ANÁLISE DE PERFORMANCE DO BANCO DE DADOS ORACLE 11G R2 COM DIFERENTES TECNOLOGIAS DE ARMAZENAMENTO Anderson Marcelo de Oliveira1, Fábio Samuel dos Santos Canedo1, Renato Yoshiaki Correia Himeno1, Gustavo Bruschi¹ 1 Curso de Tecnologia em Banco de Dados - Faculdade de Tecnologia de Bauru (FATEC) Rua Manoel Bento da Cruz, nº 30 Quadra 3 - Centro - 17.015-171 - Bauru, SP - Brasil {andmarcelo.fatec, acheroniano, renatoych}@gmail.com, [email protected] Abstract. The purpose of this article was to present concepts, tools, techniques and analyzes in order to identify the most appropriate data storage technology and obtain the highest performance in information retrieval in a database. Besides the concept definitions, the Database Management System, the specific benchmark tool and the result analyzes of the performance tests related to the response time in data recovery will be approached. After the result analyses, a Database Administrator will have information to make the best decision to implement a data storage solution. In conclusion, the best performance was achieved through the solid state disk, there was a significant difference in response time. Resumo. Este artigo apresenta conceitos, ferramentas, técnicas e análises capazes de identificar qual a mais adequada tecnologia de armazenamento de dados, visando obter a mais alta performance possível na recuperação das informações em um banco de dados. Definidos os conceitos, serão abordados o banco de dados, a ferramenta específica de benchmark e a análise dos resultados dos testes de performance referentes ao tempo de resposta na recuperação dos dados. Após as análises dos resultados, o administrador de banco de dados poderá ter informações para tomar a melhor decisão possível para a implantação de uma solução de armazenamento de dados. Conclui-se que o disco em estado sólido demonstrou desempenho superior em relação às demais tecnologias de armazenamento testadas nos ambientes propostos, obtendo uma diferença significativa no quesito tempo de resposta. 1. Introdução O armazenamento de informações em bancos de dados informatizados tende a crescer diariamente. Instituições, empresas e usuários necessitam de segurança no armazenamento dos dados, além de cópias de segurança para corrigir eventuais erros, ataques cibernéticos ou desastres. Como resultado dessa inovação os bancos de dados se tornaram relativamente volumosos e pouco performáticos. Com isso, as empresas devem buscar soluções que visem otimizar sua performance, sendo que, uma das alternativas seria comparar através de análises de performance qual é a melhor opção de meio de armazenamento dos dados, entre as diversas opções de mercado. O desempenho ao gravar e/ou recuperar informações em um banco de dados pode estar relacionado a diversos fatores, entre os quais: o sistema operacional, o hardware utilizado, a infraestrutura de rede, a programação da aplicação e, também, os meios de armazenamentos, bem como, suas tecnologias utilizadas. O desempenho de um banco de dados é um fator a ser considerado ao pensarmos em sua disponibilidade. Para Hatamura (2012), otimizar o desempenho de um banco de dados é reduzir o tempo de resposta, aperfeiçoar o rendimento do servidor de banco de dados, reduzir o tráfego de rede e reduzir o tempo de Input/Output (I/O). Isso tudo, envolve mudar aplicações, estrutura de dados do banco e parâmetros de um Sistema Gerenciador de Banco Dados (SGBD), configurar adequadamente um sistema operacional e/ou o hardware, dimensionar adequadamente o meio de armazenamento utilizado. No âmbito do banco de dados, o profissional responsável por sua administração é o Administrador de Banco de Dados (DataBase Administrator ou DBA), o qual deve procurar formas e tecnologias para otimizar a performance da recuperação dos dados. A tecnologia de armazenamento de dados é um conceito extremamente abrangente, envolvendo equipamentos físicos, tipos de discos, placas controladoras, técnicas para se utilizar os discos, entre diversos outros conceitos que podem estar correlacionados à tecnologia de armazenamento de dados. Conforme Pichiliani (2013), profissionais da área de Tecnologia da Informação, especialmente um DBA, tem que ser capaz de justificar mudanças de recursos tecnológicos, tomando como alicerce de suas propostas mais do que intuição ou ideias. O DBA deve ser capaz de justificar uma melhoria ao se utilizar uma funcionalidade ou uma mudança de equipamento, pois precisa demonstrar quantitativamente melhorias de desempenho no banco de dados. É inadequado um DBA dizer que tomou tal atitude ou utilizou certo equipamento sem fundamentação teórica, alegando que ouviu dizer que uma determinada funcionalidade era melhor. [Pichiliani 2013] Este estudo tem por objetivo simular um ambiente real de trabalho em um SGBD, utilizando um software de benchmark e, com ele, analisando como diferentes tecnologias de armazenamento impactam diretamente em seu ambiente de produção. Pretende-se avaliar o tempo de resposta das informações nos testes de benchmark, podendo auxiliar profissionais de tecnologia da informação na criação, alteração ou afinamento (tunning) de sua infraestrutura de tecnologia da informação. Neste trabalho serão descritos conceitos sobre tecnologias de armazenamentos, a criação de um servidor de banco de dados, a utilização do software de benchmark, o qual executa transações e simula o ambiente de uma indústria, quando então serão analisados os resultados de cada tecnologia e comparados entre si. Enfim, será realizada uma análise geral e a conclusão de qual tecnologia apresenta o melhor desempenho. 