algas ou saprofíticos que se alimentam na superfície de plantas marinhas e de algas por produzirem enzimas digestivas extracelulares.