2. Referencial Teórico 2.1. Banco de dados Um Banco de Dados pode ser definido como uma coleção de dados logicamente coerentes entre si. Tais dados são gerenciados, interpretados e manipulados de acordo com uma necessidade especifica. Segundo Elmasri e Navathe (2011), bancos de dados são um dos componentes essenciais da vida em sociedade e a maioria das pessoas encontra diariamente diversas atividades nas quais elas interagem com um banco de dados. Para os autores, a definição de um banco de dados passa pelo processo de definir os tipos, estruturas e restrições lógicas dos dados a serem armazenados. Uma das fases da construção do banco de dados é a escolha do seu meio de armazenamento. [Elmasri e Navathe 2011] A figura 1 demonstra um modelo de banco de dados relacional que pode ser representado através de tabelas, cada uma delas com sua própria denominação, as quais se relacionam através de um elemento comum, chamada de chave primária, que atenda às restrições impostas pelo próprio modelo, garantindo a integridade dos dados. A tabela é considerada uma relação, as linhas da tabela serão chamadas de tuplas e as colunas de atributos. O número total de atributos da tabela será chamado de grau, enquanto que o número de tuplas será a cardinalidade e o conjunto de valores válidos para um determinado atributo é chamado de domínio. [Tanenbaum 2000] Figura 1. Esquema de um banco de dados relacional Fonte: Silberschatz (2006) 2.2. Banco de Dados Oracle A Oracle Corporation, mais conhecida como Oracle, é uma empresa americana com sede na cidade de Redwood City no estado da Califórnia. De acordo com a Oracle (2013), seu principal produto é o Oracle Database que possui as versões Express Edition, Standard Edition, Standard Edition One e Enterprise Edition atualmente na versão 12C release 1. Segundo a Oracle (2013) o Banco de Dados ORACLE segue o modelo relacional evoluindo continuamente a cada versão, além de oferecer ferramentas de gerenciamento dos dados armazenados, provê escalabilidade, segurança e alto desempenho para o armazenamento de dados. Conforme relatam Bryla e Loney (2007, p. 30) “Os arquivos de banco de dados Oracle são agrupados em uma ou mais tablespaces.” Para Cyran (2005), enquanto uma tablespace é uma divisão lógica, um datafile é uma divisão física que por sua vez pode fazer parte de uma ou mais tablespaces. Uma instância Oracle, conceito fundamental na estrutura do banco de dados Oracle, é uma combinação de área de memória reservada e processos em background usados para gerenciar o acesso às informações armazenadas no banco de dados. [Oracle 2013] 3. Tipos de discos e tecnologias relacionadas Tecnologias de armazenamento, comumente, são classificadas em função de sua interface com o sistema, arquitetura e rotações por minuto (exceto disco sólido). Para Faria (2011), essas interfaces especificam a forma que os dispositivos devem ser conectados fisicamente aos outros dispositivos do computador e qual protocolo de comunicação será utilizado, isso determina as velocidades (taxa de transferência) nas quais os dados, nas tecnologias de armazenamento são armazenados (write) e recuperados (read). 3.1. IDE/ATA De acordo com Shrivastava e Somasundaram (2009), a interface de comunicação Advanced Techonology Attachment (ATA), conhecida também por Integrated Device Electronics (IDE), é uma interface de comunicação de dispositivos com a placa-mãe. Durante muito tempo foi uma interface muito utilizada para computadores pessoais. Para os mesmos autores, o disco IDE/ATA (o qual suporta o protocolo IDE) e o termo IDE/ATA sinalizam uma convenção de dois nomes para gerações e variantes desta interface. O componente IDE fornece a especificação dos controladores conectados à placa-mãe do computador enquanto que o componente ATA é a interface para conexão dos dispositivos de armazenamento com a placa-mãe. Segundo o relato de Rocatto Júnior (2006, p. 4), “No IDE/ATA, a transmissão é paralela e feita de modo half-duplex. É utilizado um conector de 40 pinos”. Para Tampelini (2012), em 1986 a união entre as empresas Western Digital, Compaq Computer e Control Data Corporation construiu a interface ATA, no início essa interface foi comercializada com o nome de IDE e, depois de alguns anos, padronizaram o nome para ATA/IDE. Conforme aponta Faria (2011), a taxa de transmissão acima de 133 MB/s na ATA/ATAPI 8 já estava chegando ao seu limite por causa do problema de interferência no cabo. 3.2. SATA SATA (Serial ATA) é uma interface de comunicação de disco ou dispositivos que faz a transferência de dados de forma serial, um bit por vez. Essa interface foi a substituta da IDE/ATA. Conforme descreveram Shrivastava e Somasundaram (2009), SATA é uma versão serial da interface IDE/ATA, além de ser uma tecnologia de interface de discos que foi criada por um grupo importante de fornecedores de hardware para substituir o ATA paralelo. Para Yamakawa (2008), uma característica do SATA é a possibilidade do uso da técnica “hot-swap”, que torna possível a troca de um dispositivo SATA com o computador ligado. Citando o exemplo, existe a possibilidade de trocar um disco rígido sem a necessidade de desligar o computador, um recurso muito útil em servidores que precisam de manutenção, mas não podem estar indisponíveis em tempo algum. Segundo Rocatto Júnior (2006), no SATA a transmissão é realizada de forma paralela e opera de modo full-duplex, o dispositivo é capaz de enviar e receber dados simultaneamente, e uma das características do conector SATA é possuir 7 (sete) pinos. Foi relatado por Shrivastava e Somasundaram (2009), que a limitação da transmissão de dados da interface SATA é de um metro, permitindo velocidades de até 150 MB/s, porém, melhorias no SATA já incrementaram a velocidade de transferência de dados para até 600 MB/s. 3.3. SSD De acordo com Janssen (2013), a tecnologia SSD, que significa Solid State Drive (disco de estado sólido), ou disco eletrônico, na verdade não é um disco ou possui motores mecânicos para ler ou gravar seus dados, o SSD é um dispositivo de armazenamento de dados usando circuitos integrados que armazenam os dados de forma persistente. Segundo o mesmo autor, esses circuitos integrados conhecidos como NAND flash memory, são o núcleo dos dispositivos USB conhecidos como pendrives, das memórias em formato de cartão e dos discos de estado sólido. Conforme relatam Cardoso e Vasconcelos (2012), atualmente existem dois tipos básicos de SSD, os baseados em memórias Single Level Cell (SLC) e os baseados em memórias Multi Level Cell (MLC). Nas memórias utilizadas nos SSDs, cada célula é composta de um é único transistor. A diferença chave entre as memórias SLC e MLC, é que as SLC guardam apenas 1 bit em cada célula, enquanto as do tipo MLC conseguem guardar 2 bits em cada célula. No entanto as SLC são mais confiáveis, pois resistem a ciclos de escritas 10 vezes maiores que as MLC, além de serem mais rápidas. Porém essas memórias são mais caras, sendo preferencialmente voltadas ao mercado corporativo. Além disso, o adjetivo que mais tem sido empregado para descrever as novas tecnologias é “verde”. Os dispositivos de memória SSD colaboram com esse quesito, pois foram criados para reduzir o consumo energético e garantir melhor eficiência com os recursos que utiliza. 3.4. RAID Segundo Shrivastava e Somasundaram (2009), a tecnologia “Redundant Array of Independent Disks” (RAID) possibilita o uso de múltiplos discos em conjunto, o qual fornece proteção aos dados contra falhas de Hard Disk Drives (HDDs), essa tecnologia também pode ser aplicada em storage. De forma geral o RAID gera um aumento de desempenho de entrada e saída de dados no sistema de armazenamento, devido ao uso de vários HDDs. Shrivastava e Somasundaram (2009), afirmam que a tecnologia RAID deixou de ser um conceito acadêmico para se tornar um padrão da indústria. Ainda, segundo os mesmos autores, existem dois tipos de implementação de RAID: em software ou em hardware, entretanto, o tipo que proporciona maior confiabilidade, compatibilidade e desempenho são as implementações realizadas via hardware, o qual pode ser implementado através de placas controladoras ou através de storages externos que apresentam os volumes para o host, e estes se comunicam através de um protocolo suportado pelo conjunto de discos. De acordo com Shrivastava e Somasundaram (2009), existem diversos tipos de RAID, conforme é demonstrado na Figura 2 abaixo. No RAID 0 (Stripping), os dados são distribuídos entre os discos que estão alocados na RAID, não possui segurança, pois a perda de um disco representa a perda do array. Para os mesmos autores, no RAID 1 (Mirroring) os dados são gravados simultânea e identicamente em dois ou mais discos, a falha de um disco não acarreta a perda de dados. Entretanto, no RAID 1+0, também conhecido como RAID 10, é realizada a combinação de striping e mirroring, quando então os dados são primeiro espelhados e depois distribuídos. Finalmente, o RAID 5 exige no mínimo três discos para ser implementado. Nessa configuração, ele (RAID) distribui os dados e os códigos de paridade desses dados entre os discos da array. Se um disco falhar não há perda de informações. Os dados e a paridade desses dados são usados para reconstruir o disco que falhou. O RAID 5 é o preferido para mensagens de e-mail, data mining, serviços de media, além de SGBDs, pois otimiza os acessos aos dados. [Shrivastava e Somasundaram 2009] Figura 2. Quadro explicativo sobre os tipos de RAID Fonte: ITnerante (2013) 4. Benchmark em Banco de Dados Segundo Nascimento, Pires e Salgado (2005), benchmarks são padrões de testes utilizados em comparações de sistemas computacionais. Tais padrões geram medidas quantitativas de desempenho capazes de serem comparadas com as de outros sistemas. Conforme Ciferri (1995), a avaliação de desempenho através da técnica de benchmark implica a implementação e posterior execução de um conjunto de programas em um dado sistema computacional. Ao se avaliar o desempenho, insere-se uma sobrecarga de execução específica, gerada pelo próprio benchmark, a essa sobrecarga de execução dá-se o nome de carga de trabalho do benchmark e engloba todos os processos criados ou acionados para execução, direta ou indiretamente pelo benchmark. As métricas dos benchmarks computacionais podem medir rapidez (em qual velocidade a carga de trabalho foi completada) ou vazão (quantas cargas de trabalho por unidade de tempo foram medidas). Ao executar o benchmark em múltiplos computadores é possível realizar comparações. [Gray 1993] 4.1. Benchmark Factory Conforme Dell Software (2013), o Benchmark Factory é uma ferramenta de teste de desempenho desenvolvida pela QUEST que permite conduzir a reprodução de carga de trabalho do banco de dados, teste de desempenho com padrões do setor e teste de escalabilidade. Essa ferramenta permite que alterações sejam implementadas em um ambiente de banco de dados com confiança, reduzindo os riscos associados com patches, upgrades, migrações e ajustes nas configurações da máquina virtual, ela simula cargas de trabalho de aplicações do banco de dados usando comparações de desempenho com padrões do setor (AS3AP, hardware escalável, TPC-B, TPC-C, TPCD, TPC-H e TPC-E). O Transaction Processing Performance Council (TPC) Benchmark C é um processamento de transação em tempo real (OLTP), sendo mais complexo do que os benchmarks OLTP anteriores, por causa de suas múltiplas transações, sua estrutura de banco de dados complexa e sua estrutura de execução. TPC-C envolve uma mistura de cinco transações simultâneas de tipos diferentes e execuções complexas. [Raab 2010] Segundo Lima (2008), o benchmark TPC-C é composto de uma série de transações projetadas para simular um típico sistema de aquisição de produtos, com as funcionalidades comumente encontradas nessas aplicações, tais como criação de novos pedidos, realização de pagamentos, registro de saída de produtos, verificação do estado de um pedido, entre outras. Essas transações possuem as quatro propriedades do ACID (atomicidade, consistência, isolamento e durabilidade). 5. Materiais e Métodos Para a criação dos ambientes necessários para a realização dos testes foi utilizado um computador hospedeiro com processador AMD Athlon II X3 450 3.2 GHz, com 16 GB DDR3 de memória RAM da marca Kingston, placa-mãe ASUS modelo M4A88TD-M, executando o Sistema Operacional Windows Server 2008 Standard Edition de 64 bits. Nessa máquina, foram instalados em cada uma das tecnologias de armazenamento analisadas: o Banco de Dados Oracle 11g Release 2 Standard Edition e o Benchmark Factory. Para cada teste foi utilizada uma tecnologia de armazenamento diferente. Foram realizados testes nas modalidades SINGLE (com apenas um disco) e utilizandose da tecnologia RAID 0, RAID 1 e RAID 5 (mais de um disco para cada tecnologia). As tecnologias de disco utilizadas foram: 3 discos rígidos IDE Maxtor de 7200 RPM de 160 GB de capacidade de armazenamento e com interface ATA (100 MB); 3 discos SATA Seagate de 7200 RPM com capacidade de 2 TB e interface SATA II (300 MB); e 3 discos em estado sólido SSD Samsung com capacidade de armazenamento de 120 GB e interface SATA III (600 MB). As placas controladoras de RAID utilizadas foram uma AMD AHCI COMPATIBLE RAID CONTROLLER para os discos SATA e SSD, e uma placa controladora PROMISE ULTRA 100 TX2 CONTROLLER. Em cada teste foi instalado o SGBD do Banco de Dados ORACLE versão 11g Release 2 Standard Edition, o qual fora escolhido por ser um banco de dados corporativo com uma expressiva aceitação mercadológica, além de ter sido esta a versão adotada durante todo o período acadêmico. Para os testes foi utilizado o Benchmark Factory x64 6.9.3 da marca DELL, que é um conceituado software de benchmark. O tipo de teste TPC-C foi escolhido, pois é um padrão mundial de testes de benchmark voltado para simulação de uma indústria, realizando muitas transações, como a criação de tabelas, inserção de dados, consultas, procedures, ou seja, tudo que simula um ambiente real de uma empresa ao utilizar um sistema corporativo. Além disso, esse software possui a função Scale, que foi manipulada para aumentar o tamanho do banco de dados a ser testado. A escala escolhida foi 200, isso possibilitou a criação imediata de uma grande quantidade de dados, deixando o banco com 12,78 GB. Quanto à quantidade simulada de usuários conectados simultaneamente, realizamos análises com 1; 10; 50 e 100 usuários. Essa prática nos proporcionou verificar como se comporta cada tecnologia de disco sendo acessada por poucos ou muitos usuários. Primeiramente, foram realizados os testes SINGLE (apenas um disco de cada tecnologia), depois foram feitos os testes com as tecnologias RAID 0, RAID 1 e RAID 5. Em cada modalidade fizemos os comparativos, observando qual a tecnologia apresentou melhor tempo de resposta (em segundos), levando-se em conta a quantidade de usuários conectados e realizando transações. O tempo de resposta foi eleito o principal comparativo nestas análises porque retrata com grande exatidão o quanto ele impacta no usuário final, independente se o usuário fez uma simples consulta ou gerou relatórios complexos. As tabelas, as imagens e os gráficos demonstram a sequência dos testes realizados, os resultados obtidos com o tempo de resposta em cada teste demonstram a diferença de performance do SGBD entre as tecnologias de RAID e os discos utilizados no escopo do trabalho. 6. Resultados Obtidos Para este trabalho foram elaborados testes simulando um ambiente real de produção com o software de benchmark, priorizando essencialmente o tempo de resposta obtido em cada tecnologia de armazenamento, tanto no modo único (single), como também utilizando conjunto de discos (array), nas modalidades RAID 0, RAID 1 e RAID 5. Ao final das análises, poderemos observar um quadro comparativo demonstrando a tecnologia de discos que obteve melhor resultado no ambiente proposto. 6.1. Teste com a tecnologia de armazenamento IDE (Single) Na tabela e gráfico a seguir estão especificados os resultados dos testes utilizando-se apenas um disco rígido com interface IDE. Tabela 1. Resultado dos testes com disco rígido IDE (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Carga de Usuários 1 5 10 50 100 Transações por Segundo 0,067 0,222 0,521 2,637 5,266 Tempo Médio de Resposta(seg) 0,367 0,261 0,295 0,243 0,213 Tempo Médio de Transações(seg) Quantidade de Execuções Quantidade de Linhas Erros 0,372 0,261 0,298 0,251 0,221 11 41 98 476 947 11 50 116 647 1.268 0 0 0 0 0 Nota-se que na tabela 1, ao aumentar a carga de usuários, o número de transações por segundo é acrescido consideravelmente, ou seja, com uma maior quantidade de transações no banco de dados o tempo médio de resposta diminui, obtendo por consequência um retorno mais rápido. Percebe-se que iniciamos com 0,067 transações por segundo e terminamos com 5,266 transações por segundo com 100 usuários conectados ao banco, tendo como média de tempo de resposta 0,213 segundos, média de tempo de transação 0,221 segundos, um total de execuções de 947 e o total de linhas de 1.268. A duração completa do teste foi de 22 minutos e 42 segundos. Imagem 1. Média do tempo de resposta em milissegundos Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware Notamos na imagem 1, a qual é a representação do ambiente descrito na tabela 1, que o tempo de resposta se inicia acima de 367 milissegundos e ao passo que as instruções estão sendo gravadas na área de memória o tempo diminui, atingindo o tempo de resposta mais rápido em 213 milissegundos com 100 usuários conectados simultaneamente no banco de dados. 6.2. Teste com a tecnologia de armazenamento SATA (Single) A tabela e o gráfico a seguir apresentam os resultados dos testes utilizando um disco rígido SATA. Tabela 2. Resultado dos testes com um disco rígido SATA (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Carga de Usuários 1 5 10 50 100 Transações por Segundo 0,067 0,219 0,524 2,657 5,270 Tempo Médio de Resposta(seg) 0,360 0,215 0,206 0,170 0,155 Tempo Médio de Transações(seg) Quantidade de Execuções Quantidade de Linhas Erros 0,366 0,216 0,208 0,174 0,161 11 40 98 483 944 11 49 116 652 1.283 0 0 0 0 0 Nota-se na tabela 2 que ao passarmos uma carga de 100 usuários ao software de benchmark, obtivemos 5,260 transações por segundo em um tempo médio de resposta de 0,155 segundos, numa média de 0,161 de segundos no total das transações, executando 944 operações, em 1.283 linhas sem apontar nenhum erro e a duração completa do teste foi de 22 minutos e 37 segundos. Imagem 2. Média do tempo de resposta em milissegundos (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Nota-se na imagem 2, a qual retrata a representação do ambiente descrito na tabela 2, o tempo de resposta iniciando abaixo dos 360 milissegundos, ao passo que as instruções estão sendo gravadas, ele atinge o tempo de resposta mais rápido de 155 milissegundos com 100 usuários simultâneos no banco de dados. 6.3. Teste com a tecnologia de armazenamento SSD (Single) Na tabela e no gráfico a seguir estão relatados os resultados dos testes utilizando um disco SSD. Tabela 3. Resultado dos testes com disco sólido SSD (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Carga de Usuários 1 5 10 50 100 Transações por Segundo 0,666 0,220 0,544 2,660 5,350 Tempo Médio de Resposta(seg) 0,068 0,031 0,040 0,030 0,023 Tempo Médio de Transações(seg) 0,069 0,031 0,041 0,031 0,024 Quantidade de Execuções 12 42 100 485 952 Quantidade de Linhas Erros 12 51 118 645 1.308 0 0 0 0 0 Podemos observar na tabela 3 que ao efetuarmos uma carga de cem usuários no software de benchmark, obtivemos 5,350 transações por segundo em um tempo médio de resposta de 0,023 segundos, com a média de 0,024 segundos no total das transações, executando-se 952 operações em 1.308 linhas sem nenhum erro retornado. A duração total do teste foi de 23 minutos e 12 segundos. Imagem 3. Média do tempo de resposta em milissegundos (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Percebe-se na imagem 3, a qual é a representação do ambiente descrito na tabela 3, que o tempo de resposta se inicia abaixo dos 68 milissegundos e conforme as instruções vão sendo gravadas, é atingido o tempo mínimo de resposta de 23 milissegundos, com 100 usuários conectados simultaneamente ao banco de dados. 6.4. Comparação das tecnologias de armazenamento O gráfico a seguir mostra o comparativo das diferentes tecnologias de armazenamento na modalidade Single. Gráfico 1. Comparação dos resultados das análises realizadas com as tecnologias de disco IDE, SATA e SSD com um único disco (Fonte: Arquivo pessoal - simulação no software de Benchmark Factory freeware) No comparativo dos resultados pode ser observado que o disco em estado sólido (SSD) demonstrou desempenho superior em relação às demais tecnologias testadas no ambiente proposto, obtendo grande diferença no quesito “tempo de resposta”. O disco SATA possui uma pequena vantagem de performance em comparação ao disco IDE. Nesta simulação com cem usuários conectados, o SSD se apresentou aproximadamente 9,26 vezes mais rápido, no que se refere ao tempo médio de resposta, que a tecnologia IDE. Entretanto, comparado aos resultados da tecnologia SATA adotando-se o mesmo ambiente de testes, o SSD é aproximadamente 6,73 vezes mais rápido em tempo médio de resposta. Enfim, a tecnologia SATA se mostrou aproximadamente 1,37 vezes mais rápida do que a IDE. 6.5. Teste com a tecnologia de armazenamento IDE em RAID 0 Na tabela e gráfico a seguir estão especificados os resultados dos testes com dois discos rígidos de interface IDE utilizando-se a técnica de RAID 0. Tabela 4. Resultado dos testes com disco rígido IDE em RAID 0 (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Carga de Usuários 1 5 10 50 100 Transações por Segundo 0,067 0,219 0,517 2,627 5,204 Tempo Médio de Resposta(seg) 0,422 0,306 0,358 0,339 0,358 Tempo Médio de Transações(seg) 0,429 0,308 0,361 0,350 0,373 Quantidade de Execuções 11 40 97 473 942 Quantidade de Linhas Erros 11 49 115 623 1.281 0 0 0 0 0 Nota-se na tabela 4 que ao aumentar a carga de usuários o número de transações por segundo aumenta consideravelmente, devido a essa maior quantidade de transações no banco de dados, o tempo médio de resposta caiu drasticamente. Quanto a isso, conclui-se que como o DataBase Buffer Cache do Oracle trabalha com blocos de dados e atua no gerenciamento e otimização dos dados armazenados em memória, há uma queda brusca no processamentos das transações quando o software de análise passa de 1 para 5 usuários. Sendo assim, a carga de processamento se mostrou extremamente mais eficaz. Continuando a análise de resultados, percebe-se que iniciamos com 0,067 transações por segundo e terminamos com 5,204 transações por segundo com 100 usuários conectados ao banco, tendo como média de tempo de resposta 0,358 segundos, média de tempo de transação 0,373 segundos, um total de execuções de 942 e o total de linhas de 1281. A duração completa do teste foi de 22 minutos e 43 segundos. Imagem 4. Média do tempo de resposta em milissegundos (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Notamos que na imagem 4, sendo ela a representação do ambiente descrito na tabela 4, o tempo de resposta se inicia acima de 422 milissegundos, porém, ao passo que as instruções são gravadas na área de memória o tempo diminui, atingindo o tempo de resposta mais rápido em 358 milissegundos com 100 usuários conectados simultaneamente no banco de dados. 6.6. Teste com a tecnologia de armazenamento SATA em RAID 0 Na tabela e gráfico a seguir estão especificados os resultados dos testes com dois discos rígidos de interface SATA utilizando-se a técnica de RAID 0. Tabela 5. Resultado dos testes com discos rígidos SATA em RAID 0 (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Carga de Usuários 1 5 10 50 100 Transações por Segundo 0,067 0,218 0,528 2,650 5,299 Tempo Médio de Resposta(seg) 0,258 0,182 0,178 0,133 0,114 Tempo Médio de Transações(seg) Quantidade de Execuções Quantidade de Linhas Erros 0,262 0,183 0,179 0,136 0,117 11 41 99 482 947 11 50 117 642 1.285 0 0 0 0 0 Nota-se na tabela 5 que ao enviar uma carga de 100 usuários ao software de benchmark, obtivemos 5,299 transações por segundo, em um tempo médio de resposta de 0,114 segundos, com uma média de 0,117 de segundos no total das transações, executando 947 operações em 1.285 linhas e sem nenhum erro ocorrido. A duração completa do teste foi de 22 minutos e 54 segundos. Imagem 5. Média do tempo de resposta em milissegundos (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Percebe-se na imagem 5, a qual é a representação do ambiente descrito na tabela 5, que o tempo de resposta se inicia em 258 milissegundos e ao passo que as instruções estão sendo gravadas atingiu-se o tempo mínimo de resposta de 114 milissegundos, com 100 usuários simultâneos no banco de dados. 6.7. Teste com a tecnologia de armazenamento SSD em RAID 0 Na tabela e gráfico a seguir estão demonstrados os resultados dos testes com dois discos rígidos de interface SSD utilizando-se a técnica de RAID 0. Tabela 6. Resultado dos testes com discos sólidos SSD em RAID 0 (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Carga de Usuários 1 5 10 50 100 Transações por Segundo 0,066 0,220 0,544 2,654 5,339 Tempo Médio de Resposta(seg) 0,070 0,031 0,039 0,029 0,022 Tempo Médio de Transações(seg) 0,072 0,032 0,039 0,030 0,023 Quantidade de Execuções 12 42 100 483 952 Quantidade de Linhas Erros 12 51 118 624 1.309 0 0 0 0 0 Podemos observar na tabela 6 que ao efetuarmos uma carga de cem usuários no software de benchmark, obtivemos 5,339 transações por segundo em um tempo médio de resposta de 0,022 segundos, com a média de 0,023 segundos no total das transações, executando-se 952 operações em 1.309 linhas, sem nenhum erro apontado. A duração completa do teste foi de 23 minutos e 8 segundos. Imagem 6. Média do tempo de resposta em milissegundos (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) É possível notar na imagem 6, a qual é a representação do ambiente descrito na tabela 6, que o tempo de resposta se inicia abaixo dos 70 milissegundos e conforme as instruções vão sendo gravadas, é atingido o tempo mínimo de resposta de 22 milissegundos, com 100 usuários conectados simultaneamente ao banco de dados. 6.8. Comparação das tecnologias de armazenamento com RAID 0 No gráfico abaixo é apresentado um comparativo das diferentes tecnologias de armazenamento com a técnica de RAID 0. Gráfico 2. Comparação dos resultados das análises realizadas com as tecnologias de disco IDE, SATA e SSD com RAID 0 (Fonte: Arquivo pessoal - simulação no software de Benchmark Factory freeware) No comparativo dos resultados, observamos que o disco em estado sólido (SSD) demonstrou desempenho superior em relação às demais tecnologias testadas no ambiente proposto, obtendo uma diferença significativa no quesito “tempo de resposta”. Neste comparativo, tendo cem usuários conectados ao SGBD, o disco SSD apresentou-se aproximadamente 16,27 vezes mais rápido, em tempo médio de resposta, em comparação à tecnologia IDE. Porém, comparado ao disco SATA, a tecnologia SSD se mostrou aproximadamente 5,18 vezes mais rápido, também usando como parâmetro o tempo médio de resposta. 6.9. Teste com a tecnologia de armazenamento IDE em RAID 1 Na tabela e o gráfico a seguir estão expostos os resultados dos testes com dois discos rígidos com interface IDE utilizando-se a técnica de RAID 1. Tabela 7. Resultado dos testes com discos rígidos IDE em RAID 1 (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Carga de Usuários 1 5 10 50 100 Transações por Segundo 0,067 0,222 0,520 2,635 5,181 Tempo Médio de Resposta(seg) 0,391 0,253 0,355 0,298 0,395 Tempo Médio de Transações(seg) 0,397 0,255 0,359 0,308 0,413 Quantidade de Execuções 11 41 98 473 933 Quantidade de Linhas Erros 11 50 116 624 1.254 0 0 0 0 0 É possível verificar na tabela 7 que ao aumentar a carga de usuários o número de transações por segundo aumenta consideravelmente, devido a maior quantidade de transações no banco de dados, o tempo médio de resposta caiu drasticamente. Quanto a isso, conclui-se que como o DataBase Buffer Cache do Oracle trabalha com blocos de dados e atua no gerenciamento e otimização dos dados armazenados em memória, há uma queda brusca no processamentos das transações quando o software de análise passa de 1 para 5 usuários. Sendo assim, a carga de processamento se mostrou extremamente mais eficaz. Continuando a análise, percebe-se que iniciamos com 0,067 transações por segundo e terminamos com 5,181 transações por segundo com 100 usuários conectados ao banco, tendo como média de tempo de resposta 0,395 segundos, média de tempo de transação 0,413 segundos, um total de execuções de 933, o total de linhas de 1.254 e a duração completa do teste foi de 22 minutos e 44 segundos. Imagem 7. Média do tempo de resposta em milissegundos (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Notamos que na imagem 7, que é a representação do ambiente descrito na tabela 7, o tempo de resposta se inicia acima de 391 milissegundos e ao passo que as instruções estão sendo gravadas na área de memória o tempo diminui, atingindo o tempo de resposta mais rápido em 253 milissegundos com 100 usuários conectados simultaneamente no banco de dados. 6.10. Teste com a tecnologia de armazenamento SATA em RAID 1 A tabela e o gráfico a seguir apresentam os resultados dos testes realizados com dois discos rígidos com interface SATA utilizando-se a técnica de RAID 1. Tabela 8. Resultado dos testes com discos rígidos SATA em RAID 1 (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Carga de Usuários 1 5 10 50 100 Transações por Segundo 0,068 0,219 0,530 2,644 5,294 Tempo Médio de Resposta(seg) 0,240 0,153 0,172 0,141 0,114 Tempo Médio de Transações(seg) Quantidade de Execuções Quantidade de Linhas Erros 0,245 0,154 0,174 0,144 0,117 11 42 99 481 946 11 51 117 641 1.285 0 0 0 0 0 É possível notar na tabela 8 que ao realizar uma carga de 100 usuários ao software de benchmark, obtivemos 5,294 transações por segundo, em um tempo médio de resposta de 0,114 segundos, com uma média de 0,117 de segundos no total das transações, executando 946 operações em 1.285 linhas, sem nenhum erro ocorrido, com a duração completa do teste em 22 minutos e 54 segundos. Imagem 8. Média do tempo de resposta em milissegundos (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Percebe-se na imagem 8, a qual é a representação do ambiente descrito na tabela 8, que o tempo de resposta se inicia em 240 milissegundos e ao passo que as instruções estão sendo gravadas atingiu-se o tempo mínimo de resposta de 114 milissegundos, com 100 usuários simultâneos no banco de dados. 6.11. Teste com a tecnologia de armazenamento SSD em RAID 1 A tabela e gráfico a seguir demonstram os resultados dos testes com dois discos em estado sólido (SSD) utilizando-se técnica de RAID 1. Tabela 9. Resultado dos testes com discos sólidos SSD em RAID 1 (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Carga de Usuários 1 5 10 50 100 Transações por Segundo 0,066 0,220 0,544 2,656 5,353 Tempo Médio de Resposta(seg) 0,064 0,029 0,038 0,028 0,022 Tempo Médio de Transações(seg) 0,066 0,030 0,039 0,029 0,022 Quantidade de Execuções 12 42 100 484 950 Quantidade de Linhas Erros 12 51 118 624 1.306 0 0 0 0 0 Podemos observar na tabela 9, que ao efetuarmos uma carga de cem usuários no software de benchmark, obtivemos 5,353 transações por segundo em um tempo médio de resposta de 0,022 segundos, com a média de 0,022 segundos no total das transações, executando-se 950 operações em 1.306 linhas e sem nenhum erro verificado. A duração completa do teste foi de 23 minutos e 43 segundos. Imagem 9. Média do tempo de resposta em milissegundos (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Nota-se na imagem 9, a qual é a representação do ambiente descrito na tabela 9, que o tempo de resposta se inicia abaixo dos 66 milissegundos e conforme as instruções vão sendo gravadas, é atingido o tempo mínimo de resposta de 22 milissegundos, com 100 usuários conectados simultaneamente ao banco de dados. 6.12. Comparação das tecnologias de armazenamento com RAID 1 No gráfico abaixo é apresentado um comparativo das diferentes tecnologias de armazenamento com a técnica de RAID 1. Gráfico 3. Comparação dos resultados das análises realizadas com as tecnologias de disco IDE, SATA e SSD com RAID 1 (Fonte: Arquivo pessoal - simulação no software de Benchmark Factory freeware) No comparativo dos resultados, observa-se que o disco em estado sólido (SSD) demonstrou desempenho superior em relação às demais tecnologias testadas no ambiente proposto, obtendo uma diferença significativa no quesito “tempo de resposta”. Neste comparativo, exatamente com cem usuários conectados ao SGBD, o disco SSD apresentou-se aproximadamente 17,95 vezes mais rápido no tempo médio de resposta, em comparação à tecnologia IDE. E, comparado ao disco SATA a tecnologia SSD se mostrou aproximadamente 5,18 vezes mais rápido, também usando como parâmetro o tempo médio de resposta. 6.13. Teste com a tecnologia de armazenamento IDE em RAID 5 Na tabela e gráfico a seguir estão expostos os resultados dos testes com três discos rígidos com interface IDE utilizando-se a técnica de RAID 5. Tabela 10. Resultado dos testes com discos rígidos IDE em RAID 5 (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Carga de Usuários 1 5 10 50 100 Transações por Segundo 0,067 0,219 0,522 2,635 5,265 Tempo Médio de Resposta(seg) 0,384 0,273 0,270 0,239 0,237 Tempo Médio de Transações(seg) 0,401 0,291 0,286 0,258 0,263 Quantidade de Execuções 11 40 98 476 944 Quantidade de Linhas Erros 11 49 116 645 1.274 0 0 0 0 0 Verifica-se na tabela 10 que ao aumentar a carga de usuários o número de transações por segundo aumenta consideravelmente, devido a maior quantidade de transações no banco de dados, o tempo médio de resposta caiu. Quanto a isso, concluise que como o DataBase Buffer Cache do Oracle trabalha com blocos de dados e atua no gerenciamento e otimização dos dados armazenados em memória, há uma queda brusca no processamentos das transações quando o software de análise passa de 1 para 5 usuários. Sendo assim, a carga de processamento se mostrou extremamente mais eficaz. Continuando a análise, percebe-se que iniciamos com 0,067 transações por segundo e terminamos com 5,265 transações por segundo com 100 usuários conectados ao banco, tendo como média de tempo de resposta 0,237 segundos, média de tempo de transação 0,263 segundos, um total de execuções de 944, o total de linhas chegou a 1.254 e a duração completa do teste foi de 22 minutos e 46 segundos. Imagem 10. Média do tempo de resposta em milissegundos (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Notamos na imagem 10, que é a representação do ambiente descrito na tabela 10, que o tempo de resposta se inicia em 384 milissegundos e ao passo que as instruções estão sendo gravadas na área de memória o tempo diminui, atingindo o tempo de resposta mais rápido em 237 milissegundos com 100 usuários conectados simultaneamente no banco de dados. 6.14. Teste com a tecnologia de armazenamento SATA em RAID 5 Na tabela e gráfico a seguir estão demonstrados os resultados dos testes realizados com três discos rígidos com interface SATA utilizando-se a técnica de RAID 5. Tabela 11. Resultado dos testes com discos rígidos SATA em RAID 5 (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Carga de Usuários 1 5 10 50 100 Transações por Segundo 0,067 0,219 0,525 2,650 5,287 Tempo Médio de Resposta(seg) 0,270 0,197 0,189 0,150 0,131 Tempo Médio de Transações(seg) Quantidade de Execuções Quantidade de Linhas Erros 0,279 0,200 0,192 0,155 0,136 11 40 98 485 943 11 49 116 645 1.282 0 0 0 0 0 Observamos na tabela 11 que ao realizar uma carga de 100 usuários ao software de benchmark, obtivemos 5,287 transações por segundo, em um tempo médio de resposta de 0,131 segundos, com uma média de 0,136 de segundos no total das transações, executando 943 operações em 1.282 linhas, sem nenhum erro ocorrido e com a duração completa do teste em 22 minutos e 31 segundos. Imagem 11. Média do tempo de resposta em milissegundos (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Percebe-se na imagem 11, a qual é a representação do ambiente descrito na tabela 11, que o tempo de resposta se inicia em 270 milissegundos e à medida que as instruções estão sendo gravadas atingiu-se o tempo mínimo de resposta de 131 milissegundos, com 100 usuários simultâneos no banco de dados. 6.15. Teste com a tecnologia de armazenamento SSD em RAID 5 Na tabela e gráfico a seguir estão apresentados os resultados dos testes com três discos em estado sólido (SSD) utilizando-se técnica de RAID 5. Tabela 12. Resultado dos testes com discos sólidos SSD em RAID 5 (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Carga de Usuários Transações por Segundo Tempo Médio de Resposta(seg) Tempo Médio de Transações(seg) Quantidade de Execuções Quantidade de Linhas Erros 1 5 10 50 100 0,066 0,220 0,544 2,651 5,344 0,073 0,037 0,045 0,042 0,034 0,075 0,038 0,046 0,043 0,035 12 42 100 483 949 12 51 118 643 1.306 0 0 0 0 0 Podemos observar na tabela 12, que ao efetuarmos uma carga de cem usuários no software de benchmark, obtivemos 5,344 transações por segundo em um tempo médio de resposta de 0,034 segundos, com a média de 0,035 segundos no total das transações, executando-se 949 operações em 1.306 linhas, sem nenhum erro retornado. A duração completa do teste foi de 23 minutos e 09 segundos. Imagem 12. Média do tempo de resposta em milissegundos (Fonte: simulação no software de Benchmark Factory freeware) Nota-se na imagem 12, a qual é a representação do ambiente descrito na tabela 12, que o tempo de resposta se inicia abaixo dos 73 milissegundos e conforme as instruções vão sendo gravadas, é atingido o tempo mínimo de resposta de 34 milissegundos, com 100 usuários conectados simultaneamente ao banco de dados. 6.16. Comparação das tecnologias de armazenamento com RAID 5 No gráfico abaixo é demonstrado um comparativo das diferentes tecnologias de armazenamento com a técnica de RAID 5. Gráfico 4. Comparação dos resultados das análises realizadas com as tecnologias de disco IDE, SATA e SSD com RAID 5 (Fonte: Arquivo pessoal - simulação no software de Benchmark Factory freeware) No comparativo dos resultados, é possível observar que o disco em estado sólido (SSD) demonstrou desempenho superior em relação às demais tecnologias testadas no cenário proposto, obtendo uma diferença significativa no quesito “tempo de resposta”. Neste comparativo, tendo cem usuários conectados ao SGBD, o disco SSD apresentouse aproximadamente 3,85 vezes mais rápido no tempo médio de resposta, em comparação à tecnologia SATA. E, comparado ao disco IDE a tecnologia SSD se mostrou aproximadamente 6,97 vezes mais rápido, também usando como parâmetro o tempo médio de resposta. 6.17. Comparativo global das tecnologias de armazenamento testadas No gráfico abaixo é apresentado o comparativo global das diferentes tecnologias de armazenamento nas modalidades Single, RAID 0, RAID 1 e RAID 5 com uma carga de 100 usuários. Gráfico 5. Comparação dos resultados das análises realizadas com as tecnologias de disco IDE, SATA e SSD nas modalidades Single, RAID 0, RAID 1 e RAID 5 (Fonte: Arquivo pessoal - simulação no software de Benchmark Factory freeware) No comparativo dos resultados, é notório que o disco em estado sólido (SSD) demonstrou desempenho superior em relação às demais tecnologias testadas nos ambientes propostos, obtendo uma diferença significativa no quesito “tempo de resposta”. Neste comparativo, o modo Single obteve melhor performance do que os outros cenários testados. O RAID 0 apresentou-se mais performático que os RAID 1 e 5, porém cada metodologia visa um ambiente diferente, como: disponibilidade, redundância, performance, integridade, entre outras. 7. Conclusão A realização desta pesquisa procurou demonstrar a necessidade de análises comparativas de performances de algumas tecnologias de meio de armazenamento de dados disponíveis no mercado, pois uma das funções de um Administrador de Banco de Dados é definir e dimensionar qual tecnologia de armazenamento será utilizada para diversos cenários de infraestrutura. Existem inúmeros conceitos, características e aplicações para cada uma dessas tecnologias, por isso é exigido do DBA, dedicação e assertividade na escolha da tecnologia a ser utilizada no armazenamento dos dados de um SGBD. A pesquisa demonstra que o disco em estado sólido (SSD) tende a ser mais rápido. Como exemplo, temos os resultados do teste com RAID 0, onde o SSD é 16,27 vezes mais veloz que o IDE e também apresentou uma velocidade 5,18 vezes maior que o SATA. Outro exemplo seria o comparativo dos resultados do teste com RAID 5, onde o SSD é 3,85 vezes mais rápido que o SATA e também demonstrou ter velocidade 6,97 vezes maior que o IDE. No geral, as variações de RAID testadas utilizando as técnicas de RAID 0 e RAID 1 apresentaram ganho de desempenho, enquanto que o RAID 5 oferece mais disponibilidade e redundância no armazenamento de dados do SGBD. Analisando o comparativo dos resultados de forma sintética, conclui-se que o disco em estado sólido (SSD) demonstrou desempenho superior em relação às demais tecnologias testadas nos ambientes propostos, obtendo uma diferença significativa no quesito tempo de resposta, sendo o SSD uma tecnologia de disco mais recente que não utiliza componentes mecânicos. 8. Referências Bryla, B e Loney, K. (2007), “Manual do DBA”, Porto Alegre, RS, Bookman. Cardoso, R. A. e Vasconcelos, M. A. (2012), “Tecnologias de disco”, Instituto de Computação – UNICAMP, Campinas, São Paulo. Ciferri, R. R. e Gatti, S. 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